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EXCELENTÍSSIMO SR. DR.

JUIZ FEDERAL DA …ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE


….
Autos nº: RT …
… (nome da parte em negrito), já qualificada nos autos, através de seu procurador
judicial, vem perante Vossa Excelência, interpor a presente
IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO
Pelos fatos e direitos a seguir expostos:
DO BREVE RESUMO DOS FATOS:
O impugnante que laborou para impugnada, foi demitido sem justa causa e até o presente
momento nã o recebeu suas verbas rescisó rias.
Ocorre que ao aplicar o aviso prévio ao impugnante, a impugnada percebendo que nã o
poderia demiti-lo por justa causa, resolveu entã o retirar a medida, sendo que tal retrataçã o
nã o foi aceite pelo impugnante, que cumpriria o aviso e depois sairia do emprego, e assim
fez.
Neste diapasã o, apó s a saída do impugnante, e inconformada com o nã o aceite da
retrataçã o, a impugnada ilicitamente, nã o pagou as verbas rescisó rias da demissã o sem
justa causa e ainda, mesmo tendo contato com empregado, começou a divulgar
convocaçõ es para o retorno ao trabalho, na tentativa de caracterizar o abandono de
emprego.
Atitude esta que fez o impugnante perceber que apenas seria respeitados seus direitos
perante a Justiça, haja vista em nenhum momento a impugnada demonstrou que seguiria
os ditames legais.
1. DAS PRELIMINARES
1.1 DO MOMENTO DA JUNTADA DE DOCUMENTOS
Nã o merece deferimento deste MM juízo tal indagaçã o, em razã o de que em que pese o
positivado em CLT, o nosso Tribunal Superior do Trabalho, já entende a possibilidade de
juntada de documento até a fase instrutó ria processual, devido ao poder discricioná rio do
Magistrado em comandar a instruçã o, requerendo apenas que seja respeitado o direito a
ampla defesa e contraditó rio.
Assim já decidiu os Nossos egrégios tribunais, senã o vejamos:
PRELIMINAR DE NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUDIÊ NCIA UNA. JUNTADA DE
DOCUMENTOS POSTERIOR À CONTESTAÇÃ O. A juntada de documentos aos autos pelas
partes limita-se ao momento anterior ao encerramento da instruçã o processual.
Convocadas as partes para audiência una e realizado o ato nessa condiçã o, inclusive com a
produçã o de prova oral, nã o constitui cerceamento do direito de defesa a desconsideraçã o
de documentos posteriormente juntados aos autos. “RECURSOS – RAZÕ ES – CONTEÚ DO –
No recurso, é necessá rio que o recorrente demonstre o desacerto da decisã o, impugnando
especificamente os fundamentos ali expendidos. Deve ele expor as razõ es do pedido de
reforma da decisã o, cumprindo-lhe invalidar os fundamentos em que esta se assenta. A
mera reiteraçã o dos fundamentos ou alegaçã o genérica, sem pertinência entre o pedido
recursal e a decisã o originá ria, nã o basta para suprir aquela obrigaçã o processual. Se o
recorrente nã o o faz, além de impedir o exercício do contraditó rio, inviabiliza o reexame
pelo tribunal ad quem, já que, a rigor, nada a ele foi devolvido. Tal entendimento, no
entanto, nã o se aplica quando o tema em debate encerrar questã o exclusivamente de
direito, hipó tese em que, ainda que haja a repetiçã o de argumentos, a parte acaba por
impugnar a decisã o recorrida.” (Verbete nº 4 desta egr. 1º Turma).(TRT-10 – RO:
322201281110005 DF 00322-2012-811-10-00-5 RO, Relator: Desembargadora Maria
Regina Machado Guimarã es , Data de Julgamento: 17/04/2013, 1ª Turma, Data de
Publicaçã o: 26/04/2013 no DEJT)
NULIDADE PROCESSUAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. JUNTADA DE REGISTROS DE
HORÁ RIO. MOMENTO PROCESSUAL. Possibilidade de juntada de documentos enquanto
nã o for encerrada a instruçã o do feito, desde que seja assegurado à parte adversa a
possibilidade de efetuar a contraprova. Hipó tese, no entanto, em que realizada audiência
una, com convocaçã o das partes para a realizaçã o nesta condiçã o, inclusive com produçã o
de prova oral. Encerramento da instruçã o na pró pria audiência onde formulado o pedido
de prazo para posterior juntada de documentos. (…)(TRT-4 – RO: 1003009820095040104
RS 0100300-98.2009.5.04.0104, Relator: JOÃ O GHISLENI FILHO, Data de Julgamento:
20/07/2011, 4ª Vara do Trabalho de Pelotas)
Desta feita, como sendo audiência una, poderá sim ser juntado documentos posterior a
defesa nos autos, até a instruçã o, porém devendo ser respeitado o princípio da ampla
defesa e do contraditó rio.
