Você está na página 1de 129

Matemática Discreta

Prof. Dr. Joseval M Santana


Data: 02/11/2019

Ementa
1. Conjunto;
2. Álgebra dos conjuntos;
3. Relaçãoes e funções;
4. Os inteiros e equações de congruência;
5. Sistemas algébricos;
6. Conjuntos ordenados e reticulados;
7. Álgebra Booleana.

Bibliografia
1. LIPSCHUTZ, Seymour & LIPSON, Marc. Matemática
discreta. Porto alegre: Bookman, 2 ed. 2008.
2. MENEZES, Paulo Blauth. Matemática Discreta para
computação e informática. RS: UFRGS, 2008.
3. ZAHN, Maurício. Teoria elementar das funções.
RS:Ciência Moderna, 2008.
4. Judith L. Fundamentos Matemáticos para a Ciência da
Computação – Um tratado moderno de matemática discreta.
Rio de Janeiro: LTC, 5 ed. 2004.
Matemática Discreta
A Matemática Discreta possui como ênfase
os estudos matemáticos baseados em
conjuntos contáveis, finitos ou infinitos. Em
oposição, a Matemática do Continum possui
como ênfase os estudos matemáticos
baseados em conjuntos não- contáveis
(cálculo diferencial e integral)
A matemática discreta ou também
chamada álgebra abstrata é fortemente
empregada nas ciências computacionais,
onde qualquer sistema computacional
possui limitações finitas em todos os seus
principais aspectos como, por exemplo,
tamanho da memória, número de
instruções que pode executar, número de
símbolos que pode representar e etc.
1. Teoria dos Conjuntos

É a teoria matemática que trata das


propriedades dos Conjuntos. Ela teve sua
origem nos trabalhos do matemático russo
Georg Cantor (1845 – 1918) . Tal teoria define o
conjunto como uma noção primitiva.
A teoria dos conjuntos de Cantor ficou conhecida
como teoria ingênua dos conjuntos por apresentar
paradoxos (Declaração aparentemente verdadeira
que leva a uma contradição) relacionados com a
definição de conjunto.
Pela colaboração de Bertrand Russell (1872-
1970) com o Paradoxo de Russell – 1901 foi
possível uma nova abordagem na T. C
Bolzano concebe a noção (abstrata) de
conjuntos (finitos e infinitos)
Cantor (de 1867 a 1871) define a teoria de
conjuntos e prova a existência de conjuntos
infinitos com cardinalidades diferentes. Conceitos
de números cardinais e ordinais transfinitos.
Resistência aos principais resultados em função
do “receio do infinito”

Alguns paradoxos:

-Burali-Forti (1897) “Não há o ordinal de todos os


ordinais”

-Russell (1902) “Não há o conjunto de todos os


conjuntos”
R = { x / x ∉ x} ==> R ∉ R se e somente se R ∈ R

Um conjunto é uma coleção de zero ou mais


objetos distintos, chamados elementos do conjunto
os quais não possuem qualquer ordem associada.

Donotado por:

Letras maiúsculas (A, B, X, Y, ... ) enquanto os


elementos são denotas por letras minúsculas ( a,
b, x, y, ... ,)
Denotação por extensão: é a listagem de todos os
elementos, em qualquer ordem

Seja A = { a, e, i, o, u}. B = {u,o,i,e,a}

Princípio da extensão: Dois conjuntos, A e B, são


iguais se e somente se possuem os mesmos
elementos.
A = B, caso contrário
A#B

Denotação por Compreensão: definição de um


conjunto por propriedades comuns aos objetos.

De forma geral, escreve-se {x | P(x)}, onde P(x)


representa a propriedade.
Exemplo: A = {x | x é uma letra do alfabeto, x é
uma vogal}
Curiosidade: o fato de que um conjunto pode ser
descrito em função de uma propriedade é
formalmente conhecido como princípio da
abstração. (álgebra abstrata)
Conjuntos finitos e infinitos
Um conjunto pode possuir um número finito ou
infinito de elementos. Um conjunto é dito:

a)finito: quando pode ser denotado por extensão,


ou seja, listado exaustivamente todos os seus
elementos;
b)infinito, caso contrário.

Exemplos de conjunto finito:


Exemplo de conjunto infinito

ℕ, ℤ., ℝ

A = {x | x é par }

Alfabeto, palavra e linguagem


A noção de conjunto permite definir linguagem, um
dos conceitos mais fundamentais em Computação
e Informática. Para tanto temos:
Alfabeto: um conjunto finito. Os elementos de um
alfabeto são usualmente denominados de símbolos
ou caracteres. Portanto, um conjunto vazio é um
alfabeto, e um conjunto infinito não é um alfabeto.

Palavra, cadeia de caracteres ou sentença

Uma palavra é uma seqüência finita de símbolos


(do alfabeto) justapostos.
ε - denota uma cadeia vazia
Se Σ Representa um alfabeto, então
Σ * Denota o conjunto de todas as palavras
possíveis sobre Σ
Alfabeto grego

Ζεύς
Ποσειδῶν. Linguagem(idioma)
Άδης Conjunto de infinitas
…. palavras finitas.
Alfabeto e palavra

a) Os conjuntos Ø e {a,b,c} são alfabetos

b) O conjunto ℕ não é um alfabeto

c) ε é uma palavra sobre o alfabeto {a,b,c}

d) {a,b}* = {ε, a,b,aa,ab,ba,bb,aaa,...}

e) Ø* = {ε}

Linguagem Formal ou simplesmente


Linguagem é um conjunto de palavras sobre um
alfabeto, observe que:

Ø # {ε}
Linguagem de programação

As linguagens de programação com Pascal, Java e


C são linguagens sobre o alfabeto constituído por
letras, dígitos e alguns símbolos especiais (espaço,
parênteses, pontuação, etc.). As linguagens são
conjuntos infinitos.

