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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE SO SUL

Guilherme Dalla Chiesa

Eduarda Muller

Isabela Canali

RACIOCINIO LOGICO E ANALITICO

FALÁCIAS E SOFISMAS

PORTO ALEGRE

2021
1 O QUE SÃO FALÁCIAS?

A falácia é originada do latim de fallacia, que significa o que engana ou ilude.


Falácia é aquilo que aparenta ser verdadeiro, porém algo faz dele falso. Na lógica,
falácia seria um argumento falho, sem fundamento, incoerente, etc.

2 O QUE SÃO SOFISMAS?

Os sofismas são argumentos que aparentam ser lógicos e verdadeiros, mas


suas respectivas premissas não conseguem obter uma conclusão.

3 EXEMPLOS DE FALÁCIAS/SOFISMAS:

3.1 Falácia do espantalho:

Consiste em desfigurar um argumento, utilizando-o para atacar o interlocutor.

Exemplo:
-Maria: É preciso repensar a política de combate às drogas.
-Pedro: Lá vem esse pessoal dizer que o melhor é liberar as drogas.
Pedro interpretou a fala de Maria de maneira que evidencia que ela apoia a
liberação de substâncias ilícitas, o que em nenhum momento foi dito por ela.

3.2 Falácia ad hominem

Ad hominem é proveniente do latim, que significa “contra o homem”, então


essa falácia é relacionada ao ato de atacar a pessoa que fez o argumento.
Exemplo:
X: Sou a favor do casamento gay.
Y: Só mesmo um ignorante como você poderia ser a favor disso.
Y não discute sobre o argumento de X, apenas ataca sua integridade, chamando-o
de ignorante.

3.3 Falácia do Escocês

Equivale em demonstrar um argumento e. também, seu contra-argumento.


Assim sendo, o argumento inicial torna-se inválido.
Exemplo:
-Todo verdadeiro escocês gosta de uísque.
-Meu pai é escocês e não gosta de uísque.
-Logo, seu pai não é um verdadeiro escocês.
A premissa diz que para ser “um verdadeiro escocês” é preciso gostar de uísque e
excluí a possibilidade de existir um escocês que não goste de uísque.

3.4 Falácia da Derrapagem (ou Bola de Neve)

Partindo de um fato, o interlocutor sempre o aumenta, para quebrar o


argumento proposto.
Exemplo:
-Se legalizarmos o consumo da maconha todo vão querer experimentá-la, em pouco
tempo estarão viciados e a sociedade se transformará em um bando de zumbis
drogados vagando pelas ruas.
Há o exagero da legalização da maconha estendendo seu consumo à toda
sociedade, sem ao menos ter qualquer tipo de comprovação científica.

3.5 Falácia Argumentum ad Populum

Através das paixões e entusiasmo da população, o interlocutor tenta


conquistar o apoio do público para uma certa conclusão.
Exemplo:
-É claro que você quer almoçar em nosso restaurante. 99% das pessoas almoçam
aqui!
-Se você comer toda a sua comida vai ficar forte igual ao Super-homem!
-O povo brasileiro quer me eleger. Só você não quer?

3.6 Falácia da composição

Quando o todo é tomado ela parte, isto é, se algumas partes de um todo


possuem uma característica específica, o todo também possui essa característica.
Exemplo:
-Se todas as peças de uma máquina são leves, logo, esta máquina é uma máquina
leve.
-Todos os escalados para a final a ser disputada pelo Flamengo são excelentes
jogadores. Logo, o time está em excelentes condições para a partida.

3.7 Falácia da falsa causa

Qualquer argumentação que determine uma relação de causa e efeito entre


dois fatores quando, na verdade, não há essa relação entre elas.
Exemplo:
-Nas últimas copas do mundo de futebol, toda vez que o cantor Mick Jagger vestiu a
camisa da seleção brasileira, ela foi derrotada. Portanto, para que ela seja campeã
da copa do mundo, Mick Jagger deve parar de usar a camisa da seleção.