1.2 DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
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Nã o merece prosperar a preliminar trazida pelo reclamante, posto que tendo em vista ser o
entendimento doutriná rio e jurisprudencial majoritá rio que a submissã o dos conflitos
trabalhistas à comissã o de conciliaçã o prévia, prevista na CLT em seus artigos 625-A e
seguintes, é uma faculdade do trabalhador, vem o reclamante a este juízo para buscar a
soluçã o de seu conflito.
2. DO MÉRITO
No mérito da causa, a impugnada alega que agiu de forma correta com o impugnante, sendo
que jamais o ofereceu aviso prévio, se tratando apenas de uma intençã o da mesma, e que
deveras o impugnante abandonou o emprego por nã o mais retornar ao labor, bem como
todos os e-mails juntados ao processo tratam-se de supostas provas ilegais retirados do e-
mail privado da contadora.
2.1. DA ALEGAÇÃO DE PROVA ILÍCITA
Ao contrá rio do aduzido em contestaçã o, o impugnante nã o retirou qualquer documento
juntado aos autos do e-mail de Contador, mas sim do e-mail da pró pria empresa o qual é
liberado a senha a qualquer funcioná rio, nã o sendo juntado pela defesa qualquer
documento que ateste a ilegalidade do conteú do probató rio juntado.
Neste caso para que fosse considerada ilícita qualquer prova juntada pelo impugnante, o
impugnado deveria comprovar a ilicitude, o que nã o ocorreu, e nem poderia ocorrer, em
razã o de que nã o ocorreu ilegalidade alguma em sua produçã o.
Como o e-mail era liberado para o impugnante, nã o há no que se falar em prova ilícita,
apenas se tratando de um claro desrespeito da impugnada, visto a clara e evidente verdade
dos fatos apresentados pelo empregado.
2.2 DO ABANDONO DO EMPREGO
Da mesma forma que o tó pico anterior, a alegaçã o de abandono de emprego nã o merece
prosperar, posto que os documentos trazidos pelo impugnante, sendo o inequívoco
contracheque trazendo seu aviso prévio, sã o provas irrefutá veis de que a impugnada nã o
só possuía a intençã o de demiti-lo, como fez.
Nã o fazendo nenhum sentido todas as convocaçõ es, A.R’s, e publicaçõ es feitas pela
impugnada para a volta ao trabalho do impugnante, posto que ambos mantiveram contato
apó s sua saída, realizando as supracitadas diligências apenas na tentativa em vã o de
produzir provas de que o impugnante deveras supostamente abandonou seu emprego, o
que nunca aconteceu.
Ainda neste sentido, comprova-se ainda mais a conduta danosa da impugnada pelo fato de
juntar uma TRCT em nome do impugnante que nunca foi mostrada ao mesmo, em contra
partida, jamais houve qualquer intençã o da impugnada em arcar com nenhum verba
rescisó ria, fosse qual for o motivo da rescisã o.
Bem como é de fá cil percepçã o que as convocaçõ es feitas pelo impugnado se deram
posteriormente a propositura da açã o, falatndo assim com o â nimo de abandonar, o que já
é pacífico nã o se caracterizar o abandono de emprego, conforme depreende-se em decisõ es
de nossos nobres tribunais, senã o vejamos:
RECURSO ORDINÁ RIO. RESCISÃ O INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO E JUSTA
CAUSA POR ABANDONO DE EMPREGO. NÃ O CONFIGURADAS. 01. Nã o há prova nos autos
da alegada falta grave do empregador que justifique a extinçã o contratual com base na
rescisã o indireta. Por outro lado, nã o se cogita de abandono de emprego, uma vez que os
telegramas para retorno ao trabalho foram enviados pela empresa apó s o ajuizamento da
açã o trabalhista. IMPROCEDÊ NCIA DA PRETENSÃ O DE RESCISÃ O INDIRETA DO
CONTRATO DE TRABALHO. CONSEQUÊ NCIAS JURÍDICAS. DEMISSÃ O X ABANDONO DE
EMPREGO. 02. O ajuizamento de reclamaçã o trabalhista equivale ao prévio aviso ao
empregador, nã o havendo que se falar em justa causa do empregado em caso de
improcedência da pretensã o de resoluçã o indireta, por abandono de emprego. 03. Quando
o empregado abandona o emprego nã o avisa ao empregador de sua intençã o de fazê-lo.