Compilador
Um compilador de uma linguagem de programação
é um software que traduz um programa escrito na
linguagem de programação (linguagem fonte) para
um código executável no Sistema Computacional
(linguagem objeto).
Relações em um conjunto

a) relação de pertinência ∈ e ∉

É a relação entre elemento e conjunto

Seja A = {1,2,3}, temos:

1 ∈A e 4 ∉A

b) relação de continência ⊆ e ⊈, ⊂ e ⊄

É a relação entre conjunto x conjunto, conjunto x


subconjunto
Seja A = {1,2,3}, B = {1,2,3} e C = { 1,2,3,4}
A ⊆ B (contido amplamente ou contido)
ou seja B contém A (B ⊇ A ), logo A é
um subconjunto de B.
A ⊆ C, C ⊇ A, logo A é também
subconjunto de C
Seja A = {1,2,3}, B = {1,2,3} e C = { 1,2,3,4}

Adicionalmente, se A ⊆ C, mas existe um b (4) ∈ C


tal que b (4) ∉ A, então se afirma que A é um
subconjunto próprio de C, ou, A ⊂ C (contido
propriamente). Dito de outra, forma C ⊃ A

Concluímos então,

A = B, pois A ⊆ B e B ⊆A
A # C, pois A ⊆ C, mas C ⊈ A e por isso
mesmo, A ⊂ C.

Exercício

Seja A = {ø,1,2,3,{a},{b,c} }. Justifique:


a) {1} ∈ A, {1} ⊆ A;
b) ø ∈ A, ø ⊆ A;
c) {a} ∈ A, {b,c} ⊆ A;
d) {1,2,3} ∈ A, {1,2,3} ⊆ A
e) {{b,c}} ∈ A, e) {{b,c}} ⊆ A,
Principais conjuntos numéricos
ℕ= {1,2,3…}
ℤ. = {…,-3,-2,-1,0,1,2,3,…}
ℚ = {p/q: p ∈ ℤ e q ∈ ℕ}
ex: -4/2 = -2 ∈ ℚ. -4/√2 ∉ ℚ
I = é um número real que não pode ser
obtido pela divisão de dois números inteiros, ou
seja, são números reais mas não racionais.
ex: √2. ∄ p/q = √2
ℕ ⊆ ℤ ⊆ ℚ⊆ℝ

Conjunto Universo

Na teoria dos conjuntos, os elementos de todos os


conjuntos considerados pertencem a algum
conjunto maior, conhecido como conjunto universo
U. Por exemplo, em geometria plana, o conjunto U
compõe-se de todos os pontos do plano e, em
estudos de população humana, o conjunto U
compõe-se de todas as pessoas do mundo.
Conjunto vazio

Para um dado conjunto U e uma propriedade P,


é possível que não existam elementos em U
satisfazendo a propriedade P. Por exemplo:

S = {x:x é um inteiro positivo, x² = 3}


S = { } ou ∅, ou seja não possui
elementos
Obs: existe apenas um conjunto vazio.
Isto é: se S e T são vazios, S = T, já que
possuem exatamente os mesmos elementos, isto
é, nenhum.

Operações entre conjuntos


a) União - ⋃
A união de dois conjuntos A e B é o conjunto de
todos elementos que pertencem a A ou a B; isto
é
A ⋃ B = {x:x ∈ A ou x ∈ B}
Aqui "ou" é usado no sentido
de e/ou.
Diagrama de Venn
representação pictórica
b) Interseção - ⋂

A interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto


dos elementos que pertencem a A ou a B; isto é

A ⋂ B = {x:x ∈ A e x ∈ B}.

se A ⋂ B = ∅, ou seja, se A e B não possuem


elementos em comum, então A e B são ditos
disjuntos
Equivalências

i) A ⊆ B ⇔A ⋂ B = A;
ii) A ⊆ B ⇔A ⋃ B = B

c) Complementar - A
É o conjunto dos elementos que pertencem a U
mas não pertencem a A, isto é:
A ͨ = { x:x ∈ U, x ∉ A}
d) Diferença de A e B. ¬
É o complementar relativo de um conjunto B em
relação a A

A\B = { x:x ∈ A, x ∉ B}

e) Diferença simétrica - ⊕

A diferença simétrica dos conjuntos A e B consiste


em todos os elementos que pertencem a A ou a B
mas não a ambos, isto é,
A ⊕ B = { (A ⋃ B)\(A ⋂ B)}
Leis da álgebra de conjuntos
Conjuntos finitos, princípio da enumeração

Um conjunto é dito finito se contém exatamente m


elementos, onde m denota a quantidade, a
cardinalidade do conjunto. Por exemplo:

A = { 1,2,3 }
n(A) = 3

Se A e B são conjuntos finitos disjuntos, então A ⋃


B é finito e
n(A ⋃ B) = n(A) + n(B)
Se A e B são conjuntos finitos não disjuntos, então
A ⋃ B e A ⋂ B são finitos e,

n(A ⋃ B) = n(A) + n(B) - n(A ⋂ B), temos pelo


produto fundamental que:
n(A ⋃ B ⋃ C) = n(A) + n(B) + n(C) - n(A ⋂ B) -
n(A ⋂ C) - n(B ⋂ C) + n(A ⋂ B ⋂ C)
Exercício
Seja F, A e R os conjuntos de alunos que estudam
francês, alemão e russo, respectivamente.
Determine:
a)o número de alunos que estudam pelo menos
um dos três idiomas;
b) quantos alunos estudam somente francês;
quantos alunos estudam somente alemão;
quantos alunos estudam somente russo.
c) quantos alunos não estudam idioma algum.
1. Em uma pesquisa com 60 pessoas, verificou-se
- 25 compreendem F;
- 26 lêem a revista A é;
- 26 lêem a revista R;
- 9 lêem F e A;
- 11 lêem F e R ;
- 8 lêem A e R;
- 3 lêem A e F e R.
Partes de um conjunto e partições
É o conjunto de todos os seus subconjuntos.
Seja S = { 1,2,3 }. Então temos:

n(S) = 3 e o n(Partes(S)) = 2ⁿ⁽ˢ⁾ = 2³ = 8, ou seja:

