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E-BOOK

NIVELAMENTO
DE MATEMÁTICA
Conjuntos numéricos

APRESENTAÇÃO

Ao estudarmos conjuntos estamos considerando uma “coleção” de objetos, chamados de


elementos, que estão reunidos por um motivo comum. Por exemplo, podemos reunir uma
caneta, uma meia e uma bola que têm em comum a característica “cor azul”, mas também
podemos formar um conjunto de vogais ou estabelecer conjuntos formados por números.
Estes recebem o nome de conjuntos numéricos e alguns deles são muito utilizados na resolução
de problemas, por isso recebem nomes especiais: naturais, inteiros, racionais, irracionais, reais e
complexos.

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos a noção de conjuntos, a sua definição, as suas


representações e as principais relações entre eles.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir o que é conjunto numérico em matemática.


• Listar os tipos de representação de conjuntos e os conjuntos numéricos.
• Relacionar os conjuntos de acordo com as suas propriedades.

DESAFIO

Vamos ao desafio!

Uma escola precisa renovar os livros de sua biblioteca e deseja aproveitar este momento para
conhecer o perfil de seus alunos e, assim, estimular o hábito de leitura.
Para tanto, foi realizada uma pesquisa envolvendo 500 alunos da 4a a 9a séries. O objetivo
principal era identificar o que os alunos estavam lendo. Os resultados da pesquisa foram:
. 80 alunos só locam na biblioteca os livros didáticos da série que cursam;
. 50 alunos leem somente revistas em quadrinhos;
. 110 alunos locam somente livros de ficção;
. 20 alunos locam somente livros de suspense;
. 50 alunos locam somente livros de romance;
. 190 alunos locam livros de ficção e livros de suspense.

Considerando o resultado dessa pesquisa, são feitas as seguintes afirmações:

I - A média de locação de livros não didáticos é de 2 por semestre.


II - A biblioteca dispõe de um acervo de 1000 livros, sendo 500 didáticos, 300 revistas em
quadrinhos, 50 livros de suspense, 50 de ficção, 50 de drama e 50 de romance.
III - Sempre há fila de espera em alguns gêneros de livros não didáticos.

A partir de todos os resultados e afirmações apresentados com a pesquisa realizada entre os


alunos, você deve identificar o perfil de leitura deles e, assim, propor que gênero(s) de livro a
escola deve comprar para eliminar a fila de espera e possibilitar que os alunos leiam mais.

INFOGRÁFICO

O infográfico apresenta uma tabela com os conjuntos numéricos que temos e um diagrama, que
mostra a relação de subconjunto entre eles.
CONTEÚDO DO LIVRO

Conjuntos numéricos são relevantes no estudo da Matemática. Um conjunto pode ser entendido
como qualquer coleção bem definida de objetos, sendo estes conhecidos como os elementos ou
membros do conjunto.

Acompanhe o capítulo Conjuntos numéricos do livro Fundamentos de;Matemática. Esta obra


foi escolhida como base teórica da nossa Unidade de Aprendizagem.

Boa leitura.
FUNDAMENTOS
DE MATEMÁTICA

Mariana Sacrini Ayres Ferraz


Rute Henrique da Silva Ferreira
Conjuntos numéricos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Definir o que são conjuntos numéricos em matemática.


„„ Representar conjuntos por meio dos diagramas de Venn.
„„ Realizar operações com conjuntos.

Introdução
Os conjuntos são bastante importantes em matemática. Talvez os mais
famosos sejam os conjuntos numéricos, como os reais, os inteiros e os
naturais. Embora eles tenham muitas aplicações puramente matemáticas,
muitas áreas se beneficiam de suas teorias, como quando temos que di-
vidir grupos que tenham características similares ou não, ou parcialmente
similares, e problemas de reconhecimento de padrões.
Neste capítulo, você aprenderá a definição de conjuntos, como
representá-los e suas propriedades.

Conjuntos numéricos
Um conjunto pode ser definido como uma coleção de entidades, as quais são
seus elementos. Ou seja, é uma coleção de elementos que estão relacionados
segundo alguma regra. Por exemplo, os elementos poderiam ser números,
frutas, pessoas, carros, etc. Já a regra à qual os elementos obedecem deve
ser bem-definida — por exemplo, poderíamos ter um conjunto de palavras
pertencentes à língua portuguesa.
Geralmente, são utilizadas letras maiúsculas para se especificar os conjun-
tos, como A, B, W, …, e letras minúsculas para os elementos de um conjunto,
como a, b, c ,z,... Por exemplo:

g, h ∈ A,
2 Conjuntos numéricos

que significa que os elementos g e h pertencem ao conjunto A. O símbolo ∈ pode


ser interpretado como “é um elemento de”. Para a negativa dessa afirmação,
usa-se ∉, o que significa “não é um elemento de”.

Notação
Para se descrever os elementos de um conjunto, geralmente são utilizadas
chaves {} e vírgulas para separar os elementos. Por exemplo:

{–2, –1, 0, 1, 2, 3, 4, 5}.

Para conjuntos com número de elementos muito grandes, a notação acima


não seria a mais indicada, pois geraria imensas listas. Assim, uma maneira de
se descrever os conjuntos é utilizar uma letra, como x. Por exemplo:

B = {x│x é um inteiro e |x| < 6},

o qual lemos como “B é um conjunto dos elementos x, tal que x é um inteiro


e tem módulo menor que 6. Equivalentemente, podemos escrever:

B = {x│x ∈ Z, |x| < 6}.

Aqui, o símbolo | significa “tal que”, Z representa o conjunto dos inteiros,


e a vírgula é interpretada como “e”.

Veja os três conjuntos a seguir:

A = {x|x2 – 3x + 2 = 0},
B = {1, 2},
C = {2, 1, 2, 2, 1}.

Eles são iguais?


A resposta é sim. Para conjuntos, não importa a ordem de seus elementos, nem se
eles são repetidos. Dessa maneira, no caso dos três conjuntos mostrados aqui, eles
são considerados iguais, ou seja, A = B = C.
Conjuntos numéricos 3

Subconjuntos
Suponha que tenhamos dois conjuntos, A e B. Se a ∈ A, implica que a ∈ B.
Podemos dizer que A é um subconjunto de B e, alternativamente, que A está
contido em B, A ⊆ B, ou que B contém A, B ⊇ A. Por exemplo, se P = {2, 4, 6}
e S = {"inteiros pares"}, então, temos que P ⊆ S.
Se dois conjuntos são iguais, cada conjunto está contido no outro, Assim,
A = B "se, e somente se” A ⊆ B e B ⊆ A.
Para os subconjuntos, temos o seguinte teorema: sejam A, B e C conjuntos
quaisquer, então:

1. A ⊆ A;
2. Se A ⊆ B e B ⊆ A, então A = B;
3. Se A ⊆ B e B ⊆ C, então A = C.

Conjuntos numéricos especiais


Alguns conjuntos são muito usados e, assim, acabaram recebendo tratamento
especial. Veja a seguir.

„„ N: conjunto dos números naturais, ou inteiros positivos, com o zero


— N = {0, 1, 2, 3, 4, …}.
„„ Z: conjunto dos números inteiros, ou seja, todos os números inteiros
positivos, negativos e o zero — Z ={…, –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, …}.
„„ Q: conjunto dos números racionais, números reais com dígitos decimais
finitos. Números que podem ser escritos em forma de fração de números
inteiros, resultando assim em decimais com dígitos finitos – 𝑄 = ,
p, q ϵ Z e q ≠ 0 .
„„ I: Conjunto dos números irracionais, números que não podem ser
escritos em forma de fração de números inteiros, resultando assim
em decimais com dígitos infinitos — por exemplo, raízes não exatas
, o número 𝜋 e o número de Euler 𝑒.
„„ R: conjunto dos números reais, o qual inclui os racionais e os irracio-
nais — R = Q ∪ I.
„„ C: conjunto dos números complexos, pares (a, b) de números reais, ou
seja, números da forma z = a + bi, onde a e b são números reais e i2 = –1.
4 Conjuntos numéricos

Em teoria de conjuntos, a notação * é utilizada quando desejamos excluir o número


zero do conjunto. Por exemplo:
„„ N* = {1, 2, 3, 4, ...};
„„ Z* = {..., –3, –2, –1, 1, 2, 3, ...}.

A partir dessa descrição, podemos pensar N como uma parte de Z, Z como


uma parte de Q e Q como uma parte de R. Em Q, equações do tipo x2 – 3 = 0
ou o cálculo da área do círculo, por exemplo, não podem ser resolvidas. Temos
então um novo conjunto, os irracionais e esse conjunto I pode ser entendido
como uma parte de R.
No entanto, alguns problemas não podem ser resolvidos apenas em R, o que
motivou o desenvolvimento dos números complexos. Por exemplo, a equação
x2 + 1 = 0 não tem solução em R, mas, em C, veremos que ela tem solução.
Na teoria de conjuntos um número complexo é um par ordenado de nú-
meros reais (a, b) em que estão definidas igualdade, adição e multiplicação
(DANTE, 2002):

(a, b) = (c, d) ↔ a = c e b = d
(a, b) + (c, d) = (a + c, b + d)
(a, b) ∙ (c, d) = (ac – bd, ad + bc)

Os números reais pertencem a C e são aqueles pares em que temos b = 0,


ou seja, o número real 5 pode ser escrito como o par (5, 0). Também é dado
um nome especial para o par (0, 1), unidade imaginária. Ele é indicado por i,
e, usando a definição de multiplicação de complexos, temos:

i2 = (0,1) ∙ (0,1) = (0 ∙ 0 ‒ 1 ∙ 1, 0 ∙ 1 + 1 ∙ 0) = ( ‒ 1, 0) = ‒ 1

Essa definição nos permite calcular, em C, raízes quadradas de números


negativos. Por exemplo:
Conjuntos numéricos 5

Os números complexos podem ser representados na forma algébrica ou na


forma trigonométrica. Veja a seguir algumas definições e exemplos envolvendo
números complexos.

Forma algébrica de um número complexo: z = a + bi

(‒2, 3) = ‒2 + 3i
(0, ‒1) = 0 ‒ 1i = –i

Conjugado de um número complexo: z = a – bi

z = 2 + 3i → z = 2 – 3i
z = 5 – 2i → z = 5 + 2i

Interpretação geométrica de um número complexo

Como cada número complexo está associado a um par (𝑎,𝑏), que por sua vez
está associado a um único ponto no plano, podemos representá-los como um
ponto P no sistema de coordenadas cartesianas. O ângulo θ formado pelo
segmento Oz e o eixo x é chamado de argumento, e ρ é o módulo de z, que
definimos na Figura 1.

Figura 1. Gráfico do módulo de z.


Fonte: Adaptada de Dante (2002).
6 Conjuntos numéricos

Módulo de um número complexo

O módulo de um número complexo é a distância da origem do sistema de


coordenadas até o ponto z. Aplicando o teorema de Pitágoras, .
Vejamos um exemplo:

Forma trigonométrica de um número complexo

A partir da representação geométrica de um número complexo, considerando-


-se seu módulo, o ângulo formado pelo segmento Oz e o eixo x e as noções
de seno e cosseno, temos:

z = a = bi → |z| (cos θ + isen θ)

Vejamos um exemplo:

Resolução de equações com raiz complexa

x2 ­– 2x + 10 = 0
∆ = b2 – 4ac = 4 – 4 ∙ 1 ∙ 10 = –36 → não possui raiz real

Usando números complexos, temos:

Assim, as raízes da equação são 1 + 3i e 1­ – 3i.


Conjuntos numéricos 7

A equação x2 + 1 = 0, mencionada anteriormente no capítulo, pode ser


resolvida da seguinte forma:

Sua solução, então, é:

x = ±i

Conjunto universo e conjunto vazio


O conjunto universo normalmente é denotado pela letra U. Ele seria composto
por todos os elementos e conjuntos em um dado contexto. Já o conjunto vazio
não contém qualquer elemento e é representado por chaves vazias {}, ou pelo
símbolo ∅. Por exemplo:

Se U = Z, então {x│x2 = 10} = ∅.

Conjuntos disjuntos
Conjuntos disjuntos são aqueles que não têm elementos em comum. Por
exemplo, suponha os três conjuntos a seguir:

A = {1, 4, 5},
B = {5, 6, 8, 10} e
C = {10, 14}.

Os conjuntos A e C são considerados disjuntos, mas A e B não, pois eles


têm elementos em comum. Os conjuntos B e C também não são disjuntos.
8 Conjuntos numéricos

Diagramas de Venn
Uma maneira de representar conjuntos é usando os diagramas de Venn. Nesses
diagramas, os conjuntos são representados por áreas delimitadas no espaço,
geralmente círculos e elipses. Assim, o conjunto universal U é representado
por um retângulo, em que estão os outros conjuntos. A Figura 2 mostra três
exemplos de diagramas de Venn. Em (a), há um exemplo em que o conjunto
A está contido no conjunto B; em (b), os conjuntos A e B são disjuntos; em (c),
os conjuntos A e B sobrepõem-se parcialmente.

Figura 2. Exemplos de diagramas de Venn.


Fonte: Adaptada de Lipschutz e Lipson (2013).

Os diagramas de Venn também servem para ilustrar os conjuntos numéricos


descritos na seção anterior, como mostra a Figura 3.

R=Q∪I

N I
Números
Números Naturais
Irracionais
Z
Números Inteiros
Q
Números Racionais

C
Números Complexos

Figura 3. Representação dos conjuntos numéricos.


Conjuntos numéricos 9

A figura a seguir representa um diagrama de Venn de dois conjuntos A e B.

O conjunto universal U foi dividido em quatro regiões chamadas de i, ii, iii e iv. O que
pode ser dito sobre os conjuntos A e B:
a) se a região ii for vazia?
b) se a região iii for vazia?
Se a região ii for vazia, então A não contém elementos que não estão em B. Assim,
A é um subconjunto de B, e o diagrama deveria ser redesenhado como na Figura 2a.
Agora, se a região iii for vazia, então A e B não têm elementos em comum, sendo
disjuntos. Assim, o diagrama deveria ser redesenhado como na Figura 2b.

Para desenhar um diagrama de Venn, pode-se usar uma técnica que contém
dois passos, descrita a seguir. Primeiramente, supomos os seguintes conjuntos:

U = {1, 2, 3, …, 12}
A = {2, 3, 7, 8, 9}
B = {2,8}
C = {4, 6, 7, 10}

Para desenhar o diagrama desses conjuntos, você deve seguir os passos:

a) desenhe um diagrama genérico com os conjuntos.


b) insira os elementos em suas devidas regiões.
c) redesenhe o diagrama, eliminando regiões vazias.
10 Conjuntos numéricos

Assim, o primeiro passo geraria um diagrama como mostrado na Figura 4a.


A partir daí, preencheremos as regiões com os elementos dos conjuntos. Analise
elemento a elemento, checando se ele pertence a mais de um conjunto. Assim,
o resultado ficaria como o mostrado na Figura 4b.

Figura 4. Passos para desenhar um diagrama de Venn. (a) Diagrama genérico. (b) Diagrama
genérico preenchido. (c) Diagrama redesenhado, eliminando os espaços vazios.

Operações com conjuntos


Algumas operações podem ser feitas com conjuntos, como união, interseção
e complementar.
A união de dois conjuntos A e B representa um conjunto com todos os
elementos de A ou B, ou seja:

A ∪ B = {x|x ∈ A ou x ∈ B}

A Figura 5a mostra um diagrama de Venn, em que o conjunto A ∪ B está


sombreado.
Conjuntos numéricos 11

A interseção de dois conjuntos A e B representa um conjunto que pertence


a ambos, A e B, ou seja:

A ∩ B = {x|x ∈ A e x ∈ B}

A Figura 5b mostra um diagrama de Venn, em que o conjunto A ∩ B está


sombreado.

Figura 5. Diagramas de Venn representando as operações de união e interseção entre


conjuntos.
Fonte: Adaptada de Lipschutz e Lipson (2013).

Suponha os conjuntos:

A = {1, 2, 3},
B = {3, 4, 5} e
C = {6, 7}.

Temos que:

A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5}
A ∩ B = {3}
B ∪ C = {3, 4, 5, 6, 7}
B∩C=∅
A ∪ C = {1, 2, 3, 6, 7}
A∩C=∅
12 Conjuntos numéricos

O complementar de um conjunto A é o conjunto de elementos que pertencem


a U, mas que não pertencem a A, ou seja:

AC = {x|x ∈ U, x ∉ A}

A Figura 6 mostra um diagrama de Venn do complementar de um conjunto


A.
O complementar relativo de um conjunto B relativamente a um conjunto
A, ou a diferença de A por B, é o conjunto de elementos que pertencem a A,
mas não a B, ou seja:

A\B = {x ∈ A, x ∉ B}

Essa expressão é lida como “A menos B”. A Figura 6b mostra um diagrama


de Venn de A\B.
A diferença simétrica de dois conjuntos, A e B, são os elementos que
pertencem a um ou outro conjunto, mas não a ambos, ou seja:

A ⊕ B = (A ∪ B)(A ∩ B)

Podemos escrever também:

A ⊕ B = (A\B) ∪ (B\A)

A Figura 6c mostra um diagrama de Venn de A ⊕ B.

