Você está na página 1de 73

CURSO DE LÓGICA

Prof. David Eduardo Luzetti Filho


O que é a lógica? “Lógica é a arte que dirige o próprio
ato da razão, isto é, que nos permite chegar com
ordem, facilmente e sem erro, ao próprio ato da
razão”. (Jacques Maritain)

É um meio de adquirir e possuir a verdade. Aliás, a


palavra ORGANON significa instrumento e revela a
grande contribuição da lógica de ser um instrumento
da razão para chegar ao próprio ato da razão de
INTRODUÇÃ modo eficiente e eficaz. Por isso a obra de Aristóteles,
compilada por Andrônico de Rodes, chama-se
O ORGANON.

“A lógica formal é uma ciência que determina as


formas corretas (ou válidas) de raciocínio”. (Joseph
Dopp)

Qual é o ato próprio da razão como tal?


RACIOCINAR.
UMA BREVE HISTÓRIA
Temos a forma clássica antiga (IV aC até I dC) com
as escolas : dialética sofistica (Zenão de Eléia,
Sócrates e Protágoras), a lógica aristotélica
(Aristóteles e Teofrasto) e a lógica megárico-estóíca
(Crisipo, Diodoro, Cronos); temos também a forma
escolástica (séc. XI a XV dC) com Abelardo, Alberto
Magno e Tomás de Aquino e Guilherme de Ockham
(1295-1350); e, por fim, a forma matemática que se
inicia no século XVII com Leibniz (1646-1716).
Sendo a lógica a arte para
chegar com ordem ao
próprio ato da razão, ela
se preocupa com a parte
formal e a parte material
do raciocínio. Ou seja,
tanto se o argumento é
verdadeiro (válido) em
sua estrutura quanto se é
verdade (concordante
com a realidade).

Na lógica formal,
portanto, só se analisará a
LÓGICA MENOR parte
argumento.
formal do
Falácias ou
Sofismas
Prof. David Eduardo Luzetti Filho
TIPOS DE FALÁCIAS /
SOFISMAS
Falácia vem da palavra sfalo (grego) e fallere
(latim). Sofismas (ou falácias) são argumentos que
querem se demonstrar como verdadeiros, mas que
logicamente são falsos. Para tal valem-se ou dos
sentimentos ou da linguagem para desviar do
verdadeiro. A eficiência dos sofismas está no fato
de transpor do campo lógico para o psicológico ou
linguístico. Convencer não significa estar
logicamente correto / válido.
•Há dois tipos de grupos para classificar os
sofismas, ei-los:
•GRUPO PSICOLÓGICO: quando se transpõe
do campo lógico para o campo psicológico.

GRUPO LINGUÍSTICO: quando se transpõe


do campo lógico para o campo da
linguagem.
FALÁCIAS
PSICOLÓGICAS
 Conclusão irrelevante (Ignoratio Elenchi)
 Petição de princípio (Petitio Principii)
 Círculo vicioso
 Falsa causa (non causa pro causa)
 Causa comum
 Generalização apressada (enumeração
imperfeita ou indução viciosa)
 Acidente
FALÁCIAS
PSICOLÓGICAS
 Contra o homem (ad hominem)
 Recurso à força (ad baculum)
 Apelo à ignorância (ad ignorantiam)
 Apelo à piedade (ad misericordiam)
 Populismo (Ad populum)
 Apelo à autoridade (ad verecundiam)
 Pergunta complexa
GENERALIZAÇÃO APRESSADA
(enumeração imperfeita ou indução
viciosa)
Quando se atribui ao todo o que é próprio de uma parte.

“Minha avó tem dor de cabeça crônica. Meu vizinho também tem
e descobriu que o motivo é um câncer. Logo, minha avó tem
câncer.” 

“Nas duas vezes em que fui assaltado, os bandidos eram negros.


Bem que minha mãe fala que todo negro tem tendência para
ladrão!” 

“O pastor da igreja X roubou o dinheiro dos fiéis. Fulano é pastor.


