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COACHING PARA CONCURSOS – ESTRATÉGIAS PARA SER APROVADO

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Sumário

Aritmética e Conjuntos ................................................................................................ 3


Operações Com Conjuntos ....................................................................................... 18
Lógica Matemática .................................................................................................... 24
Lógica Proposicional ................................................................................................. 38
Proposições Simples e Compostas ........................................................................... 50
Cálculo de Predicados .............................................................................................. 60
Tautologia e Contradição .......................................................................................... 68
Equivalência e Implicação Lógica ............................................................................. 72
Sentença Aberta........................................................................................................ 83

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Aritmética e Conjuntos

Para desenvolver a matemática hoje estudada, inúmeras mudanças na organização de todos os con-
ceitos matemáticos foram necessárias. A concepção dos conjuntos numéricos recebeu maior rigor em
sua construção com Georg Cantor, que pesquisou a respeito do número infinito. Cantor iniciou diver-
sos estudos sobre os conjuntos numéricos, constituindo, assim, a teoria dos conjuntos.

A construção de todos os conjuntos numéricos que hoje possuímos parte de números inteiros usados
apenas para contar até os números complexos que possuem vasta aplicabilidade nas engenharias,
nas produções químicas, entre outras áreas.

Definir conjunto é algo tão primitivo que se torna uma tarefa difícil. Entretanto, compreendemos con-
junto como uma coleção de objetos, números, enfim, elementos com características semelhantes.

Sendo assim, os conjuntos numéricos são compreendidos como os conjuntos dos números que pos-
suem características semelhantes. Nesta seção, a concepção desses conjuntos será abordada, vi-
sando à compreensão dos elementos que constituem cada um dos conjuntos numéricos.

Temos então os seguintes conjuntos numéricos:

Conjunto dos números Naturais ( );

Conjunto dos números Inteiros ( );

Conjunto dos números Racionais ( );

Conjunto dos números Irracionais ( );

Conjunto dos números Reais ( );

Conjunto dos números Complexos ( );

Este último conjunto numérico possui uma seção especial para ele (Números Complexos).

Em lógica matemática, um conjunto aritmético é um conjunto de números naturais que pode ser defi-
nido por uma fórmula de primeira ordem da aritmética de Peano. Os conjuntos aritméticos são classi-
ficados pela hierarquia aritmética.

A definição pode ser estendida para um conjunto contável A arbitrário (i.e. um conjunto de n-
uplas de inteiros, um conjunto de números racionais, um conjunto de fórmulas em alguma linguagem
formal, etc.) utilizando números de Gödel para representar elementos do conjunto e declarando um
subconjunto de A como sendo aritmético se o conjunto dos correspondentes números de Gödel forem
aritméticos.

Um número real é chamado de aritmético se o conjunto de todos os menores números racionais é


aritmético. Um número complexo é chamado aritmético se suas partes real e imaginária são ambas
aritméticas.

Definição Formal

Um conjunto X de números naturais é aritmético ou aritmeticamente definível se há uma fórmula φ(n)


na linguagem da aritmética de Peano tal que cada número n está em X se e somente se φ(n) está
contido no modelo padrão da aritmética.

Uma função finita sobre os números naturais é chamada de aritmética se o seu gráfico é uma relação
binária aritmética.

Um conjunto A é dito ser aritmético em um conjunto B se A é definível por uma fórmula aritmética que
tem B como um parâmetro de conjunto.

Exemplos

O conjunto de todos os números primos é aritmético.

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Todo conjunto recursivamente enumerável é aritmético.

Toda função computável é aritmeticamente definível.

O conjunto que codifica o Problema da Parada é aritmético.

A Constante de Chaitin é um número real aritmético.

O Teorema da indefinibilidade de Tarski demonstra que o conjunto de fórmulas aritméticas verdadei-


ras de primeira ordem não é aritmeticamente definível.

PropriedadesO complemento de um conjunto aritmético é um conjunto aritmético.

O Salto de Turing de um conjunto aritmético é um conjunto aritmético.

A coleção de conjuntos aritméticos é contável, mas não há uma sequência aritmeticamente definível
que enumera todos os conjuntos aritméticos.

O conjunto de números reais aritméticos é contável, densamente ordenável e isomorficamente orde-


nável para o conjunto dos números racionais.

Conjuntos Implicitamente Aritméticos

Cada conjunto aritmético tem uma fórmula aritmética que diz se determinados números estão no con-
junto. Uma noção alternativa de definibilidade permite a uma fórmula que não informa se determina-
dos números estão no conjunto, dizer se o conjunto em si satisfaz alguma propriedade aritmética.

Conjunto pode ser definido como uma coleção de elementos, reunião das partes que formam um
todo, aglomeração, grupo, série. Como exemplo de conjunto podemos destacar as seguintes situa-
ções: o conjunto de estados do Brasil, o conjunto de alunos de uma escola, o conjunto das equipes
do campeonato brasileiro, o conjunto dos números naturais, dos números inteiros, racionais, irracio-
nais, reais, primos entre outras situações que envolva a reunião de elementos.
Existem algumas operações que podem ser realizadas entre conjuntos, são elas: intersecção, união e
diferença. Considerando os conjuntos A e B contidos num conjunto universo U, as operações entre
eles podem ser representadas da seguinte maneira:

Intersecção

A intersecção de A com B é o conjunto formado pelos elementos comuns a A e B.


Notação A ∩ B.

A ∩ B = {x / x Є A e x Є B}

União

A união de A com B é o conjunto formado por todos os elementos pertencentes a A ou a B.

Notação A U B.

A U B = {x / x Є A ou x Є B}

Diferença

A diferença entre A e B é o conjunto formado pelos elementos que pertencem a A e não pertencem a
B.

Notação A – B.

A – B = {x / x Є A e x não pertence a B}

Exemplo 1

Sendo A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 4, 6}

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A ∩ B = {2, 4}
A U B = {1, 2, 3, 4, 6}
A – B = {1, 3}
B – A = {6}

Exemplo 2

Sendo A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} e B = {10, 11, 12, 13, 14, 15}

A ∩ B = Ø (conjunto vazio)
A U B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15}
A – B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}
B – A = {10, 11, 12, 13, 14, 15}

O agrupamento de termos com características semelhantes é uma definição para a palavra conjunto.
Os conjuntos recebem nomes de acordo com a quantidade de elementos que podem vir a ser agru-
pados.

Conjunto Finito

Esse tipo de conjunto representa uma quantidade limitada de elementos. Por exemplo, o conjunto dos
números compreendidos entre 1 e 10 será representado da seguinte maneira: {x / 1 < x < 10} ou {2, 3,
4, 5, 6, 7, 8, 9}

Conjunto infinito

Apresenta uma quantidade infinita (ilimitada de termos). Por exemplo:

O conjunto dos reais é considerado um conjunto infinito, pois não possui fim.
O conjunto dos números inteiros também é considerado infinito.

Conjunto unitário

Esse conjunto é caracterizado por possuir apenas um único elemento. Por exemplo:

O conjunto dos números naturais compreendidos entre 0 e 2. Nesse caso existe somente um ele-
mento, o 1. Representamos por {1}.

O conjunto dos números inteiros compreendidos entre –3 e –1. Entre os números –3 e –1 existe ape-
nas o número inteiro –2. Portanto, a representação deste conjunto unitário é {–2}.

Conjunto Vazio

O conjunto vazio não possui nenhum elemento, a sua representação pode ser feita utilizando duas
simbologias: { } ou Ø. Por exemplo:

? O conjunto dos números naturais antecessores ao 0 (zero) é considerado vazio, pois nos números
naturais não existe antecessor de zero.

? O conjunto dos números fracionários existentes no conjunto dos números inteiros é considerado um
conjunto vazio, pois não existem frações dentre os números inteiros.

Conjunto Universo

É o conjunto representativo de todos os elementos da conjuntura na qual estamos trabalhando, e


também de todos os conjuntos relacionados. Na representação do conjunto universo utilizamos a le-
tra maiúscula U.

Conjunto dos Números Naturais

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Em algum momento da sua vida você passou a se interessar por contagens e quantidades. Talvez a
primeira ocorrência desta necessidade, tenha sido quando lá pelos seus dois ou três anos de idade
algum coleguinha foi lhe visitar e começou a mexer em seus brinquedos. Provavelmente, neste mo-
mento mesmo sem saber, você começou a se utilizar dos números naturais, afinal de contas era ne-
cessário garantir que nenhum dos seus brinquedos mudasse de proprietário e mesmo desconhe-
cendo a existência dos números, você já sentia a necessidade de um sistema de numeração.

Em uma situação como esta você precisa do mais básico dos conjuntos numéricos, que é o conjunto
dos números naturais. Com a utilização deste conjunto você pode enumerar brinquedos ou simples-
mente registrar a sua quantidade, por exemplo.

Este conjunto é representado pela letra N ( ). Abaixo temos uma representação do conjunto dos
números naturais:

As chaves são utilizadas na representação para dar ideia de conjunto. Os pontos de reticência dão a
ideia de infinidade, já que os conjuntos numéricos são infinitos.

Este conjunto numérico inicia-se em zero e é infinito, no entanto podemos ter a representação de
apenas um subconjunto dele. A seguir temos um subconjunto do conjunto dos números naturais for-
mado pelos quatro primeiro múltiplos de sete:

Para representarmos o conjunto dos números naturais, ou qualquer um dos outros quatro conjuntos
fundamentais, utilizamos o caractere asterisco após a letra, como em . Temos então que:

Conjunto Dos Números Inteiros

Mais adiante na sua vida em uma noite muito fria você tomou conhecimento da existência de núme-
ros negativos, ao lhe falarem que naquele dia a temperatura estava em dois graus abaixo de zero.
Curioso você quis saber o que significava isto, então alguém notando o seu interesse, resolveu lhe
explicar:

Hoje no final da tarde já estava bastante frio, a temperatura girava em torno dos 3° C, aí ela desceu
para 2° C, continuou esfriando e ela abaixou para 1° C e uma hora atrás chegou a 0° C. Se a tempe-
ratura continuava a abaixar e já havia atingido o menor dos números naturais, como então represen-
tar uma temperatura ainda mais baixa?

Com exceção do zero, cada um dos números naturais possui um simétrico ou oposto. O oposto do 1
é o -1, do 2 o -2 e assim por diante. O Sinal "-" indica que se trata de um número negativo, portanto
menor que zero. Os números naturais a partir do 1 são por natureza positivos e o zero é nulo.

O zero e os demais números naturais, juntamente com os seus opostos formam um outro conjunto, o
conjunto dos números inteiros e é representando pela letra Z ( ).

A seguir temos uma representação do conjunto dos números inteiros:

Note que diferentemente dos números naturais, que embora infinitos possuem um número inicial, o
zero, os números inteiros assim como os demais conjuntos numéricos fundamentais não têm, por as-
sim dizer, um ponto de início. Neste conjunto o zero é um elemento central, pois para cada número à
sua direita, há um respectivo oposto à sua esquerda.

Utilizamos o símbolo para indicar que um conjunto está contido em outro, ou que é um subcon-
junto seu, como o conjunto dos números naturais é um subconjunto do conjunto dos números inteiros,
temos que .

Podemos também dizer que o conjunto dos números inteiros contém ( ) o conjunto dos números
naturais ( ).

Como supracitado podemos escrever para representarmos o conjunto dos números inteiros, mas
sem considerarmos o zero:

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Com exceção do conjunto dos números naturais, com os demais conjuntos numéricos fundamentais
podemos utilizar os caracteres "+" e "-" como abaixo:

Note também que e que .

Conjunto Dos Números Racionais

Esperto por natureza você percebeu que havia mais alguma coisa além disto. No termômetro você
viu que entre um número e outro existiam várias marcações. Qual a razão disto?

Foi-lhe explicado então que a temperatura não muda abruptamente de 20° C para 21° C ou de -3° C
para -4° C, ao invés disto, neste termômetro as marcações são de décimos em décimos. Para passar
de 20° C para 21° C, por exemplo, primeiro a temperatura sobe para 20,1° C, depois para 20,2° C e
continua assim passando por 20,9° C e finalmente chegando em 21° C. Estes são números perten-
centes ao conjunto dos números racionais.

Números racionais são todos aqueles que podem ser expressos na forma de fração. O numerador e o
denominador desta fração devem pertencer ao conjunto dos números inteiros e obviamente o deno-
minador não poderá ser igual a zero, pois não há divisão por zero.

O número 20,1 por exemplo, pode ser expresso como , assim como 0,375 pode ser expresso
como e 0,2 por ser representado por .

Note que se dividirmos quatro por nove, iremos obter 0,44444... que é um número com infinitas casas
decimais, todas elas iguais a quatro. Trata-se de uma dízima periódica simples que também pode ser
representada como , mas que apesar disto também é um número racional, pois pode ser ex-
presso como .

O conjunto dos número racionais é representado pela letra Q ( ).

O conjunto dos números inteiros é um subconjunto do conjunto dos números racionais, temos então
que .

Facilmente podemos intuir que representa o conjunto dos números racionais negativos e
que representa o conjunto dos números racionais positivos ou nulo.

Abaixo temos um conjunto com quatro elementos que é subconjunto do conjunto dos números racio-
nais:

A realização de qualquer uma das quatro operações aritméticas entre dois números racionais quais-
quer terá como resultado também um número racional, obviamente no caso da divisão, o divisor deve
ser diferente de zero. Sejam a e b números racionais, temos:

Conjunto Dos Números Irracionais

Então mais curioso ainda você perguntou: "Se os números racionais são todos aqueles que podem
ser expressos na forma de fração, então existem aqueles que não podem ser expressos desta
forma?"

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Exatamente, estes números pertencem ao conjunto dos números irracionais. Provavelmente os mais
conhecidos deles sejam o número PI ( ), o número de Euler ( ) e a raiz quadrada de dois ( ).
Se você se dispuser a calcular tal raiz, passará o restante da sua existência e jamais conseguirá fazê-
lo, isto porque tal número possui infinitas casas decimais e diferentemente das dízimas, elas não são
periódicas, não podendo ser expressas na forma de uma fração. Esta é uma característica dos núme-
ros irracionais.

A raiz quadrada dos números naturais é uma ótima fonte de números irracionais, de fato a raiz qua-
drada de qualquer número natural que não seja um quadrado perfeito é um número irracional. é
um número irracional, pois 120 não é um quadrado perfeito, ou seja, não há um número natural que
multiplicado por ele mesmo resulte em cento e vinte, já é um número natural, pois .

A letra I ( ) representa o conjunto dos número irracionais.

Utilizando o caractere especial "*", por exemplo, podemos representar o conjunto dos números irraci-
onais desconsiderando-se o zero por .

O conjunto abaixo é um subconjunto do conjunto dos números irracionais:

Diferentemente do que acontece com os números racionais, a realização de qualquer uma das quatro
operações aritméticas entre dois números irracionais quaisquer não terá obrigatoriamente como re-
sultado também um número irracional. O resultado poderá tanto pertencer a , quanto pertencer a

Conjunto Dos Números Reais

Acima vimos que um número natural também é um número inteiro ( ), assim como um nú-
mero inteiro também é um número racional ( ), portanto .

Vimos também que os números racionais não estão contidos no conjunto dos números irracionais e
vice-versa. A intersecção destes conjuntos resulta no conjunto vazio:

A intersecção é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto de todos os elementos que
pertencem simultaneamente a todos os conjuntos envolvidos. Sejam dois conjun-
tos e , a intersecção entre estes dois conjuntos
será .

O conjunto dos números reais é representado pela letra R ( ) e é formado pela união do conjunto
dos números racionais com o conjunto dos irracionais, que simbólicamente representamos
por: .

A união é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto de todos os elementos que perten-
cem ao menos a um dos conjuntos envolvidos. Sejam dois conjun-
tos e , a união entre estes dois conjuntos
será .

O conjunto dos números racionais está contido no conjunto dos números reais ( ), assim
como o conjunto dos números irracionais também é subconjunto do conjunto dos números reais
( ).

Através dos caracteres especiais "+" e "*", por exemplo, podemos representar o conjunto dos núme-
ros reais positivos por .

Abaixo temos um exemplo de conjunto contendo número reais:

Conjuntos Numéricos Fundamentais Em Diagrama

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Abaixo temos a representação dos conjuntos numéricos fundamentais em um diagrama.

Através deste diagrama podemos facilmente observar que o conjunto dos números reais ( ) é resul-
tado da união do conjunto dos números racionais como o conjunto dos números irracionais
( ). Observamos também que o conjunto dos números inteiros está contido no con-
junto dos números racionais ( ) e que os números naturais são um subconjunto do números
inteiros ( ).

Como podemos ver, os diagramas nos ajudam a trabalhar mais facilmente com conjuntos. Ainda
neste diagrama rapidamente identificamos que os números naturais são também números reais
( ), mas não são números irracionais ( ), isto porque o conjunto dos números irraci-
onais não contém o conjunto dos números naturais ( ), mas sim o conjunto números dos raci-
onais que os contém ( ), assim como o conjuntos dos números reais ( ) e dos in-
teiros ( ).

A análise combinatória ou combinatória é a parte da Matemática que estuda métodos e técnicas que
permitem resolver problemas relacionados com contagem.

Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz análise das possibilidades e das combina-
ções possíveis entre um conjunto de elementos.

Princípio Fundamental Da Contagem

O princípio fundamental da contagem, também chamado de princípio multiplicativo, postula que:

“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e independentes, de tal modo que as possi-
bilidades da primeira etapa é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total de
possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y)”.

Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica-se o número de opções entre as esco-


lhas que lhe são apresentadas.

Exemplo

Uma lanchonete vende uma promoção de lanche a um preço único. No lanche, estão incluídos um
sanduíche, uma bebida e uma sobremesa. São oferecidos três opções de sanduíches: hambúrguer
especial, sanduíche vegetariano e cachorro-quente completo.

Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, exis-
tem quatro opções: cupcake de cereja, cupcake de chocolate, cupcake de morango e cupcake de
baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de quantas maneiras um cliente pode escolher o
seu lanche?

Solução

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Podemos começar a resolução do problema apresentado, construindo uma árvore de possibilidades,


conforme ilustrado abaixo:

Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar quantos tipos diferentes de lanches pode-
mos escolher. Assim, identificamos que existem 24 combinações possíveis.

Podemos ainda resolver o problema usando o princípio multiplicativo. Para saber quais as diferentes
possibilidades de lanches, basta multiplicar o número de opções de sanduíches, bebidas e sobre-
mesa.

Total de possibilidades: 3.2.4 = 24

Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher na promoção.

Tipos De Combinatória

O princípio fundamental da contagem pode ser usado em grande parte dos problemas relacionados
com contagem. Entretanto, em algumas situações seu uso torna a resolução muito trabalhosa.

Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver problemas com determinadas características.
Basicamente há três tipos de agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.

Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo, precisamos definir uma ferramenta
muito utilizada em problemas de contagem, que é o fatorial.

O fatorial de um número natural é definido como o produto deste número por todos os seus anteces-
sores. Utilizamos o símbolo ! para indicar o fatorial de um número.

Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.

Exemplo

O! = 1
1! = 1
3! = 3.2.1 = 6
7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5 040
10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3 628 800

Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme cresce o número. Então, frequentemente
usamos simplificações para efetuar os cálculos de análise combinatória.

Arranjos

Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos mesmos.

Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo

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Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e um vice-
representante de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o representante e o se-
gundo mais votado o vice-representante.

Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a
ordem é importante, visto que altera o resultado final.

Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.

Permutações

As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do agrupamento é


igual ao número de elementos disponíveis.

Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é igual ao nú-
mero de agrupamentos. Desta maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 na permuta-
ção.

Assim a permutação é expressa pela fórmula:

Exemplo

Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em um
banco com 6 lugares.

Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é igual ao número de pes-
soas, iremos usar a permutação:

Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas sentarem neste banco.

Combinações

As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são
caracterizadas pela natureza dos mesmos.

Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a se-
guinte expressão:

Exemplo

A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma comissão organi-
zadora de um evento, dentre as 10 pessoas que se candidataram.

De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?

Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é relevante. Isso
quer dizer que escolher Maria, João e José é equivalente à escolher João, José e Maria.

Observe que para simplificar os cálculos, transformamos o fatorial de 10 em produto, mas conserva-
mos o fatorial de 7, pois, desta forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do denominador.

Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.

Probabilidade E Análise Combinatória

A Probabilidade permite analisar ou calcular as chances de obter determinado resultado diante de um


experimento aleatório. São exemplos as chances de um número sair em um lançamento de dados ou
a possibilidade de ganhar na loteria.

A partir disso, a probabilidade é determinada pela razão entre o número de eventos possíveis e nú-
mero de eventos favoráveis, sendo apresentada pela seguinte expressão:

Sendo:

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P (A): probabilidade de ocorrer um evento A


n (A): número de resultados favoráveis
n (Ω): número total de resultados possíveis

Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis, muitas vezes necessitamos recorrer as fór-
mulas estudadas em análise combinatória.

Proporcionalidade

Algumas proporções (relação entre grandezas) merecem atenção especial na hora de sua resolução.
Não basta aplicar a regra de três simples, já que se trata de proporções de grandezas inversamente
proporcionais: enquanto uma grandeza cresce a outra diminui.

Se 5 operários levantam um muro em 10 dias, quantos operários serão necessários para levantar o
mesmo muro em 2 dias?

Note que as grandezas são inversamente proporcionais, pois, quanto mais operários são contratados,
menor o tempo necessário para o trabalho. Como equacioná-las?

1ª regra: colocar as grandezas iguais na mesma coluna:

2ª regra: como as grandezas são inversamente proporcionais, deve-se inverter uma das colunas:

3ª regra multiplicar em cruz:

Logo:

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Será necessário aumentar de 5 para 25 o número de operários a fim de diminuir o tempo de 10 para
2 dias.

A proporcionalidade, para a matemática, a química e a física, é a mais simples e comum relação en-
tre grandezas. A proporcionalidade direta é um conceito matemático amplamente difundido na popu-
lação leiga pois é bastante útil e de fácil resolução através da "regra de três". Quando existe proporci-
onalidade direta, a razão (divisão) entre os correspondentes valores das duas grandezas relaciona-
das é uma constante, e a esta constante dá-se o nome de constante de proporcionalidade.

Definimos por grandeza tudo aquilo que pode ser contado e medido, como o tempo, a velocidade,
comprimento, preço, idade, temperatura entre outros. As grandezas são classificadas em: direta-
mente proporcionais e inversamente proporcionais.

Grandezas Diretamente Proporcionais

São aquelas grandezas onde a variação de uma provoca a variação da outra numa mesma razão. Se
uma dobra a outra dobra, se uma triplica a outra triplica, se uma é divida em duas partes iguais a ou-
tra também é divida à metade.

Exemplo 1

Se três cadernos custam R$ 8,00, o preço de seis cadernos custará R$ 16,00. Observe que se dobra-
mos o número de cadernos também dobramos o valor dos cadernos. Confira pela tabela:

Exemplo 2

Para percorrer 300 km, um carro gastou 30 litros de combustível. Nas mesmas condições, quantos
quilômetros o carro percorrerá com 60 litros? E com 120 litros?

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Grandezas Inversamente Proporcionais

Uma grandeza é inversamente proporcional quando operações inversas são utilizadas nas grande-
zas. Por exemplo, se dobramos uma das grandezas temos que dividir a outra por dois, se triplicamos
uma delas devemos dividir a outra por três e assim sucessivamente. A velocidade e o tempo são con-
siderados grandezas inversas, pois aumentarmos a velocidade, o tempo é reduzido, e se diminuímos
a velocidade, o tempo aumenta.

Exemplo 3

Para encher um tanque são necessárias 30 vasilhas de 6 litros cada uma. Se forem usadas vasilhas
de 3 litros cada, quantas serão necessárias?

Utilizaremos 60 vasilhas, pois se a capacidade da vasilha diminui, o número de vasilhas aumenta no


intuito de encher o tanque.

As duas grandezas são muito utilizadas em situações de comparação, isto é comum no cotidiano. A
utilização da regra de três nos casos envolvendo proporcionalidade direta e inversa é de extrema im-
portância para a obtenção dos resultados.

Na matemática, a proporcionalidade é a conformidade ou proporção (igualdade de duas razões) de


uma parte com o todo ou de elementos relacionados entre si, ou mais formalmente, é o resultado da
relação entre magnitudes mensuráveis.

No entanto, como conceito matemático que é, destaca-se de tantos outros por ser um dos mais utili-
zados, ou seja, quase todo mundo conhece sua capacidade e o utiliza em sua vida cotidiana.

... Assim, o símbolo matemático que por convenção é utilizado para indicar valores proporcionais é: α.

Uma proporção é formada por A, B, C e D, no entanto, se a razão entre A e B é a mesma que entre C
e D, uma proporção é formada por duas razões iguais A:B = C:D; onde A, B, C e D são diferentes de
0 e será lido da seguinte maneira: A é igual a B como C é igual a D.

Vale ressaltar que quando uma razão iguala a outra, de fato, existe proporcionalidade, ou seja, que
para ter uma relação proporcional necessitamos dispor de duas razões que sejam equivalentes.

Existem dois tipos de proporcionalidade, uma inversa e outra direta, embora ambas sirvam para resol-
ver os problemas por onde se conhece uma razão e somente um dado da segunda.

Então, duas magnitudes são diretamente proporcionais quando se produz o aumento de uma delas,
em dobro, triplo ou quádruplo, as quantidades que correspondem à outra também aumentam nas
mesmas quantidades, ou seja, em dobro, triplo e quádruplo.

E ao contrário, duas magnitudes são inversamente proporcionais quando, ao aumentar uma, diminui
a outra na mesma proporção.

Grandezas Diretamente Proporcionais

As grandezas diretamente proporcionais são aquelas em que a variação de uma provoca diretamente
a variação da outra na mesma razão. Por exemplo, se uma delas dobra, a outra também dobrará, se
uma delas é dividida em duas partes iguais, a outra também será.

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Por exemplo: Júlia precisa comprar seis cadernos, e em promoção encontrou um pacote em que três
cadernos são vendidos a R$ 8,00. Quanto custarão os seis cadernos considerando-se essa promo-
ção? A resposta correta é R$ 16,00, pois dobramos o número de cadernos e consequentemente do-
braremos o valor cobrado por eles.

Grandezas Inversamente Proporcionais

As grandezas inversamente proporcionais, por sua vez, envolvem operações inversas. Por exemplo,
quando dobrarmos uma das grandezas, a outra deverá ser dividida por dois, e se triplicarmos uma
das grandezas, a outra deverá ser dividida por três. Dentre essas grandezas, estão a velocidade e o
tempo: se aumentarmos a velocidade, o tempo é reduzido, e quando diminuímos a velocidade, o
tempo aumenta. Confira um exemplo abaixo:

Para enchermos um tanque de água, precisamos de 30 vasilhas de 6 litros cada. Se formos usar, ao
invés das vasilhas de 6 litros, vasilhas de 3 litros, quantas precisaremos? A resposta correta é 60, já
que reduzimos a capacidade das vasilhas pela metade.

K representa a constante de proporcionalidade inversa, ou seja, diferente de 0. Quando temos duas


grandezas, x e y, inversamente proporcionais, temos que x . y = k. Se k for positiva quando uma das
grandezas aumenta um número determinado de vezes, a outra diminuirá o mesmo número de vezes.

Resolução De Proporcionalidade

A proporcionalidade pode ser resolvida, de uma forma geral, utilizando-se da regra de 3, quando é
diretamente proporcional. Por exemplo, se cada lápis custa 2,00 e precisamos comprar 20 lápis, qual
será o valor pago?

1 lápis – R$ 2,00
20 lápis – R$ x

Depois de montada a regra de 3, basta multiplicar cruzado:

X = R$ 40,00

O princípio da proporcionalidade (que em inúmeras oportunidades é tratado como princípio contido no


âmbito da razoabilidade) tem por finalidade precípua equilibrar os direitos individuais com os anseios
da sociedade.

Esse princípio, largamente adotado pela jurisprudência alemã do pós-guerra, preceitua que nenhuma
garantia constitucional goza de valor supremo e absoluto, de modo a aniquilar outra garantia de valor
e grau equivalente.i

Na seara administrativa, segundo o mestre Dirley da Cunha Júnior, a proporcionalidade “é um impor-


tante princípio constitucional que limita a atuação e a discricionariedade dos poderes públicos e, em
especial, veda que a Administração Pública aja com excesso ou valendo-se de atos inúteis, desvanta-
josos, desarrazoados e desproporcionais”.ii

Complementando, a professora Fernanda Marinela assevera que embora referido princípio não esteja
expresso no texto constitucional, alguns dispositivos podem ser utilizados como paradigmas para o
seu reconhecimento, como, por exemplo, o artigo 37 combinado com o artigo 5º, inciso II e o artigo
84, inciso IV, todas da Magna Cartaiii.

Sendo assim, realizado um breve escorço introdutório, urge salientar que o presente artigo tem como
escopo traçar alguns aspectos sobre referido princípio, não sendo, de modo algum, o propósito deste
estudo esgotar o assunto, mas sim trazer a baila algumas definições doutrinárias e ponderações rele-
vantes.

Terminologia, subprincípios e outros aspectos relevantes Mesmo se tratando de princípio de origem


germânica, Grinover, Fernandes e Gomes Filho salientam e recordam que a proporcionalidade sem-
pre se baseou na construção jurisprudencial da razoabilidade (reasonableness), tão significativa e im-
portante nas manifestações da Suprema Corte Americanaiv.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Talvez por conta desta proximidade, inúmeras são as oportunidades onde jurisprudência e doutrina
utilizam os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade como sinônimos, sem tecer qualquer
distinção.

Acerca desta temática, em brilhante consideração, a professora Maria Rosynete Oliveira Lima asse-
vera que “razoabilidade e proporcionalidade podem até ser magnitudes diversas, entretanto, cremos
que o princípio da proporcionalidade carrega em si a noção de razoabilidade, em uma relação inex-
trincável, e que não pode ser dissolvida, justificando, assim, a intercambialidade dos termos proporci-
onalidade e razoabilidade no ordenamento brasileiro”.v

Destarte, muito embora essa falta de diferenciação terminológica possa ocasionar prejuízos aos mais
ciosos de uma rigidez acadêmica, é mister notar-se que, em todas as oportunidades em que se tem
feito alusão aos mencionados princípios, esta tem estado em consonância com seus objetivos e con-
teúdo, que sempre se mostram atrelados, de uma forma ou de outra, à proteção dos direitos do cida-
dão em face de eventual arbítrio do Poder do Estado.

É nesse sentido que o mestre Bonavides expõe que “em nosso ordenamento constitucional não deve
a proporcionalidade permanecer encoberta. Em se tratando de princípio vivo, elástico, prestante, pro-
tege ele o cidadão contra os excessos do Estado e serve de escudo à defesa dos direitos e liberda-
des constitucionais. De tal sorte que urge, quanto antes, extraí-lo da doutrina, da reflexão, dos pró-
prios fundamentos da Constituição, em ordem a introduzi-lo, com todo o vigor, no uso jurispruden-
cial”.vi

Desta forma, fugindo dessa questão atinente à diferenciação dos mencionados princípios, conforme
bem ensina Reich, apud Ferreira Filhovii, na Corte Constitucional alemã, a teoria da proporcionalidade
prega a ponderação da atuação estatal, visando aquilatar os objetivos do legislador em razão dos in-
teresses da sociedade e os meios utilizados para isso.

Além do mais, no que diz respeito ao conteúdo, importante é analisar-se que a construção da dou-
trina alemã, devido a sua clareza e densidade de pensamentos, versa, acima de tudo, sobre a ade-
quação necessária entre o fim de uma norma e os meios que ela designa, para atingi-lo; ou, ainda,
entre a norma elaborada e o uso que dela foi feito pelo Poder Executivo. Devido a toda essa comple-
xidade, o princípio ora em voga terminou por ser dividido em três subprincípios (ou requisitos), como
consequência dos avanços doutrinários nessa área, quais foram: a adequação (ou utilidade), a ne-
cessidade (ou exigibilidade) e, por último, a proporcionalidade em sentido estrito.

O primeiro subprincípio traz uma regra de compatibilidade entre o fim pretendido pela Administração
Pública e os meios por ela utilizados para atingir seus objetivos. Na verdade, fere até o bom senso
imaginar que a Administração Pública possa utilizar meios ou tomar decisões que se mostrem com-
pletamente inúteis a ponto de sequer alcançar os fins para os quais se destinam.

Por sua vez, o subprincípio da necessidade (ou exigibilidade) versa sobre a escolha de medida restri-
tiva de direitos indispensável à preservação do próprio direito por ela restringido ou a outro em igual
ou superior patamar de importância.

Conforme expõe o mestre Dirley da Cunha Júnior, por meio deste subprincípio “impõe-se que a admi-
nistração pública adote, entre os atos e meios adequados, aquele ou aqueles que menos sacrifícios
ou limitações causem aos direitos dos administrados”.viii

Por último, o subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito, traz um real sistema de valoração,
na medida em que, ao se garantir um direito, muitas vezes é preciso restringir-se outro. Em suma, por
meio deste subprincípio, impõe-se que a medida adotada traga vantagens que superem quaisquer
desvantagens.

Outro fato que merece destaque é que em 1999, por meio da Lei 9.784ix (que regula o processo admi-
nistrativo no âmbito da Administração Pública Federal), a proporcionalidade foi tratada expressa-
mente a nível infraconstitucional, o que só reforça sua importância e indistinta utilização como marco
principiológico na atuação da Administração Pública.

Destarte, além de sua previsão como princípio a ser obedecido pela Administração Pública na conse-
cução de seus atos convém destacar que o inciso VI, do parágrafo único do artigo 2º da referida lei

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RACIOCÍNIO LÓGICO

destacou que “nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de adequa-
ção entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público”.

Sendo assim, ressoa nítida a importância do referido princípio nos dias atuais visando amparar à pro-
teção dos direitos do cidadão em face de eventual arbítrio do Poder do Estado, merecendo destaque
à previsão infraconstitucional expressa e a interpretação evolutiva e ampliativa que vem sendo dada
por nossos pretórios.x.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Operações Com Conjuntos

As operações com conjuntos são as operações feitas com os elementos que formam uma coleção.
São elas: união, intersecção e diferença.

Lembre-se que na matemática os conjuntos representam a reunião de diversos objetos. Quando os


elementos que formam o conjunto são números, são chamados de conjuntos numéricos.

Os conjuntos numéricos são:

Números Naturais (N)

Números Inteiros (Z)

Números Racionais (Q)

Números Irracionais (I)

Números Reais (R)

União de Conjuntos

A união de conjuntos corresponde a junção dos elementos dos conjuntos dados, ou seja, é o conjunto
formado pelos elementos de um conjunto mais os elementos dos outros conjuntos.

Se existirem elementos que se repetem nos conjuntos, ele aparecerá uma única vez no conjunto
união.

Para representar a união usamos o símbolo U.

Exemplo:

Dados os conjuntos A = {c, a, r, e, t} e B = {a, e, i, o, u}, represente o conjunto união (A U B).

Para encontrar o conjunto união basta juntar os elementos dos dois conjuntos dados. Temos de ter o
cuidado de incluir os elementos que se repetem nos dois conjuntos uma única vez.

Assim, o conjunto união será:

A U B = {c, a, r, e, t, i, o, u}

Intersecção De Conjuntos

A intersecção de conjuntos corresponde aos elementos que se repetem nos conjuntos dados. Ela é
representada pelo símbolo ∩.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo:

Dados os conjuntos A = {c, a, r, e, t } e B= B = {a, e, i, o, u}, represente o conjunto intersecção ().

Devemos identificar os elementos comuns nos conjuntos dados que, neste caso, são os elemen-
tos a e e, assim o conjunto intersecção ficará:

= {a, e}

Obs: quando dois conjuntos não apresentam elementos em comum, dizemos que a intersecção entre
eles é um conjunto vazio.

Nesse caso, esses conjuntos são chamados de disjuntos: A ∩ B = Ø

Diferença De Conjuntos

A diferença de conjuntos é representada pelos elementos de um conjunto que não aparecem no outro
conjunto.

Dados dois conjuntos A e B, o conjunto diferença é indicado por A B (lê-se A menos B).

Conjunto Complementar

Dado um conjunto A, podemos encontrar o conjunto complementar de A que é determinado pelos ele-
mentos de um conjunto universo que não pertençam a A.

Este conjunto pode ser representado por

Quando temos um conjunto B, tal que B está contido em A (), a diferença A B é igual ao complemento
de B.

Exemplo:

Dados os conjuntos A= {a, b, c, d, e, f} e B = {d, e, f, g, h}, indique o conjunto diferença entre eles.

Para encontrar a diferença, primeiro devemos identificar quais elementos pertencem ao conjunto A e
que também aparecem ao conjunto B.

No exemplo, identificamos que os elementos d, e e f pertencem a ambos os conjuntos. Assim, vamos


retirar esses elementos do resultado. Logo, o conjunto diferença de A menos B sera dado por:

A – B = {a, b, c}

Propriedades da União e da Intersecção

Dados três conjuntos A, B e C, as seguintes propriedades são válidas:

Propriedade comutativa

Propriedade associativa

Propriedade distributiva

Se A está contido em B ():

Leis De Morgan

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Considerando dos conjuntos pertencentes a um universo U, tem-se:

1.º) O complementar da união é igual à intersecção dos complementares:

2.º) O complementar da intersecção é igual à união dos complementares:

♦ Interseção

Os elementos que fazem parte do conjunto interseção são os elementos comuns aos conjuntos rela-
cionados.