Figura 6. Diagramas de Venn representando complementar, complementar relativo e


diferença simétrica.
Fonte: Lipschutz e Lipson (2013, p. 6).
Conjuntos numéricos 13

Em um grupo com 100 esportistas, 41 jogavam basquete, 20 jogavam basquete e


corriam, 22 praticavam corrida e natação, 18 jogavam basquete e nadavam, e 11
praticavam os 3 esportes. O número de pessoas que corriam era igual ao número de
pessoas que nadavam.

a) Quantas pessoas nadavam e não jogavam basquete?


b) Quantas pessoas corriam ou nadavam e não jogavam basquete?
c) Quantos jogavam basquete e não corriam?
Com as informações dadas, podemos desenhar o seguinte diagrama:

onde:
„„ B: jogam basquete;
„„ C: correm;
„„ N: nadam;
„„ BC: jogam basquete e correm;
„„ BN: jogam basquete e nadam;
„„ NC: nadam e correm;
„„ BNC: jogam basquete, nadam e correm.
As letras x e y representam o número de pessoas em C, n(C) = x, e em N, n(N) = y.
Observando o diagrama, temos que:

n(C) = 9 + 11 + 11 + x = 31 + x
e
n(N) = 7 + 11 + 11 + y = 29 + y

Sabemos, também, que n(C) = n(N). Assim:

31 + x = 29 + y
x=y–2
14 Conjuntos numéricos

Temos, também, que o total de esportistas é 100. Dessa maneira, podemos somar
todas as partes do diagrama desenhado:

14 + 9 + 11 + 7 + 11 + x + y = 100
52 + x + y = 100
x + y = 48

Juntando com a equação encontrada anteriormente, ficamos com:

y – 2 + y = 48
2y = 50
y = 25
x = 23

Assim, agora temos todas as partes do diagrama e podemos responder as questões.

a) O número de pessoas que nadavam e não jogavam basquete:


N + NC = y + 11 = 25 + 11 = 36
b) O número de pessoas que corriam ou nadavam e não jogavam basquete:
N + NC + C = x + 11 + y = 23 + 11 + 25 = 59
c) O número de pessoas que jogavam basquete e não corriam:
B + BN = 14 + 7 = 21

DANTE, L. R. Matemática: contexto e aplicações. São Paulo: Ática, 2002.


LIPSCHUTZ, S.; LIPSON, M. Matemática discreta. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
(Coleção Schaum).
DICA DO PROFESSOR

Agora, vamos assistir um vídeo sobre os conjuntos numéricos e as relações que podem se
estabelecer entre eles.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Considerando os conjuntos A = { x, y, z } , B={ z, y, z, x } , C={ y, x, y, z } e D={ y, z, x,


y } , escolha a alternativa correta:

A) O conjunto A é igual ao B e o conjunto C é igual ao D.

B) Não há conjuntos iguais.

C) Todos os conjuntos (A, B, C e D) são iguais.

D) O conjunto A é igual ao C e o conjuto B é igual ao D.

E) Apenas os conjuntos A, B e D são iguais.

2) Marque a opção que apresenta uma representação de conjunto correta:

A) A=[ 1,2,3] .

B) b={ A,B,C} .
C) B=x.y.z.

D) T={ a,b,c,d} .

E) B: x,y,z.

3) Considere o conjunto A = {{ 1, 2, 3 } , { 4, 5 } , { 6, 7, 8 }} . A opção correta que lista os


elementos de A é:

A) A tem oito elementos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8.

B) A tem três elementos, os conjuntos { 1, 2, 3} , { 1, 2, 3, 4, 5} e { 6, 7, 8} .

C) A tem dois elementos, os conjuntos { 1, 2, 3} , { 4, 5, 6, 7, 8} .

D) A tem três elementos, os conjuntos { 1, 2, 3} , { 4, 5} e { 6, 7, 8} .

E) A tem oito elementos, os conjuntos { 1} , { 2} , { 3} , { 4} , { 5} , { 6} , { 7} , { 8} .

4) Em uma pesquisa com 120 pessoas, foi descoberto que: 65 leem a revista Newsweek;
20 leem Newsweek e Time; 45 leem Time; 25 leem Newsweek e Fortune; 42 leem
Fortune, 15 leem Time e Fortune e 20 pessoas não leem nenhuma das três revistas. O
número de pessoas que leem as três revistas é:

A) 20.

B) 8.

C) 0.
D) 12.

E) 17.

5) Em uma pesquisa com 120 pessoas, foi descoberto que: 65 leem a revista Newsweek;
20 leem Newsweek e Time; 45 leem Time; 25 leem Newsweek e Fortune; 42 leem
Fortune, 15 leem Time e Fortune e 20 pessoas não leem nenhuma das três revistas. O
número de pessoas que leem somente uma das três revistas é:

A) 28.

B) 18.

C) 10.

D) 20.

E) 56.

NA PRÁTICA

Muitas vezes associamos o estudo de conjuntos numéricos a problemas algébricos envolvendo a


resolução de equações ou o domínio de funções. Mas essa ideia pode estar presente em
problemas aplicados, auxiliando na interpretação de dados e na tomada de decisões. Veja no
exemplo a seguir como reunir os clientes de um estabelecimento comercial em conjuntos. Ou
seja, agrupá-los, observando as características em comum, pode facilitar a tomada de decisão do
proprietário do estabelecimento.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Aprendendo Matemática Discreta com Exercícios

Acompanhe os exercícios resolvidos nas páginas 72 a 83 do livro Aprendendo Matemática


Discreta com Exercícios, de Paulo Blauth Menezes, Laira Vieira Toscani e Javier Garcia Lopez,
para uma melhor compreensão do conteúdo.

Conjuntos Numéricos

Assista a aula do professor Ítalo Benfica a respeito dos conjuntos numéricos.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Representação de um Conjunto

Veja a explicação do prof. Abraão Lincoln sobre representação de um conjunto por extensão,
compreensão e diagramas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Operações com números reais e
intervalos numéricos

APRESENTAÇÃO

Quando trabalhamos com números naturais ou inteiros, os seus subconjuntos podem ser
enumerados, no entanto, com números reais, os subconjuntos são descritos em uma
representação denominada intervalos.

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos as operações com números reais e intervalos


numéricos por meio de sua definição, suas representações e exemplos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer os subconjuntos do conjunto dos números reais.


• Identificar as propriedades e as operações com números reais.
• Associar os três tipos de intervalos numéricos.

DESAFIO

Uma indústria farmacêutica dispõe de 10 representantes comerciais e, como deseja ampliar sua
participação no mercado, definiu que precisa contratar mais colaboradores para fortalecer sua
equipe de vendas.

O departamento financeiro da empresa informou que o orçamento mensal máximo para


pagamento dos salários e encargos de representantes é de R$ 33.000,00.

Sabendo que o salário líquido de um representante comercial é calculado a partir do salário


bruto (que consiste do salário-base mais comissão) menos o custo de INSS devido pelo
empregado; e ainda sobre o salário bruto incide impostos devidos pela empresa, considere as
seguintes informações:
Salário-base = R$ 800,00
Comissão = R$ 1.000,00
INSS (parte do empregado) = 8%
INSS (parte do empregador) = 20%
FGTS = 8%

Como gestor da indústria farmacêutica, calcule o custo mensal com cada representante
comercial e o custo atual com os representantes. Em seguida, decida se será possível contratar
mais e, se sim, quantos representantes poderão ser contratados a partir do orçamento financeiro
disponível.

INFOGRÁFICO

Os intervalos são representações de subconjuntos de números reais. Eles podem ser abertos ou
fechados, com extremidades numéricas ou no infinito. O Infográfico apresenta exemplos de
subconjuntos dos números reais, representados de três formas: na reta numérica, por intervalos
numéricos e usando a notação de conjuntos.
CONTEÚDO DO LIVRO

O conjunto dos números reais também pode ser compreendido como o conjunto universo. As
propriedades e operações dos números reais são fundamentais para o estudo da álgebra.

Acompanhe o conteúdo a partir do capítulo Operações com Números Reais e Intervalos


Numéricos do livro Fundamentos de Matemática. Essa obra foi escolhida como base teórica da
nossa unidade.
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Luciana Maria Margoti


Araujo
Operações com números
reais e intervalos numéricos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Reconhecer o conjunto dos números reais.


„„ Identificar as propriedades e operações com números reais.
„„ Associar os três tipos de intervalos numéricos.

Introdução
Neste capítulo, você aprenderá sobre o conjunto dos números reais
e verificará que ele é uma reunião de vários subconjuntos numéricos.
Dessa maneira, é possível utilizar as notações da teoria de conjuntos
para relacionar o conjunto dos números reais com os demais conjuntos.
Dentro dos números reais, podemos estabelecer relações de igual-
dade ou desigualdade entre seus elementos, facilitando o entendimento
da representação no eixo real. Os conjuntos numéricos podem ser re-
presentados em notação de conjuntos utilizando chaves e colchetes, ou
sobre a reta ordenada, em que os números ficam dispostos em ordem
crescente.

Conjunto dos números reais


O conjunto dos números reais (R) é formado por todos os números racionais
e irracionais. Por sua vez, os conjuntos dos números racionais e irracionais
abrangem outros conjuntos que podem ser verificados a seguir.
O conjunto dos números naturais é aquele formado pelos números 0, 1, 2, ...

ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}
2 Operações com números reais e intervalos numéricos

Na sequência, observe o conjunto dos números inteiros, representado por


Z, formado por números inteiros, positivos e negativos.

ℤ = {..., –4, –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}

O conjunto dos números racionais (ℚ) é composto por números que tam-
bém podem assumir valores positivos e negativos. Porém, nesse conjunto, as
frações numéricas são incorporadas. Esses números podem estar representados
na forma de fração ou decimal. No conjunto dos números racionais, estão
também presentes as dízimas periódicas simples e compostas, sendo esses
originados de uma fração possível de ser reescrita na forma a/b, em que a e
b são números inteiros, e b ≠ 0.
15
ℚ = {..., –2, ..., –1,25, ..., –1, ... –0,33, ... 0, ...1, ... , ..., 2, ...}
13

Por fim, vem o conjunto dos números irracionais (𝕀), que são os decimais
que não podem ser representados em forma de uma fração. Por exemplo, o
número π, √p , sendo p um número positivo, sem raiz quadrada exata, etc.

 = {..., –√2, ..., √2, ... , ...}

Podemos dizer que todos esses conjuntos descritos são subconjuntos do


conjunto dos números reais. A relação desses subconjuntos, entre si, está
demonstrada na Figura 1. Todos eles estão contidos em R:

ℝ=𝕀∪ℚ

ℤ ℚ


Figura 1. Representação dos conjuntos dos números racionais e irracionais.


Operações com números reais e intervalos numéricos 3

Para o conjunto dos números reais, também são válidas todas as notações
da teoria de conjuntos. Você pode verificar, de acordo com a Figura 1, que o
conjunto Q está contido no conjunto R, ou simplesmente:

ℚ⊂ℝ

ou, ainda, que o conjunto dos números irracionais, I, unido ao conjunto


dos números racionais, Q, resulta no conjunto dos números reais:

𝕀 ∪ ℚ = ℝ

Essas mesmas relações da teoria de conjuntos podem ser utilizadas com


os elementos que compõem o conjunto dos números reais, R.

Considerando as opções a seguir, quais são verdadeiras?

a) ℕ⊂𝕀
b) ℝ ∪ ℚ=ℝ
c) (–7) ∉ ℝ
d) ℝ ∩ 𝕀 = 𝕀

As alternativas (b) e (d) estão corretas. Em (b), a união entre o conjunto dos números
reais com o conjunto dos números racionais é o próprio conjunto dos números reais.
Já em (d), a interseção, ou o que há de comum, entre o conjunto dos números reais
e o conjunto dos números irracionais é o próprio conjunto dos números irracionais.
Do exercício anterior, reescreva as relações que você julgou como falsas de forma
a torná-las verdadeiras.
Transformando as opções (a) e (c) em afirmações verdadeiras:

„„ℕ ⊂ ℚ
„„(–7) ∈ ℝ

Propriedades e operações com números reais


a) Propriedades dos números reais
4 Operações com números reais e intervalos numéricos

   Ao realizar operações matemáticas com os números reais, as proprieda-


des básicas utilizadas com qualquer outro conjunto numérico também
se aplicam. Na sequência, você relembrará e exercitará um pouco cada
uma dessas propriedades e verá alguns exemplos.

Não existe divisão de um número real por zero:

a
0 = ∄, ∀ a ∈ ℝ
–4
=∄
0

Zero dividido por qualquer número real será sempre zero:

0
= 0, ∀ a ∈ ℝ
a

0 0
=0 ; =0
7 –10

Qualquer número real, diferente de zero e elevado a zero, valerá 1:

a0 = 1, ∀ a ∈ ℝ

50 = 1 ; (–9)0 = 1

Existe raiz de índice par somente para os números reais positivos:

n
√b, ∀ b ∈ ℝ+

n sendo um número par:


4 4
√16 = 2 ; √–16 = ∄ em ℝ
2
√–81 = ∄ em ℝ
Operações com números reais e intervalos numéricos 5

Qualquer número real, positivo ou negativo, elevado a um expoente


par, sempre resultará em um número real positivo:

(a)n > 0, ∀ a ∈ ℝ, sendo n um número par”

(5)4 = 625 ; (–9)2 = 81

No conjunto dos números reais, uma multiplicação de potências de


mesma base apresentará como resultado na conservação da base, com
a soma dos expoentes:

am × an = am+n

(–3)5 × (–3)3 = (–3)5+3 = (–3)8 = 6.561

No conjunto dos números reais, uma divisão de potências de mesma base


apresentará como resultado na conservação da base, com a subtração
dos expoentes:

27 ÷ 24 = 27–4 = 23 = 8

Sempre que um número real estiver representado com uma potência


de potência, conserve a base e multiplique os expoentes:

(am)n = am×n

[(–17)3]3 = (–17)3×3 = (–17)9 = –118.587.876.497

Potência de sinal negativo inverte o número que está sob a potência,


caso mude o sinal:

( ab ) = ( ba ) , A a, b ≠ 0
–m

( –39 ) = ( –39 )
–2 2
= (–3)2 = 9
6 Operações com números reais e intervalos numéricos

É possível transformar uma operação de radiciação em uma de poten-


ciação, da seguinte maneira:

m
√an = an/m
4
√(–6)2 = (–6)2/4 ≈ 2,4495

Existe raiz de índice ímpar, cujo radicando é um número real negativo:

5
√–7.776 = –6

b) Operações com números reais


   Para realizar as operações matemáticas, inclusive no uso das proprieda-
des que você acabou de verificar, algumas regras devem ser seguidas.
Acompanhe, a seguir, como operar em relação aos sinais (positivo e
negativo) dos números reais.

Nas operações de adição e subtração, quando os sinais que acompa-


nham os números que estão sob a operação forem iguais, o resultado
permanecerá com o mesmo sinal:

+4 +7 = +11
–9 –2 = –11

Nas operações de adição e subtração, quando os sinais que acompanham


os números que estão sob a operação forem diferentes, o resultado
apresentará o mesmo sinal do número com maior módulo:

+7 –2 = +5
–11 + 4 = –7
–2,35 + 8 = +5,65
Operações com números reais e intervalos numéricos 7

Nas operações de multiplicação e divisão, quando os sinais que acom-


panham os números que estão sob a operação forem iguais, o resultado
apresentará sinal positivo (+):

(–7) × (–3,7) = +25,9

(+6,3) × (+9) = +56,7

(–50) ÷ (–2,5) = 20

(+50) ÷ (+5) = +10

Nas operações de multiplicação e divisão, quando os sinais que acompa-


nham os números que estão sob a operação forem diferentes, o resultado
apresentará sinal negativo (–):

(–7) × (+3,7) = –25,9

(–6,3) × (+9) = –56,7

(+50) ÷ (–2,5) = –20

(+50) ÷ (–5) = –10

Em operações com números reais (R), a prioridade continua sendo da expressão que
está entre parênteses; após, a que está entre colchetes; por fim, aquela expressão que
se encontra dentro das chaves. Segue, também, a ordem prioritária de operações, que
é primeiro a multiplicação e divisão e, depois, a adição e subtração.
8 Operações com números reais e intervalos numéricos

Tipos de intervalos numéricos


Assim como em qualquer outro conjunto, os números reais (R) podem ser
representados sobre uma reta orientada. Esta reta tem como origem o ponto 0
(zero) e orientação para a direita, indicando o sentido crescente da sequência
numérica, conforme mostrado na Figura 2.

0
Figura 2. Reta numérica, com a representação da origem e orientação.

Sobre essa reta, a representação numérica será realizada unidade à unidade,


pelo conjunto dos inteiros (Z), a fim de facilitar a representação numérica. A
partir do ponto de origem, para o lado direito, serão colocados os números
positivos e, para o esquerdo, os negativos, como mostrado na Figura 3.

–5 –4 –3 –2 –1 0 +1 +2 +3 +4 +5
Figura 3. Eixo real.
Fonte: Adami, Dornelles Filho e Lorandil (2015, p. 3).

Ainda sobre essa reta, caso seja necessário, é possível representar os demais
números racionais e irracionais, complementando o conjunto dos números
reais (R), conforme a Figura 4.