Partes(S) = [ ∅, {1},{2},{3},{1,2},{1,3},{2,3},S]

Partições

Uma partição de um conjunto (S) é uma subdivisão


desse conjunto, em conjunto não vazios onde:
a) cada a em S pertence a algum doa Aí;
b) os conjuntos em { Ai } são disjuntos dois a dois

Exemplo: Determine a partição ou partições


considerando a seguinte coleção de subconjuntos
de S = { 1,2,…9}
i) [{1,3,5},{2,6},{4,8,9}]
ii) [{1,3,5},{2,4,6,8},{5,7,9}]
iii)[{1,3,5},{2,4,6,8},{7,9}]
obs: os subconjuntos de uma partição são
chamados de células.
Dualidade
A equivalência pela dualidade ocorre pela
substituição de cada ocorrência de ∪, ∩, ⋃ e ∅
em por, respectivamente, ∩, ∪, ∅, ⋃

Exemplo;

(⋃ ∩ A) ∪(B ∩ A) = A
(∅ ∪A) ∩ (B ∪A) = A
Princípio da Indução Finita

Algumas vezes nos defrontamos com


afirmações envolvendo os números
naturais e a questão que surge é:
será tal afirmação verdadeira sempre,
ou seja, vale para qualquer número
natural?

Ex: 1+2+...+n = n(n+1), para qualquer valor de n?


2
ou
N

1 1(1+1)/2 = 1

1+2 2(2+1)/2 = 3

1+2+3 3(3+1)/2 = 6

...

É claro que para responder às questões


colocadas pelos problemas não basta "testar" a
veracidade das "fórmulas" substituindo valores
específicos para n. Por mais que as igualdades
ganhem credibilidade, nunca poderemos estar
garantindo sua validade para algum valor de n
que não tenha sido testado!
Algumas vezes, temos argumentos para
verificar a veracidade de uma tal afirmação.
Outras vezes, fazemos uso de um Teorema
que nos fornece um método para
demonstrar igualdades, desigualdades, ou,
de modo mais geral, propriedades que
dependem de números naturais.

Esse Teorema é conhecido como o Princípio da


Indução Finita - P.I.F.
Indução matemática

A forma mais simples e mais comum de indução


matemática prova que um enunciado vale para
todos os números naturais n. Exemplo:

i)base: O primeiro dominó cairá.


ii)passo indutivo: sempre que um dominó cair, seu
próximo vizinho também cairá.
conclusão: então você pode concluir que todos os
dominós cairão.

Seja P uma proposição definida nos


inteiros positivos, N, i.e., P(n) é verdadeiro ou falso
para cada n em N. Suponha que P tem as
seguintes propriedades:
i) P(1) é verdade;
ii) P(n+1) é verdade sempre que P(n) é verdade.

Então, P é verdade para todo inteiro positivo.


Exercício 1: Prove que a soma dos n
primeiros números naturais é

P(n) =

Base: Verificar a validade para P(1)

P(1) = 1(1+1)/2 = 1, o que verificamos que


é válido, ou seja, a formula satisfaz para
n=1;
Hipótese de indução: É válido para n=k;

P(k) = 1+2+3+...+k = k (k+1)/2,

Tese: se provarmos que é válido para


n=k+1, então é válido para qualquer N =
{1,2,3,...}

P(k+1) = 1+2+3+...+k+k+1
P(k+1) = 1+2+3+...+k+k+1

P(k+1) = k (k+1) + K+1


2
P(K+1) = k (k+1) + 2(K+1)
2
P(K+1) = (k+1)(K+2)
2
Ora, se aplicarmos diretamente K+1 na
“fórmula” temos:

P(n) =

Para n =K+1, teremos

P(k+1) = (K+1)[(k+1)+1)]
2
P(K+1) = (K+1)(K+2)
2
O que condiz com o resultado do passo
indutivo (Tese).
Exercício 2: Prove que 3 divide 5ⁿ +2.11ⁿ

P(N) = 5ⁿ +2.11ⁿ

Base: Verificar a validade para P(1)

P(1) = 5¹ + 2.11¹ = 27 que dividido por 3

Hipótese de indução: É válido para n=k;

P(K) = 5k + 2.11k é divisível por 3

Tese
P(K+1) = 5k+1 + 2.11k+1
P(K+1) = 5. 5k + 2.11.11k
P(K+1) = 5(5k + 2.11k ) + 6.2.11k

div por 3 div por 3 pelo 6


por Hipótese
Exercício 3: Prove que o i-ésimo termo
da sequencia de Fibonacci é:
(1+2√5)n - (1-2√5)n
Fn =
√5

Sequencia de Fibonacci

F 1= 1
F 2= 1
F3 =2
Fn + Fn+1 = Fn+2

Base: Verificar validade para n=1 e n=2

(1+ √5) (1+ √5)


1 1 (0+ 2√5)
2 - 2 2

F1 = √5 = √5 =1
Base: Verificar validade para n=1 e n=2

(1+ √5) (1 - √5) 2 2 (1+ 2√5+5 -1+2√5-5)


2 - 2 4

F2 = √5 = √5 = 1

Hipótese de indução: n=k, n=K+1;

Fk+FK+1 = FK+2
(1+ √5)k (1 - √5)k (1+ √5)k+1 (1 - √5)k+1
2 - 2 2 - 2
+ =F
k+2

√5 √5

(1+ √5)k (1 +1+ √5 ) - (1 - √5)k (1 +1 - √5 )


