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TH2 Literária
Sabendo Deus, por todas as dificuldades que eu
enfrentaria, e que combateria em grandes e numerosas
batalhas, me concedeu o privilégio em ter uma
companheira à altura dos meus desafios.
Este livro é dedicado à Sonia Portela, amada esposa e
amiga de todas as horas.

Também à D. Flor, minha doce e incondicionalmente


mãe amorosa!
Sempre que estou em sala de aula falando aos
alunos, me coloco em seus lugares quanto às dúvidas e
expectativas, e também aos desafios que serão
enfrentados todos os dias enquanto estiverem dentro de
um uniforme no exercício da atividade de Segurança
Privada.
Não é fácil, nunca foi, e eu sei disso. Mas, juntos
somos mais fortes!

Em 1989, quando iniciei minha atividade na


Segurança Privada, esse foi o meu primeiro posto de
serviço. Uma loja de eletrodomésticos da Jean Bittar
(atualmente desativada). O prédio fica no cruzamento da
Al. dos Maracatins com Av. dos Bandeirantes no bairro de
Moema.
A guarita de chapa metálica, incrustada na parede
externa do prédio ainda existe. No inverno congelava e
no verão...
Para acessar, eu tinha que subir uma escada
existente na calçada.
Nota do autor

Na campanha ao governo do Rio de Janeiro de 1982,


o então candidato Leonel Brizola anunciou:

“No meu governo, polícia não sobe morro, e


não entra em favela!”.

Diante de tal promessa de campanha que mais


pareceu um pedido explicito de apoio junto às
organizações criminosas, uma vez eleito, Brizola parte
para cumprir suas promessas enquanto candidato.
De imediato, aquartela a segurança pública,
impedindo incursões aos “feudos” do crime organizado.
Esse mesmo governador proibiu que helicópteros da
polícia sobrevoassem as favelas sob a justificativa que
esses destelhariam os barracos.
Ações essas, em retribuição ao apoio dos “chefões”,
que de forma fácil, conseguiram em seus redutos, os
votos necessários à eleição daquele que seria seu
protetor no palácio do governo.
Os traficantes retribuíram a gentileza rebatizando e
popularizando a cocaína com o nome de “BRIZOLA”.
Estava posto o “ovo da serpente” que daria início ao
estado de terror implantado pelas facções criminosas.
E assim o foi, por oito anos de absoluta ausência do
Estado nesses lugares.
O primeiro mandato foi iniciado em março de 1983
até março de 1987, e o segundo, de março de 1991 a
abril de 1994.
Com o terreno livre para “trabalharem”, o aumento
do crime organizado foi galopante nos primeiros quatro
anos de governo desse político.
A sociedade carioca, a economia e até a opinião
pública internacional, cobraram uma postura mais rígida
do então governador e ele não consegue a reeleição,
sendo substituído na eleição seguinte pelo ex prefeito de
Niterói, o político Wellington Moreira Franco, que
governou de março de 1987 a março de 1991.
Mas, o estrago cultural já havia sido feito e não foi
difícil convencer a população a trazer o “redentor” de
volta no mandato seguinte.
Era o que o crime precisava para se consolidar como
“governo paralelo”.
O estado enquanto agente político, independente da
cultura, sempre se julgou responsável e capaz de
proteger o cidadão.
Ao longo da história, e desde os primórdios da
civilização e do desenvolvimento da sociedade, os
governantes venderam a utopia de estado infalível.
Com o tempo, essa tese ruiu por várias
circunstâncias inerentes ao convívio humano.
O ser humano tem o seu próprio ideal de vida e
relacionamento. Por isso, freqüentemente irá se deparar
com algo, que o incomode.
As ações para o desenvolvimento da educação
adotadas nos últimos governos do Brasil, não levaram
em conta, a questão da mão de obra “qualificada” que
sairia das salas de aula e com isso, criou-se um produto
sem mercado para inseri-lo.
Não há que questionar-se a necessidade premente
do Brasil no tocante ao desenvolvimento da educação. O
que se questiona é, se um só fator seria relevante para
elucidar-se uma equação tão complexa quanto o
desenvolvimento da sociedade de forma ampla.
Vimos de forma explícita esse cenário no estado do
Rio de Janeiro em que, no início da década de oitenta,
precisamente em 1983, o governador eleito prometia que
pela educação e só através dela, seriam sanadas todas
as mazelas da sociedade. Criou e implantou um projeto
de expansão no número de vagas nas escolas, eram os
“500 CIEP’s”. O projeto foi posto em prática e os CIEP’s
saíram do papel, o chamado “marco educacional”
daquela administração deveria ser um modelo para o
restante do país. Mas, sem um projeto político-
pedagógico, virou um amontoado de prédios sem
qualquer acolhimento por parte da população fluminense.
As escolas estão em funcionamento, mas do projeto
original, apenas 150 atuam em horário integral.
Seguidor de Leonel Brizola, Alceu Colares então
governador do Rio Grande do Sul entre 1991 e 1994,
implanta o mesmo modelo de “educação” e colhe os
mesmos frutos.
SUMÁRIO

Conceito de Segurança .............................................. 1


Segurança Privada..................................................... 4
Segurança Pública ..................................................... 7
“Poder de Polícia” ao Vigilante.................................... 12
Decreto lei 1.034/69 .................................................. 14
Reconhecimento da Profissão - Lei 7.102/83 ............... 18
Portaria 3.233/12 (Resoluções) .................................. 33
Artigo 5º da Constituição Federal/88 ......................... 36
Requisito Profissional ................................................. 48
Perfil Profissional ....................................................... 50
Descritivo da Profissão............................................... 62
Cursos de Formação e Instrutores .............................. 67
O Treinamento .......................................................... 72
Curso Complementar de Tiro...................................... 78
Direitos e Deveres do Vigilante................................... 81
Uniformes do Vigilante............................................... 83
CNV - Carteira Nacional de Vigilante ........................... 87
Segurança Orgânica .................................................. 91
Equipamentos Permitidos ........................................... 97
Armas e Munições ..................................................... 103
Colete Balístico .......................................................... 104
Transporte de Materiais Controlados........................... 109
Guarda de Materiais Controlados ................................ 112
Comunicação de Ocorrências ..................................... 114
Utilização de Cães Adestrados .................................... 116
Limites de Atuação .................................................... 118
Excludentes de Ilicitude ............................................. 120
Homicídio ................................................................. 122
Execução e Excesso................................................... 127
Uso Progressivo da Força ........................................... 130
Quem Pode Dar “Voz de Prisão”? ............................... 137
Agressões Físicas e Verbais ........................................ 143
Furto, Roubo e Apropriação Indébita .......................... 147
Danos Ao Patrimônio ................................................. 155
Extorsão e Extorsão Mediante Sequestro .................... 156
Calúnia, Difamação e Injúria ...................................... 159
Violação de Domicílio ................................................. 162
Sequestro e Cárcere Privado ...................................... 164
Constrangimento Ilegal.............................................. 165
Ameaça .................................................................... 166
Lesão Corporal .......................................................... 167
Tortura ..................................................................... 170
Escolta Armada ......................................................... 173
VSPP - Segurança Pessoal Privada .............................. 179
Transporte de Valores ............................................... 184
Defesa Pessoal .......................................................... 218
Estatuto do Desarmamento........................................ 220
O Referendo Que Não Foi Respeitado ......................... 253
Galeria aos Mestres ................................................... 257
Agradecimentos ........................................................ 262
Referências Bibliográficas .......................................... 264
CONCEITO DE SEGURANÇA

Ao longo da minha jornada na segurança privada,


pude observar que a atividade mudou completamente
quanto à expectativa inicial, referente ao que se
propunha, e o que se espera atualmente do profissional
de segurança.
Se tentarmos conceituar o termo “segurança” ou a
“sensação” de sentir-se seguro, abriremos um leque
variado e infindável de opiniões e em diversas direções.
No momento, nos deparamos com especialistas em
vários setores da atividade buscando identificar a causa
criminal e com isso, mitigar os efeitos do assédio ao
patrimônio financeiro do mercado investidor.
Análises de risco, planos de ação, debates
intermináveis, e mesmo assim, a equação não fecha.
Quando indagamos ao contratante sobre a sensação
quanto à segurança do seu patrimônio, geralmente a
resposta é de frustração em relação ao capital investido.
Os contratantes de serviços de segurança em geral,
talvez por ignorância, buscam uma solução mágica que
possam atender os seus anseios num “estalar de dedos”.
O resultado do investimento em segurança,
geralmente se vê a médio e longo prazo, e se não vir
acompanhado de parceria, comprometimento e mudança
cultural nas atitudes do contratante, certamente será
uma aplicação financeira sem propósito.
Apesar do posicionamento (que digo ser legítimo) de
alguns profissionais de segurança quando em exercício
da atividade, onde acabam atuando de forma que, na
visão do cidadão comum, extrapola os limites do
tolerável, esse profissional com freqüência é induzido a
erro pelo próprio gestor.
Em diversas ocasiões o extremo poderia ser evitado
se, o profissional em questão pudesse refletir (e muitas
vezes as circunstancias não lhe permite) e escolher a
melhor opção para aquele momento de crise, e que
preferencialmente fosse a menos traumática.
O profissional de segurança privada (ou mesmo
pública) não deveria ser forçado a buscar solução para
situações de crise em meio ao cerco de leigos opinantes.
O procedimento a ser seguido, deveria ser algo
natural em que, o profissional munido de preparo físico e
emocional dispusesse de exaustivo treinamento baseado
no que fazer ou não, segundo estudo de “cases” ou
avaliação no histórico e rotina daquela atividade e
circunstancias inerentes.
É fácil pensar que, os gestores poderiam utilizar
milhares de experiências para treinarem suas equipes e
mesmo assim, haveria situações que fugiriam da rotina e
dependeria exclusivamente da capacidade de
discernimento de cada agente.
Em diversas empresas que atuei, pude me deparar e
praticar o que os gestores chamam de “POP-
Procedimento Operacional Padrão”.
O POP tem por objetivo padronizar as ações dos
profissionais envolvidos em determinada atividade, em
local e circunstancias assemelhadas.
Todavia, mesmo que esses procedimentos
contemplem um grande número de informações para
orientar o profissional em sua jornada de trabalho,
sempre haverá os fatos incomuns, obrigando o
profissional a tomadas de decisão que levarão a êxitos e
eventuais fracassos.
Devemos observar ainda que, o POP não é um
procedimento genérico e não pode ser utilizado em
situações diversas, sem que sejam realizadas análises
técnicas e a devida adequação.
Recentemente li em uma matéria da mídia escrita, a
opinião de um colunista onde dizia:

“o profissional de segurança não pode falhar”.

Ora, esse é o anseio do ser humano em relação ao


outro e não especificamente sobre o “profissional de
segurança”.
Lidamos com seres humanos, e somos falíveis sim. O
treinamento árduo e orientações constantes poderão
mitigar a possibilidade de falhas, mas afirmar que essas
não ocorrerão, é no mínimo fantasioso para não usar o
termo “pueril”.
SEGURANÇA PRIVADA

Respeitando-se as devidas proporções e com olhar


leigo, poderíamos afirmar que a segurança privada atua
de forma análoga aos serviços de segurança pública.
No entanto, há que se distinguir as atividades, pois
numa análise mais criteriosa (e não precisa ser tão
profunda), ao direcionar luz sobre a legislação, podemos
ver que as atividades são distintas e com características
específicas.
A segurança privada, segundo sua própria legislação
é atividade complementar às forças de segurança
pública. Mas, não pode tomar para si as prerrogativas
dessa, que detém entre outras atribuições, o “uso legal
da força”.
Tendo o agente policial a prerrogativa do uso da
força, poderá utilizar-se desse meio de forma progressiva
para garantir a sua integridade, a de outrens, e que sua
“ordem legal” seja obedecida.
A segurança privada atua de modo preventivo, para
mitigar atentados à integridade física e moral das
pessoas, assim como do patrimônio protegido por ela
dentro do espaço definido pela legislação.
A segurança pública por sua vez, é a protagonista de
forma macro para obstruir a possibilidade de agressão
aos direitos individuais e coletivos.
A segurança pública age de forma ostensiva no meio
público. Gerando com isso, a “sensação de segurança”
não apenas a quem possa pagar por esse serviço, mas a
todo e qualquer cidadão.
A ação do agente de segurança pública deve ser
estendida inclusive ao agressor do direito alheio, para
que esse tenha também os seus direitos preservados.
Uma tentativa de linchamento seria um caso clássico
em que, independente da motivação ou comoção pública,
o agente policial não pode permitir a ação delituosa de
populares sobre determinada pessoa.
Antes, é dever do policial, proteger e garantir a
integridade do delinquente.
O agente policial representa o “Estado”, e sua função
se restringe a abordar, autuar e conduzir à autoridade
responsável (Delegacia de Policia) para o devido
enquadramento e providências devidas.
Uma vez que, a segurança privada é complemento
das forças de segurança pública, entende-se que, de
forma mais ampla o objetivo do texto explícito na
Portaria 3233/12, é fazer que a sociedade fique protegida
no maior perímetro possível.
Onde houver a possibilidade do cidadão entrar numa
área de “sombra”, ali estaria o profissional de segurança
privada. Assim, quando ocorre ao cidadão que adentra
numa agencia bancária, ou num Shopping Center, por
exemplo.
Os agentes de segurança têm suas atividades
baseadas no rigoroso cumprimento do que seja ato legal
e deve haver colaboração entre as partes para que se
alcance o objetivo maior, o bem estar do cidadão e a
proteção dos seus bens.
A segurança privada tem sua atividade regulada pela
Portaria 3233/12, conforme texto abaixo:

Portaria nº 3.233/2012

Art.1º A presente Portaria disciplina as atividades de


segurança privada, armada ou desarmada, desenvolvidas
pelas empresas especializadas, pelas empresas que
possuem serviço orgânico de segurança e pelos
profissionais que nelas atuam, bem como regula a
fiscalização dos planos de segurança dos estabelecimentos
financeiros.

§1º As atividades de segurança privada serão reguladas,


autorizadas e fiscalizadas pelo Departamento de Polícia
Federal - DPF e serão complementares às atividades de
segurança pública nos termos da legislação específica.
SEGURANÇA PÚBLICA

A Constituição Federal de 1988 define como


“segurança pública” o que está explicitado no seu Artigo
144.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144.
A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019)
§ 1º
A polícia federal, instituída por lei como órgão
permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e


social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da
União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes


e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos
nas respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima,


aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia


judiciária da União.

§ 2º
A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das rodovias federais. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º
A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º
Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais, exceto as militares.

§ 5º
Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe
a execução de atividades de defesa civil.
§ 5º-A.
Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do
sistema penal da unidade federativa a que pertencem,
cabe a segurança dos estabelecimentos penais.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019)
§ 6º
As polícias militares e os corpos de bombeiros militares,
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se,
juntamente com as polícias civis e as polícias penais
estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
§ 7º
A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos
órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira
a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º
Os Municípios poderão constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º
A remuneração dos servidores policiais integrantes dos
órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do
§ 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10º
A segurança viária, exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de
trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº
82, de 2014)

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal


e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em
Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 82, de 2014)

POLICIAIS DO BOPE-RJ EM RONDA


“PODER DE POLÍCIA”
AO VIGILANTE

Apesar de muitos estudiosos defenderem o ano de


1983 como o “marco zero” para a segurança privada no
Brasil, essa história começou cerca de vinte anos antes.
Com a assinatura do AI5 em 1964, desde então o
país foi assolado por uma onda de extrema violência
bilateral, enquanto o povo saía às ruas em manifestações
contra o regime militar, uma parcela treinada, armada e
articulada, sob o manto do termo “revolucionário”,
desencadeava uma série de atentados contra dignitários,
instituições militares e também financeiras.
Os roubos a bancos aumentaram significativamente e
na maioria das vezes tendo como autores, membros de
grupo de resistência armada que se multiplicava em solo
nacional.
A maioria desses grupos eram formados por
estudantes, sindicalistas, simpatizantes e até alguns
militares desertores das forças armadas.
Nesse período, as instituições financeiras contavam
com a própria sorte em relação à proteção de seus bens,
a segurança orgânica (quando havia), não tinha a menor
condição de repelir as ações dos ladrões que chegavam
portando fuzis, granadas e toda sorte de armamento
roubados nos atentados as fortificações das forças
armadas e das policias. Também o que lhes chegavam
de grupos guerrilheiros simpatizantes, de outros países
latinos.
Em meio a esse caos, e com o afastamento do
presidente Costa e Silva do poder (por motivo de saúde),
a “Junta Governativa Provisória de 1969” composta pelos
ministros, Almir. Augusto Rademaker, o Gen. Aurélio de
Lira Tavares, e o Brig. Márcio de Sousa Melo, assinam o
Decreto Lei 1.034/69, que autorizou o “serviço privado
de segurança” em função do aumento dos roubos a
bancos.
Esses, portanto, obrigados à época a recorrerem à
segurança privada.
Esse primeiro ato legal, na verdade regulamentou uma
atividade que era exercida de forma clandestina,
inclusive por agentes de segurança pública em seus dias
de folga.
Em São Paulo, cerca de cinquenta empresas tinham
autorização de funcionamento.
Até 1983, o controle das empresas era delegado às
secretarias de segurança pública de cada unidade da
federação. Eram essas secretarias que organizavam e
ministravam os cursos de vigilante.
Apesar do decreto em questão revestir o vigilante
com o “poder de polícia”, a categoria, seus
empregadores e tomadores da atividade, entenderam o
propósito e fizeram uso de tal decisão de maneira legal,
respeitando os limites e prerrogativas outorgadas
legalmente às forças de segurança pública.
DECRETO-LEI 1.034/69

Dispõe sobre medidas de segurança para Instituições


Bancárias, Caixas Econômicas e Cooperativas de
Créditos, e dá outras providências.

OS MINISTROS DA MARINHA DE GUERRA, DO EXÉRCITO


E DA AERONÁUTICA MILITAR, usando das atribuições
que lhes confere o artigo 3º do Ao Institucional nº 16, de
14 de outubro de 1969, combinado com o § 1º, do Art.
2º, do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de
1968,
DECRETAM:

Art. 1º
É vedado o funcionamento de qualquer dependência de
estabelecimento de crédito, onde haja recepção de
depósitos, guarda de valores ou movimentação de
numerário, que não possua aprovado pela Secretaria de
Segurança ou Chefatura de Polícia do respectivo Estado,
dispositivo de segurança contra saques, assaltos ou
roubos, na forma preceituada neste Decreto-lei.

Parágrafo único
Os estabelecimentos referidos no artigo anterior
compreendem as instituições bancárias, as caixas
econômicas, e as cooperativas de crédito que funcionem
em lojas.
Art. 2º
Os estabelecimentos de que trata o artigo anterior
deverão adotar no prazo máximo de um ano, contado do
início da vigência deste Decreto-lei, dispositivo de
segurança contra roubo e assaltos, que consistirá
obrigatòriamente, em:

I - Vigilância ostensiva, realizada por serviço de guarda


composto de elementos sem antecedentes criminais,
mediante aprovação de seus nomes pela Polícia Federal,
dando-se ciência ao Serviço Nacional de Informações;

II - Sistema de alarme, com acionadores em diversos


locais do estabelecimento e em comunicação direta com
a Delegacia, Posto Policial, agência bancária ou
estabelecimento de crédito mais próximo.

§ 1º
Caberá à autoridade policial competente vistoriar os
estabelecimentos de crédito sob sua jurisdição,
encaminhando ao Banco Central do Brasil, sempre que
julgar necessário, relatório sobre a observância do
disposto neste Decreto-lei, indicando as providências
complementares que julgar cabíveis.
§ 2º
O funcionamento de qualquer unidade bancária, agência
ou filial de estabelecimento de crédito, inclusive
reinstalação em novo local, dependerá de vistoria e
aprovação prévias, na forma prevista no parágrafo
anterior.

§ 3º
Mediante prévia aprovação do Ministro da Justiça, o
Banco Central do Brasil, quando julgar conveniente,
poderá determinar outros requisitos de segurança, além
dos mencionados nos incisos I e II deste artigo, tendo
em vista, inclusive, os relatórios a que se refere o § 1º.

Art. 3º
A dependência de estabelecimento de crédito que não
atender às exigências deste Decreto-lei, terá interditado
o seu funcionamento pelo Banco Central do Brasil, a
menos que seja comprovada a existência de razões
imperiosas que tenham impedido seu cumprimento e
haja motivos que justifiquem plenamente a dilação do
prazo para sua efetivação.

Art. 4º
Os estabelecimentos de crédito manterão a seu serviço,
admitidos diretamente ou contratados por intermédio de
empresas especializadas, os elementos necessários à sua
vigilância, podendo organizar serviço especial para esse
fim, mediante aprovação do Ministro da Justiça, ou,
quando se tratar de serviço local, do Secretário de
Segurança ou Chefe de Polícia.

§ 1º
A Polícia de cada Estado deverá ministrar instruções
especiais aos elementos de segurança dos
estabelecimentos de crédito e elaborar recomendações
para sua atuação conjugada com a dos órgãos policiais
locais.

§ 2º
Os elementos de segurança dos estabelecimentos de
crédito, quando em serviço, terão as prerrogativas de
policiais.

Art. 5º
Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 21 de outubro de 1969;


148º da Independência e 81º da República.
AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRÜNEWALD
AURÉLIO DE LYRA TAVARES
MÁRCIO DE SOUZA E MELLO
Luis Antonio da Gama e Silva
Antônio Delfim Netto

Este texto não substitui o original publicado no Diário


Oficial da União - Seção 1 de 21/10/1969
RECONHECIMENTO DA PROFISSÃO
LEI 7.102/83

Dispõe sobre segurança


para estabelecimentos
financeiros, estabelece
normas para constituição e
Regulamento funcionamento das empresas
particulares que exploram
serviços de vigilância e de
transporte de valores, e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art.1º
É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento
financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação
de numerário, que não possua sistema de segurança com
parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo
Ministério da Justiça, na forma desta lei.

§ 1º
Os estabelecimentos financeiros referidos neste artigo
compreendem bancos oficiais ou privados, caixas
econômicas, sociedades de crédito, associações de
poupança, suas agências, postos de atendimento,
subagências e seções, assim como as cooperativas
singulares de crédito e suas respectivas dependências.

§ 2º
O Poder Executivo estabelecerá, considerando a reduzida
circulação financeira, requisitos próprios de segurança
para as cooperativas singulares de crédito e suas
dependências que contemplem, entre outros, os
seguintes procedimentos:

I – dispensa de sistema de segurança para o


estabelecimento de cooperativa singular de crédito que
se situe dentro de qualquer edificação que possua
estrutura de segurança instalada em conformidade com o
art. 2o desta Lei;
II – necessidade de elaboração e aprovação de apenas
um único plano de segurança por cooperativa singular de
crédito, desde que detalhadas todas as suas
dependências;
III – dispensa de contratação de vigilantes, caso isso
inviabilize economicamente a existência do
estabelecimento.
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

§ 3º
Os processos administrativos em curso no âmbito do
Departamento de Polícia Federal observarão os requisitos
próprios de segurança para as cooperativas singulares de
crédito e suas dependências.
Art.2º
O sistema de segurança referido no artigo anterior inclui
pessoas adequadamente preparadas, assim chamadas
vigilantes; alarme capaz de permitir, com segurança,
comunicação entre o estabelecimento financeiro e outro
da mesma instituição, empresa de vigilância ou órgão
policial mais próximo; e, pelo menos, mais um dos
seguintes dispositivos:

I – equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens


que possibilitem a identificação dos assaltantes;
II – artefatos que retardem a ação dos criminosos,
permitindo sua perseguição, identificação ou captura; e
III – cabina blindada com permanência ininterrupta de
vigilante durante o expediente para o público e enquanto
houver movimentação de numerário no interior do
estabelecimento.

