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Falácias Informais

Todos os erros de argumentação que não derivam da


forma dos raciocínios mas antes do seu mau uso em
contexto de comunicação, e que surgem quando um
orador pretende persuadir um auditório por meio de
razões que são más razões, com a intenção de
manipular as pessoas. Também está em causa o apoio
insuficiente ou implausível das premissas em relação à
conclusão de um dado argumento: as premissas podem
ser falsas ou facilmente retorquíveis (contestadas e
refutadas), as razões expostas não são adequadas, nem
pertinentes/relevantes, há equívocos em excesso ou a
informação não é transmitida/adaptada à
especificidade do auditório.
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Argumento «ad hominem» circunstancial ou
«ataque pessoal ao caráter».

-É uma estratégia falaciosa quando ataca o


caráter de uma pessoa em vez de discutir as
suas ideias.
-É uma manobra de diversão, uma forma de
fugir às questões em debate, procurando
denegrir um adversário e questionar a sua
competência ou seriedade.
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Argumento «ad hominem» ou «ataque pessoal».

-É uma estratégia vil, de baixo nível e ofensiva, e pode


assumir várias formas: ataca diretamente o valor moral
da pessoa, ou aspetos da sua vida, ou ainda a
incoerência entre o que a pessoa afirma e o que faz na
prática.
-Só é aceite como legítimo quando existem provas ou
evidências irrefutáveis reconhecidas publicamente da
falta de credibilidade de uma pessoa. Neste caso, o
ataque pessoal visa retirar credibilidade ou
competência (autoridade) ao visado.
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Argumento «ad hominem» ou «ataque pessoal».

-Exemplos.
-«Quem é o ex-Primeiro Ministro José
Sócrates para fazer afirmações sobre
a situação económica do país e as
políticas do atual Governo? Afinal,
não foi ele quem conduziu o país à
ruína?»
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Argumento «ad hominem» ou «ataque pessoal».

-Exemplos.
-«Eu sou a favor do aborto – quem é
você para ter uma opinião acerca
deste assunto? Você é homem, não é
para aqui chamado – Você sabe lá o
que é ter um filho! Cale-se já!»
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Argumento «ad hominem» ou «ataque pessoal».

-Exemplos.
-«Não queria mais nada! Proibir-me
de sair à noite! Quem é o meu pai
para me impedir de sair à noite, ele
que é um verdadeiro vampiro da
noite e das discotecas!»
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Argumento «ad hominem» ou «ataque pessoal».

-Exemplos.
-«O antigo Presidente da República Cavaco Silva devia
ter-se demitido imediatamente do seu cargo. Afinal de
contas ele é suspeito de ter feito dinheiro, ou ter
favorecido os seus familiares, de modo obscuro com as
ações do BPN e muitos dos políticos da sua confiança
são indivíduos suspeitos de alta corrupção. É o caso de
Oliveira e Costa, que está preso, e de Dias Loureiro, que
anda há muito desaparecido. E o «mata-velhas» do
Brasil, o Duarte Lima? O melhor que tinha a fazer era
demitir-se, se tivesse vergonha na cara». (Joe Berardo
dixit)
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Argumento «ad hominem» ou «ataque pessoal».

-Exemplos.
-«O senhor Carlos Cruz não tem
direito a nenhuma opinião neste país,
muito menos sobre as questões de
violência infantil – afinal de contas
não foi condenado à prisão por
crimes de pedofilia?»
Falácias Informais
Argumento «ad verecundiam» ou «apelo à autoridade».
-O argumento é usado para invocar uma
pessoa reconhecida como competente numa
determinada área ou assunto, de modo que a
sua opinião é tida como influente, geradora de
consensos e é verosímil/verdadeira.
-É muito utilizado no campo científico e em
discussões de carácter técnico, mas é inútil na
filosofia.
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Argumento «ad verecundiam» ou «apelo à autoridade».
-É legítimo desde que cumpra várias condições
cumulativamente: o especialista é reconhecido pelos seus
pares como uma autoridade competente; a autoridade é
credível pela generalidade da opinião pública; há uma ampla
margem de consenso sobre as opiniões proferidas; as fontes
da opinião são fidedignas, citadas corretamente, e podem ser
publicamente escrutinadas, por exemplo, obras, estudos
científicos ou técnicos. A falta de uma destas condições torna
falacioso o apelo à autoridade especializada.
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Exemplos de argumentos «ad verecundiam» ou «apelo à autoridade».

-«Segundo o ex-Presidente da República, a austeridade foi


necessária para fazer face à difícil situação em que o nosso país
se encontrava. Logo, a opinião de Cavaco Silva era verdadeira,
afinal ele sempre foi um economista excelente».
-«Cristiano Ronaldo afirmou que o banco XPTO é o melhor para
fazer depósitos, logo, é melhor fazermos como ele e
depositarmos o dinheiro no XPTO».
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Exemplos de argumentos «ad verecundiam» ou «apelo à autoridade».

