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Filosofia

^
formas de inferencia

Modus ponens ou
P®Q PÚQ
P ~P
\Q \Q

Falacia da afirmação do consequente Silogismo disjuntivo (inclusivo)


P®Q PÚQ
Q ~P
\P \Q
Modus tollens Silogismo hipotético
P®Q P®Q
~Q Q®R
\~P \P®R
Falacia da negação do antecedente 1 Lei de De Morgan
P®Q ~ (P Ù Q)
~P
\~PÚ~Q
\~ Q

Contraposição 2 Lei de De Morgan


P®Q ~ (P Ú Q)
\~ Q ® ~ P \~PÙ~Q
notas: tautologia- os valores da coluna resultado são todos verdadeiros
Silogismo disjuntivo (exclusivo) (obrigatório na realidade).
P Ú. Q contradição- os valores da c.r. são todos falsos (impossível concretizar
na realidade).
P
contingência- a c.r. apresenta valores lógicos distintos.
\~Q
falacias formais e informais
´
falácia: um argumento que pareça bom, mas não é.
Quando o erro reside na forma lógica, é uma falácia formal (parecem ser válidos). Consegue-se provar que são inválidos com sequências
de tabelas de verdade.
Alguns argumentos são falaciosos, apesar de terem forma válida, diz-se então que são falácias informais (o erro não reside na forma lógica).
nota: o termo “falácia” tem origem no latim, onde significava “engano”. Em muitos contextos, diz-se que uma afirmação é falaciosa, querendo com isso dizer-
se que é falsa e enganadora. Mas em lógica e filosofia usa-se o termo especificamente para falar dos enganos ou logros que ocorrem nos argumentos.
Além disso, muitas aparências são diferentes de pessoa para pessoa. De modo que o conceito de falácia é relativo às pessoas.
Pretende-se dar a ilusão de que se está a responder ao argumento,
falacias informais quando na verdade se está a evitar discuti-lo.
nota: quando não estamos em condições de examinar os argumentos
´ aquilo que se
Petição de princípio: consiste em assumir como verdadeiro que nos são apresentados, não é falacioso rejeitá-los com base na falta
pretende provar. A conclusão é usada, de uma forma mais ou menos de caráter do interlocutor. Isto é um ataque ad hominem, mas não é
implícita, como premissa (argumento circular). falacioso. Para que um ataque ad hominem seja falacioso é preciso que
Esta falácia ocorre quando o que se pretende provar na conclusão já estejamos em condições de examinar os argumentos apresentados, mas
foi afirmado de facto na premissa, ainda que não o pareça. Este não o fazemos só por preguiça, ou porque desconfiamos que somos
argumento é válido: é uma contraposição da forma: incapazes de mostrar o que têm de errado.
P ® Q \ ~Q ® ~P
Porém não é um bom argumento, porque quem não aceita a conclusão Apelo à ignorância: consiste em tentar provar uma ideia partindo apenas
também não aceita premissa. Para que um argumento seja bom, é do facto de nunca se ter provado a sua negação.
preciso que todas as premissas sejam aceitáveis para quem rejeita a Isto é falacioso porque a realidade não depende do que se consegue
conclusão. saber ou provar, muitas coisas que não se conseguem provar são
realmente verdadeiras. Os seres humanos não são infalíveis nem
Falso dilema: consiste em reduzir todas as opções possíveis a apenas omniscientes. Porém, se alguém se limita a dizer que não acredite em algo
duas, ignorando-se as restantes alternativas. devido à falta de evidências de que exista, esta não comete nenhuma
Os dilemas são um certo tipo de disjunções. Nas falácias do falso dilema, falácia, assim como não devemos aceitar uma ideia, a menos que tenha
há outras alternativas que ficaram esquecidas. E isso torna a disjunção provas adequadas.
falsa.
Este argumento é válido: é um silogismo disjuntivo: nota: 1. Não há provas de que ~P 2. Há provas de que P
P Ú Q ; ~ P\Q A falácia consiste em pretender concluir 2 de 1, o que é inválido.
nota: não é sólido (porque a disjunção é falsa).