3.8 Falácia da falsa dicotomia

Ocorre quando as premissas de determinado argumento são compostas de


forma disjuntiva (“ou isto... ou aquilo”), com o objetivo de enganar quem ouve e fazê-
lo acreditar que as duas opções que foram demonstradas são as únicas possíveis,
em relação à questão discutida.
Exemplo:
-Ou você me deixa ir na casa da Paula ou eu vou morrer. Eu sei que você não quer
que eu morra, então você tem que me deixar ir na casa da Paula.
-Vote no partido Y ou esse país irá à falência!
3.9 Falácia da falsa equivalência

Há diversas questões que não possuem necessariamente uma verdade, pois


dependem, em grande parte dos casos, do gosto de quem os avalia.
Exemplo:
-Qual é a melhor música de Chico Buarque: Construção ou Geni e o Zeppelin?
Também existe com temas mais complexos e complicados, que afetam um grande
número de pessoas, que exigem uma análise mais profunda.
Exemplo:
-Devem ser aplicadas cotas raciais para o ingresso em universidades públicas?

3.10 Falácia de divisão

Constitui-se em destinar características do todo a apenas um fator.


Exemplo:
-O Barcelona é o melhor time do mundo e João será um ótimo jogador ali
De acordo com esse caso, não é suficiente que a equipe da Catalunha seja uma
excelente, para que qualquer um seja bom ali.

3.11 Falácia da apelação à ignorância

É preciso que haja a aceitação de uma conclusão por não se consiga provar o
contrário de um argumento.
Exemplo:
-Existem fantasmas na casa de Pedro.
Não tem como contestar a afirmação, já que não é possível provar a existência de
fantasmas.

3.12 Falácia Argumentum ad Nauseam

Normalmente, é vista em discussões, quando um dos debatedores procura


abater seu oponente pelo cansaço dele, “ao repetir até à exaustão (ad nauseam)
seu argumento sobre o assunto”.
Exemplo:
A- O ex-presidente Lula é inocente e deve ser solto da prisão.
B- Mas o que prova que ele é inocente?

3.13 Falácia Genética

Uma Falácia Genética ocorre quando um argumento é desacreditado apenas


por causa de sua fonte. Da mesma forma, através do mesmo raciocínio falacioso,
um argumento pode ser validado apenas pela fonte do qual é emitido.
Exemplo:
- "Sim, os ambientalistas afirmam que o excesso de desenvolvimento pode levar a
todos os tipos de problemas graves. Mas todos nós sabemos como são esses
defensores dos animais e suas visões bobas!"

3.14 Culpa por Associação

Culpa por Associação designa uma falácia onde uma alegação é rejeitada
simplesmente pelo fato de que pessoas que não têm aceitação das pessoas
envolvidas na discussão (normalmente pessoas consideradas “más”) também
defendem ou defenderam o mesmo ponto de vista.
Exemplo:
- Will e Kiteena estão discutindo sobre o socialismo. Kiteena é uma pacifista e odeia
violência e pessoas violentas.
Kiteena: "Eu acho que os Estados Unidos devem continuar a adotar programas
socialistas. Por exemplo, eu acho que o governo deve assumir o controle de setores
vitais."
Will: “Então, você é a favor da propriedade estatal da indústria.”
Kiteena: "Certamente. É uma grande ideia e vai ajudar a tornar o mundo um lugar
menos violento."
Will: "Bem, você sabe que Stalin também aprovava a propriedade estatal da
indústria. Na última contagem, ele havia dizimado milhões do seu próprio povo. Pol
Pot do Camboja também aprovava a propriedade estatal da indústria. Ele também
matou milhões do seu próprio povo. A liderança da China é a favor da propriedade
estatal da indústria. Eles mataram seu próprio povo naquela praça. Então, você
ainda aprova a propriedade estatal da indústria? "
Kiteena: "Oh, não! Eu não quero ser associado a esses açougueiros!"
É falacioso porque o fato de alguém não querer ser associado com outra
pessoa que defende o mesmo ponto acaba justificando a inverdade do argumento.

3.15 Manobra de Dispersão

A Falácia da Manobra de Dispersão é utilizada quando há intenção de desviar


o foco da questão original por meio de um tema irrelevante. Nesse sentido, é usada
para trazer um “argumento” que dispersará a atenção para outro tópico, que não o
principal da conversa.
Exemplo:
- “Argumento” contra uma medida sobre obrigações financeiras: "Admitimos que esta
medida é popular. Mas também pedimos que você anote que há tantas questões
envolvendo obrigações nesta votação que a coisa toda está ficando ridícula."
Este tipo de “raciocínio” configura falácia porque apenas mudar o tema da
discussão não faz as vezes de uma argumentação digna.