Exemplo 1:
Dados dois conjuntos A = {5,6,9,8} e B = {0,1,2,3,4,5}, se pedimos a interseção deles teremos:
A ∩ B = {5}, dizemos que A “inter” B é igual a 5.

Exemplo 2:

Dados os conjuntos B = {-3, -4, -5, -6} e C = {-7, -8, -9}, se pedirmos a interseção deles teremos:
B ∩ C = { } ou B ∩ C = , então B e C são conjuntos distintos.

Exemplo 3:

Dados os conjuntos D = {1,2,3,4,5} e E = {3,4,5}. A interseção dos conjuntos ficaria assim:


E ∩ D = {3,4,5} ou E ∩ D = E, pode ser concluído também que
E D.

♦ União

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Conjunto união são todos os elementos dos conjuntos relacionados.

Exemplo 1:

Dados os conjuntos A = { x | x é inteiro e -1 < x < 2} e B = {1,2,3,4} a união desses dois conjuntos é :
A U B = {0,1,2,3,4}

Exemplo 2:
Dados os conjuntos A = {1,2,3} e B = {1,2,3,4,5} a união desses conjuntos é:
A U B = {1,2,3,4,5}, nesse caso podemos dizer que A U B = B.

♦ Diferença Entre Dois Conjuntos.

Dados dois conjuntos A e B chama-se conjunto diferença ou diferença entre A e B o conjunto formado
pelos elementos de A que não pertencem a B.
O conjunto diferença é representado por A – B.

Exemplo 1:

A = {1,2,3,4,5} e B = {3,4,5,6,7} a diferença dos conjuntos é:


A – B = {1,2}

Exemplo 2:
A = {1,2,3,4,5} e B = {8,9,10} a diferença dos conjuntos é:
A – B = {1,2,3,4,5}

Exemplo 3:
A = {1,2,3} e B = {1,2,3,4,5}a diferença dos conjuntos é:
A–B=

Exemplo 4:
Dados os conjuntos A = {1,2,3,4,5,6} e B = {5,6}, a diferença dos conjuntos é:
A – B = {1,2,3,4}. Como B A podemos escrever em forma de complementar:

A–B= A B = {1,2,3,4}.

União entre Conjuntos

O conceito de União entre Conjuntos talvez seja o mais simples entre as três operações. Basta pen-
sarmos em termos de soma entre conjuntos.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Vamos utilizar exemplos. Considere dois conjuntos, “A” e “B”:

A = {1, 2, 3, 4, 5}

B = {6, 7, 8, 9}

A∪B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

Uma dúvida comum entre muitos candidatos a concurso público é sobre a possibilidade de termos,
nos conjuntos que serão unidos, elementos iguais. Quando isso ocorre, não é necessário repetir os
elementos repetidos. Veja o exemplo.

A = {1, 2, 3, 4, 5}

B = {3, 4, 5, 6, 7, 8}

A∪B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}

Fácil de compreender, não é mesmo?

Interseção entre Conjuntos

Agora que já aprendemos o que é a união entre conjuntos, passemos para o conceito de interseção.

Interseção nada mais é que os elementos comuns entre dois ou mais conjuntos. Os elementos que
estão presentes em mais de um conjunto.

Caso não haja, entre dois ou mais conjuntos, nenhum elemento comum, é dito que a interseção é va-
zia, ou forma um conjunto vazio.

Vamos a um exemplo de dois conjuntos para entender melhor o conceito de interseção.

A = {3, 4, 5, 6}

B = {1, 2, 3, 4}

A ∩ B = {3, 4}

Deu pra perceber que os elementos “3” e “4” estão em ambos os conjuntos numéricos? Por isso eles
formam o conjunto de interseção.

Diferença entre Conjuntos

Agora vamos ao conceito de diferença entre conjuntos, que pode ser entendido como uma subtração
de um conjunto pelo outro.

Novamente, vamos considerar os conjuntos a seguir como exemplo:

A = {1, 2, 3, 4, 5}

B = {3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

A – B = {1, 2}

Podemos fazer também a diferença de “B” em relação a “A”, e o resultado será diferente. Veja:

B – A = {6, 7, 8, 9}

Deu pra compreender? Caso surja alguma dúvida, deixe um comentário para que eu possa ajudar a
esclarecer.

Conjunto Complementar

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Importante entendermos também o conceito de “Conjunto Complementar”. Embora muita gente tenha
dificuldade de entender esse conceito, ele é mais simples do que parece.

Se você entendeu a Operação de Diferença, na verdade, você já entendeu algo sobre Conjunto Com-
plementar.

Considere dois conjuntos. Sendo que um é subconjunto do outro. Exemplo…

A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

B = {3, 4, 5}

Percebeu que o conjunto “B” é subconjunto do conjunto “A”? Ou seja, todos os elementos do conjunto
“B” também pertencem ao conjunto “A”.

Assim, o conjunto complementar de “B” em relação a “A” será o seguinte:

C = {1, 2, 6, 7, 8, 9}

O conjunto complementar é formado pelos elementos que não estão no subconjunto, e que fazem
parte do conjunto maior.’

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Lógica Matemática

Lógica Matemática é uma sub-área da matemática que explora as aplicações da lógica formal para a
matemática. Basicamente, tem ligações fortes com matemática, os fundamentos da matemática e ci-
ência da computação teórica. Os temas unificadores na lógica matemática incluem o estudo do poder
expressivo de sistemas formais e o poder dedutivo de sistemas de prova matemática formal.

A lógica matemática é muitas vezes dividida em campos da teoria dos conjuntos, teoria de modelos,
teoria da recursão e teoria da prova. Estas áreas compartilham resultados básicos sobre lógica, parti-
cularmente lógica de primeira ordem, e definibilidade. Na ciência da computação, especialmente na
classificação ACM, onde ACM vem do inglês (Association for Computing Machinery), lógica matemá-
tica engloba tópicos adicionais não descritos neste artigo; ver lógica em ciência da computação para
este tópico anterior.

Desde o seu surgimento, a lógica matemática tem contribuído e motivado pelo estudo dos fundamen-
tos da matemática. Este estudo foi iniciado no final do século XIX, com o desenvolvimento de arca-
bouço axiomático para geometria, aritmética e análise. No início do século XX a lógica matemática foi
moldada pelo programa de David Hilbert para provar a consistência das teorias fundamentais. Os re-
sultados de Kurt Godel, Gerhard Gentzen, e outros, desde resolução parcial do programa, e esclare-
ceu as questões envolvidas em provar a consistência.

O trabalho na teoria dos conjuntos mostrou que quase toda a matemática ordinária pode ser formali-
zada em termos de conjuntos, embora existam alguns teoremas que não podem ser demonstrados
em sistemas axiomáticos comuns para a teoria dos conjuntos. O trabalho contemporâneo nos funda-
mentos da matemática, muitas vezes se concentra em estabelecer quais as partes da matemática
que podem ser formalizadas, em particular, sistemas formais (como em matemática reversa) ao invés
de tentar encontrar as teorias em que toda a matemática pode ser desenvolvida.

Sub-áreas e escopo O manual de lógica matemática divide a matemática contemporânea em quatro


áreas:

Teoria dos conjuntos;

Teoria dos modelos;

Teoria da recursão;

Teoria da prova e da matemática construtiva consideradas partes de uma única área.

Cada área tem um foco distinto, apesar de ter várias técnicas e resultados comuns entre si. A divisão
das referidas áreas e os limites que separam a lógica matemática de outros campos de estudo não
são bem definidas. A teoria da incompletude de Gödel representa não só um marco na teoria da re-
cursão e teoria da prova, mas também contribuiu para o teorema de Löb da teoria dos modelos.

O método do forçamento ("forcing") é aplicada na teoria dos conjuntos, na teoria dos modelos, na teo-
ria da recursão, assim como no estudos da matemática intuiticionística.

O campo matemático conhecido como o da teoria das categorias usa muitos métodos axiomáticos
formais nos quais se inclui o estudo da lógica categórica, mas essa teoria não é comumente conside-
rada um sub-ramo da lógica. Por causa da sua aplicabilidade em diversos campos da lógica, mate-
máticos como Saunders Mac Lane propuseram usar a teoria das categorias como fundamentos da
matemática, independentemente da teoria dos conjuntos. Essas fundamentações usam tópicos que
em muito se parecem com modelos generalizados das teorias dos conjuntos, e empregam lógica
clássica ou não-clássica.

História

A lógica matemática surgiu em meados do século XIX como um sub-ramo da Matemática e indepen-
dente do estudo tradicional da lógica (Ferreirós 2001, p. 443). Antes do seu surgimento independente,
a lógica foi estudada com a retórica, através do silogismo e a filosofia. Na primeira metade do século
XX houve uma explosão de resultados fundamentais, acompanhados por debates vigorosos sobre as
bases da matemática.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Os estudos sobre o raciocínio foram inicialmente desenvolvidos por filósofos como Parménides e Pla-
tão, mas foi Aristóteles quem o elaborou mais detalhadamente e definiu a lógica como se estuda hoje
em dia (como se estudava até o século XIX).

Para mostrar que os sofistas (mestres da retórica e da oratória) podiam enganar os cidadãos utili-
zando argumentos incorretos, Aristóteles estudou a estrutura lógica da argumentação. Revelando,
assim, que alguns argumentos podem ser convincentes, embora não sejam corretos. A lógica, se-
gundo Aristóteles, é um instrumento para atingir o conhecimento científico, baseando-se no silogismo.

Seguidores de Aristóteles reuniram seus princípios sobre lógica em um livro intitulado “Organon”, que
significa “Instrumento da Ciência”.

História Moderna

Teorias lógicas foram desenvolvidas em diversas culturas na história, China, Índia, Grécia e no
mundo Islâmico. Na Europa do século XVIII, filósofos matemáticos, como Leibniz e Lambert tentaram
representar as operações da lógica formal através de símbolos, de forma algébrica mas seus esfor-
ços e trabalhos permaneceram isolados e pouco reconhecidos.

Século XIX

Em meados do século XIX, George Boole e posteriormente Augustus De Morgan apresentaram trata-
mentos matemáticos sistemáticos. Seus trabalhos, alicerçados em trabalhos de algebristas como Ge-
orge Peacock, transformaram a doutrina tradicional de Aristóteles de forma que se encaixasse no es-
tudo dos fundamentos da matemática (Katz 1998, p. 686).

Charles Sanders Peirce construiu sobre os estudos de Boole almejando desenvolver uma sistema de
relações lógica e quantificadores o qual ele publicou diversas vezes entre 1870 e 1885. Gottlob Frege
apresentou um desenvolvimento independente da lógica com quantificadores no seu Begriffsschrift,
publicado em 1879, um trabalho por muitos considerado como uma reviravolta na histórica da lógica.
O trabalho de Frege's permaneceu incerto,pelo menos até Bertrand Russell começar a promovê-lo no
início da virada do século. As notações bidimensionais desenvolvidas por Frege nunca foram vasta-
mente adotadas e caiu em desuso nos artigos e textos contemporâneos.

De 1890 a 1905, Ernst Schröder publicou o Vorlesungen über die Algebra der Logik em três volumes.
Esse trabalho compactava e desenvolvia os trabalhos de Boole, De Morgan, e Peirce e se tornou
uma grande referência para lógica simbólica, como era conhecida no fim do século XIX.

Fundamentos Teóricos

Preocupações com a possível ausência de fundamentos matemáticos acarretaram o desenvolvimento


de sistemas axiomáticos para áreas da matemática fundamental como a aritmética, análise e geome-
tria.

Em lógica o termo aritmético se refere à teoria dos números naturais. Giuseppe Peano (1889) publi-
cou uma série de axiomas para serem usados pela aritmética que hoje carregam seu nome (Axiomas
de Peano), usando variações do sistema lógico de Boole e Schröder, porém adicionando quantifica-
dores.

Peano não tinha conhecimento do trabalho de Frege. Contemporaneamente Richard Dedekind mos-
trou que os números naturais são unicamente caracterizados por suas propriedades da indução. De-
dekind (1888) propôs a diferente caracterização na qual não existia a essência da lógica formal dos
axiomas de Peano. Todavia, o trabalho de Dedekind's provou teoremas inacessíveis ao sistema de-
senvolvido por Peano, como por exemplo a inclusão da individualidade dos conjuntos de números na-
turais (até o isomorfismo) e as definições recursivas de adição e multiplicação da função sucessor e
indução matemática.

No meio do século XIX, foram descobertas falhas nos axiomas de Euclides para geometria (Katz
1998, p. 774). Além da independência do postulado paralelo, estabelecido por Nikolai Lobachevsky
em 1826 (Lobachevsky 1840), matemáticos descobriram que certos teoremas tomadas como certo
por Euclides não eram de fato demonstrável a partir de seus axiomas. Entre eles está o teorema que

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RACIOCÍNIO LÓGICO

diz que uma linha contem pelo menos dois pontos, ou que círculos de mesmo raio cujo centro é sepa-
rado pelo raio devem intersectar. Hilbert (1899) desenvolveu um conjunto completo dos axiomas para
geometria, construindo nos [axiomas de Pasch] pelo Pasch (1882). O sucesso axiomatização da geo-
metria motivou Hilbert a encontrar axiomatições completas de outras áreas da matemática, assim
como os números naturais e da linha real. Isto proveria a maior área de pesquisa na primeira metade
do século XX.

Lógica Proposicional

Proposições

As proposições são determinadas por sentenças declarativas, pertencentes a uma certa linguagem,
que formam um conjunto de palavras ou símbolos e expressam uma ideia. As sentenças declarativas
são afirmações que podem receber apenas dois valores, Verdadeiro ou Falso. As proposições devem
seguir os seguintes princípios:

Princípio da identidade: garante que uma proposição é igual a ela mesma.

Princípio da não-contradição: uma proposição não pode ser verdadeira e falsa.

Princípio do terceiro excluído: uma proposição é verdadeira ou falsa.

Exemplos:

O cachorro é um animal. Verdadeiro

2 + 2 = 7 Falso

Qualquer sentença que não puder receber a atribuição de verdadeira ou falsa não é uma proposição.
Sentenças interrogativas, exclamativas e imperativas não são proposições, pois não é possível dizer
se são verdadeiras ou falsas.

Exemplos de sentenças que não são proposições:

Como foi a aula?

O pior atentado nos EUA ocorreu em setembro de 2011?

Limpe a cozinha.

Que local de trabalho horroroso!

Esta sentença não é verdadeira.

Proposições Compostas

Proposição composta é a união de proposições simples por meio de um conector lógico. Este conec-
tor irá ser decisivo para o valor lógico da expressão.

Precedência de operadores

Em expressões que utilizam vários operadores não é possível saber qual proposição deve-se resolver
primeiro.

Exemplo: P Λ Q V R.

Com isso, usar parênteses é fundamental. A expressão do exemplo poderia ficar assim: (P Λ Q) V R
ou P Λ (Q V R).

A ordem da precedência de operadores é:

(),, {}

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Λ, V, V

Tabela Verdade

A tabela verdade é construída para determinar o valor lógico de uma proposição composta. Segue
uma excelente estratégia para a construção desta.

Exemplo de construção da tabela verdade da proposição composta: p Λ q

Primeiramente verifica-se quantas “variáveis”, ou proposições simples que temos na proposição com-
posta do exercício. Neste caso existem duas: p e q.

Em seguida elevamos 2 ao número de variáveis, ou seja, 2². Nossa base do expoente é 2 pelo fato
de possuir-se apenas 2 valores lógicos possíveis nas proposições (Verdadeiro ou Falso). O resultado
de 2² é 4. Então nossa tabela terá 4 linhas, nessas linhas estarão todos os valores lógicos possíveis
da nossa proposição composta.

p q pΛ
q

- - -

- - -

- - -

- - -

Esta é a estrutura da tabela, agora para a preencher com os devidos valores lógicos utiliza-se a se-
guinte técnica: até a metade da primeira coluna coloca-se Verdadeiro, na outra metade Falso. Já na
segunda coluna, intercala-se V e F. Desta forma adquira-se a seguinte tabela:

p q pΛq

V V Resul-
tado

V F Resul-
tado

F V Resul-
tado

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RACIOCÍNIO LÓGICO

F F Resul-
tado

Esta é uma das melhores estratégias para a montagem de uma tabela verdade.

Conectivos lógicos

Proposições podem ser ligadas entre si por meio de conectivos lógicos. Conectores que criam novas
sentenças mudando ou não seu valor lógico (Verdadeiro ou Falso). Exemplos dos principais conecto-
res lógicos:

“¬” ou “~” (negação);

“Λ” (conectivo “e”);

“V” (conectivo “ou”);

“→” (conectivo “se, então”);

“↔” (conectivo “se, e somente se”);

“V” (conectivo “ou exclusivo”); • “↓” (conectivo “negação conjunta”);

“↑” (conectivo “negação disjunta”).

Exemplos de sentenças formadas com conectores e proposições:

(2 + 2 = 4) V (1 < 4) Valor lógico da sentença: Verdadeiro V (ou) Verdadeiro = Verdadeiro

Cachorro é um felino Λ (1 > 0) Valor lógico da sentença: Falso Λ (e) Verdadeiro = Falso

Conector de Negação (~)

O conectivo de negação (~), nega o valor lógico de uma proposição. Considera-se p como uma pro-
posição de valor lógico igual a verdadeiro, então sua negação é igual a falso. O mesmo seria se a
proposição tivesse valor lógico inicial igual a falso, sua negação seria igual a verdadeiro. De acordo
com esses conceitos podemos montar a seguinte tabela verdade:

p ~p

V F

F V

Exemplo:

Considere p com o valor da seguinte proposição: 2 é um número par. p = Verdadeiro, portanto sua
negação: ~p = Falso.

Conector e (Λ)

O conectivo e, também conhecido como AND e representado pelo símbolo “^” junta proposições as
quais somente resultarão em Verdadeiro se todos os valores forem Verdadeiros.

Exemplo: Considere as proposições p e q (Conjunção).

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RACIOCÍNIO LÓGICO

p q pΛ
q

V V V

V F F

F V F

F F F

Observação: Veja que nesta tabela consideramos todos os valores lógicos possíveis para p e q, em
outras palavras: temos 2 proposições e estamos em uma base binária (0 ou 1, verdadeiro ou falso)
então para se saber o número das possibilidades para essas proposições realiza-se o seguinte cál-
culo 2n, onde n é o número de proposições. Conector ou (V)

O conectivo ou, também conhecido como OR e representado pelo símbolo “V” une proposições que,
apenas uma sendo Verdadeiro é suficiente que a expressão inteira também seja.