Boneco de palha (espantalho): consiste em deturpar/simplificar a tese
Ad hominem (contra a pessoa): consiste em fugir ao assunto discutido, do opositor, formulando-a de modo a parecer imediatamente estúpida,
atacando a pessoa que defende a tese, com o objetivo de a para ser mais fácil a sua refutação/contestação.
descredibilizar, em vez de atacar os argumentos que sustentam essa tese. Pretende-se dar a ilusão de que se está a responder ao argumento,
quando na verdade se está a evitar discuti-lo.
nota: isto é falacioso quando há outros argumentos muitíssimo melhores Derrapagem (bola de neve): consiste em refutar ou construir uma tese,
do pensamento. Quem se opõe a uma ideia deve responder aos partindo de, pelo menos, uma premissa falsa ou duvidosa e retirando
melhores argumentos a favor dessa ideia, e não aos piores (que muitas dessa premissa uma série de consequências progressivamente
vezes nem são realmente usados). inaceitáveis.
A metáfora da derrapagem é frequentemente usada, explicita ou
Falsa relação causal: consiste em tomar como causa de algo aquilo que implicitamente, como modo de persuadir as pessoas de que a
é apenas antecedente ou uma circunstância acidental. aceitação de uma prática relativamente inócua levará inevitavelmente
Os argumentos causais são induções especificamente sobre causas; a à legitimação de práticas muitíssimo indesejáveis.
conclusão é que há uma relação causal entre dois acontecimentos. Há 1. Há provas científicas da previsão causal?
uma relação causal entre dois acontecimentos quando um provoca o Previsão causal: quando se prevê que uma certa coisa terá certo efeito.
outro: um deles é a causa, o outro é o efeito. Não é o género de coisa que se consiga saber se é verdadeira ou não
As relações causais são superficialmente parecidas com correlações,
sem estudos científicos. A experiência quotidiana não é suficiente para
mas não são apenas correlações. Há uma correlação entre duas coisas fazer boas previsões.
quando uma costuma ocorrer com a mesma frequência da outra. Mas 2. Foram tidas em consideração as maneiras praticáveis de impedir ou
isto, só por si, não significa que exista uma relação causal entre as duas. diminuir significativamente os riscos?
Quando se confunde correlação com causa, cai-se na falácia da falsa Se a resposta for negativa, o interlocutor está a ignorar o óbvio, para
relação causal. tentar persuadir as pessoas por meio do medo dos riscos (isto é
1. Sabe-se que a correlação encontrada não é um acaso estatístico? enganador, porque tudo acarreta riscos). O simples facto de haver uma
A mera observação casual é irrelevante. Ver um acontecimento depois
previsão desagradável, ainda que cientificamente fundamentada, não
de outro (sucessão de eventos) não apoia a conclusão de que o permite concluir imediatamente que a única coisa a fazer é proibir uma
primeiro causou o segundo - mesmo que se veja isso repetidamente. dada prática.
Sempre que há uma correlação entre dois acontecimentos: 3. Os riscos foram comparados de maneira imparcial com as vantagens?
- Talvez um cause o outro;
- Talvez sejam ambos efeitos de uma terceira causa; Ad populum (apelo à maioria): consiste em sustentar que uma tese é
- Talvez não exista qualquer relação causal entre ambos, situação em verdadeira porque uma determinada maioria defende que é verdadeira.
que se trata de um mero acaso estatístico. A autoridade invocada é o povo em geral, que não possui provas
2. Tenho uma boa explicação do processo causal? adequadas de tal coisa; mas parecia a muitas pessoas que é um bom
3. Consigo reproduzir o suposto efeito causal em condições argumento. Neste caso, trata-se de um preconceito: uma ideia sem
cuidadosamente controladas? provas, a que as pessoas se agarram teimosamente.