Com açã o o empregado comunica judicialmente ao empregador que considera extinto o
contrato de trabalho, motivo pelo qual se afasta a justa causa obreira reconhecida pela
sentença, e declara-se a terminaçã o contratual por iniciativa do empregado.(TRT-1 – RO:
00106880720135010036 RJ, Relator: SAYONARA GRILLO COUTINHO LEONARDO DA
SILVA, Data de Julgamento: 18/03/2015, Sétima Turma, Data de Publicaçã o: 30/04/2015)
RECURSO ORDINÁ RIO. 1. ABANDONO DE EMPREGO. A justa causa, na modalidade de
abandono de emprego, nã o restou caracterizada, nos termos do art. 482 alínea i da CLT,
pois o elemento objetivo do abandono de emprego nã o se materializou com a ausência por
mais de 30 (trinta) dias, e o elemento subjetivo tampouco se configurou com a intençã o
manifesta e deliberada da Autora de nã o mais retornar ao trabalho. 2. MULTA DO ART. 477
DA CLT. Se nã o forem observados os prazos estabelecidos em lei para o pagamento das
verbas rescisó rias, deverá o patrã o pagar uma multa equivalente ao valor do salá rio do
empregado. A multa prevista no art. 477 da CLT é uma sançã o pelo atraso ou inadimplência
do empregador em quitar todas as verbas que o empregado tem direito. Havendo injustiça
em relaçã o ao modus operandi da extinçã o contratual, há parcelas resilitó rias a serem
pagas ao autor, que nã o foram honradas no momento oportuno, por ter a ré adotado tese
equivocada em relaçã o à dispensa da autora. 3. GESTANTE. CONCEPÇÃ O DURANTE O
CURSO DO AVISO PRÉ VIO. A finalidade do art. 10, II, b, do ADCT, é proteger o nascituro, e,
por isso, concede garantia de emprego à empregada gestante desde a concepçã o até cinco
meses apó s o parto. O direito à estabilidade provisó ria da gestante reconhecido desde o
momento da concepçã o. Assim, nã o há como se afastar a mencionada estabilidade, tendo
em vista que aquela ocorrera, efetivamente, no curso do aviso prévio, quando ainda vigia o
contrato de trabalho firmado entre as partes.(TRT-1 – RO: 00103709420135010045 RJ,
Relator: RELATOR, Data de Julgamento: 03/02/2016, Primeira Turma, Data de Publicaçã o:
14/03/2016)
Desta feita nã o merece prosperar o pedido de declaraçã o de demissã o por justa causa
requerido pela impugnada posto que nunca ocorreu o abandono do emprego, tendo o
impugnado cumprido o aviso prévio e posteriormente deixado de ir ao trabalho por ter
sido demitido sem justa causa, devendo receber as verbas oriundas desta demissã o.
DO DANO MORAL
O impugnante sofreu com as atitudes da impugnada, nã o apenas durante seu labor, mas
também durante a saída da empresa, o que comprova-se pelas provas carreadas nos autos.
Se a impugnada tratou o impugnante desta forma, como se fosse um ignorante e nã o
soubesse seus reais direitos, imagine como nã o era o tratamento do mesmo enquanto
trabalhou para a mesma, se na ausência já o tentou ludibriar os ditames legais, quem dirá
na presença.
Já é pacífico também acerca deste tema nos Tribunais Trabalhistas nacionais, conforme
depreende-se abaixo:
REPARAÇÃ O POR DANOS MORAIS DEVIDA. É certo que o empregador detém o legítimo
poder de direçã o do empreendimento e de direçã o pessoal da prestaçã o de serviços.