Exemplo:

Considere as proposições p e q (Disjunção).

p q pV
q

V V V

V F V

F V V

F F F

Conector condicional (→)

O conectivo condicional, representado pelo símbolo “→” une proposições criando uma estrutura con-
dicional onde apenas uma das possibilidades resulta em F o valor lógico da expressão.

Exemplo:

Considere as proposições p e q (Condição). “Se p então q”

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p q p→
q

V V V

V F F

F V V

F F V

Observação: não devemos confundir a operação condicional “→” com o relação implica " => ", pois,
enquanto o primeiro representa uma operação entre proposições dando origem a uma outra proposi-
ção, o segundo indica apenas uma relação entre proposições dadas.

Relação de implicação ( => ): uma proposição p implica q quando em sua tabelas-verdade, não pode
ocorrer 1 e 0 nessa ordem.

p q

V V

V F

F F

p não Implica q, pois, na segunda linha aparece p = V e q = F.

Conector bi-condicional (↔)

O conectivo bi-condicional, é lido como “se, e somente se” e é representado pelo símbolo “↔”, ele
une proposições onde o resultado lógico da expressão é verdadeiro apenas se os valores lógicos fo-
rem iguais.

Exemplo:

Considere as proposições p e q (Bi-condicional). “Se p, e somente se q”

p q p↔
q

V V V

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RACIOCÍNIO LÓGICO

V F F

F V F

F F V

Ou exclusivo (V)

O conectivo ou exclusivo, chamado também de disjunção exclusiva, é representado pelo símbolo “V”.
Podemos dizer que ele significa: um ou outro, mas não ambos. Exemplo: Ou o gato é macho ou o
gato é fêmea, mas não ambos. A tabela verdade do ou exclusivo esta representada abaixo.

p q pV
q

V V F

V F V

F V V

F F F

Negação Conjunta e Negação Disjunta

A negação disjunta é representada pelo conector ↑, significa a negação de duas proposições envol-
vendo o conector AND (NAND).

Exemplo: p ↑ q ⇔ ¬(p Λ q) ⇔ ¬p v ¬q.

A negação conjunta é representada pelo conector ↓, significa a negação de duas proposições envol-
vendo o conector OR (NOR).

Exemplo: p ↓ q ⇔ ¬(p v q) ⇔ ¬p Λ ¬q.

Abaixo estão representadas as tabelas verdades das duas negações.

Tabela Verdade equivalente ao circuito NAND

p q p↑
q

V V F

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V F V

F V V

F F V

Tabela Verdade equivalente ao circuito NOR

p q p↓
q

V V F

V F F

F V F

F F V

Tautologia, Contradição e Contingência

Ao montarmos uma tabela verdade contendo todos os valores lógicos possíveis de uma expressão a
poderíamos classificar em tautologia, contradição e contingência.

Tautologia: é uma proposição cujo resultado final é sempre verdadeiro.

Exemplo: p v ~p (p OU não p)

p ~p pV
~p

V F V

F V V

Veja que independente do valor de p a expressão sempre resulta em Verdadeiro, pois para o conec-
tor OU possuir um verdadeiro já é suficiente para resultar em Verdadeiro, além disso sempre teremos
V em todas as combinações da expressão. Por isso a classificamos como uma tautologia.

Vejamos outro exemplo:

F → p (F então p)

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Valor lógico constante p F→


p

F F V

F V V

Neste outro caso também se obteve uma tautologia, devido ao fato da última coluna da tabela (resul-
tado da expressão) ter somente Verdadeiro.

Contradição: é uma proposição que resulta somente em falso, em outras palavras, a última coluna da
sua tabela só possui o valor lógico falso.

Exemplo: p ^ ~p

p ~p p^
~p

V F F

F V F

Contingência: determinamos uma proposição de contingente quando ela não é tautológica nem con-
traditória, ou seja, ela é indeterminada.

Exemplo: p V q (p OU q)

p q pV
q

V V V

V F V

F V V

F F F

Percebe-se que a última coluna não possui apenas um valor lógico, por isso a determinamos uma
proposição contingente, ou indeterminada.

Implicação lógica ou Inferência

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Sejam P e Q duas proposições. Diremos que P implica logicamente a proposição Q, se Q for verda-
deiro sempre que P for verdadeiro. Quando isso ocorre, dizemos que temos uma implicação lógica ou
inferência e denotamos: P => Q (lemos: “P implica Q”).

Exemplo: P Λ Q implica P V Q?

p q pΛ pV
q q

V V V V

V F F V

F V F V

F F F F

Neste exemplo podemos dizer que P Λ Q => P V Q, pois onde P Λ Q é verdadeiro P V Q também é.

Exemplo: P V Q implica P → Q?

p q pV p→
q q

V V V V

V F V F

F V V V

F F F V

Neste exemplo não podemos dizer que P V Q => P → Q, pois temos na segunda linha que onde P V
Q é verdadeiro P → Q é falso.

Equivalência Lógica

Diremos que P é equivalente a Q, se as duas tabelas verdade foram idênticas. Quando isso ocorre,
dizemos que temos uma equivalência lógica ou bi-implicação e denotamos P ⇔ Q (lemos: “P é equi-
valente a Q”).

Exemplo: ¬(P Λ Q) é equivalente a (¬P V ¬Q)?

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P Q ¬P ¬Q PΛ ¬(P Λ ¬P V
Q Q) ¬Q

V V F F V F F

V F F V F V V

F V V F F V V

F F V V F V V

Neste exemplo podemos dizermos que ¬(P Λ Q) ⇔ (¬P V ¬Q), pois o resultado da tabela verdade
das duas expressões é o mesmo.

Exemplo: P → Q é equivalente a Q → P?

P Q P→ Q→
Q P

V V V V

V F F V

F V V F

F F V V

Neste exemplo não podemos dizer que P → Q ⇔ Q → P, pois o resultado das tabelas verdades das
expressões são diferentes, nas linhas 2 e 3.

Condições Necessárias e Suficientes

Temos uma condição suficiente se quando ela ocorrer temos a garantia de que a outra condição
ocorrerá. Por exemplo:

“Se o cavalo corre então ele está vivo.”

O cavalo correr é condição suficiente para ele estar vivo,ou seja, se o cavalo corre podemos garantir
que ele está vivo.

Por outro lado, o cavalo estar vivo não garante que o cavalo corra, pois ele pode estar por exemplo
vivo mas descansando, a este tipo de condição dá se o nome de condição necessária. Uma condição
é necessária quanto não podemos garantir que a outra condição é valida.

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Esta relação entre condição suficiente e condição necessária é encontrada quando utilizamos um co-
nector condicional, ou seja, quando temos uma estrutura condicional. O primeiro argumento (que vem
antes do →), chamado de antecedente é uma condição suficiente. O segundo argumento, chamado
de consequente é uma condição necessária.

Entretanto em uma estrutura bi-condicional temos uma proposição necessária e suficiente,.

Proposições Associadas a uma Condicional

Pegamos uma condicional qualquer como p → q, existem três tipos de proposições associadas a ela
que são:

Recíproca: a proposição recíproca de p → q é a proposição q → p. Como podemos ver foi feito uma
troca entre a antecedente (p) e a consequente (q) para obter-se a recíproca cuja tabela esta abaixo:

p q p→ q→
q p

V V V V

V F F V

F V V F

F F V V

Exemplo: “Se a Maria é feia então todos são feios.”

A recíproca seria: “Se todos são feios então Maria é feia.”

Inversa: a proposição contrária de p → q é a proposição ~p → ~q.Basta negar a antecedente(p) e a


consequente(q) para obtermos a proposição inversa.

p q ~p ~q p→ ~p →
q ~q

V V F F V V

V F F V F V

F V V F V F

F F V V V V

Exemplo: “Se a Maria é feia então todos são feios.”

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RACIOCÍNIO LÓGICO

A inversa seria: “Se Maria não é feia então todos não são feios.”

Contra Positiva: a contra positiva da preposição p → q é ~q → ~p. Para encontramos a contra posi-
tiva basta juntar os passos da recíproca e da contrária,ou seja, deve se inverter os lugares do antece-
dente e do consequente e negar ambos. A proposição contra positiva tem o mesmo resultado que a
proposição original.

p q ~p ~q p→ ~q →
q ~p

V V F F V V

V F F V F F

F V V F V V

F F V V V V

Exemplo: “Se a Maria é feia então todos são feios.”

A contra positiva seria: “Se todos não são feios então Maria não é feia.”

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Lógica Proposicional

Álgebra das proposições, também conhecida por lógica proposicional é um tema muito cobrado espe-
cialmente em concursos públicos e também em algum curso de graduação, mais precisamente de en-
genharia e computação. Mas afinal, o que nos remete o estudo da Álgebra das proposições?

Assim como na matemática básica estudamos operações algébricas com números reais e complexos,
na álgebra das proposições estudaremos operações envolvendo proposições.

O que é uma Proposição?

Proposição: É uma sentença declarativa, seja ela expressa de forma afirmativa ou negativa, na qual
podemos atribuir um valor lógico “V” (verdadeiro) ou “F” (falso). Uma proposição também pode ser
expressa por símbolos. Vejamos alguns exemplos:

Brasília é a capital do Brasil – É uma sentença declarativa expressa de forma afirmativa. Podemos
atribuir um valor lógico, como a sentença é verdadeira seu valor lógico é “V”.

A argentina não é um país pertencente ao continente Africano – É uma sentença declarativa expressa
na forma negativa. Podemos atribuir um valor lógico, como a sentença é verdadeira, seu valor lógico
é “V”.

Todos os homens são mortais – É uma sentença declarativa expressa na forma afirmativa. Podemos
atribuir um valor lógico, como a sentença é verdadeira, seu valor lógico é “V”

10 é um número par positivo – É uma sentença declarativa expressa na forma afirmativa. Podemos
atribuir um valor lógico, como a sentença é verdadeira, seu valor lógico é “V”

7+5 = 10 – É uma sentença declarativa expressa na forma afirmativa. Podemos atribuir um valor ló-
gico, como a sentença é falsa, seu valor lógico é “F”.

x -2=5 – Não é uma proposição, pois não sabemos o valor da variável “x”, ou melhor, não podemos
atribuir um valor lógico “V” ou “F”. Porém para “torná-la” proposição bastaremos usar os chama-
dos quantificadores.

Vejamos;

Para todo x, x pertencente aos Z (números inteiros), x-2=5. É uma proposição pois agora podemos
atribuir-lhe um valor lógico, porém sabemos ser falsa uma vez que apenas o número “7” torna a sen-
tença verdadeira.

Agora que sabemos o que são proposições, automaticamente as sentenças que não são proposições
são;

Sentenças Interrogativas: Ex; “Como você se chama”?

Sentenças Imperativas: Ex;” venha aqui rápido.”

Sentenças Exclamativas: Ex; “Opa!”

Poemas

Sentenças abertas: Como já fora dito; Ex;” x <7”

Passaremos agora para o estudo dos princípios que regem as Proposições:

Princípio da Identidade: Uma proposição Verdadeira é Verdadeira, e uma proposição Falsa é Falsa

Princípio do Terceiro Excluído: Uma proposição ou é verdadeira ou falsa não existindo uma terceira
possibilidade.

Princípio da Não-Contradição: Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa simultaneamente.

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Representação das proposições: As proposições são representadas por letras minúsculas. Geral-
mente “p”, “q”, “r” e “s”.

Vejamos: “Brasília é a capital do Brasil”, pode ser representada por “q”, e seu valor lógico por; Val(q)=
V

Em lógica e matemática, uma lógica proposicional (ou cálculo sentencial) é um sistema formal no qual
as fórmulas representam proposições que podem ser formadas pela combinação de proposições atô-
micas usando conectivos lógicos e um sistema de regras de derivação, que permite que certas fórmu-
las sejam estabelecidas como "teoremas" do sistema formal.

Em termos gerais, um cálculo é frequentemente apresentado como um sistema formal que consiste
em um conjunto de expressões sintáticas (fórmulas bem formadas, ou fbfs), um subconjunto distinto
dessas expressões, e um conjunto de regras formais que define uma relação binária específica, que
se pretende interpretar como a noção de equivalência lógica, no espaço das expressões.

Quando o sistema formal tem o propósito de ser um sistema lógico, as expressões devem ser inter-
pretadas como asserções matemáticas, e as regras, conhecidas como regras de inferência, normal-
mente são preservadoras da verdade. Nessa configuração, as regras (que podem incluir axiomas) po-
dem então ser usadas para derivar "inferir" fórmulas representando asserções verdadeiras.

O conjunto de axiomas pode ser vazio, um conjunto finito não vazio, um conjunto finito enumerável,
ou pode ser dado por axiomas esquemáticos. Uma gramática formal define recursivamente as ex-
pressões e fórmulas bem formadas (fbfs) da linguagem. Além disso, pode se apresentar uma semân-
tica para definir verdade e valorações (ou interpretações).

A linguagem de um cálculo proposicional consiste em:

um conjunto de símbolos primitivos, definidos como fórmulas atômicas, proposições atômicas, ou va-
riáveis, e

um conjunto de operadores, interpretados como operadores lógicos ou conectivos lógicos.

Uma fórmula bem formada (fbf) é qualquer fórmula atômica ou qualquer fórmula que pode ser cons-
truída a partir de fórmulas atômicas, usando conectivos de acordo com as regras da gramática.

O que segue define um cálculo proposicional padrão. Existem muitas formulações diferentes as quais
são todas mais ou menos equivalentes, mas que diferem nos detalhes:

de sua linguagem, que é a coleção particular de símbolos primitivos e operadores,

do conjunto de axiomas, ou fórmulas distinguidas, e

do conjunto de regras de inferência.

Os conjuntos numéricos reúnem diversos conjuntos cujos elementos são números. Eles são forma-
dos pelos números naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais.

Confira abaixo as características de cada um deles tais como conceito, símbolo e subconjuntos.

Conjunto dos Números Naturais (N)

Os números naturais são representados por N. Eles reúnem os números inteiros (incluindo o zero) e
são infinitos.

Subconjuntos dos Números Naturais

N* = {1, 2, 3, 4, 5..., n, ...} ou N* = N – {0}: conjuntos dos números naturais não-nulos, ou seja, sem o
zero.

Np = {0, 2, 4, 6, 8..., 2n, ...}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais pares.

Ni = {1, 3, 5, 7, 9..., 2n+1, ...}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais ímpares.

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P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, ...}: conjunto dos números naturais primos.

Conjunto dos Números Inteiros (Z)

Os números inteiros são representados por Z. Reúnem todos os elementos dos números naturais (N)
e seus opostos. Assim, conclui-se que N é um subconjunto de Z (N ⊂ Z):

Subconjuntos dos Números Inteiros

Z* = {..., –4, –3, –2, –1, 1, 2, 3, 4, ...} ou Z* = Z – {0}: conjuntos dos números naturais não-nulos, ou
seja, sem o zero.

Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}: conjunto dos números inteiros e não-negativos. Note que Z+ = N.

Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, ...}: conjunto dos números inteiros positivos e sem o zero.

Z – = {..., –5, –4, –3, –2, –1, 0}: conjunto dos números inteiros não-positivos.

Z*– = {..., –5, –4, –3, –2, –1}: conjunto dos números inteiros negativos e sem o zero.

Conjunto dos Números Racionais (Q)

Os números racionais são representados por Q. Reúnem os números fracionários representados pelo
conjunto das frações p/q sendo p e q números inteiros e q≠0.

Q = {0, ±1, ±1/2, ±1/3, ..., ±2, ±2/3, ±2/5, ..., ±3, ±3/2, ±3/4, ...}

Note que todo número inteiro é também número racional. Assim, Z é um subconjunto de Q.

Subconjuntos dos Números Racionais

Q* = subconjunto dos números racionais não-nulos, formado pelos números racionais sem o zero.

Q+ = subconjunto dos números racionais não-negativos, formado pelos números racionais positivos e
o zero.

Q*+ = subconjunto dos números racionais positivos, formado pelos números racionais positivos, sem o
zero.

Q– = subconjunto dos números racionais não-positivos, formado pelos números racionais negativos e
o zero.

Q*– = subconjunto dos números racionais negativos, formado números racionais negativos, sem o
zero.

Conjunto dos Números Irracionais (I)

Os números irracionais são representados por I. Reúnem os números decimais não exatos com uma
representação infinita e não periódica, por exemplo: 3,141592 ou 1,203040.

Importante ressaltar que as dízimas periódicas são números racionais e não irracionais. Elas são nú-
meros decimais e que se repetem após a vírgula, por exemplo: 1,3333333.

Conjunto dos Números Reais (R)

Os números reais são representados por R. Esse conjunto é formado pelos números racionais (R) e
irracionais (I). Assim, temos que R = Q ∪ I. Além disso, N, Z, Q e I são subconjuntos de R.

Mas, observe que se um número real é racional, ele não pode ser também irracional. Da mesma ma-
neira, se ele é irracional, não é racional.

Subconjuntos dos Números Reais

R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos.

R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos.

R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos.

R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.

Intervalos Numéricos

Há ainda um subconjunto relacionado com os números reais que são chamados de intervalos. Se-
jam a e b números reais e a < b, temos os seguintes intervalos reais:

Intervalo aberto de extremos: ]a,b[ = {x ∈ R│a < x < b}

Intervalo fechado de extremos: [a,b] = {x ∈ R│a ≤ x ≤ b}

Intervalo aberto à direta (ou fechado à esquerda) de extremos: [a,b[ = {x ∈ R│a ≤ x < b}

Intervalo aberto à esquerda (ou fechado à direita) de extremos: ]a,b] = {x ∈ R│a < x ≤ b}

Propriedades dos Conjuntos Numéricos

Diagrama dos conjuntos numéricos

Para facilitar os estudos sobre os conjuntos numéricos, segue abaixo algumas de suas propriedades:

O conjunto dos números naturais (N) é um subconjunto dos números inteiros: Z (N ⊂ Z).

O conjunto dos números inteiros (Z) é um subconjunto dos números racionais: (Z ⊂ Q).

O conjunto dos números racionais (Q) é um subconjunto dos números reais (R).

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Os conjuntos dos números naturais (N), inteiros (Z), racionais (Q) e irracionais (I) são subconjuntos
dos números reais (R).

Relação E Função

Par ordenado

É um par de elementos (x ; y) onde a ordem é importante, de modo que o par ordenado (x ; y) é con-
siderado diferente do par ordenado (y ; x).