Art.2º-A
As instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, que
colocarem à disposição do público caixas eletrônicos, são
obrigadas a instalar equipamentos que inutilizem as
cédulas de moeda corrente depositadas no interior das
máquinas em caso de arrombamento, movimento brusco
ou alta temperatura.
§ 1º
Para cumprimento do disposto no caput deste artigo, as
instituições financeiras poderão utilizar-se de qualquer
tipo de tecnologia existente para inutilizar as cédulas de
moeda corrente depositadas no interior dos seus caixas
eletrônicos, tais como:

I – tinta especial colorida;


II – pó químico;
III – ácidos insolventes;
IV – pirotecnia, desde que não coloque em perigo os
usuários e funcionários que utilizam os caixas
eletrônicos;
V – qualquer outra substância, desde que não coloque
em perigo os usuários dos caixas
eletrônicos.

§ 2º
Será obrigatória a instalação de placa de alerta, que
deverá ser afixada de forma visível no caixa eletrônico,
bem como na entrada da instituição bancária que possua
caixa eletrônico em seu interior, informando a existência
do referido dispositivo e seu funcionamento.

§ 3º
O descumprimento do disposto acima sujeitará as
instituições financeiras infratoras às penalidades previstas
no art. 7º desta Lei.
§ 4º
As exigências previstas neste artigo poderão ser
implantadas pelas instituições financeiras de maneira
gradativa, atingindo-se, no mínimo, os seguintes
percentuais, a partir da entrada em vigor desta
Lei:

I – nos municípios com até 50.000 (cinquenta mil)


habitantes, 50% (cinquenta por cento) em nove meses e
os outros 50% (cinquenta por cento) em dezoito
meses;
II – nos municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil)
até 500.000 (quinhentos mil) habitantes, 100% (cem por
cento) em até vinte e quatro meses;
III – nos municípios com mais de 500.000 (quinhentos
mil) habitantes, 100% (cem por cento) em até trinta e
seis meses.

Art.3º
A vigilância ostensiva e o transporte de valores serão
executados:

I – por empresa especializada contratada; ou


II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que
organizado e preparado para tal fim, com pessoal
próprio, aprovado em curso de formação de vigilante
autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo sistema de
segurança tenha parecer favorável à sua aprovação
emitido pelo Ministério da Justiça.
Parágrafo único
Nos estabelecimentos financeiros estaduais, o serviço de
vigilância ostensiva poderá ser desempenhado pelas
Polícias Militares, a critério do Governo da respectiva
Unidade da Federação.

Art.4º
O transporte de numerário em montante superior a vinte
mil Ufir, para suprimento ou recolhimento do movimento
diário dos estabelecimentos financeiros, será
obrigatoriamente efetuado em veículo especial da própria
instituição ou de empresa especializada.

Art.5º
O transporte de numerário entre sete mil e vinte mil Ufirs
poderá ser efetuado em veículo comum, com a presença
de dois vigilantes.

Art.6º
Além das atribuições previstas no art. 20, compete ao
Ministério da Justiça:

I – fiscalizar os estabelecimentos financeiros quanto ao


cumprimento desta lei;
II – encaminhar parecer conclusivo quanto ao prévio
cumprimento desta lei, pelo estabelecimento financeiro, à
autoridade que autoriza o seu funcionamento;
III – aplicar aos estabelecimentos financeiros as
penalidades previstas nesta lei.
Parágrafo único
Para a execução da competência prevista no inciso I, o
Ministério da Justiça poderá celebrar convênio com as
Secretarias de Segurança Pública dos respectivos Estados
e Distrito Federal.

Art.7º
O estabelecimento financeiro que infringir disposição
desta lei ficará sujeito às seguintes penalidades,
conforme a gravidade da infração e levando-se em conta
a reincidência e a condição econômica do
infrator:

I – advertência;
II – multa, de mil a vinte mil Ufirs;
III – interdição do estabelecimento.

Art.8º
Nenhuma sociedade seguradora poderá emitir, em favor
de estabelecimentos financeiros, apólice de seguros que
inclua cobertura garantindo riscos de roubo e furto
qualificado de numerário e outros valores, sem
comprovação de cumprimento, pelo segurado, das
exigências previstas nesta Lei.

Parágrafo único
As apólices com infringência do disposto neste artigo não
terão cobertura de resseguros pelo Instituto de
Resseguros do Brasil.
Art.9º
Nos seguros contra roubo e furto qualificado de
estabelecimentos financeiros, serão concedidos
descontos sobre os prêmios aos segurados que
possuírem, além dos requisitos mínimos de segurança,
outros meios de proteção previstos nesta Lei, na forma
de seu regulamento.

Art.10º
São considerados como segurança privada as atividades
desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade
de:
I – proceder à vigilância patrimonial das instituições
financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou
privados, bem como a segurança de pessoas
físicas;
II – realizar o transporte de valores ou garantir o
transporte de qualquer outro tipo de carga.

§ 1º
Os serviços de vigilância e de transporte de valores
poderão ser executados por uma mesma
empresa.

§ 2º
As empresas especializadas em prestação de serviços de
segurança, vigilância e transporte de valores, constituídas
sob a forma de empresas privadas, além das hipóteses
previstas nos incisos do caput deste artigo, poderão se
prestar ao exercício das atividades de segurança privada
a pessoas, a estabelecimentos comerciais, industriais, de
prestação de serviços e residências; a entidades sem fins
lucrativos; e órgãos e empresas públicas.

§ 3º
Serão regidas por esta lei, pelos regulamentos dela
decorrentes e pelas disposições da legislação civil,
comercial, trabalhista, previdenciária e penal, as
empresas definidas no parágrafo anterior.

§ 4º
As empresas que tenham objeto econômico diverso da
vigilância ostensiva e do transporte de valores, que
utilizem pessoal de quadro funcional próprio, para
execução dessas atividades, ficam obrigadas ao
cumprimento do disposto nesta lei e demais legislações
pertinentes.

Art.11º
A propriedade e a administração das empresas
especializadas que vierem a se constituir são vedadas a
estrangeiros.

Art.12º
Os diretores e demais empregados das empresas
especializadas não poderão ter antecedentes criminais
registrados.
Art.13º
O capital integralizado das empresas especializadas não
pode ser inferior a cem mil Ufirs.

Art.14º
São condições essenciais para que as empresas
especializadas operem nos Estados, Territórios e Distrito
Federal:

I – autorização de funcionamento concedida conforme o


art. 20 desta Lei; e
II – comunicação à Secretaria de Segurança Pública do
respectivo Estado, Território ou Distrito Federal.

Art.15º
Vigilante, para os efeitos desta lei, é o empregado
contratado para a execução das atividades definidas nos
incisos I e II do caput e §§ 2º, 3º e 4º do art.
10.

Art.16º
Para o exercício da profissão, o vigilante preencherá os
seguintes requisitos:

I – ser brasileiro;
II – ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos;
III – ter instrução correspondente à quarta série do
primeiro grau;
IV – ter sido aprovado, em curso de formação de
vigilante, realizado em estabelecimento com
funcionamento autorizado nos termos desta
lei.
V – ter sido aprovado em exame de saúde física, mental
e psicotécnico;
VI – não ter antecedentes criminais registrados; e
VII – estar quite com as obrigações eleitorais e militares.
Parágrafo único - O requisito previsto no inciso III
deste artigo não se aplica aos vigilantes admitidos até a
publicação da presente Lei

Art.17º
O exercício da profissão de vigilante requer prévio
registro no Departamento de Polícia Federal, que se fará
após a apresentação dos documentos comprobatórios
das situações enumeradas no art. 16.

Art.18º
O vigilante usará uniforme somente quando em efetivo
serviço.

Art.19º
É assegurado ao vigilante:

I – uniforme especial às expensas da empresa a que se


vincular;
II – porte de arma, quando em serviço;
III – prisão especial por ato decorrente do serviço;
IV – seguro de vida em grupo, feito pela empresa
empregadora.

Art.20º
Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio do seu
órgão competente ou mediante convênio com as
Secretarias de Segurança Pública dos Estados e Distrito
Federal:

I – conceder autorização para o funcionamento:


a) das empresas especializadas em serviços de
vigilância;
b) das empresas especializadas em transporte de
valores; e
c) dos cursos de formação de vigilantes;

II – fiscalizar as empresas e os cursos mencionados no


inciso anterior;
III – aplicar às empresas e aos cursos a que se refere o
inciso I deste artigo as penalidades previstas no art. 23
desta Lei;
IV – aprovar uniforme;
V – fixar o currículo dos cursos de formação de
vigilantes;
VI – fixar o número de vigilantes das empresas
especializadas em cada unidade da Federação;
VII – fixar a natureza e a quantidade de armas de
propriedade das empresas especializadas e dos
estabelecimentos financeiros;
VIII – autorizar a aquisição e a posse de armas e
munições; e
IX – fiscalizar e controlar o armamento e a munição
utilizados.
X – rever anualmente a autorização de funcionamento
das empresas elencadas no inciso I deste
artigo.

Parágrafo único
As competências previstas nos incisos I e V deste artigo
não serão objeto de convênio.

Art.21º
As armas destinadas ao uso dos vigilantes serão de
propriedade e responsabilidade:

I – das empresas especializadas;


II– dos estabelecimentos financeiros quando dispuserem
de serviço organizado de vigilância, ou mesmo quando
contratarem empresas especializadas.

Art.22º
Será permitido ao vigilante, quando em serviço, portar
revólver calibre 32 ou 38 e utilizar cassetete de madeira
ou de borracha.
Parágrafo único
Os vigilantes, quando empenhados em transporte de
valores, poderão também utilizar espingarda de uso
permitido, de calibre 12, 16 ou 20, de fabricação
nacional.

Art.23º
As empresas especializadas e os cursos de formação de
vigilantes que infringirem disposições desta Lei ficarão
sujeitos às seguintes penalidades, aplicáveis pelo
Ministério da Justiça, ou, mediante convênio, pelas
Secretarias de Segurança Pública, conforme a gravidade
da infração, levando-se em conta a reincidência e a
condição econômica do infrator:

I – advertência;
II – multa de quinhentas até cinco mil Ufirs:
III – proibição temporária de funcionamento; e
IV – cancelamento do registro para funcionar.

Parágrafo único
Incorrerão nas penas previstas neste artigo as empresas
e os estabelecimentos financeiros responsáveis pelo
extravio de armas e munições.

Art.24º
As empresas já em funcionamento deverão proceder à
adaptação de suas atividades aos preceitos desta Lei no
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data em
que entrar em vigor o regulamento da presente Lei, sob
pena de terem suspenso seu funcionamento até que
comprovem essa adaptação.

Art.25º
O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90
(noventa) dias a contar da data de sua publicação.

Art.26º - Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação.
PORTARIA 3233/12 (RESOLUÇÕES)
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MJ - DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

PORTARIA Nº 3.233/2012-DG/DPF, DE 10 DE DEZEMBRO


DE 2012
(Alterada pela Portaria nº 3.258/2013 – DG/DPF,
publicada no D.O.U em 14/01/2013)
(Alterada pela Portaria nº 3.559, publicada no D.O.U. em
10/06//2013)
Dispõe sobre as normas relacionadas às atividades de
Segurança Privada.

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º
A presente Portaria disciplina as atividades de segurança
privada, armada ou desarmada, desenvolvidas pelas
empresas especializadas, pelas empresas que possuem
serviço orgânico de segurança e pelos profissionais que
nelas atuam, bem como regula a fiscalização dos planos
de segurança dos estabelecimentos financeiros.

§ 1º
As atividades de segurança privada serão reguladas,
autorizadas e fiscalizadas pelo Departamento de Polícia
Federal - DPF e serão complementares às atividades de
segurança pública nos termos da legislação específica.

§ 2º
A política de segurança privada envolve a Administração
Pública e as classes patronal e laboral, observando os
seguintes objetivos:
I - dignidade da pessoa humana;
II - segurança dos cidadãos;
III - prevenção de eventos danosos e diminuição de
seus efeitos;
IV - aprimoramento técnico dos profissionais de
segurança privada; e
V - estímulo ao crescimento das empresas que atuam no
setor.

§ 3º
São consideradas atividades de segurança privada:

I - vigilância patrimonial: atividade exercida em eventos


sociais e dentro de estabelecimentos, urbanos ou rurais,
públicos ou privados, com a finalidade de garantir a
incolumidade física das pessoas e a integridade do
patrimônio;
II - transporte de valores: atividade de transporte de
numerário, bens ou valores, mediante a utilização de
veículos, comuns ou especiais;
III - escolta armada: atividade que visa garantir o
transporte de qualquer tipo de carga ou de valor,
incluindo o retorno da equipe com o respectivo
armamento e demais equipamentos, com os pernoites
estritamente necessários;
IV - segurança pessoal: atividade de vigilância exercida
com a finalidade de garantir a incolumidade física de
pessoas, incluindo o retorno do vigilante com o
respectivo armamento e demais equipamentos, com os
pernoites estritamente necessários; e
V - curso de formação: atividade de formação, extensão
e reciclagem de vigilantes.

Art. 2º
Para os efeitos desta Portaria são utilizadas as seguintes
terminologias:

I - empresa especializada: pessoa jurídica de direito


privado autorizada a exercer as atividades de vigilância
patrimonial, transporte de valores, escolta armada,
segurança pessoal e cursos de formação;

II - empresa possuidora de serviço orgânico de


segurança: pessoa jurídica de direito privado autorizada
a constituir um setor próprio de vigilância patrimonial ou
de transporte de valores, nos termos do art. 10, § 4o da
Lei no 7.102, de 20 de junho de 1983;

III - vigilante: profissional capacitado em curso de


formação, empregado de empresa especializada ou
empresa possuidora de serviço orgânico de segurança,
registrado no DPF, e responsável pela execução de
atividades de segurança privada.e
ARTIGO 5º CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e


obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou
à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto
e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
(Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual
penal;
(Vide Lei nº 9.296, de 1996)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a
lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
em locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
cooperativas independem de autorização, sendo vedada
a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, mediante justa e prévia indenização
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
das obras que criarem ou de que participarem aos
criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;
(Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para
defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade
física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que
possam permanecer com seus filhos durante o período
de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos
a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data , quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso
Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que
a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres,
na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º
As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte.
§ 3ºOs tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
(Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº
186, de 2008 , DEC 6.949, de 2009 , DLG 261, de
2015 , DEC 9.522, de 2018 ).
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
REQUISITO PROFISSIONAL
PORTARIA 3.233/12
Dos Requisitos Profissionais

Art. 155
Para o exercício da profissão, o vigilante deverá
preencher os seguintes requisitos, comprovados
documentalmente:

I - ser brasileiro, nato ou naturalizado;


II - ter idade mínima de vinte e um anos;
III - ter instrução correspondente à quarta série do
ensino fundamental;
IV - ter sido aprovado em curso de formação de
vigilante, realizado por empresa de curso de formação
devidamente autorizada;
V - ter sido aprovado em exames de saúde e de aptidão
psicológica;
VI - ter idoneidade comprovada mediante a
apresentação de certidões negativas de antecedentes
criminais, sem registros indiciamento em inquérito
policial, de estar sendo processado criminalmente ou ter
sido condenado em processo criminal de onde reside,
bem como do local em que realizado o curso de
formação, reciclagem ou extensão: da Justiça Federal; da
Justiça Estadual ou do Distrito Federal; da Justiça Militar
Federal; da Justiça Militar Estadual ou do Distrito Federal
e da Justiça Eleitoral;
VII - estar quite com as obrigações eleitorais e militares;
e
VIII - possuir registro no Cadastro de Pessoas Físicas.
§ 1º Os exames de saúde física e mental e de aptidão
psicológica serão renovados por ocasião da reciclagem
do vigilante, às expensas do empregador.
§ 2º O exame psicológico será aplicado por profissionais
previamente cadastrados no DPF, conforme normatização
específica.
§ 3º Os vigilantes aptos a exercer a profissão terão o
registro profissional em sua Carteira de Trabalho e
Previdência Social - CTPS, a ser executado pela Delesp
ou CV, por ocasião do registro do certificado de curso de
formação, com o recolhimento da taxa de registro de
certificado de formação de vigilante.
§ 4º Não constituem obstáculo ao registro profissional e
ao exercício da profissão de vigilante:
I - o indiciamento ou processo criminal instaurado por
crimes culposos;
II - a condenação criminal quando obtida a reabilitação
criminal fixada em sentença;
III - a condenação criminal quando decorrido período de
tempo superior a cinco anos contados da data de
cumprimento ou extinção da pena; e
IV - a instauração de termo circunstanciado, a
ocorrência de transação penal, assim como a suspensão
condicional do processo.
PERFIL PROFISSIONAL

Na Portaria 3233/12, o vigilante deverá ter o


seguinte perfil profissional:

a) Preventivo/ostensivo: atributo de o vigilante ser


visível ao público em geral, a fim de evitar a ação de
delinquentes, manter a integridade patrimonial e dar
segurança às pessoas;
b) Proatividade: ação de antever e se antecipar ao
evento danoso, com o fim de evitá-lo ou de minimizar
seus efeitos e, principalmente, visar à adoção de
providências para auxiliar os agentes de segurança
pública, como na coleta das primeiras informações e
evidências da ocorrência, de preservação dos vestígios e
isolamento do local do crime;
c) Relações públicas: qualidade de interação com o
público, urbanidade, sociabilidade e transmissão de
confiança, priorizando o atendimento adequado às
pessoas com deficiência;
d) Vigilância: atributo de movimento, dinamismo e
alerta, contrapondo-se ao conceito estático;
e) Direitos humanos: respeito à dignidade e à
diversidade da pessoa humana, compromisso que o
Brasil assumiu perante a comunidade internacional e
princípio constitucional de prevalência dos direitos
humanos;
f) Técnico-profissional: capacidade de empregar todas
as técnicas, doutrinas e ensinamentos adequados para a
consecução de sua missão;
g) Adestramento: atributo relacionado à desenvoltura
corporal, com aprimoramento físico, domínio de defesa
pessoal e capacitação para o uso proporcional da força
através do emprego de tecnologias não-letais e do uso
da arma de fogo, como último recurso de defesa própria
ou de terceiros;
h) Higidez física e mental: certeza de não ser
possuidor de patologia física ou mental;
i) Psicológico: perfil psicológico adequado ao
desempenho do serviço de vigilante (avaliação feita por
profissional credenciado pela Polícia Federal).
De meados da década de oitenta para trás, em um
ambiente inóspito à segurança privada, em que se corria
o risco real de abordagem por parte de guerrilheiros
travestidos de “estudantes”, só os mais afoitos entravam
na atividade de “segurança privada”. Essa por sua vez,
permeada de dificuldades e falta de apoio por órgãos de
segurança pública.
Eram legítimos representantes da classe baixa, e em
grande parte evadidos das escolas por priorizarem a
renda que iria trazer o sustento à família assolada pela
economia fragilizada daqueles anos.
Quem tivesse o mínimo conhecimento acadêmico,
não se arriscaria em tal atividade.
A profissão exigia pouquíssima ou nenhuma
escolaridade e era considerada de alto risco. Além disso,
era ignorada ou chamada de “sub-emprego”,
desempenhada pelos “profissionais invisíveis” e que na
maioria das vezes não tinham outra qualificação.
O perfil atual do vigilante surgiu no momento que o
“estado” passava por uma transformação populista, e em
muitas capitais o governo queria dissociar sua imagem de
simpatizante do antigo regime de governo.
Os agentes policiais eram mal remunerados e
estavam sofrendo a “caça às bruxas” imposta a quem
tivesse atuado ou ligação com os governos militares.
Nesse cenário, vários policiais e também militares das
forças armadas “pediam baixa” ou desligamento de suas
instituições para ingressarem na segurança privada.
O contratante leigo entendia que, um policial
experiente seria o melhor vigilante a se contratar. Esse
engano foi um trauma na prestação de serviços.
A migração foi uma faca de dois gumes pois, ao
mesmo passo que trouxe profissionais com melhor
preparo para lidar com uma eventual “ocorrência”,
também revelou aqueles “problemáticos” que
acostumados com o dia a dia das ruas, não conseguiam
dissociar a segurança pública da segurança privada e
tampouco seus objetivos naturais.
Enquanto a segurança pública tem por característica,
o perfil ostensivo e a prerrogativa do uso da força, o
vigilante por sua vez age de forma preventiva, e sua
reação a atos de violência, mesmo contra sua integridade
deve ser cuidadosamente pautado na legítima defesa.
Há cerca de quatro décadas, os “vigias” eram os
responsáveis por fazerem rondas a pé ou em bicicletas
por ruas mal iluminadas em um condomínio residencial
qualquer, vestindo apenas um colete de brim com a
inscrição “segurança particular” bordado nas costas, e
soprando um apito de tempos em tempos para que os
moradores pudessem constatar que estava acordado e
“vigilante”.
Mas, a atividade evoluiu e em pouco tempo os
responsáveis pelos contratos inseriram o “relógio vigia”,
com o propósito explícito de que, o “segurança” não
dormisse em serviço, e logo esse dispositivo ganhou
outro propósito, o de fazer que o vigia fizesse rondas por
lugares passíveis de cometimento de crime.
O “RELÓGIO VIGIA”

1-Discos de papel para gravação das rondas;


2-Relógio vigia;
3-Chaves de marcação.

Nesse momento, começa a evolução do conceito de


“sensação de segurança” gerada pela atuação eficaz do
profissional de segurança privada.
Aquele profissional tinha que fazer marcações em
períodos predeterminados e em pontos estratégicos
distribuídos no perímetro do contratante.
Seu trabalho era auditado pela conferencia dos
discos de ronda inseridos no marcador por seu
supervisor, líder, ou mesmo pelo próprio cliente, quando
esse tinha um gestor com tal habilidade.
O “RELÓGIO VIGIA” EVOLUIU PARA O “BASTÃO DE
RONDA”

-Bastão

-Bótom fixado em
pontos estratégicos do
perímetro de rondas.

