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a) Quem será o titular dos direitos relativos à patente, considerando que a pesquisa foi

realizada na Unochapecó? Os pesquisadores possuem algum direito?


Quanto à titularidade: De acordo com a Política de Propriedade Industrial e Transferência de
Tecnologia da Unochapecó, conforme previsto no artigo 2º, a titularidade pertence à Fundação
Universitária do Desenvolvimento do Oeste - Fundeste, entidade que mantém a Unochapecó, e a
titularidade relativa à propriedade intelectual sujeita a direitos de propriedade industrial é de
propriedade do professor, pesquisadores, estagiários, alunos, funcionários, bolsistas, prestadores de
serviços por meio do uso de recursos, dados, meios, informações, proteção de equipamentos
desenvolvidos, patentes de invenções, modelos de utilidade, marcas ou desenhos industriais e
outros componentes da infraestrutura da Universidade, que se caracteriza por ser gerada nas
seguintes condições: inc l, ll e II.
Quanto aos pesquisadores: após a análise e parecer do Núcleo de Inovação e Transferência de
Tecnologia (NITT), a Fundeste ou sua representante Universidade Unochapecó terão o direito de
registrar a invenção devidamente proposta pela Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento, o
título será ser garantido ao inventor, e em seu próprio nome será concedido gratuitamente.

b) Elabore o instrumento jurídico correspondente para adequar a titularidade da patente


junto a universidade.
TERMO DE CESSÃO DE USO DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Pelo presente instrumento, de um lado, como o CEDENTE e Autor do Projeto,


_________________________________________________________________________,
RG_________________________________, inscrito no CPFn.º___________________,
residente e domiciliado na Rua _______________________________________________
e, de outro lado, como CESSIONÁRIOS, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial –
SENAI CETIQT, Centro de ***************************************, pessoa jurídica de direito
privado, inscrito no CNPJ sob o n.º 03.891.125/0001-42 sede na Rua Dr. Manoel Cotrim,
195 – Riachuelo – RJ, têm justo e acordado o presente Contrato de Cessão de Uso dos
Direitos de Propriedade Industrial, em caráter universal, total e definitivo, que se faz por
prazo indeterminado e gratuito, mediante as seguintes cláusulas e condições:

Cláusula Primeira: Do Objeto

Pelo presente Instrumento Particular de Cessão de Uso e na melhor forma de direito, o


CEDENTE e AUTOR do PROJETO cede aos CESSIONÁRIOS o direito de uso da
propriedade intelectual da obra PESQUISA Y.

Parágrafo Primeiro: O CEDENTE declara, sob as penas da lei e sob sua inteira e exclusiva
responsabilidade, que é o autor e proprietário da obra acima especificada,
responsabilizando-se por qualquer dano que venha a causar aos CESSIONÁRIOS.
Parágrafo Segundo: O CEDENTE responde integralmente pela originalidade do produto
e/ou processo objeto do Projeto PESQUISA Y bem como, pelos conceitos ideológicos e
pessoais que envolvam terceiros ou de outra ordem neles contidos.

Parágrafo Terceiro O CEDENTE declara não existir nenhuma proibição vinculada à


divulgação da obra, produto ou processo objeto do PROJETO, desonerando, também, a
UNOCHAPECO de todas e quaisquer responsabilidades oriundas da utilização do material
por si ou de terceiros.

Parágrafo Quarto: Fica garantido ao CEDENTE todos os direitos de propriedade intelectual


relativos ao PROJETO, podendo o CESSIONÁRIO ser cotitular dos referidos direitos, desde
que acordado entre ambas as partes e estipulado em contrato específico.

Cláusula Segunda: Da Responsabilidade do CEDENTE O CEDENTE

O CEDENTE assume toda e qualquer responsabilidade pela originalidade da criação do


objeto do presente instrumento, e se obriga a responder civil e penalmente por qualquer
reclamação à autoria desta obra.