–5 –π –1,5 0 2/3 √5 3
l
–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4
Figura 4. Eixo real.
Fonte: Safier (2012, p. 3).
Operações com números reais e intervalos numéricos 9

Sendo necessário referir-se aos números reais positivos, excluindo-se o


zero, a notação R+* deverá ser utilizada. De maneira análoga, os números
reais negativos, excluindo-se o zero, podem ser representados pela notação
R-*. Definimos, assim, os conjuntos:

R+* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}

R–* = {..., –5, –4, –3, –2, –1}

Desse modo, para qualquer a pertencente a R+*, dizemos que a é maior que zero:

a > 0, ∀ a ∈ ℝ+*

Também de forma semelhante:

a < 0, ∀ a ∈ ℝ –*

A partir daí, você já consegue definir o conjunto dos números reais maiores
que zero (positivos) sobre a reta real.

–5 –4 –3 –2 –1 0 +1 +2 +3 +4 +5
Figura 5. Números reais positivos.
Fonte: Adaptada de Adami, Dornelles Filho e Lorandil (2015, p. 3).

Na Figura 5, um círculo aberto sobre o zero indica que o mesmo não está
dentro do intervalo numérico representado. O mesmo pode ser observado
na Figura 6, a seguir, com a representação dos números reais negativos, ou
menores que zero.

–5 –4 –3 –2 –1 0 +1 +2 +3 +4 +5
Figura 6. Números reais negativos.
Fonte: Adaptada de Adami, Dornelles Filho e Lorandil (2015, p. 3).
10 Operações com números reais e intervalos numéricos

O intervalo da Figura 5 pode ser, ainda, representado como:

]0, ∞[

em que o colchete aberto, ou os parênteses, indica que o número que vem


após não pertence ao intervalo. Já o intervalo da Figura 6, em que o número
que precede o colchete não pertencerá ao intervalo, pode ser expresso por:

]–∞, 0[

ou:

(–∞, 0)

Sempre que for necessário representar conjuntos numéricos em uma reta,


caso o primeiro número da sequência a ser representada pertença ao conjunto
desejado, o círculo deverá ser preenchido, o que também deverá ocorrer com
o último número da sequência a ser representada. Como exemplo, verifique
que, na Figura 7, está representado o intervalo entre o número 2, inclusive,
até o número 4, que também pertencerá ao conjunto da expressão:

[2 ,4]

ou:

{x ∈ ℝ│2 ≤ x ≤ 4}

–5 –4 –3 –2 –1 0 +1 +2 +3 +4 +5
Figura 7. Intervalo [2,4] representado no eixo real.
Fonte: Adaptada de Adami, Dornelles Filho e Lorandil (2015, p. 3).

Verifique, agora, este outro intervalo:

]–3, 2]
Operações com números reais e intervalos numéricos 11

O colchete aberto em –3 indica que esse número não pertence ao intervalo


que iremos representaremos. Por outro lado, o número 2 ainda está dentro
desse conjunto. Assim, queremos representar na reta real o conjunto de todos
os x, maiores que –3 e menores ou iguais a 2 (Figura 8), ou pela expressão:

{x ∈ ℝ│–3 < x ≤ 2}

–5 –4 –3 –2 –1 0 +1 +2 +3 +4 +5
Figura 8. Intervalo ]-3,2] representado no eixo real.
Fonte: Adaptada de Adami, Dornelles Filho e Lorandil (2015, p. 3).

Quando nenhum dos dois extremos do intervalo que queremos representar


pertencer ao conjunto, os dois colchetes ficarão abertos, e, consequentemente,
na reta, os círculos sobre os números também. Veja o exemplo a seguir:

]–1, +3[

Temos um intervalo entre -1 e +3, em que esses dois números não pertencem
ao intervalo:

{x ∈ ℝ│–1 < x < +3}

ou na reta representada na Figura 9, a seguir.

–5 –4 –3 –2 –1 0 +1 +2 +3 +4 +5
Figura 9. Intervalo ]-1,+3[ representado no eixo real.
Fonte: Adaptada de Adami, Dornelles Filho e Lorandil (2015, p. 3).
12 Operações com números reais e intervalos numéricos

Sejam três números, a, b e c. Estando a à direita de b na reta real, temos


a garantia que a é maior que b; e estando c à esquerda de b, temos a garantia
que c é menor que b, o que pode ser representado pelas expressões a seguir,
respectivamente:
a > b;

c<b

Ainda sobre os números a, b e c, podemos escrever as relações entre eles


em uma única expressão:

c<b<a

em que você lerá que b é menor que a e maior que c.


Assim, você também pode verificar que c é menor que a:

c<a

Com exemplo numérico, seguindo a mesma ordem apresentada nas relações


acima, sejam os números –7, –3 e 2:

2 > –3

–7 < –3

– 7< –3 < 2

e ainda:

–7 < 2

Além dos operadores "maior que" (>) e "menor que" (<), podemos utilizar o operador
diferente (≠). Por exemplo, os números 3 e 7 são diferentes, ou 3≠7.
Operações com números reais e intervalos numéricos 13

ADAMI, A. M.; DORNELLES FILHO, A. A.; LORANDIL, M. M. Pré-cálculo. Porto Alegre:


Bookman, 2015.
SAFIER, F. Pré-cálculo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. (Coleção Schaum).

Leituras recomendadas
CHAMBERS, P. Ensinando matemática para adolescente. Porto Alegre: Penso, 2015.
SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; MILANI, E. Cadernos de mathema – ensino fundamental: jogos
de matemática de 6º ao 9º ano. Porto Alegre: Artmed, 2006. v. 2.
SMOLE, K. S.; MUNIZ, C. A. A matemática em sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2013.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Muitos problemas aplicados envolvem operações com números reais. Conhecer os números
reais e as suas propriedades é fundamental para a resolução desses problemas. A Dica do
Professor aborda o conjunto dos números reais, as suas regras operacionais e a representação de
seus subconjuntos por meio da notação de intervalos.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Considere os conjuntos expressos por intervalos numéricos: A = ]1, 5[ e B = [3,7].


Determine o conjunto A U B.

A) A U B = ]1,7].

B) A U B = [1,7].

C) A U B = ]1,7] e x ≠ 5.

D) A U B = ]5,7].

E) A U B = [3,5[.

2) Marque a opção que apresenta a notação correta para uma desigualdade:

A) 4>5.

B) 9<5.
C) 3 está à direita de 6 na reta real.

D) 3 está à esquerda de 8 na reta real.

E) 8 está à esquerda de 3 na reta real.

3) Seja o intervalo real:

Selecione a correta representação no eixo cartesiano do conjunto T:

A)

B)

C)
D)

E)

4) Marque a opção com a solução correta da operação: (-2)(+4) (3 -1)2 + 11

A) 43.

B) -21.

C) 120.

D) -120.

E) -43.

5) A solução para a equação (– 4 + 3)2 ÷1/5 - 2 é:

A) -0,56.

B) -7.
C) 0,56.

D) -3.

E) 3.

NA PRÁTICA

Situações do nosso dia a dia podem ser bem representadas por meio de conjuntos numéricos,
como, por exemplo, os números reais. Conhecer as operações com números reais pode nos
ajudar na tomada de decisões, como vemos na situação a seguir.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Conjuntos Numéricos: Intervalos Reais, Operações e Propriedades

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Operações básicas

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos as operações básicas da Matemática por meio de


exemplos e aplicações.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Aprender e ensinar cada uma das operações básicas: adição, subtração, multiplicação e
divisão.
• Identificar a ordem de solução das operações básicas.
• Resolver problemas envolvendo as operações básicas da Matemática.

DESAFIO

Considere a seguinte situação:

Um pai vendeu uma fazenda por R$200.000,00 e resolveu dividir o valor entre seus quatro
filhos. A divisão foi de modo que o 1o filho recebeu o triplo do que recebeu o 2o filho. Este,
por sua vez, recebeu R$15.000,00 a mais do que recebeu o 3o filho e o 4o filho recebeu
R$10.000,00 a menos do que recebeu o 3o filho. Agora, determine o valor que cada filho
recebeu.

INFOGRÁFICO

O infográfico a seguir esquematiza as prioridades das operações básicas da Matemática.


CONTEÚDO DO LIVRO

Leia o capítulo Operações Básicas, do livro Fundamentos de Matemática,e aprenda mais sobre
o ensino das operações básicas da Matemática.

Boa leitura.
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Luciana Maria
Margoti Araujo
Operações básicas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Aprender e ensinar cada uma das operações básicas da matemática:


adição, subtração, multiplicação e divisão.
„„ Identificar a ordem de solução das operações básicas.
„„ Resolver problemas envolvendo as operações matemáticas.

Introdução
Neste capítulo, você aprenderá sobre as operações básicas em mate-
mática, uma vez que é muito comum que, no seu dia a dia, você precise
utilizá-las. Ao comprar certa quantidade de alimento, materiais escolares,
roupas, etc., é necessário que você tenha em mente, além de números,
operações que podem ser realizadas com eles.
O uso da matemática vai além de resoluções de problemas em sala
de aula. Essa ciência integra uma parte muito importante da nossa con-
vivência em sociedade, na resolução de problemas e situações aos quais,
constantemente, estamos sujeitos.

Operações básicas

Adição
A operação de adição permite que você trabalhe juntando quantidades. Por
exemplo, suponha que você tenha três bolas e seu amigo, duas.
Imagine, agora, que vocês desejam juntar as duas quantidades. Você pre-
cisará, então, fazer uma contagem da nova quantidade de maneira sequencial.
Este é o princípio da adição: quando dois números a e b, pertencentes aos
números reais e submetidos à operação de adição, forem somados, você terá
como resultado um número c, também pertencente ao conjunto dos números
reais. Conforme o exemplo da soma das duas quantidades de bolas:
2 Operações básicas

3+2=5

em que os números 3 e 2 são as parcelas da operação e 5 é a soma ou total.


É possível somar qualquer quantidade e obter um resultado. Para facilitar a
operação com números de maior grandeza, podemos organizá-los de forma a
facilitar a soma de quantidades. Suponha, agora, que, em um condomínio, haja
70 moradores no prédio A e 85 no prédio B. Caso seja necessário determinar
o número total de moradores dos dois prédios, podemos organizar as parcelas
conforme mostrado a seguir e somar as unidades e, depois, as dezenas:

70
+
85
155

totalizando 155 moradores.


Sempre que os números a serem somados terem casas além de unidades e
dezenas, o procedimento para realizar a adição será o mesmo: as unidades da
primeira parcela serão somadas com as unidades da segunda; as dezenas da
primeira parcela serão somadas com as dezenas da segunda; as centenas da
primeira parcela serão somadas com as centenas da segunda; e assim por diante.

Subtração
É a operação inversa da adição, em que se diminui ou subtrai quantidades. Suponha
que você possua 15 livros em sua estante e tenha emprestado 3 a um colega de
escola. Ao contar a quantidade de livros restantes, você verificará que 12 estão
na estante, agora. Essa operação realizada diminui 3 livros dos 15 existentes.
Assim como na adição, a subtração é realizada entre a unidade do primeiro
número com a unidade do segundo número; a dezena do primeiro número
com a dezena do segundo; e assim por diante.
Esses números a serem subtraídos também podem ser organizados con-
forme a seguir:

15

3
12

em que o número 15 é chamado de minuendo, o número 3, de subtraendo,


e o 12, de resto ou diferença.
Operações básicas 3

Dessa maneira, quando dois números a e b, pertencentes aos números reais


e submetidos à operação de adição, forem somados, você terá como resultado
um número c, também pertencente ao conjunto dos números reais: a+b=c.
Então, temos que c-b=a ou, ainda, c-a=b.

Multiplicação
A multiplicação é uma operação que representa a soma de várias parcelas
iguais, da mesma quantidade. Suponha que você possui 6 saquinhos contendo,
em cada um, 10 balas. Agora, você precisa saber quantas balas possui. Para
resolver esse problema, você somará a quantidade de balas em cada saquinho
(10) 6 vezes. Ou seja, você precisará contar 6 parcelas de 10, ou seja:

10 + 10 + 10 + 10 + 10 + 10 = 60
ou:
6 × 10 = 60

Em uma multiplicação em que m, n e p são pertencentes aos números reais,

m×n=p

m e n são chamados de fatores ou multiplicadores, e p, que é o resultado,


é chamado de produto.

Divisão
A operação inversa da multiplicação é a divisão, que consiste em separar
quantidades iguais de um mesmo conjunto. Supomos que, ao comprar 60 balas,
você precisaria distribuí-las entre 6 pessoas, em quantidades iguais. Dessa
maneira, cada pessoa ganharia 10 balas, e não sobrará nenhuma.
Uma vez que:

m×n=p

temos que:

p÷m=n
4 Operações básicas

Em uma divisão, os números, de acordo com sua posição, também recebem


nomes específicos:

60 6
0 10

Nesta operação, o número 60 é chamado de dividendo; o 6, de divisor; o


10, de quociente; e o zero, de resto. Todas as vezes que, em uma divisão, você
obtiver resto igual a zero, ela é exata.
Mesmo quando a divisão não for exata, é possível realizá-la, porém o resto
será diferente de zero. Dividiremos 35 por 3 e verificaremos o resultado:

35 3
–33 11
2

A divisão de 35 por 3 resulta em 11, com resto igual a 2.

„„ Em uma gincana, a escola foi dividida em 2 equipes. Na tarefa de arrecadação de


dinheiro para ajudar instituições de saúde, a primeira equipe arrecadou R$356,00,
e a segunda equipe, R$274,00. Qual foi o total arrecadado?

356
+
274
630

O total arrecadado foi de R$630,00.

„„ Um bazar beneficente foi aberto, contando com 142 peças de roupas. Ao final
do dia, havia sido vendidas 45 peças. Quantas peças de roupas restaram para o
próximo dia de bazar?

142
– 45
97
Operações básicas 5

„„ Em uma sala de aula, foram contadas 7 filas de 8 carteiras cada uma. Qual é o
número máximo de alunos que essa sala comporta?

7
×
8
56
„„ Um pacote de 500 folhas foi aberto para ser dividido, em quantidades iguais, aos
37 alunos. Quantas folhas cada aluno receberá? Nessa divisão, sobrará alguma
folha no pacote?

50’0 37
–37 13
130
–111
19

Cada aluno receberá 13 folhas, restando 19 no pacote.

Ordem de solução das operações básicas


Ao realizar operações simultâneas, algumas regras devem ser seguidas, evi-
tando a ocorrência de erros no resultado final. Em uma expressão matemática,
a multiplicação e a divisão têm prioridade de resolução à adição e subtração.
Assim:

2+4×3

Primeiro, será necessário resolver a multiplicação:

4 × 3 = 12

Posteriormente, somar o resultado com 2:

2 + 12 = 14

Quando a expressão conter somente adição e subtração, não há prioridade de


resolução. Para evitar erros por esquecimento de algum termo, comece sempre
da esquerda para a direita, realizando o cálculo de dois em dois elementos. O
resultado da operação com os dois primeiros será utilizado junto ao terceiro,
e assim por diante:
6 Operações básicas

5+3–2+9–6=9
Uma vez que:

5+3=8
8–2=6
6 + 9 = 15
15 – 6 = 9

O mesmo ocorre se a expressão for composta somente de multiplicação


e divisão:

35 ÷ 5 × 2 = 14

Ou:

35 ÷ 5 = 7
7 × 2 = 14

Em uma expressão que contenha multiplicação ou divisão e adição ou sub-


tração, caso seja necessário realizar a adição ou subtração primeiro, você deve
indicar com parênteses a operação que precisa de prioridade, conforme segue:

5 × (3 + 2) = 5 × 5 = 25

Para estabelecer prioridades em expressões que contenham várias ope-


rações, utilizamos os parênteses. Caso seja necessária outra indicação de
prioridade, utilizamos os colchetes e, por fim, as chaves.

{7× [16 – (4 + 5) –2] +3} ÷ 3

Conforme mencionado, a ordem de prioridade é a operação entre parênteses,


depois, a que está entre colchetes e a que está entre chaves. Realizando as
operações, considerando as prioridades, temos:

{7× [16 – 9 –2] +3} ÷ 3


{7 × 5 + 3} ÷ 3
{35 + 3} ÷ 3
38 ÷ 3
Operações básicas 7

Como 38 não é um número que, dividido por 3, dá uma divisão exata, nessa
expressão, teremos como resultado 12 com resto igual a 2.

Em outro exemplo, resolveremos a expressão:

8 – {6 – 4 × 7 + [15 ÷ 3 + (11 – 4) ×3] +5}=


8 – {6 – 4 × 7 + [15 ÷ 3 + 7 × 3] +5}=
8 –{6 – 4 × 7 + [5 + 21] +5}=
8 – {6 – 4 × 7 + 26 + 5}=
8 – {6 – 28 + 26 + 5}=
8 – {6 – 28 + 26 + 5}=
8 – 9 = –1

Dentro de cada um dos símbolos (parênteses, colchetes e chaves), a prioridade de


operações segue a que já foi mencionada (multiplicação e divisão e, depois, adição
e subtração).

Problemas envolvendo operações matemáticas


Assim como nas expressões, é necessário estar atento à resolução de problemas,
no que diz respeito à prioridade de operação. A seguir, alguns problemas que
o ajudarão a entender melhor as operações matemáticas, com a aplicação de
prioridades.

