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formas de inferencia
Modus ponens ou
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validade dedutiva e nao dedutiva
A validade dedutiva diz respeito à forma do argumento e a validade Os argumentos não-dedutivos válidos, apesar de terem a forma incorreta
não-dedutiva diz respeito ao conteúdo do argumento. (conclusão contingente), são argumentos que, pelo seu conteúdo,
Um argumento formalmente válido tem a conclusão necessária podem ser mais ou menos convincentes (fortes ou fracos). Assim,
(conclusão retirada diretamente das premissas) e um argumento argumentos não-dedutivos, apesar de serem formalmente
formalmente inválido tem a conclusão contingente. incorretos/inválidos, podem ser considerados fortes (há uma grande
Só os argumentos dedutivos podem ser considerados formalmente probabilidade da verdade das premissas sustentar a verdade da
válidos. Um argumento dedutivo também pode ser considerado inválido conclusão) ou fracos (há uma grande probabilidade da verdade das
se estiver mal construído, ou seja, se a conclusão não for necessária. premissas não sustentar a verdade da conclusão).
Todos os argumentos não-dedutivos são considerados formalmente
inválidos.
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argumentos nao dedutivos
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acao humana
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Conscientes Racionais Intencionais (objetivo) Voluntárias (opção de escolha)
nota: todas as ações voluntárias são conscientes; Responsabilidade: capacidade de responsabilização do agente e de
nem todas as ações conscientes são voluntárias; arcar com as consequências da ação.
todas as ações inconscientes são involuntárias; Nas ações voluntárias o sujeito é responsável pelas mesmas. Nas ações
nem todas as ações involuntárias são inconscientes. involuntárias e acontecimentos o sujeito pode ser responsabilizado (“era
possível evitar?”).
Conceitos essenciais Ação e Acontecimento
O que fazemos do que nos acontece (atividade e passividade) Os termos ação e agir designam apenas os comportamentos:
O que acontece (acontecimento): atos humanos- observáveis, não se intencionais, conscientes, voluntários e/ ou involuntários.
sabe a intenção; não se conhecem os motivos (ex: tropeçar e cair) Está excluído do conceito de ação: o que os animais fazem, os
eventos puros- não partem do sujeito; o sujeito é recetor; o sujeito é movimentos que fazemos inconsciente e involuntariamente, as reações
agido. (ex: falhar a tinta da caneta) automáticas (fisiológicas ou psicológicas).
O que fazemos (ação): parte do sujeito (o sujeito é agente). Condicionantes da ação humana
Ação consciente e inconsciente Biológicas: dizem respeito ao funcionamento do organismo (ex. doenças)
Ex: consciente – andar a pé / inconsciente – dormir, sonhar.
Físicas: dizem respeito às leis da natureza (ex. gravidade)
Ação voluntária do que fazemos involuntária Socioculturais: dizem respeito à sociedade e cultura (ex. regime político)
Ex: voluntariamente – beber água / involuntariamente – transpirar Psicológicos: corresponde aos sentimentos e traços de personalidade
Deliberação e decisão do agente (ex. vergonha)
É um processo de reflexão das hipóteses de ação e os motivos que nos notas: cada condicionante pode representar simultaneamente um limite
levam a atuar desta ou daquela maneira ou mesmo a não atuar. Analisa e uma possibilidade de ação.
também as consequências das diferentes ações a tomar. A seguir a esta as condicionantes encontram-se, em grande medida, interligados.
deliberação é determinada a ação a realizar, tendo em conta o que
nos é mais conveniente.
problema do livre arbitrio
As decisões humanas parecem livres, quando pensamos nelas a partir do Tese compatibilista: determinismo moderado (concilia a liberdade com o
nosso próprio ponto de vista. Porém, não parecem livres quando determinismo).
pensamos nelas de um ponto de vista externo, como meros
acontecimentos. Quando pensamos nelas assim, parecem meros efeitos - Há alguma boa prova de que temos livre-arbítrio?