Logo, também é ladrão.” 
“Meu tio é candomblecista e já
matou um bode para oferecer ao
orixá. Beltrano foi ao terreiro de
candomblé. Logo, ele também mata
animais para o orixá.” 

“Fulano entrou para a igreja X e


ficou fanático. Logo, todos os fiéis
da igreja X são fanáticos.” 

"Acabo de sair de um táxi cujo


motorista confessou não gostar de
pessoas negras. Acho que todos os
taxistas são racistas”

Após o termino de um namoro dizer:


“Nenhum homem presta”. Ou ainda:
“Toda mulher é interesseira”.
CONTRA O
HOMEM
(AD HOMINEM)
Atacar quem disse ao invés do dito

"Todos sabemos que o nobre


deputado é um mentiroso e
trapaceiro costumaz, portanto como
podemos concordar com sua idéia de
redução de impostos?“

" Se foi um burguês quem disse isso,


certamente é um engodo."
ADOLF HITLER
“Palavras
constroem pontes
em regiões
inexploradas”
OLIVER
CROMWELL
“Aquele que deixa
de ser melhor
deixa de ser bom”
ÁTILA, O HUNO
“É preciso menos
coragem para criticar
as decisões dos outros
do que para defender
a sua própria”
NAPOLEÃO
BONAPARTE
“Impossível é uma
palavra encontrada
somente no
dicionário dos tolos”
CHARLES
MANSON
“O verdadeiro
forte não tem
necessidade de
provar isso para
os falsos”
JOSEPH STALIN
“Eu acredito em só
uma coisa, o
poder da vontade
humana”
JIM JONES

“Um homem tem que


fazer pelo menos uma
aposta por dia, ou ele
poderia estar com
sorte e nunca saber”
TED BUNDY
“Incontáveis milhões que já
caminharam sobre a Terra
antes de nós passaram por
isso, assim que esta é
apenas uma experiência
que todos nós
compartilhamos”
BENITO
MUSSOLINI
“É melhor viver um
dia como um leão
do que cem anos
como uma ovelha” 
ROBERT
MUGABE
“Não beba, não
fume, você deve se
exercitar e comer
vegetais e frutas”
ADOLF HITLER
“As mulheres possuem seu
próprio campo de batalha.
Com todas as crianças que
elas trazem ao mundo,
lutam uma batalha pela
nação.“
Trata-se do caso em
que o argumentador
chega a uma
conclusão diferente
da que pretendia. Em
outras palavras, a
conclusão não
tem relevância para o
assunto em discussão.

Quando usa de
CONCLUSÃO premissas verdadeiras
e conclui algo que não
IRRELEVANTE necessariamente
(IGNORATIO ELENCHI) deriva do dito.
EXEMPLOS

“Muitas pessoas que são beneficiadas com o


Bolsa Família não têm qualquer necessidade de
receber essa assistência do governo. Portanto,
esse programa deveria ser extinto”.

“o latrocínio é um dos crimes mais horrendos e


repugnantes que há. Um latrocida é sempre
alguém perigoso e degenerado. Aqui, a pobre
vítima deixou na orfandade 16 rebentos. Demais
disso, o réu registra extensa folha de
antecedentes. Por isso, o réu deve ser
condenado”.
FALÁCIA DO
ESPANTALHO
A Falácia do Espantalho é praticamente a mesma coisa:
ataca-se uma ideia diferente da que está sendo proposta. A
única diferença está na atitude do falacioso: ele ataca algo
diferente, mas não faz simplesmente isso. Em resposta a um
argumento com o qual foi confrontado, a pessoa primeiro cria
uma versão distorcida ou mais leve e só então responde. A
resposta, obviamente, será irrelevante, mas a classificação
como Falácia do Espantalho é mais adequada.

Exemplos comuns: “comunista”, “conservador”, “esquerdista”,


etc.
FALSA CAUSA
(NON CAUSA PRO CAUSA)
Atribuir a um fenômeno uma falsa
causa ou algo que apenas veio
anteriormente.

Espelho – 7 anos de azar.