-Base coletora de dados


para geração de relatórios.
O BASTÃO DE RONDA EVOLUIU PARA O “COLETOR DE
BIOMETRIA” (impressão digital);

Com o avanço da tecnologia, outras tecnologias


foram integradas à atividade, como a leitura do “QR
CODE” por aplicativo instalado num aparelho de telefonia
móvel.
Seguindo essa linha de avanços tecnológicos, uma
das mais novas aplicações é a ronda por
“geolocalização”, que tanto pode ser disponibilizada em
telefonia móvel por meio de aplicativos ou oferecida por
equipamento similar ao das “tornozeleiras eletrônicas”
atualmente utilizadas por “apenados” que devem ser
monitorados.
A busca constante por melhores performances na
prestação de serviços e consequentes resultados
financeiros, tem avançado sobre todos os segmentos, e
quem não se especializar ou atualizar, corre o risco de
ver sua atividade profissional extinta ou substituída por
processos de inovação.
Quase que literalmente, a tecnologia tem dado asas
à melhoria na prestação dos serviços de ronda,
monitoramento, e identificação entre outras
funcionalidades.
As antigas bicicletas, atualmente disputam espaço
com motos, segway, carros, e quadriciclos em locais
onde antes, o vigilante rondava a pé.
Hoje, mais e mais empresas de prestação de serviços
e contratantes tem lançado mão da ronda executada por
“Drones” operados por vigilantes devidamente treinados.
Essa corrida tecnológica não parará. O homem do
campo não voltará ao cabo da foice para “bater pasto”
ou do facão no corte da cana, os cobradores de ônibus
estão presenciando sua atividade sendo extinta ou
substituída por um “coletor de dados” e as gavetas onde
outrora guardavam o dinheiro do “troco” deixa de ser
usada de maneira célere.
As atividades de funcionários de agências e
instituições financeiras em geral estão sendo substituídas
por “bancos digitais”, o “carteiro” vê sua bolsa de cartas
cada dia mais vazia, no ensino, explodiu as plataformas
de ensino a distância, vendedores físicos estão sendo
substituídos gradativamente por plataformas de e-
commerce, e etc.
Todos os dias em sala de aula, vemos nos cursos de
formação de vigilantes, profissionais vindos de várias
áreas de atuação tentando uma vaga nessa que é uma
das profissões menos atingida pela chamada “crise do
desemprego”.
São professores de diversas disciplinas, gestores de
segurança, bacharéis em direito, técnicos de segurança
do trabalho, psicólogos, técnicos de enfermagem,
vendedores, músicos e uma infinidade de profissões sem
mercado de trabalho ou condições de empregar um
número crescente de egressos das instituições de ensino,
inclusive superior.
Temos diversos relatos justificando o motivo de se
candidatarem nessa profissão com remuneração média
de cerca de dois salários mínimos no estado de São
Paulo, isso a quem cumpra uma jornada de doze horas
de plantão por trinta e seis horas de descanso.
Vemos ainda o profissional de segurança que para
aumentar um pouco a sua renda mensal, acabam por
trabalharem em duas empresas na jornada “doze por
trinta e seis”, o que tecnicamente inviabiliza a folga e a
consequente perda na qualidade de vida, e da boa
prestação do serviço proposto.
Os militares das forças armadas ainda são
frequentes, já os policiais e os guardas metropolitanos
são cada vez menos presentes em sala de aula desse
curso.
Em um passado remoto, o candidato geralmente era
recrutado pelo seu porte físico.
O pretenso “segurança”, bastava ser uma “parede”
para reforçar a porta de entrada do local. O contratante
associava força física ao que se esperava quanto à
“sensação de segurança”.
Com o passar do tempo, a necessidade descortinou
uma realidade diferente, a de que nem sempre o maior
porte físico trazia os melhores resultados na vigilância e
prevenção do risco que a pessoa ou o seu patrimônio
poderiam sofrer.
Mais que em qualquer tempo, o vigilante deve atuar
de forma preventiva. Estudando assiduamente todo o
cenário do seu local de trabalho no tocante ao
comportamento das pessoas.
A interação com o ambiente culminou por determinar
um novo perfil para esse profissional e na mesa do
recrutador é possível ver que o “cliente”, faz
recrutamento participativo e determina que o vigilante a
ser contratado, tenha concluído o ensino médio, tenha
um segundo idioma, habilitado para direção de carro e
moto, conhecimento em informática, habilidade para
interagir com o público em geral e portadores de
necessidades especiais, e que não tenha vícios.
DESCRITIVO DA PROFISSÃO

O vigilante é o profissional capacitado que irá


desempenhar a segurança preventiva no local para qual
tenha sido contratado ou designado.
Esse profissional tem a prerrogativa no exercício da
atividade de segurança privada, sendo considerado como
“perito responsável”.
Não pode esse profissional, alegar ignorância ou
desconhecimento das atribuições inerentes a sua
profissão.
Sendo assim, irá responder legalmente pelas
inconformidades ocorridas no exercício da função.
Exemplo: não poderá alegar imperícia, por disparo
“acidental” de arma de fogo ou mesmo, a perda de
qualquer material controlado sob sua cautela.
O artigo 164 da Portaria 3233/12, determina que
esse profissional, deve ter as seguintes características:

Art. 164
SÃO DEVERES DOS VIGILANTES:

I- exercer suas atividades com urbanidade, probidade e


denodo, observando os direitos e garantias
fundamentais, individuais e coletivos, no exercício de
suas funções.
O vigilante deve assumir o seu turno de serviço com
antecedência mínima, em que o seu antecessor consiga
lhe relatar as alterações ocorridas em seu plantão de
forma criteriosa, observando todos os detalhes.
Antes de assumir o serviço, o vigilante deve revisar e
assinar o livro na presença do vigilante que está sendo
substituído, deixando claro que está ciente e se concorda
ou não com o teor relatado.
Além dos materiais controlados, como armamento,
munições e coletes balísticos.
Alem dos cuidados acima, o “Vigilante Condutor”,
deve realizar “checklist” do veículo e controlar, consumo
de combustível, desgaste e troca de pneus, e
manutenções que os veículos deverão ser submetidos,
como troca de óleo, filtros, “relação” (no caso de motos,
quadricíclos e etc).
Ao assumir o plantão, o vigilante deverá comunicar
imediatamente ao plantão operacional da empresa.
Assim, a empresa poderá providenciar no menor
tempo possível, a substituição para cobrir os postos dos
colaboradores “faltosos”.
O QUE DEVE SER OBSERVADO:

1) Colete Balístico: As placas deverão estar em pares


e ter suas numerações descritas em registro próprio.
Nota: Para que se tenha eficiência no resultado do
colete balístico, é importante que se observe a validade e
as condições de conservação das placas.

2) Livro de Ocorrências:
Verificar as condições de conservação do mesmo e
como está sendo preenchido, fazendo anotações
corretivas nos pontos que se fizerem necessário.
A confecção do relatório deve ser a expressão exata
do fato ocorrido.
No livro de ocorrências, não pode haver rasuras, ou
correções. Caso haja correções, a folha deve ser anulada
e aberto um novo relatório.
O Relatório de Ocorrências deve seguir um roteiro de
elaboração de forma que, o leitor encontre respostas
para as seguintes perguntas:
 Quando;
 Onde;
 O que;
 Como ocorreu;
 Porque aconteceu;
 Quais providências foram tomadas.
Nota: Lembre-se que, possivelmente quem fizer a leitura
desse relatório não terá a sua presença para tirar
dúvidas. Então o relatório deve ser o mais explicito
possível.

3) Equipamentos de Controle de Acesso


(Detectores e etc.):
Observar as condições de utilização e
operacionalização de tal equipamento.
Havendo dúvidas no manuseio, deve procurar o
superior imediato e solicitar treinamento.

4) Rádio de Comunicação-Hand Talk (HT) e seus


acessórios:
Observar as condições de conservação e utilização do
equipamento, e seus acessórios.
Deverão ser verificados seus componentes com
máxima atenção, observando-se o estado da antena,
limpeza interna e externa, se não existem danos nos
componentes eletrônicos, se os contatos não estão
desgastados ou enferrujados, se as baterias estão
retendo carga pelo período previsto, se não existe furos
no alto falante, se os botões estão funcionando
regularmente, se está na frequência correta, bem como o
estado geral da conservação de todo o conjunto.
5) Guarda-Chuva:
Observar seu tecido, varetas, haste, cabo, presilhas e
terminais. Verificar se existem rasgos no tecido, falta de
varetas e terminais. Checar se nas partes metálicas
existe ferrugens, bem como as condições de seu
funcionamento e sua guarda quando fora de uso.

6) Bota de Borracha:
Checar se a mesma está em bom estado, ou seja,
sem rasgos ou furos. Verificar se, quando fora de uso,
está guardado de maneira correta (seca, limpa e em local
seguro).

7) Guarnição:
É composta de cinturão, coldre, porta munição, e fiel.
O vigilante deverá observar as condições de
apresentação e conservação desses materiais (costuras,
travas, ilhoses e pintura);
Nota: Em algumas situações específicas, o vigilante
poderá portar também, o cassetete/tonfa e algemas.

8) Lanterna / Pilhas:
Verificar a lâmpada, vidro do foco, corpo, terminais e
tampa / mola do corpo da lanterna se encontra em bom
estado. Se as pilhas estão com carga e sem vazamentos.
CURSOS DE FORMAÇÃO E INSTRUTORES

“O homem não muda. Antes, se adapta ao meio na


tentativa de não sentir dor!”
(Soane Portela)

Segundo a Portaria 3233/12,


São os objetivos gerais do Curso de Formação de
Vigilante:

a) Dotar o aluno de conhecimentos, técnicas, habilidades


e atitudes que o capacitem para o exercício da profissão
de vigilante, em complemento à segurança pública,
incluídas as atividades relativas à vigilância patrimonial, à
segurança física de estabelecimentos financeiros e
outros, preparo para dar atendimento e segurança às
pessoas e manutenção da integridade do patrimônio que
guarda, bem como adestramento para o uso de
armamento convencional e o emprego de defesa pessoal;
b) Elevar o nível do segmento da segurança privada a
partir do ensino de seus vigilantes.
Ao final do curso, o aluno deverá adquirir conhecimentos,
técnicas, habilidades e atitudes para:
a) Compreender o ser humano como titular de direitos
fundamentais;
b) Desenvolver hábitos de sociabilidade no trabalho e no
convívio social;
c) Executar uma vigilância dinâmica e alerta, interagindo
com o público em geral;
d) Prevenir ocorrências inerentes às suas atribuições,
dentro da área física a ele delimitada, a fim de manter a
integridade patrimonial e de dar segurança às pessoas;
e) Antecipar-se ao evento danoso, a fim de impedir sua
ocorrência ou de minimizar seus efeitos, principalmente,
adotar as providências de auxílio aos agentes de
segurança pública, como o isolamento do local;
f) Operar com técnica e segurança equipamentos de
comunicação, alarmes e outras tecnologias de vigilância
patrimonial;
g) Manusear e empregar, com segurança, armamento
letal convencional na atividade de vigilante, de forma
escalonada e proporcional, como instrumentos de defesa
própria ou de terceiros
h) Defender-se com o uso de técnicas adequadas;
i) Manter-se saudável e em forma física;
j) Identificar condutas ilícitas descritas na legislação
penal;
k) Identificar o conceito, a legislação e as atribuições das
empresas de segurança privada;
l) Aplicar conhecimentos de primeiros socorros;
m) Proteger o meio ambiente;
n) Adotar medidas iniciais de prevenção e de combate a
incêndios;
o) Tomar as primeiras providências em caso de crise;
p) Executar outras tarefas que lhe forem atribuídas,
notadamente pela criação de divisões especializadas pela
sua empresa, para permitir um crescimento sustentado
em todas as áreas de segurança privada.
Para tornar-se um profissional de segurança privada,
o interessado terá que frequentar um “Curso de
Formação de Vigilante” em instituição habilitada e
reconhecida pela Policia Federal.
Antes de contratar o serviço, o aluno deve se
certificar que a instituição é idônea buscando referências
junto a Policia Federal, em consulta pela internet quanto
a reclamações e até com profissionais atuantes no
segmento e que possam dar boas referencias.
O candidato deve ainda procurar saber sobre as
instalações, e o suporte oferecido ao aluno antes,
durante e após o término do curso.
É aconselhável e se possível, que faça uma visita ao
local em dia que esteja ocorrendo cursos para que
perceba a rotina que irá se submeter.
A academia de formação de vigilantes tem o seu
funcionamento autorizado pela Polícia Federal e é
fiscalizado por esse órgão subordinado ao Ministério da
Justiça. É comum a auditoria desse órgão para verificar
irregularidades.
A instituição de ensino é o elo de ligação entre todo e
qualquer profissional que deseja exercer atividade
regular no âmbito da segurança privada e a Polícia
Federal.
Seu corpo docente deve ser devidamente
credenciado pela Polícia Federal, através de documento
denominado “Credenciamento de Instrutor”, esse tem
validade de quatro anos e deve ser renovado ao término
desse período para que o profissional continue habilitado
a exercer a atividade de docente em alguma instituição
de ensino.
O instrutor deverá levar o aluno a conhecer a
matéria, utilizando de recursos ilustrativos, audiovisuais e
práticos, se necessário e quando for possível.
No treinamento prático, o aluno deve ser levado ao
mais próximo possível do ambiente e condições a serem
encontradas no desempenho das atividades. E assim,
mitigar as dúvidas que possam gerar inércia na sua
atitude resultando em risco para si, seu protegido ou sua
operação em geral.
A lei 7.102/83 explana que a atividade só pode ser
exercida por profissional devidamente treinado e
homologado como vigilante no segmento de segurança
privada.
Para tanto, o candidato deve buscar um centro de
formação autorizado pela Policia Federal e apresentar a
documentação exigida. Logo que seja verificada a
documentação e não havendo restrição legal quanto ao
exercício da profissão, o candidato será incluído na
condição de aluno em uma turma de formação.
O curso tem carga horária de duzentas horas
distribuídas em quinze disciplinas.
O aluno deve apresentar um rendimento médio nas
notas de provas igual ou superior a 6 (seis) e freqüência
comprovada para aspirar à conclusão do curso e possível
certificação.
As extensões no segmento da atividade só poderão
ser cursadas depois que o aluno seja considerado apto a
exercer a profissão de vigilante.
O certificado de formação será expedido pela
DELESP, órgão da Polícia Federal e responsável por
emissão de todo e qualquer documento no tocante a
segurança privada.
O TREINAMENTO

Atualmente o curso de formação de vigilante é


composto de duzentas horas, divididas entre aulas
teóricas e práticas.
Abaixo, a grade dos cursos homologados pela Polícia
Federal:
 Curso de Formação de Vigilante (200 horas);
E as extensões:
 Escolta Armada (50 horas);
 Segurança Pessoal Privada (50 horas);
 Transporte de Valores (50 horas);
 Segurança de Grandes Eventos (50 horas);
 Armas Não Letais - I e II (14 horas).
O dia de aula não costuma ser fácil, principalmente
para aqueles que tinham uma vida sedentária e que
raramente faziam alguma atividade física, liam ou
escreviam.
O aluno chega à sala de aula, e se depara com
dezenas de slides de conteúdo sobre as várias matérias
abordadas, recheadas de explicações e exemplos muitas
vezes vivenciados pelo próprio instrutor, que não raro
são oriundos das forças de segurança pública, e até
mesmo profissionais da segurança privada que atuaram
por muito tempo no segmento e optaram por trocar de
lado na mesa. Mas, trouxeram suas experiências na
bagagem e fazem ilustrações com elas, para que o aluno
tenha melhor clareza do que irá encontrar no dia a dia
em sua nova profissão.
São dez horas de aula por dia em média, e isso
muitas vezes acaba por estressar alguns alunos não
acostumados com essa rotina.
Em várias ocasiões, pude presenciar a manifestação
de vontade do aluno em desistir do curso.
Alguns desses foram convencidos pelos próprios
colegas de turma a permanecerem até o final.
Geralmente, esse aluno não daria mais o mesmo
rendimento.
São quinze matérias, e os instrutores têm duzentas
horas (vinte dias), para apresentar ao aspirante a
vigilante uma nova profissão, seus direitos e deveres.
Quando se questiona o que levou aquele aluno a
optar pela profissão, ouve-se de tudo.
Geralmente há um parente que atua na área e o
incentivou diante do seu desemprego.
Mas, também há aquele que vai sem nenhum
empurrão. No seu amadurecimento pessoal, ele observou
várias atividades profissionais e acabou optando pela
segurança.
Não é uma verdade absoluta, mas na maioria das
vezes esse último, é o profissional que chega mais longe
em cargos e salários no segmento.
A “grosso modo” os alunos chegam com seus vícios
de linguagem, posturas inadequadas para a profissão e
manias que o instrutor consegue detectar e no decorrer
do curso vai orientando para que ao término do curso,
esse aluno tenha condições de se adaptar ao perfil
exigido e concorrer com outros candidatos a uma
oportunidade de emprego.
O aluno receberá estímulos de trabalho em equipe,
através de exercícios físicos e teóricos. Também
cobranças do corpo docente em relação à faltas, atrasos,
postura, apresentação pessoal, asseio, zelo com
materiais e também a maneira formal como deverá tratar
as pessoas no ambiente de trabalho, seus companheiros
e superiores hierárquicos.
Seja em entradas de bancos, pelos corredores de
algum shopping, na entrada de alguma unidade de
saúde, e etc.
Formar um profissional de segurança vai além da
leitura de uma apostila em sala de aula, o instrutor levará
o aluno a desenvolver a empatia ou colocar-se no lugar
do outro para que entenda a complexidade do ser
humano (tão bem ilustrada na aula de Relações
Humanas no Trabalho). É uma reconstrução
comportamental.
Muitos dos alunos em sala de aula, são os mesmos
que em algum momento de suas vidas, protagonizaram
agressões verbais e até mesmo físicas contra
profissionais de segurança em algum momento de suas
vidas.
Não foram poucas as vezes que, novos alunos me
questionaram em sala se “aquela porta” do banco era
realmente automática ou o “guardinha” travava o
mecanismo pela “cara” de quem chegava.
Esse é o conceito que o “popular” tem do profissional
de segurança e seu trabalho, o de uma pessoa sem
instrução acadêmica ou profissional.
Nessa pequena ilustração, temos três situações que
devem ser analisadas em separado.

a)Sim, a porta detectora de metais é automática!

b) O “guardinha” é um profissional de segurança


devidamente formado, reconhecido pelo Ministério da
Justiça, com lei própria que define sua profissão, registro
no ministério do trabalho e consequente CBO (Código
Brasileiro de Ocupações), tem sua profissão auditada
pela Policia Federal, e para estar ali tem que cumprir com
um rigoroso rito!

c) Esse profissional não foi treinado para julgar ninguém


pela aparência, e tampouco discrimina quem quer que
seja pela ”cara”!
CURSO COMPLEMENTAR DE TIRO

PORTARIA 3.233/12
Art. 87
As empresas de cursos de formação poderão ministrar
treinamentos complementares de tiro aos vigilantes que
não estejam com a reciclagem vencida.

Parágrafo único
Para a matrícula do vigilante no treinamento
complementar de tiro não é necessária novamente a
comprovação do preenchimento dos requisitos do art.
155, entretanto, o interessado deve declarar, por escrito
e sob as penas da Lei, que não possui impedimento para
o exercício da profissão de vigilante.

Art. 88
Poderá ser ministrado treinamento de revolver calibre 38,
carabina calibre 38, pistola calibre 380 ou espingarda
calibre 12.

§ 1º O treinamento em pistola calibre 380 é restrito aos


vigilantes que possuem extensão em escolta armada,
transporte de valores ou segurança pessoal.

§ 2º O treinamento em espingarda calibre 12 é restrito


aos vigilantes que possuem extensão em escolta armada
ou transporte de valores.

§ 3º Os treinamentos serão constituídos de módulos de


vinte tiros do tipo do armamento escolhido, devendo ser
acompanhados de instrutor de tiro credenciado pelo DPF
para ministrar aulas em curso de formação.

§ 4º Podem ser aplicados vários módulos no mesmo


treinamento.
Art. 89
A empresa de curso de formação deverá informar ao
DPF:

I - com no mínimo dois dias úteis de antecedência, a


data do treinamento; e
II - em até dez dias úteis após a conclusão do
treinamento:
a) a relação dos vigilantes e a data do treinamento; e
b) o tipo de armamento utilizado e a quantidade de
módulos aplicada.

Parágrafo único
No prazo do caput deverão também ser encaminhados à
Delesp ou CV as declarações de não impedimento para o
exercício da profissão assinadas pelos próprios vigilantes
e os certificados expedidos.

Art. 90
Não se aplicam ao treinamento complementar de tiro as
obrigações do art. 79, incisos I a IV.
DIREITOS E DEVERES DO VIGILANTE

PORTARIA 3.233/12
Art. 163
Dos Direitos
Assegura-se ao vigilante:

I - o recebimento de uniforme, devidamente autorizado,


às expensas do empregador;
II - porte de arma, quando em efetivo exercício;
III - a utilização de materiais e equipamentos em
perfeito funcionamento e estado de conservação,
inclusive armas e munições;
IV - a utilização de sistema de comunicação em perfeito
estado de funcionamento;
V - treinamento regular nos termos previstos nesta
Portaria;
VI - seguro de vida em grupo, feito pelo empregador; e
VII - prisão especial por ato decorrente do serviço.
Art. 164
Dos Deveres
São deveres dos vigilantes:

I - exercer suas atividades com urbanidade, probidade e


denodo, observando os direitos e garantias
fundamentais, individuais e coletivos, no exercício de
suas funções;
II - utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado,
apenas em serviço;
III - portar a CNV;
IV - manter-se adstrito ao local sob vigilância,
observando-se as peculiaridades das atividades de
transporte de valores, escolta armada e segurança
pessoal; e
V - comunicar, ao seu superior hierárquico, quaisquer
incidentes ocorridos no serviço, assim como quaisquer
irregularidades relativas ao equipamento que utiliza, em
especial quanto ao armamento, munições e colete à
prova de balas, não se eximindo o empregador do dever
de fiscalização.
UNIFORMES DO VIGILANTE

Em diversas oportunidades pude notar que, o


vigilante em serviço geralmente usa alguma peça do
uniforme diferente do fornecido pela empresa.
As alegações são diversas, ora porque o calçado
fornecido pela empresa não é confortável, porque
demoram a fazer a troca dos uniformes, porque não
“vestem bem”, e uma série de alegações.
O profissional em questão procura uma loja de
artigos profissionais ou militares, e adquire coturnos,
calças táticas, capa de colete, entre outros itens, por
conta própria e diferente dos fornecidos pela empresa.
Descaracterizando o uniforme registrado junto a Policia
Federal.
Ora, isso fere o que está exposto na Portaria
3.233/12 no que trata de uniformes a serem utilizados
pelo vigilante em serviço.

PORTARIA 3.233/12

Art. 149
O uniforme do vigilante é obrigatório e de uso exclusivo
em serviço, devendo possuir características que
garantam a sua ostensividade.

§ 1º
A fim de garantir o caráter ostensivo, o uniforme deverá
conter os seguintes elementos:
I - apito com cordão;
II - emblema da empresa; e
III - plaqueta de identificação do vigilante, autenticada
pela empresa, com validade de seis meses, constando o
nome, o número da Carteira Nacional de Vigilante - CNV
e fotografia colorida em tamanho 3 x 4 e a data de
validade.

§ 2º
O traje dos vigilantes empenhados na atividade de
segurança pessoal não necessitará observar o caráter da
ostensividade, aplicando-se quanto a estes o disposto no
art. 70, § 2o.

§ 3º
A validade da plaqueta de identificação do vigilante
poderá ser aposta de forma a ser substituída a cada
vencimento sem que seja necessária a reprodução de
todo o documento.

Art. 150
O uniforme será adequado às condições climáticas do
lugar em que o vigilante prestar serviço, de modo a não
prejudicar o perfeito exercício de suas atividades
profissionais.

Art. 151
O modelo de uniforme dos vigilantes não será aprovado
quando semelhante aos utilizados pelas Forças Armadas,
pelos órgãos de segurança pública federais e estaduais e
pelas guardas municipais.