-«O relatório publicado recentemente pela OIT defende (recomenda)


que o salário mínimo deve ser aumentado em Portugal já em 2014.
Ora, sucede que o último relatório dos credores externos de Portugal
(«Troika») são contra essa medida para o próximo ano, e que não
deve ser implementada antes de uma retoma económica razoável.
Os dois relatórios foram realizados por economistas internacionais
competentes. O ex-1º Ministro Passos Coelho defendeu que era
possível aumentar o ordenado mínimo, como comunicou em reunião
com os parceiros sociais, mas numa data a definir num período pós-
Troika.»
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Exemplos de argumentos «ad verecundiam» ou «apelo à autoridade».
-«De acordo com o astrónomo Galileu, o planeta Terra move-se
em torno do seu eixo e descreve um movimento orbital em
torno do Sol, que é o centro do sistema solar. Logo, a opinião
de Galileu é verdadeira».
-«De acordo com o filósofo Platão, a democracia é um péssimo
regime político, pois favorece a inveja, a injustiça e a corrupção
dos governantes. Logo, devemos seguir a opinião platónica e
assumir uma atitude antidemocrática e preferir uma monarquia
de filósofos».
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Argumento «ad baculum» ou «apelo à força».
É uma estratégia de argumentação quase
sempre falaciosa: recorre à violência, à
ameaça, ao uso da força, para impor uma dada
opinião ou decisão.
É falacioso quando o uso da razão é
substituído ou empregue prioritariamente pela
violência: a força da lei é substituída pela lei
da força.
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Argumento «ad baculum» ou «apelo à força».
Pode ser legítimo ou bastante plausível quando, no
extremo da argumentação racional, e verificando
que o oponente não se demove face às razões
expostas, se pretende impor pela força o que não se
consegue estabelecer por via pacífica. Fazer cumprir
a lei de um país, ou as leis do Direito Internacional,
ou cumprir os termos de um tratado, ou as normas
do bom senso, podem ser situações que legitimam
o apelo à força.
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Argumento «ad baculum» ou «apelo à força».
-Exemplos:
-«Não é possível negociar com governos terroristas. Ou
nos entregam imediatamente Bin Laden e os seus
dirigentes nas próximas 24 horas ou sofrerão as
consequências» (George W. Bush em mensagem
dirigida ao governo talibã afegão, em 2001)
-«Se não fizeres os trabalhos de casa e não tiveres bom
comportamento nas aulas irás reprovar. Mesmo que
tenhas boas notas nos testes vais reprovar. Portanto,
vê lá o que fazes!»
(Professor para aluno)
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Argumento «ad baculum» ou «apelo à força».
-Exemplos:
-«Tirem-me já estes ciganos da minha
propriedade! Se não saírem
imediatamente das minhas terras, chamo
a GNR e vai tudo dentro! Rua daqui já!»
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Argumento «ad baculum» ou «apelo à força».
-Exemplos:
-«Se não entregarem rapidamente o vosso
arsenal de armas químicas de destruição
maciça, seremos obrigados a tomar medidas
severas de natureza militar contra o vosso
regime». (Barack Obama, em comunicação
aberta ao regime ditatorial da Síria)
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Argumento «ad baculum» ou «apelo à força».
-Exemplos:
«Aqui na Madeira quem manda são os madeirenses. Não
aceitamos imposições do Continente, nem pagamos mais
impostos. E se não aceitarem a nossa posição temos de começar a
pensar seriamente na independência da nossa região!»
«Meus caros colegas autarcas – é tudo muito simples. Quando os
fiscais do Ministério do Ambiente aparecerem à porta com
ameaças de multas sobre as Câmaras que não cumprem as leis
ambientais, só há uma coisa decente a fazer: é recebê-los à
pedrada!»
«Eu sei que passei no sinal vermelho senhor polícia, mas parece
que ainda não olhou bem para a minha cara – sabe com quem é
que está a falar? Veja lá se quer continuar a trabalhar no futuro!»
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Argumento «ad ignorantiam» ou «apelo à ignorância».
-O argumento é legítimo (válido
informalmente) apenas quando o nosso
estado atual de conhecimentos autoriza
invocar a ignorância.
-É falacioso ou ilegítimo (inválido) quando se
pretende provar algo sem provas, ou quando
se pretende provar a verdade de A porque não
se sabe que A é falsa, ou vice-versa.
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Argumento «ad ignorantiam» ou «apelo à ignorância».
-Exemplos:
-«Ninguém conseguiu provar que não existe vida para
além da morte, logo, há vida para além da morte».
-«Até agora não se conseguiu provar que existe vida
inteligente extraterrestre. Logo, não existe vida
inteligente extraterrestre».
-«A melhor prova de que há vida inteligente
extraterrestre é que nunca fomos visitados por seres
alienígenas. Logo, os extraterrestres são inteligentes e
existem de facto».
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Argumento circular ou petição de princípio («petitio principii»)
-O argumento é sempre falacioso e muitas vezes surge dissimulado
como se fosse um argumento, quando na realidade não passa de um
pseudo-argumento ou aparência de argumento. Consiste basicamente
em repetir na conclusão a mesma ideia expressa na premissa através
de sinónimos ou pela repetição simples da mesta ideia.
-Exemplos:
-«Eu digo sempre a verdade e nunca me engano. Logo, eu sou
infalível».
-«O Benfica é o Benfica porque é o Benfica!»
-«Eu nunca minto – portanto, falo sempre a verdade, doa a quem
doer!»
-«O açúcar dissolve-se porque é uma substância solúvel!»
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Falso Dilema
-O argumento do falso dilema é sempre falacioso quando há uma situação em
que existindo três ou mais alternativas, o orador pretende impor apenas duas,
sendo que uma delas é inaceitável, coagindo assim o interlocutor ou um
auditório a aceitar apenas uma das alternativas, como se fosse uma espécie
de opção única ou uma escolha sem escolha.
-Exemplos:
-«Quem não é por mim, está contra mim!».
-«O Benfica ou nada!»
-«Ou Portugal segue o programa acordado com a Troika ou será a desgraça
nacional!»
-«Só há uma alternativa para os portugueses no futuro – empobrecermos
todos para sair da crise, custe o que custar, não há outro caminho!»
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Apelo à compaixão ou apelo à piedade («ad misericordiam»)

