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1810108 E-book gerado especialmente para JEFFERSON MORAES FIDALGO

CÂMARA DOS
DEPUTADOS
Analista Legislativo - Técnica
Legislativa

Raciocínio Lógico

1810108 E-book gerado especialmente para JEFFERSON MORAES FIDALGO


Obra

CÂMARA DOS DEPUTADOS


Analista Legislativo - Técnica Legislativa

Autores

RACIOCÍNIO LÓGICO • Kairton Batista (Prof. Kaká) e Rafael Cardoso

ISBN: 978-65-5451-207-7

Edição: Agosto/2023

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


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1810108 E-book gerado especialmente para JEFFERSON MORAES FIDALGO


SUMÁRIO

RACIOCÍNIO LÓGICO............................................................................................................5
LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL)-ESTRUTURAS LÓGICAS......................................... 5

PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS..........................................................................................................5

TABELAS VERDADE.............................................................................................................................................9

EQUIVALÊNCIAS................................................................................................................................................15

DIAGRAMAS LÓGICOS....................................................................................................................... 21

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INDUÇÕES, DEDUÇÕES, ABDUÇÕES E


CONCLUSÕES...................................................................................................................................... 24

LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM........................................................................................................... 25

ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS


OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS
E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS
RELAÇÕES........................................................................................................................................... 32

COMPREENSÃO E ANÁLISE DA LÓGICA DE UMA SITUAÇÃO, UTILIZANDO AS FUNÇÕES


INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO ESPACIAL
E TEMPORAL, FORMAÇÃO DE CONCEITOS, DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS......................... 34

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RACIOCÍNIO LÓGICO

LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL)-ESTRUTURAS LÓGICAS

PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS

Proposições Lógicas Simples

Vamos começar nosso estudo falando sobre o que é uma proposição lógica. Observe a frase
a seguir:
Ex.: Paula vai à praia.
Para saber se temos ou não uma proposição, precisamos de três requisitos fundamentais:

z Ser uma oração: ou seja, são frases com verbos;


z Oração declarativa: a frase precisa estar apresentando uma situação, um fato;
z Pode ser classificada como verdadeira ou falsa: ou seja, podemos atribuir o valor lógico
verdadeiro ou o valor lógico falso para a declaração.

Tendo isso em vista, podemos afirmar claramente que a frase “Paula vai à praia” é uma
proposição lógica, pois temos a presença de um verbo (ir), uma informação completa (temos
o sujeito claro na oração) e podemos afirmar se é verdadeira ou falsa.

Importante!
Proposição Lógica é uma oração declarativa que admite apenas um valor lógico: V ou F.

Ou então podemos também esquematizar o que é uma proposição lógica assim:


Chama-se proposição toda sentença declarativa que pode ser valorada ou só como verda-
deira ou só como falsa. A presença do verbo é obrigatória juntamente com o sentido com-
pleto (caráter informativo).

Verdadeira
RACIOCÍNIO LÓGICO

Sentença
ou Sentido
Declarativa
completo

Falsa

Obrigatório

Verbo

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Toda proposição pode ser representada simbolicamente pelas letras do alfabeto. Veja no
exemplo:

z p: Sabino é um pintor esperto;


z r: Kate é uma mulher alta.

Na situação temos duas proposições sendo representadas pelas letras p e r.


Agora que já sabemos o que são proposições lógicas, fica tranquilo distinguir o que não
são proposições. Isto é fundamental, pois várias questões de prova perguntam exatamente
isso — são apresentadas algumas frases e você precisa identificar qual delas não é uma pro-
posição. Vejamos os casos em que mais aparecem:

� Perguntas: são as orações interrogativas.


Exemplo: Que horas vamos ao cinema?
Essa pergunta não pode ser classificada como verdadeira ou falsa;
� Exclamações: são frases exclamativas.
Exemplo: Que lindo cabelo!
Essa exclamação não pode ser valorada, pois apresentam percepções subjetivas;
� Ordens: são orações com verbo no imperativo.
Exemplo: Pegue o livro e vá estudar.

Uma ordem não pode ser classificada como verdadeira ou falsa. Muito cuidado com esse
tipo de oração, pois pode ser facilmente confundida com uma proposição lógica.
Não são proposições: perguntas, exclamações e ordens.
Temos um outro caso menos cobrado em provas, mas que também não é proposição lógi-
ca: o paradoxo. Para ficar mais claro, veja o exemplo a seguir:
Ex.: Esta frase é uma mentira.
Quando atribuímos um valor de verdade para a frase, então, na verdade, ele mentiu, uma
vez que a própria frase já diz isso, e se atribuirmos o valor falso, então a frase é verdade, pois
ela diz ser uma mentira e já sabemos que isso é falso.
Perceba que sempre que valoramos a frase ela nos resulta um valor contrário, ou seja,
estamos diante de uma frase que é contraditória em si mesma. Isso é a definição de um
paradoxo.

z Sentença Aberta

Dizemos que uma sentença é aberta quando não conseguimos ter a informação completa
que a oração nos mostra. Veja o exemplo a seguir:
Ex.: Ele é o melhor cantor de rock.
Perceba que há presença do verbo e que conseguimos parcialmente entender o que a frase
quer dizer. Todavia, logo surge a pergunta: ele quem? Aqui nossa informação não consegue
ser completa e por isso temos mais um caso que não é proposição lógica. Observe outros
exemplos:

X + 5 = 10

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Aquele carro é amarelo.

5+5
X – Y = 20

Todos os exemplos acima são sentenças abertas, então podemos resumir da seguinte
forma:
As variáveis: ele, aquele ou variáveis matemáticas (X ou Y) tornam a sentença aberta.
Sempre será uma proposição lógica na escrita matemática e podemos notar que há verbos
nos casos a seguir:

z = (é igual);
z ≠ (é diferente);
z > (é maior);
z < (é menor);
z ≥ (é maior ou igual);
z ≤ (é menor ou igual).

Esquematizando o que não são proposições lógicas:

Sentenças Interrogativas(?)

Sentenças sem Verbo


NÃO SÃO
PROPOSIÇÕES
Sentenças com Verbo no Imperativo

Sentenças Abertas

Paradoxo

z Princípios Da Lógica Proposicional

É fundamental que você conheça três princípios para deixarmos tudo alinhado com as
proposições lógicas. Veja:

z Princípio do terceiro excluído: uma proposição deve ser verdadeira ou falsa, não haven-
do outra possibilidade. Não é possível que uma proposição seja “quase verdadeira” ou
“quase falsa”;
z Princípio da não contradição: dizemos que uma mesma proposição não pode ser, ao
mesmo tempo, verdadeira e falsa;
RACIOCÍNIO LÓGICO

z Princípio da Identidade: cada ser é único, ou seja, uma proposição não assume o signifi-
cado de outra proposição lógica.

Proposições Compostas

Temos proposições compostas quando há duas ou mais proposições simples ligadas por
meio dos conectivos lógicos. Veja os exemplos:

z Sabino corre e Marcos compra leite; 7

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z O gato é azul ou o pato é preto;
z Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar.

Cada conectivo tem sua representação simbólica e sua nomenclatura. Veja a relação de
conectivos:

CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA


e Conjunção ^
ou Disjunção v
ou...ou Disjunção Exclusiva v
se...então Condicional →
se e somente se Bicondicional ⟷

Exemplos:

z Na linguagem natural:

„ O macaco bebe leite e o gato come banana;


„ Maria é bailarina ou Juliano é atleta;
„ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta;
„ Se estudar, então vai passar;
„ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber dinheiro.

z Na linguagem simbólica:

„ p ^ q;
„ p v q;
„ p v q;
„ p → q;
„ p ⟷ q.

Agora que conhecemos os conectivos lógicos, vamos ver algumas camuflagens dos opera-
dores lógicos que podem aparecer na prova. Veja:

� Conectivos “e” usando “mas”:


Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor;
� Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não ambos”:
Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador, mas não ambos;
� Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso, Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda
vez que”:
Exemplos: Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia;
Caso você estude, irá passar no concurso;
Basta Ana comer massas, e engordará;
Quem joga bola é rápido;
Todos os médicos sabem operar;
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Qualquer criança anda de bicicleta;
Toda vez que chove, não vou à praia.