~
validade dedutiva e nao dedutiva
A validade dedutiva diz respeito à forma do argumento e a validade Os argumentos não-dedutivos válidos, apesar de terem a forma incorreta
não-dedutiva diz respeito ao conteúdo do argumento. (conclusão contingente), são argumentos que, pelo seu conteúdo,
Um argumento formalmente válido tem a conclusão necessária podem ser mais ou menos convincentes (fortes ou fracos). Assim,
(conclusão retirada diretamente das premissas) e um argumento argumentos não-dedutivos, apesar de serem formalmente
formalmente inválido tem a conclusão contingente. incorretos/inválidos, podem ser considerados fortes (há uma grande
Só os argumentos dedutivos podem ser considerados formalmente probabilidade da verdade das premissas sustentar a verdade da
válidos. Um argumento dedutivo também pode ser considerado inválido conclusão) ou fracos (há uma grande probabilidade da verdade das
se estiver mal construído, ou seja, se a conclusão não for necessária. premissas não sustentar a verdade da conclusão).
Todos os argumentos não-dedutivos são considerados formalmente
inválidos.

~
argumentos nao dedutivos

Indução Informação de fundo: o conhecimento geral que se tem sobre vários


Nos argumentos por indução, trata-se de fazer um certo número de aspetos da realidade que sejam relevantes para o argumento indutivo
observações, e depois conclui-se algo sobre o que não foi observado, pretendido.
partindo apenas do que foi observado.
Estes argumentos podem ser considerados fortes quando a amostra
Falácias indutivas
recolhida é representativa / significativa e quando não se conhecem Os argumentos indutivos são falaciosos quando parecem bons, apesar
de não o serem.
contraexemplos.
Há dois tipos de argumentos por indução: as previsões e as Falácia da generalização precipitada: concluir algo geral com base em
generalizações. A previsão ocorre quando se projeta o futuro (e até observações insuficientes. E precipitada toda a generalização que não
passado, como arqueólogos). Em contraste, nas generalizações, conclui- resulta da observação científica, mas da mera observação casual.
se que algo ocorre num número maior de casos do que aqueles que Falácia da amostra não representativa: concluir algo geral com base em
foram observados, retira-se uma conclusão geral. observações de casos excecionais.
1. Os casos observados são representativos do todo? nota: por vezes observamos muitos casos, e a indução é ainda falaciosa.
A observação por simples enumeração não serve para fazer boas Isso acontece quando os casos observados, ainda que numerosos, não
induções. Esta é a observação causal, que se faz todos os dias de são representativos, cai-se na falácia da amostra não representativa.
maneira não sistemática nem científica, é uma observação não
representativa (tendenciosa). Na observação científica tentamos Autoridade
observar e registar cuidadosamente o máximo número de casos que for Argumentos em que se procura sustentar a veracidade de uma
praticável e procuramos contraexemplos à generalização. Mesmo assim, tese/conclusão a partir da opinião de um especialista.
esta não garante que os dados observados sejam representativos do Estes argumentos são considerados fortes quando a autoridade
todo, mas é isso que se procura. invocada é um especialista na matéria; quando não existem autoridades
2. Procure ativamente contraexemplos? (também especialistas na matéria) com opiniões contrárias; quando a
3. Procurei ativamente informação de fundo que cancele o apoio autoridade é imparcial. Este tipo de argumentação deve ser evitado
indutivo que as premissas dão à conclusão? quando se discutem questões de natureza subjetiva.
Apoio indutivo: quando as premissas de um argumento indutivo provam Estrutura: uma pessoa ou grupo de pessoas afirma que P; logo, P.
a conclusão diz-se que a apoiam indutivamente. A ideia é que essa pessoa tem autoridade epistémica e por isso é de
Amostra representativa: quando os casos observados não pertencem a confiança. Uma pessoa é uma autoridade epistémica quanto a uma
um grupo específico e têm as características relevantes do universo que dada afirmação quando tem boas provas da afirmação em particular.
se tem em mente. 1. A autoridade tem boas provas do que afirma?
2. Compreendo essas provas? Uma analogia entre duas ou mais coisas é uma semelhança entre elas.
3. Há outras autoridades com boas provas do contrário? 1. As analogias são relevantes com respeito à conclusão?
Quando um argumento de autoridade parece bom, mas não é, trata-se 2. As diferenças são irrelevantes com respeito à conclusão?
de um apelo falacioso o à autoridade. Um caso particular é a falácia 3. Há várias analogias relevantes com respeito à conclusão?
ad populum (apelo ao povo). Precisamente porque tudo é semelhante a tudo em algum aspeto, é
preciso encontrar várias analogias relevantes entre as duas coisas.
Analogia
nota: o papel principal dos argumentos por analogia: permitem formular
Argumentos em que a partir de certas semelhanças entre mundos ou
hipóteses que depois são cuidadosamente testadas. Por vezes, as
realidades distintas, se extrai outras semelhanças. Estes argumentos são
analogias revelam-se ilusórias; outras, revelam-se instrutivas.
considerados fortes quando as semelhanças existentes são relevantes
para as semelhanças que se pretende extrair.