Plano Cartesiano

Sobre um plano, podemos adotar dois eixos perpendiculares OX e OY, de origem comum O, de modo
que a cada ponto do plano podemos associar um par ordenado de números reais. Por exemplo, na
figura abaixo, o ponto P pode ser representado pelo par ordenado (3; 15) onde 3 é a abscissa e 15 é
a ordenada do ponto:

Relação

Dados dois conjuntos A e B, uma relação de A em B é um conjunto de pares ordenados (x ; y) onde


x A e y B.

Exemplo

Considerando os conjuntos A e B abaixo podemos considerar as seguintes relações de A em B:

R1 = { (1 ; 7) ; (2 ; 5) ; (2 ; 7) ; (3 ; 6)}

R2 = { (2 ; 7) ; (2 ; 8) ; (3 ; 5)}

Uma relação pode ser representada por um diagrama de flechas. Para as relações de exemplo acima
podemos fazer os seguintes diagramas:

As flechas unem o primeiro ao segundo elemento de cada par ordenado.

O segundo elemento do par ordenado é chamado de imagem do primeiro. Assim, em relação ao par
ordenado (1; 7), pertencente à relação R1, dizemos que 7 é imagem de 1.

Função

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Uma relação f de A em B é chamada de função de A em B se, e somente se forem satisfeitas as con-


dições:

1ª) Todos os elementos de A possuem imagem;

2ª) Cada elemento de A tem uma única imagem.

Exemplos

Consideremos as relações f, g e h representadas pelos diagramas de flechas:

A relação de f não é função pois o número 1 (pertencente a A) não possui imagem.

A relação g não é função pois o elemento a possui duas imagens: 4 e 8.

A relação h é uma função de A em B pois cada elemento de A possui uma única imagem. Observe
que no conjunto B pode haver elementos que não são imagens (17 e 20). Observe também que po-
demos ter dois elementos com a mesma imagem (9 e 11).

Domínio e Conjunto Imagem

Dada uma função de A em B, o conjunto A é chamado domínio (D(f)) da função. O conjunto de todas
imagens é chamado conjunto imagem (I(f)) da função. Por exemplo, para a função f esquematizada a
seguir temos:

A = D(f) = domínio de f = {1; 2; 3}

I(f) = conjunto imagem de f = {7; 8}

Função Polinomial

As funções polinomiais são definidas por expressões polinomiais. Elas são representadas pela ex-
pressão:

f(x) = an . xn + an – 1 . xn – 1 + ...+a2 . x2 + a1 . x + a0

onde,

n: número inteiro positivo ou nulo


x: variável
a0, a1, ....an – 1, an: coeficientes
an . xn, an – 1 . xn – 1, ... a1 . x , a0: termos

Cada função polinomial associa-se a um único polinômio, sendo assim chamamos as funções polino-
miais também de polinômios.

Valor Numérico de um Polinômio

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Para encontrar o valor numérico de um polinômio, substituímos um valor numérico na variável x.

Exemplo

Qual o valor numérico de p(x) = 2x3 + x2 5x 4 para x = 3?

Substituindo o valor na variável x temos:

2 . 33 + 32 5 . 3 4 = 54 + 9 15 4 = 44

Grau dos Polinômios

Dependendo do expoente mais elevado que apresentam em relação à variável, os polinômios são
classificados em:

Função polinomial de grau 1: f(x) = x + 6

Função polinomial de grau 2: g(x) = 2x2 + x 2

Função polinomial de grau 3: h(x) = 5x3 + 10x2 6x + 15

Função polinomial de grau 4: p(x) = 20x4 15x3+ 5x2 + x 10

Função polinomial de grau 5: q(x) = 25x5 + 12x4 9x3 + 5x2 + x 1

Obs: o polinômio nulo é aquele que possui todos os coeficientes iguais a zero. Quando isso ocorre, o
grau do polinômio não é definido.

Gráficos da Função Polinomial

Podemos associar um gráfico a uma função polinomial, atribuindo valores a x na expressão p(x).

Desta forma, encontraremos os pares ordenados (x,y), que serão pontos pertencentes ao gráfico.

Ligando esses pontos teremos o esboço do gráfico da função polinomial.

Veja alguns exemplos de gráficos:

Função polinomial de grau 1

Função polinomial de grau 2

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Função polinomial de grau 3

Igualdade de Polinômios

Dois polinômios são iguais se os coeficientes dos termos de mesmo grau são todos iguais.

Exemplo

Determine o valor de a, b, c e d para que os polinômios p(x) = ax4 + 7x3 + (b + 10)x2 c e h(x) = (d +
4)x3 + 3bx2 + 8.

Para os polinômios serem iguais é necessário que os coeficientes correspondentes sejam iguais.

Então,

a = 0 (o polinômio h(x) não tem o termo x4, sendo assim seu valor é igual a zero)
b + 10 = 3b → 2b = 10 → b = 5
c=8→c=8
d+4=7→d=74→d=3

Operações com Polinômios

Confira abaixo exemplos das operações entre polinômios:

Adição

(7x3 + 5x2 x + 4) + (2x2 + 8x -7)


7x3 + 5x2 2x2 x + 8x + 4 7
7x3 + 3x2 + 7x -3

Subtração

(4x2 5x + 6) (3x 8)
4x2 5x + 6 3x + 8
4x2 8x + 14

Multiplicação

(3x2 5x + 8) . (2x + 1)
6x3 + 3x2 + 10x2 5x 16x + 8
6x3 + 13x2 21x + 8

Divisão

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Obs: Na divisão de polinômios utilizamos o método chave. Primeiramente realizamos a divisão entre
os coeficientes numéricos e depois a divisão de potências de mesma base. Para isso, conserva-se a
base e subtraia os expoentes.

A divisão é formada por: dividendo, divisor, quociente e resto.

divisor. quociente + resto = dividendo.

Função Exponencial

Função Exponencial é aquela que a variável está no expoente e cuja base é sempre maior do que
zero e diferente de um. Ou seja, a base nunca terá valor negativo, nem iguais a zero ou um.

Isso porque 1 elevado a qualquer número resulta em 1. Assim, em vez de exponencial, estaríamos
diante de uma função constante.

Exemplos:

f(x) = 4x
f(x) = (0,1)x
f(x) = (⅔)x

Nos exemplos acima 4, 0,1 e ⅔ são as bases, enquanto x é o expoente.

Gráfico

Para entender melhor, vamos construir um gráfico que representa a função exponencial localizando
os seus respectivos valores:

x y = 2x Gráfico

2 y = 22 = 4 1

-2 y = 2-2 = (1/2)-2 = 1/4 2

0 y = 20 = 2 3

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Função Crescente ou Decrescente

A função exponencial pode ser classificada em função crescente ou função decrescente.

Na representação gráfica da função, as bases cujos valores são maiores do que 1 assumem o sen-
tido crescente.

Gráfico representativo da função exponencial em sentido crescente

Por sua vez, as bases cujos valores são menores do que 1 assumem o sentido decrescente.

Gráfico representativo da função exponencial em sentido decrescente

A função exponencial relaciona-se com a função logarítmica na medida em que uma corresponde ao
inverso da outra.

Função Logarítmica

As funções na forma f(x) = logax são consideradas logarítmicas, com a > 0 e a ≠ 1, sendo f : R*+ →
R. Exemplos:

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f(x) = log2x
f(x) = log5(x – 2)
f(x) = log(a – 2)4
f(x) = log0,5x

O gráfico da função logarítmica é determinado de acordo com as seguintes condições:

Crescente: base maior que 1.


Decrescente: base maior que zero e menor que 1.

Função crescente

Função decrescente

As funções logarítmicas envolvem em sua resolução, propriedades destinadas ao estudo dos logarit-
mos. Portanto, o seu desenvolvimento depende do conhecimento prévio dessas propriedades.

Na equação: Q = Q0 * e– r * t, Q representa a massa final da substância, Q0, a massa inicial, r, a taxa


de variação e t, o tempo em anos. Note que nessa equação, a massa final está em função do tempo
t. Com base nessa equação, vamos determinar em quantos anos 50 g de uma substância se reduz a
5 g, obedecendo a uma taxa de variação de 8% ao ano.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

O tempo para que ocorra a redução é de aproximadamente 28 anos e 9 meses.

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Proposições Simples e Compostas

Uma das ciências mais complexas para se estudar é a questão da lógica matemática. E os
principais motivos disso pouco têm a ver com as questões práticas do raciocínio lógico esti-
mulado pela matemática, mas sim pela ampla extensão que o campo das probabilidades
pode oferecer a alguém. Na prática, a lógica matemática tenta utilizar vários pontos simples
para chegar a raciocínios mais complexos e subjetivos. Não por menos, alguns dos grandes
filósofos da história eram, na verdade, matemáticos, e aplicavam os conceitos da lógica ma-
temática para chegar a teoremas refinados a respeito da vida, dos humanos e de seu papel
frente ao universo.

Mas é claro que o caminho da lógica matemática não é algo que podemos tentar pular de-
graus. A verdade é que ela é uma ciência que podemos entender de maneira mais clara, se
começarmos por seus princípios básicos. E é justamente isso que faremos agora. Analisare-
mos a lógica matemática entendendo como funcionam as proposições simples, que servirão
de introdução a essa ciência e então nos dará subsídios para compreensão de dados mais
complexos, como as proposições compostas e as proposições de negação. A partir deste
conteúdo, ficará muito mais fácil entender as principais questões da lógica matemática e sua
influência nos estudos matemáticos mais variados como probabilidade, aritmética e trigono-
metria.

Proposições simples

Existe outro ponto importante: a lógica matemática não se encaixa exclusivamente no âm-
bito matemático, ou seja, pode ser enquadrado e interpretado sob várias outras óticas. Tal
ponto é importante, principalmente quando estamos analisando as proposições simples,
pois na maioria dos casos, elas não se aplicam à lógicas numéricas, mas sim a questões
pessoais.

As proposições simples são as afirmações menos complexas, frases diretas que exprimem
em si um pensamento completo, utilizando então um único tempo verbal, um indivíduo e
uma ação. Veja alguns exemplos:

Wagner foi um músico

Wagner nasceu na alemanha

Wagner não conheceu beethoven

Como é possível perceber, estas são afirmações simples servem basicamente para exprimir
um fato. Na maioria das vezes, podemos responder tais afirmações com sim ou não, pois na
maioria das vezes elas podem ser ou não verdadeiras.

Assim, as proposições simples são o início de qualquer raciocínio mais complexo que vá
surgir. No campo matemático, por exemplo, encaramos proposições simples as contas bási-
cas e que podemos responder de cabeça:

1+1=2

5-4=1

10+10=20

E a partir destas ideias, fica muito mais fácil identificar situações mais complexas, como as
proposições compostas, que será nosso próximo tópico.

As proposições compostas – entrando no mundo das probabilidades

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Continuando com a lógica das afirmações, exploramos o conteúdo das proposições simples,
mas adicionando mais do que uma só em uma mesma sentença. Com isso, criamos as pro-
posições compostas. Tais proposições podem ser entendidas como aquelas que são ou não
algum ponto específico, ou seja, não podem ser respondidas com um simples sim ou não, já
que começa a incluir novas possibilidades em seu quadro. O tempo verbal continua sendo
simples, mas as ações podem ser diferentes, com cunho comparativo, de definição ou de
explicação. Alguns exemplos de proposições complexas são:

João é menino, maria, menina;

Essa chuva acabará em breve, ou no máximo à noitinha;

O culpado pelo acidente foi joão, ou antônio, ou pedro, ou carlos;

Ou seja, estamos identificando as proposições complexas como sendo uma do tipo que tem
duas ou mais opções de respostas. Quanto maior o número de possibilidades, menor a pro-
babilidade de uma delas estar correta. Na matemática, exemplos de proposição correta são:

25+24 é igual a 50 ou 49

45 + 55 ou 45 + 50 é igual a 100?

Ou seja, entendemos que agora estamos entrando em um universo onde há mais do que a
probabilidade de uma só resposta. Entendendo as proposições simples e complexas, pode-
mos entrar então na operação de negação.

Proposição de negação – tudo aquilo que não é e que devemos considerar

Voltando às proposições simples, percebemos que elas são identificadas de forma a poder
responder com sim ou não. Mas pense da seguinte forma: quando você sabe de uma afir-
mação, é fácil identificá-la como verdadeiro ou falso. Mas e no caso das situações que você
não sabe a verdadeira resposta? Pois nestes casos, é necessário descobrir o que não é
para descobrir o que é. Por exemplo:

Ronaldo é o maior artilheiro das copas.

Para descobrir se tal afirmação é verdadeira, precisamos analisar outras informações, por
exemplo:

Ronaldo tem 15 gols em copas.

O artilheiro das copas tem 16 gols.

Miroslav klose tem 16 gols em copas

Depois disso, entendendo que a proposição simples que demos anteriormente estava incor-
reta. Com isso, entendemos que, para chegar a alguns resultados, é preciso negar outros
resultados possíveis. Com essa lógica, em alguns casos negamos um resultado para chegar
a outro, como acontece com certa frequência, por exemplo, em provas de múltipla escolha,
quando identificamos as questões falsas antes de identificar a verdadeira.

Porposições simples e compostas

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5. Proposições simples e compostas

As proposições simples ou atômicas são assim caracterizadas por apresentarem apenas


uma idéia. São indicadas pelas letras minúsculas: p, q, r, s, t…

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As proposições compostas ou moleculares são assim caracterizadas por apresentarem mais


de uma proposição conectadas pelos conectivos lógicos. São indicadas pelas letras maiús-
culas: p, q, r, s, t…

Obs: a notação q(r, s, t), por exemplo, está indicando que a proposição composta q é for-
mada pelas proposições simples r, s e t.

Exemplo:

Proposições simples:

P: o número 24 é múltiplo de 3.
Q: brasília é a capital do brasil.
R: 8 + 1 = 3. 3
s: o número 7 é ímpar
t: o número 17 é primo

Proposições compostas

P: o número 24 é divisível por 3 e 12 é o dobro de 24.


Q: a raiz quadrada de 16 é 4 e 24 é múltiplo de 3.
R(s, t): o número 7 é ímpar e o número 17 é primo.

As proposições lógicas podem ser classificadas em dois tipos:

Proposição simples - são representadas de forma única. Ex: o cachorro é um mamífero

Proposição composta - são formadas por um conjunto de proposições simples, ( duas ou


mais proposições simples ligadas por “conectivos lógicos”).

Ex: brasília é a capital do brasil ou lima é a capital do peru.

Podemos ver que atribuir um valor lógico para uma proposição simples é fácil, mas e para
uma proposição composta como faremos isso?

Utilizaremos um recurso chamado de tabelas verdade.

As tabelas verdade são usadas para representar todos os valores lógicos possíveis de uma
proposição. Voltemos ao exemplo anterior.

Brasília é a capital do brasil”, pode ser representada por “p”. Representando –a na tabela
verdade, temos:

Sabendo que uma tabela verdade é a representação de todas as possibilidades lógicas de


uma proposição, agora vamos estudar os conectivos lógicos que ligam as proposições com-
postas para sim podermos analisar os valores lógicos de uma proposição composta.

proposições simples – a base do raciocínio lógico

Neste artigo, falaremos sobre as proposições simples, que são a base do raciocínio lógico.

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Hoje vamos debater um pouco sobre o principal objeto de estudo da lógica: as proposições
simples. Além de ser um assunto bastante cobrado em provas de concursos, este conceito é
o alicerce de todos os assuntos futuros da lógica proposicional.

Contraditoriamente, uma difícil tarefa na matemática é a definição de conceitos simples.

Os matemáticos são muito precisos e meticulosos e, consequentemente, são bastante cui-


dadosos na escolha das palavras usadas para definir seus objetos.

Não há um consenso geral em relação à definição das proposições simples.

Os mais diversos livros da área utilizam “diferentes” definições. Depois de anos em contato
com livros e provas de concursos, cheguei à seguinte definição, que engloba o entendi-
mento comum entre a maioria dos livros e bancas organizadoras de concursos:

“chama-se proposição toda oração declarativa que pode ser valorada em verdadeira ou
falsa, mas não as duas”.

Veja que na definição acima não fizemos distinção entre proposição simples e proposição
composta.

As proposições simples são aquelas que declaram algo sem o uso de conectivos, que são:
“e” (conjunção), “ou” (disjunção inclusiva), “ou…, ou…” (disjunção exclusiva), “se…, en-
tão…” (condicional) e “… se e somente se…” (bicondicional).

Quando conectamos duas ou mais proposições simples, formamos uma proposição com-
posta.

É por essa razão que as proposições simples também são chamadas de proposições atômi-
cas e as proposições compostas são chamadas de proposições moleculares.

Outra forma de identificar as proposições simples é a partir da quantidade de verbos princi-


pais.

Tomemos como exemplo uma questão do cespe.

(cespe 2016/inss)

Com relação a lógica proposicional, julgue o item subsequente.

Na lógica proposicional, a oração “antônio fuma 10 cigarros por dia, logo a probabilidade de
ele sofrer um infarto é três vezes maior que a de pedro, que é não fumante” representa uma
proposição composta.

Resolução

Observe que há dois verbos principais: “fuma” e “é”. Assim, há duas proposições simples
envolvidas, a saber:

P: antônio fuma 10 cigarros por dia.

Q: a probabilidade de ele sofrer um infarto é três vezes maior que a de pedro, que não é fu-
mante.

Observe ainda que a expressão “que não é fumante” é apenas uma oração subordinada ex-
plicativa, ou seja, é uma oração que qualifica pedro.

Como há duas proposições simples conectadas através de um conectivo condicional (“logo”


= “se…, então…”), então a proposição dada é composta.

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Gabarito: certo.

De uma maneira geral, a oração principal é aquela que traz a informação principal que está
sendo afirmada.

Exemplo: paulo comprou uma máquina que não funciona.

Aqui há apenas uma informação principal: a de que paulo comprou uma máquina.

O trecho “que não funciona”, apesar de conter um verbo, é apenas uma qualificação do ob-
jeto direto “máquina”.

O trecho “que não funciona” não tem existência própria, pois é uma oração subordinada à
principal.

Assim, nesse exemplo, temos uma proposição simples, apesar de a frase conter dois verbos
(apenas um deles é principal).

Verbos implícitos e proposições simples

É sempre importante ver o contexto, porque muitas vezes há dois verbos principais, mas um
deles pode estar implícito.

Exemplo: guilherme comprou pão e leite.

A ideia é “guilherme comprou pão e guilherme comprou leite”.

Nesse exemplo há, portanto, duas proposições simples e a proposição como um todo é
composta.

O cespe costumava classificar como proposições simples as frases como a do exemplo


acima.

Proposições simples

Podemos dizer que são aquelas que sempre vêm sozinhas e que normalmente são repre-
sentadas por algumas das letras latinas minúsculas, como por exemplo a letra p, q, r...

Alguns exemplos de proposições simples:

Maria é casada.

Eu tenho 5 dedos nas mãos.

