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LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO

Lógica De Argumentação

A mente humana é capaz de realizar as seguintes operações: a simples apreensão, os juízos e o


raciocínio. A simples apreensão refere-se a compreensão direta de uma situação formando um
conceito que por fim passa a ter uma denominação. O juízo aborda ideias relacionadas ou separadas
que fazem surgir um julgamento da realidade. Já o raciocínio faz parte de uma situação que envolve
juízos e proposições no intuito de chegar em conclusões adequadas.

Analogias

Analogia (ou raciocínio por semelhança) é uma indução parcial ou imperfeita, na qual passamos de
um ou de alguns fatos singulares não a uma conclusão universal, mas a uma outra enunciação
singular ou particular, inferida em virtude da comparação entre objetos que, embora diferentes,
apresentam pontos de semelhança:

Paulo sarou de suas dores de cabeça com este remédio.

Logo, João há de sarar de suas dores de cabeça com este mesmo remédio.

É claro que o raciocínio por semelhança fornece apenas uma probabilidade, não uma certeza. Mas
desempenha papel importante na descoberta ou na invenção.

Grande parte de nossas conclusões diárias baseia-se na analogia. Se lermos um bom livro de
Graciliano Ramos, provavelmente compraremos outro do mesmo autor, na suposição de que deverá
ser bom também. Se formos bem atendidos numa loja, voltaremos da próxima vez, na expectativa de
tratamento semelhante. Da mesma forma, se formos mal atendidos, evitaremos retornar.

Quando as explicações de um determinado fato nos parecem complexas, costumamos recorrer a


comparações, que na verdade são analogias: “Quem não está habituado a ler, sofre como nadador
iniciante, engole água e perde o fôlego”. Do mesmo modo, o texto literário é enriquecido pela
metáfora, que é uma forma de estabelecer semelhança: “Amor é fogo que arde sem se ver”
(Camões).

Também a ciência se vale das analogias. O médico britânico Alexander Fleming estava cultivando
colônias de bactérias e observou que elas morriam em torno de uma mancha de bolor que tinha sido
formada casualmente. Investigando o novo fato, reconheceu os fungos do gênero Penicillium. Por
analogia, supôs que, se o bolor destruia as bactérias na cultura in vitro, poderia ser usado como
medicamento para curar doenças em organismos ou seres mais complexos.

As analogias podem ser fracas ou fortes, dependendo da relevância das semelhanças estabelecidas
entre objetos diferentes. Embora os homens sejam muito diferentes dos ratos, nas experiências
biológicas podem ser feitas comparações de natureza fisiológica que tornam a analogia adequada e
fecunda. Assim, se o biólogo constatar determinados efeitos de uma droga ministrada em ratos, é
possível sustentar que os efeitos provocados nos homens sejam semelhantes.

Inferência:

Inferência é a ação e o efeito de inferir (deduzir algo, tirar uma conclusão de outra coisa, conduzir a
um resultado). A inferência surge a partir de uma avaliação mental entre distintas expressões que, ao
serem relacionadas como abstrações, permitem traçar uma implicação lógica.

Ao partirmos de hipóteses ou argumentos, é possível inferirmos uma conclusão (podendo ser


verdadeira ou falsa). Por exemplo: “Ainda não recebi a confirmação oficial por parte da empresa,
aquilo que te digo é apenas uma inferência minha”, “Cada vez que joga a seleção, a Mariana falta ao
trabalho: a minha inferência é que, amanhã, vamos estar sozinhos no escritório”, “Não nos podemos
guiar por inferências. Temos, sim, de aguardar que os factos sejam confirmados antes de tomarmos
uma decisão”.

O silogismo é uma forma essencial de inferência. Trata-se de uma forma de raciocínio dedutivo
formada por duas proposições (premissas) e uma conclusão. Esta conclusão é a inferência que se
deduz necessariamente das duas premissas.

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LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO

A veracidade da conclusão dependerá das regras que regulam a relação entre as premissas
comparadas. A garantia de verdade do novo juízo é a lógica, que deverá estabelecer distintas
classificações das premissas.

Nem todas as inferências oferecem conclusões verdadeiras. É possível afirmar que todos os cães
são animais peludos de quatro patas, mas não se pode inferir que todos os animais peludos que
tenham quatro patas sejam cães.

As inferências costumam produzir-se a partir de uma análise de características e de probabilidades.


Se alguém fizer referencia a um animal de quatro patas, peludo e que abana a cauda, pode-se inferir
que o mais certo é que se esteja a referir a um cão.

Deduções E Conclusões

O Raciocínio chega de uma premissa a uma conclusão, passando por várias outras premissas
intermediárias. Nesse sentido, podemos dizer que o raciocínio é um conhecimento mediato ou
indireto, isto é, intermediado por vários outros. Assim, é o contrário da intuição, que é o conhecimento
imediato.

Raciocinamos ou argumentamos, portanto, quando colocamos premissas que contenham evidências


em uma ordem tal que, necessariamente, nos levam a uma conclusão.

Existem dois processos que segundo os quais organizamos nossos raciocínios: a dedução e a
indução.

INDUÇÃO: raciocínio em que, de fatos particulares, se chega a uma conclusão geral (vai de uma
parte ao todo).

DEDUÇÃO: raciocínio que parte do geral para o particular (vai do todo a uma parte).

Imagine que, visitando um país estrangeiro, você conhece uma loja de “frifas” (sem saber o que isso
significa), e percebe que ela vende bonecas. No dia seguinte, ao ver uma outra loja de “frifas”, você
poderá INDUZIR que ela também vende bonecas.

Se você fizer uma pesquisa em TODAS as lojas de “frifas” existentes e descobrir que TODAS vendem
bonecas, sempre que encontrar qualquer uma dessas lojas, você poderá DEDUZIR que ela também
vende bonecas.

A INDUÇÃO é o raciocínio próprio dos investigadores (quando faltam pistas de um crime) e cientistas
(quando faltam dados concretos sobre uma pesquisa).

O cobre é condutor de eletricidade,

assim como a prata, o ouro, o ferro, o zinco e outros metais,

Logo, todo metal é condutor de eletricidade.

A DEDUÇÃO é uma forma mais segura de raciocínio, porque é baseada em dados mais abrangentes
e já aceitos.

Todo metal é dilatado pelo calor. (Premissa maior)

Ora, a prata é um metal. (Premissa menor)

Logo, a prata é dilatada pelo calor. (Conclusão)

Todo brasileiro é sul-americano. (Premissa maior)

Ora, todo paulista é brasileiro. (Premissa menor)

Logo, todo paulista é sul-americano. (Conclusão)

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