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ARGUMENTOS NÃO-DEDUTIVOS
1.1.1. Argumentos Não-Dedutivos Fortes e Fracos.
1.1.2. Argumentos Não-Dedutivos e as condições para que sejam argumentos fortes: Induções (Generalizações e
Previsões); Argumentos de Autoridade; Argumentos por Analogia.
1.1.3. Análise crítica de argumentos não-dedutivos.
Argumento: é a apresentação de razões que suportam e justificam uma afirmação ou conclusão, tendo como
objetivo convencer e persuadir, de forma racional, o auditório, e fazê-lo aderir, ou pelo menos
admitir, a tese defendida
Argumentos não dedutivos - a verdade da conclusão não é garantida pela verdade das premissas, ou seja, é
improvável, mas não logicamente impossível que as premissas sejam verdadeiras e a
conclusão falsa
Nos argumentos indutivos as premissas são mais particulares do que a concluão (mais geral).
Argumentos indutivos por generalização: parte de casos menos gerais (particulares) para um
mais geral
Atribui a todos os casos de uma espécie o que se verifica na observação de alguns casos (amostra) da mesma
espécie.
Todos os corpos que observámos até hoje são atraídos pelo respetivo centro de gravidade.
Por conseguinte, todos os corpos que doravante observamos serão atraídos pelo respetivo centro de
gravidade.
*Argumento indutivo válido/ forte: Regras necessárias para uma indução ser válida:
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A indução deve ser baseada numa amostra representativa/ variada
Quando as premissas, caso sejam verdadeiras, constituem uma razão para acreditarmos que é muito provável
que a conclusão seja verdadeira.
Critérios para determinar se as premissas confirmam a conclusão (não é pela forma destes argumentos):
1. Quanto maior é a amostra referida nas premissas, mais estas confirmam a conclusão
(se tiverem sido observados mil cisnes, os argumentos serão mais fortes
do que no caso de terem sido observado apenas 1 cisne)
2. Quanto mais diversificada é a amostra referida nsa premissas, mais estas confirmam a
conclusão
(caso se tenham observado cisnes muito diferentes, os argumentos serão mais
fortes do que no caso de se terem observado cisnes apenas numa região muito
pequena)
Argumentos por Analogia: consiste em comparar as semelhanças entre dois objectos ou realidades
e, assim, concluir uma outra semelhança não visível
Uma das premissas afirma que duas coisas são semelhantes (análogas), concluindo que uma delas
possui uma determinada característica devido ao fato de haver semelhança com a outra característica.
Critérios para determinar se as premissas confirmam a conclusão (não é pela forma destes argumentos):
1. Uma analogia não é forte se os objetos comparados não forem semelhantes nos aspetos
relevantes
depende daquilo que está em questão
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2. Quanto maiores forem as semelhanças relevantes entre os objectos comparados nas
premissas, mais estas confirmam a conclusão
Regras de Validade do Argumento:
As semelhanças têm de ser numerosas para que
As semelhanças têm de ser relevantes e
não sejam meras coincidências. Têm de ser
numerosas
relevantes relativamente ao que está em causa na
Não pode haver diferenças relevantes
conclusão.
Caso as semelhanças entre as realidades sejam menos relevantes do que as diferenças, o argumento é
inválido.
Por isso, são autoridades competentes no que respeita a este assunto. Porém, muitos outros filósofos
insatisfatório
Argumento
igualmente reputados negaram que a alma humana seja imortal. Isto significa que existem autoridades
igualmente competentes que contradizem a opinião de Platão e Descartes sobre a imortalidade da alma, pelo
que não podemos tomar a sua opinião como uma justificação satisfatória para acreditar que temos uma alma
As maiores organizações de defesa dos direitos dos animais afirmam que a dieta vegetariana é a mais
saudável.
Logo, a dieta vegetariana é a mais saudável.
Se uma empresa tabaqueira declarasse que o tabaco não faz mal à saúde, não levaríamos a sério a sua
insatisfatório
Argumento
posição, pois sabemos que esta empresa não é imparcial, dado o seu interesse em vender tabaco. Do
mesmo modo, como as autoridades de defesa dos animais estão interessadas em protegê-los da
exploração humana, não são uma autoridade fiável no que toca ao problema de saber se é saudável
comê-los.
Critérios para determinar se as premissas confirmam a conclusão (não é pela forma destes argumentos):
1. A autoridade invocada tem de ser competente no que respeita ao assunto em causa e não
podem existir autoridades igualmente competentes que a contradigam
2. A autoridade invocada tem de ser imparcial sobre o assunto em causa
insatisfatório
Argumento
Kant defendeu que há experiência estética. Há outras autoridades na área, como Dickie, que
Logo, há experiência estética. defendem que não há experiência estética.
Einstein disse que a maneira de acabar com a guerra era ter um governo mundial.
Logo, a maneira de acabar com a guerra é ter um governo mundial.
Marx disse que a maneira de acabar com a guerra era ter um governo mundial.
Logo, a maneira de acabar com a guerra é ter um governo mundial.
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2. PRINCIPAIS FALÁCIAS NÃO-FORMAIS:
Análise crítica de discursos argumentativos de vária ordem em que são utilizadas falácias não-formais.
