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AÇÃO ORDINÁRIA
10. Além disso, como se verá a seguir, não realizada pela seguradora vistoria prévia
no imóvel para identificar quais os bens estariam garantidos pelo seguro, não se admite
a exigência de apresentação das notas fiscais dos bens furtados para que se efetue o
pagamento da indenização securitária, na medida em que, com essa exigência, o
consumidor fica em desvantagem exagerada.
13. Deve ser aplicado à presente demanda o Código de Defesa do Consumidor (Lei
n.º 8.078/90) em virtude de restar configurada entre as partes litigantes uma relação de
consumo.
14. A dita relação fica patente tendo em vista a condição de consumidora da
REQUERENTE e, em contraponto, de fornecedor da REQUERIDA, consoante
dispõem os artigos 2º e 3º, da citada norma.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
18. Por sua vez, demonstrada existência de relação de consumo entre as partes, tem-
se pacífico o entendimento de que o CONTRATO DE SEGURO se trata de um contrato
de adesão.
Art. 54: "contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade
competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem
que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo".
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Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não
quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como
em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
22. Pois bem. No contrato entabulado entre as partes há previsão de cobertura
securitária no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para hipótese de furto
qualificado.
29. Caso esse d. juízo entenda que a indenização não deve ser concedida no limite
contratado - R$15.000,00, foram furtados dois aparelhos telefônicos e 3 Notebook’s, os
quais somados perfazem um dano sofrido de R$ 9.600,00 (nove mil e seiscentos reais).
c) seja a REQUERIDA citada para, caso queira, contestar os termos da inicial, sob
pena de revelia;
e) seja concedida a inversão do ônus da prova nos termos do artigo 6º, inciso VIII
do CDC por se tratar de relação de consumo.
Pede deferimento.
Vitória/ES, 19 de maio de 2022.