~
acao humana

~
Conscientes Racionais Intencionais (objetivo) Voluntárias (opção de escolha)
nota: todas as ações voluntárias são conscientes; Responsabilidade: capacidade de responsabilização do agente e de
nem todas as ações conscientes são voluntárias; arcar com as consequências da ação.
todas as ações inconscientes são involuntárias; Nas ações voluntárias o sujeito é responsável pelas mesmas. Nas ações
nem todas as ações involuntárias são inconscientes. involuntárias e acontecimentos o sujeito pode ser responsabilizado (“era
possível evitar?”).
Conceitos essenciais Ação e Acontecimento
O que fazemos do que nos acontece (atividade e passividade) Os termos ação e agir designam apenas os comportamentos:
O que acontece (acontecimento): atos humanos- observáveis, não se intencionais, conscientes, voluntários e/ ou involuntários.
sabe a intenção; não se conhecem os motivos (ex: tropeçar e cair) Está excluído do conceito de ação: o que os animais fazem, os
eventos puros- não partem do sujeito; o sujeito é recetor; o sujeito é movimentos que fazemos inconsciente e involuntariamente, as reações
agido. (ex: falhar a tinta da caneta) automáticas (fisiológicas ou psicológicas).
O que fazemos (ação): parte do sujeito (o sujeito é agente). Condicionantes da ação humana
Ação consciente e inconsciente Biológicas: dizem respeito ao funcionamento do organismo (ex. doenças)
Ex: consciente – andar a pé / inconsciente – dormir, sonhar.
Físicas: dizem respeito às leis da natureza (ex. gravidade)
Ação voluntária do que fazemos involuntária Socioculturais: dizem respeito à sociedade e cultura (ex. regime político)
Ex: voluntariamente – beber água / involuntariamente – transpirar Psicológicos: corresponde aos sentimentos e traços de personalidade
Deliberação e decisão do agente (ex. vergonha)
É um processo de reflexão das hipóteses de ação e os motivos que nos notas: cada condicionante pode representar simultaneamente um limite
levam a atuar desta ou daquela maneira ou mesmo a não atuar. Analisa e uma possibilidade de ação.
também as consequências das diferentes ações a tomar. A seguir a esta as condicionantes encontram-se, em grande medida, interligados.
deliberação é determinada a ação a realizar, tendo em conta o que
nos é mais conveniente.
problema do livre arbitrio
As decisões humanas parecem livres, quando pensamos nelas a partir do Tese compatibilista: determinismo moderado (concilia a liberdade com o
nosso próprio ponto de vista. Porém, não parecem livres quando determinismo).
pensamos nelas de um ponto de vista externo, como meros
acontecimentos. Quando pensamos nelas assim, parecem meros efeitos - Há alguma boa prova de que temos livre-arbítrio?
Não. Apenas parece razoável porque, quando se toma decisões, não
de causas anteriores- todos os acontecimentos são causados.
Livre-arbítrio: capacidade de agir ou não consoante a nossa vontade se sente qualquer força que nos obrigue a decidir uma coisa em vez de
Determinismo: todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores. outra. Só que isto não é uma razão suficientemente forte para pensar
que o livre-arbítrio é real. Talvez o livre-arbítrio seja uma ilusão, como se
livre arbítrio <--conflito--> todos os acontecimentos são causados defende no determinismo radical.
Chega-se assim a um conflito entre duas ideias: - Há alguma boa prova de que todos os acontecimentos são efeitos de
- Temos livre-arbítrio, porque decidimos livremente várias coisas: comer um causas anteriores?
bolo ou ir andar de bicicleta. Não. Apenas parece razoável, porque a ciência tem sido muito bem-
sucedida a descobrir as causas dos mais diversos fenómenos. Porém, isso
- Não temos livre-arbítrio, porque as nossas decisões são meros efeitos
de causas anteriores. não quer dizer grande coisa porque, afinal de contas, a ciência nunca
descobriu as causas da decisão de uma pessoa qualquer ir andar de
O problema do livre-arbítrio consiste em perceber se existe ou não bicicleta, em vez de ficar em casa a ler. De modo que talvez nem todos