Eu não tenho paciência porque sou


de Áries.
RECURSO À FORÇA
(AD BACULUM)
Também conhecido como “argumento
porrete”. Baseia-se na ameaça à
integridade física. Geralmente parte de
quem tem poder emocional, econômico,
social ou hierárquico.
Lei do velho oeste
Ganha quem sacar primeiro
“A bolsa ou a vida”. “Ou come ou não terá
sobremesa”.
APELO À AUTORIDADE
(AD VERECUNDIAM)

Também conhecido como


“argumentum magister dixit”.
Apoiar-se na autoridade de alguém.
Argumento baseado somente na
credibilidade de um autor.

Exemplos:
Educação (autores pedagógicos).
POPULISMO Convencer a massa valendo de outras falácias; Ex:
patriotismo, etc.
(AD POPULUM) Enquetes (a maioria acredita nisso, então é isso).
CIRCUL
O
VICIOS
O
Quando ponto de partida e
a conclusão carecem de
demonstração
Exemplo: inflação - +R$ +
salário

“O boxe é um esporte
inseguro e arriscado; logo,
o boxe é perigoso”.
PERGUNTA
COMPLEXA
Criar uma pergunta que leve o
interlocutor a uma resposta
independente do que ele diga.

“Você está arrependido do que


fez?”
“Prometa que nunca mais fará
isso”
Quando se pressupõe
como certo o que deveria
ser demonstrado
Ex. Rousseau e a origem
da sociedade.
Cegonha existe?
Carlos é um bom homem
pois doa dinheiro a
mendigos, e todo
indivíduo que doa
dinheiro a mendigos é um
PETIÇÃO DE PRINCÍPIO bom homem.
(PETITIO PRINCIPII)
CAUSA COMUM
Quando se pensa que dois fatos são causados um
pelo outro e não por um terceiro fator.

“a causa do acidente foi a conduta tresloucada da


vítima, que lançou seu carro para o acostamento, e
perdeu o controle do conduzido, batendo no
barranco”, quando, na verdade, a vítima saiu para o
acostamento para desviar do réu, que forçava uma
ultrapassagem na curva. O desvio da vítima para o
acostamento e a colisão no barranco são efeitos da
invasão da contramão pelo réu.
É comum a afirmação de
que os programas de
televisão causam a
decadência moral da
sociedade, sem levar em
conta que tanto a
programação quanto os
próprios valores morais
são frutos de outros
fatores, tais como: ideias
filosóficas, disputas de
poder, relações
socioeconômicas.
ACIDENTE
Aplicar regras quais os casos particulares não levando em
consideração as exceções. Oposto da generalização
apressada.

"Cristãos em geral odeiam os ateístas. Você é um cristão,


portanto deve odiar os ateístas.“

"Os homens são todos iguais, só pensam 'naquilo'. Nunca


mais vou me relacionar com eles."
APELO À IGNORÂNCIA
(AD IGNORANTIAM)
Uma tese ser verdadeiro só porque não se provou o contrário

“Como não há conhecimento e registro da transmissão da


AIDS em consultório dentário, se conclui que não há perigo
de contaminação, pois embora a saliva tenha o vírus, sua
concentração é baixa, o que não representa perigo”
(Declaração efetuada por ocasião de um Congresso de
Odontologia em 1989).
Obs: na jurisprudência existe o benefício da dúvida legítimo,
porém não se baseia em estruturas lógicas, mas nos direitos
humanos. Todo o homem deve ser considerado inocente até
que se prove o contrário.
APELO À PIEDADE
(AD MISERICORDIAM)

Chantagem emocional para


induzir compaixão
Sentimentos após a
sentença. Filhos do réu;
“pode viajar, não tem
problema. Talvez não me
encontre mais viva quando
voltar”.
FALÁCIAS DA
LINGUAGEM
Equívoco
Anfibologia
Ênfase
Composição
Divisão
EQUÍVOCO
Trata-se da utilização da mesma palavra, que tem
sentidos totalmente diferentes para coisas
diferentes.