Não. Apenas parece razoável porque, quando se toma decisões, não
de causas anteriores- todos os acontecimentos são causados.
Livre-arbítrio: capacidade de agir ou não consoante a nossa vontade se sente qualquer força que nos obrigue a decidir uma coisa em vez de
Determinismo: todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores. outra. Só que isto não é uma razão suficientemente forte para pensar
que o livre-arbítrio é real. Talvez o livre-arbítrio seja uma ilusão, como se
livre arbítrio <--conflito--> todos os acontecimentos são causados defende no determinismo radical.
Chega-se assim a um conflito entre duas ideias: - Há alguma boa prova de que todos os acontecimentos são efeitos de
- Temos livre-arbítrio, porque decidimos livremente várias coisas: comer um causas anteriores?
bolo ou ir andar de bicicleta. Não. Apenas parece razoável, porque a ciência tem sido muito bem-
sucedida a descobrir as causas dos mais diversos fenómenos. Porém, isso
- Não temos livre-arbítrio, porque as nossas decisões são meros efeitos
de causas anteriores. não quer dizer grande coisa porque, afinal de contas, a ciência nunca
descobriu as causas da decisão de uma pessoa qualquer ir andar de
O problema do livre-arbítrio consiste em perceber se existe ou não bicicleta, em vez de ficar em casa a ler. De modo que talvez nem todos
alguma compatibilidade entre determinismo e liberdade, isto é, se, os acontecimentos sejam efeitos de causas anteriores - nomeadamente,
perante a existência de tantas condicionantes, ainda sobra espaço as decisões. Isto é o que se defende no libertismo.
para a liberdade. - Há alguma boa prova de que se todos os acontecimentos forem efeitos
de causas anteriores, então não há livre-arbítrio?
As três teses seguintes são aparentemente razoáveis:
Não. Apenas parece razoável, à primeira vista, que não temos realmente
1. Não há livre-arbítrio. livre-arbítrio se todas as decisões forem meros efeitos de causas
2. Todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores anteriores. O próprio ato de decidir parece excluir a hipótese de a
3. Se todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores, não há decisão ser um mero efeito de causas anteriores. Se as decisões são
livre-arbítrio. involuntárias como a digestão, não se compreende por que razão
A dificuldade é que estas três teses são incompatíveis entre si. Para precisamos sequer de decidir. Mas talvez isto seja uma ilusão, como se
aceitar duas delas, é preciso rejeitar a outra. E é isso mesmo que dá defende no determinismo moderado.
origem ás três hipóteses sobre o livre-arbítrio:
1. No determinismo radical rejeita-se a tese 1 e aceitam-se as outras, Determinismo radical
2. No libertismo rejeita-se a tese 2 e aceitam-se as outras. Princípio do determinismo- tudo o que acontece tem uma causa.
3. No determinismo moderado rejeita-se a tese 3 e aceitam-se as outras.
A vontade humana, como qualquer fenómeno, é também causada, não
Teses incompatibilistas: determinismo radical (nega a liberdade e afirma sendo livre (visto que é determinada por causas que não controlamos).
o determinismo) e libertismo (nega o determinismo- mental- e afirma a Os deterministas radicais defendem que as ações são determinadas,
liberdade- mental). digamos, pela hereditariedade e pelo ambiente não podendo ser
livremente escolhidas, pelo que as pessoas não podem ser responsáveis critério para determinar se uma ação é ou não livre é ambíguo e
pelas ações que praticam, visto que não as escolheram livremente. subjetivo.