alguma compatibilidade entre determinismo e liberdade, isto é, se, os acontecimentos sejam efeitos de causas anteriores - nomeadamente,
perante a existência de tantas condicionantes, ainda sobra espaço as decisões. Isto é o que se defende no libertismo.
para a liberdade. - Há alguma boa prova de que se todos os acontecimentos forem efeitos
de causas anteriores, então não há livre-arbítrio?
As três teses seguintes são aparentemente razoáveis:
Não. Apenas parece razoável, à primeira vista, que não temos realmente
1. Não há livre-arbítrio. livre-arbítrio se todas as decisões forem meros efeitos de causas
2. Todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores anteriores. O próprio ato de decidir parece excluir a hipótese de a
3. Se todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores, não há decisão ser um mero efeito de causas anteriores. Se as decisões são
livre-arbítrio. involuntárias como a digestão, não se compreende por que razão
A dificuldade é que estas três teses são incompatíveis entre si. Para precisamos sequer de decidir. Mas talvez isto seja uma ilusão, como se
aceitar duas delas, é preciso rejeitar a outra. E é isso mesmo que dá defende no determinismo moderado.
origem ás três hipóteses sobre o livre-arbítrio:
1. No determinismo radical rejeita-se a tese 1 e aceitam-se as outras, Determinismo radical
2. No libertismo rejeita-se a tese 2 e aceitam-se as outras. Princípio do determinismo- tudo o que acontece tem uma causa.
3. No determinismo moderado rejeita-se a tese 3 e aceitam-se as outras.
A vontade humana, como qualquer fenómeno, é também causada, não
Teses incompatibilistas: determinismo radical (nega a liberdade e afirma sendo livre (visto que é determinada por causas que não controlamos).
o determinismo) e libertismo (nega o determinismo- mental- e afirma a Os deterministas radicais defendem que as ações são determinadas,
liberdade- mental). digamos, pela hereditariedade e pelo ambiente não podendo ser
livremente escolhidas, pelo que as pessoas não podem ser responsáveis critério para determinar se uma ação é ou não livre é ambíguo e
pelas ações que praticam, visto que não as escolheram livremente. subjetivo.
Cada experiência que temos parece apoiar a tese geral de que tudo 4. Um dos principais argumentos contra o determinismo radical e a favor
o que acontece neste universo é causado ou determinado pelo que do determinismo moderado remete para o facto de, se não formos livres,
aconteceu no passado. não podemos ser responsabilizados pelas nossas ações. No entanto, a
Assim, perante a questão: "São as nossas escolhas livres?", os deterministas consequência que daí advém, isto é, a ausência da responsabilização
dizem que não. As condicionantes da ação humana, por exemplo, - considerada negativa para a sociedade - não invalida que a tese do
suportam o ponto de vista dos deterministas e opõe-se à ideia de determinismo radical esteja correta.
vontades livres (não-causadas).
Também a ciência contribuiu para a sustentação do determinismo,
nomeadamente quando pressupõem as leis da natureza que
descobriram se aplicam a tudo no universo, incluindo as minúsculas
partículas que constituem o cérebro e o sistema nervoso humanos. A
noção de uma vontade live (não-causada) parece absurda quando
tomamos consciência de princípios científicos muito bem estabelecidos.
nota: as pessoas pensam que são lives só porque têm consciência do
que fazem, mas não têm consciência das causas que as fizeram fazer o
que fazem.
Argumentos contra o determinismo radical:
1. Por um lado, o desejo bastante forte de que as pessoas sejam
responsáveis pelas suas ações e escolhas e uma enorme necessidade
de admirar e premiar aqueles que se sacrificam pelo seu dever e de punir
aqueles que têm práticas incorretas ou moralmente erradas aos olhos da
sociedade é talvez a principal refutação ao determinismo radical.
2. Por outro lado, diariamente, a nossa experiência pessoal parece
indicar que, embora a liberdade não seja total, existe um espaço para
escolher e, como tal, liberdade para o fazer.