1. Em uma festa junina, a barraca de doces resolveu fazer pipoca, canjica


e cocada. Serão necessários 2 kg de milho de pipoca, 3 kg de milho de
canjica, 1 kg de amendoim, 5 kg de açúcar e 4 kg de coco ralado. Ao
fazer um orçamento, os preços de cada item por quilograma foram de
R$ 2,00, R$ 3,00, R$ 4,00, R$ 2,00 e R$ 5,00, respectivamente. Qual
será o valor investido nos materiais para produção dos doces da barraca?
Como cada item tem quantidade e preço diferentes, será necessário
saber quanto custará o total de cada e somar para se obter o custo final:

2×2+3×3+1×4+5×2+4×5=?
8 Operações básicas

Como a prioridade já é da multiplicação, que define quanto será investido


em cada material diferente, não será necessário utilizar os símbolos
(, [ ou {.

4 + 9 + 4 + 10 + 20 = 47

Deverão ser investidos R$ 47,00 para produção dos alimentos que serão
vendidos na barraca.
2. Em uma viagem, você está na cidade A e precisará fazer 2 paradas. Sua
primeira parada é a cidade B, que está a 467 km de distância do ponto
de partida. Após, seguirá com destino à cidade C, percorrendo 33 km
a partir do ponto B. Considerando que seu carro percorra 10 km para
cada litro de gasolina e a gasolina tem um custo de R$ 5,00, qual será
o valor gasto em combustível para realizar a viagem?
Antes de qualquer coisa, você precisa saber quantos quilômetros per-
correrá no total:

467 + 33 = 500

Como você percorrerá 500 km, e seu carro consome 1 litro de gasolina
a cada 10 km, para definir quantos litros de gasolina serão necessários:

500 ÷ 10 = 50

Ou seja, você precisará de 50 litros de gasolina. Por fim, para determinar


quanto gastará com essa quantidade de combustível, basta multiplicar
o valor do litro de gasolina pela quantidade a ser comprada:

5 × 50 = 250

Assim, serão necessários R$ 250,00 em gasolina para a viagem.


Para representar esse problema em uma única expressão matemática,
considerando a ordem dos cálculos realizados:

[(467 + 33) ÷ 10] × 5 = 250


Operações básicas 9

CHAMBERS, P.; TIMLIN, R. Ensinando matemática para adolescente. 2. ed. Porto Alegre:
Penso, 2015.
SMOLE, K.S.; MUNIZ, C. A. (Org.). A matemática em sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2013.
SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; MILANI, E. Jogos de matemática: 6º ao 9º ano. Porto Alegre:
Artmed, 2007. (Cadernos de Mathema).
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Este vídeo apresenta mais esclarecimentos sobre as operações básicas de Matemática.

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EXERCÍCIOS

1) Você tinha 18 balas e comprou mais 16 para dividi-las igualmente entre você e um
amigo, mas resolveu comer duas balas antes. Então, quantas balas cada um ganhará?

A) 8.

B) 9.

C) 16.

D) 17.

E) 32.

2) Carla está na fila de atendimento dos caixas de um banco. Sua senha é a de número
17. Sabe-se que há apenas um caixa funcionando que leva, em média, dois minutos
para atender o cliente. Assim, defina quantos minutos Carla gastará na fila até ser
atendida:

A) 8.

B) 16.
C) 17.

D) 32.

E) 34.

3) Carlos analisa o custo de uma viagem de carro. Sabe-se que para a distância entre
Belo Horizonte e Ouro Preto, um carro, modelo a gasolina, consome 25 litros, e outro,
modelo a álcool, consome 38 litros. Considerando que o preço do litro de gasolina é
R$3,80, e o preço do litro de álcool é R$2,80, marque a opção CORRETA sobre o
custo de cada modelo nesta viagem:

A) O carro a gasolina gastará R$106,40, e o carro a álcool gastará R$95,00 de combustível.

B) A diferença no custo entre as opções é de R$11,40, sendo o modelo a gasolina mais


econômico.

C) O carro a gasolina gastará R$10,64, e o carro a álcool gastará R$9,50 de combustível.

D) A diferença no custo entre as opções é de R$11,40, sendo o modelo a álcool mais


econômico.

E) O carro a gasolina gastará R$1.064,00, e o carro a álcool gastará R$950,00 de


combustível.

4) O preço de uma corrida de táxi é calculado a partir de uma taxa fixa, chamada
"bandeirada", e uma variável, de acordo com o número de quilômetros rodados. Em
Belo Horizonte, a "bandeirada" é R$5,50, o preço por quilômetro rodado é R$1,40 e
R$30,00 por hora parada. A partir desses dados, assinale a opção CORRETA:

A) Em uma corrida de táxi de 15km, o passageiro pagará R$5,50.


B) Em uma corrida de táxi de 20km, o passageiro pagará R$28,00.

C) Se o passageiro pagou R$33,50 e não teve pagamento por hora parada, então o percurso
foi de 24km.

D) Se o passageiro pagou R$63,50 e teve o pagamento por hora parada, então o percurso foi
de 24km.

E) Em uma corrida de táxi de 8km, o passageiro pagará R$46,70, uma vez que o taxista ficou
mais uma hora parado esperando pelo cliente.

5) Laura foi ao shopping e gastou um total de R$4.000,00. Como forma de pagamento,


ela pagou R$800,00 de entrada, e o restante da dívida foi parcelado em cinco
prestações mensais iguais. Qual é o valor de cada prestação?

A) R$800,00.

B) R$640,00.

C) R$160,00.

D) R$3.200,00.

E) R$4.000,00.

NA PRÁTICA

Veja a seguir uma aplicação prática das operações matemáticas.


SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Operações básicas da matemática

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Generalidades sobre funções

APRESENTAÇÃO

Em nosso dia a dia, muitas vezes nos deparamos com situações que envolvem relação entre
grandezas, como, por exemplo, o rendimento anual de nossas economias na poupança (r)
depende da taxa de juros oferecida pelo banco (i) ou a demanda do consumidor por combustível
(c) pode depender de seu preço de mercado atual (p).

Essas situações são exemplos do conceito de função. No entanto, nem toda a relação entre
grandezas constitui uma função. Se consideramos dois conjuntos, A e B não vazios, uma função
de A em B é uma relação em que cada elemento x pertencente ao conjunto A está associado a
um único elemento y pertencente ao conjunto B. Ou seja, y = f(x), cuja leitura é: y é igual a f de
x.

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos generalidades sobre funções a fim de reconhecer


quais relações podem ser consideradas funções, identificar o seu domínio, o contradomínio e a
imagem e calcular o valor da função y para dado valor de x.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Determinar se uma relação é uma função.


• Identificar os domínios e as imagens de certas funções.
• Usar a notação de função.

DESAFIO

Para resolver este Desafio, você precisará aplicar a notação funcional.

Júlia acabou de se mudar para Belo Horizonte e, como adora dançar, deseja se inscrever em um
curso de dança. Na academia perto de sua casa, ela foi informada de que a taxa de inscrição
anual é de R$ 900,00 para o curso de 12 meses. Entretanto, já no mês de março, a recepcionista
do curso explicou que, para quem se inscreve após o início do curso, a taxa é reduzida
linearmente.

As ideias intuitivas relacionadas ao conceito de função podem ser utilizadas em situações do


cotidiano, buscando modelá-las com uma notação própria e, então, fazer previsões para
situações futuras.

Considerando o caso citado, expresse a taxa de inscrição (T) em função do número de meses
transcorridos (x) desde o início do curso.

INFOGRÁFICO

Uma forma bem ilustrativa de abordar o conceito de função é por meio de conjuntos e
diagramas. Para isso, precisamos considerar dois conjuntos não vazios e construir diagramas que
associam os elementos desses dois conjuntos.

O Infográfico apresenta diagramas com relações entre dois conjuntos A e B para que você
consiga identificar os conjuntos domínio, contradomínio e imagem de uma função, bem como
para reconhecer quando um diagrama representa ou não uma função.
CONTEÚDO DO LIVRO

Uma função é uma relação entre dois conjuntos, tal que para cada elemento do domínio
(entrada) corresponde a um único elemento da imagem (saída).

Acompanhe trechos extraídos do livro Matemática aplicada: administração, economia e


ciências sociais e biológicas, de Harshbarger e Reynolds. Essa obra foi escolhida como base
teórica desta Unidade de Aprendizagem.

Boa leitura.
H324m Harshbarger, Ronald J.
Matemática aplicada [recurso eletrônico] : administração,
economia e ciências sociais e biológicas / Ronald J.
Harshbarger, James J. Reynolds ; tradução: Ariovaldo
Griesi, Oscar Kenjiro N. Asakura; revisão técnica: Helena
Maria de Ávila Castro, Afrânio Carlos Murolo. – 7. ed. –
Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2006.


ISBN 978-85-8055-273-7

1. Matemática aplicada. 2. Administração. 3. Economia.


4. Ciências Sociais. 5. Ciências Biológicas. I. Reynolds,
James J. II. Título.

CDU 51-7
1.2 Funções 73

Relações e Funções Uma equação ou desigualdade contendo duas variáveis expressa uma relação en-
tre estas duas variáveis. Por exemplo, a desigualdade R ≥ 35x expressa uma rela-
ção entre duas variáveis x e R e a equação y = 4x – 3 expressa uma relação entre
duas variáveis x e y.
Além de definir uma relação por uma equação, uma desigualdade ou uma regra
de correspondência, podemos também defini-la como qualquer conjunto de pares
ordenados de números reais (a, b). Por exemplo, as soluções de y = 4x – 3 são pares
de números (um para x e outro para y). Escrevemos os pares (x, y) de forma que o
primeiro número é o valor x e o segundo é o valor y, e estes pares ordenados defi-
nem a relação entre x e y. Algumas relações podem ser definidas por uma tabela,
um gráfico ou uma equação.

Relação Uma relação é definida por um conjunto de pares ordenados ou por uma regra
que determine como os pares ordenados são encontrados. Ela pode também ser
definida por uma tabela, um gráfico, uma equação ou uma desigualdade.

Por exemplo, o conjunto de pares ordenados


{(1,3), (1,6), (2,6), (3,9), (3, 12), (4,12)}

expressa a relação entre o conjunto das primeiras componentes, {1, 2, 3, 4}, e o


conjunto das segundas componentes, {3, 6, 9, 12}. O conjunto das primeiras com-
ponentes é chamado de domínio da relação e o conjunto das segundas componen-
tes é chamado de imagem da relação. A Figura 1.1 (a) usa setas para indicar como
as entradas no domínio (primeiras componentes) são associadas com as saídas na
imagem (segundas componentes). A Figura 1.1 (b) mostra outro exemplo de rela-
ção. Como as relações também podem ser definidas por meio de tabelas e gráficos,
a Tabela 1.1 e a Figura 1.2 são exemplos de relações.

Domínio Imagem Domínio Imagem

1 3 1
7
2 6 2
9
3 9 3
11
4 12 4

Figura 1.1 (a) (b)

Freqüentemente, uma equação expressa como a segunda componente (a saída)


é obtida por meio da primeira componente (a entrada). Por exemplo, a equação
y = 4x – 3
expressa como a saída y resulta da entrada x. Essa equação expressa uma relação
especial entre x e y, porque cada valor de x que é substituído na equação resul-
ta em um único valor para y. Se cada valor de x substituído em uma equação
resulta em um único valor de y, dizemos que a equação expressa y como uma
função de x.

Definição de uma Função Uma função é uma relação entre dois conjuntos tal que para cada elemento do
domínio (entrada) corresponde um único elemento da imagem (saída). Uma
função pode ser definida por um conjunto de pares ordenados, uma tabela, um
gráfico ou uma equação.
74 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares

TABELA 1.1 Imposto para


o Contribuinte Solteiro ÍNDICE DOW JONES
Alta real
Todos os Direitos Reservados. Fechamento
Receita Tributável Imposto Baixa real
(Domínio) Devido
(Imagem)

Ao Mas
menos menos
que
30.000 30.050 4.876
30.050 30.100 4.889
30.100 30.150 4.903
30.150 30.200 4.917

30.200 30.250 4.931


20.250 30.300 4.944
30.300 30.350 4.958
30.350 30.400 4.972

30.400 30.450 4.986


30.450 30.500 4.999
30.500 30.550 5.013
30.550 30.600 5.027 Figura 1.2
Fonte: Wall Street Journal, 17 de janeiro de 2002
30.600 30.650 5.041
30.650 30.700 5.054
30.700 30.750 5.068
30.750 30.800 5.082
Quando uma função é definida, a variável que representa os números do do-
30.800 30.850 5.096
mínio (entrada) é denominada variável independente da função, e a variável que
30.850 30.900 5.109
representa os números na imagem (saída) é chamada de variável dependente (por-
30.900 30.950 5.123
que seus valores dependem dos valores das variáveis independentes). A equação
30.950 31.000 5.137
y = 4x – 3 define y como função de x, porque resulta um único valor de y para cada
Fonte: Internal Revenue Service, 2001
valor x que é substituído na equação. Assim, a equação define uma função em que
Form 1040, Instructions x é a variável independente e y é a variável dependente.
Podemos também aplicar essa idéia para uma relação definida por uma tabela
ou um gráfico. Na Figura 1.1 (b) da página anterior, como cada entrada no domínio
corresponde a uma única saída na imagem, a relação é uma função. Analogamente,
os dados da Tabela 1.1 também representam uma função. Observe que na Tabela
1.1, embora muitos valores de receitas tributáveis diferentes tenham o mesmo im-
posto devido, cada valor de receita tributável (entrada) corresponde a um único
imposto devido (saída). Assim, o imposto devido (variável dependente) é uma
função da receita tributável para contribuintes solteiros (variável independente).
Entretanto, a relação definida na Figura 1.2 não é uma função porque o gráfico que
representa o índice Dow Jones mostra que para cada dia existem pelo menos três
valores diferentes – máximo do dia, mínimo do dia e o fechamento. Por exemplo,
no dia 25 de setembro de 2002, o índice variou do mínimo de 286 para o máximo
de 298.

EX EM PLO 1 Funções

A expressão y2 = 2x nos dá y como função do x?


1.2 Funções 75

SOLUÇÃ O
Não, porque para alguns valores de x existem mais de um valor para y. De fato,
existem dois valores de y para cada x > 0. Por exemplo, se x = 8, então y = 4 ou
y = –4, dois valores diferentes de y para o mesmo valor de x. A equação y2 = 2x
expressa uma relação entre x e y, mas y não é uma função de x.

Gráficos das Funções É possível visualizar geometricamente as relações e funções que discutimos por
meio de um esboço dos seus gráficos em um sistema de coordenadas cartesianas.
Construímos um sistema de coordenadas cartesianas desenhando duas retas reais
(denominadas eixos coordenados) que são perpendiculares entre si e se intercep-
tam nas suas origens (chamada origem do sistema).
O par ordenado (a, b) representa o ponto P que está localizado a a unida-
des na direção do eixo x e a b unidades na direção do eixo y (ver Figura 1.3).
Analogamente, todos os pontos têm um par ordenado único que os descreve.

eixo y

2o Quadrante 5 1o Quadrante
4
3 A(5, 2)
B(−4, 1) 2
1
eixo x
–5 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 5
–1
–2
–3
–4
C(−4, −4) D(1, −5)
–5
Figura 1.3 3o Quadrante 4o Quadrante

Os valores a e b no par ordenado associado com o ponto P são chamados coordena-


das cartesianas (ou retangulares) do ponto, onde a é a coordenada x (ou abscissa)
e b é a coordenada y (ou ordenada). Os pares ordenados (a, b) e (c, d) são iguais
se e somente se a = c e b = d.
O gráfico de uma equação que define uma função (ou relação) é a imagem
que resulta quando marcamos os pontos cujas coordenadas (x, y) satisfazem a
equação. Para esboçar o gráfico, marcamos pontos suficientes que sugiram a for-
ma do gráfico e desenhamos uma curva lisa passando pelos pontos. Isto é chama-
do método de marcar pontos para esboçar o gráfico.

EX EM P LO 2 Esboçando Funções
Esboce o gráfico da função y = 4x2.

SOLUÇÃ O
Escolhemos alguns valores para a variável x e encontramos o valor corresponden-
te y. Colocando estes valores em uma tabela teremos alguns pontos para marcar.
Quando tivermos o suficiente para determinar a forma do gráfico, conectaremos os
pontos para completar o gráfico. A tabela e o gráfico são mostrados na Figura 1.4.
76 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares

14
x y 12
–1 4 10
– 12 1 8
0 0 6
1
2
1 4

1 4 2 y = 4x2

2 16 x
Figura 1.4 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4
–2

Podemos determinar se a relação é ou não uma função examinando o seu grá-


fico. Se ela for uma função, então nenhuma entrada (valor de x) terá duas saídas
diferentes (valor de y). Isto significa que não existem dois pontos no gráfico com a
mesma primeira coordenada (abscissa). Assim, não existem dois pontos no gráfico
que estejam na mesma reta vertical.

Teste da Linha Vertical Se não existe nenhuma reta vertical que intercepta o gráfico em mais de um ponto,
então o gráfico é o de uma função.