É importante saber que na condicional a primeira proposição é o termo antecedente e a


segunda é o termo consequente.

P→Q
P = antecedente

Q = consequente

TABELAS VERDADE

Trata-se de uma tabela na qual conseguimos apresentar todos os valores lógicos possíveis
de uma proposição.

Números de Linhas de Tabela Verdade

Neste momento, vamos aprender a construir tabelas verdade para proposições compostas.

z 1º passo: contar a quantidade de proposições envolvidas no enunciado.

Exemplo: P v Q (temos duas proposições).

z 2º passo: calcular a quantidade de linhas da tabela usando a fórmula 2n = 2proposições (onde n


é o número de proposições).

Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas.

P Q PVQ

z 3º passo: dispor os valores “V” e “F” na primeira coluna fazendo o agrupamento pela
RACIOCÍNIO LÓGICO

metade do número de linhas da tabela.

Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F).

P Q PVQ
V
V
F
F
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z 4º passo: preencher as demais colunas com agrupamento de valores lógicos (V ou F) sem-
pre pela metade do agrupamento anterior.

Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima será de 1 em 1).

P Q PVQ
V V
V F
F V
F F

Pronto! A nossa tabela já está montada, agora precisamos aprender qual o resultado que tere-
mos quando combinamos os valores lógicos usando os conectivos lógicos.
Número de linhas da tabela verdade:
2n = 2proposições (onde n é o número de proposições).
Vamos caminhar mais um pouco e aprender todas as combinações lógicas possíveis para
cada conectivo lógico.

Negação (~P)

Uma proposição, quando negada, recebe valores lógicos opostos ao da proposição original.
O símbolo que iremos utilizar é ¬ p ou ~p.

P ~P
V F
F V

Dupla Negação ~(~P)

A dupla negação nada mais é do que a própria proposição. Isto é, ~(~P) = P

P ~P ~(~P)
V F V
F V F

Conectivo Conjunção “e” (^)

Só teremos uma resposta verdadeira quando todos os valores lógicos envolvidos forem
verdadeiros.

P Q P^Q
V V V
V F F
F V F
F F F
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Conectivo Disjunção “Ou” (v)

Teremos resposta verdadeira quando pelo menos um dos valores lógicos envolvidos for
verdadeiro.

P Q PVQ
V V V
V F V
F V V
F F F

Conectivo Disjunção Exclusiva “Ou...ou” ( v )

Teremos resposta verdadeira quando os valores lógicos envolvidos forem diferentes.

P Q PVQ
V V F
V F V
F V V
F F F

Conectivo Bicondicional “Se e Somente Se” ()

Teremos resposta verdadeira quando os valores lógicos envolvidos forem iguais.

P Q PQ
V V V
V F F
F V F
F F V

Conectivo Condicional “Se..., Então” (→)

Especialmente neste caso, vamos aprender quando teremos o resultado falso, pois o conec-
tivo condicional só tem uma possibilidade de tal ocorrência Somente teremos resposta falsa
quando o valor lógico do antecedente for verdadeiro e o consequente falso.
RACIOCÍNIO LÓGICO

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P Q P→ Q
V V V
V F F
F V V
F F V

Condicional falsa: Vai Ficar Falsa

VF=F

CONECTIVOS LÓGICOS

A Negação com o Conectivo “Não”

Representação simbólica: (~p) ou (¬p).


Sabemos que o valor lógico de p e ~p é oposto, isto é, se p é uma proposição verdadeira, ~p será falsa, e vice-
-versa. Exemplo:

p: Matemática é difícil.
(~p) ou (¬p): Matemática não é difícil.

Outras maneiras que podemos usar para negar uma proposição e que vêm aparecendo muito nas provas de
concursos são:

z Não é verdade que matemática é difícil;


z É falso que matemática é difícil.

Conjunção (Conectivo E)

Representação simbólica: ^. Exemplos:

z Na linguagem natural:

„ O macaco bebe leite e o gato come banana.

z Na linguagem simbólica:

„ p ^ q.

Disjunção Inclusiva (Conectivo Ou)

Representação simbólica: v. Exemplos:

z Na linguagem natural:

„ Maria é bailarina ou Juliano é atleta.

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z Na linguagem simbólica:

„ p v q.

Disjunção Exclusiva (Conectivo Ou...ou)

Representação simbólica: ⊻. Exemplos:

z Na linguagem natural:

„ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta.

z Na linguagem simbólica:

„ p ⊻ q.

Condicional (Conectivo Se e Então)

Representação simbólica: →. Exemplos:

z Na linguagem natural:

„ Se estudar, então vai passar.

z Na linguagem simbólica:

„ p → q.

Bicondicional (Conectivo “Se e Somente Se”)

Representação simbólica: ⟷. Exemplo:

z Na linguagem natural:

„ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber dinheiro.


RACIOCÍNIO LÓGICO

z Na linguagem simbólica:

„ p ⟷ q.

Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com exercícios comentados de diversas
bancas. Vamos lá!

1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) As proposições P, Q e R a seguir referem-se a um ilícito penal envol-


vendo João, Carlos, Paulo e Maria: 13

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P: “João e Carlos não são culpados”. Q: “Paulo não é mentiroso”. R: “Maria é inocente”.
Considerando que ~X representa a negação da proposição X, julgue o item a seguir.
A proposição “Se Paulo é mentiroso então Maria é culpada.” pode ser representada simbolica-
mente por (~Q)↔(~R).

( ) CERTO ( ) ERRADO

Veja que temos uma proposição condicional (se então) e a representação simbólica apresen-
tada é de uma bicondicional. Representação da condicional (). Resposta: Errado.

2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o seguinte item, relativo à lógica proposicional e à lógica de


argumentação.
A proposição “A construção de portos deveria ser uma prioridade de governo, dado que o trans-
porte de cargas por vias marítimas é uma forma bastante econômica de escoamento de merca-
dorias.” pode ser representada simbolicamente por P∧Q, em que P e Q são proposições simples
adequadamente escolhidas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A representação simbólica apresentada para julgarmos é de uma conjunção e na questão foi


apresentada uma proposição composta pela condicional na forma “camuflada” dentro de
uma relação de causa e consequência “Dado que...”. Resposta: Errado.

3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Considere as seguintes proposições: P: O paciente receberá alta; Q:


O paciente receberá medicação; R: O paciente receberá visitas.
Tendo como referência essas proposições, julgue o item a seguir, considerando que a notação
~S significa a negação da proposição S.
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: Se o paciente receber alta, então ele não rece-
berá medicação ou não receberá visitas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

P: O paciente receberá alta;


~P: O paciente não receberá alta;
Q: O paciente receberá medicação;
R: O paciente receberá visitas.
A proposição ~P→[QvR] pode assim ser traduzida:
Se o paciente não receber alta, então ele receberá medicação ou receberá visitas. Resposta:
Errado.

4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Julgue o item a seguir, a respeito de lógica proposicional.


A proposição “A vigilância dos cidadãos exercida pelo Estado é consequência da radicalização da
sociedade civil em suas posições políticas.” pode ser corretamente representada pela expressão lógi-
ca P→Q, em que P e Q são proposições simples escolhidas adequadamente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A vigilância dos cidadãos exercida pelo Estado é (verbo de ligação) consequência da radi-
calização da sociedade civil em suas posições políticas. Temos apenas um verbo e por
14 esse motivo é uma proposição simples. Cuidado com o uso da palavra “consequência” em

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proposições como esta. Em determinadas situações, de fato, teremos uma proposição condi-
cional, vejamos:
Passar (verbo no infinitivo) é consequência de estudar (verbo no infinitivo)
Nesse caso, temos uma proposição composta pela condicional. Resposta: Errado.