§ 1º
Em caso de semelhança superveniente causada por
criação de novo uniforme nas Forças Armadas, nos
órgãos de segurança pública federais e estaduais e nas
guardas municipais, capaz de causar confusão ao cidadão
e ao Poder Público, a Delesp ou CV responsável pela
autorização do uniforme na unidade da federação poderá
rever a autorização concedida.

§ 2º
Na hipótese do § 1o não haverá necessidade de completa
reformulação do uniforme autorizado, bastando
alterações ou acréscimos de faixas, braçadeiras,
inscrições, emblemas ou outros elementos identificadores
que, a critério da unidade responsável, sejam suficientes
para elidir a semelhança observada, fixando-se prazo
razoável para implementação das medidas fixadas.

Art. 152
A empresa que prestar serviços de vigilância em
indústrias, usinas, portos, aeroportos, navios fundeados
em águas nacionais ou em outros estabelecimentos que
venham impor riscos à incolumidade física de seus
vigilantes, deverá adotar, além do uniforme,
equipamentos de segurança necessários ao desempenho
do trabalho, tais como capacetes, botas, óculos, cintos
especiais e outros necessários, observadas as regras de
segurança do serviço a ser executado.

Art. 153
As empresas especializadas e as que possuem serviço
orgânico de segurança poderão possuir mais de um
uniforme autorizado, podendo um deles ser terno ou
paletó, observadas as peculiaridades da atividade e o
local de prestação do serviço, bem como os requisitos do
art. 149, §1o.

Art. 154
Para obterem a autorização para modificação de
uniforme já autorizado, ou acréscimo de um novo, as
empresas especializadas e as que possuem serviço
orgânico de segurança deverão possuir alvará de
autorização e certificado de segurança válidos, devendo
protocolar requerimento à Delesp ou CV, anexando:

I - memorial descritivo do uniforme dos vigilantes,


mencionando apito com cordão, nome e logotipo da
empresa, plaqueta de identificação, acompanhado de
fotografias coloridas, de corpo inteiro de frente do
vigilante devidamente fardado;
II - memorial descritivo das alterações propostas;
III - declaração das Forças Armadas, dos órgãos de
segurança pública federais e estaduais e das guardas
municipais ou da Delesp ou CV, informando que o
modelo de uniforme apresentado não é semelhante aos
utilizados por aquelas instituições; e
IV - comprovante de recolhimento da taxa de
autorização para mudança de modelo de uniforme.
CNV - CARTEIRA NACIONAL DE VIGILANTE

O profissional de segurança deve portar a Carteira


Nacional de Vigilante quando em serviço.
Alguns profissionais não atentam a essa norma, e
alegam que o documento não tem muito valor pela forma
que se apresenta.
A CNV já teve várias apresentações, desde uma
carteira assemelhada às forças de segurança pública no
fim dos anos oitenta e década de noventa, até as versões
atuais.
Não importa o formato ou a cor do papel e sim os
dados impressos no documento.
Caso o vigilante esteja exercendo sua atividade sem
o devido documento, pode ser preso por porte ilegal de
armas e demais materiais controlados, alem de ser
passivo quanto ao exercício ilegal da profissão.

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS

Art. 47
Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar
que a exerce, sem preencher as condições a que por lei
está subordinado o seu exercício:
Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
FRENTE

VERSO

PORTARIA 3.233/12
Da Carteira Nacional de Vigilante

Art. 157
A CNV será de uso obrigatório pelo vigilante, quando em
efetivo serviço, constando seus dados de identificação e
as atividades a que está habilitado, na forma do art. 159.

§ 1º A CNV somente será expedida se o vigilante


preencher os requisitos profissionais previstos no art.
155, estiver vinculado à empresa especializada ou a que
possua serviço orgânico de segurança, e possuir curso de
formação, extensão ou reciclagem dentro do prazo de
validade.

§ 2º A CNV não é válida como identidade, mas tão


somente como identificação profissional, devendo estar
sempre acompanhada de documento oficial de
identidade.

digitais, cabendo ao setor responsável pelos


procedimentos de identificação da Superintendência de
Polícia Federal local ou da unidade descentralizada,
informar os resultados da pesquisa à Delesp ou CV.

Art. 159
As CNV serão expedidas pela CGCSP com prazo de
validade de cinco anos.

§ 1º Em caso de conclusão de novo curso de extensão,


deverá a empresa ao qual estiver vinculado o vigilante
requerer a atualização da CNV, contendo a nova
extensão realizada, salvo quando os cursos ocorrerem de
forma sucessiva, quando então o documento deverá ser
requerido após a última extensão.

§ 2º O requerimento de atualização da CNV deverá ser


acompanhado dos documentos previstos no art. 158.

§ 3º No caso do § 1o, o vigilante deverá portar a CNV


desatualizada acompanhada do protocolo de
requerimento da nova CNV.
§ 4º As CNV que tenham sido expedidas com erro ou
que estejam desatualizadas na forma do § 1º, serão
recolhidas pela Delesp ou CV no ato de entrega da nova
carteira e encaminhadas à CGCSP para controle e
destruição.

Art. 160
O pedido de renovação da CNV deverá ser apresentado
no prazo de até sessenta dias, antes da data do seu
vencimento, devendo ser instruído na forma prevista no
art. 158.

Art. 161
Nos casos de extravio, danificação, destruição, furto ou
roubo, o vigilante poderá requerer a segunda via de sua
CNV, mediante inclusão obrigatória do boletim de
ocorrência policial ou equivalente, além dos documentos
previstos no art. 158.
SEGURANÇA ORGÂNICA

PORTARIA 3.233/12
DO SERVIÇO ORGÂNICO DE SEGURANÇA

Art. 91
A empresa que pretender instituir serviço orgânico de
segurança deverá requerer autorização prévia ao
Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada,
mediante o preenchimento dos seguintes requisitos:

I - exercer atividade econômica diversa da vigilância


patrimonial e transporte de valores;

II - utilizar os próprios empregados na execução das


atividades inerentes ao serviço orgânico de segurança;

III - comprovar que os administradores, diretores,


gerentes e empregados que sejam responsáveis pelo
serviço orgânico de segurança não tenham condenação
criminal registrada; e

IV - possuir instalações físicas adequadas, comprovadas


mediante certificado de segurança, observando-se:

a) dependências destinadas ao setor operacional, dotado


de sistema de comunicação;

b) sistema de alarme ou outro meio de segurança


eletrônica, conectado com a unidade local da polícia
militar, civil ou empresa de segurança privada; e
c) local seguro e adequado para a guarda de armas e
munições.

Parágrafo único
Os requisitos do inciso IV, alíneas “a” e “b”, poderão ser
dispensados pelo DREX tendo em vista as peculiaridades
da empresa solicitante, tais como número de vigilantes,
extensão da área, porte das instalações, natureza da
atividade e sua localização.

Art. 92
As empresas que desejarem constituir serviço orgânico
em filial ou outras instalações na mesma unidade da
federação onde houver um estabelecimento da empresa
já autorizado não necessitarão de nova autorização do
Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada,
devendo requerer autorização de funcionamento à
Delesp ou CV, não necessitando de vistoria no caso de
dispensa de certificado de segurança, conforme os
termos do art. 93.

§ 1º As filias relacionadas no caput precisam comprovar


apenas os requisitos relativos às suas instalações físicas,
ressalvados os casos de dispensa de certificado de
segurança previstos no art. 93.

§ 2º São consideradas outras instalações aquelas que


não possuem CNPJ próprio e onde poderão ser
guardadas, no máximo, cinco armas, como imóveis da
empresa e residências de seus sócios ou administradores.

§ 3º A revisão de autorização de funcionamento da


empresa acarretará a revisão de todas suas instalações
na mesma unidade da federação, necessitando das filiais,
apenas, a renovação do certificado de segurança, se
houver.

§ 4º As filiais a serem abertas em unidade da federação


onde a empresa ainda não tiver autorização de
funcionamento deverão preencher todos os requisitos
exigidos por esta Portaria para atividade pretendida.

Do Certificado de Segurança

Art. 93
Os estabelecimentos das empresas com serviço orgânico
de segurança deverão possuir certificado de segurança,
conforme estabelecido nos arts. 8º e 9º, ficando
dispensados no caso de possuir, no máximo, cinco armas
de fogo, devendo, nesta hipótese, manter o referido
armamento em cofre exclusivo.

Do Processo de Autorização

Art. 94
Para obter autorização de funcionamento, as empresas
com serviço orgânico de segurança deverão apresentar
requerimento dirigido ao Coordenador-Geral de Controle
de Segurança Privada, anexando os seguintes
documentos:

I - cópia ou certidão dos atos constitutivos e alterações


posteriores, registrados na Junta Comercial ou Cartório
de Pessoa Jurídica;
II - comprovante de inscrição nos órgãos fazendários
federal, estadual e municipal;

III - cópia da Carteira de Identidade, da inscrição no


CPF, do Título de Eleitor e do Certificado de Reservista
dos responsáveis pelo serviço orgânico de segurança;

IV - certidões negativas de registros criminais expedidas


pela Justiça Federal, Estadual e Militar, dos Estados e da
União, onde houver, e Eleitoral, relativamente aos
responsáveis pelo serviço orgânico de segurança, das
unidades da federação onde mantenham domicílio e
pretendam constituir a empresa;

V - comprovante da contratação de seguro de vida para


os vigilantes;

VI - memorial descritivo do uniforme dos vigilantes,


mencionando apito com cordão, nome e logotipo da
empresa, plaqueta de identificação, acompanhado de
fotografias coloridas, de corpo inteiro de frente do
vigilante devidamente fardado;

VII - declaração das Forças Armadas, dos órgãos de


segurança pública federais e estaduais e das guardas
municipais ou das Delesp ou CV, informando que o
modelo de uniforme apresentado não é semelhante aos
utilizados por aquelas instituições;
VIII - autorização para utilização de frequência de rádio
concedida pelo órgão competente ou contrato com
prestadora de serviço, se houver veículos especiais; e
IX - comprovante de recolhimento da taxa de expedição
de alvará de funcionamento.

Art. 95
As empresas com serviço orgânico autorizadas a
funcionar na forma desta Portaria deverão informar o
início da sua atividade de vigilância patrimonial ou
transporte de valores à Secretaria de Segurança Pública
da respectiva unidade da federação.

Do Processo de Revisão de Autorização

Art. 96
Para obter a revisão da autorização de funcionamento, as
empresas com serviço orgânico de segurança deverão
apresentar requerimento dirigido ao Coordenador-Geral
de Controle de Segurança Privada, instruído com:

I - os documentos previstos no art. 94, incisos I, IV e V;

II - relação atualizada dos vigilantes, das armas, da


munição e dos eventuais veículos especiais utilizados;

III - certificado de segurança válido, se exigível,


inclusive de suas filiais na mesma unidade da federação;

IV - comprovante de quitação das multas eventualmente


aplicadas à empresa por infração administrativa aos
dispositivos desta Portaria; e
V - autorização para utilização de frequência de rádio
concedida pelo órgão competente ou contrato com
prestadora de serviço, se houver veículos especiais.
Parágrafo único. Os vigilantes deverão estar com a
formação, a extensão ou a reciclagem, e o seguro de
vida dentro do prazo de validade.

Da Atividade

Art. 97
A empresa com serviço orgânico de segurança poderá
exercer as atividades de vigilância patrimonial e de
transporte de valores, desde que devidamente autorizada
e exclusivamente em proveito próprio.

§ 1º A atividade de vigilância patrimonial somente


poderá ser exercida dentro dos limites dos
estabelecimentos da empresa com serviço orgânico de
segurança, assim como das residências de seus sócios ou
administradores, com a finalidade de garantir a
incolumidade física das pessoas e a integridade do
patrimônio no local, ou nos eventos sociais.

§ 2º A atividade de transporte de valores observará o


disposto nos arts. 50 a 56.
EQUIPAMENTOS PERMITIDOS

Os profissionais de Segurança Privada, na busca por


assemelharem-se as forças de Segurança Pública, muitas
vezes, acabam extrapolando os limites que a lei os
permitem, seja na postura e por vezes até nos
equipamentos utilizados quando em serviço.
Um grande número de profissionais utilizam de forma
indiscriminada algemas, sprays de gás lacrimejante,
“lanternas de choque”, facas, bastões retráteis, e uma
infinidade de equipamentos não previstos na Portaria
3.233/12 que regula a atividade.
Lembro que, o uso de alguns equipamentos é
permitido desde que autorizados pela Policia Federal
através da DELESP, e quando fornecidos pela empresa
contratante desses profissionais.
A Portaria supracitada, determinada responsabilidade
às empresas, fiscalizar os atos de seus funcionários.
PORTARIA 3.233/12
Dos Produtos Controlados e Acessórios

Art. 114
As empresas de segurança especializadas e as que
possuem serviço orgânico de segurança somente
poderão utilizar as armas, munição, coletes de proteção
balística e outros equipamentos descritos nesta Portaria,
cabendo ao Coordenador-Geral de Controle de Segurança
Privada, autorizar, em caráter excepcional e individual, a
aquisição e uso pelas empresas de outras armas e
equipamentos, considerando as características
estratégicas de sua atividade ou sua relevância para o
interesse nacional.

§ 1º As empresas de vigilância patrimonial poderão dotar


seus vigilantes, quando em efetivo serviço, de revólver
calibre 32 ou 38, cassetete de madeira ou de borracha, e
algemas, vedando-se o uso de quaisquer outros
instrumentos não autorizados pelo Coordenador-Geral de
Controle de Segurança Privada.

§ 2º As empresas de transporte de valores e as que


exercerem a atividade de escolta armada poderão dotar
seus vigilantes de carabina de repetição calibre 38,
espingardas de uso permitido nos calibres 12, 16 ou 20,
e pistolas semi-automáticas calibre .380 e 7,65 mm, além
dos instrumentos previstos no § 1º.

§ 3º As empresas que exercerem a atividade de


segurança pessoal poderão dotar seus vigilantes de
pistolas semi-automáticas calibre .380 e 7,65 mm, além
do previsto no § 1o.
§ 4º As empresas de curso de formação poderão adquirir
todas as armas e munição previstas neste artigo, bem
como material e petrechos para recarga.

§ 5º As empresas com serviço orgânico de segurança


poderão adquirir as armas e munição previstas para as
empresas de vigilância patrimonial e as de transporte de
valores, conforme a autorização que possuir.

§ 6º As empresas de vigilância patrimonial e as que


possuem serviço orgânico de segurança poderão,
excepcionalmente, adquirir carabinas de repetição calibre
38, conforme as características da área vigiada, ouvida a
Delesp ou CV a critério da CGCSP.

§ 7º As empresas de transporte de valores deverão, e as


demais empresas de segurança privada poderão, dotar
seus vigilantes de coletes de proteção balística,
observando-se a regulamentação específica do Comando
do Exército.

§ 8º Cada veículo de transporte de valores ou de escolta


armada deve contar com uma arma curta para cada
vigilante e, no mínimo, uma arma longa para cada dois
integrantes da guarnição.

§ 9º As empresas de segurança privada poderão dotar


seus vigilantes de armas e munição não-letais e outros
produtos controlados, classificados como de uso restrito,
para uso em efetivo exercício, segundo as atividades de
segurança privada exercidas.
§ 10º Nas atividades de vigilância patrimonial e
segurança pessoal, as empresas poderão dotar seus
vigilantes das seguintes armas e munições não-letais de
curta distância - até dez metros:

I - espargidor de agente químico lacrimogêneo (CS ou


OC) de até 70g, em solução (líquido), espuma ou gel; e
II - arma de choque elétrico de contato direto e de
lançamento de dardos energizados;

§ 11º Nas atividades de transporte de valores e escolta


armada, as empresas poderão dotar seus vigilantes das
seguintes armas e munições não-letais, de média
distância - até cinqüenta metros - e outros produtos
controlados:

I - espargidor de agente químico lacrimogêneo (CS ou


OC) de até 70g, em solução (líquido), espuma ou gel e
outras substâncias de utilização similar, autorizadas por
portaria do Coordenador-Geral de Controle de Segurança
Privada, desde que seu uso na atividade de segurança
privada seja permitido pelo Exército Brasileiro ou órgão
competente;
II - arma de choque elétrico de contato direto e de
lançamento de dardos energizados;
III - granadas fumígenas lacrimogêneas (CS ou OC) e
fumígenas de sinalização;
IV - munição no calibre 12 lacrimogêneas de jato direto;
V - munição no calibre 12 com projéteis de borracha ou
plástico;
VI - lançador de munição não-letal no calibre 12;
VII - máscara de proteção respiratória modelo facial
completo; e
VIII - filtros com proteção contra gases e aero-
dispersóides químicos e biológicos.

§ 12º As armas de fogo e sua munição, as armas não


letais e sua munição e outros produtos controlados com
prazo de validade expirado não poderão ser utilizados ou
recondicionados, devendo ser entregues ao Exército
Brasileiro para destruição.

§ 13º As armas de fogo em utilização pelos vigilantes da


empresa devem estar sempre acompanhadas de cópia
autenticada do respectivo registro.
ARMAS E MUNIÇÕES

PORTARIA 3.233/12

Art. 120
As empresas especializadas e as que possuem serviço
orgânico de segurança deverão possuir pelo menos duas
e no máximo três cargas para cada arma que possuírem,
de acordo com o calibre respectivo.

Art. 121
As armas de fogo utilizadas pelos vigilantes em serviço
deverão estar municiadas com carga completa.

Parágrafo único
Na atividade de transporte de valores e escolta armada a
quantidade mínima de munição portada deverá ser de
duas cargas completas por cada arma que a empresa
empregar em serviço.

Art. 122
Nos requerimentos de aquisição de armas de fogo das
empresas de transporte de valores, observar-se-ão os
quantitativos abaixo indicados:

I - revólveres calibre 38, pistolas semi-automáticas


calibre .380 ou 7,65 mm, sendo uma arma para cada
vigilante da guarnição do veículo especial; e

II - duas espingardas calibre 12 para cada veículo


especial, no mínimo.
COLETE BALÍSTICO

CAPA DE COLETE PADRÃO


Apresentação sem muitos detalhes e
com objetivo único de comportar as
“placas balísticas” Nível II-A,
fornecidas em conjunto.
Geralmente as empresas estampam
seus logos nessas capas.

CAPA DE COLETE TÁTICA


Apresentação com muitos detalhes,
feitas para comportarem além das
“placas balísticas”, uma série de
apetrechos que podem acabar
dificultando uma ação rápida do
profissional de segurança.
COLETE BALÍSTICO NIVEL III
OPERACIONAL BIPARTIDO

Muito diferente que alguns leigos possam imaginar, a


capa de colete utilizada pelo Exército, é bem simples
(como se vê na imagem acima).
No Brasil, as normas do Exército determinam que os
coletes balísticos têm validade de seis anos, desde que
estejam íntegros e não tenham sofrido disparos, o que o
inutiliza imediatamente para eventual reutilização.

Os coletes balísticos são divididos em níveis de


proteção:

Proteção nível I – resiste a velocidades entre 259 e


320 metros por segundo. Armas com calibre 38 e 22
estão entre as que disparam projéteis com essas
características. É o mais simples dos coletes e, por conta
disso, aquele que é utilizado em maior escala.
Proteção nível II-A – resiste a velocidades entre 332 e
381 metros por segundo. Armas como as pistolas 9
milímetros e Magnum .357 estão entre as que disparam
projéteis com essas características.

Proteção nível II – um pouco mais resistente em


relação às proteções de nível II-A, os coletes com essas
características aguentam disparos entre 358 e 425
metros por segundo. É utilizado como defesa para armas
do mesmo calibre do nível anterior.

Proteção nível III-A – resiste a impactos com


velocidades médias de 427 metros por segundo. Armas
como as pistolas 9 milímetros e as Magnum .44 estão
entre as que produzem impactos dessa natureza.

Proteção nível III – muito mais resistentes, os coletes


com essas características absorvem impactos com até
838 metros por segundo. O rifle Winchester .308 é um
dos principais representantes entre as armas que
produzem impactos desse nível.

Proteção nível IV – resistente a impactos de até 869


metros por segundo, está entre os coletes mais
resistentes comercializados. Essa proteção é capaz de
resistir a impactos de M2 Armor Piercing .30, arma de
grosso calibre.
SOBRE OS COLETES BALÍSTICOS

PORTARIA 3.233/12

Art. 132
As empresas obrigadas a possuir coletes deverão
providenciar a aquisição de novos coletes à prova de
balas, em até trinta dias antes do final do prazo de suas
respectivas validades.

§ 1º O prazo de validade do colete de proteção balística


deve estar afixado de forma inalterável no produto.

§ 2º Os coletes com prazo de validade expirado não


poderão ser utilizados ou recondicionados, devendo ser
destruídos.

§ 3º No caso de um colete ser alvejado por um disparo,


o mesmo não poderá ser reutilizado, devendo ser
destruído.

§ 4º A destruição do colete poderá ser feita por


picotamento ou por incineração.

§ 5º Os coletes a serem destruídos devem ser


entregues pela empresa proprietária à empresa
fabricante deles a fim de procederem a sua destruição,
as quais ficam obrigadas a recebê-los.

§ 6º As empresas de segurança privada poderão ainda


negociar seus coletes a serem destruídos com outras
empresas autorizadas pelo Exército a manipular o seu
conteúdo balístico.
§ 7º O transporte dos coletes a serem destruídos para a
empresa recebedora deve ser feito mediante expedição
de guia de transporte dos coletes, pela Delesp ou CV.

§ 8º A entrega dos coletes a serem destruídos deverá


ser agendada junto a Delesp ou CV, a fim de ser
acompanhada por um servidor destes órgãos, que lavrará
o respectivo termo de entrega para destruição dos
coletes.

ESTANDE DE TIRO
TRANSPORTE DE MATERIAIS CONTROLADOS

PORTARIA 3.233/12
Do Transporte de Armas, Munições e Coletes De
Proteção Balística

Art. 134
As empresas especializadas e as que possuem serviço
orgânico de segurança que desejarem transportar armas
e munições entre estabelecimentos da mesma empresa
ou para suprimento de postos de serviço, ou em outras
situações que se fizerem necessárias, deverão apresentar
requerimento à Delesp ou CV em que conste:

I - a descrição das armas e munições a serem


transportadas;
II - a descrição dos endereços de origem e destino, bem
com o motivo da necessidade do transporte;
III - o trajeto do material a ser transportado, quando
entre municípios não contíguos; e
IV - comprovante do recolhimento da taxa de
autorização para transporte de armas, munições,
explosivos e apetrechos de recarga.

Art. 135
O transporte de coletes à prova de balas, entre as
instalações da empresa e para seus postos de serviço,
não necessita de autorização da Delesp ou CV,
dispensando-se a expedição da respectiva guia.
Parágrafo único
Quando os coletes forem adquiridos por outra empresa
de segurança privada ou quando forem encaminhados
para destruição, seu transporte dependerá de
autorização da Delesp ou CV.

Art. 136
A guia de autorização para o transporte de armas e
munições será expedida pela Delesp ou CV, com o prazo
de validade de até trinta dias.

§ 1º O transporte deverá ser efetuado em veículo da


empresa e por sócio ou funcionário portando documento
comprobatório do vínculo empregatício, sendo que as
armas deverão estar desmuniciadas e acondicionadas
separadamente das munições, bem como acompanhadas
da respectiva guia.