2 2 2 2
=F
k+2
√5

(1+ √5)k ( 3+ √5 ) - (1 - √5)k ( 3 - √5 )


2 2 2 2
=F
k+2
√5
(1+ √5)k ( 3+ √5 ) - (1 - √5)k ( 3 - √5 )
2 2 2 2
=F
k+2
√5

Obs:

( 1+ √5 )2 = 1 + 2√5 + 5 = 6+ 2√5 = 3+ √5
2 4 4 2

( 1- √5 )2 = 1 - 2√5 + 5 = 6- 2√5 = 3-√5


2 4 4 2

Substituindo, temos:

(1+ √5)k ( 1+ √5 ) 2 - (1 - √5)k ( 1 - √5 ) 2


2 2 2 2
=F
k+2
√5

(1+ √5)k+2 - (1 - √5)k+2


2 2
=F
k+2
√5
Produto cartesiano

Sejam A e B conjuntos. O produto cartesiano dos


conjuntos A x B é denotado por:

A x B = {<a,b>|a ∈ A e b ∈ B}

Ex: Sejam A = {a,b} e B = {0,1}

A x B = {<a,0>,<a,1>,<b,0>,<b,1>}

Obs: o produto cartesiano é um conjunto especial


de seqüências, onde a ordem é importante.
Não comutativa - A x B # B x A

União Disjunta
Sejam A e B conjuntos. A união disjunta é:

A + B = {<a,A>| a ∈ A} ∪{<b,B>| b ∈ B} ou
A ⊍ B = {<a,A>| a ∈ A} ∪{<b,B>| b ∈ B}
Produto cartesiano

Sejam A e B conjuntos. O produto cartesiano dos


conjuntos A x B é denotado por:

A x B = {<a,b>|a ∈ A e b ∈ B}

Ex: Sejam A = {a,b} e B = {0,1}

A x B = {<a,0>,<a,1>,<b,0>,<b,1>}

Obs: o produto cartesiano é um conjunto especial


de seqüências, onde a ordem é importante.
Não comutativa - A x B # B x A

União Disjunta
Sejam A e B conjuntos. A união disjunta é:

A + B = {<a,A>| a ∈ A} ∪{<b,B>| b ∈ B} ou
A ⊍ B = {<a,A>| a ∈ A} ∪{<b,B>| b ∈ B}
Ex: Sejam Silva = {João, Maria, José }
Souza = {Pedro,Ana,José }

Silva + Souza = {<João,Silva>,<Maria,Silva>,


<José, Silva>,<Pedro, Souza>,<Ana, Souza >,
<José, Souza>}
Relação
Sejam A e B conjuntos. Uma Relação ℝ de A em B
é um subconjunto de produto cartesiano A x B, ou
seja:
ℝ⊆ A x B, ou ℝ: A → B,sendo que:

A é denominado domínio, origem ou conjunto


partida de ℝ
B é denominado contradomínio, codomínio, destino
ou conjunto de chegada de ℝ.

Endorrelação
Suponha A um conjunto. Então uma relação
ℝ: A →A (origem e destino no mesmo conjunto) é
dita uma Endorrelação ou auto-relação
<A,ℝ>
Exemplos: seja C = {0,1}. Represente pelo
diagrama de Venn as seguintes endorreçōes:
a) 〈C, < 〉
b) 〈C, = 〉
Domínio de definição e imagem
Relação como Matriz

Uma ℝ: A → B pode ser representada como uma


matriz, onde:

1)o número de linhas é n (número de elementos


do domínio);
2)o número de colunas é m (número de elementos
do contradomínio)
3)as células são identificadas por 1 (verdadeiro,
houve relação) e por 0 (falso, não houve relação)

Ex: sejam A = {0,1} e B = {0,1,2}, =: A → B é


Tipos de relação

1) Funcional
ℝ: A → B é uma relação funcional se e somente se

Portanto, na relação funcional, cada elemento de A


está relacionado com, no máximo, um elemento em
B.
2) Injetora ou Injetiva
ℝ: A → B é uma relação injetora se e somente se

Portanto, na relação injetora, cada elemento de B


está relacionado com, no máximo, um elemento em
A.
3) Total
ℝ: A → B é uma relação total se e somente se

Portanto, na relação total o domínio de definição é o


próprio domínio, a origem.
4) Sobrejetora ou Sobrejetiva
ℝ: A → B é uma relação sobrejetora se e
somente se

Portanto, na relação sobrejetora o conjunto


imagem é o próprio contra-domínio, o destino.
Funções

É uma relação funcional e total, ƒ: A → B que leva


pela regra ƒ todos elementos de A a elementos de
B de maneira única.
Seja A = {1,2,3} e B = {3,4,5,6,7,8}. Defina ƒ: A →
B por ƒ(x) = 2x + 1
ƒ(1) = 2. 1 + 1 = 3
ƒ(2) = 2. 2 + 1 = 5
ƒ(3) = 2. 3 + 1 = 7

Im(ƒ) = ƒ({1,2,3}) = {3,5,7} ⊂ B

Gráfico de uma função

Gr(ƒ) = {(x,y) ∈ A x B : y = ƒ(x)}


Análise de gráficos de uma função

De cada gráfico a seguir, identifique quais


representam funções e destes, determine domínio
e imagem.

1)

a) É uma função, pois cada elemento do domínio


tem uma única imagem.
b) D(ƒ) = (-∞, 2) e a Im(ƒ) = [2,3)
Análise de gráficos de uma função

De cada gráfico a seguir, identifique quais


representam funções e destes, determine domínio e
imagem.