Cada experiência que temos parece apoiar a tese geral de que tudo 4. Um dos principais argumentos contra o determinismo radical e a favor
o que acontece neste universo é causado ou determinado pelo que do determinismo moderado remete para o facto de, se não formos livres,
aconteceu no passado. não podemos ser responsabilizados pelas nossas ações. No entanto, a
Assim, perante a questão: "São as nossas escolhas livres?", os deterministas consequência que daí advém, isto é, a ausência da responsabilização
dizem que não. As condicionantes da ação humana, por exemplo, - considerada negativa para a sociedade - não invalida que a tese do
suportam o ponto de vista dos deterministas e opõe-se à ideia de determinismo radical esteja correta.
vontades livres (não-causadas).
Também a ciência contribuiu para a sustentação do determinismo,
nomeadamente quando pressupõem as leis da natureza que
descobriram se aplicam a tudo no universo, incluindo as minúsculas
partículas que constituem o cérebro e o sistema nervoso humanos. A
noção de uma vontade live (não-causada) parece absurda quando
tomamos consciência de princípios científicos muito bem estabelecidos.
nota: as pessoas pensam que são lives só porque têm consciência do
que fazem, mas não têm consciência das causas que as fizeram fazer o
que fazem.
Argumentos contra o determinismo radical:
1. Por um lado, o desejo bastante forte de que as pessoas sejam
responsáveis pelas suas ações e escolhas e uma enorme necessidade
de admirar e premiar aqueles que se sacrificam pelo seu dever e de punir
aqueles que têm práticas incorretas ou moralmente erradas aos olhos da
sociedade é talvez a principal refutação ao determinismo radical.
2. Por outro lado, diariamente, a nossa experiência pessoal parece
indicar que, embora a liberdade não seja total, existe um espaço para
escolher e, como tal, liberdade para o fazer.
Libertismo
Os libertistas negam que o determinismo seja verdadeiro.
O libertismo é o ponto de vista segundo o qual as escolhas morais são
em geral livres; isto é, não-causadas (ou autocausadas) e que, portanto,
temos razões para considerar que as pessoas são moralmente
responsáveis pelas suas ações.
Como é óbvio, os libertistas sabem que não podemos fazer exatamente
qualquer coisa. Mas, afirmam que, no que diz respeito à mente, existe
liberdade, pelo que as leis da natureza só se aplicam ao corpo.
Argumentos contra o libertismo:
1. Não há nenhuma razão plausível que nos permita admitir que corpo e
mente são substâncias distintas e, portanto, sujeitas, a leis diferentes.
2. Assim, corpo e mente são substâncias interligadas, que se afetam e
condicionam mutuamente. Já muitos estudos demonstraram que a mente
e o seu funcionamento são afetados por condicionantes de ordem
biológica ou sociocultural, por exemplo.
3. Por outro lado, apesar de podermos decidir resistir ou satisfazer os
nossos desejos, não controlamos o seu aparecimento.
Determinismo moderado
Os deterministas moderados consideram que liberdade e determinismo
são verdadeiros.
Em termos gerais, defendem que as pessoas agem livremente quando
fazem o que querem e escolhem fazer e não agem livremente quando o
que fazem é forçado ou compelido. Por outras palavras, de acordo com
os deterministas moderados, uma vontade livre é uma vontade que,
apesar de condicionada, tem espaço (limitado) para escolher.
O determinismo moderado é consistente com a tese determinista muito
bem estabelecida segundo a qual tudo tem uma causa. Ao contrário do
determinismo radical, é consistente com a ideia de que temos justificação
para considerar as pessoas moralmente responsáveis pela maior parte
das suas ações.
A nossa experiência pessoal parece mostrar que, no dia-a-dia, existem
de ações pelas quais podemos ser responsabilizados e ações pelas
quais não o somos.
Argumentos contra o determinismo moderado:
1. Os argumentos contra o determinismo moderado são essencialmente
os argumentos a favor do determinismo radical.
2. Assim, por um lado, a nossa experiência pessoal pode ser enganadora:
a sensação de liberdade não me dá a certeza definitiva de liberdade.
3. Por outro lado, não fica bem definido quando é que a causa apenas
condiciona ou quando a causa determina totalmente uma ação. O