Na proposição simples as informações são menos complexas, servem mais para exprimir
um fato e normalmente utilizam um único tempo verbal juntamente com um único indivíduo,
uma única ação. Quase sempre poderemos responder essas afirmações com simples sim
ou não.

Proposições simples no campo matemático

Tais afirmações que estamos falando, as proposições simples quando avaliamos no campo
matemático, dizemos que as proposições simples pode ser relacionadas como as operações
básicas que praticamente fazemos automaticamente na nossa cabeça como por exemplo:

2+ 1= 3 5-5=0 2x2= 4

Proposições compostas:

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Na proposição composta continuamos seguindo o caminho da proposição simples só que


agora adicionando mais de uma informação ou afirmação na frase, na mesma sentença. As-
sim sendo temos as proposições compostas e podemos também dizer que elas não pode-
riam ser respondidas com apenas um sim ou não pois começam a surgir novas probabilida-
des, novas opções em torno da frase afirmativa., as proposições compostas normalmente
podem ser representadas por letras maiúsculas como p, q, r...

O tempo verbal ainda é simples e normalmente único mas as ações não, sempre na propo-
sição composta as ações podem ser diferentes, as vezes com tipo comparativo de explica-
ção ou então definição, temos abaixo alguns exemplos de proposições compostas:

Pedro é homem, joana, mulher.

O frio passará logo, no máximo amanhã.

Dizem que o culpado de tudo aquilo foi pedro, ou augusto, ou andré.

Então entendemos que as proposições compostas são aquelas que podemos dizer teriam
duas ou mais probabilidades ou opções de respostas e matematicamente falando quanto
maiores forem as quantidades de possibilidades menor será a chance de alguma delas estar
correta.

Proposições compostas no campo matemático

Falando no ponto de vista do campo matemático, as proposições compostas seriam opera-


ções um pouco mais complexas onde teríamos mais de uma probabilidade de se chegar ao
resultado, abaixo alguns exemplos:

35 + 35 é igual a 72 ou 70? 30 – 10 o resultado é 20 ou 15?

Proposições lógicas

A lógica proposicional se dá quando são utilizadas o que chamamos de operações lógicas


que as mais utilizadas são:

Negação (não) – quando usamos essa proposição estamos dando o sentido contrario da
afirmação: ex. Juca não é bonito.

Conjunção lógica (e) – usamos quando queremos combinar duas proposições verdadeiras
uma complementando a outra: ex: hoje está muito frio e hoje ficarei em casa.

Disjunção inclusiva (ou) – usamos quando queremos combinar duas proposições sendo que
pelo menos uma seja verdadeira, assim a proposição torna-se verdadeira: ex: hoje estou
bem ou hoje estou mal.

Simplesmente falando essas proposições dão lógica, sentido mais detalhado a afirmação, a
frase.

Equivalência lógica

São proposições que apresentam a mesma tabela verdade, ou seja, são proposições que
expressas de um modo diferente possuem o mesmo valor lógico.

Ex:

Se brasília é a capital do brasil então santiago é a capital do chile (p → q)

Se santiago não é a capital do chile então brasília não é a capital do brasil. (¬q → ¬p)

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Vejamos as tabelas verdade de ambas às proposições compostas:

Condicional: p → q

P Q P→q

V V V

V F F

F V V

F F V

Condicional: ¬q → ¬p

¬q ¬p ¬q → ¬p

F F V

V F F

F V V

V V V

Podemos verificar que as duas proposições possuem a mesma tabela verdade (valoração),
portanto são equivalentes.

P → q <=> ¬q → ¬p (representação da “equivalência lógica”)

Agora passemos para negação das proposições compostas

Negação da operação da conjunção. “p e q”

¬(p ^ q ) <=> ¬p v ¬q

Para negarmos uma proposição composta ligada pelo conectivo operacional “e”, basta ne-
garmos ambas as proposições individuais(simples) e trocarmos o conectivo “e” pelo conec-
tivo”ou”. Ou seja, transformaremos uma conjunção em uma disjunção. Vejamos;

Ex:“pedro é mineiro e joão é capixaba”.

P= pedro é mineiro

Q= joão é capixaba

Negando-a, temos;

Pedro não é mineiro ou joão não é capixaba.

Pela tabela verdade podemos” confirmar” a negação da proposição.

P Q P^q ¬(p ^ q) ¬p ¬q ¬p v ¬q

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V V V F F F F

V F F V F V V

F V F V V F V

F F F V V V V

Negação da operação da disjunção inclusiva. “p ou q”

P v q <=> ¬p ^ ¬q (lei de morgan)

Para negarmos uma proposição composta ligada pelo conectivo operacional “ou”, basta ne-
garmos ambas as proposições individuais(simples) e trocarmos o conectivo “ou” pelo conec-
tivo”e”. Ou seja, “transformaremos” uma disjunção inclusiva em uma conjunção. Vejamos;

“augusto é feio ou maria é bonita”.

P= augusto é feio

Q= maria é bonita

Negando-a, temos;

“augusto não é feio e maria não é bonita”.

Pela tabela verdade podemos” confirmar” a negação da proposição.

P Q Pvq ¬(p v q) ¬p ¬q ¬p ^ ¬q

V V V F F F F

V F V F F V F

F V V F V F F

F F F V V V V

Negação da operação da disjunção exclusiva. “ou p ou q”

¬(p v q) <=> p ↔ q

Para negarmos uma proposição com a estrutura de uma disjunção exclusiva, transformá-la-
emos em uma estrutura bicondicional. Vejamos;

“ou joão é rico ou pedro é bonito”.

P= joão é rico

Q= pedro é bonito

Negando-a temos;

“joão é rico se e somente se pedro é bonito”

Pela tabela verdade podemos” confirmar” a negação da proposição

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RACIOCÍNIO LÓGICO

P Q Pvq ¬(p v q) P↔q

V V F V V

V F V F F

F V V F F

F F F V V

Obviamente podemos perceber que a negação de uma estrutura bicondicional é também a


disjunção exclusiva

Negação da operação da condicional (ou implicação).

¬ (p → q) <=> p^ ¬q

Para negarmos uma proposição condicional, repete-se a primeira parte troca-se o conectivo
por “e” e nega-se a segunda parte.vejamos

Ex: se sou inteligente então passarei de ano.

P= sou inteligente

Q= passarei de ano

Negando-a, temos;

“sou inteligente e não passarei de ano”

Pela tabela verdade podemos” confirmar” a negação da proposição.

P Q P→q ¬(p → q) ¬q P ^ ¬q

V V V F F F

V F F V V V

F V V F F F

F F V F V F

Lógica proposicional ii – proposições compostas e conectivos lógicos

Ii – proposições compostas e conectivos lógicos

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Cálculo de Predicados

Podemos observar que nas linguagens de programação conhecidas como procedurais (pascal e ou-
tras), os programas são elaborados para "dizer" ao computador a tarefa que deve ser realizada. Em
outras linguagens de programação conhecidas como declarativas, os programas reúnem uma série
de dados e regras e as usam para gerar conclusões.

Estes programas são conhecidos como sistemas especialistas ou sistemas baseados no conheci-
mento que simulam em muitos casos a ação de um ser humano. Essas linguagens declarativas in-
cluem predicados, quantificadores, conectivos lógicos e regras de inferência que, como veremos, fa-
zem parte do cálculo de predicados.

Também podemos observar, como expomos abaixo, que existem vários tipos de argumentos os
quais, apesar de válidos, não é possível justificá-los com os recursos do cálculo proposicional:

Todo amigo de carlos é amigo de jonas.

Pedro não é amigo de jonas.

Logo, pedro não é amigo de carlos.

Todos os humanos são racionais.

Alguns animais são humanos.

Portanto, alguns animais são racionais.

A verificação da validade desses argumentos nos leva não só ao significado dos conectivos, mas
também ao significado de expressões como "todo", "algum", "qualquer", etc.

Símbolos da linguagem

Para que possamos tornar a estrutura de sentenças complexas mais transparente é necessário a in-
trodução de novos símbolos na linguagem do cálculo proposicional, obtendo-se a linguagem do cál-
culo de predicados de 1a ordem.

Nesta nova linguagem teremos, além dos conectivos do cálculo proposicional e os parênteses, os se-
guintes novos símbolos:

Variáveis: x,y,z,.....,x,y,z,......
Constantes: a,b,c,....,a,b,c,......
Símbolos de predicados: p, q, r, s,....
Quantificadores: " (universal), $ (existencial)
termos: as variáveis e as constantes são designadas pelo nome genérico de termos os quais serão
designados por t1, t2,...,tn...

As variáveis representam objetos que não estão identificados no universo considerado ("alguém",
"algo", etc.);
as constantes representam objetos identificados do universo ("joão", "o ponto a", etc. );
os símbolos de predicados representam propriedades ou relações entre os objetos do universo.

Exemplos:

"maria é inteligente": i(m); onde "m" está identificando maria e "i" a propriedade de "ser inteligente".
"alguém gosta de maria": g(x,m); onde g representa a relação "gostar de" e "x" representa "alguém".

De modo geral temos:

P(x): significa que x tem a propriedade p.


("x)p(x): significa que a propriedade p vale para todo x, ou ainda, que todos os objetos do universo
considerado tem a propriedade p.

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($x)p(x): significa que algum x tem a propriedade p, ou ainda, que existe no mínimo um objeto do uni-
verso considerado que tem a propriedade p.

Notamos que os símbolos de predicados serão unários, binários ou n-ários conforme a propriedade
que representam envolver, respectivamente um, dois ou mais objetos do universo e dizemos também
que o símbolo de predicado tem peso 1, peso 2... Ou peso n.

Obs.: um símbolo de predicados 0-ário (peso zero) identifica-se com um dos símbolos de predicado;
por exemplo: "chove" podemos simbolizar "c".

As fórmulas mais simples do cálculo de predicados de 1a ordem são chamadas de fórmulas atômicas
e podem ser definidas como:
"se p for um símbolo de predicado de peso n e se t1, t2,...,tn forem termos então
p(t1, t2,...,tn ) é uma fórmula atômica."

Definição de fórmula:

1.toda fórmula atômica é uma fórmula.


2.se a e b forem fórmulas então (~a), (aùb), (aú b), (a® b) e (a«b) são fórmulas.
3.se a for uma fórmula e x uma variável então ("x)a e ($x)a são fórmulas.
4.as únicas fórmulas são dadas por 1. 2. E 3. Acima.

Exemplos de fórmulas:

p(x,a);
r(y,b,t); ("z)(p(x,a) ® r(y,b,z));
~($x)(~p(x,a) ù r(y,b,t));
($y)("x)r(y,b,t).

Assim os argumentos dados no início podem ser representados simbolicamente como:

Todo amigo de carlos é amigo de jonas.

Pedro não é amigo de jonas.

Logo, pedro não é amigo de carlos.

("x) (p(x,c) ® p(x,j))


~ p(p,j)
~ p(p,c)

Onde p(x,y) significa que x é amigo de y e c, p, j são constantes que representam carlos, pedro e jo-
nas respectivamente.

Todos os humanos são racionais.

Alguns animais são humanos.

Portanto, alguns animais são racionais.

("x) (p(x) ® q(x))


($x) (r(x) ù p(x))
($x) (r(x) ù q(x))

Onde p,q,r simbolizam as propriedades de: ser humano, ser racional e ser animal respectivamente.

Escopo de um quantificador: se a é uma fórmula e x uma variável, então em ("x)a ou em ($x)a dize-
mos que a é o escopo do quantificador ("x) ou ($x).

Por exemplo na fórmula ($y)("x)(r(y,b,t) ® ("z) p(z,a)) temos os seguintes quantificadores e seus res-
pectivos escopos:

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($y): ("x)(r(y,b,t) ® ("z) p(z,a))


("x): (r(y,b,t) ® ("z) p(z,a))
("z): p(z,a)

Negação de fórmulas quantificadas: da definição de fórmula dada acima podemos perceber que um
quantificador universal ou existencial pode ser precedido de uma negação. Vejamos como podemos
proceder se for necessário a eliminação dessa negação.

Consideremos, por exemplo, a fórmula ("x)p(x) e o conjunto universo u={a,b,c}. É evidente que nesse
caso temos: ("x)p(x) û p(a) ù p(b) ù p(c).

Podemos considerar então que:

~("x)p(x) û~(p(a) ù p(b) ù p(c)) û~p(a) ú~p(b) ú~p(c)


o qual significa que existe no mínimo um objeto em u tal que ~p(x), ou seja,
~("x)p(x) û ($x) ~p(x) ou ainda de modo geral para uma fórmula a qualquer temos

(1)~("x) aû ($x) ~a

Da equivalência acima segue imediatamente que:

(2). ~("x)~p(x) û ($x)p(x)


(3). ~($x)p(x) û ("x)~p(x)
(4). ~($x)~p(x) û ("x)p(x)

Enunciados categóricos

Certos enunciados se apresentam freqüentemente na lógica clássica e tradicionalmente são chama-


dos de enunciados categóricos.
Relacionaremos os quatro enunciados mais comuns que são representados pelas letras a, e, i, o:

A - da forma "todo p é q" (universal afirmativa)


e - da forma "nenhum p é q" ou "todo p não é q" (universal negativa)
i - da forma "algum p é q" (particular afirmativa)
o - da forma "algum p não é q" (particular negativa)

Simbolizados respectivamente como:

A - ("x)(p(x) ® q(x))
e - ("x)(p(x) ®~q(x))
i - ($x)(p(x) ù q(x))
o - ($x)(p(x) ù~q(x))

Diagramas de venn para enunciados categóricos

Se considerarmos p e q dados acima como dois conjuntos quaisquer, os enunciados dados podem
ser interpretados como segue:

A: "todo p é q" afirma que todos os elementos de p são elementos de q, ou seja,


que p é um subconjunto de q, isto é, p ì q.

E: "nenhum p é q" afirma que os conjuntos p e q não têm elementos em comum, isto é,
que p ç q =æ ou ainda que p ì q’.

I: "algum p é q" afirma que os conjuntos p e q têm pelo menos um elemento em comum, isto é,
p ç q ¹æ
o: "algum p não é q" afirma que p tem pelo menos um elemento que não está em q, ou ainda,
que p ç q’ ¹ æ.

Estas interpretações podem ser feitas através de diagramas de venn, os quais são úteis na verifica-
ção da validade de argumentos cujas premissas e conclusão são enunciados categóricos do tipo a, e,
i ou o mas não devem ser considerados instrumentos de prova rigorosa.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Lembramos que no cálculo proposicional os diagramas de venn foram utilizados para estabelecer
uma correlação entre as linhas da tabela verdade de uma fórmula e as regiões do diagrama de venn
correspondente.

Para verificarmos a validade de um argumento, as interpretações dos enunciados categóricos nos di-
agramas de venn serão consideradas como segue:

1. Cada círculo representa uma classe de objeto que quando em branco indica ausência de informa-
ção a respeito do conjunto.

2. Círculo hachurado ou região de um círculo hachurada, representa região vazia de elementos.

3. Círculo ou região de um círculo com x representa região não vazia de elementos.

Exemplo: se j representa o predicado "ser jovem" temos os diagramas abaixo:

Representação dos enunciados categóricos

Os enunciados categóricos podem ser representados como segue:

Argumentos Categóricos

Validade de argumentos categóricos por diagramas de venn

Para verificarmos a validade de um argumento categórico procedemos como segue:


1.transferimos para o diagrama, formado por três círculos, as informações das premissas, iniciando
pelos enunciados universais;
2.verificamos se informação dada na conclusão esta aí representada sem nenhuma condição e de
modo único.
3.se isto ocorre então o argumento é válido.
Vejamos os seguintes exemplos:

Exemplo i.

Todos os cientistas são estudiosos.


(2) alguns cientistas são inventores.
(3) alguns estudiosos são inventores.

A parte hachurada corresponde ao enunciado (1), vazia de elementos; a parte assinalada com x cor-
responde ao enunciado (2). Dessa forma, as informações das premissas forem transferidas para o
diagrama e a conclusão (3) está representada. Portanto o argumento é válido.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo ii.

Todos os brasileiros são felizes.


Todos os paulistas são brasileiros.
Todos os paulistas são felizes.

Vemos que o argumento é válido pelo diagrama acima.

Exemplo iii.

Nenhum estudante é velho.


(2) alguns jovens não são estudantes.
(3)alguns velhos não são jovens.

A premissa (1) está representada na região hachurada e a premissa (2) está marcada com x sobre a
linha pois a informação correspondente pode estar presente em duas regiões e não temos informa-
ção para saber especificamente em qual delas. Desse modo o argumento não é válido pois a conclu-
são não está representada com absoluta certeza.

A validade de um argumento não depende do conteúdo dos enunciados e sim da sua forma e da rela-
ção entre as premissas e a conclusão.

Árvores de refutação

Generalização para o cálculo de predicados de 1a ordem.

No cálculo proposicional mostramos como as tabelas verdade, as demonstrações e as árvores de re-


futação podem ser usadas para a verificação da validade de argumentos e de tautologias. Verificare-
mos no que segue como as árvores de refutação podem ser generalizadas para o cálculo de predica-
dos de 1a ordem.

Como anteriormente, as árvores de refutação vão nos permitir verificar a validade de argumentos em
um número finito de passos. No entanto, esta técnica no cálculo de predicados pode não nos fornece
nenhuma resposta em alguns casos como veremos adiante.

A generalização das árvores de refutação para o cálculo de predicados de 1a ordem manterá todas
as regras anteriormente dadas para o cálculo proposicional e novas regras serão estipuladas para as
fórmulas contendo os quantificadores universal (") e existencial ($). Teremos então, além das dez re-
gras dadas no cálculo proposicional, as seguintes novas regras:

11. Regra da negação do quantificador universal (~"): uma fórmula do tipo ~("x)b gera uma linha na
qual escrevemos a fórmula ($x)~b. Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fór-
mula ~("x)b pertence.

12. Regra da negação do quantificador existencial (~$): uma fórmula do tipo ~($x)b gera uma linha na
qual escrevemos a fórmula ("x)~b. Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fór-
mula ~($x)b pertence.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

13. Regra do quantificador existencial ($): uma fórmula do tipo ($x)b(x) gera uma linha na qual escre-
vemos a fórmula b(c) onde c é uma nova constante que não ocorre em qualquer ramo da árvore e
substituirá as ocorrências da variável x, do quantificador, na fórmula b. Procedemos assim em todos
os ramos abertos aos quais a fórmula ($x)b(x) pertence.

Justificativa: a fórmula ($x) b (x) significa que existe pelo menos um objeto do universo que tem a pro-
priedade b e este será identificado, sempre, por uma “nova” constante, ou seja, uma constante que
não ocorre na árvore.