3.16 Falácia Relativista

A Falácia Relativista é cometida quando há rejeição de uma alegação por


alguém que diz que tal afirmação pode ser um fato verídico para os outros, mas não
para ele/ela.
Exemplo:
- Jill: "Olhe para isso, Bill. Eu li que as pessoas que não fazem exercício suficiente
tendem a não ser saudáveis. "
- Bill: “Isso pode ser verdade para você, mas isso não é verdade para mim.”
Ao ser utilizada a falácia Relativista, ignora-se o fato de que a verdade é
objetiva (não se relaciona a indivíduos), e cria-se um outro conceito de verdade,
onde só é adequada onde convém. Em casos em que há verdade objetiva, tal
“raciocínio” é falacioso.

3.17 Homem de Palha


Essa falácia ocorre quando há um exagero ou deturpação na interpretação de
algum argumento, sendo esse substituído por uma visão diferente daquela que o
autor quis expressar.
Exemplo:
- Bill e Jill estão discutindo sobre a limpeza de seus armários:
Jill: "Devemos limpar os armários. Eles estão ficando um pouco bagunçados."
Bill: "Ora, nós arrumamos esses armários no ano passado. Será que temos que
limpá-los todos os dias?"
Jill: Eu nunca disse nada sobre limpá-los todos os dias. Você só quer manter todo
seu lixo para sempre, o que é ridículo."
Esse tipo de “raciocínio” configura falácia porque ataca o autor com base em
uma interpretação errada do que foi dito por ele, podendo designar uma tentativa de
ataque ao executor do argumento.

3.18 Meio Termo

Essa falácia ocorre quando se considera a posição intermediária entre dois


extremos como correta, havendo apenas uma relação de equilíbrio entre as
posições, mas não de coerência muitas vezes.
Exemplo:
- “Algumas pessoas afirmam que Deus é todo poderoso, onisciente, e todo bom.
Outras pessoas afirmam que Deus não existe. Então, parece razoável aceitar uma
posição intermediária. Assim, é provável que Deus exista, mas que é apenas muito
poderoso, com muita ciência, e muito bom. Isso parece certo para mim.”
Essa falácia utiliza como embasamento o fato de que, muitas vezes, uma
posição moderada ou intermediária é considerada a correta, porém, dependendo do
caso, configura um argumento falacioso.

3.19 Apelo à Piedade (argumentum ad misercordiam)

A aprovação do auditório é feita através do pedido de misericórdia do Autor.


Exemplo:
- “Esperamos que aceite as nossas recomendações. Passamos os últimos três
meses trabalhando sem descanso nesse relatório.”
3.20 Apelo às consequências (argumentum ad consequentiam)

Com o intuito de comprovar que uma crença é falsa, o argumentador aponta


consequências negativas que advirão de sua defesa.
Exemplo:
- “Não pode aceitar que a teoria da evolução é verdadeira, porque se fosse
verdadeira estaríamos no nível dos macacos.”
4 REFERÊNCIAS

INFOESCOLA, Falacia da falsa causalidade Disponível em:


https://www.infoescola.com/filosofia/falacia-da-falsa-causalidade/ Acesso em 08-
maio-2021

INFOESCOLA, Argumentum ad nauseam Disponível em


https://www.infoescola.com/filosofia/argumentum-ad-nauseam/ Acesso em 08-maio-
2021

INFOESCOLA, Falácia da composição Disponível em


https://www.infoescola.com/filosofia/falacia-da-composicao/ Acesso em 08-maio-
2021

INFOESCOLA, Falácia da falsa dictomia, Disponível em


https://www.infoescola.com/filosofia/falacia-da-falsa-dicotomia/ 08-maio-2021

INFOESCOLA, Falácia da falsa equivalência, Disponível em


https://www.infoescola.com/filosofia/falacia-da-falsa-equivalencia/ Acesso em 08-
maio-2021

INFOESCOLA, Argumentum ad populum Disponível em:


https://www.infoescola.com/filosofia/argumentum-ad-populum/ Acesso em 08-maio-
2021

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