§ 2º Quando se tratar de transferência de armas e


munições entre estabelecimentos da empresa, a
requerente deverá solicitar autorização à Delesp ou CV
de origem, instruindo-o com documentação que
justifique a necessidade operacional, conforme disposto
no art. 117, procedendo-se o registro no SINARM após a
expedição da guia.

§ 3º No caso do § 2o, o pedido será encaminhado à


Delesp ou CV de destino, que elaborará parecer
conclusivo a cerca da necessidade operacional do
estabelecimento destinatário, restituindo o expediente à
Delesp ou CV de origem, para a expedição da guia ou
notificação do interessado do indeferimento do pedido.
§ 4º Os postos de serviço da empresa devem estar
cadastrados no sistema informatizado do DPF, para
poder ser expedida autorização para transporte de
armas, munições e demais produtos controlados.

§ 5º As empresas especializadas e as possuidoras de


serviço orgânico de segurança privada deverão emitir as
guias de transporte de armas de fogo, armas não letais e
respectivas munições exclusivamente via sistema
eletrônico, excluídos os casos e hipóteses a serem
estabelecidos pela CGCSP.
GUARDA DE MATERIAIS CONTROLADOS

PORTARIA 3.233/12
Da Guarda de Armas, Munições e Coletes De
Proteção Balística

Art. 137
As armas, munições, coletes de proteção balística e
demais produtos controlados de propriedade das
empresas especializadas e das que possuem serviço
orgânico de segurança serão guardados em local seguro,
em seu estabelecimento, de acesso restrito a pessoas
estranhas ao serviço.

§ 1º Os equipamentos e até cinco armas de fogo que


estejam sendo empregados na atividade de segurança
privada poderão ser guardados em local seguro aprovado
pela Delesp ou CV, no próprio posto de serviço, não
podendo o tomador do serviço ter acesso ao material,
cuja responsabilidade pela guarda cabe exclusivamente à
empresa especializada.

§ 2º As empresas especializadas podem guardar em


suas dependências viaturas, armas, munições e outros
equipamentos de outras empresas, quando em trânsito
regular decorrente das atividades de transporte de
valores ou escolta armada, por até uma noite, desde que
informado à Delesp ou CV da circunscrição, com pelo
menos vinte e quatro horas de antecedência, pela
empresa que guardará as armas e o que seu certificado
de segurança esteja válido.
§ 3º Caso o posto de serviço seja estabelecimento
financeiro poderão ser guardadas todas as armas
empregadas na atividade de segurança privada no local,
não se aplicando o limite de até cinco armas previsto no
§ 1o.

§ 4º As armas de fogo e munições guardadas em postos


de serviço, inclusive em estabelecimentos financeiros,
deverão ser acondicionadas em cofre, caixa metálica ou
outro recipiente resistente e que seja afixado ou de outro
modo que não possa ser deslocado ou transportado com
facilidade, desde que possuam cadeados ou fechaduras
de chave ou senha, as quais ficarão em poder dos
vigilantes ou da empresa de segurança privada.

§ 5º No caso dos postos de serviço localizados em


estabelecimentos financeiros, a localização do
compartimento de guarda das armas ficará restrito ao
cofre-forte ou sala-forte da unidade bancária ou em área
de acesso proibido ao público externo, a critério da
empresa de vigilância ou da instituição financeira.

§ 6º Na hipótese de o compartimento de guarda de


armas e munições puder ser deslocado ou transportado
com facilidade, e a opção adotada for por mantê-lo fora
do cofre-forte ou sala-forte, tal recipiente deverá ser
obrigatoriamente afixado, tirando sua condição de
mobilidade.
COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS
PORTARIA 3.233/12
Da Comunicação de Ocorrências

Art. 138
As empresas especializadas e as que possuem serviço
orgânico de segurança comunicarão ao DPF, por
qualquer meio hábil, as ocorrências de furto, roubo,
perda, extravio ou recuperação das armas, munições ou
coletes de proteção balística de sua propriedade, em até
vinte e quatro horas do fato.

§ 1º Após a comunicação de que trata o caput, o


comunicante terá o prazo de dez dias úteis para
encaminhar à Delesp ou CV:

I - cópia do boletim de ocorrência policial; e

II - informações sobre as apurações realizadas pela


empresa.

§ 2º A Delesp ou CV providenciará o registro da


ocorrência no SINARM, após receber a comunicação do
fato, informando o documento apresentado.

§ 3º Outros incidentes com armas, munição e demais


produtos controlados, ainda que não previstos no caput
deste artigo, devem também ser comunicados à Delesp
ou CV no prazo de dez dias do fato, seguindo-se o
procedimento do § 1o, se for o caso.
§ 4º O prazo de vinte e quatro horas de que trata o
caput deste artigo não se suspende ou interrompe nos
feriados e finais de semana.

§ 5º
As apurações a que se refere o inciso II do § 1o deverão
conter, no mínimo, o relato dos funcionários envolvidos,
informações a respeito de instalações da empresa que
tenham, eventualmente, sofrido arrombamento e
medidas corretivas adotadas.
UTILIZAÇÃO DE CÃES ADESTRADOS
PORTARIA 3.233/12

Art. 139
As empresas de vigilância patrimonial e as que possuem
serviço orgânico de segurança poderão utilizar cães em
seus serviços, desde que possuam autorização de
funcionamento e certificado de segurança válido.

Art. 140
Os cães a que se refere o art. 139 deverão:

I - ser adequadamente adestrados por profissionais


comprovadamente habilitados em curso de cinofilia; e
II - ser de propriedade da empresa de vigilância
patrimonial ou da que possui serviço orgânico de
segurança, ou de canil de organização militar, de Kanil
Club ou particular.

Parágrafo único
O adestramento a que se refere o inciso I deverá seguir
procedimento básico e técnico-policial-militar semelhante
ao adotado pela polícia militar.

Art. 141
Os cães adestrados deverão estar sempre acompanhados
por vigilantes devidamente habilitados para a condução
do animal.

Parágrafo único
A habilitação a que se refere o caput deverá ser obtida
em treinamento prático, em órgão militar ou policial,
Kanil Club ou empresa de curso de formação, expedindo-
se declaração ou certificado de conclusão de curso.

Art. 142
O cão, quando utilizado em serviço, deverá possuir
peitoral de pano sobre o seu dorso, contendo logotipo e
nome da empresa.

Art. 143
A atividade de vigilância patrimonial com cão adestrado
não poderá ser exercida no interior de edifício ou
estabelecimento financeiro, salvo fora do horário de
atendimento ao público.
LIMITES DE ATUAÇÃO

O vigilante tem sua atividade amparada por lei e sua


atuação é restrita ao âmbito de atividade de acordo com
as respectivas extensões.

PORTARIA 3.233/12

São deveres dos vigilantes:

Art. 164

IV - manter-se adstrito ao local sob vigilância,


observando-se as peculiaridades das atividades de
transporte de valores, escolta armada e segurança
pessoal.

Ocorre que, talvez por ignorância ou má fé, com


frequência o vigilante é deslocado pelo seu contratante
ou mesmo seus superiores imediatos para realizar tarefas
fora de suas funções ou prerrogativas legais.

Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940

Art. 328
Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único
Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

O vigilante pode ainda ser autuado conforme texto


abaixo:

PORTARIA 3233/12

SÃO DEVERES DOS VIGILANTES:


Art. 164
II - utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado,
apenas em serviço;

DO UNIFORME DO VIGILANTE

Art. 149
O uniforme do vigilante é obrigatório e de uso exclusivo
em serviço, devendo possuir características que
garantam a sua ostensividade.

O Artigo 144 da Constituição Federal/88 determina


como prerrogativa do estado, o exercício e a manutenção
da segurança pública.
O vigilante poderá responder por porte ilegal de
arma de fogo e demais materiais controlados quando de
posse desses fora do seu ambiente de trabalho.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE

CÓDIGO PENAL
Artigos 23, 24 e 25

Art. 23
Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade;

II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no


exercício regular de direito.

Excesso punível

Parágrafo único
O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso ou culposo.

Art. 24
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o
fato para salvar de perigo atual, que não provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não
era razoável exigir-se.
§ 1º
Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o
dever legal de enfrentar o perigo.

§ 2º
Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois
terços.

LEGÍTIMA DEFESA
CÓDIGO PENAL

Art. 25
Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Parágrafo único
Observados os requisitos previstos no caput deste artigo,
considera-se também em legítima defesa o agente de
segurança pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém durante a prática de
crimes.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019).
HOMICÍDIO
HOMICÍDIO SIMPLES

Art. 121
Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena


§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.

HOMICÍDIO QUALIFICADO

§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por
outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação
ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a
defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
FEMINICÍDIO (Incluído pela Lei nº 13.104, de
2015)

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo


feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
VIII - (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A
Considera-se que há razões de condição de sexo
feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei
nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei
nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de
mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

HOMICÍDIO CULPOSO

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de


1965)
Pena - detenção, de um a três anos.
AUMENTO DE PENA

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3


(um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
de prestar imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou
maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº
10.741, de 2003)

§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá


deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei
nº 6.416, de 24.5.1977)

§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a


metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o
pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por
grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de
2012)

§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um


terço) até a metade se o crime for
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores
ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de
60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de
doenças degenerativas que acarretem condição limitante
ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada
pela Lei nº 13.771, de 2018)
III - na presença física ou virtual de descendente ou de
ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº
13.771, de 2018)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de
urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído
pela Lei nº 13.771, de 2018)
EXECUÇÃO E EXCESSO

Aqui devemos explicar duas considerações,


comumente utilizadas no meio da Segurança Pública e
Privada.
Quando iniciei minha atividade na Segurança Privada
em 1989, logo me deparei com esses termos já no curso
de formação.
Os instrutores utilizavam esse vocabulário para se
referirem à forma como tirava a vida de outro, por
“execução” ou “excesso”.
Existe uma lenda que, se fizer disparos na cabeça do
agressor, configura “execução”. No entanto, não é bem
assim.

A “EXECUÇÃO”

Nesse tópico, devemos entender que não existe a


chamada “execução” de que tanto falam os profissionais
de segurança, tanto pública quanto privada.
Talvez, o que poderia se assemelhar a esse
entendimento seria o homicídio com as devidas
qualificadoras.
Conforme podemos verificar no Art. 121 do Código
Penal, no § 2°, incisos de I a V.
O “EXCESSO”

O excesso por sua vez, está bem caracterizado no


Art. 25 do Código Penal:
Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Ora, o texto é claro quando se refere a “usando


moderadamente dos meios necessários”. O que passar
disso, é excesso.
Com frequência alarmante, ouço alunos
questionarem sobre o que seja “execução” e “excesso”.
Trazem à sala de aula exemplos em que foram
anteriormente instruídos onde, se atirar na cabeça do
criminoso, configura a tal “execução”.
Se atirar diretamente em direção ao agressor sem
antes efetuar o tal “tiro de advertência”, é “execução”.
Se não atirar primeiro nas pernas do agressor, é
“execução”.
Se fizer mais de um disparo contra o agressor, é
“excesso”.
Ora, o alvo homologado para treinamento desses
profissionais não tem “pernas”.
A maioria dos “alvos” têm cabeça, pernas não. O
profissional é instruído e pratica tiros naquilo que
entende ser o tórax do agressor.
Não há que se questionar sobre sua ação, quando
dispara na região supra e dentro do que versa o Art. 25
do Código Penal (legítima defesa).

ESTANDE DE TIRO
USO PROGRESSIVO DA FORÇA

LEGISLAÇÃO PARA O USO PROGRESSIVO DA


FORÇA

A legislação internacional conta com instrumentos


importantes de orientação aos Estados quanto à conduta
dos aplicadores da Lei, garantindo a conformidade com
os direitos humanos e as liberdades individuais.

Os documentos que tratam destes princípios são:

– Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da


Lei (CCEAL) – Resolução 34/169 ONU/79;

– Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de


Fogo (PBUFAF) – 8º Congresso Cuba/90

O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 23, ampara


legalmente o uso da força:

Não há crime quando o agente pratica o fato:


I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito.
NÍVEIS DE USO PROGRESSIVO DA FORÇA
O uso progressivo da força divide a ação em seis
níveis. O objetivo é que a força utilizada seja
proporcional ao nível de resistência oferecida.

NÍVEL 1 – PRESENÇA FÍSICA


No primeiro nível, apenas a presença de um vigilante
uniformizado já pode ser suficiente para prevenir um
crime, ou evitar ações de pessoas mal intencionadas.
NÍVEL 2 – VERBALIZAÇÃO
É a habilidade do vigilante de se comunicar para
resolver o conflito. Este nível de força deve ser utilizado
em conjunto com todos os outros níveis.
O objetivo da verbalização é a redução do uso da
força e o controle do suspeito. Procure manter a calma,
não use palavrões e jamais entre em discussão.

NÍVEL 3 – CONTROLE DE CONTATO


Quando as possibilidades de verbalização se
esgotarem, o vigilante pode vir a usar suas habilidades
de contato físico para controlar a situação. Neste nível
utiliza-se apenas técnicas de imobilização e condução,
por isso também é chamado de controle de mãos livres.

NÍVEL 4 – TÉCNICAS DE SUBMISSÃO


Neste nível podem ser utilizadas as técnicas de mãos
livres adequadas e agentes químicos, suficientes para
superar a resistência do suspeito. O vigilante deve ficar
atento a comportamentos mais agressivos, para
empregar níveis superiores de força se necessário.

NÍVEL 5 – TÁTICAS DEFENSIVAS NÃO LETAIS


Para ganhar e manter o controle do indivíduo, após
esgotadas todas as tentativas dos níveis anteriores, o
vigilante pode fazer uso de métodos não letais.
Gases fortes, forçamento de articulações,
equipamentos de impacto, e até mesmo armas de fogo,
desde que sem disparo com intenção letal, podem ser
utilizados.

NÍVEL 6 – FORÇA LETAL


Para utilizar o último nível, deve-se respeitar o
Triângulo da Força Letal, modelo de tomada de decisão
para que se permaneça dentro da legalidade.

NÍVEIS PARA O
USO PROGRESSIVO DA FORÇA
NÍVEIS DE USO
PROGRESSIVO DA FORÇA

FORÇA LETAL

TÁTICAS DEFENSIVAS
NÃO LETAIS

TÉCNICAS DE SUBMISSÃO

CONTROLE DE CONTATO

VERBALIZAÇÃO

PRESENÇA FÍSICA

PISTOLA- SPARK Z 2.0


CONDOR
OS TRÊS PONTOS DO TRIÂNGULO DA
FORÇA LETAL SÃO:
HABILIDADE
O suspeito tem capacidade física para causar dano
ao vigilante ou outros inocentes?
A resposta é sim quando ele possuir uma arma capaz
de provocar morte ou lesões graves, como armas de fogo
ou facas.

OPORTUNIDADE
Qual o potencial do suspeito usar sua habilidade para
matar ou ferir alguém?
Um suspeito armado com uma faca, por exemplo,
tem a habilidade para causar danos. Mas pode faltar a
oportunidade se você aumentar a distância em relação a
ele.

RISCO
É quando um suspeito utiliza sua habilidade e
oportunidade para colocar o vigilante ou a vítima em
perigo iminente.
Por exemplo, se um suspeito de roubo se recusa a
soltar a arma, acuado após uma perseguição, pode
representar um risco.
QUEM PODE DAR VOZ DE PRISÃO?

Você sabia que tem a autoridade necessária,


conferida por lei, para efetuar a prisão de um criminoso
em flagrante delito?

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301
Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e
seus agentes deverão prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito.

Art. 302
Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração.

Art. 303
Nas infrações permanentes, entende-se o agente em
flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
Art. 304
Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá
esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura,
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do
preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas
que o acompanharem e ao interrogatório do acusado
sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada
oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei
nº 11.113, de 2005)

§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita


contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à
prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar
fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo,
se para isso for competente; se não o for, enviará os
autos à autoridade que o seja.

§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o


auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o
condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas
que hajam testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.

§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber


ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será
assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua
leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei
nº 11.113, de 2005)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá
constar a informação sobre a existência de filhos,
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 305
Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa
designada pela autoridade lavrará o auto, depois de
prestado o compromisso legal.

Art. 306
A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
serão comunicados imediatamente ao juiz competente,
ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por
ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).

§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização


da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto
de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o
nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).

§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso,


mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).

Art. 307
Quando o fato for praticado em presença da autoridade,
ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão
do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as
declarações que fizer o preso e os depoimentos das
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo
preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao
juiz a quem couber tomar conhecimento do fato
delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido
o auto.

Art. 308
Não havendo autoridade no lugar em que se tiver
efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do
lugar mais próximo.

Art. 309
Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade,
depois de lavrado o auto de prisão em flagrante.

Art. 310
Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo
máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de
custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o
membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz
deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº


12.403, de 2011).
II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
quando presentes os requisitos constantes do art. 312
deste Código, e se revelarem inadequadas ou
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;
ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem
fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante,


que o agente praticou o fato em qualquer das condições
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento obrigatório a todos os atos processuais,
sob pena de revogação. (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que


integra organização criminosa armada ou milícia, ou que
porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a
liberdade provisória, com ou sem medidas
cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação


idônea, à não realização da audiência de custódia no
prazo estabelecido no caput deste artigo responderá
administrativa, civil e penalmente pela omissão.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o


decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a
não realização de audiência de custódia sem motivação
idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser
relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da
possibilidade de imediata decretação de prisão
preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
AGRESSÕES FÍSICAS E VERBAIS

CÓDIGO PENAL
DA OFENSA

Art. 139
Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo, à sua
reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

EXCEÇÃO DA VERDADE

Parágrafo único
A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é
funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de
suas funções.

DA AGRESSÃO

Art. 129
Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE

§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais
de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou
função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2º Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou
função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte

§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que


o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de
produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

DIMINUIÇÃO DE PENA

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de


relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA

§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda


substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
anterior;
II - se as lesões são recíprocas.

LESÃO CORPORAL CULPOSA

§ 6º Se a lesão é culposa:
(Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de dois meses a um ano.

AUMENTO DE PENA

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer


qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste
Código.
(Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.


121 (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de
2004)
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente,
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei
nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
(Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

§ 10 Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se


as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
(Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)

§ 11 Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será


aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.
(Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)

§ 12 Se a lesão for praticada contra autoridade ou


agente descrito nos Art. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguineo até terceiro grau,
em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a
dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015).
FURTO, ROUBO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA

CÓDIGO PENAL
Artigos 155, 156 e 157

CÓDIGO PENAL
FURTO

Art. 155
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é


praticado durante o repouso noturno.

§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a


coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.

§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou


qualquer outra que tenha valor econômico.

FURTO QUALIFICADO

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa,


se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude,
escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)


anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum.
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a


subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o
exterior.
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se


a subtração for de semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração.
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)

§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos


e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou
de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
CÓDIGO PENAL
FURTO DE COISA COMUM

Art. 156
Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou
para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa
comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º Somente se procede mediante representação.

§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível,


cujo valor não excede a quota a que tem direito o
agente.
CÓDIGO PENAL
ROUBO

Art. 157
Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois
de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de


subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime
ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:


(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

I – (revogado);
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de
valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha
a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior;
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
restringindo sua liberdade.
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem
sua fabricação, montagem ou emprego.
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com
emprego de arma branca;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):


(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de


arma de fogo;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo
mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo
que cause perigo comum.
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

§ 2º-B Se a violência ou grave ameaça é exercida com


emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido,
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
artigo.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º Se da violência resulta:
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7


(sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30
(trinta) anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

CÓDIGO PENAL
APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Art. 168
Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse
ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente


recebeu a coisa:

I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 168-A
Deixar de repassar à previdência social as contribuições
recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar


de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra


importância destinada à previdência social que tenha sido
descontada de pagamento efetuado a segurados, a
terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
II – recolher contribuições devidas à previdência social
que tenham integrado despesas contábeis ou custos
relativos à venda de produtos ou à prestação de
serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - pagar benefício devido a segurado, quando as
respectivas cotas ou valores já tiverem sido
reembolsados à empresa pela previdência
social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente,
espontaneamente, declara, confessa e efetua o
pagamento das contribuições, importâncias ou valores e
presta as informações devidas à previdência social, na
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou


aplicar somente a de multa se o agente for primário e de
bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes


de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição
social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela
previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções
fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 4º A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se


aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo
valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele
estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo
para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído
pela Lei nº 13.606, de 2018)
DANOS AO PATRIMÔNIO

CÓDIGO PENAL

Art. 163
Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único
Se o crime é cometido:

I - com violência à pessoa ou grave ameaça;


II - com emprego de substância inflamável ou explosiva,
se o fato não constitui crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública,
empresa pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviços públicos;
(Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável
para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa,
além da pena correspondente à violência.
EXTORSÃO

CÓDIGO PENAL
ESTORSÃO

Art. 158
Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas,


ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um
terço até metade.

§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o


disposto no § 3º do artigo anterior.
(Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90)

§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da


liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão,
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta
lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o,
respectivamente.(Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
ESTORSÃO MEDIANTE SEQÜESTRO

Art. 159
Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do
resgate:
(Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90)
(Vide Lei nº 10.446, de 2002)
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro)


horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
por bando ou quadrilha.
(Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90)
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza


grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro
anos.
(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 3º Se resulta a morte:
Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta
anos.
(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 4º
Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o
denunciar à autoridade, facilitando a libertação do
seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
terços.
(Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA

CÓDIGO PENAL
CALÚNIA

Art. 138
Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a


imputação, a propala ou divulga.

§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade

§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:

I - se, constituindo o fato imputado crime de ação


privada, o ofendido não foi condenado por sentença
irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas
indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
CÓDIGO PENAL
DIFAMAÇÃO

Art. 139
Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se


admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é
relativa ao exercício de suas funções.

CÓDIGO PENAL
INJÚRIA

Art. 140
Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou


diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra
injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além
da pena correspondente à violência.

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos


referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído
pela Lei nº 9.459, de 1997)
VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO

CÓDIGO PENAL

Art. 150
Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente,
ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de
direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar


ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou
por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
pena correspondente à violência.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.869, de


2019) (Vigência)

§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em


casa alheia ou em suas dependências:

I - durante o dia, com observância das formalidades


legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum
crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.

§ 4º A expressão "casa" compreende:


I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade.

§ 5º Não se compreendem na expressão "casa":

I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação


coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO
CÓDIGO PENAL

Art. 148
Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou
cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou


companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima
em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze
dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito)
anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
V – se o crime é praticado com fins
libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)

§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da


natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CÓDIGO PENAL

Art. 146
Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer
outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o
que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Aumento de pena

§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro,


quando, para a execução do crime, se reúnem mais de
três pessoas, ou há emprego de armas.

§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as


correspondentes à violência.

§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:

I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o


consentimento do paciente ou de seu representante
legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II - a coação exercida para impedir suicídio.
AMEAÇA
CÓDIGO PENAL

Art. 147
Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto
e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único
Somente se procede mediante representação.
LESÃO CORPORAL
CÓDIGO PENAL

Art. 129
Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE

§ 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais


de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou
função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho;


II - enfermidade incuravel;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou
função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE

§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que


o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de
produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo


de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.