O argumento do apelo à piedade é sempre


falacioso pois ocorre no limite da argumentação
racional, quando um orador, esgotadas as razões,
pretende substituí-las por emoções ou motivos de
ordem sentimental. O apelo à emoção é visto
como um último recurso, o ato de desespero do
orador. É uma manobra de diversão desesperada
de quem já perdeu toda a razão e não tem mais
nenhum outro expediente.
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Apelo à compaixão ou apelo à piedade («ad misericordiam»)
Exemplos:
-«Tenha pena de mim senhor juiz, não tenho culpa de ter morto
os meus pais, agora o que será de mim. Tenha piedade de um
pobre órfão!»
-«Senhor professor, não me reprove na disciplina, eu sei que
tenho sido um baldas, nunca faço os trabalhos, tiro más notas
nos testes, chego sempre atrasado ou falto às aulas, e até sei que
mais valia estar calado nas poucas aulas a que consigo
comparecer, mas, apesar de tudo, tem de me passar, porque
senão fico sem as minhas férias e os meus pais obrigam-me a
trabalhar. É que eu preciso mesmo muito das férias para
repousar da Escola que me põe doente - pela minha rica saúde,
passe-me!»
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Falácia Causal ou «post hoc» (falsa causa)

O argumento é falacioso porque confunde a relação entre uma


causa e o seu efeito com eventos que surgem de modo casual ou
acidental. O erro é ligar dois acontecimentos que acontecem no
tempo, mas que não têm relação de causalidade entre si. O erro
está em confundir consequência com sequência. Do género: «se B
vem depois de A, logo A causa B». Aquilo que surge numa sucessão
temporal não tem de ser necessariamente o resultado de uma
relação causal. O erro está precisamente em julgar que «depois
disto, logo, por causa disto». Uma coincidência de factos ou
eventos que ocorrem em simultâneo não estão só por isso ligados
de modo causal. Pode ser uma circunstância fortuita.
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Falácia Causal ou «post hoc»
-Exemplos:
-«Mértola está cada vez mais poluída – aumenta de dia
para dia as pessoas que fumam à porta da Escola»
-«O trovão vem depois do relâmpago, logo, o
relâmpago é a causa do trovão»
-«Ele foi o último a sair da sala, por isso, se depois dele
sair ninguém voltou a ver o telemóvel…»
-«Bebi um copo de água e a dor de cabeça passou; logo,
beber água cura as dores da cabeça».
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Falácia do «boneco de palha», «Homem da Palha» ou «Espantalho»