5. (CEBRASPE-CESPE — 2016) Considerando os símbolos normalmente usados para representar


os conectivos lógicos, julgue o item seguinte, relativos a lógica proposicional e à lógica de argu-
mentação. Nesse sentido, considere, ainda, que as proposições lógicas simples sejam represen-
tadas por letras maiúsculas.
A sentença A fiscalização federal é imprescindível para manter a qualidade tanto dos alimentos
quanto dos medicamentos que a população consome pode ser representada simbolicamente
por P∧Q.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Para ser proposição composta, haveria mais de um verbo na frase, por isso, a frase em questão é
considerada uma proposição simples. Procure o verbo na oração.
A fiscalização federal é imprescindível para manter a qualidade tanto dos alimentos quanto
dos medicamentos que a população consome. Resposta: Certo.

EQUIVALÊNCIAS

Equivalência Lógica Notável

Afirma-se que uma proposição P é logicamente equivalente ou equivalente a uma propo-


sição Q se as tabelas verdade dessas duas proposições são iguais. E o que isso significa? Ora,
duas proposições são equivalentes quando elas dizem exatamente a mesma coisa; quando
elas têm o mesmo significado; quando uma pode ser substituída pela outra. Para indicar que
são equivalentes, usaremos a seguinte notação:

P⟺Q

z Distribuição (Equivalência pela Distributiva)

„ p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)

P (P ∧ Q)
P Q R Q∨R ∧ P∧Q P∧R ∨
(Q ∨ R) (P ∧ R)
V V V V V V V V
RACIOCÍNIO LÓGICO

V V F V V V F V
V F V V V F V V
V F F F F F F F
F V V V F F F F
F V F V F F F F
F F V V F F F F
F F F F F F F F

„ p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) 15

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P (P ∨ Q)
P Q R Q∧R ∨ P∨Q P∨R ∧
(Q ∧ R) (P ∨ R)
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V F V V V V
V F F F V V V V
F V V V V V V V
F V F F F V F F
F F V F F F V F
F F F F F F F F

z Associação (Equivalência pela Associativa)

„ p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)

P (P ∧ Q)
P Q R Q∧R ∧ P∧Q P∧R ∧
(Q ∧ R) (P ∧ R)
V V V V V V V V
V V F F F V F F
V F V F F F V F
V F F F F F F F
F V V V F F F F
F V F F F F F F
F F V F F F F F
F F F F F F F F

„ p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)

P (P ∨ Q)
P Q R Q∨R ∨ P∨Q P∨R ∨
(Q ∨ R) (P ∨ R)
V V V V V V V V
V V F V V V V V
V F V V V V V V
V F F F V V V V
F V V V V V V V
F V F V V V F V
F F V V V F V V
F F F F F F F F

z Idempotência

„ p ⇔ (p ∧ p)
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P P P∧P
V V V
F F F

„ p ⇔ (p ∨ p)

P P P∨P
V V V
F F F

z Pela Exportação-Importação

„ [(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]

(P ∧ Q) P→
P Q R P∧Q Q→R
→R (Q → R)
V V V V V V V
V V F V F F F
V F V F V V V
V F F F V V V
F V V F V V V
F V F F V F V
F F V F V V V
F F F F V V V

z Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)

Podemos dizer que as três proposições condicionais que contêm p e q são associadas a p →
q. Veja a seguir:

„ Proposições recíprocas: p → q: q → p;
„ Proposição contrária: p → q: ~p → ~q;

~P → ~Q →
P Q ~P ~Q P→Q Q→P
~Q ~P
V V F F V V V V
RACIOCÍNIO LÓGICO

V V F V F V V F
V F V F V F F V
V F V V V V V V

„ Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p.

Vale ressaltar que, olhando para a tabela, a condicional p → q e a sua recíproca q → p ou a


sua contrária ~p → ~q não são equivalentes.
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z Implicação Material

Na lógica proposicional, temos uma regra de substituição que diz que é válido que uma
sentença condicional seja substituída por uma disjunção em que o antecedente é negado;
essa é a implicação material.
A regra determina que P implica Q é logicamente equivalente a não ~P ou Q e pode substi-
tuir o outro em provas lógicas: P → Q ⟺ ~P v Q, onde “⟺” é um símbolo que representa “pode
ser substituído em uma prova com.”
Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é exibida em uma linha de uma prova, ela
pode ser substituída por «~P v Q”.
Exemplo: Se ele é um tigre P, então ele pode correr Q.
Assim, ele não é um tigre ~P ou ele pode correr Q.
Se for descoberto que o tigre não podia correr, escrito simbolicamente como P v ~Q, ambas as
sentenças são falsas, mas caso contrário, elas são ambas verdadeiras.

z Transposição

A transposição é uma regra de substituição válida para “P → Q” em que é permitido trocar


o antecedente P pelo consequente Q de um enunciado condicional em uma prova lógica se
eles estão ambos negados. É a inferência verdadeira de “A implica B”, a verdade do “não B
implica não A”, e vice-versa. É a regra que:

P→Q⟺~Q→~P

Em que “⟺” é um símbolo que representa “pode ser substituído em uma prova com.”
Ou seja, sempre que uma instância de “P → Q” é exibida em uma linha de uma prova, ela
pode ser substituída por ~ Q → ~ P “.
Exemplo: Se ele é um tigre P, então ele pode correr Q.
Assim, se ele não pode correr ~Q, então ele não é um tigre ~P.

Equivalência Condicional

Agora vamos tratar de duas equivalências importantes desse conectivo que tem a maior
incidência nas provas de concursos. A primeira delas ensina como transformar uma pro-
posição composta pelo “se…então” em outra proposição composta pelo “se…então”. A outra
ensina como transformar uma proposição composta pelo “se…então” em uma composta pelo
conectivo “ou” (e vice-versa). Vamos lá!

z Contrapositiva

Para fazermos essa equivalência, devemos inverter as proposições e depois negar todas as
proposições.
Inverte e nega tudo mantendo o se então.
Exemplo: A → B ⇔ ~B → ~A
Se Marcos estuda, então ele passa. ⇔ Se Marcos não passa, então ele não estuda.
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Estas duas proposições são equivalentes. Percebeu o processo de construção da segunda a
partir da primeira? Você deve inverter a ordem das proposições e negar ambas.

„ “se...então” vira “ou”

Essa equivalência é feita negando a primeira proposição, trocando o conectivo “se...então”


pelo conectivo “ou”, repetindo a segunda proposição.
Nega ou repete.
Exemplo:

A → B ⇔ ~A v B.

Se o urso é ovíparo, então o macaco voa. ⇔ O urso não é ovíparo ou o macaco voa.
Observe a tabela a seguir e veja que os resultados são iguais, ou seja, equivalentes:

A B ~A ~B A→B ~B → ~A ~A V B
V V F F V V V
V F F V F F F
F V V F V V V
F F V V V V V

Equivalência Bicondicional

Geralmente aprendemos somente a equivalência básica desse conectivo (a comutação),


mas precisamos ficar atentos para os casos especiais. O conectivo “se e somente se” tem mais
duas equivalências lógicas quando interpretamos de maneira mais minuciosa o seu signifi-
cado e sua tabela verdade. A seguir veremos esses detalhes que estão aparecendo cada vez
mais nas provas. Vamos lá!

z Comutação

Exemplo: A ⟷ B ⇔ B ⟷ A
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover. ⇔ Hoje não choverá se e somente se
o céu ficar azul.

„ Com o conectivo “e” e “se...então”


RACIOCÍNIO LÓGICO

Para fazer essa equivalência, vamos interpretar o conectivo “se e somente se”. Na sua nomen-
clatura temos uma bicondicional; o que isso significa exatamente? Significa que temos duas con-
dicionais (se...então).
Pensando nisso, podemos dizer então que temos uma condicional indo e uma condicional
voltando; repare que a simbologia (⟷) é composta por duas setas. Agora vamos traduzir isso
tudo com um exemplo.
Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A → B) ^ (B → A)

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O céu ficará azul se e somente se hoje não chover. ⇔ Se o céu ficará azul, então hoje não
vai chover e se hoje não vai chover, então o céu ficará azul.