2)

a) É uma função, observe que (1,2) ∈ Gr(ƒ) e (1,3)


∉ Gr(ƒ), logo cada elemento x do domínio tem uma
única imagem.
b) D(ƒ) = (-2,+ ∞) e Im(ƒ) = (-1,2] ∪{3}
Análise de gráficos de uma função

De cada gráfico a seguir, identifique quais


representam funções e destes, determine domínio
e imagem.

3)

Não é uma função, pois ƒ(-1) = -1 e ƒ(-1) = 2


Funções pares e ímpares

Seja ƒ: A → B uma função. Dizemos que ƒ é par se


ƒ(x) = ƒ(-x), ∀x ∈ A e dizemos que é ímpar se ƒ(x) =
-ƒ(-x), ∀x ∈ A. Em outras palavras: dizemos que ƒ é
par se domínios simétricos tiverem mesma imagem
e dizemos que ƒ é ímpar se domínios simétricos
tiverem também imagens simétricas.

Ex: Seja ƒ: A → B dada por ƒ(x) = x²


ƒ(x) = x²
ƒ(-x) = (-x)² = x², logo
ƒ(x) =ƒ(-x), i.e, a função é par
Ex: Seja ƒ: ℝ → ℝ dada por ƒ(x) = x³
ƒ(x) = x³
ƒ(-x) = (-x)³ = -ƒ(x) (multi por -1)
ƒ(x) = - ƒ(-x) , i.e, a função é ímpar

Ex: Seja ƒ: ℝ → ℝ dada por ƒ(x) = x² + x


ƒ(x) = x² + x
ƒ(-x) = (-x)² - x = x² - x
ƒ(x) # ƒ(-x) , i.e, a função não é par;
- ƒ(-x) = -(x² - x) = - x² + x,
ƒ(x) # - ƒ(-x), i.é, a função não é ímpar
Funções crescentes e decrescentes

Dizemos que uma ƒ: A → B é crescente se ∀x,y ∈


A, x < y ⇒ ƒ(x) < ƒ(y).

Dizemos que uma ƒ: A → B é decrescente se ∀x,y ∈


A, x < y ⇒ ƒ(x) > ƒ(y).

Ex1. ƒ: (1,+ ∞) → ℝ dada por ƒ(x) = √(x-1)


Funções injetivas

Dizemos que uma função ƒ: A → B é injetiva se


dados x1,x2 ∈ A, tivemos a implicação
x1 # x2 ⇒ ƒ(x1) # ƒ(x2)

Em outras palavras: dizemos que ƒ é injetiva se


domínios diferentes possuírem imagens diferentes.
Uma outra maneira de definir injetividade é pela
contraposição da implicação acima.
ƒ(x1) = ƒ(x2) ⇒ x1 = x2
Ex1. ƒ: (0, + ∞) → ℝ dada por ƒ(x) = x²
ƒ(x1) = ƒ(x2) ⇒ x1² = x2² ⇒ x1= x2 para
∀x1,x2 ∈ (0, + ∞)
Ex2
Funções injetivas - caracterização geométrica
A caracterização geométrica da função injetora
significa afirmar que não existem dois pares
distintos da forma (a1,b) e (a2,b) no gráfico de ƒ;
portanto, cada reta horizontal pode interceptar o
gráfico de ƒ em, no máximo, um ponto.
Ex1: ƒ: (0, + ∞) → ℝ dada por ƒ(x) = x²

Ex2: ƒ: ℝ → ℝ dada por ƒ(x) = x²


Funções sobrejetivas

Dizemos que uma função ƒ: A → B é sobrejetiva se


∀b ∈B, ∃x ∈ A tal que ƒ(x) = b.
Em outras palavras: dizemos que ƒ é sobrejetiva
quando Im(ƒ) = Cd(ƒ), ou seja, dizemos que ƒ é
sobrejetiva se todos os elementos de A vão para
todos os elementos de B, mediante ƒ.

Ex1. ƒ: (0, + ∞) → : (0, + ∞) para ƒ(x) = x²

Ex2:
Funções sobrejetiva - caracterização geométrica
A caracterização geométrica da função sobrejetiva
significa afirmar que, para todo b ∈ B, existe pelo
menos um a ∈ A tal que (a,b) pertencem ao gráfico
de ƒ; portanto, cada reta horizontal deve interceptar
o gráfico de ƒ pelo menos uma vez.
Ex1: ƒ: (0, + ∞) → ( 0, + ∞) dada por ƒ(x) = x²

Ex2. ƒ: ℝ→ℝ. para ƒ(x) = x²


Funções bijetivas

Dizemos que uma função ƒ: A → B é bijetiva,


quando for injetiva e sobrejetiva.

Inversa de uma função - ƒ ̄ ¹


A função ƒ: A → B possui inversa se, e somente se,
ƒ for bijetiva.
Quando uma função possui inversa ƒ ̄ ¹, dizemos
que ƒ é inversível.
Ex: Seja ƒ: ℝ - {3} → ℝ - {2} dada por ƒ(x) =
(1+2x)/(3-x). Determine se a função é inversível,
caso afirmativo obtenha ƒ ̄ ¹.
Domínio máximo da função - Ω

É o maior domínio possível tal que a ƒ faça sentido


Ex1, ƒ(x) = 1/x, temos que

Ω = ℝ - {0}

Ex2. ƒ(x) = (3x+2)/(6-2x)

Ex3. ƒ(x) = √2-3x


Ex4. Calcule o domínio da função dada por
ƒ(x) =
Tipos de funções
1. Função afim

Chama-se função afim ou função polinomial do 1º


grau a função ƒ: ℝ → ℝ dada por ƒ(x) = ax + b,
onde a,b são constantes reais, com a # 0.
Ex: seja ƒ: ℝ → ℝ dada por ƒ(x) = 2x + 1
Tipos de funções
1. Função afim
Tipos de funções
2. Função quadrática