Ao aplicar este teste no gráfico de y = 4x2 (Figura 1.4), comprovamos facil-


mente que essa equação descreve uma função. O gráfico de y2 = 2x é mostrado na
Figura 1.5, e podemos constatar que o teste da reta vertical indica que ele não é o
gráfico de uma função (como já vimos no Exemplo 1). Por exemplo, a reta vertical
em x = 2 intercepta a curva em (2, 2) e (2, –2).

y
Alteração ano a ano do
4
Índice de Preços ao Consumidor
3

2 4%
y 2 = 2x
1
x
1 3 4 5 6 7
-1 3%
-2
-3
-4
Figura 1.5
2%

1%
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Figura 1.6 Fonte: Wall Street Journal, 17 de janeiro de 2002

O gráfico na Figura 1.6 mostra o Índice de Preços ao Consumidor (y) versus o


tempo (x). Ele representa uma função, porque para todo x existe um único y. No
entanto, como observamos anteriormente, o gráfico da Figura 1.2 da página 74 não
representa uma função.
1.2 Funções 77

Notação Funcional Podemos usar a notação funcional para indicar que y é uma função de x. A fun-
ção é denotada por f, e escrevemos y = f (x). Isto é lido “y é uma função de x” ou “y
é igual a f de x”. Para valores específicos de x, f (x) representa os valores da função
(isto é, as saídas ou valores de y) nestes valores de x. Assim, se

f (x) = 3x2 + 2x +1
então f (2) = 3(2)2 + 2(2) + 1 = 17
e f (–3) = 3(–3)2 + 2(–3) + 1 = 22
A Figura 1.7 representa esta notação funcional como (a) um operador em x e
(b) a coordenada y para um dado valor de x.

(−3, f(−3)) y = f(x)


Entrada x 3
2
(0, f(0))
1
f 1 2
x
−3 −2 −1 3
−1
(2, f(2))
Saída f(x)

Figura 1.7 (a) (b)

Letras diferentes de f também podem ser usadas para denotar funções. Por
exemplo, y = g(x) ou y = h(x) podem ser usadas.

EX EM P LO 3 Calculando Funções
Se y = f (x) = 2x3 – 3x2 + 1, calcule seguinte:
(a) f(3) (b) f(–1)

SOLUÇÃ O
(a) f (3) = 2(3)3 –3(3)2 + 1 = 2(27) – 3(9) + 1 = 28
Assim, y = 28 quando x = 3.
(b) f (–1) = 2(–1)3 – 3(–1)2 + 1 = 2(–1) – 3(1) + 1 = –4
Assim, y = –4 quando x = –1.

EX EM P LO 4 Volume de Dólares nas Transações em Caixas Eletrônicos


Como mencionado na Pré-Aplicação, o volume de transações pode ser descrito
por meio da função
y = f (x) = 0,1369x – 5,091255
onde y está em bilhões de dólares de transações e x é o número de caixas eletrô-
nicos (em milhares).
(a) Calcule f(100).
(b) Escreva uma frase que explique o significado do resultado em (a).

SOLUÇÃ O
(a) f(100) = 0,1369(100) – 5,091255 = 13,69 – 5,091255 = 8,598745
Assim, o ponto (100, 8,598745) está no gráfico desta função.
(b) A afirmação f(100) = 8,598745 significa que, quando há 100 mil caixas eletrônicos,
acontecem (aproximadamente) $ 8,598745 bilhões em transações nestes caixas.
78 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares

EX EM PLO 5 Notação Funcional


2
Se g(x) = 4x – 3x + 1, calcule o seguinte:
(a) g(a) (b) g(–a) (c) g(b) (d) g(a + b)
(e) É verdade que g(a + b) = g(a) + g(b)?

SOLUÇÃO
(a) g(a) = 4(a)2 – 3(a) + 1 = 4a2 – 3a + 1
(b) g(–a) = 4(–a)2 – 3(–a) + 1 = 4a2 + 3a + 1
(c) g(b) = 4(b)2 – 3(b) + 1 = 4b2 – 3b + 1
(d) g(a + b) = 4(a + b)2 – 3(a + b) + 1
= 4(a2 + 2ab + b2) – 3a – 3b + 1
= 4a2 + 8ab + 4b2 – 3a – 3b + 1
(e) g(a) + g(b) = (4a2 – 3a + 1) + (4b2 – 3b + 1)
= 4a2 + 4b2 – 3a – 3b + 2
Assim, g(a + b) ≠ g(a) + g(b).

EX EM PLO 6 Notação Funcional

Dada f (x) = x2 – 3x + 8, calcule f ( x + h ) − f ( x) e simplifique (se h ≠ 0)


h

SOLUÇÃO
2
f ( x + h ) − f ( x ) [( x + h ) − 3 ( x + h ) + 8] − [ x 2 − 3x + 8]
=
h h
[( x + 2 xh + h ) − 3x − 3h + 8] − x 2 + 3x − 8
2 2
=
h
x + 2 xh + h − 3x − 3h + 8 − x 2 + 3x − 8
2 2
=
h
2 xh + h 2 − 3h h (2 x + h − 3)
= = = 2x + h − 3
h h

Domínios e Imagens Limitaremos nossa discussão neste texto a funções reais, que são as funções
cujos domínios e imagens contêm apenas números reais. Se o domínio e a imagem
de uma função não são especificados, supomos que o domínio consiste de todas as
entradas reais (valores de x) que resultam em saídas reais (valores de y), produzin-
do uma imagem que é um subconjunto dos números reais.
Para os tipos de funções que estamos estudando agora, se o domínio não é espe-
cificado, ele incluirá todos os números reais, exceto:

1. valores que resultem em denominador igual a 0 e


2. valores que resultem em raiz par de um número negativo.

EX EM PLO 7 Domínio e Imagem


Encontre o domínio de cada uma das seguintes funções; encontre a imagem das
funções dos itens (a) e (b).
SOLUÇÃO

1
(a) y = 4x2 (b) y = 4− x (c) y = 1 +
x − 2
1.2 Funções 79

(a) Não há restrições nos números que podem substituir x, assim o domínio con-
siste de todos os números reais. Como os quadrados de qualquer número real
são não-negativos, 4x2 deve ser não-negativo. Assim, a imagem é y ≥ 0. Se
marcarmos pontos ou usarmos uma ferramenta gráfica, obteremos o gráfico
mostrado na Figura 1.8 (a), que ilustra nossas conclusões sobre o domínio e a
imagem.
(b) Notamos a restrição que 4 – x não pode ser negativa. Assim, o domínio consis-
te apenas dos números menores ou iguais a 4. Isto é, o domínio é o conjunto de
números reais que satisfaz x ≤ 4. Como 4 − x é sempre não-negativo, a ima-
gem é todo y ≥ 0. A Figura 1.8 (b) mostra o gráfico de y = 4 − x . Observe
que o gráfico está localizado apenas onde x ≤ 4 e no ou acima do eixo x (onde
y ≥ 0).
1 1
(c) y =1+ não é definido para x = 2 porque não é definido. Conse-
x − 2 0
qüentemente, o domínio consiste de todos os números reais, exceto 2. A Figura
1
1.8 (c) mostra o gráfico de y = 1 + . A ruptura quando x = 2 indica que x
= 2 não faz parte do domínio. x − 2

y y

14 8
12 y=1+ 1 6
x−2
10 4
8 2
6 x
–8 –6 –4 –2 2 4 6 8
4 –2
2 y = 4x2 –4
x –6
–4 –3 –2 –1 1 2 3 4
–2 –8

(a) (c)
Figura 1.8

PONTO DE CONTROLE 1. Se y = f (x), a variável independente é _____ e a variável dependente é _____.


2. Se (1,3) está no gráfico de y = f (x), então f(1) = ?
3. Se f (x) = 1 – x3, encontre f (–2).
4. Se f (x) = 2x2, encontre f (x + h).
5. Se f ( x ) = 1 , qual é o domínio de f (x)?
x +1

Operações com Funções Podemos formar novas funções através de operações algébricas com duas ou
mais funções. Definimos novas funções que são a soma, a diferença, a multiplica-
ção e o quociente de duas funções como segue:

Operações com Funções Sejam f e g funções de x e defina o seguinte:


Soma (f + g)(x) = f (x) + g(x)
Diferença (f – g)(x) = f (x) – g(x) (continua)
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

O conceito de função é um dos mais importantes no estudo da matemática, estando inserido em


diversos cursos devido a sua ampla aplicação.

No entanto, para utilizar esse conceito adequadamente, é preciso saber quando ele pode ser
aplicado, ou seja, distinguir um caso em que há apenas uma relação daqueles em que, de fato,
podemos considerar uma função.

O vídeo da Dica do Professor define o conceito de relação, bem como o de função, distinguindo
um do outro. Também ressalta a notação funcional e a identificação dos conjuntos de domínio e
imagem a partir de exemplos com diagramas.

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EXERCÍCIOS

1) Para valores específicos de x, f(x) representa os valores da função (isto é, as saídas ou


valores de y) nesses valores de x. Assim, a partir da análise dos pontos pertencentes
ao gráfico de uma função, é possível identificar o valor que f(x) assume para dado
valor x. Nesse contexto, se (1,3) está no gráfico de y = f(x), então f(1) é:

A) 1.

B) 2.

C) 3.

D) 4.

E) 5.
2) Podemos usar a notação funcional para indicar que y é uma função de x. A função é
denotada por f e escrevemos y = f(x). Sempre que tivermos a expressão algébrica de
f(x), é possível encontrar o valor de y para dado valor de x. Assim, se f(x) = 1 – x3,
encontre f(–2).

A) –7.

B) 7.

C) 8.

D) 9.

E) –9.

3) A partir da notação funcional, podemos encontrar o valor da variável dependente


para dado valor da variável independente, mesmo quando a variável independente
não for um valor numérico, mas, sim, uma expressão. Nesse caso, se f(x) = 2x2,
encontre f(x + h).

A) f(x + h) = 2(x + h)

B) f(x + h) = 2(x2+ 2xh + h2)

C) f(x + h) = (x2+ 2xh + h2)

D) f(x + h) = (x2+ 2xh + h2)2

E) f(x + h) = 2(x2+ h2)


4) Se o domínio e a imagem de uma função não são especificados, podemos supor que o
domínio é formado por todas as entradas reais (valores de x) que resultam em saídas
reais (valores de y), produzindo uma imagem que é um subconjunto dos números
reais. Entretanto, é preciso ter atenção com denominadores e raízes de índice par.
Nesse contexto, se f(x) = 1/(x+1), qual é o domínio de f(x)?

A) O conjunto de todos os números reais, exceto quando x = 1.

B) O conjunto de todos os números reais, exceto quando x = –1.

C) O conjunto de todos os números reais, exceto quando x = 0.

D) O conjunto de todos os números naturais, exceto quando x = –1.

E) O conjunto de todos os números naturais, exceto quando x = 1.

5) Um passageiro de táxi tem que pagar, por uma corrida, uma parcela fixa de R$ 5,00,
denominada bandeirada, mais uma parcela variável de R$ 0,60 por km rodado. A
função que representa o preço P de uma corrida de táxi é:

A) P(x) = 5x + 0,60.

B) P(x) = 0,60x.

C) P(x) = 5 + 0,60x.

D) P(x) = (5 + 0,60)x.

E) P(x) = (5 - 0,60)x.
NA PRÁTICA

Em matemática, função é uma relação entre dois conjuntos A e B não vazios onde cada
elemento do conjunto A está associado a um único elemento do conjunto B. Esse conceito pode
ser utilizado tanto em áreas mais clássicas da ciência quanto nas aplicadas, como, por exemplo,
no âmbito financeiro ou no atendimento ao cliente, conforme o exemplo ilustrado neste Na
Prática.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Curtas matemáticos – Conceito de função

Este vídeo apresenta de forma clara e sucinta o conceito de função, ressaltando sua importância
e aplicações, como no crescimento populacional ou no alinhamento de planetas. Como exemplo,
cita o caso do preço pago pelo combustível em função da quantidade de litros abastecida,
destacando as ideias de variáveis independente e dependente.
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Relações e funções – Matemática

Este vídeo aborda os conceitos de relações e funções, destacando a diferença entre eles, bem
como casos em que é utilizado o produto cartesiano, ilustrando cada conceito por meio de
diagramas.

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Como ensinar o conceito de função?

Este artigo apresenta diferentes formas de comunicar o conceito de funções: como tabela, como
máquina de transformação, como diagrama, como expressão algébrica, como generalização,
como gráfico e, por fim, como definição.

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Função do primeiro grau

APRESENTAÇÃO

Situações aplicadas podem ser modeladas matematicamente a partir de funções. Por exemplo, o
salário de um trabalhador pode ser uma função do número de horas trabalhadas, o valor pago
pela energia elétrica é uma função do consumo, entre outras situações.

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos as funções do primeiro grau por meio de sua
definição, seus coeficientes e seu gráfico.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir uma função do primeiro grau.


• Identificar os coeficientes angular e linear da função do primeiro grau.
• Desenhar o gráfico da função do primeiro grau.

DESAFIO

Hoje em dia, a preocupação com a saúde física é crescente já que a obesidade é um mal da
sociedade moderna. Utilizando kcal (quilocaloria) como unidade de medida para a perda de
energia após a prática de exercícios físicos, considere que a equação para encontrar o gasto por
hora de energia (em kcal) para homens entre 18 e 25 anos é dada pela função h(p) = 4,5p, onde p
indica o peso em kg e, para mulheres nessa mesma faixa de idade, pela função m(p) = 3,2p.

O personal trainner do casal Ricardo e Ana aplicou a equação para homens, e calculou o gasto
de energia do Ricardo após a prática de musculação, obtendo 573,75 kcal. Sabendo-se que
Ricardo pesa 85 kg e Ana pesa 72 kg e que ambos têm idade entre 18 e 25 anos, encontre:

a. O tempo que Ricardo praticou musculação para perder 573,75 kcal;


b. O gasto por hora de energia (kcal) para Ana, com base na função conhecida;
c. Considerando que o casal praticou o mesmo tempo de musculação, calcule a perda total de
energia em kcal de Ana.
INFOGRÁFICO

Funções podem ser representadas por meio de tabelas, gráficos ou algebricamente. Saber
interpretar corretamente um gráfico pode auxiliar na resolução de problemas envolvendo
funções. O Infográfico a seguir apresenta os gráficos de uma função do primeiro grau crescente
e outra decrescente, destacando também os coeficientes linear e angular da função do primeiro
grau.

CONTEÚDO DO LIVRO

Acompanhe trechos extraídos do livro "Matemática Aplicada: Administração, Economia e


Ciências Sociais e Biológicas", de Harshbarger e Reynolds. Esta obra foi escolhida como base
teórica da nossa Unidade de Aprendizagem.

Atente-se ao seguinte trecho:

"(...) A coordenada x de tal ponto denomina-se zero da função. Desse modo, vemos que as
interseções da função com o eixo x coincidem com os seus zeros". (p. 89)
Boa leitura.
H324m Harshbarger, Ronald J.
Matemática aplicada [recurso eletrônico] : administração,
economia e ciências sociais e biológicas / Ronald J.
Harshbarger, James J. Reynolds ; tradução: Ariovaldo
Griesi, Oscar Kenjiro N. Asakura; revisão técnica: Helena
Maria de Ávila Castro, Afrânio Carlos Murolo. – 7. ed. –
Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2006.


ISBN 978-85-8055-273-7

1. Matemática aplicada. 2. Administração. 3. Economia.


4. Ciências Sociais. 5. Ciências Biológicas. I. Reynolds,
James J. II. Título.

CDU 51-7
88 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares

A função na Pré-Aplicação é um exemplo de uma função especial, chamada fun-


ção linear. A função linear é definida como segue.

Função Linear Uma função linear é uma função da forma


y = f (x) = ax + b
onde a e b são constantes.

Interseções com os eixos Como o gráfico de uma função linear é uma reta, são necessários somente dois
pontos para determinar o seu gráfico. É freqüentemente possível usar as interse-
ções com os eixos coordenados para desenhar a função linear. O(s) ponto(s) onde
um gráfico intercepta o eixo x é (são) chamado(s) ponto(s) de interseção com o
eixo x, e a coordenada x desse(s) ponto(s) são a(s) interseção(ões) com o eixo x.
Analogamente, o ponto onde o gráfico de uma função intercepta o eixo y é o ponto
de interseção com o eixo y, e a coordenada y do ponto é a interseção com o eixo y.
Como qualquer ponto no eixo x tem coordenada y = 0 e qualquer ponto no eixo y
tem coordenada x = 0, encontramos as interseções com os eixos como segue.

Interseções com os eixos (a) Para encontrar as interseções com o eixo y do gráfico de uma equação, faça x = 0
na equação e resolva a equação para y.
(b) Para encontrar as interseções com o eixo x, faça y = 0 e resolva a equação para x.

EX EM PLO 1 Interseções com os Eixos

Encontre as interseções com os eixos e desenhe o gráfico de:


(a) 3x + y = 9
(b) x = 4y

SOLUÇÃO
(a) Para encontrar as interseções com o eixo y, faça x = 0 e resolva para y. 3(0)
+ y = 9 nos dá y = 9, assim achamos que a interseção com o eixo y é 9. Para
encontrar as interseções com o eixo x, faça y = 0 e resolva para x. 3x + 0 = 9
nos dá x =3, assim encontramos que a interseção com o eixo x é 3. Usando as
interseções com os eixos obtemos o gráfico mostrado na Figura 1.14.