14. Regra do quantificador universal ("): uma fórmula do tipo ("x)b(x) gera uma linha na qual escreve-
mos a fórmula b(c) onde c é qualquer constante que já ocorre em qualquer ramo da árvore e substi-
tuirá as ocorrências da variável x, do quantificador, na fórmula b. Procedemos assim em todos os ra-
mos abertos aos quais a fórmula ("x)b(x) pertence.

Justificativa: a fórmula ("x)b(x) significa que todos os objetos do universo têm a propriedade b. Sendo
assim, a regra deve ser aplicada a todas as constantes presentes na árvore e eventualmente para
aquelas que surgirem durante a "construção" da árvore como observamos abaixo.

Observações importantes:

Como sabemos, as fórmulas para as quais são aplicadas as regras, sempre serão "marcadas" (ð). No
entanto, para a regra (") do quantificador universal isto não será obedecido pois, se surgir uma nova
constante na árvore por aplicação da regra ($), para esta constante deverá ser aplicada a regra (") em
todas as fórmulas do tipo ("x)b(x) da árvore.

2.somente se nenhuma constante ocorre em algum ramo é que podemos introduzir uma nova cons-
tante para usar em possíveis aplicações da regra (") ao longo do referido ramo.

Exemplo i.: vamos verificar que a fórmula ("x)p(x) ® ($x)p(x) é válida por árvore de refutação.

1. ~(("x)p(x) ® ($x)p(x)) ð premissa


2. ("x)p(x) 1. (~®)
3. ~($x)p(x)ð 1. (~®)
4. ("x)~p(x) 3. (~$)
5. P(a) 2. (") (obs.2 acima)
6. ~p(a) 4. (")
7. X 5. E 6.

Exemplo ii. Verifique a validade do argumento categórico:

Todos os cientistas são estudiosos. - ("x)(c(x) ® e(x))


alguns cientistas são inventores. - ($x)(c(x) ù i(x))
alguns estudiosos são inventores. - ($x)(e(x) ù i(x))

1. ("x)(c(x) ® e(x)) premissa


2. ($x)(c(x) ù i(x)) ð premissa
3. ~($x)(e(x) ù i(x)) ð premissa adicional
4. ("x) ~ (e(x) ù i(x)) 3.(~$)
5. (c(a) ù i(a)) ð 2. ($): a é nova constante
6. (c(a) ® e(a)) ð 1.("): a é constante que já ocorre
7. ~ (e(a) ù i(a)) ð 4. ("): a é constante que já ocorre
8. C(a) 5. (ù)
9. I(a) 5. (ù)
/ \
10. ~c(a) e(a) 6.(®)
/ \
11. X (10,8) ~e(a) ~i(a) 7.(~ù)
12. X (1,10) x(11,9)

O argumento é válido pois todos os ramos foram fechados.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo iii. Verifique a validade do argumento categórico:

Nenhum estudante é velho. ("x)(e(x) ® ~v(x))


alguns jovens não são estudantes ($x)(j(x) ù~e(x))
alguns velhos não são jovens. ($x)(v(x) ù~j(x))

1. ("x)(e(x) ®~v(x)) premissa


2. ($x)(j(x) ù~e(x)) premissa
3. ~ ($x)(v(x) ù~j(x))ð premissa adicional
4. ("x) ~ (v(x) ù~j(x)) 3. (~$)
5. (j(a) ù~e(a))ð 2. ($): a é nova constante.
6. (e(a) ® ~v(a))ð 1. ("): a é constante que já existe.
7. ~(v(a) ù~j(a))ð 4. ("): a é constante que já existe
8. J(a) 5. (ù)
9. ~e(a) 5.(ù)
/ \
10. ~e(a) ~v(a) 6.(®)
/ \ / \
11. ~v(a) ~~j(a) ~v(a) ~~j(a) 7.(~ù)
12. / \ / \

O argumento não é válido pois a árvore terminou e temos ramos abertos.

Exemplo iv. ("x)($y)p(x,y), p(a,a)

1. ("x)($y)p(x,y) premissa
2. ~ p(a,a) premissa adicional.
3. ($y)p(a,y)ð 1. ("): a é constante que já existe.
4. P(a,b) 3. ($): b é nova constante.
5. ($y)p(b,y)ð 1. ("): b é constante que já existe.
6. P(b.c) 5. ($): c é nova constante.

Como podemos observar a árvore nunca terminará; é infinita. Vamos assumir que o argumento não é
válido.

Na verdade não existe um método efetivo que nos permita decidir sempre, e para qualquer argu-
mento do cálculo de predicados, se tal argumento é válido ou não é válido. Este resultado mostra que
o cálculo de predicados é indecidível. A indecidibilidade do cálculo de predicados pode ser provada e
é conhecida como "tese de church". Há muitos livros de lógica que abordam este assunto.

Quando verificamos a validade de um argumento estamos verificando se, no caso das premissas se-
rem verdadeiras elas inferem uma determinada conclusão. Isto é possível ser feito por vários métodos
no cálculo proposicional os quais não todos se generalizam para o cálculo de predicados como verifi-
camos acima.
Definições:
para estudarmos o cálculo de predicados sobre outros aspectos algumas definições são importantes
e as especificamos abaixo:

Ocorrências livre e ligada de uma variável:


uma ocorrência de uma variável x numa fórmula é ligada se x é uma variável de um quantificador na
fórmula ou x está no escopo de um quantificador ("x) ou ($x) na fórmula. Caso contrário a ocorrência
de x é livre.

Variável ligada (livre):


se a ocorrência de x é ligada (livre) numa fórmula, dizemos que x é variável ligada (livre) na fórmula.
Assim uma variável pode ser livre ou ligada numa mesma fórmula.

Exemplo:na fórmula ($y)(("x)r(y,b,t) ® ("z) p(x,a)) temos cinco variáveis que estão numeradas onde:

1 2 3 4 5

1,2,3,4 são ligadas e 5 é livre. Vemos que x ocorre livre e ligada na mesma fórmula.

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Sentença:
uma fórmula em que não há ocorrências livres de variáveis chamamos de sentença.

Termo livre para uma variável:


um termo t é livre para a variável y na fórmula a se, quando se substitui as ocorrências livres de y por
t, as ocorrências de t em a assim obtidas ocorrem livres.

Exemplos:

X é livre para y em p(y).


2. X não é livre para y em ("x)p(y).
3. X é livre para x em qualquer fórmula.
4. Qualquer termo é livre para x numa fórmula a se em a não há ocorrência livre de x.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Tautologia e Contradição

Tautologia é uma proposição cujo valor lógico é sempre verdadeiro.

Exemplo

A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre v, conforme a tabela-ver-
dade.

Exemplo

A proposição (p λ q) → (p → q) é uma tautologia, pois a última coluna da tabela-verdade só possui v.

Contradição

Contradição é uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.

Exemplo

A proposição (p λ q) λ (p λ q) é uma contradição, pois o seu valor lógico é sempre f conforme a ta-
bela-verdade. Que significa que uma proposição não pode ser falsa e verdadeira ao mesmo tempo,
isto é, o principio da não contradição.

Contingência

Quando uma proposição não é tautológica nem contraválida, a chamamos de contingência ou propo-
sição contingente ou proposição indeterminada.

O termo tautologia é um bicho de sete cabeças para os concurseiros e muitos outros indivíduos que
vão prestar alguma seleção que envolva o raciocínio lógico. Como a tatutologia, a contradição tam-
bém constitui-se em grande dúvida aos estudantes. Diante disso vamos abordar de forma objetiva es-
tes conceitos para favorecer o entendimento daqueles que estão se preparando. Vejamos:

uma tautologia caracteriza-se por ser uma proposição composta “p” constituída por proposições sim-
ples p, q, r, … e que sempre terá seu valor lógico como verdadeiro (“v”). Mesmo que os valores lógi-
cos das proposições simples componentes “p, q, r, …” sejam falsos na mas o resultado da proposição
composta irá ser verdadeira, ou seja, na tautologia sempre terá “v” na última coluna de sua tabela-
verdade.

A proposição “p ou não p”, isto é, p ∨ (¬p) é uma tautologia. Para confirmar a afirmação da proposi-
ção composta acima veja a tabela verdade abaixo:

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Veja que na última coluna só há valores lógicos verdadeiros.

Definição de Contradição Na Lógica

A contradição no raciocínio lógico caracteriza-se por ser uma proposição composta p( p, q, r, …) que
possui como valor lógico falsidades (“f”) quaisquer que sejam os valores lógicos das proposições
componentes p, q, r, …. Ou seja, mesmo que as proposições simples tenham valores verdadeiros as
proposições compostas terão como resultado final em sua última coluna da tabela verdade valores de
“f”.

A proposição “p e não p”, isto é, p ∧ (¬p) é uma contradição.

Veja na tabela acima que a última coluna possui o valor “f” como regra.

Tautologia

Também chamada de proposição tautológica ou proposição logicamente verdadeira, tautologia é toda


proposição composta p(p, q, etc.) Cujo valor lógico é sempre a verdade, quaisquer que sejam os valo-
res lógicos das proposições simples que a compõe (p, q, etc.).

Exemplos

A proposição composta p ∨ ~p é tautologia, pois para qualquer valor de p (verdade ou falsidade) seu
valor lógico é a verdade como demonstrado por sua tabela-verdade.

A proposição composta p ∨ ~(p ∧ q) é tautologia, pois para quaisquer valores de p e q seu valor lógico
é a verdade como demonstrado por sua tabela-verdade.

A proposição composta p ∧ r → ~q ∨ r é tautologia, pois para quaisquer valores lógicos de p, q e r seu


valor lógico é a verdade como demonstrado por sua tabela-verdade.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Contradição

Também chamada de proposição contraválida ou proposição logicamente falsa, contradição é toda


proposição composta p(p, q, etc.) Cujo valor lógico é sempre a falsidade, quaisquer que sejam os va-
lores lógicos das proposições simples que a compõe (p, q, etc.).

Exemplos

A proposição composta p ∧ ~p é contradição, pois para qualquer valor de p (verdade ou falsidade)


seu valor lógico é a falsidade como demonstrado por sua tabela-verdade.

A proposição composta ~(p ∨ ~(p ∧ q)) é contradição, pois para quaisquer valores de p e q seu valor
lógico é a falsidade como demonstrado por sua tabela-verdade.

A proposição composta ~(p ∧ r → ~q ∨ r) é contradição, pois para quaisquer valores lógicos de p, q e


r seu valor lógico é a falsidade como demonstrado por sua tabela-verdade.

Fique atento

Observe que como uma tautologia é sempre verdadeira, sua negação sempre assumirá o valor lógico
da falsidade, resultando assim em uma contradição.

Contingência

Também chamada de proposição contingente ou proposição indeterminada, contingência é toda pro-


posição composta p(p, q, etc.) Cujo valor lógico pode ser a falsidade ou a verdade, dependendo dos
valores lógicos das proposições simples que a compõe (p, q, etc.), ou seja, é toda proposição com-
posta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos

A proposição composta p → ~p é contingência, pois seu valor lógico ora é a falsidade e ora é a ver-
dade dependendo do valor lógico da proposição simples p como demonstrado por sua tabela-ver-
dade.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

A proposição composta p ∨ q é contingência, pois seu valor lógico ora é a falsidade e ora é a verdade depen-
dendo dos valores lógicos das proposições simples p e q como demonstrado por sua tabela-verdade.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Equivalência e Implicação Lógica

Implicação Lógica
Relembrando a operação lógica da condicional p→q (lê-se: se p então q)
Você está lembrado quando estudamos as proposições condicionais e utilizamos o símbolo →? Va-
mos recordar!
Na condicional p→q, p é chamado de antecedente e q é o consequente. O símbolo “→” é chamado
símbolo de implicação. Note que, neste caso, p e q são proposições simples.
O símbolo → representa uma operação matemática entre as proposições p e q que tem como resul-
tado a proposição p → q, como valor lógico V ou F.
A proposição condicional “se p então q” é uma proposição composta que só admite valor lógico falso
no caso em que a proposição p é verdadeira e a proposição q é falsa, sendo verdade nas demais si-
tuações.
O valor lógico da condicional de duas proposições é definido pela seguinte tabela-verdade:

Vamos rever esta operação lógica por meio de uma situação:

Suponha que um determinado pai faz a seguinte promessa para seu filho: “Se fizer sol amanhã, então
viajaremos para a praia”.
Há 4 possibilidades:
1. Fez sol e viajaram para a praia.

2. Fez sol e não viajaram para a praia.

3. Não fez sol e viajaram para a praia.

4. Não fez sol e não viajaram para a praia.

Compare cada uma destas possibilidades levantadas anteriormente com os valores lógicos colocados
na tabela e responda a seguinte pergunta:
Em Qual Das Possibilidades A Situação Foi Descumprida?

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Não é difícil concluir que na possibilidade 2, a situação foi descumprida. Você deve estar se pergun-
tando sobre a possibilidade 3. Afinal, se não fez sol, como viajaram para a praia? Parece estranho,
não? Na verdade, temos que tomar um certo cuidado, o pai só disse o que fariam se fizesse sol, mas
não disse o que fariam se não fizesse sol. Esta é razão da condicional na linha 3 ser logicamente ver-
dadeira. Temos que ter muita atenção, especialmente nesta parte. Esta é a parte que as pessoas, em
geral, apresentam mais dificuldades de compreensão. Por este motivo vamos discutir um pouco mais
sobre o assunto.
Utilizamos com frequência sentenças condicionais, como: “Se hoje chover, então vou ficar em casa”.
Vamos ver as quatro possibilidades para esta situação:
1. Choveu e fiquei em casa.

2. Choveu e não fiquei em casa.

3. Não choveu e fiquei em casa.

4. Não choveu e não fiquei em casa.

Caro aluno, é importantíssimo que você aprenda que na lógica matemática não nos preocupamos
com qualquer relação de causa e efeito entre o antecedente e o consequente de uma implicação. O
que há é uma relação entre os valores lógicos. Neste exemplo, ficou claro para você que na possibili-
dade 2, a situação foi descumprida; isto é, “choveu e não fiquei em casa” ? É provável que você te-
nha dúvidas com relação à possibilidade 3. Afinal, se não choveu, como fiquei em casa? Voltamos a
dizer, sendo o antecedente (p) logicamente falso, não importa o valor lógico do consequente (q), pois
o valor lógico da condicional será sempre verdadeiro!
Desta Forma, Releia O Conceito:
A proposição condicional “se p então q” é uma proposição composta que só admite valor lógico falso
no caso em que a proposição p é verdadeira e a proposição q é falsa, sendo verdade nas demais si-
tuações.
E Qual É A Importância Da Implicação?
O conceito de implicação é essencial para os diversos campos do conhecimento. Como exemplo, po-
demos citar as implicações lógicas de um discurso que remete a explicação ou demonstração de ar-
gumentos, e isto não é restrito à Matemática.
É comum aparecerem declarações do tipo: “Sempre que isto ocorre, e, é verdadeiro, implica que
aquilo também é verdadeiro”. Pense nas diversas áreas, tais como: Medicina, Direito, Engenharia,
Educação, Propaganda e Marketing, Processamento de Dados e tantas outras áreas, que utilizam
inúmeras implicações. Enfim vivemos imersos em um mundo de implicações lógicas! Pense a este
respeito.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

A implicação é muito importante na linguagem matemática porque aparece sistematicamente nos teo-
remas que constituem as teorias matemáticas. Um teorema é uma proposição do tipo p ⇒ q, onde p é
uma proposição verdadeira na teoria em questão. Demonstrar um teorema não é mais do que provar
que a proposição p ⇒ q é verdadeira e sendo p verdadeira, por hipótese, implica dizer que q é tam-
bém verdadeira.
Num teorema é comum chamarmos a proposição p de hipótese, é o antecedente da implicação p ⇒q.
A proposição q, que é o consequente da implicação, é denominada de tese. As demonstrações de
teoremas são essenciais para o desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas à ex-
perimentação, observação e percepção, realização de conjecturas, desenvolvimento de argumenta-
ções convincentes, entre outras.

O símbolo P⇒ Q (P implica Q) representa a implicação lógica. Observe neste conceito que aparecem
dois símbolos matemáticos → e ⇒. Vamos diferenciá-los?
Diferenciação dos símbolos → e ⇒
1. O símbolo → (p → q) Lê-se: se p….. então q representa uma operação matemática entre as pro-
posições p e q que tem como resultado a proposição p → q, com valor lógico V ou F.

2. O símbolo ⇒ ( P⇒ Q) Lê-se: P implica Q representa a não ocorrência de VF na tabela-verdade de


P → Q, ou ainda que o valor lógico da condicional P → Q será sempre V, ou então que P → Q é uma
tautologia.

Você já deve ter se familiarizado com o primeiro (símbolo →), pois fizemos uso dele em vários exem-
plos envolvendo a operação lógica da condicional em que podíamos fazer um julgamento (verdadeiro
ou falso), já o segundo (símbolo ⇒) passaremos a ver agora com mais detalhes. Tenha sempre em
mente que o símbolo ⇒ representa uma implicação, cuja condicional será sempre tautológica, isto é,
será sempre logicamente verdadeira. Vamos agora ver alguns exemplos e verificar a implicação ló-
gica indicada em cada caso.
Exemplos:

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Vamos comprovar isto para o 1ª exemplo dado. p ^ q ⇒ p


Considere a situação:
p: Marina Silva vencerá as eleições para a Presidência do Brasil.
q: A taxa de desemprego cairá nos próximos três anos.
p ^ q: Marina Silva vencerá as eleições para a Presidência do Brasil e a taxa de desemprego cairá
nos próximos três anos.
Vamos agora verificar como ficam os possíveis valores lógicos das proposições:

Relembrando: Você está lembrado que a proposição composta da conjunção p ^ q (p e q) somente


será verdadeira quando as proposições p e q forem verdadeiras.

Perceba que quando p ^ q é verdadeira (1ª possibilidade, veja o quadro acima), p é verdadeira tam-
bém, logo dizemos que p ^ q implica p e, tem a seguinte notação: p ^ q ⇒ p. E mais, se você fizer a
condicional (p ^ q) → p, ela será sempre verdadeira, ou seja uma tautologia.
2º exemplo: p ⇒ q → p Vamos verificar esta implicação.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Atenção: A intenção aqui, caro aluno, é que você perceba que o ponto fundamental da implicação ló-
gica ( P implica uma proposição Q, indica-se por P ⇒ Q), é que sempre que temos um antecedente
verdadeiro, teremos um consequente verdadeiro também.
Vamos verificar se “p” de fato implica a proposição composta “q → p” (p ⇒ q → p)
Atenção: A proposição condicional q→p (lê-se: “se q então p”) é uma proposição composta que só
admite valor lógico falso no caso em que a proposição q é verdadeira e a proposição p é falsa, sendo
verdade nas demais situações. (veja a 3ª coluna da tabela seguinte)

p ⇒ q → p, pois o condicional p→ (q→p) é tautológica.


