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Local, data.

NOME DA PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA


A SER NOTIFICADA
A/C Diretoria
ENDEREÇO

Ref.: NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL | VIOLAÇÃO DE


PROPRIEDADE INDUSTRIAL | IMPOSIÇÃO DE ABSTENÇÃO DE
USO DE MARCA REGISTRADA ALHEIA

Prezados Senhores:

1. Na condição de procuradora constituída por XXXXXXX, na pessoa de seu


representante legal, XXXXXXX, doravante denominada NOTIFICANTE, vimos, por meia
desta, NOTIFICAR vossas senhorias, representantes de XXXXXX, doravante denominada
NOTIFICADA, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:

DAS MARCAS

2. Nos termos da Lei 9.297/96 (Lei da Propriedade Industrial – LPI), considera-se marca
os sinais distintivos usados para distinguir um produto ou serviço de outro idêntico,
semelhante ou afim, de origem diversa (artigos 122 e 123, I).
3. Conforme dispõe a LPI, ao titular será assegurado o direito de obter registro de marca
que lhe confira a propriedade, o qual é comprovada pelo Certificado validamente expedido
pelo Instituto de Propriedade Industrial – INPI (artigo 129).

4. O registro da marca confere ao seu titular o direito de impedir que terceiro use como
sinal distintivo reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de
sua marca, para distinguir serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar
confusão ou associação com sua marca (artigo 124, XIX c/c artigo 129 e 130, I).

5. A mesma lei supracitada tipifica como crime a cópia ou imitação da marca, prevendo
desde logo, o pagamento de indenização, como se vê

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA AS MARCAS

        Art. 189. Comete crime contra registro de marca quem:

        I - reproduz, sem autorização do titular, no todo ou em parte, marca registrada,


ou imita-a de modo que possa induzir confusão; ou

        II - altera marca registrada de outrem já aposta em produto colocado no


mercado.

        Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

(…)

Art. 210. Os lucros cessantes serão determinados pelo critério mais favorável ao
prejudicado, dentre os seguintes:

        I - os benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação não tivesse


ocorrido; ou

        II - os benefícios que foram auferidos pelo autor da violação do direito; ou


        III - a remuneração que o autor da violação teria pago ao titular do direito
violado pela concessão de uma licença que lhe permitisse legalmente explorar o
bem.

6. Nesse tocante, segundo magistério de Denis Borges Barbosa:

Um competidor pratica a concorrência desleal quando se aproveita do esforço de


outro, que se esmera na difícil tarefa de constantemente inovar e se diferenciar em
seu segmento mercadológico, copiando as características não funcionais do
negócio, produto ou serviço daquele competidor, com o escopo de poupar esforço e
dinheiro e desviar a clientela alheia, criando confusão ao consumidor. 1

7. Da mesma forma, na âmbito do Direito Civil, é pacífico o entendimento de que a


violação à propriedade industrial (marca registrada), na modalidade contrafação (cópia ou
imitação) causa danos indenizáveis tanto materiais como morais, sendo estes
configurados como dano presumido (in re ipsa). Nesse sentido, a decisão do Superior
Tribunal de Justiça no REsp 1.661.176, de lavra da Ministra Nancy Andrighi:

RECURSO ESPECIAL. PROPRIEDADE INDUSTRIAL. DIREITO MARCÁRIO.


INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO LEGAL VIOLADO. AUSENTE. SÚMULA 284/STF.
FUNDAMENTO DO ACÓRDÃO NÃO IMPUGNADO. SÚMULA 283/STF.
CONTRAFAÇÃO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. DESNECESSIDADE DE
COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. DANO IN RE IPSA.
(...) 5- Os danos suportados pela recorrida decorrem de violação cometida ao
direito legalmente tutelado de exploração exclusiva das marcas por ela registradas.
6- O prejuízo suportado prescinde de comprovação, pois se consubstancia na
própria violação do direito, derivando da natureza da conduta perpetrada. A
demonstração do dano se confunde com a demonstração da existência do fato –
contrafação –, cuja ocorrência é premissa assentada pelas instâncias de origem.
Precedentes. 7- A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de entender cabível a
compensação por danos morais experimentados pelo titular de marca alvo de
contrafação, os quais podem decorrer de ofensa à sua imagem, identidade ou
credibilidade. 8- Recurso especial não provido.

DOS DIREITOS DA NOTIFICANTE

8. A notificante é titular da marca XXXXXXX, mediante Certificado de Registro número


XXXXXXX (juntar cópia do Certificado), com vigência plena OU é titular do pedido de
registro da marca XXXXXXX de número XXXXXXXXX.

9. Assim, tem assegurado o direito de uso exclusivo das marcas, em todo o território
nacional, bem como o direito de recorrer aos meios legais para zelar pela sua integridade.

1 <http://www.denisbarbosa.addr.com/arquivos/novidades/concorrencia_desleal.pdf>
DA VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DA NOTIFICANTE PELA NOTIFICADA

10. A notificada vem utilizando, em segmento de mercado idêntico ao da notificante, sinal


distintivo que imita as marcas de titularidade do notificante, conforme quadro abaixo:

Marca da Notificante Marca da Notificada

COLA A IMAGEM DA MARCA COLAR IMAGEM DA MARCA

11. Seguem anexos documentos comprobatórios da violação aos direitos da notificante


pela notificada (juntar fotos, prints de redes sociais, anúncios, etc.)

12. Decorre dos direitos de propriedade industrial, a possibilidade de fazer cessar o uso
indevido, bem como buscar ressarcimento dos danos sofridos e, ainda, valer-se do poder
punitivo estatal, mediante queixa, visando a reprimir os ilícitos penais praticados.

DOS PEDIDOS

13. Ante o exposto, tendo em vista seu legítimo interesse em fazer cessar quaisquer atos
violadores de seus direitos de propriedade industrial, sob pena das medidas judicias
cabíveis, requer a notificante que, no prazo de 10 (dez) dias corridos, a contar do
recebimento desta notificação, os senhores adotem as seguintes providências.

i. Comprometam-se a abster-se de utilizar a marca XXXXXXX na identificação de


seus produtos ou serviços, mediante anúncios publicitários, letreiros, fachada de
estabelecimento, adesivagem de veículos, impressos e quaisquer outros meios que
ao público se revele.
ii. Comprometam-se a abster-se de utilizar a marca XXXXXXXX nos meios
eletrônicos, avatares, anúncios no google ou demais buscadores, domínio de
internet, endereço eletrônico de e-mail e em redes sociais, como facebook,
instagram e youtube.
iii. Comprometam-se a abster-se de utilizar a marca XXXXXXX de qualquer outra
forma, diversa das acima apontada.
iv. Não depositem pedido de registro ou utilizem outro sinal distintivo que imite ou
reproduza as marcas do notificante.
v. Enviem para o endereço XXXXXXXXXX, no prazo acima referido, informações
escritas acerca das providências adotadas em atendimento ao ora solicitado

Certos do acatamento dos pedidos e da possibilidade de resolução extrajudicial do


presente litígio, subscrevemo-nos.

ASSINATURA DO TITULAR DA MARCA OU SUA (CASO TENHA PROCURAÇÃO)

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