10
(0, 9) 3x + y = 9

(3, 0)
x
–10 –8 –6 –4 –2 2 4 6 8 10

–5
Figura 1.14

–10

(b) Fazendo x = 0 obtemos y = 0, e fazendo y = 0 obtemos x = 0, assim a única


interseção do gráfico com os eixos é o ponto (0, 0). É necessário um segundo
ponto para desenhar a reta. Portanto, se fizermos y = 1 em x = 4y, obtere-
mos x = 4 e teremos um segundo ponto (4, 1) no gráfico. É interessante mar-
car um terceiro ponto como verificação. O gráfico é mostrado na Figura 1.15.
1.3 Funções Lineares 89

3
x = 4y
2
(4,1)
1
x
–4 –1 1 2 3 4
–1
(0, 0)
–2

–3

Figura 1.15 –4

Observe que a equação desenhada na Figura 1.14 pode ser reescrita como

y = 9 – 3x ou f (x) = 9 – 3x.

Com essa forma funcional, vemos na Figura 1.14 que a interseção (3, 0) com o
eixo x é o ponto onde o valor da função é zero. A coordenada x de tal ponto de-
nomina-se zero da função. Desse modo, vemos que as interseções da função com
o eixo x coincidem com os seus zeros.

EX EM P LO 2 Depreciação

Uma propriedade comercial foi adquirida por $ 122.880 e depreciada por um pe-
ríodo de 10 anos. O seu valor y está relacionado ao número de meses de serviço x
por meio da equação

4096x + 4y = 491.520

Encontre as interseções com os eixos x e y e use-os para esboçar o gráfico da


equação.

SOLUÇÃ O
interseção com o eixo x: y = 0 nos dá 4.096x = 491.520
x = 120
Assim, 120 é a interseção com o eixo x.
interseção com o eixo y: x = 0 nos dá 4y = 491.520
y = 122.880
Desse modo, 122.880 é a interseção com o eixo y = 122.880. O gráfico é mostrado
na Figura 1.16 na página seguinte. Observe que as unidades nos eixos x e y são
diferentes e que a interseção com o eixo y corresponde ao valor da propriedade
depois de 0 mês da compra. Isto é, a interseção com o eixo y nos dá o preço de
compra. A interseção com o eixo x corresponde ao número de meses que passa-
ram até o valor ser 0; isto é, a propriedade tem a sua depreciação total após 120
meses ou 10 anos. Observe que somente valores positivos para x e y fazem sen-
tido nessa aplicação, assim somente a parte do gráfico no Primeiro Quadrante
é mostrada.
90 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares

140.000

120.000 4.096x + 4y = 491.880

100.000

Dólares
80.000

60.000

40.000

20.000

x
20 40 60 80 100 120 140
Figura 1.16 Meses

Apesar de ser fácil usar as interseções com os eixos para desenhar as equações
lineares, nem sempre este é o melhor método. Por exemplo, retas verticais, retas
horizontais ou retas que passem pela origem podem ter uma única interseção com
os eixos e, se a reta tiver ambas as interseções com os eixos muito próximas da
origem, usá-las pode resultar em gráficos pouco precisos.

Coeficiente Angular de Observe que na Figura 1.16, conforme nos movemos sobre o gráfico do ponto de
uma Reta interseção com o eixo y (0, 122.880) para o ponto de interseção com o eixo x (120, 0), o
valor de y da reta varia de –122.880 unidades (de 122.880 para 0), enquanto o valor
x varia 120 unidades (de 0 para 120). Desse modo, a taxa de variação dos valores
dessa propriedade comercial é

−122 . 880
= –1.024 dólares por mês.
120

Isso significa que a cada mês o valor da propriedade muda de –$ 1.024 ou o valor
decresce de $ 1.024/mês. Essa taxa de variação de uma função linear chama-se
coeficiente angular da reta que é o seu gráfico (ver Figura 1.16). Para o gráfico de
função linear, a taxa de variação em y correspondente à variação em x mede o coe-
ficiente angular da reta. Para qualquer reta não vertical, o coeficiente angular pode
ser encontrado usando quaisquer dois pontos da reta, como a seguir:

Coeficiente Angular de Se uma reta não vertical passa pelos pontos P1(x1, y1) e P2(x2, y2), seu coeficiente
uma Reta angular, denotado por m, é encontrado usando
y
y − y1
m = 2 P2(x2, y2)
x2 − x1 y2
P1(x1, y1) y2 − y1
ou, de modo equivalente, y1
y1 − y2 x2 − x1
m =
x1 − x2 x1 x2
x

O coeficiente angular de uma reta vertical não é definido.

Observe que, para uma dada reta, o coeficiente angular é o mesmo indepen-
dentemente dos dois pontos usados para seu cálculo; isto ocorre porque os lados
correspondentes em triângulos semelhantes são proporcionais.
1.3 Funções Lineares 91

Podemos também escrever o coeficiente angular usando a notação

Δy
m= (Δy = y2 – y1 e Δx = x2 – x1)
Δx
onde Δy é lido como “delta y” e significa “variação em y”, e Δx significa “varia-
ção em x”.

EX EM P LO 3 Coeficientes Angulares

Encontre o coeficiente angular da


(a) reta 1 , passando por (–2, 1) e (4, 3)
(b) reta  2 , passando por (3, 0) e (4, –3)

SOLUÇÃ O

3−1 2 1 1−3 −2 1
(a) m = = = ou, de modo equivalente, m = = =
4 − ( − 2) 6 3 −2 − 4 −6 3
Isso significa que um ponto três unidades à direita e uma unidade acima de
qualquer ponto da reta também está na reta. A reta 1 é mostrada na Figura
1.17.
y
0 − (− 3) 3
(b) m = = = −3
3− 4 −1 4 (4, 3)
ᐍ1
Isso significa que um ponto uma unidade à 2
(–2, 1)
direita e três unidade abaixo de qualquer
(3, 0)
ponto da reta também está reta. A reta x
 2 também é mostrada na Figura 1.17. –3 –2 –1 1 2 3 4 5 6

–2
(4, −3)
–4 ᐍ2
Figura 1.17

Pela discussão anterior, vemos que o coeficiente angular descreve a direção


de uma reta como a seguir.

O R I E N TA Ç Ã O D A R E TA E S E U C O E F I C I E N T E A N G U L A R

1. O coeficiente angular é positivo se a reta 2. O coeficiente angular é negativo se a reta se inclina para
se inclina para cima quando nos movemos baixo quando nos movemos para a direita. A função é de-
para a direita. A função é crescente. crescente.

y y

Δy Δy
m = >0 m>0 m = <0
Δx x Δx x
m<0

(continua)
92 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares

O R I E N TA Ç Ã O D A R E TA E S E U C O E F I C I E N T E A N G U L A R ( c o n t i n u a ç ã o )

3. O coeficiente angular de uma reta horizontal é 0, 4. O coeficiente angular de uma reta vertical não é de-
porque Δy = 0. A função é constante. finido, porque Δx = 0.
y y

Δy Δy
m = =0 m=0 m = não é definido
Δx x Δx

m não definido

Duas retas distintas, não verticais, que têm o mesmo coeficiente angular são
paralelas e, reciprocamente, duas retas paralelas não verticais têm o mesmo coefi-
ciente angular.

Retas Paralelas Duas retas distintas não verticais são paralelas se e somente se os seus coeficientes
angulares forem iguais.

Em geral, duas retas são perpendiculares se elas se interceptam formando ân-


gulos retos. Porém, este aspecto das retas perpendiculares pode estar oculto quando
desenhamos as retas, a menos que as escalas dos eixos sejam as mesmas. Observe
que as retas ᐍ1 e ᐍ2 da Figura 1.17 aparentam ser perpendiculares. Porém, as mes-
mas retas traçadas com escalas diferentes nos eixos não parecem perpendiculares.
Para evitar sermos enganados por gráficos com escalas diferentes, utilizamos o
coeficiente angular para saber quando as retas são perpendiculares. Observe que
o coeficiente angular de ᐍ1, 13 , é o recíproco negativo do coeficiente angular de ᐍ2,
–3. De fato, como com as retas ᐍ1 e ᐍ2, quaisquer duas retas não verticais que sejam
perpendiculares entre si têm coeficientes angulares que são recíprocos negativos
um do outro.

Coeficientes Angulares de Uma reta ᐍ1 com coeficiente angular m, onde m ≠ 0, é perpendicular à reta ᐍ2 se
Retas Perpendiculares e somente se o coeficiente angular de ᐍ2 for –1/m. (Os coeficiente angulares são
recíprocos negativos.)

Como o coeficiente angular de uma reta vertical não é definido, não podemos
usar o coeficiente angular em discussão das relações de paralelismo e perpendicu-
larismo que envolvam retas verticais. Duas retas verticais são paralelas e qualquer
reta horizontal é perpendicular a qualquer reta vertical.

PONTO DE CONTROLE 1. Determine o coeficiente angular da reta que passa por (4, 6) e (28, –6).
2. Se uma reta tem coeficiente angular m = 0, então a reta é _____________. Se
uma reta não tem o coeficiente angular definido, então a reta é __________.
3. Suponha que a reta 1 tenha coeficiente angular m1 = 3 e que a reta 2 tenha
coeficiente angular m2.
(a) Se a reta 1 é perpendicular à reta 2, determine m2.
(b) Se a reta 1 é paralela à reta 2, determine m2.

Escrevendo Equações de Retas Se o coeficiente angular de uma reta for m, então o coeficiente angular entre
um ponto fixo (x1, y1) e qualquer outro ponto (x, y) na reta também é m. Isto é,
1.3 Funções Lineares 93

y − y1
m =
x − x1

Isolando y – y1 obtemos a equação da reta na forma ponto-coeficiente angular.

Forma Ponto-Coeficiente A equação da reta passando pelo ponto (x1, y1) e com coeficiente angular m pode
Angular ser escrita na forma ponto-coeficiente angular
y – y1 = m ( x – x1)

EX EM P LO 4 Equações de Retas

Escreva a equação para cada reta que passa por (1, –2) e que
2
(a) tem coeficiente angular 3
(b) não tem coeficiente angular definido
(c) também passa pelo ponto (2, 3)

SOLUÇÃ O
2
(a) Aqui, m = 3 , x1 = 1 e y2 = –2. A equação da reta é

2
y − (− 2) =( x − 1)
3
2 2
y + 2= x −
3 3
2 8
y= x −
3 3

Essa equação também pode ser escrita na forma geral como 2x – 3y – 8 = 0.


A Figura 1.18 mostra o gráfico dessa reta; o ponto (1, –2) e o coeficiente angu-
lar estão destacados.
y

4 2x − 3y − 8 = 0

2
(1, −2)
x
–4 –2 2 Δy = 2
–2
Δx = 3
–4 Δy 2
m= =
Δx 3
–6
Figura 1.18

(b) Como m não é definido, não podemos usar a forma ponto-coeficiente angu-
lar. Essa reta é vertical, de modo que todos os pontos dela têm a coordenada
x igual a 1. Assim, a equação é x = 1. Observe que x = 1 não é uma função.
(c) Inicialmente use (1, –2) e (2, 3) para encontrar o coeficiente angular.

3 − (− 2)
m = = 5
2 −1
94 Capítulo 1 Equações e Funções Lineares

y
Usando m = 5 e o ponto (1, –2) (o outro ponto poderia também ser usado), ob-
2 temos
x=1
y – (–2) = 5(x – 1) ou y = 5x – 7
x
-2 2
O gráfico de x = 1 (do Exemplo 4 (b)) é uma reta vertical, conforme mostrado
-2 na Figura 1.19 (a); o gráfico de y = 1 tem coeficiente angular 0, e o seu gráfico é uma
reta horizontal, como mostrado na Figura 1.19 (b).
(a) Em geral, as retas verticais não têm coeficientes angulares definidos e a equação é
y da forma x = a, onde a é a coordenada x de cada ponto na reta. As retas horizontais têm
m = 0 e a equação é da forma y = b, onde b é a coordenada y de cada ponto na reta.
2 y=1
EX EM PLO 5 Apreçamento
x
-2 2 Os dados do U.S. Census Bureau indicam que o preço médio p de aparelhos de tele-
visão em cores pode ser expresso como uma função linear do números de aparelhos
-2 vendidos N (em milhares). Além disso, à medida que N aumenta de 1.000, p decresce
de $ 10,40 e quando 6.485 (mil) aparelhos foram vendidos, o preço médio por apare-
(b) lho era $ 504,39. Escreva a equação da reta determinada por essa informação.
Figura 1.19
SOLUÇÃO
Vemos que o preço p é uma função do número de aparelhos N (em milhares), as-
sim o coeficiente angular é obtido por

variação em p − 10, 40
m = = = − 0, 0104
variação em N 1 . 000

Um ponto da reta é (N1, p1) = (6.485, 504,39). Usamos a forma ponto-coeficiente


angular adaptada às variáveis N e p.
p – p1 = m(N – N1)
p – 504,39 = –0,0104(N – 6485)
p – 504,39 = –0,0104N – 67,444
p = –0,0104N + 571,834

A forma ponto-coeficiente angular, com o ponto de interseção com o eixo y sendo


(0, b), pode ser usada para deduzir uma forma especial de equação de uma reta.
y – b = m(x – 0)
y = mx + b

Forma Coeficiente A forma coeficiente angular-interseção com o eixo y da equação de uma reta com
Angular-Interseção coeficiente angular m e interseção com o eixo y b é
com o Eixo y y = mx + b

Observe que se a equação linear tem a forma y = mx + b, então o coeficiente de x


é o coeficiente angular e o termo constante é a interseção com o eixo y.

EX EM PLO 6 Produto Nacional Bruto


Na Pré-Aplicação observamos que a equação linear y = 352,2x + 2.703 expressa
(aproximadamente) o produto nacional bruto (PNB) dos Estados Unidos, y, em
bilhões de dólares, como uma função do número de anos após 1980, x.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

A função do primeiro grau é um caso particular de função polinomial e pode ser expressa como
y = ax + b, onde (a) é denominado de coeficiente angular e (b) é chamado de coeficiente linear
da reta. Acompanhe, nesta Dica do Professor, a definição da função do primeiro grau, a
descrição de seus coeficientes angular e linear, o cálculo de sua raiz e a sua representação
gráfica.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Determine os coeficientes angular e linear da reta representada pela função f(x) = 3x


+ 5:

A) Coeficiente angular a = 3, coeficiente linear b = 5.

B) Coeficiente angular a = -3, coeficiente linear b = 5.

C) Coeficiente angular a = 5, coeficiente linear b = 3.

D) Coeficiente angular a = 3/5, coeficiente linear b = 5.

E) Coeficiente angular a = -5/3, coeficiente linear b = 5.

2) Determine a função do primeiro grau cujo gráfico passa pelos pontos A(0; -1) e B(1;
2).

A) y = x + 1.
B) y = x - 1.

C) y = 3x + 2.

D) y = 3x - 1.

E) y = 3x + 1.

3) A função da reta com coeficiente angular 1/2 e interseção com o eixo y igual a –3, é:

A) y = -3x + 1/2.

B) y = -3x - 1/2.

C) y = 1/2(x) – 3.

D) y = 1/2(x) + 3.

E) y = 1/2(x).

4) O coeficiente angular e a interseção com o eixo y da reta cuja equação é x + 2y = 8


são, respectivamente:

A) 1/2 e 4.

B) −1/2 e 4.

C) −1/2 e -4.
D) 4 e −1/2.

E) -4 e 1/2 .

5) Um edifício valendo R$ 360.000 é depreciado pelo seu proprietário. O valor y do


edifício depois de x meses de uso é y = 360.000 – 1.500x. Quanto tempo (em meses)
leva para que o edifício seja totalmente depreciado, ou seja, seu valor seja zero?

A) 1500 meses.

B) 360.000 meses.

C) 240 meses.

D) 0,004 meses.

E) 361.500 meses.

NA PRÁTICA

Alguns problemas aplicados podem ser modelados por meio de uma função do primeiro grau.
Neste tipo de função y = ax + b, o coeficiente angular (a) indica a taxa de variação e o
coeficiente linear (b) informa o valor de y quando x for igual a zero. A situação a seguir ilustra
como a função do primeiro grau pode ser utilizada para interpretar um problema prático.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Funções - O que é uma função? Noção intuitiva

Assista aos vídeos de 1 a 7 do canal "Me Salva" e amplie seus conhecimentos sobre as funções
do primeiro grau.

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Função do segundo grau

APRESENTAÇÃO

As funções constituem uma ferramenta poderosa na resolução de problemas aplicados, pois


muitas situações podem ser modeladas por meio delas, ou seja, conhecendo-se a expressão
analítica de uma função, é possível prever resultados para a situação que está sendo estudada. A
função do segundo grau, ou função quadrática, pode ser representada graficamente por meio de
uma parábola e tem a forma f(x) = ax2 + bx + c, onde o coeficiente a deve ser diferente de zero.

Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos definir a função do segundo grau, encontrar o seu
domínio, a sua imagem, as suas raízes (quando existirem no conjunto dos números reais),
construir o seu gráfico e resolver os problemas aplicados.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir uma função do segundo grau.


