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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (X) VARA DA

COMARCA DE LUZ/MG

Camisaria da Moda S/A, empresa de direito privado, inscrita no CNPJ


sob o nº XXX, sediada à XXX, por meio de seu sócio gerente (nome completo,
nacionalidade, estado civil, CPF, RG, residente e domiciliado à), (contrato
social anexo) e por intermédio de seu advogado que a esta subscreve
(instrumento de mandato anexo), com fulcro no artigo 130 da Lei 9279/96, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, propor:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER C/C PEDIDO DE INDENIZÇÃO E


TUTELA DE URGÊNCIA

             Em face de C&A e CIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob o nº XXX, com sede à Rua X, nº.: X, bairro: X, XXX/XX,
representada neste ato por seu representante legal (procuração em anexo),
pelos fatos e fundamentos as seguir aduzidos:

DOS FATOS

1. A sociedade empresária Camisaria da Moda S/A arrendou o imóvel


onde está localizado um de seus estabelecimentos, situado em Luz/ MG,
para a sociedade C&A & CIA LTDA. A arrendatária atua no mesmo ramo de
negócio da arrendadora. 

O contrato, celebrado em 13 de janeiro de 2020, tem duração de cinco


anos e estabeleceu, como foro de eleição, a cidade de Luz/ MG. Não há
previsão, no contrato, quanto à vedação ou à possibilidade de concorrência
por parte do arrendador, o objeto era apenas a cessão do imóvel, com as
características que ele se encontra.

Em 22 de fevereiro de 2022, Marcus Caetano, administrador e


representante legal da arrendadora, narra que desde o início do contrato a
arrendatária começou a utilizar a marca do arrendador, mesmo sabendo que
nos municípios vizinhos a Camisaria mantinha suas lojas e clientela. Cientes
da situação, partir de março de 2020, os sócios da arrendadora decidiram
enviar notificações solicitando a alteração da marca que consta no alto do
imóvel, em razão da confusão entre empresas que essa utilização poderia
trazer.

Para inflamar, dois ex-funcionários da arrendatária começaram a


divulgar informações falsas sobre os produtos comercializados, condenavam
a qualidade dos produtos fabricados e informavam que as entregas não
estavam sendo feitas, ou eram realizadas com atraso. Um dos sócios da
arrendadora conseguiu obter o depoimento informal de clientes que
confirmavam que a marca estava com baixa reputação em razão da atuação
dos ex-funcionários.

Em contra notificação, os sócios da arrendatária defenderam que no


arrendamento todos os bens são entregues, inclusive a marca, recusando-
se, dessa forma, a cumprir a notificação.

Por fim, cabe ressaltar que diante dos fatos expostos, não restou
alternativa para a autora preservar seus direitos em relação à marca
Camisaria da Moda S/A, senão a propositura da presente ação, para que,
não só seja a Ré impedida de utilizar-se da referida marca, mas também que
seja condenada a indenizá-la na forma da fundamentação abaixo.
DA TUTELA DE URGÊNCIA

2. Conforme prova documental inequívoca, a autora detém a


titularidade da marca Camisaria da Moda S/A, bem como possui a propriedade
do registro da Marca.

As transgressões contratuais e legais que a ré cometeu e vem


cometendo estão causando sério prejuízo, pois além da parte ré utilizar de
todos os frutos do investimento feito na marca, sem dar qualquer satisfação à
autora, vem também, denegrindo a credibilidade da marca Camisaria Da Moda
S/A perante os clientes.

Aqui, mesmo pendente o contraditório e a ampla defesa, não se mostra


possível a modificação do direito da autora na proteção de sua marca, diante
de seu uso não autorizado, indevido e ilícito.

Nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil, o presente caso


reúne todas as condições para que a tutela de urgência seja concedida,
especialmente a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de
demora da prestação jurisdicional frente ao problema. Vejamos a legislação:

“Art. 300 – A tutela de urência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.

