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TEMA: Lógica e Teoria de Conjuntos.

Teória de Conjuntos
Um conjunto é qualquer colecção C de objectos determinados que são distintos da nossa
percepção ou pensamento (que são chamados de elementos de C), reunidos em um todo.
Segundo Frege, Conjunto coincide com a extensão de um predicado ( a coleção de
objectos que o predicado faz). Essa ideia simples e intuitiva acaba sendo ingênua porque
produz enormes contradições. Para mostrar isso, é necessário começar formalizando
essa teoria intuitiva que, além dos símbolos para os conjuntos e seus elementos (x C,
etc.), terá os símbolos de pertenciamento (Ꞓ) e igualdade (=) ( dos objectos da
linguagem formal). Que x é um elemento do conjunto C é expresso como “x pertence a
C” ou x Ꞓ C. Que x não é elemento de C é expresso como “x não pertence a C” (x / Ꞓ
C). SANCHEZ E ARJONA ( 2002; p.4).

Conjunto Universo
É aquele Conjunto que pertence todos elementos utilizados num determinado assunto.
Assume-se assim que existe um Conjunto U que pertencem todos elementos utilizados
no tal assunto. O Conjunto U recebe o nome de Conjunto Universo.
Se procuramos as soluções reais de uma equação, nosso Conjunto Universo é IR
( Conjunto de Números Reais); se estamos resolvendo um problema cuja solução vai ser
um número inteiro, nosso Conjunto Universo é Z (Conjunto dos números inteiros); se
estamos resolvendo um problema de geometria plana, nosso Conjunto Universo é um
certo plano alfa.
Quase sempre a resposta para algumas questões depende do Universo U em que
estamos trabalhando. Consideremos a questão: “ Qual é o conjunto dos pontos P que
ficam a igual distância de dois pontos dados A e B, sendo A≠B?”.
a) Se U é a recta AB, o conjunto procurado é formado só por P;
b) Se U é um plano contendo A e B, Conjunto procurado é a recta mediatriz do
seguinte AB;
c) Se U é o espaço, o conjunto procurado é o plano mediador do seguinte AB
( plano perpendicular a AB no seu ponto médio).
Portanto, quando vamos descrever um Conjunto A através de uma propriedade P, é
essencial fixarmos o Conjunto Universo U em que estamos trabalhando, escrevendo A=
{x E U| x tem a propriedade P}. IEZZI e MURAKAMI ( p. 22).
Conjunto Vazio
É quando não possui nenhum elemento. O símbolo usado para o conjunto Vazio é Ø.
Obtemos um Conjunto Vazio quando descrevemos um Conjunto por meio de uma
propriedade P logicamente falsa.IEZZI e MURAKAMI (p. 21)
Ex: {x| x≠x} = Ø
{x| x é ímpar e múltiplo de 2}=Ø
{x| x >0 e x< 0}= Ø
Conjunto Unitário
É o conjunto que possui um único elemento.
Exemplos:
Conjunto de divisores de 1 , inteiros e positivos: {1}.
Conjunto das Soluções da equação 3x + 1= 10: {3}.
Conjunto dos Centros de Recursos da Província de Nampula do Instituto de Educação a
Distância da UCM: {CR-Nampula}.

Conjuntos Finitos e Infinitos


Todos conjuntos podem ser divididos em duas partes , finitos ou infinitos.
Conjunto Finitos São aqueles que representam uma quantidade Limitada de elementos.
A cardinalidade ou número de elementos de um conjunto finito é igual a um número
natural. Por Exemplo o conjunto de números compreendidos entre 1 e 10 será
representado da seguinte forma: {x /1<x<10} ou { 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}. Logicamente,
em todo Conjunto Finito os elementos que o formam estão totalmente definidos.
Conjunto Infinito é aquele que apresenta uma quantidade infinita de elementos
(ilimitada) de elementos. Exemplos: o conjunto dos números reais é considerado um
conjunto infinito, pois não possui fim. O conjunto dos números inteiros também é
considerado infinito. (https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/)

Igualdade de Conjuntos
Os elementos de dois Conjuntos são idênticos.
Exemplos: Seja A e B: A={ 1, 2, 3, 4, 5, 6} e B={ 6, 2, 1, 5, 4, 3}, Logo, A=B(A é igual
a B).
Ao compararmos A e B e eles não são iguais dizemos que são conjuntos diferentes
representados assim A≠B.