Contudo, nã o se pode admitir que, em nome destes poderes, aja com excesso e exponha o
empregado a situaçõ es humilhantes e a situaçã o de maus-tratos. O empregador, no
exercício do seu poder hierá rquico, deve respeitar a integridade psíquica do obreiro, a
dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho consagrados na Constituiçã o
da Republica (art. 1º, III e IV, da CF). O uso de expressõ es injuriosas no tratamento
dispensado pelo superior hierá rquico no ambiente de trabalho atenta contra a dignidade, a
honra e a imagem do empregado e enseja a reparaçã o do dano moral pertinente, consoante
o disposto nos artigos 186 e 927 do atual Có digo Civil e artigo 5º, inciso X, da Constituiçã o
Federal.(TRT-5 – RecOrd: 00010345720145050421 BA 0001034-57.2014.5.05.0421,
Relator: JEFERSON MURICY, 5ª. TURMA, Data de Publicaçã o: DJ 22/07/2015.)
INDENIZAÇÃ O POR DANOS MORAIS. INADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÕ ES TRABALHISTAS.
O inadimplemento de obrigaçã o trabalhista somente enseja indenizaçã o por danos morais
quando evidenciado efetivo constrangimento íntimo a que tenha sido submetido o
trabalhador, o que nã o se confunde com a mera alegaçã o de atraso no pagamento de
obrigaçõ es outras, porquanto fato que se insere na esfera de aborrecimentos cotidianos.
Recurso ordiná rio da reclamante a que se nega provimento. ASSÉ DIO MORAL.
INDENIZAÇÃ O. TRATAMENTO OFENSIVO E EXTREMAMENTE AGRESSIVO POR PARTE DE
SUPERIOR HIERÁ RQUICO. RECURSO DA AUTORA PROVIDO. Configurados os reiterados
maus tratos oriundos de ofensas diretas e tratamento extremamente agressivo à
reclamante por seu superior direto, mormente em razã o de ofensas proferidas em pú blico,
resta caracterizada pressã o psicoló gica tendente a desestruturar o trabalhador
intimamente e em seu ambiente de trabalho. Presumidos os danos morais. Demonstrada a
prá tica ilícita, o nexo causal permeado pelo dolo do agente sem que seu empregador tenha
tomado medidas efetivas para coibir tal prá tica, bem como efetivo dano infligido à
reclamante, imperativa a condenaçã o da reclamada ao pagamento de indenizaçã o por
danos morais em importe condizente com o dano causado, as condiçõ es só cioeconô micas
da reclamante, a capacidade econô mica do reclamado e os necessá rios aspectos
compensató rios e pedagó gicos da puniçã o, a fim de que tais prá ticas nã o mais se repitam
nos ambientes de trabalho.(TRT-2 – RO: 00017472920125020019 SP
00017472920125020019 A28, Relator: ROSA MARIA ZUCCARO, Data de Julgamento:
23/04/2014, 2ª TURMA, Data de Publicaçã o: 29/04/2014)
Resta claro que apó s comprovar o ocorrido mediante testemunhas o impugnante sofreu
pelos constrangimentos que foram causados pelo tratamento submetido pela impugnada,
antes e depois de sair de seu labor.
DOS CALCULOS E VALOR REQUERIDO EM SENTENÇA
Nã o merece prosperar o alegado em contestaçã o acerca de um suposto cerceamento de
defesa, haja vista que todos os valores estã o descriminados nos pedidos, bem como suas
origens, deixando claro qual o intuito do impugnante ao requer a condenaçã o no valor
determinado, porém caso Vossa Excelência entender ser de direito um valor menor, da
mesma forma entenderá como justo.
DOS DOCUMENTOS JUNTADOS PELA DEMANDADA
Pugna o impugnante pelo indeferimento de todos os documentos juntados pela impugnada,
posto nã o se fazer presente os requisitos de validade para ser utilizado como fundamento
para juízo de valor, bem como alguns nem utilidade tem para o tema, servindo apenas para
confundir a mente do nobre julgador.
DOS PEDIDOS
ISTO POSTO, requer a Vossa Excelência, que se digne em acolhendo as razõ es supra
enfocadas REJEITAR O REQUERIDO EM CONTESTAÇÃ O proposta pelo impugnado, para o
prosseguimento da açã o até a integral satisfaçã o, ao passo que reitero todos os pedidos
constantes em Exordial, por ser da mais alta e salutar JUSTIÇA!
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
… (Município – UF), … (dia) de … (mês) de … (ano).
ADVOGADO
OAB nº …. – UF
Atenção

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