2.1. Ataque ao Homem
2.2. Boneco de Palha
2.3. Apelo Falacioso à Autoridade
2.4. Generalização Precipitada ou Abusiva
2.5. Derrapagem (ou bola de neve)
2.6. Falso Dilema
2.7. Petição de Princípio
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Falácias
Argumento falacioso
Argumento que parece cogente mas não é:
Argumento inválido que parece válido
Parece ter premissas verdadeiras mas não tem
Parece ter premissas mais plausíveis que a conclusão mas não tem
São “maus argumentos”/ argumentos logicamente inconsistentes, sem
fundamento, inválidos ou sem a capacidade de provar eficazmente o que alegam
Afirmação
Raciocínio não válido, por violar as regras de validade dos consequente
raciocineos. (comete-se um erro lógico aplicando erradamente as
regras de inferências válidas – diz respeito à forma do argumento) Negação da antece
Inversão da condic
Indutiva
Falácias
FALÁCIAS INDUTIVAS
Generalização precipitada
A partir de um número insuficiente de observações traçamos um padrão,
generalizando-o para o todo.
Uma pessoa vai a Paris, conhece 3 pessoas simpáticas, e conclui que os parisienses são
simpáticos.
Amostra tendenciosa
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São observados vários casos (amostra limitada), mas estes não são
representativos, com o objectivo e apoiar uma conclusão tendenciosa.
Todas as pessoas em Portugal têm um excelente nível de
vida. (falácia que teve por base a observação do nível de
vida de várias pessoas de um bairro rico)
Indução preguiçosa
Negação da conclusão de argumento indutivo, mesmo tendo em conta que as
observações efetuadas a confirmam.
Uma pessoa insiste que em Portugal não há discriminação social no
ensino, apesar de ter observado que quase todos os pais dos
estudantes de medicina pertencem às classes mais elevadas.
Falsa analogia
Apresentação de 2 situações semelhantes, mas cujas parecenças não são suficientes
para ser estabelecida a conclusão.
Logo, as mulheres são do sexo masculino. têm glândulas mamárias desenvolvidas, e as mulheres não têm
FALÁCIAS INFORMAIS
Petição de Princípio ou “Argumento circular”
Pressupõe-se, indevidamente, nas premissas aquilo que se pretende provar com o
argumento.
O argumento inclui disfarçadamente nas premissas o que se pretende concluir.
(usar a concussão como premissa)
O argumento não tem premissas mais plausíveis do que a conclusão, só sendo
razoável aceitar as premissas se já aceitarmos a conclusão. O argumento visa provar a existência de Deus a parti
Se a Bíblia é a palavra de Deus, então é verdadeira. que Deus existe – se a Bíblia for realmente a pala
Deus, então Deus existe. Portanto, neste argum
Na Bíblia está escrito que Deus existe.
pressupõe-se numa das premissas a conclusão q
Logo, Deus existe.
Não tem premissas mais plausíveis do Tem premissas mais plausíveis do que
que a conclusão a conclusão
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Se a vida é sagrada, o aborto é imoral. Se os seres humanos têm direito à vida,
Ora, a vida é sagrada. o aborto é imoral.
Logo, o abroto é imoral. Ora, os seres humanos têm direito à
vida.
Logo o aborto é imoral.
Falso Dilema
Argumento em que se parte de uma disjunção enganadora. Sugere-se que
existem apenas 2 hipóteses, quando, na verdade, essas 2hipóteses não esgotam
todas as possibilidades.
(reduzir as alternativas apenas a duas, ignorando-se as restantes alternativas)
Apelo à ignorância
Afirma-se que não se sabe se uma certa proposição é verdadeira/ falsa, inferindo-
se daí que ela é falsa/ verdadeira.
Defende-se que uma determinada afirmação deve ser verdadeira/falsa, só porque
não há provas em contrário.
(Tomar como verdadeiro o que não se prova ser falso, ou vice-versa)
Inferência inválida, pois do simples facto d
Ninguém conseguiu provar que existia vida noutros planetas.
conhecer o valor de verdade de uma proposi
Logo, não existe vida noutros planetas.
se segue que essa proposição seja falsa/ ver
Ad hominem
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Consiste em atacar a pessoa em vez da tese – Ataca-se a pessoa, quando se devia
refutar aquilo que ela defende.
Argumenta-se que uma certa proposição é falsa descrevendo de uma forma
depreciativa aquele que a defende (mencionando aspectos desrespeitáveis do seu
carácter, estatuto social, partido político ou religião).
Para mostrar que uma certa proposição é falsa, ataca-se quem defende que ela é
verdadeira
Em vez de se apresentarem razões para aceitar a conclusão, tenta-se
desacreditar a pessoas que rejeita essa conclusão, descrevendo-a em termos
desvaráveis.
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Se a família tradicional desaparecer, assistiremos ao fim da sociedade civilizada.
Ora, devemos impedir o fim da sociedade civilizada.
Logo, não devemos permitir o casamento homossexual.
Nota: Tentamos fazer vincar as nossas teses, intimidando o outro, apelando ao pathos
(sentimentos do público), sendo que o discurso deve ser centrado no “logos” e
não no auditório
precipitada
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I Apelo à ignorância Tomar como verdadeiro o que não se prova ser falso, ou vice-ver
n
f
o Ad hominem Atacar a pessoa em vez da tese
r
m
a Derrapagem ou Bola de neve Mostrar as consequências negativas que a não aceitação da tese p
i
provocar
s
Identificar Falácias…
O argumento é válido?
As premissas são verdadeiras?
As premissas são mais plausíveis do que a conclusão?
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