Cláusula Terceira: Da vigência

A cessão de direitos autorais objeto do presente Contrato tem vigência por prazo
indeterminado, a contar da assinatura deste instrumento, podendo ser alterada através de
Termos Aditivos a este Contrato, livre e expressamente pactuados entre as partes.

Cláusula Quarta: Disposições Gerais

I - Este contrato, além de seu conteúdo específico, reger-se-á pelas disposições legais
existentes, apropriadas à natureza jurídica do ora pactuado.

II - A presente cessão será efetuada a título gratuito.

III - Por estarem justos e acordados, perante as testemunhas, datam e assinam o presente,
em três vias de iguais teor e forma, para a produção de todos os seus efeitos.

_____________________________ _____________________________
Diretor Executivo Autor do Projeto CEDENTE
*********************************** ***********************************

TESTEMUNHAS:

______________________________ ______________________________

Nome Nome

CPF CPF
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA
CÍVEL DA COMARCA DE CHAPECÓ, SANTA CATARINA

A tecnologia Avançada LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o nº 41.768.978/0001-85, localizada na Rua Equador, n° 270-
D, Bairro Líder, Chapecó, SC, CEP: 89.805-210, endereço eletrônico
tecnologiaavancadaltda@gmail.com, vem, respeitosamente, por seu sócio e
administrador Pedro Moisés, à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo
319, do Código de Processo Civil, propor:

AÇÃO INDENIZATÓRIA
(com fulcro na lei 9.279/96)

em desfavor de JC Eletrônica LTDA, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.142.790/0001-40, localizada na Rua
Desbravador, nº 340- E, Bairro Paraíso, Chapecó, SC, CEP: 89.830-000, endereço
eletrônico desconhecido, consubstanciado nos fundamentos fáticos e jurídicos a
seguir esposados:

1 – DA SÍNTESE DAS ALEGAÇÕES

A Tecnologia Avançada LTDA trabalha com insensibilizadores para


abate animal, uma etapa obrigatória pela legislação atual (IN 03/2000), que tem por
objetivo colocar o animal em estado de inconsciência, que perdure até o fim da
sangria, não causando sofrimento desnecessário.
Ocorre que, após, aproximadamente 7 anos de estudos, a Tecnologia
Avançada LTDA, desenvolveu uma nova tecnologia que envolvem a insensibilização
de peixes, tecnologia que está devidamente patenteada, através de patente de
invenção, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial- INPI, conforme anexo
abaixo:

1
Durante os estudos, o antigo colaborador da empresa, João da Silva
(CTPS anexado abaixo), participou da parte do processo de desenvolvimento da
tecnologia (insensibilização de peixes), sendo que, após 5 anos, o mesmo deixou o
quadro de colaboradores da Tecnologia Avançada LTDA, e constituiu sociedade
empresária com Carlos Souza, também ex-funcionário da firma:

2
A empresa foi denominada como JC Eletrônica LTDA, constituída
em 20/08/2021, conforme anexo abaixo, cuja atividade principal é idêntica à exercida
pela Tecnologia Avançada LTDA, numa completa violação ao segredo industrial.

3
Por isso, deverá a Ré, ser condenada ao pagamento de indenização
à Autora, bem como que deixe de utilizar a tecnologia desenvolvida pela requerente,
pelos fatos e fundamentos a que seguem.

2 – DO DIREITO

Nos termos do artigo 173 da LPI, a ação de nulidade poderá ser


proposta pelo INPI ou por qualquer pessoa com legítimo interesse, como é o caso do
Autor.

2.1- DO DIREITO A INDENIZAÇÃO

Conforme relatado, a tecnologia patenteada (insensibilizadores de


peixes) é idêntica à tecnologia utilizada e já registrada pelo autor, conforme
demonstrado nos autos.

Dessa forma, torna-se notório o direito a indenização, de acordo

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com Arts 44 e 210 da Lei 9279/96 do Código de Processo Civil:

Art. 44. Ao titular da patente é assegurado o direito de obter indenização pela


exploração indevida de seu objeto, inclusive em relação à exploração ocorrida entre
a data da publicação do pedido e a da concessão da patente.