Substituição da pena

§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda


substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo


anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
LESÃO CORPORAL CULPOSA

§ 6°
Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7º
Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

§ 8º
Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.
121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
TORTURA
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
Define os crimes de tortura e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º
Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou


grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça,
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa


presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento
físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,


quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre
na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos;
se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;


II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
(sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº
10.741, de 2003)
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função


ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
dobro do prazo da pena aplicada.

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de


graça ou anistia.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a


hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
regime fechado.

Art. 2º
O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não
tenha sido cometido em território nacional, sendo a
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local
sob jurisdição brasileira.

Art. 3º
Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º
Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.

Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e


109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
8.4.1997
ESCOLTA ARMADA

Tão antiga quanto a própria segurança, a Escolta


Armada já na idade média, aparece nos registros,
quando carruagens transportando valores entre reinados
eram escoltadas por cavaleiros pagos para garantir que a
encomenda chegasse ao seu destino, sem que os
salteadores subtraíssem sem conteúdo. Para isso, a
escolta de cavaleiros colocava em risco a sua própria vida
para proteger o bem alheio.
No fim do século XIX, a Escolta Armada ainda
empresta seus serviços ao que seria o início do
transporte de valores, a criação da empresa BRINKS.
Que nasceu como uma transportadora de bagagens e em
seguida passou a transportar valores.
Todo serviço na segurança privada, é de risco. No
entanto, alguns podem ser considerados de alto risco.
Um desses e considero o de maior risco, é a Escolta
Armada, e digo isso porquê diferente do Transporte de
Valores a proteção do agente de escolta é a sua
capacidade de vigilância e observação do risco.
Em cada esquina, e de todas as direções pode vir o
ataque por parte do criminoso. Não há como se abrigar,
como no serviço Patrimonial, Segurança Pessoal, ou
mesmo no Transporte de Valores.
O serviço de Escolta Armada é uma provocação ao
criminoso, uma vez que os agentes vão até onde esses
estão e não o contrário.
PORTARIA 3.233/12
Dos Requisitos de Autorização

Art. 63
O exercício da atividade de escolta armada dependerá de
autorização prévia do DPF, mediante o preenchimento
dos seguintes requisitos:

I - possuir autorização há pelo menos um ano na


atividade de vigilância patrimonial ou transporte de
valores;
II - contratar, e manter sob contrato, o mínimo de oito
vigilantes com extensão em escolta armada e experiência
mínima de um ano nas atividades de vigilância ou
transporte de valores; e
III - comprovar a posse ou propriedade de, no mínimo,
dois veículos, os quais deverão possuir as seguintes
características:
a) estar em perfeitas condições de uso;
b) quatro portas e sistema que permita a comunicação
ininterrupta com a sede da empresa em cada unidade da
federação em que estiver autorizada; e
c) ser identificados e padronizados, com inscrições
externas que contenham o nome, o logotipo e a
atividade executada pela empresa.

Do Processo de Autorização

Art. 64
O requerimento de autorização de funcionamento na
atividade de escolta armada será dirigido ao
Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada,
com os seguintes documentos anexos:
I - relação atualizada dos empregados, das armas, das
munições e dos veículos utilizados;
II - memorial descritivo do uniforme dos vigilantes,
mencionando apito com cordão, nome e logotipo da
empresa, plaqueta de identificação, acompanhado de
fotografias coloridas de corpo inteiro de frente e costas
do vigilante devidamente fardado;
III - declaração das Forças Armadas, dos órgãos de
segurança pública federais e estaduais e das guardas
municipais ou das Delesp e CV, informando que o modelo
de uniforme apresentado não é semelhante aos utilizados
por aquelas instituições;
IV - cópia dos documentos de posse ou propriedade de,
no mínimo, dois veículos de escolta para uso exclusivo da
empresa, dotados de sistema de comunicação,
identificados e padronizados na forma do art. 63, inciso
III, alínea “c”;
V - fotografias coloridas das partes da frente, lateral e
traseira do veículo;
VI - autorização para utilização de frequência concedida
pelo órgão competente ou contrato com prestadora de
serviço;
VII - comprovante da contratação de seguro de vida dos
vigilantes;
VIII - comprovante de quitação das penas de multa
eventualmente aplicadas à empresa por infração
administrativa aos dispositivos desta Portaria; e
IX - comprovante de recolhimento da taxa de alteração
de atos constitutivos.

§ 1º Os requisitos dos incisos II e III somente serão


exigidos caso a empresa pretenda utilizar uniforme
diverso do já autorizado pelo DPF em suas atividades de
segurança privada.

§ 2º Os vigilantes deverão estar com a formação, a


extensão ou a reciclagem e o seguro de vida dentro do
prazo de validade.

Art. 65
As empresas autorizadas a exercer a atividade de escolta
armada deverão comunicar o início de suas atividades à
Secretaria de Segurança Pública da respectiva unidade
da federação.

Da Atividade

Art. 66
Os vigilantes empenhados na atividade de escolta
armada deverão compor uma guarnição mínima de
quatro vigilantes, por veículo, já incluído o condutor,
todos especialmente habilitados.

§ 1º Nos casos de transporte de cargas ou valores de


pequena monta, a critério do contratante, a guarnição
referida no caput poderá ser reduzida até a metade.

§ 2º O disposto no art. 52 aplica-se também ao serviço


de escolta no que for pertinente.

§ 3º O serviço de escolta pode ser apoiado por outros


veículos, desde que autorizados pela Delesp ou CV da
circunscrição onde se inicie o serviço e mediante a
informação prévia, com pelo menos vinte e quatro horas
de antecedência.
Art. 67
A execução da escolta armada iniciar-se-á,
obrigatoriamente, no âmbito da unidade da federação
em que a empresa possua autorização.
Parágrafo único. Inclui-se no serviço de escolta o retorno
da guarnição com o respectivo armamento e demais
equipamentos, com os pernoites estritamente
necessários.

Art. 68
As empresas que exercerem a escolta armada cujos
veículos necessitarem, no exercício das atividades,
transitar por outras unidades da federação, deverão
comunicar a operação, previamente, às unidades do DPF
e do Departamento de Polícia Rodoviária Federal - DPRF,
e às Secretarias de Segurança Pública respectivas.
SPP-SEGURANÇA PESSOAL PRIVADA

No fim dos anos oitenta e inicio dos noventa, o


Brasil foi varrido por uma onda de seqüestros, e esses
tinham como alvos quase sempre os empresários.
Era a nova modalidade de crime praticada pelas
facções criminosas que vão se adequando ao que
entendem por “facilidades”.
Não demorou para a sociedade buscar meios que
complementassem o serviço da Segurança Pública, e a
alternativa à mão foi a contratação de Segurança
Pessoal.
Essa atividade iniciou com a denominação de
“Agente de Segurança” (que eram Vigilantes Patrimoniais
promovidos) e as próprias empresas prestadoras que
determinava quem tinha ou não o perfil para tal, mas
logo a Polícia Federal enxergou que o serviço precisava
ser disciplinado e tratado como atividade específica, não
podendo ser executada diretamente por Vigilantes
Patrimoniais.
Logo, surgiu a atividade de Segurança Pessoal
Privada, e o cotidiano das cidades passou a contar com
um cenário inusitado.
Em meados dos anos noventa, era comum vermos
cidadãos aparentemente do povo, mas que acabavam se
denunciando como abastado pelo “mini exército” em
volta de si. Uma tentativa de proteção pessoal em
relação ao crime que se expandia por todos os lados.
Eram os VIP’s (Very Important Person), ou mesmo
alguma celebridade buscando proteção pessoal com
receio de serem seqüestrados.
Ao contrário do que muitos especialistas
possam pensar, essa atividade foi oficialmente criada por
Allan Pinkerton (chamado de pai da segurança moderna),
ao criar um pequeno grupo que teve entre outras
façanhas êxito ao impedir um atentado para assinar o
então presidente americano Abraham Lincoln.

Da esquerda para a direita, Allan Pinkerton (chefe dos


Serviços de Inteligência da União), o Presidente Abraham
Lincoln e o General John A. McClernand
PORTARIA 3.233/12
Dos Requisitos de Autorização

Art. 69
O exercício da atividade de segurança pessoal dependerá
de autorização prévia do DPF, mediante o preenchimento
dos seguintes requisitos:

I - possuir autorização há pelo menos um ano na


atividade de vigilância patrimonial ou transporte de
valores; e
II - contratar, e manter sob contrato, o mínimo de oito
vigilantes com extensão em segurança pessoal e
experiência mínima de um ano nas atividades de
vigilância ou transporte de valores.

Do Processo de Autorização

Art. 70
O requerimento de autorização de funcionamento na
atividade de segurança pessoal será dirigido ao
Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada,
anexando os seguintes documentos:

I - relação atualizada dos empregados, das armas, das


munições e dos veículos utilizados;
II - comprovante da contratação de seguro de vida dos
vigilantes;
III - comprovante de quitação das penas de multa
eventualmente aplicadas à empresa por infração
administrativa aos dispositivos desta Portaria; e
IV - comprovante de recolhimento da taxa de alteração
de atos constitutivos.

§ 1º Os vigilantes deverão estar com a formação, a


extensão ou a reciclagem e o seguro de vida dentro do
prazo de validade.

§ 2º O vigilante deverá utilizar em serviço traje


adequado à missão, estabelecido pela empresa, não
assemelhado ao uniforme das Forças Armadas, dos
órgãos de segurança pública federais e estaduais e das
guardas municipais, portando todos os documentos aptos
a comprovar a regularidade da execução do serviço de
segurança pessoal contratado.

Art. 71
As empresas autorizadas a exercer a atividade de
segurança pessoal deverão comunicar o início de suas
atividades à Secretaria de Segurança Pública da
respectiva unidade da federação.

Da Atividade

Art. 72
A execução da segurança pessoal iniciar-se-á,
obrigatoriamente, no âmbito da unidade da federação
em que a empresa possua autorização.
Parágrafo único. Nas hipóteses em que o serviço não
abranger a volta dos vigilantes juntamente com o
beneficiado pela segurança pessoal, inclui-se no serviço o
retorno da guarnição com o respectivo armamento e
demais equipamentos, com os pernoites estritamente
necessários.

Art. 73
As empresas que exercerem a atividade de segurança
pessoal cujos vigilantes necessitarem transitar por outras
unidades da federação, deverão comunicar a operação,
previamente, às unidades do DPF e do DPRF, e às
Secretarias de Segurança Pública respectivas.

Instr. Soane Portela em entrevista à Rede Record,


sobre o perfil do Agente de Segurança Pessoal.
TRANSPORTE DE VALORES

Em 1859, na cidade de Chicago, o casal visionário


Washington Perry e Fidelia Brink, cria uma das primeiras
empresas de entrega dos Estados Unidos.
A empresa foi batizada de BRINK’S CITY EXPRESS,
numa referencia ao sobrenome do casal.

A BRINKS iniciou suas atividades como


transportadora de caixas e bagagens de homens de
negócio, que viajavam para a cidade em missões
comerciais.
Em 1891 a BRINKS inicia sua atividade com
transporte de valores fazendo sua primeira entrega
bancária (seis sacos de dólares de prata, para o Home
National Bank), tornando-se com isso a primeira
transportadora de valores do mundo.
Para tanto, contratou homens armados que
pudessem garantir a segurança da encomenda durante o
trajeto.

No Brasil a empresa chegou em 1966, e ao longo


dos anos manteve o espírito pioneiro no desenvolvimento
de seus produtos e serviços.
PORTARIA 3233/12
Dos Requisitos de Autorização

Art. 20
O exercício da atividade de transporte de valores, cuja
propriedade e administração são vedadas a estrangeiros,
dependerá de autorização prévia do DPF, através de ato
do Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada,
mediante o preenchimento dos seguintes requisitos:

I - possuir capital social integralizado mínimo de 100.000


(cem mil) UFIR;
II - prova de que os sócios, administradores, diretores e
gerentes da empresa de segurança privada não tenham
condenação criminal registrada;
III - contratar, e manter sob contrato, o mínimo de
dezesseis vigilantes com extensão em transporte de
valores;
IV - comprovar a posse ou propriedade de, no mínimo,
dois veículos especiais;
V - possuir instalações físicas adequadas, comprovadas
mediante certificado de segurança, observando-se:
a) uso e acesso exclusivos ao estabelecimento, separado
das instalações físicas de outros estabelecimentos e
atividades estranhas às atividades autorizadas;
b) dependências destinadas ao setor administrativo;
c) dependências destinadas ao setor operacional, dotado
de sistema de comunicação;
d) local seguro e adequado para a guarda de armas e
munições, construído em alvenaria, sob laje, com um
único acesso, com porta de ferro ou de madeira,
reforçada com grade de ferro, dotada de fechadura
especial, além de sistema de combate a incêndio nas
proximidades da porta de acesso;
e) garagem exclusiva para, no mínimo, dois veículos
especiais de transporte de valores;
f) cofre para guarda de valores e numerários com
dispositivos de segurança;
g) alarme capaz de permitir, com rapidez e segurança,
comunicação com órgão policial próximo ou empresa de
segurança privada;
h) vigilância patrimonial e equipamentos elétricos,
eletrônicos ou de filmagem, funcionando
ininterruptamente; e
i) sistema de comunicação próprio, que permita a
comunicação ininterrupta entre seus veículos e a sede da
empresa em cada unidade da federação em que estiver
autorizada; e
VI - contratar seguro de vida coletivo.

§ 1º Caso adote um sistema de comunicação


complementar, a empresa deverá comprovar a sua
aquisição à Delesp ou CV, que fará comunicação à
CGCSP.

§ 2º A comprovação, por parte da empresa, da


contratação do seguro de vida coletivo e do efetivo
mínimo de vigilantes deverá ser feita até sessenta dias
após a publicação do alvará de funcionamento.

§ 3º
O objeto social da empresa deverá estar relacionado
somente às atividades de segurança privada que esteja
autorizada a exercer.
§ 4º As empresas de transportes de valores deverão
utilizar, ainda, sistema de comunicação que permita
ligação entre os vigilantes componentes da equipe
quando em deslocamento externo, na forma e no prazo
estabelecido pela CGCSP.

Art. 21
As empresas que desejarem constituir filial ou outras
instalações na mesma unidade da federação onde houver
estabelecimento da empresa já autorizado, não
necessitarão de nova autorização do Coordenador-Geral
de Controle de Segurança Privada, ficando, no entanto,
obrigadas a proceder conforme o art. 6º.

Art. 22
Além do disposto no art. 7º, as outras instalações das
empresas transportadoras de valores poderão guardar
em seu interior, em local seguro, até dois veículos
especiais com seu respectivo armamento.

Do Certificado de Segurança

Art. 23
O interessado que pretender autorização para
funcionamento de empresa de transporte de valores
deverá possuir certificado de segurança, conforme
estabelecido nos arts. 8º e 9º.
Do Certificado de Vistoria

Art. 24
Os veículos especiais utilizados pelas empresas de
transporte de valores deverão possuir certificado de
vistoria, cuja expedição ou renovação deverá ser
requerida pelo interessado à Delesp ou CV da
circunscrição do estabelecimento ao qual o veículo
especial estiver vinculado, desde que esteja com a
autorização de funcionamento em vigor, devendo anexar:

I - cópia do documento que comprove a posse ou


propriedade do veículo especial;
II - cópias dos certificados de conformidade;
III - cópia da documentação que comprove a
regularidade junto ao órgão de trânsito competente; e
IV - comprovante do recolhimento da taxa de vistoria de
veículo especial de transporte de valores.

§ 1º O veículo especial deverá ser identificado e


padronizado, contendo nome e logotipo da empresa,
dotado de sistema que permita a comunicação
ininterrupta com a sede da empresa em cada unidade da
federação em que estiver autorizada, e atender às
especificações técnicas de segurança contidas nesta
Portaria.

§ 2º A Delesp ou CV, após analisar o requerimento de


vistoria do veículo especial, comunicará ao interessado a
data, horário e local em que será realizada a vistoria.
§ 3º Não será expedido certificado de vistoria para os
veículos especiais que não estiverem em perfeitas
condições de uso.

§ 4º A não apresentação injustificada do veículo para


vistoria ensejará a reprovação do pleito do requerente.

Art. 25
Após a vistoria do veículo especial, a Delesp ou CV
emitirá relatório, consignando a proposta de aprovação
ou os motivos que ensejaram a reprovação.

§ 1º Proposta a aprovação do veículo especial pela


Delesp ou CV, o certificado de vistoria será autorizado e
emitido pelo DREX, tendo validade de um ano.

§ 2º O requerimento de renovação do certificado de


vistoria deverá ser apresentado no prazo de até trinta
dias antes da data do seu vencimento, devendo ser
instruído com os documentos previstos no art. 24, além
das taxas de vistoria e de renovação do certificado de
vistoria.

§ 3º Da decisão da Delesp ou CV que reprovar a vistoria


caberá recurso, em dez dias, dirigido ao DREX, a contar
do recebimento da notificação.

§ 4º O recurso poderá ser instruído com a prova do


saneamento das irregularidades apontadas.

§ 5º O DREX decidirá o recurso com base na


documentação existente, podendo se valer de vistoria
complementar, quando necessário.
§ 6º A decisão definitiva de reprovação ensejará a
lavratura do auto de infração correspondente, caso o
veículo já esteja com o certificado de vistoria anterior
vencido ou não atenda às especificações técnicas
mínimas exigidas para a aprovação.

§ 7º Na hipótese de reprovação definitiva, o interessado


somente poderá solucionar a irregularidade por meio da
apresentação de novo requerimento.

Art. 26 Os veículos especiais de transporte de valores


somente poderão trafegar acompanhados da via original
ou cópia autenticada do respectivo certificado de vistoria,
afixado na parte de dentro do vidro do veículo.
Das Especificações de Segurança dos Veículos

Art. 27
As blindagens utilizadas nos veículos especiais de
transporte de valores são classificadas quanto ao nível de
proteção, conforme tabela disposta no Regulamento para
Fiscalização de Produtos Controlados (R-105):

Grau de
Nível Munição Energia Cinética(Joules)
Restrição
.22 LRHV
133 (cento e trinta e três)
Chumbo
I
.38 Special RN 342 (trezentos e quarenta e
Chumbo dois)
441 (quatrocentos e
9 FMJ
quarenta e um)
II-A
.357 Magnum 740 (setecentos e
JSP quarenta)
Uso permitido
9 FMJ 513 (Quinhentos e treze)
II
.357 Magnum 921 (novecentos e vinte e
JSP um)
726 (setecentos e vinte e
9 FMJ
seis)
III-A
.44 Magnum 1.411 (um mil quatrocentos
SWC Chumbo e onze)
7,62 FMJ
3.406 (três mil
III (.308
quatrocentos e seis)
Winchester) Uso restrito
4.068 (quatro mil e
IV .30-06 AP
sessenta e oito)
Art. 28
Sem prejuízo do atendimento das normas emanadas do
órgão de trânsito competente, os veículos especiais de
transporte de valores deverão atender aos seguintes
requisitos técnicos básicos:

I - cabine e compartimento da equipe, dotados de


blindagem opaca com blindagem nível III, mesmo que
resultante da sobreposição de blindagens diversas, desde
que comprovado o atingimento do nível adequado nos
termos do disposto no art. 32;
II - compartimento do cofre dotado de blindagem opaca,
no mínimo nível II-A;
III - pára-brisa dotado de blindagem transparente nível
III;
IV - visores dotados de blindagem transparente nível III
em ambos os lados da cabine, que permitam à equipe
ver com segurança;
V - sistema de escotilha que permita o tiro do interior,
com um mínimo de quatro seteiras e com aberturas que
possibilitem ângulos de tiro mergulhantes de no máximo
quarenta e cinco graus;
VI - portas com o mesmo padrão de blindagem referido
no inciso I, equipadas com fechaduras sem comando
externo para os trincos;
VII - para-choques que não contenham dispositivos
externos que facilitem o atrelamento;
VIII - sistema de ar condicionado ou climatizador;
IX - sistema de comunicação em ligação permanente
com a base da empresa;
X - compartimento do cofre dotado de fechadura
randômica, por acionamento remoto ou outra prevista
nos termos do art. 30, parágrafo único; e
XI - sistema de comunicação que permita ligação entre
os vigilantes componentes da equipe quando em
deslocamento externo ao veículo, nos termos do art. 20,
§ 4o.

Parágrafo único.
Os veículos especiais de transporte de valores devem ser
mantidos em perfeito estado de conservação e
funcionamento.

Art. 29
Poderão ser utilizados como veículos especiais de
transporte de valores, depois de adaptados segundo as
especificações desta Portaria, os seguintes tipos de
veículos automotores previstos no Código de Trânsito
Brasileiro, e em suas regulamentações:

I - caminhão;
II - camioneta; e
III - unidade tratora de veículo articulado (cavalo
mecânico).

§ 1º No caso de utilização do veículo descrito no inciso


III, destinado ao transporte de cargas valiosas que não
possam ou não seja conveniente realizar o transporte
pelos veículos descritos nos incisos I e II, não serão
aplicáveis os requisitos técnicos básicos previstos no art.
28, incisos II e X, os quais serão substituídos pelos
seguintes:
I - monitoramento através de sistema de posicionamento
que permita a localização e o controle do trajeto do
veículo durante o transporte;
II - dispositivo de desatrelamento remoto do engate do
semirreboque (quinta-roda), conectado ao dispositivo
descrito no inciso I, de modo que não se permita o seu
desatrelamento por comando manual direto ou fora da
área de cobertura monitorada; e
III - dispositivo de abertura das portas do semirreboque
dotado de fechadura randômica, por acionamento
remoto ou outra prevista nos termos do art. 30,
parágrafo único.

§ 2º As seteiras e os visores blindados do veículo


descrito no inciso III devem alcançar também a região
traseira do veículo, de modo a impedir o acesso indevido
ao dispositivo de engate do veículo trator (cavalo
mecânico) ao semirreboque (quinta-roda).

§ 3º Nas regiões onde a malha viária não favoreça o


trânsito de veículos de grande porte ou quando houver
interesse no uso de veículos diferenciados, podem ser
utilizados como veículos especiais de transportes de
valores caminhões ou camionetas de proporções
reduzidas, devidamente adaptados nos termos do art.
28, a fim de propiciar a distribuição e o fornecimento
adequado do meio circulante da forma mais ampla
possível.

§ 4º O disposto no § 1o, incisos I e II, não se aplica aos


veículos de outros tipos utilizados como veículos
especiais de transportes de valores, desde que
autorizados pelo DPF antes da publicação desta Portaria
e em conformidade com as normas vigentes à época da
autorização.

Art. 30
São considerados equipamentos opcionais nos veículos
especiais de transporte de valores:

I - luzes intermitentes ou rotativas, de cor âmbar;


II - divisórias e portas internas, exceto a divisória que
separa o compartimento da guarnição do cofre e a
respectiva porta, quando o cofre não for dotado de
blindagem opaca idêntica à do restante do veículo;
III - escudos para proteção individual, com a blindagem
idêntica à mencionada no art. 28, inciso I, que deverão
medir, no mínimo, 0,60 x 0,90 metros, ter espessura
máxima de 31 milímetros, e peso máximo de 30
quilogramas;
IV - capacetes balísticos; e
V - outros equipamentos de defesa, individual ou
coletiva, da guarnição.
Parágrafo único. Outros equipamentos opcionais serão
submetidos, preliminarmente, à consideração da CCASP
e, se indicado para testes, terão seus requisitos técnicos
básicos fixados pela CGCSP.