„ Com o conectivo “ou” e “tabela verdade”

Já para entendermos essa equivalência, precisamos lembrar dos casos na tabela verda-
de do conetivo “se e somente se” quando temos resultados verdadeiros, ou seja, quando
os valores lógicos são iguais. Sabendo disso, podemos dizer, então, que o conectivo “se e
somente se” terá resultado verdadeiro quando as proposições forem todas verdadeiras
ou quando forem todas falsas (vale lembrar que a negação de “V” será “F”). Logo, veja o
exemplo de como ficará essa equivalência:
Exemplo: A ⟷ B ⇔ (A ^ B) v (~A ^ ~B)
O céu ficará azul se e somente se hoje não chover. ⇔ O céu ficará azul e hoje não vai cho-
ver ou o céu não ficará azul e hoje vai chover.
Agora observe a tabela verdade envolvendo todas as equivalências da Bicondicional:

(A→B) (A ^ B)
A B ~A ~B A⟷B B⟷A ∧ V
(B→A) (~A ^ ~B)
V V F F V V V V
V F F V F F F F
F V V F F F F F
F F V V V V V V

TAUTOLOGIA

É uma proposição cujo valor lógico é sempre verdadeiro.


Exemplo 1: a proposição P ∨ (~P) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, con-
forme a tabela verdade.

P ~P P V ~P
V F V
F V V

Exemplo 2: a proposição (P Λ Q) → (PQ) é uma tautologia, pois a última coluna da tabe-


la verdade só possui V.

P Q (P^Q) (PQ) (P^Q)→(PQ)


V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F F V V

CONTRADIÇÃO

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É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.
Exemplo: a proposição P ^ (~P) é uma contradição, pois o seu valor lógico é sempre F, con-
forme a tabela verdade.

P ~P P ^ (~P)
V F F
F V F

CONTINGÊNCIA

Sempre que uma proposição composta recebe valores lógicos falsos e verdadeiros, inde-
pendentemente dos valores lógicos das proposições simples componentes, dizemos que a
proposição em questão é uma contingência. Ou seja, é quando a tabela verdade apresenta,
ao mesmo tempo, alguns valores verdadeiros e alguns falsos.
Exemplo: a proposição [P ^ (~Q)] v (P→~Q)] é uma contingência, conforme a tabela verdade.

P Q [P^(~Q)] (P→~Q) [P^(~Q)]V(P→~Q)


V V F F F
V F V V V
F V F V V
F F F V V

z Tautologia: uma proposição que é sempre verdadeira;


z Contradição: uma proposição que é sempre falsa;
z Contingência: uma proposição que pode assumir valores lógicos V e F, conforme o caso.

DIAGRAMAS LÓGICOS

Esse tema é diretamente ligado ao estudo dos quantificadores lógicos ou proposições cate-
góricas, que são elementos que especificam a extensão da validade de um predicado sobre
um conjunto de constantes individuais. Ou seja, são palavras ou expressões que indicam que
houve quantificação. São exemplos de quantificadores as expressões: existe, algum, todo,
pelo menos um, nenhum.
Esses quantificadores podem ser classificados em dois tipos:
RACIOCÍNIO LÓGICO

z quantificador universal;
z quantificador existencial (particulares).

Nos quantificadores universais temos todo e nenhum, já nos particulares temos pelo
menos um, existe um e o algum.
Agora, vamos estudar a representação de cada um dos quantificadores por meio dos dia-
gramas lógicos.

21

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Quantificador Universal “Todo” (Afirmativo)

Exemplos:

z Todo A é B;
z Todo homem joga bola.

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola.
Vale lembrar que Todo A é B significa que todo elemento de A também é elemento de B. Logo,
podemos representar com o diagrama:

O conjunto A dentro do conjunto B

Quando Todo A é B é verdadeira, os valores lógicos das outras proposições categóricas,


interpretando os diagramas, serão os seguintes:

z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A é B: é verdadeira;
z Algum A não é B: é falsa.

Quantificador Universal “Nenhum” (Negativo)

Exemplos:

z Nenhum A é B;
z Nenhum homem joga bola.

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola.
Lembre-se de que Nenhum A é B significa que A e B não tem elementos em comum, logo,
temos apenas uma representação com diagrama:

A B

Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B

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1810108 E-book gerado especialmente para JEFFERSON MORAES FIDALGO


Quando Nenhum A é B é verdadeira, os valores lógicos das outras proposições categóri-
cas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:

z Todo A é B: é falsa;
z Algum A é B: é falsa;
z Algum A não é B: é verdadeira.

Quantificador Particular (Afirmativo): Algum/Pelo Menos Um/Existe

Exemplos:

z Algum A é B;
z Algum homem joga bola.

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola.
Vale lembrar que Algum A é B significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento em
comum com o conjunto B, ou seja, há intersecção entre os círculos A e B. Logo, podemos fazer
representações com diagramas:

A B

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum

Veja que as representações de A e B possuem intersecção. Então, quando Algum A é B é


verdadeira, os valores lógicos das outras proposições categóricas, interpretando o diagrama,
serão os seguintes:

z Todo A é B: é indeterminada;
z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A não é B: é indeterminada.
RACIOCÍNIO LÓGICO

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Quantificador Particular (Negativo): Algum/Pelo Menos Um/Existe + a Partícula Não

Exemplos:

z Algum A não é B;
z Algum homem não joga bola.

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que
Algum A não é B significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto B. Logo,
podemos fazer representações com diagramas:

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há contato de alguns elementos de A com B

Veja que em todas as representações o conjunto A tem pelo menos um elemento que não
pertence ao conjunto B. Então, quando Algum A não é B é verdadeira, os valores lógicos das
outras proposições categóricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:

z Todo A é B: é falsa;
z Nenhum A é B: é indeterminada;
z Algum A não é B: é indeterminada.

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INDUÇÕES, DEDUÇÕES,


ABDUÇÕES E CONCLUSÕES

RACIOCÍNIO LÓGICO ANALÍTICO

Entende-se o raciocínio lógico analítico como uma habilidade cognitiva que envolve a
capacidade de desmembrar um problema complexo em partes menores, analisar cada com-
ponente de forma detalhada e identificar relações lógicas entre eles. É uma abordagem que
visa compreender a estrutura subjacente de um problema, bem como as interações entre
seus elementos, a fim de chegar a conclusões informadas e resolver desafios de maneira
eficaz.
Para resolver questões de raciocínio lógico analítico, alguns conceitos são de grande valia,
como os tipos de argumentação. Vejamos sobre eles:

Argumentação Dedutiva

A argumentação dedutiva é baseada em inferências lógicas que seguem um padrão de


raciocínio conhecido como dedução. Nesse tipo de argumentação, as premissas fornecidas
24

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são consideradas verdadeiras e, a partir delas, a conclusão é inevitável e necessária. O exem-
plo clássico é o silogismo: “Todos os seres humanos são mortais; Sócrates é um ser humano;
Logo, Sócrates é mortal.” As premissas estabelecem uma relação que leva a uma conclusão
inequívoca.

Argumentação Indutiva

A argumentação indutiva é construída sobre o processo de generalização a partir de exem-


plos específicos ou evidências. Ao contrário da dedução, a conclusão em uma argumentação
indutiva é provável, mas não necessariamente definitiva.
A generalização é feita com base em uma amostra representativa, com a crença de que os
padrões observados na amostra se aplicarão ao conjunto maior. Um exemplo é: “Todas as vezes
que observei cisnes, eles eram brancos; Logo, todos os cisnes são provavelmente brancos.” No
entanto, a generalização pode ser inválida se houver exceções.