§ 1º Se o infrator obteve, por qualquer meio, conhecimento do conteúdo do pedido


depositado, anteriormente à publicação, contar-se-á o período da exploração
indevida para efeito da indenização a partir da data de início da exploração.

§ 2º Quando o objeto do pedido de patente se referir a material biológico,


depositado na forma do parágrafo único do art. 24, o direito à indenização será
somente conferido quando o material biológico se tiver tornado acessível ao público.

§ 3º O direito de obter indenização por exploração indevida, inclusive com


relação ao período anterior à concessão da patente, está limitado ao conteúdo do
seu objeto, na forma do art. 41.

Art. 210. Os lucros cessantes serão determinados pelo critério mais favorável ao
prejudicado, dentre os seguintes:

I - os benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação não tivesse ocorrido;


ou

II - os benefícios que foram auferidos pelo autor da violação do direito; ou

III - a remuneração que o autor da violação teria pago ao titular do direito


violado pela concessão de uma licença que lhe permitisse legalmente explorar o
bem.

2.2- TECNOLOGIA SEMELHANTE: CONFUSÃO

Em acréscimo, nos termos da Lei da Propriedade Industrial, não é


possível registrar sinal ou expressão que reproduza de forma semelhante o nome
empresarial de um negócio que possa causar confusão ao cliente, in verbis:

Art. 124. Não são registráveis como marca:


(...)
XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que
com acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou
certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim,

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suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia;

O titular desta marca depositada atua no mesmo segmento do


opoente, vejamos:

Objeto social do Opoente: Tecnologia de Insensibilização de Peixes

Objeto social do Titular: Tecnologia de Insensibilização de Peixes

Ou seja, a atuação no mesmo segmento agrava a situação de


convivência de duas marcas semelhantes, possibilitando que o consumidor seja
induzido em erro quanto à origem dos produtos, conforme já sinalizado pela
jurisprudência:

PROPRIEDADE INDUSTRIAL - MARCA - NULIDADE DE


REGISTRO DE MARCA - ANTERIORIDADE IMPEDITIVA.
ART. 124, XIX, DA LPI - COLIDÊNCIA CONFIGURADA.
SEGMENTOS MERCADOLÓGICOS AFINS. - (...) A função
principal das marcas é distinguir os produtos de outros
idênticos, semelhantes ou afins, de origens diversas, nos
termos do artigo 123, I, da Lei nº 9279/96, bem como de
identificação da origem dos produtos. - Considerando o princípio da
especialidade, o que conta é uma eventual estreita afinidade entre os
produtos e seus respectivos segmentos de mercado. - Configurado o
risco de confusão entre as marcas mistas xxx, das empresas autora e
ré, quando consideradas como produtos pertencentes a segmentos
de mercado afins - comércio de roupas e acessórios e comércio de
bijuterias - implicando, assim, na impossibilidade de convivência
entre marcas, incidindo na vedação do artigo 124, XIX, da LPI,
em razão de que tal semelhança possibilita erro, dúvida ou
confusão entre os consumidores. Procedência do pedido de
nulidade do registro n.º 901.238.171, para a marca mista xxx, na

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classe NCL (7) 35, de titularidade da empresa ré. - Precedentes
jurisprudenciais. - (...) (TRF-2 - AC: 01299881720144025101 RJ
0129988-17.2014.4.02.5101, Relator: PAULO ESPIRITO SANTO,
Data de Julgamento: 17/07/2017, 1ª TURMA ESPECIALIZADA,
#84837307) #4837307

No presente caso, é inequívoco que o autor fará associação da nova


tecnologia à tecnologia do opoente, podendo concluir falsamente tratar-se de uma
repaginação de layout, o que deve ser evitado.

A base de uma tecnologia exige muito tempo, trabalho e estudo na


construção de credibilidade, não podendo ser usurpada deliberadamente por uma
empresa nova no segmento.