“Um prisioneiro não pode agir contra a lei, pois pelo


fato de já ser prisioneiro, ele não tem liberdade; e
quem é privado de liberdade é justamente aquele
que não pode agir”. (Equívoco entre liberdade física
e jurídica).
O rei Creso, antes de atacar Ciro (rei da
Pérsia), recebe a seguinte mensagem do
oráculo: “Se Creso declarar guerra à Pérsia,
verá a destruição de um grande exército”.
ANFIBOLOGIA
Ele declara guerra e é vencido. Ao questionar
o oráculo recebe a resposta que o grande
exército que seria destruído era o dele.
ÊNFASE
Ao se usar a linguagem com intenções
emocionais , ela passa a ter funções
conotativas ou emotivas e, ao ser usada
com a intenção de coibir, ela tem a
função conativa ou encantatória.

“Sempre vejo o prof. Renato, mas nunca


com sua mulher”.
“Hoje, o capitão estava sóbrio”.
Trata-se de um conflito verbal entre as
propriedades de classes diferentes,
que podem ser atribuídas
sucessivamente mas não
simultaneamente.

COMPOSIÇ “Se se derrama um saco de trigo no


chão, ouve-se um ruído; mas se se
ÃO joga um só grão, não se percebe ruído
algum. Ora, se um grão não produz
ruído, dois também não produzirão,
nem 10, nem 1000 grãos. Se se
percebe o ruído, isto é apenas um
engano dos sentidos” (Zenão de
Eléia).
É o inverso da composição. É atribuir
simultaneamente o que lhe cabe sucessivamente.
Por exemplo, afirmar que os homens estão
DIVISÃO desaparecendo porque os índios estão
desaparecendo é um exemplo da falácia de
divisão. Pois homem e índio são simultâneos e
não sucessivos.
AS TRÊS OPERAÇÕES
DO INTELECTO
RACIOCINAR, ato indiviso mas complexo

JUÍZO, ato simples mas sobre um objeto complexo

CONCEBER ou fazer ato de apreensão sobre um


objeto simples, ato simples sobre um objeto
simples.

As três operações do espírito humano são: simples


apreensão, juízo e raciocínio.
RACIOCÍNIO

O raciocínio é a operação mais complexa do nosso espírito. É raciocinando que


vamos das coisas que já conhecemos às que ainda não conhecemos.

Lógica deve considerar antes de tudo o raciocínio. Todas as outras coisas em função
do raciocínio.

É um ato INDIVISO. Três passos até o fim. Não se raciocina pelo “discorrer”, mas sim
para concluir, ou seja, tornar evidente a verdade em que nos detemos.

É um ato COMPLEXO, pois não é simples ou indivisível. Possui partes e cada uma
delas chama-se JUÍZOS.
Todos os homens são mortais
Sócrates é homem
Logo,

SÓCRATES É MORTAL.
JUÍZO
Juízo é anterior ao raciocínio e
por ele suposta.

Julgar é afirmar ou negar.


Exemplos: “a desconfiança é a
mãe da segurança” ou “Uma
cabeça empenachada não é
pequeno embaraço”.

Do primeiro juízo identificamos


dois termos: “desconfiança” e
“mãe da segurança”.
UM HOMEM
SÁBIO É UM
HOMEM QUE
JULGA BEM.
Ato de julgar é simples, ou
seja, indivisível (ato de dar
um passo). Porém, se
refere a um objeto
complexo que se
movimenta entre dois
termos: sujeito e
predicado. Cada uma
dessas noções chamamos
concepção, percepção ou
simples apreensão.
SIMPLES APREENSÃO (TERMO)

Conceber é formar em si uma ideia na qual se apreende (atinge) alguma coisa. Exemplos:
“homem”, “desconfiança” e “infeliz”.

Este ato está na origem de todo nosso conhecimento intelectual.

Na simples apreensão, nosso espírito se contenta em apreender uma coisa sem nada afirmar
ou negar

Ato de concepção é uma operação primeira (intelectual, pois sensitiva vem antes).