• Resolver equações quadráticas pelo método de fatoração e pela fórmula quadrática.
• Desenhar o gráfico da função do segundo grau.

DESAFIO

Juca está organizando a tão sonhada viagem de fim de ano com toda a sua família. Ele
pesquisou em várias agências de viagem que oferecem pacotes turísticos coletivos. Juca estima
que serão 30 pessoas e, se todos forem, a agência "Viaje Mais" informou que cada cliente
pagará R$ 3000,00 para aéreo e hotel all incluse ao destino desejado. Mas, o valor ofertado é
especial por ser para 30 clientes. Caso haja desistência, cada pessoa que irá deve pagar mais R$
100,00 por cada desistente do pacote de viagem.

Defina a fórmula que apresenta o valor total (R) que a agência Viaje Mais ganhará na
venda do pacote turístico para Juca e sua família.
INFOGRÁFICO

Conheça, a partir de exemplos do nosso dia a dia, como encontramos a parábola da função do
segundo grau e seu respectivo vértice, ou seja, a altura máxima ou mínima.

CONTEÚDO DO LIVRO

A função quadrática, ou a função de 2º grau, em uma variável, é uma função que pode ser
escrita na forma geral f(x)=ax²+ bx + c, sendo que a precisa ser diferente de zero.

Esta função possui algumas especificidades que a caracterizam e facilitam a sua resolução e
entendimento. É sobre isto que você vai estudar neste capítulo Função do Segundo Grau da obra
Fundamentos da Matemática.
Boa leitura.
FUNDAMENTOS
DE MATEMATICA

Rute Henrique da Silva Ferreira


Função do segundo grau
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Definir uma função do segundo grau.


„ Resolver equações quadráticas pelo método de fatoração e pela
fórmula quadrática.
„ Desenhar o gráfico da função do segundo grau.

Introdução
Neste capítulo você aprenderá a reconhecer uma função de segundo
grau e suas particularidades, bem como conhecerá métodos de resolução
desse tipo de função, reescrevendo-a na forma fatorada, com base em
suas raízes.
Por fim, verificará como os gráficos desse tipo de função podem ser
traçados e quais são suas características mais importantes.

Função do segundo grau


Definem-se equações como expressões matemáticas que apresentam uma
relação de igualdade. Funções são equações que relacionarão, pelo menos,
uma variável independente e uma dependente, com operações de soma, mul-
tiplicação, potências, etc.
Uma função da forma

f(x) = y

indica que x é uma variável independente e que, de acordo com sua varia-
ção, a variável dependente y poderá assumir diferentes valores, conforme a
relação disposta na função.
2 Função do segundo grau

Funções polinomiais são definidas pela relação entre duas variáveis, uma
delas, por exemplo x, apresentando termos da forma anxn, com n sendo um
número natural. O maior expoente define o grau da função e o número de
raízes que ela apresenta. Um exemplo genérico de função polinomial pode
ser representado por:

f(x) = y = anxn + an–1xn–1 + an–2xn–2 + ... + a1x + a0

formada por uma associação entre os coeficientes dos termos, a0, a1, ⋯ an-2,
an-1, an, e pela variável independente, x, com seu respectivo grau em cada termo.
Em uma função, o maior expoente presente na variável independente
define o grau da função. No caso específico deste capítulo, que tratará sobre
funções do segundo grau, o termo com maior expoente será 2, conforme a
função a seguir:

f(x) = y = a2x2 + a1x + a0

Funções que têm como 2 o maior expoente em sua representação são conhe-
cidas como funções do segundo grau, ou funções quadráticas, desde que a2 ≠ 0.
De maneira mais didática, e para posterior aprofundamento nos cálculos
envolvendo uma equação de segunda ordem, reescreveremos a função genérica
f (x) = y da seguinte maneira:

f(x) = y = ax2 + bx + c

Com a ≠0.

Conforme dito anteriormente, por apresentarem o grau 2, essas funções


devem apresentar duas raízes.
Quando você trabalha com uma função de segundo grau, ou segunda ordem,
assim como em qualquer outro tipo de função, pode construir gráficos para
representá-la. A principal característica dos gráficos de uma função quadrática
é a sua forma. Toda função de segundo grau apresentará uma parábola em sua
representação gráfica (Figura 1).
Função do segundo grau 3

y y y y

x x x x

Figura 1. Gráficos de uma função quadrática ou função de segundo grau.


Fonte: Adaptada de Rogawski e Adams (2018).

As funções de segunda ordem têm inúmeras aplicações práticas, inclusive


no nosso dia a dia, como você pode verificar na Figura 2.

Figura 2. Ignorando-se a resistência do ar, uma bola de basquete,


quando arremessada, segue um trajeto parabólico.
Fonte: Rogawski e Adams (2018, p. 17).
4 Função do segundo grau

São exemplos numéricos de equações quadráticas:

y = x2 + 4x + 1

y = 3x2 + 8x – 2

f(x) = –5x2 – 7x + 3

f(x) = 2x2 – 10x + 1

Para obter o valor da função em um valor de x específico, basta substituir


o referido valor no lugar da variável independente. Por exemplo, seja a função

f(x) = 3x2 + 8x – 2

Se x = 1 → f (x) = f (1) = 3(1)2 + 8(1) – 2; logo, para x = 1→ f (1) = 9 ou y = 9.


Se x = –5 →f (x) = f (–5) = 3(–5)2 + 8(–5) – 2;
logo, para x = –5 → f (–5) = 33 ou y = 33.

Raiz de uma função é o valor assumido pela variável independente quando a função
y, ou f (x), assume valor igual a 0 (zero).

Resolução de equações de segundo grau


Ao resolver uma equação, estamos buscando suas raízes. Dessa forma, a
função genérica

f(x) = ax2 + bx + c

deve ser igualada a zero, de modo que se obtenham as suas raízes.

ax2 + bx + c = 0
Função do segundo grau 5

Uma função quadrática completa, que contém todos os termos a, b e c, dife-


rentes de zero, pode ser reescrita como uma multiplicação de outros polinômios

ax2 + bx + c = a(x – x1)(x – x2)

em que x1 e x2 são raízes da equação.


Existem diversos métodos para resolução das equações, de qualquer ordem.
Para as equações de segundo grau, abordaremos a fatoração pelo método da
fatoração e pela fórmula de Bhaskara (ou fórmula quadrática).

Fatoração de uma função de segundo grau


Fatorar uma função de segunda ordem significa reescrever essa mesma função
de modo que ela volte à forma primitiva, de uso de propriedade distributiva
da multiplicação.
As técnicas de fatoração incluem colocar um fator comum em evidência,
fatorar por agrupamento e reverter processos usuais envolvendo o uso da
distributividade dupla e formas notáveis de fatoração (SAFIER, 2011). Al-
gumas dessas técnicas podem ser aplicadas às funções de segunda ordem,
como veremos a seguir.

„ Colocar um fator monomial comum em evidência:

f(x) = 2x2 + 8x

Nessa função, você pode perceber que o termo 2x é um divisor comum


para as duas parcelas que a compõem. Assim, é possível reescrevê-la da
seguinte forma:

f(x) = 2x(x + 4)

Desse modo, consegue-se facilitar o cálculo de suas raízes — basta igualar


cada termo dessa multiplicação à zero e obter as suas raízes. Assim,

2x = 0 → x = 0
e
x + 4 = 0 → x = –4
6 Função do segundo grau

Dessa maneira, as raízes dessa função são x1 = 0 e x2 =–4. Se forem colocadas


na forma de dois binômios, aplicadas as propriedades da distributividade,
retornariam à função inicial:

f(x) = 2(x + 0)(x + 4) = 2x2 + 8x

„ Colocar um fator não monomial comum em evidência, que poderia


derivar da última expressão apresentada — uma constante comum,
que multiplica todas as parcelas envolvidas na função. Como visto
pelo exemplo anterior

f(x) = 2x2 + 8x

é o mesmo que escrever

f(x) = 2(x2 + 4x)

Isso pode facilitar a obtenção das raízes.

„ Reverter a distributividade:

Considere-se a função:

f(x) = x2 + 6x + 8

Como a função de segunda ordem se origina de uma multiplicação de


binômios, para a função apresentada, precisamos determinar dois números
que, se forem multiplicados, resultam em 8 e, se somados, resultam em 6, uma
vez que a(x – x1)(x – x2) = a[x2 – (x1 + x2)x + x1x2], para a≠0.
E, assim, temos que os números –2 e –4, se somados, resultam em 6, e,
se multiplicados, em 8.
Portanto, a função pode ser reescrita em termos de suas raízes, da seguinte
forma:

f(x) = (x + 2) (x + 4)
Função do segundo grau 7

Fórmula quadrática
A função genérica

f(x) = ax2 + bx + c

desde que a≠0, pode ser resolvida utilizando-se a fórmula de Bhaskara (ou
fórmula quadrática), definida por:

–b ±√b2 – 4ac
x=
2a

Ao colocar cada termo da função em seu devido lugar na fórmula, obtêm-


-se, assim, as raízes x1 e x2.
Tomaremos como exemplo f (x) = x2 + 6x + 8, em que a = 1, b = 6 e c =.
Colocando esses termos na fórmula de Bhaskara:

–6 ±√(6)2 – 4(1)(8)
x=
2(1)

Logo,

–6±√36 – 32 –6 ± √4
x= =
2 2

–6 ± 2
x= = –3 ± 1
2

Assim, x1 = –3 + 1 resultando em x1 = –2; e x2 = –3 –1 resultando em x2 =


–4. Mais uma vez, comprova-se que as raízes da função, reescritas na forma
de multiplicação de binômios, ficarão:

f(x) = (x + 2)(x+4)

A fórmula de Bhaskara pode ser utilizada para qualquer função de segunda ordem,
completa ou não, desde que o coeficiente a≠0. Para funções não completas, no lugar
referente ao coeficiente, b ou c, complete com (zero).
8 Função do segundo grau

Gráfico de uma função do segundo grau


Na fórmula de Bhaskara, a expressão sob a raiz quadrada, (b2 – 4ac), é chamada
de delta, ou representada pela letra grega ∆.
Conforme já demonstrado neste capítulo, os gráficos de uma função do
segundo grau são sempre uma parábola. E algumas de suas características
serão determinadas pelo coeficiente a e pelo ∆, ou, como na Figura 3, cha-
maremos o delta de D:

y y y

x x x

(a) (b) (c)


y y y

x x x

(d) (e) (f )
Figura 3. Gráficos de uma função quadrática ou função de segundo grau: (a) a > 0, D > 0;
(b) a > 0, D = 0; (c) a > 0, D < 0; (d) a < 0, D > 0; (e) a < 0, D = 0; (f) a < 0, D < 0.
Fonte: Adaptada de Rogawski e Adams (2018).

Observe que a parábola, de acordo com sua concavidade, possuirá um


ponto de máximo ou de mínimo, denominado vértice.
As coordenadas desse ponto podem ser calculadas pela expressão:

V = (- _b
2a
- _)

4a

Função do segundo grau 9

onde a, b e c são os coeficientes da função e Δ = b2 ‒ 4ac.


Note que:
Se a > 0, então V é um ponto de mínimo da função.
Se a < 0, então V é um ponto de máximo da função.
Para construir um gráfico de uma função de segundo grau, basta, a partir
da função, atribuir valores para x, substituindo-os na função. Dessa forma, é
possível obter o valor de y correspondente.
Por exemplo, para construir o gráfico da função f (x) = x2, que tem a > 0 e
D = 0, inicialmente estabeleceremos os pares ordenados referentes à função,
atribuindo valores para x e determinando seu respectivo y.

Para x = 3 → y = f(3) = (3)2 ∴ y = 9;


Para x = 2 → y = f(2) = (2)2 ∴ y = 4;
Para x = 1 → y = f(1) = (1)2 ∴ y = 1;
Para x = 0 → y = f(0) = (0)2 ∴ y = 0;
Para x = –1 → y = f(–1) = (–1)2 ∴ y = 1;
Para x = –2 → y = f(–2) = (–2)2 ∴ y = 4;
Para x = –3 → y = f(–3) = (–3)2 ∴ y = 9.

E seu gráfico pode ser verificado na Figura 4.

y = x2
y

2
x
–3 –2 –1 1 2 3

Figura 4. Gráfico da função de segundo grau f (x) = x2.


Fonte: Safier (2011, p. 105).
10 Função do segundo grau

Considerando agora uma função f (x) = –x2 + 6x, que tem a < 0 e D > 0,
determinaremos os pares que ela ordena:

Para x = 3 → y = f(3) = –(3)2 + 6(3) ∴ y = 9;


Para x = 2 → y = f(2) = –(2)2 + 6(2) ∴ y = 8;
Para x = 1 → y = f(1) = –(1)2 + 6(1) ∴ y = 5;
Para x = 0 → y = f(0) = –(0)2 + 6(0) ∴ y = 0;
Para x = –1 → y = f(–1) = –(–1)2 + 6(–1) ∴ y = –8;
Para x = –2 → y = f(–2) = –(–2)2 + 6(–2) ∴ y = –16;
Para x = –3 → y = f(–3) = –(–3)2 + 6(–3) ∴ y = –27.

E seu gráfico pode ser verificado na Figura 5.

x
–2 2 4 6 8

–5

–10

–15
Figura 5. Gráfico da função de segundo grau
f (x) = x2 + 6x.
Fonte: Safier (2011, p. 97).
Função do segundo grau 11

Sempre de um ∆ negativo, como está sob uma raiz de ordem par, as raízes da função
de segundo grau serão raízes complexas, com partes real e imaginária ou somente
parte imaginária.

ROGAWSKI, J.; ADAMS, C. Cálculo. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. v. 1.


SAFIER, F. Pré-cálculo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. (Coleção Schaum).

Leituras recomendadas
ADAMI, A. M.; DORNELLES FILHO, A. A.; LORANDI, M. M. Pré-cálculo. Porto Alegre:
Bookman, 2015.
AYRES JR., F.; MENDELSON, E. Cálculo. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. (Coleção
Schaum).
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir trata dos principais assuntos da unidade. Veja!

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) O método por fatoração para resolver uma equação quadrática baseia-se na


propriedade do produto ________________. Consequentemente, a fim de resolvermos
a equação quadrática por fatoração, um dos lados da equação deve ser igual a
________________. A opção que, respectivamente, preenche corretamente as lacunas
acima é:

A) dois, zero.

B) zero, zero.

C) par, par.

D) ímpar, ímpar.

E) par, ímpar.

2) Resolva a seguinte equação por fatoração: x2 – 19x = 20.

A) x = 1, x = 20.

B) x = 1/2; x = -20.
C) x = -1; x = 20.

D) x = -1/2; x = -20.

E) x = 20.

3) Encontre a função do segundo grau para que a soma entre dois números positivos
seja 30 e o produto entre eles seja 230.

A) x2 – 30x + 230 = 0

B) x2 – 230x + 30 = 0

C) x2 – 30x = 0

D) x2 + 230 = 0

E) x2 – 3x + 30 = 0

4) Considere a função f do segundo grau, em que f (0) = 5, f (1) = 3 e f (−1) = 1. A


lei de formação dessa função pode ser escrita conforme:

A) f(x)= −x2 + x + 5

B) f(x)= 5x2 + x + 3

C) f(x)= −5x2 + x + 3

D) f(x)= −3x2 + x + 5
E) f(x)= 3x2 + x + 5

5) Considere uma sala de tamanho retangular cuja área é 12. 800 cm2. Sabendo-se que
a largura é o dobro da altura do local, encontre as dimensões da sala.

A) Largura: 30 cm/ Altura: 30 cm.

B) Largura: 40 cm/ Altura: 80 cm.

C) Largura: 80 cm/ Altura: 40 cm.

D) Largura: 80 cm/ Altura: 160 cm.

E) Largura: 160 cm/ Altura: 80 cm.

NA PRÁTICA
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Funções - Como esboçar uma parábola

Esse vídeo apresenta dicas de como esboçar o gráfico de uma parábola a partir do cálculo das
raízes, vértice e concavidade da função.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Funções - Como encontrar o vértice da parábola?

Esse vídeo aborda o cálculo do vértice da parábola, localizando-o no gráfico da função.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Funções - Delta, Baskara - Raízes da parábola passo a passo

Esse vídeo apresenta passo a passo como encontrar as raízes de uma função do segundo grau,
relacionando o valor do delta com um dos três tipos de gráficos possíveis.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Regra de Três: simples e composta

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos definir as regras de três simples e composta,


apresentando também exemplos e aplicações.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar as regras de três simples e composta.


• Classificar em diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais duas grandezas
envolvidas em um problema.
• Resolver problemas envolvendo regras de três simples e composta.

DESAFIO

Um software desenvolvido para controlar a velocidade média dos carros em uma rodovia tem
uma programação para fotografar carros que ultrapassem 120km/h. Um carro a uma velocidade
média de 80km/h demorou 03 horas para percorrer um trecho entre pedágios. Outro carro
demorou 01 hora e 30 minutos para percorrer o mesmo percurso. Qual é a velocidade média
desse carro? Ele seria fotografado?

INFOGRÁFICO

O Infográfico a seguir apresenta as diferenças entre a regra de três simples e a composta.