Operações com Conjuntos

Slaman, Theodore A. e W. Hugh Woodin (2006) referem que um operação de conjuntos


é um acto que pode ser realizado entre dois ou mais conjuntos para se ter um novo
conjunto. Eis as principais operações de conjuntos são a união, a interseção, a diferença
e o complemento.
- União: A união de dois conjuntos A e B (denotada por A ∪ B) é o conjunto que
contém todos os elementos que pertencem a pelo menos um dos conjuntos A ou B”.
Exemplo:
a) Considere os conjuntos A = {a, e, i, o, u} e B = { b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s,
t, v, w, x, y, z}:
A U B = {a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z}"

- Interseção: A interseção de dois conjuntos A e B (denotada por A ∩ B) é o conjunto


que contém todos os elementos que pertencem tanto a A quanto a B.
Exemplo
a) Considere os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, B = {0, 2, 4, 6, 8, 10} e C = {0, –1, –2,
–3}
A ∩ B = {2, 4, 6}
A∩C={}
B ∩ C = {0}
- Diferença: A diferença entre dois conjuntos A e B (denotada por A - B) é o conjunto
que contém todos os elementos que pertencem a A, mas não pertencem a B.
Exemplo
Considere os conjuntos A = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}, B = {0, 1, 2, 3, 4, 6, 7} e C = { }.
Vamos determinar as seguintes diferenças.
A – B = {5}
A – C = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}
C–A={}
- Complemento: O complemento de um conjunto A em relação a um conjunto universo
U (denotado por A') é o conjunto que contém todos os elementos que pertencem a U,
mas não pertencem a A

A diferença simétrica

“A diferença entre dois conjuntos A e B, denotada por A Δ B, é o conjunto que contém


todos os elementos que pertencem a A ou a B, mas não pertencem à interseção de A e
B”.
Em outras palavras, a diferença simétrica entre A e B inclui todos os elementos que
estão em A ou em B, mas não em ambos ao mesmo tempo. Matematicamente, isso pode
ser expresso da seguinte forma:
A Δ B = (A - B) ∪ (B - A)
Por exemplo, considerando os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4, 5, 6}, a diferença
simétrica entre A e B seria:
A Δ B = ({1, 2} ∪ {5, 6}) = {1, 2, 5, 6}
A diferença simétrica é uma operação útil em teoria dos conjuntos, álgebra booleana e
muitas outras áreas da matemática e da ciência da computação. Ela nos permite explorar
a relação entre dois conjuntos de uma maneira mais abrangente, levando em
consideração a exclusividade dos elementos em cada conjunto. Slaman, Theodore A. e
W. Hugh Woodin. (2006).
Propriedades das operações sobre conjuntos;

a) União: A união de dois conjuntos é o conjunto contendo todos os elementos dos


conjuntos originais, sem repetições.
Exemplo:
Dado os conjuntos A = {1, 3, 6, 9, 12, 15} e B = {1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 }, como será a
união entre eles, ou seja, A∪B?
Solução: A ∪ B= {1, 2, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 12, 15}.
b) Interseção: A interseção de dois conjuntos é o conjunto que contém apenas os
elementos comuns aos conjuntos originais.
Exemplo:
Dado os conjuntos A = {1, 3, 6, 9, 12, 15} e B = {1, 2, 4, 6, 8, 10, 12}, como será a
intersecção entre eles, ou seja, A∩B?
Solução: A∩B={1,6,12}

Conjunto das partes de um conjunto


O conjunto das partes de um conjunto, também conhecido como conjunto das partes ou
conjunto potência, é o conjunto que contém todos os subconjuntos possíveis de um dado
conjunto. Por exemplo, se tivermos o conjunto {a, b, c}, então o conjunto das partes
desse conjunto seria:
{{}, {a}, {b}, {c}, {a, b}, {a, c}, {b, c}, {a, b, c}}
Este conjunto das partes contém 2^n elementos, onde n representa o número de
elementos no conjunto original.

Silogismos e diagrama de Venn Euler


Refere, Menezes, Paulo Blauth,(2008) que Os silogismos são argumentos lógicos que
consistem em duas premissas e uma conclusão, baseados em relações de inclusão entre
conjuntos. Os diagramas de Venn são representações visuais dos conjuntos e de suas
relações, muitas vezes utilizados para ilustrar os silogismos de forma mais clara.
Os diagramas de Venn são compostos por círculos ou formas geométricas que
representam os conjuntos em questão. A sobreposição ou interseção entre esses
conjuntos nos diagramas indica a relação de inclusão ou exclusão entre eles.
Os silogismos são expressos em termos de proposições simples e compostas, como
"Todo A é B" e "Alguns B são C". Por meio da representação dessas proposições em
diagramas de Venn, é possível visualizar de forma mais concreta e intuitiva as relações
entre os conjuntos envolvidos no argumento lógico.