Argumentação Abdutiva

A argumentação abdutiva envolve a elaboração de explicações plausíveis para um conjunto


de evidências. É uma forma de raciocínio que busca a melhor explicação para um fenômeno
observado, mas não necessariamente comprova sua validade de forma conclusiva.
Diferentemente da dedução, que é baseada em premissas verdadeiras, e da indução, que
generaliza a partir de exemplos, a abdução lida com a inferência da causa ou explicação mais
provável para um evento ou observação. Por exemplo, se você entra em casa e vê a janela que-
brada e objetos fora do lugar, pode inferir abdutivamente que houve um arrombamento.

LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM

Lógica de 1ª ordem é igual a Quantificadores Lógicos, então, toda vez que você vir esse
tema no edital, terá que saber três coisas fundamentais sobre os quantificadores:

z Negação;
z Equivalência;
z Representação por diagramas.

Quantificadores Lógicos ou Proposições Categóricas são elementos que especificam a


RACIOCÍNIO LÓGICO

extensão da validade de um predicado sobre um conjunto de constantes individuais, ou seja,


são palavras ou expressões que indicam que houve quantificação. São exemplos de quanti-
ficadores as expressões: “existe”, “algum”, “todo”, “pelo menos um” e “nenhum”.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

Estes quantificadores podem ser classificados em dois tipos:

z Quantificador Universal: “todo” e “nenhum”; 25

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z Quantificador Existencial (particulares): “pelo menos um”, “existe um” e o “algum”.

QUANTIFICADOR UNIVERSAL “TODO” (AFIRMATIVO)

Exemplos:
Todo A é B;
Todo homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola.
Vale lembrar que “Todo A é B” significa que todo elemento de A também é elemento de B.
Logo, podemos representar com o diagrama:

O conjunto A dentro do conjunto B

Quando “Todo A é B” é verdadeira, os valores lógicos das outras proposições categóricas,


interpretando os diagramas, serão os seguintes:

z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A é B: é verdadeira;
z Algum A não é B: é falsa.

QUANTIFICADOR UNIVERSAL “NENHUM” (NEGATIVO)

Exemplos:
Nenhum A é B;
Nenhum homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola.
Vale lembrar que “Nenhum A é B” significa que A e B não tem elementos em comum, logo,
temos apenas uma representação com diagrama:

A B

Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B

Quando “Nenhum A é B” é verdadeira, os valores lógicos das outras proposições categóri-


26 cas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:

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z Todo A é B: é falsa;
z Algum A é B: é falsa;
z Algum A não é B: é verdadeira.

QUANTIFICADOR PARTICULAR (AFIRMATIVO): “ALGUM” / “PELO MENOS UM” / “EXISTE”

Exemplo:
Algum A é B;
Algum homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola.
Vale lembrar que “Algum A é B” significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento em
comum com o conjunto B, ou seja, há intersecção entre os círculos A e B. Logo, podemos fazer
representação com diagrama:

A B

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum

Veja que a representação de A e B possui intersecção. Então, quando “Algum A é B” é verda-


deira, os valores lógicos das outras proposições categóricas, interpretando o diagrama, serão os
seguintes:

z Todo A é B: é indeterminado;
z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A não é B: é indeterminado.

QUANTIFICADOR PARTICULAR (NEGATIVO): “ALGUM” / “PELO MENOS UM” / “EXISTE” + A


PARTÍCULA “NÃO”

Exemplo:
Algum A não é B;
Algum homem não joga bola.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no exemplo, o do homem e o de jogar bola.
Vale lembrar que “Algum A não é B” significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento
que não pertence ao conjunto B. Logo, podemos fazer representação com diagramas:

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Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há contato de alguns elementos de A com B

Veja que nas representações o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence
ao conjunto B. Então, quando “Algum A não é B” é verdadeira, os valores lógicos das outras
proposições categóricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:

z Todo A é B: é falsa;
z Nenhum A é B: é indeterminada;
z Algum A não é B: é indeterminado.

NEGAÇÃO DOS QUANTIFICADORES LÓGICOS OU PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

Você vai aprender de uma vez por todas como negar proposições quantificadas, ou seja,
proposições que utilizam expressões como “todo”, “algum” e “nenhum”. Podemos, então,
dizer que negar uma proposição significa trocar o seu valor lógico. Em outras palavras, a
negação de uma proposição verdadeira é uma proposição falsa; a negação de uma proposi-
ção falsa é uma proposição verdadeira.
Tudo que você precisa para negar uma proposição quantificada é saber como classificá-
-la, então, veja alguns exemplos:

QUANTIFICADOR CLASSIFICAÇÃO EXEMPLO


Todo Universal Afirmativo Todo homem joga bola
Nenhum Universal Negativo Nenhum homem joga bola
Algum Particular Afirmativo Algum homem joga bola
Algum + Não Particular Negativo Algum homem não joga bola

Sabendo disso, é muito simples negar proposições quantificadas.

Universal Negação Particular

Particular Negação Universal

Verbo Verbo Negativo


Negação
Afirmativo

Verbo Verbo
Negação
Negativo Afirmativo

z Se o quantificador utilizado for universal, a negação utilizará um quantificador particular;


z Se o quantificador utilizado for particular, a negação utilizará um quantificador universal;
z Se o verbo for afirmativo, a negação utilizará um verbo negativo;
z Se o verbo for negativo, a negação utilizará um verbo afirmativo.

Esquematizando tudo:

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QUANTIFICADOR NEGAÇÃO EXEMPLO
p: Todo homem joga bola
Particular negativa “algum +
Universal afirmativa “todo” ~p: Algum homem não joga
não”
bola
p: Nenhum homem joga bola
Universal negativa “nenhum” Particular afirmativa “algum”
~p: Algum homem joga bola
p: Algum homem joga bola
Particular afirmativa “algum” Universal negativa “nenhum”
~p: Nenhum homem joga bola
Particular negativa “algum + p: Algum homem não joga bola
Universal afirmativa “todo”
não” ~p: Todo homem joga bola

Olhando para as iniciais de cada quantificador lógico particular (Pelo menos / Existe /
Algum), podemos escrever o lembrete abaixo para negação:

Todo Negação PEA + Não

Nenhum Negação PEA

EQUIVALÊNCIA LÓGICA DE QUANTIFICADORES

z Todo

„ “Todo A é B” é equivalente a dizer “nenhum A não é B”.

Vemos aqui que troca-se “todo” por “nenhum”, ou seja, a primeira sentença é mantida e nega-
-se a segunda.
Exemplo: “Todo gato pula alto” = “Nenhum gato não pula alto”.

„ “Todo A é B” equivale a “Se é A, então é B”.

Exemplo: “Todo pato é amarelo”. = “Se é pato, então é amarelo”.

z Nenhum

„ “Nenhum A é B” é equivalente a dizer “Todo A não é B”.


RACIOCÍNIO LÓGICO

Vemos aqui que troca-se “nenhum” por “todo”, a primeira sentença é mantida e nega-se a
segunda.
Exemplo: “Nenhum macaco é branco” = “Todo macaco não é branco”.

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Equivalência

Negação
AéB A Não é B A Não é B

Todo Algum Nenhum

A Não é B AéB AéB


Negação

Equivalência

Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria com exercícios comentados de diversas
bancas. Vamos lá!

1. (FGV — 2019) Considerando que a afirmação “Nenhum pescador sabe nadar” não é verdadeira, é
correto concluir que

a) “Há, pelo menos, um pescador que sabe nadar”.


b) “Quem não é pescador não sabe nadar”
c) “Todos os pescadores sabem nadar”.
d) “Todas as pessoas que sabem nadar são pescadores”.
e) “Ninguém que sabe nadar é pescador”.

Veja que a questão pede a negação do quantificador “nenhum”, e como já aprendemos, nunca
devemos negar o “nenhum” usando o quantificado “todo” e vice-versa. Sabendo disso, pode-
mos eliminar estrategicamente as alternativas C, D e E. Como temos um quantificador uni-
versal negativo e sabemos que para negar precisamos de um particular afirmativo, só nos
resta a letra A como resposta, pois a letra B não está de acordo com a regra. Você também
poderia usar o lembrete “nenhum nega com PEA”.
Resposta: Letra A.