O argumento é falacioso porque é uma tentativa de manipular um


auditório, ou centrar um debate num pormenor irrelevante e dando-lhe
uma importância excessiva.
O recurso ao «espantalho» pode ser uma ficção, ou uma tese ou
opinião imaginária e falsa, que se atribui a uma pessoa para tentar iludir
as pessoas. Tenta argumentar-se contra uma posição que ninguém à
partida defenderia, ou contra uma posição que é muito provável que
ninguém defenda.
O argumento do «homem da palha» é uma estratégia de «fuga à
questão», uma forma de um orador evitar habilmente uma
argumentação difícil de refutar, e por isso recorre a um expediente
fictício, construindo uma tese imaginária que é atribuída só para efeitos
de refutação. É uma estratégia de ignorância de elenco ou «ignoratio
elenchi».
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Falácia do Homem da Palha ou «Espantalho»
Exemplos:
-«O senhor Primeiro Ministro não pretende um Serviço Nacional
de Saúde, o que pretende é acabar com ele: já viram as medidas
de cortes orçamentais para a Saúde no próximo ano?»
-«As medidas de contenção e de austeridade não têm qualquer
interesse para o povo nem para a economia do país – no fundo
só servem para proteger os mais ricos que nunca pagam
impostos e são os principais responsáveis pela situação atual do
país. Aliás, só estamos onde estamos por causa dos políticos do
PSD».
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Falácia do Homem da Palha ou «Espantalho»
Exemplos:
-«O ex-Primeiro Ministro José Sócrates era um
indivíduo pouco digno de crédito, afinal não foi ele
quem autorizou os casamentos entre homossexuais
no nosso país?»
-«O candidato X para a Associação de Estudantes
tem cabelo a mais na cabeça, isso já é em si mesmo
uma objeção. Como é que se pode confiar numa
pessoa a quem nem se consegue ver os olhos?»
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Falácia do Homem da Palha ou «Espantalho»
Exemplos:
-«Os cortes na saúde e nos apoios aos doentes crónicos
só vão prejudicar a vida dos portugueses. O que este
Governo quer no fundo é que os doentes cancerosos e os
diabéticos emigrem para reduzir o défice.»
-«Nós não vamos conseguir regressar aos mercados
porque o Partido Socialista teima em não contribuir com
soluções para a reforma do Estado e ajudar a reduzir o
défice das contas públicas. Só por causa do PS é que não
há saída da crise económica».
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Falácia da derrapagem ou «bola de neve» ou ainda «declive
ardiloso»
-O argumento é falacioso porque se afirmam
premissas com valor provável como se fossem
verdades categóricas e certezas com valor
absoluto, encadeando-se as razões entre si
para extrair uma conclusão supostamente
irrefutável. Trata-se de um argumento
composto por uma cadeia de condicionais, de
nexos causais, com valor amplificante de
consequências graves.
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Falácia da derrapagem ou «bola de neve» ou ainda «declive ardiloso»
O declive ou plano inclinado é no fundo como o trajeto
de uma bola de neve que vai aumentando de volume
até chegar a uma conclusão inevitável. Usamos
premissas prováveis como se fossem certezas
inaceitáveis para o auditório. Este tipo de argumentação
apresenta um efeito algo delirante ou paranoico para o
auditório. O facto é que quanto maior for o número de
acontecimentos em sequência, menor é a probabilidade
da conclusão derivar dessa cadeia. Quanto mais
implausível se torna a cadeia de acontecimentos, mais
inverosímil se torna a conclusão.
Falácias Informais
Falácia da derrapagem ou «bola de neve» ou ainda «declive ardiloso»

Exemplos:
«Se beberes um copo de vinho, vais beber dois. Se beberes
dois, vais beber três. Se beberes três, vais beber quatro.
Logo, se beberes um copo de vinho, vais tornar-te alcoólico».
«Se começares a jogar videojogos, vais tornar-te viciado no
jogo. Se te tornares viciado em videojogos, vais gastar todo o
teu dinheiro para comprares novos jogos. Se gastares o teu
dinheiro todo em videojogos, vais ter de roubar para pagar
as tuas despesas. Logo, se começares a jogar videojogos, vais
ter de roubar para pagar as tuas despesas. Se roubares, vais
acabar preso – o melhor é não jogares videojogos para não
acabares os teus dias na prisão».
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Falácia da derrapagem ou «bola de neve» ou ainda «declive ardiloso»

Exemplos:
«Se Portugal não cumprir com o acordo da Troika, então não
haverá dinheiro para pagar aos funcionários públicos. Se não
houver dinheiro para pagar aos funcionários públicos, a
economia não funcionará. Se a economia não funcionar,
Portugal terá de sair da zona euro. Se sairmos da zona euro,
vamos ter uma guerra civil. Logo, se não cumprirmos com o
acordo da Troika vamos ter uma guerra civil em Portugal.
Para não nos matarmos uns aos outros, o melhor é pagar a
dívida aos credores e cumprir o acordo da Troika».

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