Art. 31
A guarnição do veículo especial de transporte de valores
será de quatro vigilantes, no mínimo, incluindo o
condutor do veículo.

Art. 32
Os materiais utilizados na montagem ou fabricação das
blindagens serão classificados e autorizados conforme
prescrito no art. 27, depois de submetidos ao órgão
competente do Comando do Exército responsável pela
emissão do respectivo Relatório Técnico Experimental -
ReTEx, segundo os critérios da NBR 15000, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Art. 33
Os requisitos técnicos básicos da blindagem do veículo
especial de transportes de valores serão comprovados
por certificado de conformidade expedido pelo montador
referente ao serviço e materiais utilizados.

§ 1º O certificado de conformidade, fornecido com


numeração própria do montador, conterá:

I - o número identificador do relatório técnico


experimental referente ao material de proteção balística
utilizado na montagem do veículo, expedido pelo
Comando do Exército;
II - a identificação do fabricante do material utilizado na
montagem do veículo, mediante fornecimento da razão
social, CNPJ, endereço e número do respectivo título de
registro;
III - a completa identificação do montador do veículo,
mediante fornecimento da razão social, CNPJ, endereço e
número do respectivo título de registro ou certificado de
registro;
IV - a identificação do veículo em que serão montadas
as peças de proteção balística, por intermédio do chassi,
tipo, marca, ano e placa do veículo;
V - a identificação e a descrição das peças de proteção
balística utilizadas, atestando o nível de blindagem nos
termos da tabela do art. 27, as dimensões da peça e o
local de instalação da proteção balística; e
VI - a data de montagem e a data de expedição do
certificado.

§ 2º O local de instalação da peça de proteção balística


será descrito considerando, no mínimo, as seguintes
partes do veículo especial de transporte de valores:

I - parede frontal da cabine;


II - teto da cabine e do compartimento da guarnição;
III - piso da cabine e do compartimento da guarnição;
IV - lateral direita da cabine e do compartimento da
guarnição;
V - lateral esquerda da cabine e do compartimento da
guarnição;
VI - divisória entre o cofre e o compartimento da
guarnição;
VII - teto da área do cofre;
VIII - piso da área do cofre;
IX - lateral direita da área do cofre;
X - lateral esquerda da área do cofre;
XI - parede traseira do veículo;
XII - para-brisa;
XIII - visores traseiros;
XIV - visores laterais direitos da cabine e do
compartimento da guarnição; e
XV - visores laterais esquerdos da cabine e do
compartimento de guarnição.

§ 3º O montador do veículo especial de transporte de


valores que utilizar material balístico de dois ou mais
fabricantes deverá especificar, no certificado de
conformidade, a identificação completa de todos os
fabricantes, assim como o local de utilização de cada
peça de proteção balística, na forma do § 1o.

Art. 34
Para os veículos montados até 31 de janeiro de 2011
devem ser aceitos, também, os materiais balísticos
fabricados conforme parâmetros definidos no art. 1o da
Portaria no 1.264, de 29 de setembro de 1995, do
Ministério da Justiça.

Parágrafo único
Caso sejam empregados novos materiais balísticos nos
veículos mencionados no caput, deverão ser atendidos os
parâmetros dos arts. 27 e 28.

Art. 35
Para veículos montados até 19 de janeiro de 2010 deverá
ser expedido novo certificado de conformidade, nos
termos das especificações elencadas no art. 33, no prazo
de cinco anos a contar daquela data.

§ 1º Durante o prazo especificado no caput serão aceitos


os atuais certificados de qualidade e conformidade dos
veículos especiais, exceto se, havendo validade lançada
nos documentos, esta estiver expirada.

§ 2º O ReTex elaborado segundo os parâmetros


estabelecidos pela Portaria nº 1.264, de 1995, do
Ministério da Justiça, será aceito para expedição do novo
certificado de conformidade referido no caput.
Art. 36
Para os veículos novos, assim considerados aqueles
montados após 19 de janeiro de 2010 e que tenham
utilizado materiais balísticos cujo ReTex tenha sido
elaborado conforme parâmetros do artigo 27, o
certificado de conformidade será aceito nas vistorias do
DPF pelo prazo máximo de dez anos quanto à proteção
balística opaca, e cinco anos quanto à proteção balística
transparente, a contar da data de expedição do
certificado.

§ 1º Antes de expirado o prazo citado no caput, deverá


o veículo ser submetido à reavaliação do material cujo
certificado se expirará, perante montador com título de
registro ou certificado de registro, o qual expedirá novo
certificado de conformidade quanto ao material
vistoriado.

§ 2º O certificado de conformidade de revalidação


poderá ser sucinto, devendo conter:

I - menção ao certificado de conformidade original do


veículo;
II - indicação das partes e blindagens submetidas à
reavaliação, nos termos do art. 33, § 2o;
III - eventual troca ou reposição de elementos de
blindagem, indicando todos os itens constantes do art.
33, § 1o, incisos I, II e V; e
IV - data da vistoria e data de expedição do certificado
de conformidade.
Art. 37
O certificado de conformidade expedido na forma do art.
36, § 2o, será aceito pelo DPF em suas vistorias pelo
prazo máximo de três anos para as blindagens
transparentes e cinco anos para as blindagens opacas, a
contar da data de sua expedição, sendo arquivado o
certificado de conformidade original, à disposição da
fiscalização.

Parágrafo único
Quando empregados elementos de blindagem novos em
toda a blindagem transparente ou em toda a blindagem
opaca, o certificado será aceito nas vistorias por cinco
anos para as blindagens transparentes e dez anos para
as blindagens opacas.

Art. 38
O certificado de conformidade expedido após o prazo de
validade definido nos arts. 35 e 36 expressamente
atestará, além dos elementos citados no art. 33, § 1º, a
manutenção da eficiência da proteção balística existente,
fazendo referência ao número do certificado de
conformidade original, que acompanhará o novo
documento.

Art. 39
Quaisquer modificações ou substituições nas peças de
proteção balística ou na forma de montagem do veículo
especial de transporte de valores, efetuadas durante o
período de validade do certificado de conformidade
deverão ser atestadas por outro certificado de
conformidade complementar, referente apenas às partes
alteradas, o qual acompanhará o certificado de
conformidade original do veículo, sempre fazendo
referência à numeração deste.

Parágrafo único
Caso a blindagem do veículo especial seja avariada em
virtude de disparos de arma de fogo ou acidente
automobilístico, sendo possível sua reparação, esta
deverá ser realizada pelo montador, que expedirá novo
certificado de conformidade na forma do caput, sendo
submetida à nova vistoria perante a DELESP ou CV.

Art. 40
As empresas manterão em arquivo todos os certificados
de conformidade expedidos para cada veículo especial de
transporte de valores, que poderão ser solicitados a
qualquer tempo para fins de fiscalização e controle.

Art. 41
A execução das blindagens a que se refere esta Portaria
será realizada por empresa especializada nessa
modalidade de serviço, com registro no Comando do
Exército.

Art. 42
O DPF expedirá certificado de vistoria para os veículos
especiais de transporte de valores mediante
apresentação do veículo para vistoria e dos certificados
de conformidade vigentes, juntamente com os
certificados de conformidade anteriores, se houver, na
forma do art. 40.
Art. 43
Será permitida, em razão do desgaste pelo uso, a
substituição da carroceria do veículo especial, sendo
necessária a expedição de um novo certificado de
conformidade para o veículo submetido a esta operação,
nos termos do art. 33.

§ 1º O certificado de conformidade referido no caput


receberá nova numeração e será aceito nas vistorias do
DPF pelo prazo máximo de dez anos quanto à proteção
balística opaca e cinco anos quanto à proteção balística
transparente, a contar da data de sua expedição.

§ 2º Caso não haja substituição das peças de proteção


balística do veículo especial, o certificado de
conformidade expedido será aceito pelo prazo máximo de
cinco anos quanto à proteção balística opaca e três anos
quanto à proteção balística transparente, a contar da
data de sua expedição.

Art. 44
A possibilidade de troca dos chassis dos veículos
especiais de transportes de valores é regulada segundo
as normas das autoridades de trânsito competentes e,
quando permitida, sua realização ensejará a expedição
de novo certificado de conformidade, que será apensado
ao certificado original, fazendo menção à sua numeração,
sendo aceito pelo DPF em suas vistorias por três anos
para as blindagens transparentes e cinco anos para as
blindagens opacas, a contar da data de expedição do
documento.
Art. 45
Independentemente dos prazos de aceitação dos
documentos expressos nesta Portaria, é de
responsabilidade da empresa de transporte de valores a
manutenção dos veículos em perfeito estado inclusive
quanto à eficiência da proteção balística empregada.

Parágrafo único
Caso a blindagem apresente sinais externos de
deterioração ou alteração indevida, o veículo será
reprovado durante a vistoria do DPF, independentemente
da data de expedição do respectivo certificado de
conformidade.

Do Processo de Autorização

Art. 46
Para obter autorização de funcionamento, as empresas
de transporte de valores deverão apresentar
requerimento dirigido ao Coordenador-Geral de Controle
de Segurança Privada, anexando os seguintes
documentos:

I - cópia ou certidão dos atos constitutivos e alterações


posteriores, registrados na Junta Comercial ou Cartório
de Pessoa Jurídica;
II - comprovante de inscrição nos órgãos fazendários
federal, estadual e municipal;
III - balanço ou balancete, assinado por contador ou
técnico em contabilidade, que comprove a integralização
do capital social em no mínimo 100.000 (cem mil) UFIR,
juntamente com os documentos em nome da empresa
que comprovem a efetiva integralização dos bens ou
recursos, como notas fiscais e documentos de
propriedade de bens móveis, emitidos por órgãos
competentes, escrituras de imóveis e recibos de
depósitos ou transferências bancárias de valores;
IV - cópia da Carteira de Identidade, inscrição no CPF,
Título de Eleitor e Certificado de Reservista dos
administradores, diretores, gerentes e sócios;
V - certidões negativas de registros criminais expedidas
pelas Justiças Federal, Estadual e Militar dos Estados e
da União, onde houver, e Eleitoral, relativamente aos
sócios, administradores, diretores e gerentes, das
unidades da federação onde mantenham domicílio e
pretendam constituir a empresa;
VI - memorial descritivo do uniforme dos vigilantes,
mencionando apito com cordão, nome e logotipo da
empresa, plaqueta de identificação, acompanhado de
fotografias coloridas, de corpo inteiro de frente e costas
do vigilante devidamente fardado;
VII - declaração das Forças Armadas, dos órgãos de
segurança pública federais e estaduais e das guardas
municipais ou das Delesp e CV, informando que o modelo
de uniforme apresentado não é semelhante aos utilizados
por aquelas instituições;
VIII - fotografias das instalações físicas da empresa, em
especial da fachada demonstrando o nome e a
logomarca da empresa e do local de guarda de armas e
munições;
IX - cópia dos documentos de posse ou propriedade de,
no mínimo, dois veículos especiais de transporte de
valores de uso exclusivo, dotados de sistema de
comunicação, identificados e padronizados, contendo
nome e logotipo da empresa;
X - fotografias coloridas dos veículos especiais,
demonstrando o nome e logomarca da empresa, da
frente, lateral e traseira;
XI - autorização para utilização de frequência concedida
pelo órgão competente ou contrato com prestadora de
serviço; e
XII - comprovante de recolhimento da taxa de
expedição de alvará de funcionamento da empresa de
segurança, salvo na hipótese de autorização para nova
atividade, nos termos do art. 147, § 5o.

Parágrafo único
A requerente poderá apresentar projeto de arte gráfica
com proposta de identificação da fachada, dos veículos e
do uniforme, em substituição às fotografias referidas nos
incisos VI, VIII e X, devendo apresentar as fotografias
após a publicação da autorização de funcionamento, no
prazo de sessenta dias.

Art. 47
As empresas de transporte de valores autorizadas a
funcionar na forma desta Portaria deverão comunicar o
início de suas atividades à Secretaria de Segurança
Pública da respectiva unidade da federação.

Do Processo de Revisão de Autorização

Art. 48
Para obter a revisão da autorização de funcionamento, as
empresas de transporte de valores deverão apresentar
requerimento dirigido ao Coordenador-Geral de Controle
de Segurança Privada, instruído com:
I - cópia ou certidão dos atos constitutivos e alterações
posteriores, autorizados pelo DPF e registrados na Junta
Comercial ou Cartório de Pessoa Jurídica;
II - relação atualizada dos empregados, das armas, das
munições e dos veículos especiais utilizados;
III - comprovante da contratação de seguro de vida dos
vigilantes;
IV - certificado de segurança válido, inclusive de suas
filiais na mesma unidade da federação;
V - comprovante de quitação das penas de multa
eventualmente aplicadas à empresa por infração
administrativa aos dispositivos desta Portaria;
VI - balanço ou balancete, assinado por contador ou
técnico em contabilidade, que comprove a integralização
do capital social em no mínimo 100.000 (cem mil) UFIR;
VII - certidões negativas de registros criminais
expedidas pelas Justiças Federal, Estadual e Militar dos
Estados e da União, onde houver, e Eleitoral,
relativamente aos sócios, administradores, diretores e
gerentes de onde mantenham domicílio e da sede da
empresa na unidade da federação; e
VIII - autorização para utilização de frequência
concedida pelo órgão competente ou contrato com
prestadora de serviço.

§ 1º Os vigilantes deverão estar com a formação, a


extensão, a reciclagem e o seguro de vida dentro do
prazo de validade.

§ 2º Os veículos especiais deverão estar com os


certificados de vistoria válidos.
§ 3º As empresas que possuírem autorizações
específicas em escolta armada ou segurança pessoal
deverão observar também os requisitos respectivos
destas atividades.

Da Atividade

Art. 49
As empresas de transporte de valores não poderão
desenvolver atividades econômicas diversas das que
estejam autorizadas.

§ 1º A autorização para o funcionamento de empresa de


transporte de valores inclui a possibilidade de realização
da vigilância patrimonial de sua matriz, de suas filiais e
de suas outras instalações, além de outros serviços
correlatos ao de transporte de valores.

§ 2º As empresas de transporte de valores poderão


prestar serviços de abastecimento e manutenção de
caixas eletrônicos, sendo vedada a manutenção de caixas
eletrônicos não relacionados no contrato de
abastecimento.

§ 3º As atividades de manutenção de caixas eletrônicos,


de instalação, vistoria e atendimento técnico de
acionamento de alarmes não poderão ser realizadas por
vigilante, o qual é responsável, apenas, pelas atividades
previstas no art. 10 da Lei no 7.102, de 1983.

Art. 50
As empresas de transporte de valores deverão utilizar
uma guarnição mínima de quatro vigilantes por veículo
especial, já incluído o condutor, todos com extensão em
transporte de valores.

Art. 51
No transporte de valores de instituições financeiras, as
empresas de transporte de valores deverão utilizar
veículos especiais, de sua posse ou propriedade, nos
casos em que o numerário a ser transportado seja igual
ou superior a 20.000 (vinte mil) UFIR.

§ 1º Nos casos em que o numerário a ser transportado


for maior que 7.000 (sete mil) e inferior a 20.000 (vinte
mil) UFIR, poderá ser utilizado veículo comum, de posse
ou propriedade das empresas de transporte de valores,
sempre com a presença de, no mínimo, dois vigilantes
especialmente habilitados.

§ 2º É vedada a contagem de numerário no local de


acesso aos usuários por ocasião do abastecimento de
caixas eletrônicos e outros terminais de auto
atendimento

Art. 52
Nas regiões onde for comprovada a inviabilidade do uso
de veículo especial, as empresas de transporte de valores
poderão ser autorizadas pela Delesp ou CV a efetuar o
transporte por via aérea, fluvial ou por outros meios,
devendo:

I - utilizar, no mínimo, dois vigilantes especialmente


habilitados;
II - adotar as medidas de segurança necessárias, por
ocasião do embarque e desembarque dos valores, junto
às aeronaves, embarcações ou outros veículos;
III - observar as normas da aviação civil, das capitanias
de portos ou de outros órgãos fiscalizadores, conforme o
caso; e
IV - comprovar que possui convênio ou contrato com
outra empresa de transporte de valores devidamente
autorizada, quando não possuir autorização na(s)
unidade(s) da federação por onde necessite transitar
durante o transporte.

Parágrafo único
Aplicar-se-á o disposto no caput aos casos em que for
necessário realizar o transporte intermodal, assim
entendido aquele realizado por mais de uma modalidade
de veículo, quer seja aéreo, fluvial ou por qualquer outro
meio.

Art. 53
A execução de transporte de valores iniciar-se-á,
obrigatoriamente, no âmbito da unidade da federação
em que a empresa possua autorização.
Parágrafo único. Inclui-se no serviço de transporte de
valores o retorno da guarnição com o respectivo
armamento e demais equipamentos, com os pernoites
estritamente necessários.

Art. 54
A mudança do local onde o veículo especial estiver
operando deverá ser previamente comunicada à Delesp
ou CV.
Parágrafo único
Os incidentes relevantes relativos aos veículos especiais,
tais como ocorrências de furto e roubo também devem
ser comunicados à Delesp ou CV no prazo de cinco dias,
para fins de atualização do sistema de controle.

Art. 55
A desativação do veículo especial deverá ser comunicada
previamente à Delesp ou CV, e a eventual reativação,
deverá ser precedida de expedição do certificado de
vistoria respectivo, observando o procedimento previsto
nos arts. 24 e 25.

§ 1º No caso de desativação temporária, assim


entendida aquela por período determinado, não superior
a um ano, e com data prevista para retorno do veículo à
operação, a empresa comunicará à Delesp ou CV o
motivo da desativação, bem como o local onde o veículo
especial poderá ser encontrado.

§ 2º Passado o período do § 1o sem que o veículo seja


efetivamente reativado, deverá ser procedida à sua
desativação definitiva, nos termos do caput.

Art. 56
As empresas de transporte de valores e as que possuem
serviço orgânico de transporte de valores poderão
proceder à alienação entre si, a qualquer título, de seus
veículos especiais, desde que haja a devida comunicação
à Delesp ou CV em até cinco dias úteis.
Parágrafo único
O adquirente deverá requerer a renovação dos
certificados de vistoria correspondentes, observando-se o
procedimento previsto nos arts. 24 e 25, dentro do prazo
de trinta dias após o recebimento do veículo.

Da Comunicação de Operações Suspeitas

Art. 57
As empresas de transporte de valores, nos termos do
disposto no art. 9o, inciso XVI, e arts. 10 e 11, da Lei no
9.613, de 3 de março de 1998, deverão identificar as
pessoas contratantes e manter cadastro atualizado
contendo, no mínimo, as seguintes informações:

I - se pessoa jurídica:
a) nome da empresa (razão social);
b) número de inscrição no CNPJ da matriz;
c) endereço completo;
d) atividade principal desenvolvida; e
e) nome das pessoas autorizadas a representá-la e dos
proprietários;

II - se pessoa física:
a) nome;
b) número de inscrição no CPF ou, se estrangeiro, que
não seja inscrita no CPF, passaporte ou outro documento
oficial que o identifique;
c) endereço completo; e
d) quando se tratar de estrangeiro que não seja inscrito
no CPF, além do nome e endereço completos, deverão
ser informados a filiação, data de nascimento, país de
origem e atividade desenvolvida.
§ 1º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II
deverão ser conservados durante o período mínimo de
cinco anos a partir da efetivação da operação, ou quando
esta não for realizada, do encaminhamento da proposta.

§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II


terão seu acesso restrito independentemente de
classificação de sigilo, nos termos do art. 31 da Lei no
12.527, de 18 de novembro de 2011.

Art. 58
As empresas de transporte de valores deverão
desenvolver e implementar procedimentos de controle
interno, para detectar operações que possam conter
indícios dos crimes de que trata a Lei no 9.613, de 1998,
ou com eles relacionar-se.

Art. 59
Deverão ser comunicados ao Conselho de Controle de
Atividades Financeiras - Coaf, no prazo de vinte e quatro
horas, abstendo-se de dar ciência do ato aos clientes, a
proposta ou a realização de:

I - operações previstas no art. 58;


II - aumento substancial no volume de bens e valores
transportados, sem causa aparente, em especial se
houver instrução para entrega a terceiros;
III - transporte ou guarda de bens e valores contratados
por pessoas físicas ou jurídicas cuja atividade declarada
se mostre aparentemente incompatível com o valor
transportado ou custodiado em razão do transporte;
IV - atuação no sentido de induzir empregado da
empresa de transporte e guarda de bens e valores a não
manter registros de operação realizada;
V - transporte ou guarda de bens e valores que por sua
frequência, valor e forma configurem artifícios para
burlar os mecanismos de registro e comunicação
previstos nesta Portaria;
VI - proposta de transporte ou guarda de bens e valores,
por intermédio de pessoas interpostas, que não sejam
detentores de mandato, ou sem vínculo societário ou
empregatício com a pessoa contratante, sem a revelação
da verdadeira identidade do beneficiário;
VII - resistência em facilitar as informações necessárias
para o registro da operação ou cadastro, ou ainda o
oferecimento de informação falsa;
VIII - outras operações ou propostas que, por suas
características, no que se refere a partes envolvidas,
valores, forma de realização, local de recebimento e
entrega de bens e valores, instrumentos utilizados ou
pela falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar indícios de crimes previstos na Lei no 9.613,
de 1998, ou com eles relacionarem-se;
IX - contratação de transporte ou guarda de bens e
valores em montante igual ou superior a R$ 100.000,00
(cem mil reais), cuja origem e destino sejam diferentes
pessoas físicas ou jurídicas e não se tratem de
instituições financeiras (bancos e caixas econômicas);
X - contratação de transporte ou guarda de bens e
valores, em montante igual ou superior a R$ 100.000,00
(cem mil reais), por pessoa jurídica não bancária ou
pessoa física, cuja origem ou destino seja município de
fronteira; e
XI - operações com valores inferiores aos estabelecidos
nas alíneas anteriores mas que, por sua habitualidade,
valor e forma, configuram tentativa de burla dos
controles.

§ 1º A Delesp ou CV requisitará, após o final do ano civil,


declaração das empresas de transporte de valores acerca
da existência ou não de operações ou situações descritas
neste artigo, com prazo de trinta dias para resposta, sem
necessidade, em caso de resposta positiva, de
fornecimento de dados específicos sobre eventuais
operações realizadas, já informadas ao Coaf.

§ 2º As comunicações de boa-fé feitas na forma prevista


neste artigo não acarretarão responsabilidade civil ou
administrativa, conforme disposto no art. 11, § 2º, da Lei
no 9.613, de 1998.

§ 3º As comunicações de que trata o caput deverão ser


encaminhadas por meio de formulário eletrônico
disponível na página do Coaf, sendo disponibilizado ao
DPF o acesso aos dados.

§ 4º Caso o DPF disponibilize meio eletrônico próprio


para a realização da comunicação, deverá ser este
utilizado em detrimento do previsto no § 3o.