2. (FUNDATEC — 2019) A negação da sentença “algum assistente social acompanhou o julgamen-


to” está na alternativa:

a) Algum assistente social não acompanhou o julgamento.


b) Todos os assistentes sociais acompanharam o julgamento.
c) Nem todos os assistentes sociais acompanharam o julgamento.
d) Nenhum assistente social acompanhou o julgamento.
e) Pelo menos um assistente social não acompanhou o julgamento.

A questão pede a negação do “algum” – quantificador particular afirmativo. Já aprendemos


que, para fazer essa negação, usamos um quantificador universal. Qual, professor? O quan-
tificador “nenhum”, pois o mesmo é universal negativo. Assim, a nossa sentença ficará:
p: “Algum assistente social acompanhou o julgamento”
~p: “Nenhum assistente social acompanhou o julgamento”
Resposta: Letra D.

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3. (FUNDATEC — 2019) Assinale a alternativa que corresponde à negação de “Todos os analistas
de tecnologia da informação são bons desenvolvedores”.

a) Pelo menos um analista de tecnologia da informação não é bom desenvolvedor.


b) Nenhum analista de tecnologia da informação é bom desenvolvedor.
c) Todos os analistas de tecnologia da informação não são bons desenvolvedores.
d) Alguns analistas de tecnologia da informação são bons desenvolvedores.
e) Todos os desenvolvedores não são analistas de tecnologia da informação.

A negação do “todo” pode ser feita usando o lembrete que aprendemos: “todo nega com PEA
+ não”, onde o PEA são as iniciais dos quantificadores lógicos particulares – “Pelo menos
um” / “Existe” / “Algum” – seguidos pelo modificador lógico “não”, deixando-os, assim, parti-
culares negativos. Logo,
p: “Todos os analistas de tecnologia da informação são bons desenvolvedores”
~p: “Pelo menos um / Existe / Algum analista de tecnologia da informação não é bom desen-
volvedor. Resposta: Letra A.

4. (VUNESP — 2019) A alternativa que corresponde à negação lógica da proposição composta: “todos os
cantores são músicos e existe advogado que é cantor”, é:

a) Nenhum cantor é músico e não existe advogado que seja cantor.


b) Pelo menos um cantor não é músico ou não existe advogado que seja cantor.
c) Há cantores que são músicos e existe advogado que não é cantor.
d) Nenhum cantor é músico ou não existe advogado que seja cantor.
e) Pelo menos um cantor não é músico ou existe advogado que é cantor.

Só podemos negar um Quantificador Universal (“Todo” / “Nenhum”) com um Quantificador


Existencial (“Existe” / “Algum” / “Pelo menos um”), assim, eliminamos as letras A, C e D,
ficando, assim, apenas as letras B e E para análise. Segundo a Lei de Morgan – devemos tro-
car o “e” por “ou” e negar tudo.
Então, negando a proposição P ^ Q, fica ~ P v ~Q:
P: todos os cantores são músicose (^)
Q: existe advogado que é cantor.
Negando:
~P: alguns cantores não são músicos (pelo menos um não é = algum não é) ou (v)
~Q: não existe advogado que é cantor. (Não existe = nenhum) “Pelo menos um cantor não é
músico ou não existe advogado que seja cantor”.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Resposta: Letra B.

5. (VUNESP — 2019) Considere como verdadeira a proposição: “Nenhum matemático é não dialético”.
Laura enuncia que tal proposição implica, necessariamente, que

I. Se Carlos é matemático, então ele é dialético.


II. Se Pedro é dialético, então é matemático.
III. Se Luiz não é dialético, então não é matemático.
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IV. Se Renato não é matemático, então não é dialético.

Das implicações enunciadas por Laura, estão corretas apenas:

a) I e III.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II e III.
e) II e IV.

Você precisa lembrar das equivalências para responder essa questão.


“Nenhum matemático é não dialético” equivale a “Todo Matemático é Dialético”;
“Todo Matemático é Dialético” equivale a “Se é matemático, então é Dialético”.
Agora, vamos analisar as afirmações feitas por Laura:
I. Se Carlos é matemático, então ele é dialético (Correta, pois está de acordo com a equiva-
lência acima).
II. Se Pedro é dialético, então é matemático. (Incorreta, pois há dialéticos que não são
matemáticos).

Dialético

Mat.

III. Se Luiz não é dialético, então não é matemático (Correta, pois todo matemático é dialéti-
co. Veja também que temos um dos casos de equivalência lógica do conectivo “se...então” – a
contrapositiva).
IV. Se Renato não é matemático, então não é dialético (Incorreta, pois nem todo dialético é
matemático como vimos nos diagrama da alternativa II).
Resposta: Letra A.

ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS,


LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUÇÃO DE NOVAS
INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS
CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS
RELAÇÕES

Neste tipo de conteúdo, intitulado “estrutura lógica de relações arbitrárias”, você nota-
rá a presença de situações diversas do mundo real, nas quais, a partir de um conjunto de
hipóteses, ou seja, informações previamente conhecidas, será requisitada uma informação
implícita ao problema.

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Os enunciados irão fornecer o mínimo possível de afirmações sobre os objetos de estudo,
sejam frases de negação, do tipo: “Maria não é a mais nova”, ou, ainda, afirmações, como
“João é o mais velho.” Você perceberá, também, que frases de afirmação te dão mais conclu-
sões do que frases negativas, uma vez que, no primeiro tipo, as relações são mutuamente
excludentes, ou seja, em um mesmo problema, se João é o mais velho, então ele não é o mais
novo e não há nenhuma outra pessoa mais velha do que ele.
Como, muitas vezes, os enunciados trazem uma gama de informações, recomenda-se o uso
de uma tabela simples que deve ser preenchida de acordo com as interpretações do proble-
ma. Cabe ressaltar, ainda, que a tabela não será completamente preenchida logo no primeiro
momento, no qual o uso da interpretação será necessário para finalização dos exercícios.
Acompanhe os exemplos a seguir e perceba a construção da tabela com os indivíduos do
problema e suas possíveis características.

1. (FUNRIO — 2012) Os carros X, Y e Z possuem 100, 110 e 150 cavalos de potência, não necessa-
riamente nessa ordem. Sabe-se que um deles é de fabricação nacional e que os outros dois são
importados, sendo um de fabricação alemã e o outro de fabricação japonesa. Porém não se sabe
qual a correta associação entre carros e países de fabricação. No entanto, sabe-se que: o carro X
possui 100 cavalos de potência; o carro que possui 150 cavalos de potência é de fabricação alemã;
o carro que possui 110 cavalos de potência não é nacional; e que o carro Y não é de fabricação
japonesa.

Qual o país de fabricação e a potência do carro Y?

a) Alemanha e 150 cavalos.


b) Alemanha e 110 cavalos.
c) Japão e 100 cavalos.
d) Japão e 110 cavalos.
e) Brasil e 100 cavalos.

Primeiramente, podemos dispor uma tabela simples com as características principais do


problema. Note que as marcações nas lacunas em destaque referem-se às informações reti-
radas a partir do enunciado.
1º: se o carro de 150 cavalos é alemão e o de 110 não é nacional, então o de 110 cavalos só
pode ser japonês.
2º: se o carro Y não é japonês e o carro X tem 100 cavalos, então o alemão de 150 cavalos
será o carro Y.
RACIOCÍNIO LÓGICO

100 110 150 BRASIL ALEMANHA JAPÃO


X V X X V X X
Y X X V X V X
Z X V X X X V

Portanto, o carro Y é de fabricação alemã e tem 150 cavalos. Resposta: Letra A.

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2. (FUNRIO — 2012) André, Paulo e Raul possuem 30, 35 e 40 anos de idade, não necessariamente
nessa ordem. Eles são engenheiro, médico e psicólogo, porém não se sabe a correta associação
entre nomes e profissão. Sabe-se, porém, que André não tem 40 anos de idade nem é engenheiro,
que Paulo possui 35 anos de idade, que Raul não é médico, e que o médico não possui 30 anos
de idade.