2.3- TECNOLOGIA COM REGISTRO ANTERIOR

A Tecnologia de Insensibilização de Peixes, depositada pelo titular


Tecnologia Avançada LTDA é idêntica à tecnologia nova de JC Eletrônica LTDA de
titularidade e registrada em nome do opoente desde 20/08/2021, conforme registro
que junta em anexo.

Tal prática fere claramente a previsão legal disposta ao Art 124 da


LPI 9279/96:

Art. 124. Não são registráveis como marca:


(...)
XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que
com acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou
certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível
de causar confusão ou associação com marca alheia.

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Trata-se de situação que fere gravemente o princípio da
anterioridade do registro, pois trata-se de terceiro que tenta usufruir de marca já
solidificada no mercado, devendo ser indeferido, conforme entendimento da
jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL - PROPRIEDADE INDUSTRIAL -


NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO -
INDEFERIMENTO DE REGISTRO - COLIDÊNCIA ENTRE
AS MARCAS "FRONTIER" E "FRONTIERA" - SEGMENTO
DE MERCADO AFIM - RISCO DE CONFUSÃO E
ASSOCIAÇÃO INDEVIDA - ART. 124, XIX, DA LPI -
RECURSO DESPROVIDO. I - Em havendo colidência entre
marcas assemelhadas, dentro do mesmo ramo de atividade, ou
afim, deve prevalecer o registro efetuado em data anterior, em
face do disposto no art. 124, XIX, da LPI; II - O indeferimento
da marca da apelante deve ser mantido não apenas por haver risco
de confusão quanto ao consumo dos produtos, mas, sobretudo, ante
a possibilidade de causar associação indevida com marca alheia,
levando o público consumidor a pensar que adquiriu produto de
uma determinada empresa, quando, na verdade trata-se do produto
de outra; III - Apelação desprovida. (TRF-2 - AC:
08001895820094025101 RJ 0800189-58.2009.4.02.5101, Relator:
ANTONIO IVAN ATHIÉ, Data de Julgamento: 12/06/2017, 1ª
TURMA ESPECIALIZADA, #64837307)

Ademais, não há que se falar de exceção ao requisito da


anterioridade, uma vez que restam comprovados que o registro do autor é anterior à
tecnologia usada por JC Eletrônica LTDA.

2.4- TECNOLOGIA DE USO ANTERIOR

A Tecnologia depositada pelo titular JC Eletrônica LTDA é idêntica

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à Tecnologia Avançada LTDA tecnologia de titularidade do autor e de uso ostensivo
por mais de 6 (seis) meses, conforme provas que faz em anexo.

Trata-se de situação que flexibiliza o princípio da anterioridade do


registro, pois trata-se de terceiro de boa-fé que já usufrui há mais tempo os benefícios
e notoriedade da marca, conforme clara previsão da LPI 9279/96:

Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro


validamente expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo
assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional,
observado quanto às marcas coletivas e de certificação o disposto
nos arts. 147 e 148.
§ 1º Toda pessoa que, de boa fé, na data da prioridade ou
depósito, usava no País, há pelo menos 6 (seis) meses, marca
idêntica ou semelhante, para distinguir ou certificar produto ou
serviço idêntico, semelhante ou afim, terá direito de precedência ao
registro.

Ou seja, trata-se de exceção ao requisito da anterioridade em face da


boa-fé do opoente, que jamais teve qualquer informação sobre necessidade de registro
e levou anos para solidificar um nome forte e dar credibilidade à marca.