Perceba que quando p é verdadeira (1ª e 2ª colunas), q→p é verdadeira também, logo dizemos que p
implica a proposição composta q → p. (p ⇒ q → p)
Vamos agora mostrar as implicações no 3º e 4º exemplos.
3º exemplo: p Λ q ⇒ p v q

Caro aluno, não se assuste com o tamanho das tabelas-verdade. Você deve organizar as colunas, e
para iniciar, atribua todos os valores lógicos possíveis para as proposições simples p e q. (são quatro
situações; isto é, são quatro linhas).
Para compreender a tabela acima, você deverá retomar as operações da conjunção e disjunção,
além, obviamente, da condicional.
Observe que na 3ª coluna (p Λ q), temos uma conjunção, e que ela é logicamente verdadeira apenas
quando as proposições simples p e q são ambas verdadeiras, e logicamente falsas nas demais situa-
ções.
Observe que na 4ª coluna (p v q), temos uma disjunção, e que ela é logicamente falsa apenas
quando as proposições simples p e q são ambas falsas, e logicamente verdadeiras nas demais situa-
ções. Até aqui, tudo bem? Se ficou claro, então vamos entender melhor a 5ª coluna.

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Na 5ª e última coluna, temos a condicional (p Λ q) → (p v q) logicamente verdadeira para todas as si-


tuações, pois a condicional só é falsa quando o antecedente é verdadeiro e o consequente falso.
Podemos verificar a implicação p Λ q ⇒ p v q, por meio da condicional (p Λ q) → (p v q), pois, neste
exemplo, ela é sempre verdadeira e, portanto, tautológica. Você também pode verificar a implicação
dada observando que quando a proposição p Λ q é verdadeira, temos que p v q, também, é verda-
deira (1ª linha). Logo, está verificada a implicação dada.
4º exemplo: p ⇒ p v q

Neste 4º exemplo , também verificamos a implicação p ⇒ p v q , pois a condicional p → (p v q) é tau-


tológica.
Observe que quando a proposição p é verdadeira, temos que p v q, também, é verdadeira (1ª e 2ª li-
nhas). Logo, está verificada a implicação dada.
Observação O fato de dizer que uma proposição P implica uma proposição Q, não garante dizer o ca-
minho inverso, isto é, que Q também implica P.
Abaixo estudaremos as situações que envolvem o caminho de ida e de volta quando consideramos
as implicações. Neste caso chamaremos de equivalências lógicas.
Equivalência Lógica
Caro aluno, estudamos as implicações lógicas e foi enfatizado que o ponto fundamental da implica-
ção lógica (P implica uma proposição Q, indica-se por P ⇒ Q), é que sempre que temos um antece-
dente verdadeiro, teremos um consequente verdadeiro também. Está lembrado? Vimos também que
se uma proposição P implica uma proposição Q, não garante dizer o caminho inverso, isto é, que Q
também implica P. Neste capítulo trataremos de ver as situações que envolvem o caminho de ida e
de volta quando consideramos as implicações. Estas implicações são denominadas de equivalências
lógicas.
Conceito:
Diz-se que uma proposição composta P é logicamente equivalente a uma proposição composta Q (in-
dica-se pela notação P ⇔ Q – o símbolo ⇔ é uma forma abreviada de dizer que duas proposições
são logicamente equivalentes) quando, as tabelas verdade destas duas proposições compostas são
idênticas. De outra forma, podemos dizer que as proposições P e Q são equivalentes, se a bicondici-
onal P ↔ Q for uma tautologia.
E para iniciar este estudo das equivalências lógicas, considere as seguintes proposições:
1. Não vi ninguém.

2. Vi alguém.

Na primeira proposição temos uma dupla negação, logo se “não vi ninguém” (dupla negação), então
“vi alguém”.(afirmação) Podemos concluir que estas proposições são equivalentes. Desta forma, te-
nha cuidado ao usar “não vi ninguém” com o sentido de pessoa alguma foi vista. Isto é lógico para
você?

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Podemos construir uma tabela-verdade e colocar todos os valores lógicos possíveis. Vamos ver como
ficam?
Para esta construção, considere p: vi alguém.

Perceba que a última coluna da tabela-verdade é a bicondicional e ela é sempre verdadeira, e por-
tanto tautológica.
Os valores lógicos de p e ~(~p) são idênticos. Desta forma, podemos concluir que estas proposições
são logicamente equivalentes. E também são equivalentes as proposições compostas p→~(~p) e
~(~p) → p, e esta equivalência expressa a lei da dupla negação.
Podemos indicar estas equivalências da seguinte forma:

Vamos trabalhar esta noção de equivalência por meio de alguns outros exemplos:
1º Exemplo: Veja as seguintes sentenças:
▪ Se hoje é sábado, então hoje é dia de pegar um cineminha.

▪ Se hoje não é dia de pegar um cineminha, então hoje não é sábado.

Parece intuitivo que sejam logicamente equivalentes?


É verdade, pois possuem o mesmo “conteúdo lógico”.
Vamos analisar melhor esta situação, utilizando agora os conceitos da Lógica Matemática. E para
isto, considere as proposições:
p: Hoje é sábado.
q: Hoje é dia de pegar um cineminha.
Vamos verificar como ficam os possíveis valores lógicos na tabela-verdade para cada sentença dada
inicialmente:
▪ Se hoje é sábado, então hoje é dia de pegar um cineminha. (p→q)

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Você lembra que a condicional p→q será logicamente falsa apenas quando o antecedente (p) é ver-
dadeiro e o consequente (q) é falso? Veja a possibilidade 2. (2ª linha da tabela)
Vamos agora para a segunda sentença. E para isto, considere as proposições p e q e suas negações
~p e ~q

Se você observar atentamente as tabelas, facilmente perceberá que as últimas colunas das tabelas,
que são das proposições condicionais (p→q) e (~q→~p), são idênticas. Desta forma, podemos con-
cluir que há aqui uma equivalência lógica. Assim sendo, as sentenças I e II, são equivalentes:
I -Se hoje é sábado, então hoje é dia de pegar um cineminha. (p→q)
II -Se hoje não é dia de pegar um cineminha, então hoje não é sábado. (~q→~p)
Simbolicamente representamos esta equivalência da seguinte maneira:
(p→q) ⇔ (~q→~p) (Esta equivalência é denominada de Contrapositiva da condicional dada.)
Releia o conceito inicial de equivalência lógica e observe que:
(p→q) corresponde a proposição composta
P (~q→~p) corresponde a proposição composta Q
É importante que você valorize aquilo que temos estudado dentro da Lógica Matemática, pois certa-
mente a fundamentação teórica é importante para o entendimento de situações, inclusive as do nosso
cotidiano.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Vamos ver mais alguns exemplos de equivalência entre proposições (P ⇔ Q). Nosso objetivo é que
você entenda a construção das tabelas-verdade como um instrumento importante de verificação das
equivalências lógicas, pois sempre que os valores lógicos das proposições P e Q forem idênticos,
elas serão equivalentes.
2º Exemplo: Vamos para o seguinte enunciado:
Verificar a equivalência das proposições a seguir:
p∧q⇔q∧p.
observação:
p ∧ q corresponde a proposição composta P.
q ∧ p corresponde a proposição composta Q.
Vamos recorrer à tabela-verdade e colocar os valores lógicos de cada proposição.

Perceba que neste caso, as colunas das proposições “p ∧ q” e “q ∧ p” são idênticas, logo são equiva-
lentes, e sendo equivalentes, a coluna da bicondicional tem sempre valores lógicos verdadeiros, e
portanto a bicondicional é considerada tautológica.
Uma aplicação bastante interessante de equivalência lógica entre as proposições condicionais e as
proposições com o conectivo “ou” (disjunção) é:
3º Exemplo: Neste 3º exemplo, verificaremos uma transformação de uma proposição condicional em
proposição com o conectivo “ou” (disjunção), pois são equivalentes. (p→q) ⇔ (~p v q ).
Achou estranha esta equivalência? Podemos compreendê-la, utilizando a tabela-verdade. Para que
não fiquemos trabalhando apenas com letras e para que não vejamos este tópico com estranheza e
distância, vamos buscar uma solução para o enunciado abaixo:
Enunciado: Transforme, através da equivalência por disjunção, a proposição condicional “Se estudo,
passo no teste”.
Veja que inicialmente temos as seguintes proposições:
p: estudo
q: passo no teste
A proposição dada no enunciado é a proposição composta que podemos representar matematica-
mente por p→q e a pedida é ( ~p v q ).
Veja, se utilizarmos a equivalência citada anteriormente (p→q) ⇔ ( ~p v q), podemos escrever:
A proposição condicional “Se estudo, passo no teste” (p→q) é logicamente equivalente a proposição
com o conectivo “ou” (disjunção) “Não estudo ou passo no teste” (~p v q)
Vamos verificar esta equivalência, por meio da tabela-verdade.

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Observe que os valores lógicos das proposições “p→q” e “~p v q” são idênticos.
Propriedades da Relação de Equivalência Lógica
● A relação da Equivalência Lógica possui as propriedades:
– Reflexiva:
P(p,q,r,...) ⇔ P(p,q,r,...)
P⇔P
– Simétrica:
Se P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...), então Q(p,q,r,...) ⇔ P(p,q,r,...) Se P ⇔ Q, então Q ⇔ P
– Transitiva:
Se P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...), então P(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...)
Se P ⇔ Q e Q ⇔ R, então P ⇔ R
Proposições associadas a uma condicional
● Dada a condicional p → q, chamam-se proposições associadas a p → q (direta) as três seguintes
proposições:
– Proposição recíproca de p → q: q → p
– Proposição contrária de p → q: ~p → ~q
– Proposição contrapositiva de p → q: ~q → ~p
Princípio da Substituição
● Se P(p, q, r, …) é uma Tautologia, então P(P0 , Q0 , R0 , …) também é uma Tautologia, não impor-
tando quais sejam as proposições P0 , Q0 , R0 , …
● Primeiro obtenha uma Tautologia. – Por exemplo: P(p,q) = p ∧ q → q
● Agora, escolha uma sentença lógica que qualquer. Essa sentença pode ser uma Tautologia ou não,
não faz diferença. – Por exemplo: Q = r ∧ s
● Então, escolha uma proposição simples de P e substitua pela sentença escolhida. – Por exemplo,
substituindo “q” em P: P(p, Q): p ∧ (Q) → (Q) P(p, Q): p ∧ (r ∧ s) → (r ∧ s)
● A sentença gerada é uma nova tautologia.
Propriedades da Implicação Lógica
Propriedades
A implicação lógica possui duas importantes propriedades:

• Reflexiva (R)

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o P(p, q, r,...) ⇒ P(p, q, r,...)

• Transitiva (T)

o Se P(p, q, r,...) ⇒ Q(p, q, r,...) e Q(p, q, r,...) ⇒ R(p, q, r,...) então P(p, q, r,...) ⇒ R(p, q, r,...).

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Sentença Aberta

A matemática pode ser considerada uma linguagem e, como todas elas, é preciso algum tempo para
dominá-la. Sentenças em matemática têm números, variáveis e sinais de igualdade ou desigualdade.
Uma sentença aberta em matemática é qualquer expressão com uma ou mais variáveis presentes.

O que é uma sentença matemática?

Uma sentença matemática é muitas vezes referida como uma expressão numérica. Sentenças assim
representam uma equação ou desigualdade e incluem números, variáveis e operadores: adição, sub-
tração, multiplicação e divisão.

O que é uma sentença matemática aberta?

Uma sentença é aberta se ela tem uma ou mais variáveis. A presença de variáveis torna impossível
ter uma resposta definitiva sem saber o que ela representa e, portanto, é aberta para interpretação.
Uma solução (ou soluções) podem satisfazer o valor das variáveis e tornar a sentença verdadeira.
Uma sentença aberta também pode não ter solução.

Quais são exemplos de sentenças matemáticas?

Sentenças abertas precisam de pelo menos uma variável, como 3x = 4 + y, 80 = 8z e 2a + 6 = b + c.


Esses são exemplos de frases abertas, porque as soluções para as variáveis x, y, e z, bem como a,
b, e c, respectivamente, são desconhecidas nas equações escritas. Os números podem substituir as
incógnitas para tornar as frases verdadeiras.

Quais são algumas outras sentenças matemáticas?

Alternativamente, as sentenças matemáticas podem ser fechadas. Uma expressão matemática fe-
chada não tem incógnitas. Um exemplo da sentença matemática fechada é 2 + 2 = 4, onde todos os
valores são dados. A sentença fechada pode ser verdadeira ou falsa quando escrita. Funções são ou-
tro tipo de expressão matemática. Os valores das funções são desconhecidos e podem ser satisfeitos
por uma série de valores. Um exemplo de uma função é f(x) = x + 4 e a relação de uma função pode
ser de vários valores para um ou de um para um.

Os recíprocos em matemática são inversos multiplicativos. Dois números são inversos se, quando
multiplicados juntos, o produto é 1; por exemplo, o recíproco de 2 é 1/2, porque 2 X 1/2 = 1.

Recíprocos de Inteiros

Os inteiros são números como o 3; eles podem ser positivos, negativos ou zero. O recíproco de um
inteiro positivo é simplesmente uma fração com 1 no numerador e outro número no denominador, en-
tão, o recíproco de 3 é 1/3. O recíproco de um número negativo é semelhante, mas é negativo, então
o de -5 é -1/5. Não há recíproco de 0.

Recíprocos de Frações

O recíproco de uma fração, ou número racional, é este número com o denominador ou numerador
trocado. Então, o recíproco de 2/3 é 3/2.

Recíprocos de Números Irracionais

Os números irracionais são aqueles que não podem ser expressos como frações. Por exemplo, 2^0.5
é irracional, assim como o pi. O recíproco de um número irracional é 1 dividido por aquele número e,
se o número é expresso com expoentes, o recíproco é expresso pelo mesmo número e o expoente,
mas com o sinal do expoente trocado. Então, o inverso de 2^0.5 é 2^-0.5. Para um número como o pi,
o recíproco é simplesmente 1/pi.

Recíprocos de Números Complexos

Os números complexos possuem a forma a + bi, em que "a" e "b" são constantes e "i" é -1^0.5. O re-
cíproco de a + bi é a/(a^2 + b^2) - b/ (a^2 + b^2)i. Por exemplo, o recíproco de 2 + 2i é 3/13 - 2/13i.

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Os triglicerídeos são moléculas de gordura armazenadas em nossos corpos. Quantidades elevadas


de triglicerídeos em nosso sangue, por vezes rotulados como "triglicérides" nos resultados de labora-
tório, podem ser relacionadas com o colesterol alto e diabetes. Nos Estados Unidos, a quantidade de
triglicerídeos no sangue é medida por peso e reportado em miligramas por decilitro (mg/dL). O padrão
mundial, no entanto, é medir os triglicerídeos por contagem e reportar o resultado como milimoles por
litro (mmol/L). O mol é um modo de contagem do número de moléculas de uma substância presente.

Passo 1

Divida por 88,57. Para converter uma medida de triglicerídeo de mg/dL, você deve dividir a marcação
por 88,57. Por exemplo, uma marcação de triglicéridos de 160 mg/dL é equivalente a 1,81 mmol/L
(calculado como 160/88,57).

Passo 2

Multiplique por 88,57. Para converter uma marcação de triglicerídeo de mmol/L em mg/dL, multiplique
a medida por 88,57. Por exemplo, um valor de triglicerídeo de 2,8 mmol/L é o equivalente a 248
mg/dL (calculado como 2,8 multiplicado por 88,57).

Passo 3

Entenda os números. A American Heart Association ("Associação Americana do Coração", em tradu-


ção livre) afirma que um resultado de triglicerídeo abaixo de 150 mg/dL é normal. Uma marcação en-
tre 150 a 199 mg/dL é considerada elevada e uma entre 200 a 499 mg/dL é alta. Resultados de 500
mg/dl ou acima disso são considerados muito altos.

Passo 4

Esteja ciente de que esta é uma aproximação, sendo que essas conversões podem envolver longas
casas decimais. Por isso, é importante lembrar que quando você converter uma medição para outra,
o resultado pode não ser exato.

Passo 5

Lembre-se de seus vizinhos. Os Estados Unidos são o único país que utiliza a medida mg/dL. Ao se
escrever um artigo ou postar em um fórum de uma comunidade que possa ser lido por pessoas de
fora dos EUA, é educado se referir tanto à medida mg/dL quanto ao padrão mmol/L.

Como todos devem saber sentença é um conjunto de palavras que tem com sentido completo. Os
ditados populares é um exemplo disso, veja:

→ Um dia da caça, o outro do caçador;

→ Manda quem pode, obedece quem deve;

→ Para o bom entendedor meia palavra basta;

→ Quem não tem cão caça com gato;

→ Quem vai à feira perde a cadeira.

Quando uma sentença envolve números, podemos chamar de sentenças matemáticas. Veja alguns
exemplos:

Uma sentença matemática pode ser representada na forma escrita ou na linguagem simbólica da ma-
temática. Essa sentença pode ser verdadeira ou falsa. Veja alguns exemplos:

→ Três mais dois é igual a cinco (3 + 2 = 5); sentença verdadeira

→ Vinte e cinco e maior que nove (25 > 9); sentença verdadeira

→ Quatro vezes seis é igual a vinte e dois (4 × 6 = 22); sentença falsa

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→ O número “sete” pertence ao conjunto dos números naturais (7 ∈ N); sentença verdadeira

→ Cinquenta dividido por dez é igual a oito (50 ÷ 10 = 8); sentença falsa

Podemos facilmente identificar que a sentença 4 × 6 = 22 e a sentença 50 ÷ 10 = 8 são falsas, e o


restante são verdadeira. Então quando podemos afirmar se uma sentença é verdadeira ou falsa po-
demos chamar essa sentença de sentença fechada.

Agora observe essa sentença:

2x – 5 = 15

Note que esse sentença apresenta um elemento desconhecido, o elemento x. Podemos chamar esse
elemento desconhecido de variável ou incógnita.

Nessa sentença, não podemos afirmar se ela é verdadeira ou falsa, pois depende do valor que é atri-
buído a variável X. Então quando uma sentença possuir uma ou mais variáveis é denominada de sen-
tença aberta.

Veja alguns exemplos:

→ x + 3 = 5 (essa sentença é chamada de sentença aberta, pois possui uma variável, o x);
→ 3x + 5y = 8 (essa sentença é chamada de sentença aberta, pois possui duas variáveis, o x e o y);
→ 5 + 10 = 12 (essa sentença é chamada de sentença fechada falsa);
→ 4a − 2b = 18 (essa sentença é chamada de sentença aberta, pois possui duas variáveis, o a e o b);

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