§ 2º - A tutela de urgência pode ser concedida


liminarmente ou após justificação prévia.
O parágrafo primeiro do artigo 209 da lei de Marcas e Patentes, também
traz dispositivo legal que permite ao juiz, determinar liminarmente a sustação
da violação dos direitos de propriedade da marca, conforme vemos em seu
próprio texto abaixo:

§ 1º - Poderá o juiz, nos autos da própria ação, para evitar


dano irreparável ou de difícil reparação, determinar
liminarmente a sustação da violação ou de ato que a
enseje, antes da citação do réu, mediante, caso julgue
necessário, caução em dinheiro ou garantia fidejussória...

Conforme resta provado, o réu está praticando suas atividades


profissionais, utilizando-se indevidamente da marca Camisaria da Moda S/A e
essas ilegalidades não podem restar incólumes.

Com isso, o autor pretende e requer por meio desta ação, que Vossa
Excelência conceda a tutela de urgência, com fulcro nos artigos 300 do Código
de Processo Civil e § 1º do artigo 209 da Lei 9.279/96, pois presentes os
requisitos autorizadores, para que o réu seja obrigado a abster-se da utilização
da marca Camisaria da Moda S/A, sob pena de multa diária no importe de R$
500,00 (quinhentos reais) por dia de descumprimento da ordem judicial, sem
prejuízo da adoção de outras medidas que assegurem o resultado prático da
Ordem Judicial, como a expedição de ofícios, a busca e apreensão de
material de divulgação, a interdição de locais de apresentação e a
criminalização da desobediência da ordem judicial, caso ocorra.
DAS INDENIZAÇÕES DEVIDAS PELO RÉU

3. O direito à indenização em decorrência da indevida utilização da marca


está previsto pelo Código Civil no artigo 927, que estabelece:

Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187
CC), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Como visto no capítulo anterior, vimos que o réu pratica ato ilícito ao
utilizar-se da marca pertencente à autora, transgredindo os contratos
celebrados e o direito de propriedade da marca de quem detém o registro.

Nesse caso, a indenização consiste tradicionalmente, em uma


indenização pelo desperdício de investimentos feitos, pois diante dos fatos ora
revelados, a autora terá que encontrar outro arrendatário.

Em favor da autora, temos ainda o artigo 208 da Lei de Propriedade


Industrial, que prevê que o quantum indenizatório tem como fator determinante,
os ganhos que ocorreriam caso a violação da marca não tivesse ocorrido,
vejamos:

Art. 208 – A indenização será determinada pelos


benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação
não tivesse ocorrido.

São devidas, na verdade, pela utilização indevida da marca, duas


indenizações, uma presumida, pelo simples uso indevido, de caráter in re ipsa
e outra referente às perdas e danos ocorridos.
DOS PEDIDOS

4. Diante do exposto, considerando que a pretensão da autora encontra


pleno apoio no ordenamento jurídico brasileiro, requer de Vossa
Excelência:

a) O recebimento e processamento da seguinte peça na forma da lei,


sendo concedida liminarmente e inaudita altera pars, a TUTELA DE
URGÊNCIA, nos termos da fundamentação ora apresentada, sob
pena de multa diária;

b) Que sejam admitidos todos os meios de provas permitidos no direito,


em especial, documentos em anexo, prova testemunhal, depoimento
da requerida, bem como quaisquer outras provas legais que Vossa
Excelência julgar necessário;

c) A citação da ré para efetuar o pagamento da indenização em 15


(quinze) dias referente ao valor de R$ 100,000,00 (cem mil reais);

d) O comparecimento à AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO,


em conformidade ao artigo 695, § 1º do Código de Processo Civil,
bem como posterior apresentação de Contestação no prazo de 15
(quinze) dias subsequentes à sua realização ou do protocolo do
pedido de cancelamento pela requerida;

e) A condenação da requerida ao pagamento das custas e honorários


advocatícios, bem como as verbas sucumbenciais na forma da lei;

f) Por fim, a procedência da ação, com o fito de constituir, de pleno


direito, o respectivo título judicial da obrigação declinada,
convertendo se o mandado inicial em mandado executivo, se não
realizado o pagamento e não apresentados embargos pela ré em
conformidade com o artigo 701, § 2º do Código de Processo Civil.
 

Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil e reais)

Termos em que,

Pede e Espera deferimento.

Luz/MG – XX/XX/XXXX.

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Advogado/OAB.

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