Respectivamente, as profissões de André, Paulo e Raul são:

a) psicólogo, engenheiro e médico.


b) psicólogo, médico e engenheiro.
c) médico, psicólogo e engenheiro.
d) médico engenheiro e psicólogo.
e) engenheiro médico e psicólogo.

Novamente, podemos dispor uma tabela simples com as características principais do proble-
ma. Perceba que as marcações nas lacunas em destaque referem-se às informações retiradas
a partir do enunciado.
1º: se André não tem 40 anos de idade e Paulo possui 35, então sobra apenas a idade de 30
anos para André.
2º: se André não é engenheiro e o médico não tem 30 anos, então sobra apenas a profissão
de psicólogo para André.
3º: se Raul não é médico e André é psicólogo, então Raul é engenheiro, portanto, Paulo é
médico.

ENGENHEI- PSICÓLO-
30 35 40 MÉDICO
RO GO
ANDRÉ V X X X X V
RAUL X X V V X X
PAULO X V X X V X

Respectivamente, as profissões de André, Paulo e Raul são psicólogo, médico e engenheiro.


Resposta: Letra B.

COMPREENSÃO E ANÁLISE DA LÓGICA DE UMA SITUAÇÃO, UTILIZANDO


AS FUNÇÕES INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍNIO
SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, FORMAÇÃO DE
CONCEITOS, DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS

Para haver a compreensão e análise lógica de uma situação, diversos conteúdos de racio-
cínio lógico matemático são utilizados — em consonância com o raciocínio verbal, raciocínio
matemático e raciocínio sequencial — sendo possível fazer a resolução de diferentes ques-
tões. Mesmo que haja conteúdos que auxiliem no desenvolvimento desses raciocínios, na

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orientação espacial e temporal, na formação de conceitos e na discriminação de conceitos,
somente a prática vai consolidar essas habilidades.
Desta maneira, para além dos conteúdos apresentados nos outros tópicos desta apostila,
apresentamos aqui alguns itens que auxiliarão no aperfeiçoamento dessa habilidade.

RACIOCÍNIO VERBAL

O raciocínio verbal se refere à habilidade de compreender e usar a linguagem de forma


lógica e coerente. Envolvendo a capacidade de pensar, processar e manipular informações
verbais, como palavras, frases e textos, a fim de resolver problemas, tomar decisões e comu-
nicar-se efetivamente.
O raciocínio verbal engloba várias habilidades como: compreensão de leitura, interpre-
tação de textos, análise de argumentos, identificação de palavras-chave, inferência de sig-
nificados, dedução de informações implícitas, entre outras. É a capacidade de entender a
estrutura e o significado das palavras e frases. Como também, reconhecer padrões de lingua-
gem, identificar relações de causa e efeito, formular hipóteses e tirar conclusões com base
nas informações fornecidas.
Desenvolver o raciocínio verbal requer prática na leitura e na análise de diferentes tipos
de textos, ampliação do vocabulário, melhoria da compreensão de leitura e desenvolvimento
da habilidade de expressão verbal.

RACIOCÍNIO MATEMÁTICO

O raciocínio matemático é uma habilidade cognitiva que envolve a capacidade de pensar


logicamente, analisar informações e aplicar princípios matemáticos para resolver proble-
mas. É a capacidade de compreender e usar conceitos numéricos, padrões, relações e opera-
ções matemáticas de forma lógica e coerente.
O raciocínio matemático envolve várias etapas, como identificar e entender o problema,
analisar as informações disponíveis, reconhecer padrões, formular estratégias de solução,
aplicar as operações e procedimentos matemáticos adequados e avaliar a resposta obtida
para verificar sua validade.
Desenvolver o raciocínio matemático requer prática, familiaridade com os conceitos mate-
máticos e a capacidade de aplicá-los de maneira flexível e criativa. É uma habilidade que
pode ser aprimorada ao longo do tempo com estudo, resolução de problemas e exposição a
diferentes tipos de desafios matemáticos.

RACIOCÍNIO SEQUENCIAL
RACIOCÍNIO LÓGICO

O raciocínio sequencial se refere à capacidade de organizar informações em uma ordem lógica


e seguir uma sequência coerente de pensamento. Envolve a habilidade de identificar padrões,
relações e conexões entre elementos e seguir uma sequência de passos ou etapas para resolver um
problema ou alcançar um objetivo.
No raciocínio sequencial, é importante entender a ordem correta dos eventos, seguir uma
sequência lógica de ações e reconhecer a relação de causa e efeito entre diferentes elementos. É a
habilidade de analisar uma situação ou problema, identificar a sequência adequada de ações ou
eventos e determinar as consequências resultantes de cada etapa. 35

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Para desenvolver o raciocínio sequencial, é importante praticar a observação, analisar padrões
e sequências, pensar de forma lógica e seguir uma linha de raciocínio coerente. Além disso, a fami-
liaridade com conceitos matemáticos e a capacidade de aplicar princípios de ordem e sequência
também são fundamentais para o desenvolvimento do raciocínio sequencial.

ORIENTAÇÃO

Entende-se por orientação, em especial orientação espacial e temporal, como a capacidade


de ter consciência de se localizar no espaço e no tempo. As questões de orientação espacial
normalmente envolvem figuras, dados, palitos e mapas. Quando as questões são de orienta-
ção temporal, elas comumente abordam datas, calendários, anos, dias, horas, entre outros
conceitos de tempo.

HORA DE PRATICAR!
1. (FGV — 2023) Sejam p, q, r e t proposições simples e ∼ p, ∼ q, ∼ r e ∼ t, respectivamente, as suas
negações. Se as seguintes proposições compostas têm valor lógico falso:

p∨ ∼ q
q∧ ∼ r
r→t

conclui-se que são logicamente verdadeiras apenas as proposições simples

a) p e q.
b) p e t.
c) q e r.
d) p, q e r.
e) q, r e t.

2. (FGV — 2023) Sejam p, q, r, s e t proposições simples e ~p, ~q, ~r, ~s e ~t as suas respectivas
negações.

Se a proposição composta p ∨ q ∨ ~ r ∨ s ∨ ~ t tem valor lógico falso, pode-se afirmar que

a) p é verdadeiro e q é falso.
b) q é verdadeiro e r é falso.
c) r é verdadeiro e s é falso.
d) s é verdadeiro e t é falso.
e) t é verdadeiro e r é falso.

3. (FGV — 2022) Sabe-se que a sentença “Se a camisa é verde, então a calça é azul ou o sapato não
é preto” é falsa.

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É correto concluir que

a) a camisa é verde, a calça não é azul e o sapato é preto.


b) a camisa é verde, a calça é azul e o sapato é preto.
c) a camisa não é verde, a calça não é azul e o sapato é preto.
d) a camisa não é verde, a calça não é azul e o sapato não é preto.
e) a camisa não é verde, a calça é azul e o sapato não é preto.

4. (FGV — 2022) Sabe-se que as 3 afirmações a seguir são verdadeiras:

Marlene é médica;
Olga é oftalmologista;
Priscila não é professora.

É correto concluir que:

a) Marlene é médica e Olga não é oftalmologista.


b) Priscila é professora ou Marlene não é médica.
c) Se Priscila é professora, então Marlene não é médica.
d) Se Priscila não é professora, então Olga não é oftalmologista.
e) Se Olga é oftalmologista, então Marlene não é médica.

5. (FGV — 2023) “Se a TV não está ligada, então eu estou dormindo ou estou lendo”.

Assinale a opção que descreve uma sentença logicamente equivalente à afirmação acima.

a) A TV não está ligada e eu estou acordado e não estou lendo.


b) Se eu não estou dormindo e não estou lendo, então a TV está ligada.
c) Se eu estou acordado ou não estou lendo, então a TV está ligada.
d) Eu estou acordado e lendo se, e somente se, a TV está desligada.
e) A TV está ligada e eu estou acordado ou não estou lendo.