Como prova do uso da tecnologia, junta em anexo, configurando o


direito do opoente, conforme precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE PRECEITO


COMINATÓRIO COM PLEITO DE ABSTENÇÃO DO USO
DE MARCA, DANOS MORAIS E PERDAS E DANOS. (...) .
"Independentemente da data da prioridade ou do depósito da
marca comercial, a Lei n. 9.279/96, em seu art. 129, § 1º,
assegura essa prioridade a quem, comprovadamente, já a
usava há mais de seis meses antes da data do depósito por

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terceiro. Para os efeitos do referido dispositivo legal, não há que se
considerar a condição de ex-sócio, da beneficiária da marca, do
representante legal da empresa que reivindica a prioridade,com base
também no uso anterior da marca". (TJ-SC - AC:
00010699520058240051 Ponte Serrada 0001069-95.2005.8.24.0051,
Relator: José Maurício Lisboa, Data de Julgamento: 09/10/2017,
Câmara Especial Regional de Chapecó, #94837307)

Informa, por fim, ter dado entrada em 20/08/2021, ao pedido do


registro da tecnologia em seu nome, conforme protocolo em anexo.

2.5- DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

Para demonstrar o direito arguido no presente pedido, o autor


pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:

a) Depoimento pessoal, para esclarecimentos sobre os fatos, nos termos do Art. 385
do CPC;

b) Obtenção de documentos indicados, junto ao juízo nos termos do Art. 396 do


CPC;

c) Reprodução cinematográfica a ser apresentada em audiência nos termos do


Parágrafo Único do Art. 434 do CPC;

d) Análise pericial das Tecnologias abordadas nos termos do Art. 201 da LPI;

e) Demais diligências que achar necessário.

Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova pericial,


pois trata-se de meio mínimo necessário a comprovar o direito pleiteado, sob pena de
grave cerceamento de defesa:

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CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DA
PRODUÇÃO DE PROVA ORAL E COMPLEMENTAÇÃO DE
PERÍCIA. Constitui-se cerceamento de defesa o indeferimento da
produção de prova oral e prova técnica visando comprovar tese da
parte autora, considerando o julgamento de improcedência do
pedido relacionado a produção da prova pretendida. (TRT-4 - RO:
00213657920165040401, Data de Julgamento: 23/04/2018, 5ª
Turma, #74837307)

Tratam-se de provas necessárias ao contraditório e à ampla defesa,


conforme dispõe o Art. 369 do Novo CPC, "As partes têm o direito de empregar
todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste
Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz."

Trata-se da positivação ao efetivo exercício do contraditório e da


ampla defesa disposto no Art. 5º da Constituição Federal:

"Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;(...)"

A doutrina ao disciplinar sobre este princípio destaca:

"(...) quando se diz "inerentes" é certo que o legislador quis


abarcar todas as medidas passíveis de serem desenvolvidas
como estratégia de defesa. Assim, é inerente o direito de apresentar as
razões da defesa perante o magistrado, o direito de produzir provas, formular
perguntas às testemunhas e quesitos aos peritos, quando necessário, requerer o
depoimento pessoal da parte contrária, ter acesso aos documentos juntados aos
autos e assim por diante." (DA SILVA, Homero Batista Mateus. Curso
de Direito do Trabalho Aplicado - vol. 8 - Ed. RT, 2017. Versão

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ebook. Cap. 14)

Para tanto, o autor pretende instruir o presente com as provas acima


indicadas, sob pena de nulidade do processo.

2.6- DA TUTELA DE URGÊNCIA

No presente caso, a nulidade é latente, merecendo a suspensão


liminar dos efeitos do registro, nos termos do Art. 173, parágrafo único da LPI.

Ademais, nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo."

No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados,


vejamos:

A probabilidade do direito resta caracterizada diante da


demonstração inequívoca de que a Tecnologia Avançada LTDA está sendo
prejudicada com o feito.

Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para


aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o autor a


esperar o tempo necessário à produção da provas dos fatos impeditivos,
modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da
prova e a demora inerente à prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente
o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e
Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)

Já o risco da demora, fica caracterizado pelo agravamento, ou seja,


tal circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do processo,
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conforme leciona Humberto Theodoro Júnior:

"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao


interesse demonstrado pela parte", em razão do "periculum in mora",
risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que e a plausibilidade do
direito substancial consubstancia-se no direito "invocado por quem pretenda
segurança, ou seja, o "fumus boni iuris" (in Curso de Direito Processual
Civil, 2016. I. p. 366).