Conceber ou fazer ato de apreensão sobre um objeto simples, ato simples sobre um objeto
simples.
TIPOS DE
ARGUMENTAÇÕES
Prof. David Eduardo Luzetti Filho
ARGUMENTAÇÃO
Indutiva: argumentação que parte do particular e transfere para o geral.
Dedutiva: argumentação que parte de leis gerais para casos particulares.

Argumentar é como construir uma casa. Não se inicia do telhado, mas de alicerces
sólidos. É preciso construir seguindo uma ORDEM.
O sofisma usa materiais de base emotiva, linguística ou psíquica.

O argumento é a exteriorização do raciocínio que pressupõe uma série de passos


que o constituem.
INFERÊNCIA

Raciocinar é inferir, ou seja, passar do que já se conhece de algum modo ao que


ainda não se conhece completamente ou parcialmente; Este processo mental é
usado não só para atingir coisas novas, mas também para sustentar posições
anteriormente conquistadas, ou ainda para aprofundá-las. Assim como uma
construção requer uma sequência de passos a serem dados desde o projeto até a
sua consecução, também o raciocínio exige, a seu modo, uma série ordenada de
passos que norteiam seu desenvolvimento.

Objetivo da lógica: tornar eficiente e eficaz o pensamento.


Essencial para a ciência experimental,
porém pretensiosa ao querer admitir leis
universais.

ARGUMENTO “O que convém a várias partes,


suficientemente enumeradas, de um certo
INDUTIVO universal, convém a este sujeito
universal”;

Problema: saber quantas partes são


suficientemente enumeradas.
POR SEMELHANÇA OU ANALOGIA: de um caso
particular para outro. Fonte de equívocos, por
exemplo, a automedicação. Outro exemplo é
julgar um terceiro livro de um autor só porque
leu dois do mesmo. Baseia-se na expectativa, ou
ESPÉCIES seja, algo de campo psicológico e não lógico.
POR ENUMERAÇÃO COMPLETA SUFICIENTE: se
DE INDUÇÃO há enumeração completa, não há indução. É uma
tautologia. Exemplo: estações do ano.
Por enumeração incompleta insuficiente:
Por enumeração incompleta mas suficiente
ARGUMENTO DEDUTIVO

Partir do geral e inferir para outra afirmação.

4 PRINCÍPIOS:
Princípio de identidade. O que é é. Não é tautologia, mas identidade de uma coisa consigo mesma.
Tríplice identidade. Duas coisas idênticas a uma terceira são idênticas entre si, na medida e no
aspecto que são idêntica à mesma terceira.
Princípio de contradição. Uma coisa não pode ser e deixar de ser ao mesmo tempo e sob o mesmo
aspecto.
Princípio de exclusão do terceiro termo. Entre ser e não ser não há meio termo. Ou é verdadeiro ou
falso.
SILOGISMO
Prof. David Eduardo Luzetti Filho
Todos os homens são mortais
Sócrates é homem
Logo,

SÓCRATES É MORTAL.
Etimologicamente significa “reunir com o
pensamento”. É uma argumentação em
que, de um antecedente que une dois
termos a um terceiro, infere-se um
SILOGISMO consequente que une estes dois termos
entre si.

O que falamos de antecedente queremos


dizer PREMISSA (enviado antes).
REGRAS BÁSICAS DO SILOGISMO
1. Todo silogismo contém somente três termos: maior, médio e menor.
2. Nunca, na conclusão, os termos podem ter extensão maior do que as premissas
3. O termo médio não pode entrar na conclusão.
4. O termo médio deve ser universal ao menos uma vez,

e as quatro restantes regem as relações entre as premissas.


