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AO JUÍZO DO 1º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE XXX

PROCESSO Nº XXXX

XXX, já qualificado nos autos da presente ação de danos materiais e


extrapatrimoniais, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar a
presente IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO, pelos fatos novos alegados que passam a
expor:

I. DOS FATOS
A empresa ré fora citada para apresentar contestação; e em sua defesa alega diversas
preliminares e fatos novos, que serão impugnados a seguir.
II. DAS PRELIMINARES
II.1. DAS INFORMAÇÕES PRELIMINARES APRESENTADAS
Inicialmente, O pedido de recuperação judicial da 123 Milhas, da HotMilhas – controlada
pela agência de viagens – e pela Novum Investimentos (sócia da empresa) havia sido
aceito no dia 31 de agosto pela 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. Na
ocasião, foi ordenada a suspensão de ações e execuções contra as devedoras pelo prazo
de 180 dias.
O valor da causa é de R 2,3 bilhões. A empresa alegou que tem enfrentado a pior crise
financeira desde a fundação, motivada pela pandemia que derrubou o setor. Ainda em
agosto, a companhia suspendeu os pacotes e a emissão de passagens de sua linha
promocional com datas flexíveis com embarques previstos entre setembro e dezembro de
2023.
Ocorre que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) deu decisão de suspender o
pedido de recuperação judicial da 123 Milhas, medida está proferida em data de
20/09/2023 2023 pela 21ª Câmara Cível Especializada de Belo Horizonte (MG), após
solicitação feita pelo Banco do Brasil que ocorreu porque a 123 Milhas não entregou todos
os documentos necessários para viabilizar o processo. A empresa também não teria
incluído a lista de credores.
O banco fez o pedido de suspensão sob alegação de que os documentos apresentados
pela 123 Milhas não observaram as prescrições legais que asseguram aos credores e
demais interessados na recuperação judicial o conhecimento necessário e das
informações da empresa. A instituição solicitou ainda a realização de constatação prévia
das reais condições de funcionamento da companhia e em relação à realidade dos
documentos.
O Banco do Brasil também requisitou a destituição dos administradores judiciais
nomeados em primeira instância.
Portanto, a Requerente impugna toda a dialética apresentada pela empresa em sua
preliminar, bem como nos FATOS APRESENTADOS, e no MÉRITO que a empresa
DISCURSA.
III. DOS ITENS SUBSEQUENTES
No que tange aos itens colacionados:
a) “III.1 - DOS SERVIÇOS PRESTADOS PELA 123 MILHAS – PACOTES PROMO”; “III.2
- DA MODALIDADE DE AQUISICAÇÃO JUNTO AO MERCADO DE MILHAS”; “III.3 - DA
ONEROSIDADE EXCESSIVA NO CÓDIGO CIVIL - DA INVIABILIDADE DA EMISSÃO
DOS PEDIDOS PROMO DE SETEMBRO A DEZEMBRO DE 2023”;
Ocorre que a empresa, manifestou-se primariamente, da seguinte forma:
“A agência de viagens online 123 Milhas suspendeu passagens aéreas e pacotes
promocionais da linha "Promo" já comprados. Com a decisão, anunciada na última sexta-
feira (18), clientes cujos voos têm embarque previsto entre setembro e dezembro de 2023
não poderão viajar. Segundo comunicado publicado pela empresa, a suspensão ocorreu
"devido à persistência de circunstâncias de mercado adversas". A companhia
afirmou também que devolverá integralmente os valores pagos pelos clientes em
vouchers. Para solicitá-los, basta acionar a 123 Milhas pelo site oficial ou pelo
WhatsApp.”
Matéria amplamente divulgada, inclusive em suas plataformas, portanto, toda falácia
apresentada é mera tentativa de procrastinação.
b) “III. 4 – DA INEXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS – DO MERO DESCUMPRIMENTO
CONTRATUAL – DA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS DANOS”
A parte Ré alega não caber indenização por não ter havido um dano ou nexo de
causalidade, mera falácia.
Cabe salientar que ao oferecer a PROMO adquirida pela Requerente, criou-se um vínculo
entre as partes litigantes, e a frustração desta prestação de serviço, resultou numa causa.