Art. 60
As empresas de transporte de valores deverão atender, a
qualquer tempo, às requisições de informações
provenientes do DPF ou do Coaf.
Art. 61
As empresas de transporte de valores, bem como os seus
administradores, que deixarem de cumprir as obrigações
previstas nos arts. 57 a 60 sujeitam-se à aplicação das
sanções previstas no art. 12 da Lei no 9.613, de 1998.
Parágrafo único. As infrações de que tratam o caput
serão apuradas em conformidade ao disposto nos arts.
14 a 23 do Decreto no 2.799, de 8 de outubro de 1998.

Art. 62
O disposto nos arts. 57 a 61 não se aplica aos serviços
orgânicos de transporte de valores, uma vez que a estes
é vedada a prestação de serviços a terceiros.
´
DEFESA PESSOAL

O profissional de Segurança Privada e mesmo da


Segurança Pública, devem atentar-se para a necessidade
de se prepararem continuamente, e estarem em
condições do enfrentamento nos desafios diários em que
a profissão lhes impõe.
Os agressores do agente ou do público por ele
protegido, não medem esforços nem consequências para
atingirem seus objetivos.
Diante disso e partindo do pressuposto do uso legal
e progressivo da força, faz-se necessário que, esses
profissionais busquem aperfeiçoamento tanto no uso dos
equipamentos, quanto em técnicas de Defesa Pessoal.
Já virou rotina virmos pelas mídias, profissionais de
segurança privada e pública, mostrarem preocupante
dificuldade na contenção de agressores.
São três, quatro e até cinco vigilantes ou policiais
para conterem um só agressor.
A realidade mostra de forma clara, a necessidade
de um treinamento mais apurado e específico, porque na
maioria das vezes, com o insucesso da contenção, o
agente acaba por priorizar a letalidade. Não porque fosse
a única opção, mas pelo despreparo em seu treinamento.
Como já citado, a Segurança Privada tem em seu
curso de formação, uma carga horária muito curta para
preparar os profissionais de forma adequada.
Se esses profissionais não buscarem por conta
própria, cursos e treinamentos que ampliem as técnicas
instruídas, ficarão em desvantagem quanto aos
agressores.
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos
Jurídicos

LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.

Dispõe sobre registro, posse e


Regulamento comercialização de armas de
fogo e munição, sobre o
Sistema Nacional de Armas –
Sinarm, define crimes e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1o
O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem
circunscrição em todo o território naci

Art. 2o
Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de
armas de fogo, mediante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas
e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo
e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade,
extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de
alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
fechamento de empresas de segurança privada e de
transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as
características ou o funcionamento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já
existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo,
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e
judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem
como conceder licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores,
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores
autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as
características das impressões de raiamento e de
microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações
de porte de armas de fogo nos respectivos territórios,
bem como manter o cadastro atualizado para consulta.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não


alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
registros próprios.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO

Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no


órgão competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão
registradas no Comando do Exército, na forma do
regulamento desta Lei.

Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o


interessado deverá, além de declarar a efetiva
necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de
certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas
pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não
estar respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal, que poderão ser fornecidas por meios
eletrônicos;
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de
ocupação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas
na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma
de fogo após atendidos os requisitos anteriormente
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma
indicada, sendo intransferível esta autorização.

§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita


no calibre correspondente à arma registrada e na
quantidade estabelecida no regulamento desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em


território nacional é obrigada a comunicar a venda à
autoridade competente, como também a manter banco
de dados com todas as características da arma e cópia
dos documentos previstos neste artigo.

§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo,


acessórios e munições responde legalmente por essas
mercadorias, ficando registradas como de sua
propriedade enquanto não forem vendidas.

§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e


munições entre pessoas físicas somente será efetivada
mediante autorização do Sinarm.
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o §
1o será concedida, ou recusada com a devida
fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
contar da data do requerimento do interessado.
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde
do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III
deste artigo.

§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do


inciso III do caput deste artigo, na forma do
regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de
uso permitido que comprove estar autorizado a portar
arma com as mesmas características daquela a ser
adquirida.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 5o
O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade
em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário
a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de
sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou,
ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o
titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou
empresa.
(Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)

§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será


expedido pela Polícia Federal e será precedido de
autorização do Sinarm.
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do
art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em
período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do
estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação
do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de


registro de propriedade expedido por órgão estadual ou
do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que
não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro
federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a
apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, ficando dispensado do
pagamento de taxas e do cumprimento das demais
exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.
4o desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste


artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
Departamento de Polícia Federal, certificado de registro
provisório, expedido na rede mundial de computadores -
internet, na forma do regulamento e obedecidos os
procedimentos a seguir:
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - emissão de certificado de registro provisório pela
internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias;
e
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia
Federal do certificado de registro provisório pelo prazo
que estimar como necessário para a emissão definitiva
do certificado de registro de propriedade.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do


disposto no caput deste artigo, considera-se residência ou
domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural.
(Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)

CAPÍTULO III
DO PORTE

Art. 6o
É proibido o porte de arma de fogo em todo o território
nacional, salvo para os casos previstos em legislação
própria e para:

I – os integrantes das Forças Armadas;


II- os integrantes de órgãos referidos
nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144
da Constituição Federal e os da
Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
(Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
(quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas
no regulamento desta Lei; (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948)
IV - os integrantes das guardas municipais dos
Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos
de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
serviço;
(Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004) (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de
Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República;
(Vide Decreto nº 9.685, de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art.
51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e
guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos
e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de
transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas
demandem o uso de armas de fogo, na forma do
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a
legislação ambiental.
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho,
cargos de Auditor-Fiscal e Analista
Tributário.
(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92
da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da
União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de
seus quadros pessoais que efetivamente estejam no
exercício de funções de segurança, na forma de
regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de
Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI


do caput deste artigo terão direito de portar arma de
fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de
serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com
validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos
incisos I, II, V e VI.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e


guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
propriedade particular ou fornecida pela respectiva
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde
que estejam:
(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
I - submetidos a regime de dedicação
exclusiva;
(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
regulamento; e
(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
controle interno.
(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

§ 1º-C. (VETADO).
(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos


integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI,
VII e X do caput deste artigo está condicionada à
comprovação do requisito a que se refere o inciso III
do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas
no regulamento desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das


guardas municipais está condicionada à formação
funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
ensino de atividade policial, à existência de mecanismos
de fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a
supervisão do Ministério da
Justiça. (Redação dada pela Lei nº
10.884, de 2004)

§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias


federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem
o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do
cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo
artigo, na forma do regulamento desta Lei.

§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25


(vinte e cinco) anos que comprovem depender do
emprego de arma de fogo para prover sua subsistência
alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o
porte de arma de fogo, na categoria caçador para
subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro
simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o
interessado comprove a efetiva necessidade em
requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes
documentos: (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)
I - documento de identificação pessoal;
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II - comprovante de residência em área rural;
e
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
III - atestado de bons antecedentes.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à
sua arma de fogo, independentemente de outras
tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
permitido.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos


Municípios que integram regiões metropolitanas será
autorizado porte de arma de fogo, quando em
serviço.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 7o
As armas de fogo utilizadas pelos empregados das
empresas de segurança privada e de transporte de
valores, constituídas na forma da lei, serão de
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
empresas, somente podendo ser utilizadas quando em
serviço, devendo essas observar as condições de uso e
de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
sendo o certificado de registro e a autorização de porte
expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança privada e de transporte de valores responderá
pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta
Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e
civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras
formas de extravio de armas de fogo, acessórios e
munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.

§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores


deverá apresentar documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta
Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.

§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas


neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto
ao Sinarm.

Art. 7o-A.
As armas de fogo utilizadas pelos servidores das
instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
instituições, somente podendo ser utilizadas quando em
serviço, devendo estas observar as condições de uso e
de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
sendo o certificado de registro e a autorização de porte
expedidos pela Polícia Federal em nome da
instituição.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que


trata este artigo independe do pagamento de
taxa.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério
Público designará os servidores de seus quadros pessoais
no exercício de funções de segurança que poderão portar
arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50%
(cinquenta por cento) do número de servidores que
exerçam funções de segurança.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições


de que trata este artigo fica condicionado à apresentação
de documentação comprobatória do preenchimento dos
requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à
formação funcional em estabelecimentos de ensino de
atividade policial e à existência de mecanismos de
fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que


trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente
no Sinarm.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 5o As instituições de que trata este artigo são
obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à
Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras
formas de extravio de armas de fogo, acessórios e
munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o
fato.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

Art. 8o
As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas
legalmente constituídas devem obedecer às condições de
uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a
portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento
desta Lei.

Art. 9o
Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte
de arma para os responsáveis pela segurança de
cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e,
ao Comando do Exército, nos termos do regulamento
desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito
de arma de fogo para colecionadores, atiradores e
caçadores e de representantes estrangeiros em
competição internacional oficial de tiro realizada no
território nacional.

Art. 10
A autorização para o porte de arma de fogo de uso
permitido, em todo o território nacional, é de
competência da Polícia Federal e somente será concedida
após autorização do Sinarm.
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser
concedida com eficácia temporária e territorial limitada,
nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o
requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua
integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma
de fogo, bem como o seu devido registro no órgão
competente.

§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista


neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso
o portador dela seja detido ou abordado em estado de
embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
alucinógenas.

Art. 11
Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de
serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de
fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de
arma de fogo.

§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à


manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal
e do Comando do Exército, no âmbito de suas
respectivas responsabilidades.

§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas


neste artigo as pessoas e as instituições a que se referem
os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 11-A
O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as
condições do credenciamento de profissionais pela Polícia
Federal para comprovação da aptidão psicológica e da
capacidade técnica para o manuseio de arma de
fogo.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor


cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
médio dos honorários profissionais para realização de
avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do
Conselho Federal de Psicologia.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor
cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá
exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
munição.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos


§§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do
profissional pela Polícia Federal.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido


Art. 12
Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, no interior de
sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
local de trabalho, desde que seja o titular ou o
responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

OMISSÃO DE CAUTELA
Art. 13
Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir
que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de
deficiência mental se apodere de arma de fogo que
esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o


proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança e transporte de valores que deixarem de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido


Art. 14
Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente.
(Vide Adin 3.112-1)
DISPARO DE ARMA DE FOGO
Art. 15
Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em
direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é


inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE


USO RESTRITO
Art. 16
Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito
ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato
explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou
explosivo.

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste


artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena
é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO


Art. 17
Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar,
ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório
ou munição, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e
multa.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial,


para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de
serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em residência.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega


arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou
em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
criminal preexistente.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO


Art. 18
Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do
território nacional, a qualquer título, de arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização da autoridade
competente:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e
multa.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende
ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
operação de importação, sem autorização da autoridade
competente, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
criminal preexistente.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 19
Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é
aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou
munição forem de uso proibido ou restrito.

Art. 20
Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a
pena é aumentada da metade se:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - forem praticados por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei;
ou
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa
natureza.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 21
Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são
insuscetíveis de liberdade provisória.
(Vide Adin 3.112-1)
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22
O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os
Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do
disposto nesta Lei.

Art. 23
A classificação legal, técnica e geral bem como a
definição das armas de fogo e demais produtos
controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou
obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato
do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta
do Comando do Exército.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão
estar acondicionadas em embalagens com sistema de
código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
informações definidas pelo regulamento desta Lei.

§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão


expedidas autorizações de compra de munição com
identificação do lote e do adquirente no culote dos
projéteis, na forma do regulamento desta Lei.

§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano


da data de publicação desta Lei conterão dispositivo
intrínseco de segurança e de identificação, gravado no
corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei,
exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.

§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas


municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art.
6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e
máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
suprimento de suas atividades, mediante autorização
concedida nos termos definidos em
regulamento.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 24
Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta
Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e
fiscalizar a produção, exportação, importação,
desembaraço alfandegário e o comércio de armas de
fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro
e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores,
atiradores e caçadores.

Art. 25
As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do
laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais
interessarem à persecução penal serão encaminhadas
pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo
de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou
doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças
Armadas, na forma do regulamento desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do


Exército que receberem parecer favorável à doação,
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada
ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em
relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de
interesse.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em


decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de
qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de
produção ou comercialização de drogas abusivas, ou,
ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em
favor da União e encaminhadas para o Comando do
Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que atestem
seu bom estado, destinadas com prioridade para os
órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário
da unidade da federação responsável pela
apreensão.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das
armas a serem doadas ao juiz competente, que
determinará o seu perdimento em favor da instituição
beneficiada.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de


responsabilidade da instituição beneficiada, que
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Sigma.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº


11.706, de 2008)

§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o


encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se
trate de arma de uso permitido ou de uso restrito,
semestralmente, da relação de armas acauteladas em
juízo, mencionando suas características e o local onde se
encontram.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 26
São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a
importação de brinquedos, réplicas e simulacros de
armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas


e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento,
ou à coleção de usuário autorizado, nas condições
fixadas pelo Comando do Exército.

Art. 27
Caberá ao Comando do Exército autorizar,
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
restrito.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica


às aquisições dos Comandos Militares.

Art. 28
É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir
arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades
constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
do caput do art. 6o desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 29
As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas
expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta
Lei.
(Vide Lei nº 10.884, de 2004)

Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo


de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-
la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o,
6o e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após
sua publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30
Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso
permitido ainda não registrada deverão solicitar seu
registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante
apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota
fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da
posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou
declaração firmada na qual constem as características da
arma e a sua condição de proprietário, ficando este
dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento
das demais exigências constantes dos incisos I a III
do caput do art. 4o desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de
2008) (Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do
disposto no caput deste artigo, o proprietário de arma de
fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na forma do §
4o do art. 5o desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 31
Os possuidores e proprietários de armas de fogo
adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo,
entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e
indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32
Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão
entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e,
presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma
do regulamento, ficando extinta a punibilidade de
eventual posse irregular da referida arma.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 33
Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a
R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar
o regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova,
facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem
a devida autorização ou com inobservância das normas
de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de
armamentos que realize publicidade para venda,
estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.

Art. 34
Os promotores de eventos em locais fechados, com
aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas,
adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências
necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas,
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art.
5o da Constituição Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela
prestação dos serviços de transporte internacional e
interestadual de passageiros adotarão as providências
necessárias para evitar o embarque de passageiros
armados.

Art. 34-A.
Os dados relacionados à coleta de registros balísticos
serão armazenados no Banco Nacional de Perfis
Balísticos.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como
objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
características de classe e individualizadoras de projéteis
e de estojos de munição deflagrados por arma de
fogo.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será


constituído pelos registros de elementos de munição
deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes,
para subsidiar ações destinadas às apurações criminais
federais, estaduais e distritais.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido


pela unidade oficial de perícia criminal.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis


Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou
promover sua utilização para fins diversos dos previstos
nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal e
administrativamente.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da


base de dados do Banco Nacional de Perfis
Balísticos.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional
de Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do
Poder Executivo federal.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35
É proibida a comercialização de arma de fogo e munição
em todo o território nacional, salvo para as entidades
previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá


de aprovação mediante referendo popular, a ser
realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o
disposto neste artigo entrará em vigor na data de
publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
Eleitoral.

Art. 36
É revogada a
Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.

Art. 37
Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da


Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva
O REFERENDO QUE NÃO FOI RESPEITADO
REFERENDO DE 2005
Em 22 de dezembro de 2003, a Presidência da
República sancionou a Lei nº 10.826, logo apelidada de
Estatuto do Desarmamento, que dispõe sobre registro,
posse e comercialização de armas de fogo e munição,
sobre o Sistema Nacional de Armas – SINARM, define
crimes e dá outras providências, originária do Projeto de
Lei do Senado nº 292, de 1999 (nº 1.555, de 2003, na
Câmara dos Deputados), de autoria do Senador Gerson
Camata.
A referida Lei, em seu art. 35 e parágrafos, previa a
realização de referendo popular para a aprovação e
consequente entrada em vigor da proibição, constante do
seu caput, da comercialização de arma de fogo e
munição em todo o território nacional.
Em 7 de julho de 2005, o Congresso Nacional
promulgou o Decreto Legislativo nº 780, oriundo do
Projeto de Decreto Legislativo nº 950, de 2003 (nº
1.274, de 2004, na Câmara dos Deputados), de autoria
do Senador Renan Calheiros, que autorizava, nos termos
do art. 49, XV, da Constituição Federal, referendo de
âmbito nacional, a ser organizado pelo Tribunal Superior
Eleitoral, nos termos da Lei nº 9.709, de 18 de novembro
de 1998, para consultar o eleitorado sobre a
comercialização de armas de fogo e munição no território
nacional.
O mesmo Decreto fixava a realização do referendo
no primeiro domingo do mês de outubro de 2005,
estabelecendo que os eleitores deveriam responder à
seguinte questão: "O comércio de armas de fogo e
munição deve ser proibido no Brasil?".
Se a maioria simples do eleitorado nacional se
manifestasse afirmativamente à pergunta proposta, a
vedação constante do art. 35 do Estatuto do
Desarmamento entraria em vigor na data de
publicação do resultado do referendo pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
Em 20 de julho de 2005, a Mesa do Congresso
Nacional baixou Ato Conjunto autorizando o registro de
duas Frentes Parlamentares que representassem a
dualidade de correntes de pensamento, podendo ser
constituídas por parlamentares em exercício nos Poderes
Legislativos Federal, Estadual e Municipal.
O Ato fixou prazo para que as Frentes Parlamentares
comunicassem sua constituição à Mesa do Congresso
Nacional, para efeito de registro, estabelecendo que a
referida comunicação deveria estar instruída com a Ata
de Fundação e Constituição da Frente Parlamentar,
Estatuto e requerimento de registro.
Em 11 de agosto de 2005, o Presidente do Tribunal
Superior Eleitoral fez publicar, no Diário da Justiça, treze
resoluções/instruções estabelecendo o calendário para o
Referendo e disciplinando pesquisas, propaganda,
financiamento de campanhas e procedimentos referentes
à votação, apuração de votos e divulgação dos
resultados.
O Referendo realizou-se no dia 23 de outubro de
2005.
No dia 16 de novembro de 2005, o Tribunal Superior
Eleitoral publicou, no Diário da Justiça, a proclamação do
resultado final, nos seguintes termos: “O eleitorado apto
a votar foi da ordem de 122.042.825 eleitores.
Compareceram 95.375.824. Houve uma abstenção,
portanto, de 26.666.791 eleitores.
Há uma diferença de 210 votos na soma do
comparecimento e abstenção em relação ao número de
eleitores aptos a votar, em razão de seção não instalada
na Vila de Urucarazinho, no Estado do Amazonas, em
face da impossibilidade de acesso àquela localidade.

 Votos apurados: 95.375.824. Votos nulos: 1.604.307.


 Votos em branco: 1.329.207.
 Votos válidos: 92.442.310.
 Votos na opção SIM: 33.333.045.
 Votos na opção NÃO: 59.109.265.
Assim, Senhores Ministros, tendo em vista o relatório
do eminente Ministro Marco Aurélio, aprovado pela Corte,
proclamo o resultado final do Referendo de 2005 no país.

Vencedora: opção NÃO, com 59.109.265 votos, contra


33.333.045 da opção SIM.
Ministro Carlos Velloso, Presidente.
EQUIPE, NÃO É QUANDO CADA UM FAZ A SUA PARTE,
E SIM QUANDO, TRABALHAM JUNTOS EM PROL DE UM
OBJETIVO DEFINIDO! (Soane Portela)
GALERIA AOS MESTRES

Em toda a minha trajetória na segurança, convivi


com verdadeiros guerreiros, fosse ao meu lado, no
desempenho da atividade propriamente dita, ou na
docência transmitindo aos alunos, toda experiência
acumulada ao longo dessa árdua jornada.
São profissionais dedicados e apaixonados pelo
oficio. Muitos assim como eu, são oriundos ou ainda em
atividade nas Forças Armadas, Polícia Militar, Corpo de
Bombeiros, GCM, no exercício da advocacia, e docentes
em educação física.

INSTRUTOR RENATO (em aula de Escolta Armada)


Gratidão é uma palavra simplista para externar a
admiração aos companheiros de batalha.
Com eles, aprendi boa parte do que posso chamar
por expertise sobre essa arte.

NO SENTIDO HORÁRIO: CORTÊS, ROMERO, EU E MENDES


INSTRUTOR INSTRUTOR
CÍCERO PARAÍSO

INSTRUTOR INSTRUTOR
EDUARDO MELLÃO FELIPE
INSTRUTORA INSTRUTOR
PATRÍCIA CLAUDEMIR

INSTRUTOR INSTRUTOR
MENDES SÉRGIO
INSTRUTOR INSTRUTOR
MÁRIO FERNANDO

INSTRUTOR INSTRUTOR
NOGUEIRA FILIPPE
AGRADECIMENTOS

Meu Deus e pai, te agradeço por ter-me permitido


chegar de pé até aqui, e pela oportunidade de
concretizar mais este trabalho.

Consagro esta obra integralmente a ti meu Deus!

Foram muitas lutas e impedimentos ao longo do


caminho, mas nunca duvidei das promessas que tinhas
para minha vida.
Eu te agradeço por ter provido minha família em
resposta à nossa fé.

1 Tessalonicenses 1:2-3

1
Sempre damos graças a Deus por todos vocês,
mencionando-os em nossas orações.
2
Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e
Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que
resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a
perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor
Jesus Cristo.

Salmos 37:25
Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi
desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o
pão.
Meu Senhor, oro e te agradeço também pela vida
dos profissionais da segurança pública e privada, homens
e mulheres que, diariamente abdicam do privilégio de
estarem com suas próprias famílias, e arriscam suas
vidas para protegerem as de quem, não os
compreendem e muitas vezes os agridem no
desempenho daquilo que esses profissionais entendem
por dom e dedicação.
Agradeço a cada vigilante, porteiro, agente de
prevenção de perdas, atendente de sinistro, assistente
operacional, ou bombeiros, e também aos militares,
policiais e guardas municipais que estiveram comigo em
vários desafios e mantiveram firme a fé, a honra e a
garra.
Aos gestores que tive o privilégio de conviver e com
quem aprendi muito do que hoje repasso aos alunos em
sala de aula.
Aos colegas na docência, instrutores Cícero, Renato
Silva, Fernando Santos(Grappunch), Claudemir, Cortez,
Paraíso, Luiz (Vamos Respeitar!), Mário Vitiello, Mendes,
Dourado, Filippe, Mário Assis, Patrícia Pinto(instrutora),
Felipe, Sérgio, Wilian Mairene, Romero, Almir, Gilberto,
Hugo, Patrícia Silva (Coordenadora), Alexandre Nogueira,
Eduardo Mellão, Léo Batista, entre tantos outros.
Agradeço também às pessoas que se dispuseram em
ajudar, com conhecimento, incentivo e principalmente
em orações.

Graças a Deus!
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

-Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983;


-Decreto-Lei nº 1.034, de 21 de Outubro de 1969;
-Portaria n º 3233 de 10 de dezembro de 2012 –
Departamento De Polícia Federal;
-Código Penal - Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940;
-Código de Processo Penal - Decreto-lei nº 3.689, de 3
de outubro de 1941;
-Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019;
Nenhum de nós é tão bom, quanto
todos nós juntos!
Juntos, somos mais fortes!

Siga no Instagram: @positivo.operante

Contatos: 11 91039-0910 (Whatsapp)

Muito obrigado,

Soane Portela

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