6. (FGV — 2023) Sabe-se que a sentença “Se o sapato é marrom, então a calça é bege ou a camisa
é azul” é FALSA.

É correto concluir que:


RACIOCÍNIO LÓGICO

a) o sapato não é marrom, a calça não é bege, a camisa não é azul;


b) o sapato não é marrom, a calça é bege, a camisa é azul;
c) o sapato não é marrom, a calça não é bege, a camisa é azul;
d) o sapato é marrom, a calça é bege, a camisa é azul;
e) o sapato é marrom, a calça não é bege, a camisa não é azul.

7. (FGV — 2023) Considere a afirmação a seguir.

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“Eu fiz dieta e não emagreci.”

A negação lógica dessa afirmação é:

a) Eu não fiz dieta e não emagreci.


b) Eu não fiz dieta ou emagreci.
c) Eu não fiz dieta e emagreci.
d) Eu não fiz dieta ou não emagreci.
e) Eu fiz dieta e emagreci.

8. (FGV — 2022) Considere os operadores lógicos listados a seguir, apresentados na ordem decres-
cente de precedência de cada operação.

~ Negação (not)
& Conjunção (and)
| Disjunção (or)
Disjunção exclusiva
V
(xor)

Dado que P e Q são variáveis lógicas, no domínio [True, False], assinale a expressão equivalente
a P V Q.

a) ( ~P | Q ) & ( P | ~Q)
b) ( P & Q ) & ( ~P | Q )
c) ~( P & ~Q )
d) ~( P & Q ) & ( P | Q )
e) ~( P & Q ) | ( P & Q )

9. (FGV — 2022) Considere a afirmação:

“Pedro comprou a moto e não vendeu o carro”.

Sabendo que essa afirmação é falsa, então

a) Pedro não comprou a moto e não vendeu o carro.


b) Pedro comprou a moto e vendeu o carro.
c) Pedro não comprou a moto e vendeu o carro.
d) Pedro comprou a moto ou não vendeu o carro.
e) Pedro não comprou a moto ou vendeu o carro.

10. (FGV — 2021) Um professor afirmou:

“Quem acertar todas as questões de múltipla-escolha vai tirar conceito A.”

38 Alberto é um de seus alunos. Uma consequência lógica da sentença do professor é:

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a) se Alberto tirou conceito A, então ele acertou todas as questões de múltipla-escolha.
b) se Alberto não tirou conceito A, então ele acertou todas as questões de múltipla-escolha.
c) se Alberto não tirou conceito A, então ele errou todas as questões de múltipla-escolha.
d) se Alberto não tirou conceito A, então ele errou exatamente uma questão de múltipla-escolha.
e) se Alberto não tirou conceito A, então ele errou pelo menos uma questão de múltipla-escolha.

11. (FGV — 2023) As seguintes afirmações acerca de Marcos são verdadeiras:

I. Marcos é professor ou pratica natação.


II. Marcos tem filhos e não pratica natação.
III. Marcos não é brasileiro ou não é professor.
IV. Se Marcos conhece São Paulo, então Marcos é brasileiro.

A partir dessas informações, pode-se afirmar que Marcos

a) tem filhos, é brasileiro e conhece São Paulo.


b) é professor, não conhece São Paulo e não é brasileiro.
c) tem filhos, é brasileiro e é professor.
d) é brasileiro, pratica natação e não conhece São Paulo.
e) não é professor, não tem filhos e é brasileiro.

12. (FGV — 2022) Valter fala sobre seus hábitos no almoço:

� Como carne ou frango.


� Como legumes ou não como carne.
� Como macarrão ou não como frango.

Certo dia, no almoço, Valter não comeu macarrão.

É correto afirmar que, nesse dia, Valter

a) comeu frango e carne.


b) não comeu frango nem carne.
c) comeu carne e não comeu legumes.
d) comeu legumes e carne.
e) não comeu frango nem legumes.
RACIOCÍNIO LÓGICO

13. (FGV — 2022) Considere as seguintes afirmativas a respeito de um objeto chamado biba:

Se biba é bala então não é bola.


Se biba não é bala então é babalu.

É correto concluir que

a) se biba é bola então é babalu.


b) se biba é babalu então é bola. 39

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c) se biba não é bola então é babalu.
d) se biba não é babalu então é bola.
e) se biba é bola então não é babalu.

14. (FGV — 2022) Considere as seguintes premissas:

� Quem tem azar não sorri.


� Quem é maratonista não está doente.
� Quem não está doente, sorri.

A partir dessas premissas é correto concluir que

a) Quem não está doente é maratonista.


b) Quem está doente não sorri.
c) Quem não tem azar sorri.
d) Quem é maratonista não tem azar.
e) Quem sorri, não está doente.

15. (FGV — 2023) Considere a seguinte afirmação:

“Todas as pessoas apreendidas têm 21 anos ou mais e são do sexo masculino”

A negação dessa afirmação é:

a) Nenhuma pessoa apreendida tem 21 anos ou mais ou é do sexo masculino.


b) Nenhuma pessoa apreendida tem 21 anos ou mais e é do sexo masculino.
c) Pelo menos uma das pessoas apreendidas tem menos de 21 anos e é do sexo feminino.
d) Pelo menos uma das pessoas apreendidas tem menos de 21 anos ou é do sexo feminino.

16. (FGV — 2022) Considere a afirmação:

“À noite, todos os gatos são pretos.”

Se essa frase é falsa, é correto concluir que

a) De dia, todos os gatos são pretos.


b) À noite, todos os gatos são brancos.
c) De dia há gatos que não são pretos.
d) À noite há, pelo menos, um gato que não é preto.
e) À noite nenhum gato é preto.

17. (FGV — 2022) No censo de 2010 Laura foi entrevistada pelo recenseador Mário.

Início da entrevista:

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Mário – Quantas pessoas moram nesta casa?
Laura – Quatro: eu, que me chamo Laura, meu marido João e meus dois filhos Alberto e Roberto
Mário – Todos trabalham?
Laura – Não.

É correto concluir que:

a) nenhuma das quatro pessoas trabalha.


b) apenas uma das quatro pessoas não trabalha.
c) apenas uma das quatro pessoas trabalha.
d) pelo menos uma das quatro pessoas não trabalha.
e) nenhuma das quatro pessoas possui emprego formal, com carteira assinada.

18. (FGV — 2022) Considere verdadeira a afirmação:

“Todos os corredores são magros”.

Observe, a seguir, três conclusões da afirmação dada:

1. Se João é magro então é corredor.


2. Se João não é corredor, então não é magro.
3. Se João não é magro então não é corredor.

Denotando por V uma conclusão verdadeira e por F uma conclusão falsa, para as três conclusões
dadas, temos, respectivamente,

a) V, V, V.
b) F, V, V.
c) F, F, V.
d) V, V, F.
e) V, F, F.

19. (FGV — 2022) Considere como verdadeiras as sentenças:

I. Nenhum C é A.
II. Algum A é B.
RACIOCÍNIO LÓGICO

É correto concluir que

a) nenhum C é B.
b) algum B não é C.
c) algum C é B.
d) nenhum B é C.
e) algum B é C.

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20. (FGV — 2022) Considere a sentença:

“Todos os caninos, quando ameaçados, fogem ou atacam.”

A negação lógica dessa sentença é:

a) Existe canino que é ameaçado e não foge nem ataca.


b) Todos os caninos, quando não ameaçados, não fogem nem atacam.
c) Todos os caninos, quando ameaçados, não fogem nem atacam.
d) Todos os caninos, quando ameaçados, não fogem ou não atacam.
e) Existe canino que não é ameaçado, mas foge ou ataca.

9 GABARITO

1 C

2 C

3 A

4 C

5 B

6 E

7 B

8 D

9 E

10 E

11 B

12 D

13 A

14 D

15 D

16 D

17 D

18 C

19 B

20 A

ANOTAÇÕES

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