Aplicação da teoria de conjuntos

A teoria de conjuntos é uma parte fundamental da matemática que estuda as


propriedades e relações entre conjuntos de objetos.
- Teoria dos conjuntos na lógica matemática: A teoria de conjuntos é usada para
formalizar os conceitos de pertinência, união, interseção, diferença e complemento de
conjuntos. Ela é essencial para a construção de sistemas formais de lógica matemática.
- Análise de conjuntos de dados: Em estatística e análise de dados, a teoria de conjuntos
é usada para agrupar e classificar dados em conjuntos diferentes. Isso permite a
aplicação de técnicas estatísticas para analisar e interpretar os dados. Menezes Paulo
Blauth (2008)

Os elementos da teoria da dedução,

Menezes, Paulo Blauth (2008) os elementos da teoria de dedução também conhecida


como lógica dedutiva, são as regras, axiomas e princípios que regem a inferência lógica
e a validade dos argumentos dentro de um sistema formal. Alguns dos principais
elementos da teoria da dedução incluem:
Axiomas: São proposições inicialmente aceitas como verdadeiras, sem necessidade de
prova. Os axiomas servem como base para a dedução de outras proposições e
argumentos dentro do sistema formal.
Regras de inferência: São diretrizes que especificam como é possível derivar novas
proposições a partir de proposições já conhecidas. As regras de inferência incluem, por
exemplo, o modus ponens, o silogismo hipotético, a introdução de condicional, a
introdução de conjunção, entre outros.
Demonstração: É o processo lógico de mostrar que uma proposição é verdadeira
utilizando as regras de inferência e os axiomas do sistema formal. Uma demonstração
consiste em uma sequência de passos lógicos que conduzem do conhecimento inicial às
conclusões desejadas.
Prova por contradição: É uma técnica de demonstração em que se assume a negação da
proposição a ser provada e se chega a uma contradição lógica. Isso implica que a
proposição original é verdadeira.

Lógica Proposicional
É um ramo da lógica que estuda o valor de verdade de proposições simples e compostas.
Ela usa o símbolos de tabelas de verdade para representar e analisar proposições e
argumentos. Tem aplicações em diversos campos, como fluxo de trabalho, portas
lógicas, ciência de computação, jogos e sistemas eléctricos.

Tautologia e Contradição
Tautologia é quando uma dada proposição v tem o valor lógico V( Verdadeira )
independentemente dos valores lógicos de p, q, etc. Quer: Seja v uma proposição
formada a partir de outras (p, q, r, ... etc.) mediante o emprego de conectivos ( ˅ ou ˄ )
ou de modificador ( ¬ ) ou de condicionais ( → ou ↔ ). IEZZI ( 2013).
Sendo assim a tabela – verdade de uma Tautologia v apresenta só V na coluna v.
Contradição é quando uma proposição composta é falsa para todos os valores de
verdade das variáveis proposicionais.
Seja f uma proposição formada a partir de outras ( p, q, e, ... etc.) mediante o emprego
de conectivos (˅ ou ˄ ) ou modificar ( ¬) ou de condicionais ( → ou ↔). Dizemos que f
é uma contradição quando f tem o valor lógico F ( falsa) independentemente dos
valores lógicos de p, q, r, etc. IEZZI ( 2013).
Assim, a tabela – verdade de uma contradição apresenta F na coluna de f.

Lógica com Quantificador


Quantificador Universal, é usado para transformar sentenças abertas em proposições, é
indicado pelo símbolo Ɐ , que se lê: “qualquer que seja”, “ para todo”, “para cada”.
Exemplos:
A) (Ɐx ) ( x + 1 =7), que se lê: “ qualquer que seja o número x , temos x + 1= 7
(Falsa )
B) ( Ɐa) ((a + 1)² = a² +2a +1 ), que se lê: “ qualquer que seja o número a , temos
(a+ 1)² = a²+2a+ 1”. ( Verdadeira )
Quantificador Existêncial é indicado pelo ⱻ, que se lê: “ existe “ , “existe pelo menos
um”, “existe um”.
Exemplos:
A) (ⱻ x) ( x+ 1=7), que se lê: “ existe um só número x tal que x +1=7”.
( Verdadeira)
B) ( ⱻx) ( x³ = 2x² ), que se lê: “ existe um só número x tal que x³ = 2x² “. ( Falsa).

Referência Bibliográfica

https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/
IEZZI, Gelson, (2013). Fundamentos de matemática elementar. Conjuntos e Funções.
V. 1.
SLAMAN, Theodore A. e W. Hugh Woodin. Mathematical Logic: The Berkeley
Undergraduate Course. Spring 2006.
MENEZES, Paulo Blauth (2008). Matemática Discreta para Computação e Informática
2ª ed. Porto Alegre: Bookman.

Estudante, Código nº: 708240007.

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