5. De duas premissas negativas, nada se conclui
6. De duas premissas afirmativas não pode haver conclusão negativa
7. A conclusão segue sempre a premissa mais fraca
8. De duas premissas particulares, nada se conclui.
8° REGRA: DE DUAS PREMISSAS
PARTICULARES NADA SE CONCLUI
O silogismo é estruturado por premissas.
Partes da premissa: Sujeito e predicado (Juízo: composição ou divisão)
Verbo = cópula (ligação).
Sujeito lógico (tudo antes do verbo) / Predicado lógico (tudo depois).
PROPOSIÇÃO PARTICULAR = extensão da premissa determinado pelo
sujeito. (UNIVERSAL [todo]; PARTICULAR [algum]).
É necessário uma premissa universal (V ou F).
7° REGRA: A CONCLUSÃO SEGUE
SEMPRE A PREMISSA MAIS FRACA
Quantidade : todo e algum
Qualidade: afirmativa ou negativa
Assim, unindo os elementos quantidade e qualidade, as proposições são classificáveis em:
Proposição Universal afirmativa (A): todo homem é mortal.
Proposição Universal negativa (E): todo homem não é mortal.
Proposição Particular afirmativa (I): algum homem é mortal.
Proposição Particular negativa (O): algum homem não é mortal.

AfIrmo / nEgO. (sujeitos e predicados iguais. Opõem-se na QT e QL)

I é mais forte que E. Negativa é mais fraco por primeiro. Em segundo, se é particular.
LEI DAS OPOSIÇÕES
CONTRARIEDADE: não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo, mas
podem ser falsas ao mesmo tempo.

SUBCONTRARIEDADE: não podem ser falsas ao mesmo tempo, mas


podem ser verdadeiras ao mesmo tempo.

CONTRADITORIEDADE: oposição mais forte. Não podem ser


verdadeiras nem falsas ao mesmo tempo.
Exemplos:
Todos os lógicos são matemáticos.
Alguns filósofos não são lógicos.
Alguns filósofos não são matemáticos.

Primeiro passo é identificar é identificar as proposições; A, O e O.


Assim, não fere a sétima regra.
EXERCÍCIO

CRIE 5 FRASES
PARA CADA TIPO
DE PROPOSIÇÃO
(A, E, I e O).
BATERIA DE EXERCÍCIOS;
1) Qual é a contrária da contraditória de I
2) Qual é a subcontrária da contraditória de A
3) Qual é a contrária da contrária de “todos os homens são bons”.
4) Qual é a subalterna da contraditória de Nenhum homem presta
5) Qual é a contrária da contraditória da contrária da subcontrária de I.
6) Qual é a contraditória da contrária da contraditória da subalterna
de Todos as mulheres são inteligentes.
7) Qual é a contrária da contrária da contraditória da contraditória de
todos os são paulinos são vencedores.
Exemplo novo
Construa um silogismo onde o termo médio é ALUNO. A premissa
maior é contrária da contraditória da subcontrária de O. A premissa
menor é contrária da contrária da contraditória da contraditória da
premissa maior. A conclusão é contrária da contraditória da subalterna
da premissa menor.

COMO RESOLVER?
1. QUAIS INFORMAÇÕES TENHO?
8) Construa um silogismo cujo termo médio seja PROFESSOR. A
premissa maior é contrária da contraditória da contrária de Todo
professor é carrasco. A premissa menor é subalterna da subcontrária da
contraditória da premissa maior. A conclusão segue a premissa mais
fraca.
9) Construa um silogismo cujo termo médio seja ANIMAL; A premissa
maior é contrária da contraditória de Algum animal é voador. A
premissa menor é subalterna da premissa maior. A conclusão segue a
premissa mais fraca
10) Construa um silogismo onde o termo médio é
FIGURAS E MODOS DO
SILOGISMO
Prof. David Eduardo Luzetti Filho
QUATRO FIGURAS
1) BARBARA, CELARENT, DARII e FERIO (Termo médio como sujeito na
PM e predicado da Pm)
2) CESARE, CAMESTRES, FESTINO, BAROCO
3) DARAPTI, FELAPTON, DISAMIS, BOCARDO, DATISI, FERISON
4) BARALIPTON, CELANTES, DABITIS, FAPESMO, FRISESOMORUM
PRIMEIRA FIGURA

Você também pode gostar