Chama-se função quadrática ou fincão polinomial


do 2º grau a função ƒ: ℝ → ℝ dada por ƒ(x) = ax² +
bx + c,onde os coeficientes a,b,c são reais, com a #
0.
Tipos de funções
2. Função quadrática
Tipos de funções
3. Função exponencial

Chama-se função exponencial a função definida por


ƒ: ℝ → (o,+ ∞) dada por ƒ(x) = a ͯ , para 1 # a > 0.
Pois:
Tipos de funções
3. Função exponencial

Ex: Seja ƒ: ℝ → (o,+ ∞) dada por ƒ(x) = 2


Tipos de funções
4. Função logarítimica

Chama-se fincão logarítimica a função ƒ:(o,+ ∞) →


ℝ dada por ƒ(x) = logₐx, para x > 0 e 1 # b > 0
ƒ(x) = y = logₐ x = aʸ = x
Se a > 1, a função logarítmica é crescente
Se 0 < a < 1, então f é decrescente

Ex. Seja a função ƒ:(o,+ ∞) → ℝ dada por ƒ(x) =


log₂x.
ƒ(x) = y = log₂x = 2ʸ = x
Tipos de funções
4. Função logarítimica

Gráfico comparativo entre as funções


Funções recursivas
Uma função é dita recursivamente definida se a
definição da função se referir à própria função. Para
que a definição não seja circular (loop), precisa
satisfazer as duas propriedades seguintes:
i)deve existir certos argumentos, chamados de
valores base, nos quais a função não se referencie
a ela mesma;
ii)cada vez que a função se referencie a si própria,
o argumento da função estará próximo a um valor
base.
Ex: Função fatorial
i) se n = 0, então n! = 1;
ii) se n > 0, então n! = n(n-1)!
Calcular o 4!
Seqüência de fibonacci

i) se n = 0 ou n = 1, então Fn = n;
ii) se n > 1, então Fn = Fᵑ-₂+ Fᵑ-₁
Proporção áurea

Seja SF = {1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,144…}
Algoritmos

Um algoritmo é uma lista finita de passos com


instruções bem definidas para resolver um
problema particular, quer dizer, para determinar a
saída de uma dada função ƒ com entrada X.
Seja o polinômio:
ƒ(x) = 2x³ - 7x² + 4x - 15. Determine ƒ(5).

a) método direto
Seja o polinômio:
ƒ(x) = 2x³ - 7x² + 4x - 15. Determine ƒ(5).

a) método de Horner ou divisão sintética


Divisores e MDC

Os divisores de 24 {1,2,3,4,6,8,12,24}

Temos 08 divisores – Uma quantidade


Par.

Os divisores de 36 {1,2,3,4,6,9,12,18,36}
Temos 09 divisores – Quadrado perfeito
tem quantidade Ímpar de divisores

Divisores comuns de 36 e 24
{1,2,3,4,6,12}

MDC (36,24) = 12 – Maior Divisor Comum


Divisores e MDC

Problema: Um armário tem 12 gavetas, que


estão inicialmente fechadas. 12 empregados
somente abrirão ou fecharam as gavetas uma
única vez tomando por base a ordem de
múltiplos da sua vez em que se dirige para o
armário. Quando o ultimo empregado passar
quantas gavetas estarão fechadas e quantas
estarão abertas ?

Análise: tomamos por base a gaveta de número


4, para essa passarão os seguintes empregados

Divisores de 4 {1,2,4}, ou seja, o primeiro


empregado abriu esta gaveta, o segundo fechou
e o quarto abriu. Assim, sabemos que se a
numeração da gaveta for um quadrado perfeito,
terá uma quantidade impar de empregado que
passou por ela, então no final a gaveta estará
aberta. Caso contrário, se a numeração da
gaveta não for um número perfeito, terá
passado por ela uma quantidade par de
empregado, portanto a gaveta estará fechada.
Divisores e MDC

Problema: Um armário tem 12 gavetas, que


estão inicialmente fechadas. 12 empregados
somente abrirão ou fecharam as gavetas uma
única vez tomando por base a ordem de
múltiplos da sua vez em que se dirige para o
armário. Quando o ultimo empregado passar
quantas gavetas estarão fechadas e quantas
estarão abertas ?

Solução:

Para as gavetas 1, 4 e 9 (Quadrado perfeito,


numero impares de empregados que passou)
ficaram abertas;
Para as gavetas 2,3,5,6,7,8,10,11 e 12 (Que
tiveram uma quantidade par de empregados que
passaram por ela, ficaram então fechadas.
Divisores e MDC

Problema: Um armário tem 12 gavetas, que


estão inicialmente fechadas. 12 empregados
somente abrirão ou fecharam as gavetas uma
única vez tomando por base a ordem de
múltiplos da sua vez em que se dirige para o
armário. Quando o ultimo empregado passar
quantas gavetas estarão fechadas e quantas
estarão abertas ?