Cabe salientar:
Conduta: ação ativa da Ré em não cumprir com os termos do contrato e cancelar a
emissão dos bilhetes, e omissiva quanto à solução do problema nas vias administrativas
quando procurada para tanto.
Nexo causal: há clara ligação de causa e efeito entre conduta e dano, não havendo
dúvidas que a conduta da Ré está propiciando os danos suportados pela Requerente.
Dano: experimentado pela Requerente tanto em uma dimensão moral, quanto material,
como será evidenciado adiante.
Nesse sentido, vale destacar que é também direito do consumidor a reparação dos danos
patrimoniais e morais que porventura venha a sofrer, como determina o art. 6º, VI, do
CDC:
“Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos.”
A responsabilidade civil, e o consequente dever de reparar, também encontram respaldo
no Código Civil de 2002, que contempla a proteção do consumidor de maneira
complementar e em total harmonia com o Código de Defesa do Consumidor:
“Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.”
O conceito de ato ilícito também foi tratado pelo diploma civilista, que dispõe:
“Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187 – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.”
Por fim, destaca-se que a responsabilidade civil e o dever de reparar um dano a um bem
jurídico são elementos tão caros ao ordenamento jurídico que se encontram previstos
inclusive, na Constituição Federal de 1988, que conferiu o direito constitucional à
reparação por dano material ou moral:
“Art. 5.º X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;”
Portanto, impugna-se todo discurso acerca dos fatos elencados.
c) “IV - DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA E DA ATIVIDADE EMPRESARIAL”
Neste item, a empresa Ré tenta convencer o magistrado no que tange ao discurso de
que: “(...) Conforme amplamente discorrido no petitório a oferta desse serviço se
tornou inviável e onerosa a empresa, que cuidou de conter os danos aos
consumidores, mas além disso, evitar o aprofundamento da situação a ponto de
prejudicar a execução de suas atividades. (...)”
Ocorre que o mesmo não pode prevalecer, haja vista o fato da empresa não ter sido
capaz de administrar a mesma e mantê-la saudável após a pandemia, como a mesma
relata, serve somente para afirmar que a Empresa Ré já tinha conhecimento de sua
situação financeira no momento em que disponibilizou a PROMO adquirida pela
Requerente, fato que só leva que corrobora com a má fé intencional em se elucubrar de
bens de terceiros, configurando enriquecimento ilícito intencional, no momento em que
cancela o voucher adquirido pela Autora e não lhe concede o direito de receber o
montante em espécie, somente um outro voucher para ser utilizado através da mesma
situação. Fato que configurou violação das nomas legais.
d) “VIII – DA EVENTUAL MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE LIMINAR – DA JUSTA
CAUSA PARA DESCUMPRIMENTO – DA NECESSIDADE DE AFASTAMENTO DA
MULTA”
No caso em tela, não houve concessão de liminar, portanto toda a dialética relatada neste
item cabe ser impugnada de maneira geral.
IV. “DA CONCLUSAO ALEGADA”
Impugna-se, neste ato, todos os pedidos formulados, bem como a conclusão
apresentada, por não serem aparadas pela veracidade ou mesmo pelos pressupostos
legais.
V. DOS PEDIDOS DA PARTE AUTORA
A Requerente reitera todos os pedidos formulados na inicial, bem como impugna toda
contestação apresentada pela requerida.
Conforme fora informado ao longo da Impugnação, o TJMG suspendeu provisoriamente a
recuperação judicial da empresa ré, conforme documentação anexa, no processo nº
NÚMERO TJMG 1.0000.23.231435-1/001 (Agravo de Instrumento)
Por todo exposto, requer o julgamento antecipado da lide, não havendo semelhante
entendimento da parte do MM. Juiz, requer provar todo alegado por todos os meios de
provas admitidos em direto.
Termos em que,
Pede e Requer deferimento.

Advogado
OAB/XX xxx.xxx

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