Libertismo
Os libertistas negam que o determinismo seja verdadeiro.
O libertismo é o ponto de vista segundo o qual as escolhas morais são
em geral livres; isto é, não-causadas (ou autocausadas) e que, portanto,
temos razões para considerar que as pessoas são moralmente
responsáveis pelas suas ações.
Como é óbvio, os libertistas sabem que não podemos fazer exatamente
qualquer coisa. Mas, afirmam que, no que diz respeito à mente, existe
liberdade, pelo que as leis da natureza só se aplicam ao corpo.
Argumentos contra o libertismo:
1. Não há nenhuma razão plausível que nos permita admitir que corpo e
mente são substâncias distintas e, portanto, sujeitas, a leis diferentes.
2. Assim, corpo e mente são substâncias interligadas, que se afetam e
condicionam mutuamente. Já muitos estudos demonstraram que a mente
e o seu funcionamento são afetados por condicionantes de ordem
biológica ou sociocultural, por exemplo.
3. Por outro lado, apesar de podermos decidir resistir ou satisfazer os
nossos desejos, não controlamos o seu aparecimento.

Determinismo moderado
Os deterministas moderados consideram que liberdade e determinismo
são verdadeiros.
Em termos gerais, defendem que as pessoas agem livremente quando
fazem o que querem e escolhem fazer e não agem livremente quando o
que fazem é forçado ou compelido. Por outras palavras, de acordo com
os deterministas moderados, uma vontade livre é uma vontade que,
apesar de condicionada, tem espaço (limitado) para escolher.
O determinismo moderado é consistente com a tese determinista muito
bem estabelecida segundo a qual tudo tem uma causa. Ao contrário do
determinismo radical, é consistente com a ideia de que temos justificação
para considerar as pessoas moralmente responsáveis pela maior parte
das suas ações.
A nossa experiência pessoal parece mostrar que, no dia-a-dia, existem
de ações pelas quais podemos ser responsabilizados e ações pelas
quais não o somos.
Argumentos contra o determinismo moderado:
1. Os argumentos contra o determinismo moderado são essencialmente
os argumentos a favor do determinismo radical.
2. Assim, por um lado, a nossa experiência pessoal pode ser enganadora:
a sensação de liberdade não me dá a certeza definitiva de liberdade.
3. Por outro lado, não fica bem definido quando é que a causa apenas
condiciona ou quando a causa determina totalmente uma ação. O

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