Solução:

Para as gavetas 1, 4 e 9 (Quadrado perfeito,


numero impares de empregados que passou)
ficaram abertas;
Para as gavetas 2,3,5,6,7,8,10,11 e 12 (Que
tiveram uma quantidade par de empregados que
passaram por ela, ficaram então fechadas.
Máximo Divisor Comum - MDC
Seja a e b inteiros positivos com b < a, encontrar o
d = MDC(a,b). Suponha a = 258 e b = 60, temos

a) método direto
Máximo Divisor Comum - MDC
Seja a e b inteiros positivos com b < a, encontrar o
d = MDC(a,b). Suponha a = 258 e b = 60, temos

b) método do Algoritmo de Euclides (300 a.C)


Algoritmo da divisão

Sejam a e b inteiros com b # 0. Existem inteiros q e


r tais que:
a = bq + r, 0 ≤ r < |b|,
a - bq = r
Exercício: Determine q e r para os seguintes os
itens abaixo.
a) a = 4461 e b = 16;
b) a = -262 e b = 3;
c) b = 2.
Números primos
Um inteiro positivo P é dito um número primo se
tem apenas os divisores triviais, ou seja 1 e o
próprio número P. Se P não é primo, então ele é
dito composto.
Ex
a) 2 e 7 são primos ;
b) 6 e 15 são compostos, pois 6 = 3.2 e 15 = 3.5

Teorema Fundamental da Aritmética - TFA

Todo número inteiro positivo pode ser escrito como


produto de números primos. ex:
30 = 2.3.5
19 = 19
Inteiros relativamente primos

Dois números a e b são ditos relativamente primos


se o Mdc(a,b) = 1. Exemplos:
a) mdc(35,12) = 1, logo são primos relativos
b) mdc (36,12) = 12, logo não são primos relativos.
Congruência
Seja m um inteiro positivo. Dizemos que a é
congruente a b módulo m, denotado por:

a ≡ b (mod m)
Se m divide a diferença (a-b). O inteiro m é dito
modulus. A negação de a ≡ b (mod m) e descrita por
a ≢ b (mod m). Exemplos:
a) 87 ≡ 23 (mod 4), pois (87-23)/4=64/4=16
b) 27 ≢ 8 (mod 9), pois (27-8)/4=19/4=4,75
Aritmética da congruência
Suponha a ≡ c (mod m) e b ≡ d (mod m)
i) a+b ≡ c+d (mod m);
ii) a.b ≡ c.d
Exemplo: 2 ≡ 8 ( mod 6) e 5 ≡ 41 (mod 6). Então,
i) 2+5 ≡ 8+41≡ (mod 6) ou 7 ≡ 49 (mod 6)
ii) 2.5 ≡ 8.41 ≡ (mod 6) ou 10 ≡ 328 (mod 6)
Aritmética modular

A aritmética modular se refere as operações


aritméticas de adição, multiplicação e subtração em
que o valor aritmético é substituído pelo seu valor
equivalente tal que este valor é maior que a zero e
menos que o módulo, ou seja é o resto.
Exemplo: seja a aritmética módulo 12 ( aritmética
de clock)
a) 6 + 9 ≡
b) 7 . 5 ≡
c) 1 - 5 ≡
Problema
São 7 horas e já se passaram 10 horas, que
horas são:

7 + 10 ≡ r
Equações de congruência

Uma equação polinomial de congruência é uma


equação da forma

a) Seja x² + x + 1 ≡ 0 (mod 4). Se existir solução, a


mesma estará de 0 a m-1, ou seja {0,1,2,3}.
Testamos então,

b) x² + 3 ≡ 0 (mod 6), temos:


c) x² - 1 ≡ 0 (mod 8)
Equação de congruência Linear
ax ≡ b (mod m), para b = 1
ax ≡ 1 (mod m)
Se a e m são primos relativos, então tem solução
única, ou seja solução entre 0 a m-1, caso
contrario não há solução.
a) 6x ≡ 1 (mod 33)

b) 7x ≡ 1 (mod 9)
c) 81x ≡ 1 (mod 256)
Tomamos as equações até onde o resto seja 1.
Dessa forma temos:
Equação de congruência Linea
ax ≡ b (mod m), para b > 1 onde d =
mdc(m,a). Dessa forma:
i) Se d = 1, então a equação tem uma solução única,
ii) se d > 1 e d não divide b, então não há solução,
iii) se d > 1e d divide b,então há d soluções.

Exemplos:
a) 3x ≡ 2 (mod 8)
d = mdc (8,3) = 1, logo há uma solução única.
Testando de 0,1,2…7, temos que:
SU = 6 e SG = 6 + 8k, k ∈ ℤ
b) 6x ≡ 5 (mod 9)
d = mdc (9,6) = 3 e d não divide b (5/3), logo nao há
solução.
c) 4x ≡ 6 (mod 10)
d = mdc (10,4) = 2 e d divide b (6/2), logo há 2
soluções. Testando 0,1…9, temos que:
SU = {4,9}, veremos como calcular a SG.
c) 4x ≡ 6 (mod 10), vimos que

d = 2, e existem (6/2) duas soluções;


Dividimos todos os termos por d=2, temos
2x ≡ 3 (mod 5), que é equivalente, agora
d = mdc(5,2) = 1, onde há solução única.
Tomamos primeiramente;
2x ≡ 1 (mod 5), onde
SUˈ = 3, por teste de 0…4
SU = SUˈx b (mod 5) = 3 x 3 (mod 5)
SU = 9 (mod 5)
SU = 4 e SG = SU + mk, k ∈ ℤ
SG = 4 + 5k, k ∈ ℤ,observe que quando
k=1, temos SG = 4+5=9, que é a 2ª solução
única.
d) 33x ≡ 38 (mod 280)
d = mdc(280,33) = 1, logo há uma solução
única. No entanto, é impraticável encontrá-
la por teste, dessa forma fazemos:
33x ≡ 1 (mod 280) e procedemos conforme
já descrito.
d) 33x ≡ 38 (mod 280)
33x ≡ 1 (mod 280)
Simplificação da equação de congruência pelo
resto e pelo MDC

12x ≡ 321 (mod 7)

D= mdc (12, 7) = 1

Há solução

Como a e b > M, podemos simplificar a


equação pelo módulo

12 / 7 –> resto = 5

321 / 7 -> resto = 6, assim

12x ≡ 321 (mod 7) equivale a:

5x ≡ 6 (mod 7)
Sistemas algébricos
1) semigrupos; 3) anéis
2) grupos; 4) corpos

Ao estudarmos os conjuntos numéricos não estamos


pensando somente nos seus elementos mas como
esses estão relacionados por uma ou mais
operações. Assim, quando temos um conjunto e nele
definimos uma ou mais operações chamamos essa
coleção, conjunto mais operações, de estrutura
algébrica. Por exemplo, o conjunto dos números
naturais munido das operações de soma e produto
(N,+,×) é uma estrutura algébrica. Algumas
estruturas algébricas possuem nomes especiais de
acordo com as propriedades operacionais que
possem. Dentre as estruturas algébricas mais
conhecidas podemos citar os semigrupos, grupos,
anéis e corpos.
Corpos

Definição: seja K um conjunto munido de duas operações,


chamadas de soma (+) e produto (⋅).Dizemos que a estrutura
algébrica (K,+,⋅) é dita um corpo se são satisfeitas as
seguintes propriedades:
S1- Associatividade: para quaisquer x,y,z∈K tem-se
(x+y)+z=x+(y+z)
S2 - Comutatividade: para quaiquer
x,y∈K x+y=y+x
S3 - Existência de neutro: existe um elemento 0∈K tal que
para quaisquer x∈K tem-se 0+x=x=x+0
S4 - Existência de simétrico: para quaisquer x∈K existe um
elemento −x∈K tal que x+(−x)=0=−x+x
P1 - Associatividade: para quaisquer x,y,z∈K tem-se
x⋅(y⋅z)=(x⋅y)⋅z
P2 - Comutatividade: para quaisquer x,y∈K tem-se x⋅y=y⋅x
P3- Existência de neutro: existe um elemento 1∈K, com 1≠0,
tal que para quaisquer x∈K tem-se. 1⋅x=x=x⋅1
P4 - Existência de inverso: para quaisquer x∈K, com x≠0,
existe um elemento x−1∈K tal que x⋅x−1=1=x−1⋅x
D1 - Distributividade: para quaisquer x,y,z∈K tem-se
x⋅(y+z)=x⋅y+x⋅z e (x+y)⋅z=x⋅z+y⋅z
Exercícios

a) Suponha o polinômio sobre um corpo k, definido


por: ƒ(t) = t³ + t² - 8t + 4. Assumindo que ƒ(t) tem
uma raiz racional, ache todas as raízes de ƒ(t).
Exercícios

a) Suponha o polinômio sobre um corpo k, definido


por: ƒ(t) = t⁴ - 2t³ + 11t - 10. Assumindo que ƒ(t)
tem duas raízes inteiras, ache todas as raízes de
ƒ(t).
Álgebra de Boole
Uma álgebra booleana é um reticulado definido
como uma sextupla ordenada A={B, . ,+,¬,0,1} na
qual:
(1) B é um conjunto não vazio;
(2) .,+ são operações binárias sobre B;
(3) ¬ é uma operação unária sobre B.
(4) 0 e 1 pertencem a B
Seja B={0,1, a, ¬a} e sejam ∨(+) e ∧(.)
as operações binárias. Então:

x . x = x (idempotência) X . ¬X = 0 (complementaridade)
X . 0 = 0 (ínfimo) X . 1 = X (ínfimo/elem. neutro)
¬ X . 1 = ¬X (ínfimo)
x + x = x (idempotência) X + ¬X = 1 (complementaridade)
X + 0 = x (supremo/ elem. neutro)

X + 1 = 1 (supremo). ¬ X + 1 = 1 (supremo)
Álgebra booleana

Álgebra de Boole,foi um trabalho de um matemático


inglês que, em um livro de 1854, propôs dar
expressão às leis fundamentais do raciocínio na
linguagem simbólica do cálculo. Trata-se, portanto,
de uma formalização matemática da lógica em sua
forma mais simples. conhecida.
Essa lógica permite tratar da interpretação (isto é,
atribuição de valor verdadeiro ou falso) de
proposições isoladas, ou da combinação de
proposições por meio de operações lógicas simples
(E, OU, etc.)

Princípio da dualidade

Todo resultado dedutível dos axiomas de uma


álgebra de Boole permanece válido se nele
trocarmos + por . e 0 por 1, e vice-versa.

Exemplos: xˈ + y = 0 ⇔xˈ . y = 1

x.yˈ+ xˈ.y.z+y.zˈ ⇔(x+yˈ).(xˈ+y+z).(y+zˈ)


Exercícios
1) dado a expressão boleando abaixo, represente
mediante circuitos de interruptores:
Forma Normal

Diz-se que uma proposição está na forma normal


(FN) se e somente se, quando muito, contém os
conectivos ~, v,^.

Exemplos:
~P ^ ~Q
~(~P v ~Q)
(P ^ Q) v (~Q v R)

Forma Normal Conjuntiva - FNC

Diz-se que uma proposição está na FNC se e


somente se são verificadas as seguintes condições:

•Está na FN;
•Não existe dupla negação;
•A disjunção não tem alcance sobre a conjunção
(não há componentes do tipo P v (Q ^ R) ).
Exemplos:
~P ^ ~Q
~P ^ Q ^ R
(~P v Q) ^ (~Q v ~R)
Acrescentamos que uma função booleana está na
FNC, quando em todos os fatores aparecem todas
as variáveis envolvidas ou seus complementos.

Ex1:
Forma Normal Disjuntiva - FND

Diz-se que uma proposição está na FND se e


somente se são verificadas as seguintes condições:

•Está na FN;
•Não existe dupla negação;
•A conjunção não tem alcance sobre a disjunção
(não há componentes do tipo P ^ (Q v R)).
Exemplos:
~P v Q
P v (~Q ^ R)
(~P ^ Q) v (P ^ Q ^ R)

Exercício 2:
Transformações

Utilizando o princípio da dualidade temos:

a) da FND ⇒ FNC

b) da FNC ⇒ FND

Você também pode gostar