Por fim, cabe destacar que o presente pedido não caracteriza


conduta irreversível, não conferindo nenhum dano ao réu.

Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado


receio de dano irreparável, sendo imprescindível a tutela de urgência nos termos do
Art. 300 do CPC.

3- DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, REQUER:

1. O deferimento do pedido liminar, para fins de suspender o registro da


tecnologia proposta por JC Eletrônica LTDA;

2. A citação do Réu para responder, querendo;

3. A total procedência da ação para DECLARAR A NULIDADE DA


TECNOLOGIA de JC Eletrônica LTDA;

4. A produção de todas as provas admitidas em direito;

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5. Seja requisitada à Repartição Pública a emissão de certidão de Patente,
necessária à comprovação do direito aqui pleiteado nos termos do art. 438 do
CPC;

6. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos


parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).

Nestes termos, pede e aguarda deferimento.

Chapecó-SC, 14 de setembro de 2022.

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Termo de Confidencialidade

O presente termo de confidencialidade particular é celebrado entre, de um lado, MF


TECNOLOGIAS AVANÇADAS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob
o CNPJ n° 41.768.978/0001-85, localizada na Rua Equador n°270D, Bairro Líder
Chapecó SC, neste ato representada por seu sócio Sr. PEDRO MOISES, adiante
denominado REVELADORA, e de outro lado, Sr. JOSÉ VIEIRA DA SILVA,
brasileiro, solteiro, advogado inscrito sob o CPF n° 132.896.789-11 e RG n° 6.131.883,
domiciliado na Rua Tapajós n°24, bairro Orquídeas na cidade de Chapecó SC adiante
denominado RECEPTORA, os quais se comprometem mediante as seguintes cláusulas
e condições:

Cláusula primeira: O objeto do presente termo tem o intuito de evitar a divulgação,


venda, reprodução, cópia e/ou qualquer outra forma de utilização das informações
confidenciais trocadas entre PARTE REVELADORA e a PARTE RECEPTORA por
ocasião da realização do seguinte projeto idealizado pela PARTE REVELADORA;

Cláusula segunda: A não utilizar as informações confidenciais a que tiver acesso, para
gerar benefício próprio exclusivo e/ou unilateral, em prejuízo a atividade produtiva e/ou
intelectual da PARTE REVELADORA,

Cláusula terceira: A não apropriar-se para si ou para outrem de material confidencial


e/ou sigiloso que venha a ser disponibilizado no momento da análise, consultorias e/ou
proposição e implementação de soluções tecnológicas;

Cláusula quarta: Caso a PARTE RECEPTORA se desligue da PARTE


REVELADORA, o mesmo ficará expressamente proibido de trabalhar ou atuar com
segmento igual ou similar ao contratado, de no mínimo 5 (cinco) anos.

Cláusula quinta: Caso ocorra a violação dispostas nas cláusulas anteriores será aplicada
uma multa no valor de R$500.000,00 (quinhentos mil reais) e juros de mora de 1% (Um
Por cento) ao mês.

Cláusula sexta: As partes de comum acordo elegem o Foro da Comarca de Chapecó para
dirimir as dúvidas do presente termo.
As partes se obrigam mutuamente com as obrigações estabelecidas, firmando o termo de
Confidencialidade em duas vias de igual teor e forma, juntamente com duas testemunhas,
Chapecó SC 18 de maio de 2022.

______________________ _______________________
TECNOLOGIAS AVANÇADAS LTDA JOSÉ VIEIRA DA SILVA
CNPJ: 41.768.978/0001-85 CPF: 132.896.789-11

_____________________ _______________________
TESTEMUNHA 1 TESTEMUNHA 2
CPF: CPF:
Termo de Consentimento

O presente termo de consentimento para compartilhamento de dados pessoais é celebrado


entre, de um lado TECNOLOGIAS AVANÇADA LTDA, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita sob o CNPJ n° 41.768.978/0001-85, localizada na Rua Equador n°270D,
Bairro Líder Chapecó SC, neste ato representado por seu sócio e administrador Sr.
PEDRO MOISES, brasileiro, solteiro, empresário, inscrito no RG sob o número
6.131.883 e CPF sob o número 132.896.789-11, domiciliado na Rua Gaspar de Lemos,
95- E, bairro Passo dos Fortes, na cidade de Chapecó-SC, adiante denominado
CONTROLADOR, e de outro lado, Sr. JOSÉ VIEIRA DA SILVA, brasileiro, solteiro,
Mecânico Industrial, inscrito sob o CPF n° 101.821.679-12 e RG n° 8.234.563,
domiciliado na Rua Tapajós n°24, bairro Orquídeas, na cidade de Chapecó-SC, adiante
denominado TITULAR, os quais se comprometem mediante as seguintes cláusulas e
condições:

O Presente Termo de Consentimento busca garantir a confiança e


transparência da TECNOLOGIA AVANÇADA LTDA com os seus colaboradores, em
relação ao compartilhamento de seus dados pessoais para realização de trabalhos em
outras empresas. Parte dessa confiança está no cumprimento da legislação aplicável à
TECNOLOGIA AVANÇADA LTDA, em especial, a Lei Geral de Proteção de Dados
(LGPD).
A LGPD estabelece princípios e condições para o adequado uso, coleta
e tratamento em geral de dados pessoais. Para atender a LGPD a TECNOLOGIA
AVANÇADA LTDA formula o presente instrumento capaz de obter o consentimento do
colaborador para o compartilhamento de dados pessoais sensíveis.

Cláusula primeira: O Controlador responsabiliza-se pela manutenção de medidas de


segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não
autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou ilícito.
Cláusula segunda: Em conformidade ao art. 48 da Lei nº 13.709, o Controlador
comunicará ao Titular e à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) a
ocorrência de incidente de segurança que possa acarretar risco ou dano relevante ao
Titular.
Cláusula terceira: O Controlador poderá manter e tratar os dados pessoais do Titular
durante todo o período em que o titular permaneça vinculado a empresa Tecnologia
Avançada LTDA, desde que forem pertinentes ao alcance das finalidades listadas neste
termo. Dados pessoais anônimos, sem possibilidade de associação ao indivíduo, poderão
ser mantidos por período indefinido.
Cláusula quarta: O Titular tem direito a obter do Controlador, em relação aos dados por
ele tratados, a qualquer momento e mediante requisição: I - confirmação da existência de
tratamento; II - acesso aos dados; III - correção de dados incompletos, inexatos ou
desatualizados; IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários,
excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto na Lei nº 13.709; V -
portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, mediante requisição
expressa e observados os segredos comercial e industrial, de acordo com a
regulamentação do órgão controlador; V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de
serviço ou produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regulamentação da
autoridade nacional, observados os segredos comercial e industrial; VI - eliminação dos
dados pessoais tratados com o consentimento do titular, exceto nas hipóteses previstas no
art. 16 da Lei nº 13.709; VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais
o controlador realizou uso compartilhado de dados; VIII - informação sobre a
possibilidade de não fornecer consentimento e sobre as consequências da negativa; IX -
revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. 8º da Lei nº 13.709.

Cláusula sexta: As partes de comum acordo elegem o Foro da Comarca de Chapecó para
dirimir as dúvidas do presente termo.

As partes se obrigam mutuamente com as obrigações estabelecidas, firmando o termo de


consentimento em duas vias de igual teor e forma, juntamente com duas testemunhas,
Chapecó-SC, 22 de setembro de 2022.

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TECNOLOGIA AVANÇADA LTDA JOSÉ VIEIRA DA SILVA
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TESTEMUNHA 1 TESTEMUNHA 2
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