CONTEÚDO DO LIVRO

Utiliza-se a regra de três para resolver problemas nos quais há uma grandeza que é direta ou
inversamente proporcional a uma ou mais grandezas.
Leia o capítulo Regra de três: simples e composta, da obra Fundamentos de Matemática, e
aprofunde seus conhecimentos sobre o assunto.

Boa leitura!
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Tiago Loyo Silveira


Regra de três: simples
e composta
Objetivos de aprendizagem
„„ Explicar as regras de três simples e composta.
„„ Classificar em diretamente proporcionais ou inversamente propor-
cionais duas grandezas envolvidas em um problema.
„„ Resolver problemas envolvendo regras de três simples e composta.

Introdução
Nesta unidade de aprendizagem, você conhecerá a regra de três, consi-
derada uma das técnicas mais úteis da Matemática.
O uso da regra de três vai desde simples cálculos de porcentagem
até complexos esquemas com diversas grandezas na Engenharia. As
aplicações, quase sempre contextualizadas, apresentam-se de maneiras
bem próximas ao que se pode encontrar no dia a dia.
Veremos que as grandezas têm relações entre si, de modo que o
incremento de uma poderá levar ao aumento ou à redução proporcional
de outra grandeza.
Dessa forma, a regra de três está ligada ao crescimento ou ao de-
crescimento linear e proporcional, portanto precisaremos entender o
conceito de proporções.
Por fim, veremos diversos exemplos da regra de três em situações
práticas.

Regras de três simples e composta


Regra de três é o nome dado ao processo prático de resolução de problemas
entre grandezas, no qual se pode determinar um valor desconhecido dado
três conhecidos.
2 Regra de três: simples e composta

Grandezas
Refere-se a tudo o que se pode medir ou contar, como comprimento, área,
volume, temperatura, massa, tempo, velocidade, quantidade.

Razões
Normalmente, as razões, que compreendem comparações entre grandezas, se
apresentam na forma de quociente.
Exemplo: uma receita de bolo usa dois ovos para três xícaras de farinha
de trigo. Dessa forma, podemos expressar a razão entre ovos e farinha de
trigo como:
2
2 para 3 = 2:3 =
3

Observação: ao modelar um problema na forma de razão, devemos levar


em conta a ordem na qual foi descrito. No exemplo, o que se lê primeiro na
frase são os ovos, ou seja, o quociente deverá ser expresso de modo que a
quantidade de ovos venha expressa como numerador, e nunca o contrário.

Proporção
Uma igualdade entre duas razões forma uma relação de proporcionalidade.
Exemplo: imaginemos que, ao receber alguns primos em casa, sua mãe
precise triplicar a receita do bolo. Se na receita original a razão entre ovos e
farinha de trigo era 2 para 3, essa proporção deverá ser conservada para que
a receita dê certo.

2 6
=
3 9

Na proporção dada, lemos: 2 está para 3, assim como 6 está para 9.


As proporções têm uma propriedade importante: os produtos “cruzados”
entre numerador e denominador serão equivalentes.

2 6
=
3 9
3,6 = 2,9
Regra de três: simples e composta 3

Essa propriedade também é conhecida como equivalência entre produto


dos extremos e dos meios. Como consequência da sua forma linear:

Meios

2:3=6:9

Extremos

3∙6=2∙9

Regra de três
Dada uma proporção entre duas razões, conhecidos três de seus valores, será
possível obter um quarto valor (quarta proporcional).
Exemplo: uma marca de balas vende pacotes com sabores sortidos. Sabe-se
que a razão de balas de morango e de uva é de 5:3. Qual será a quantidade de
balas de uva se existem 45 balas de morango no pacote?

morango → 5 45
uva → 3 = x

Fazendo o produto cruzado, temos:

5x = 3 ∙ 45
3 ∙ 45
x= ⇒ x = 27
5

Dessa forma, o pacote terá 27 balas de uva.


As regras de três podem ser classificadas em simples ou compostas:

a) Simples — quando envolve apenas duas grandezas.

Exemplo: Com R$ 1,00, é possível comprar 4 pães. Quanto será necessário


para comprar 28 pães?
4 Regra de três: simples e composta

Reais Pães

1 4
=
x 28
4x = 28 ⇒ x = 7

b) Composta — quando envolve três ou mais grandezas.

Exemplo: 10 homens constroem 5 metros de muro, dando um lucro de


R$ 2.500,00 para a empreiteira. Se a mesma empreiteira contratar outros 5
homens e quiser lucrar R$ 7.500,00 no mesmo período, quantos metros de
muro deverá construir?

Homens Muro (m) Lucro (R$)

10 5 2.500

15 x 7.500

Para resolver regras de três compostas, isolaremos a razão com a incógnita


e faremos o produto das demais razões.

5 10 . 2500
x = 15 7500

5 25.000
x = 112.500

25.000x = 5 ∙ 112.500

5 ∙ 112.500
x= ⇒ x = 22,5m
25.000

Observação: mesmo que haja três ou mais grandezas, somente deverá


existir uma incógnita para resolver por meio da regra de três. Do contrário,
será necessário o uso de sistemas de equação.
Regra de três: simples e composta 5

Classificar em diretamente proporcionais ou


inversamente proporcionais duas grandezas
envolvidas em um problema
Até aqui, todos os exemplos abordados apresentavam a seguinte propriedade:
se uma grandeza aumenta, a sua proporcional também aumenta. Mas essa
situação não será sempre assim.

Grandezas diretamente proporcionais


Dizemos que duas grandezas são diretamente proporcionais quando o aumento
de uma implica o aumento da outra na mesma razão, ou seja, se uma grandeza
é dobrada, a outra também o será. Se uma grandeza sofre uma redução em
um terço, a outra grandeza sofrerá a mesma redução.

Grandezas inversamente proporcionais


Dizemos que duas grandezas são inversamente proporcionais quando o aumento
de uma implica a redução da outra, na razão inversa, ou seja, se uma grandeza
é dobrada, a outra é reduzida à metade. Se uma grandeza é reduzida em um
terço, a outra será triplicada.
Veja a seguir uma dica de análise das grandezas.
Quando estamos diante de um problema, é comum nos prendermos aos
valores propostos no julgamento das grandezas diretas ou inversamente pro-
porcionais. Porém, isso é um erro.
Para analisarmos se duas grandezas são diretamente proporcionais ou in-
versamente proporcionais, basta analisarmos a grandeza em si, e não os valores
do problema em específico. Se duas grandezas são diretamente proporcionais
ou inversamente proporcionais, elas o serão independentemente dos valores
apresentados em diferentes problemas.
Exemplos:

„„ Mão de obra × produção — as grandezas mão de obra e produção


são diretamente proporcionais. Observe que, independentemente dos
valores atribuídos, ao aumentarmos a mão de obra, o produto final do
serviço também aumentará.
6 Regra de três: simples e composta

„„ Mão de obra × tempo — as grandezas mão de obra e tempo são in-


versamente proporcionais. Ao investir no incremento da mão de obra,
espera-se que o tempo que se leva para realizar determinado serviço
seja reduzido.
„„ Velocidade × tempo — as grandezas velocidade e tempo são inversa-
mente proporcionais. Essas são grandezas clássicas em problemas de
Física. Aumentando-se a velocidade em determinado trajeto, o tempo
de viagem será reduzido na proporção inversa.

Entre os exemplos citados, podemos citar diversas grandezas que são


basicamente sinônimos. Qualquer quantidade de operários será uma mão de
obra, qualquer trabalho será uma produção, e a grandeza tempo poderá ter
diversas medidas (horas, dias, semanas, ...).

As grandezas são conceitos importantes, muitas vezes de maneira mais abstrata do


que deveriam. Entender o que são grandezas, além de sua importância e análise,
representa um processo fundamental para o desenvolvimento da regra de três. No
link a seguir, você pode saber mais sobre grandezas físicas:

https://goo.gl/FnSd18

Nas regras de três simples, a análise será somente entre duas grandezas,
tendo-se, dessa forma, uma comparação simples.
Porém, nas regras de três compostas, será necessário um cuidado adicional:
as grandezas podem apresentar resultados comparativos confusos. Para evitar
esse erro, deveremos sempre analisar grandeza que tem a incógnita com as
demais, uma a uma.
Exemplo 1:
Em determinada fábrica, trabalham 20 operários com turnos de 8 horas por
dia, produzindo, assim, 100 peças por dia. Quantas peças serão produzidas se
24 operários trabalharem em turnos de 10 horas diárias?
Regra de três: simples e composta 7

Operários Horas/dia Peças

20 8 100

24 10 x

Vamos analisar as comparações entre a grandeza que contém a incógnita


e as demais:

„„ Peças × operários?

Ora, caso se deseje aumentar o número de peças produzidas, será neces-


sário aumentar o quadro de operário na fábrica. Portanto, as grandezas são
diretamente proporcionais.

„„ Peças × horas/dia?

Para que a produção de peças aumente, será necessário ampliar a jornada


de trabalho. Portanto, as grandezas são diretamente proporcionais.
Observe que, caso fosse feita erroneamente, a análise entre operários e horas/
dia, o resultado seria que essas grandezas são inversamente proporcionais.
Para facilitar a assimilação, usaremos um esquema de setas para indicar
que o aumento de uma grandeza implica o aumento da outra.

Operários Horas/dia Peças

20 8 100

24 10 x

Agora, basta resolver a proporção:

20 . 8 100
=
24 10 x

2 100
=
3 x

300
x = 2 = 150
8 Regra de três: simples e composta

Logo, serão produzidas 150 peças/dia.


Atenção: as setas não representam o aumento ou a redução da grandeza
ou dos valores no problema, mas apenas um meio de orientação visual para
que representemos as grandezas diretamente ou inversamente proporcionais.
Exemplo 2:
Dada a mesma situação inicial do exemplo anterior, determinaremos quantas
horas por dia serão necessárias para que os 24 operários produzam 120 peças:

Operários Horas/dia Peças

20 8 100

24 x 120

Vamos analisar as comparações entre a grandeza que contém a incógnita


e as demais:

„„ Horas/dia × peças

Caso a fábrica viesse a reduzir a jornada de trabalho, isso implicaria a


redução da produção. Logo, são grandezas diretamente proporcionais.

„„ Horas/dia × operários

Se a fábrica reduzir a jornada de trabalho, necessitará de mais operários


para desempenhar determinada tarefa. Logo, são grandezas inversamente
proporcionais.
Com o esquema de setas, temos:

Operários Horas/dia Peças

20 8 100

24 x 120

Observação: tanto nos casos de regra de três simples quanto composta,


quando se obtém uma grandeza inversamente proporcional, a regra de equi-
valência do produto cruzado não será válida. Para retomar a equivalência,
encontraremos a fração inversa da grandeza inversa.
Regra de três: simples e composta 9

No exemplo, temos:

20 24

24 20

Além disso, isolaremos a grandeza com a incógnita, obtendo-se a proporção:

8 100 . 24
x = 120 20

8 10 ∙ 2
x = 20

x=8

Logo, a empresa poderá manter a jornada de 8 horas/dia.

Resolver problemas envolvendo regras de três


simples e composta
As regras de três apresentam uma variedade enorme de aplicações. Destaca-
mos aqui exemplos contextualizados que mostram muitas situações práticas.
Podemos determinar o quantitativo de operários ou dias em algumas ativi-
dades, calcular o tempo de viagem com o devido aumento da velocidade ou,
ainda, realizar cálculos de porcentagem, tão comuns no dia a dia.

1. Trabalhando 6 dias, 5 operários produzem 400 peças. Quantas peças


semelhantes são produzidas por 9 operários que trabalham por 10 dias?

Dias Operários Peças

6 5 400

10 9 x
10 Regra de três: simples e composta

Solução: se a produção de peças aumentar, serão necessários mais operá-


rios; se houver aumento na produção de peças, serão necessários mais dias de
trabalho. Logo, as duas comparações são diretamente proporcionais.

6 . 5 400
10 9 = x

3 400
= x
9

400 ∙ 9
x= ⇒ x = 1200
3

Logo, serão produzidas 1.200 peças.

2. Se 8 homens levam 12 dias montando 16 computadores em uma empresa,


então 15 homens levarão quantos dias para montar 50 desses mesmos
computadores?

Homens Dias Computadores

8 12 16

15 x 50

Solução: se hipoteticamente decidirmos reduzir a quantidade de dias tra-


balhados, e atribuirmos uma seta para baixo, serão necessários mais homens
para que o serviço seja cumprido, ou seja, grandezas inversamente propor-
cionais. Com a mesma redução nos dias de trabalho, serão montados menos
computadores, portanto grandezas diretamente proporcionais.
Invertendo a grandeza “homens” e isolando a grandeza da incógnita, temos:

15 . 16 12
8 50 = x

3 12
= x
5

12 ∙ 5
x= ⇒ x = 20
3
Regra de três: simples e composta 11

Dessa forma, para montar o quantitativo de computadores com essa mão


de obra, serão necessários 20 dias.

3. O preço da passagem de ônibus em determinada cidade passou de R$


4,50 para R$ 4,75. Qual foi o percentual de reajuste?

Solução: uma das maneiras de realizar cálculos percentuais se dá por meio


de regras de três. Para isso, basta estabelecer o valor inicial como 100% e
descobrir de quanto foi o aumento. Nesse caso, as grandezas são diretamente
proporcionais, já que, aumentando ou diminuindo determinado valor, a por-
centagem aumenta ou diminui na mesma proporção.

R$ %

4,5 100

4,75 x

4,5 100
4,75 = x

475 4750
x = 4,5 ⇒ x = 45 ⇒ x = 105,55 ...

Como se adotou que R$ 4,50 era equivalente a 100%, então o excedente


de 100% é o aumento percentual.
Portanto, um aumento de 5,5% no valor das passagens.

4. Em um canteiro de obras, 6 trabalhadores trabalhando 8 horas por


dia constroem um muro de 50 metros de comprimento em 12 dias. Se
o número de horas trabalhadas por dia for reduzido para 6 horas e o
número de trabalhadores aumentado para 10, qual será o comprimento
do muro construído em 15 dias?

Solução: compararemos cada grandeza com a grandeza comprimento do


muro:

„„ Comprimento × trabalhadores — quanto mais metros a serem constru-


ídos, mais trabalhadores são necessários;
12 Regra de três: simples e composta

„„ Comprimento × horas/dia — quanto mais metros de muro a serem


construídos, mais horas precisão ser trabalhadas;
„„ Comprimento × dias — quanto mais metros de muro a serem constru-
ídos, mais dias de serviço.

Portanto, todas as grandezas são diretamente proporcionais ao comprimento.

Trabalhadores Horas/dia Muro (m) Dias

6 8 50 12

10 6 x 15

Isolando a grandeza da incógnita e fazendo o produto das demais, temos:

50 6 8 12
= 10 . 6 . 15
x

50 16
x = 25
50 ∙ 25
x= ⇒ x = 78,125
16

Portanto, serão construídos aproximadamente 78 metros de muro.

5. Um grupo de 16 digitadores trabalhando 6 horas por dia, durante 20


dias, escrevem 700 páginas de um livro. Se passados 10 dias o grupo
for reduzido para 12 digitadores, trabalhando 8 horas por dia, sendo ne-
cessário totalizar 900 páginas, quantos dias ainda precisarão trabalhar?

Solução:

Digitadores Horas/dia Páginas Dias

16 6 700 20

Passada metade do tempo, haverá metade da produção. Portanto, após 10


dias, os 16 digitadores terão escrito 350 páginas, faltando ainda 550 páginas
a serem escritas.
Regra de três: simples e composta 13

Compararemos cada grandeza com a grandeza comprimento do muro:

„„ Dias × digitadores — quanto mais dias a trabalhar, menos digitadores


são necessários;
„„ Dias × horas/dia — quanto mais dias a trabalhar, menos horas/dia são
necessárias;
„„ Dias × páginas — quanto mais dias a trabalhar, mais páginas são
produzidas.

Digitadores Horas/dia Páginas Dias

16 6 350 10

12 8 550 x

Como há duas setas em cada sentido, podemos inverter qualquer dupla de


grandezas entre as que tenham setas no mesmo sentido.
Obtemos a proporção:

16 . 6 . 550 x
12 8 350 = 10

11 x
7 = 10

110
x = 7 ⇒ x ≅ 15,7

Portanto, serão necessários ao menos 16 dias para concluir as 900 páginas.

6. Se três torneiras conseguem encher um tanque em 2 horas, quanto


tempo levará para encher o mesmo tanque se apenas duas torneiras
estiverem abertas?

Solução:

Torneira (vazão) Tempo (horas) Tanque

3 2 Constante

2 x Constante
14 Regra de três: simples e composta

Ora, a redução na quantidade de torneiras implica diretamente o aumento do


tempo para encher o tanque. Portanto, grandezas inversamente proporcionais.

x 3
2 = 2
x=3

Logo, o tanque levará 3 horas para ser enchido.

A vazão de torneiras é um problema clássico, porém ainda guarda diversas peculia-


ridades que podem confundir e levar ao erro. No vídeo a seguir, veremos dicas de
como abordar esses cálculos de uma maneira mais simples:

https://goo.gl/9xYnJb

ANDRINI, Á.; VASCONCELLOS, M. J. Praticando matemática. 3. ed. renov. São Paulo:


Editora do Brasil, 2012. v. 7.
COLA NA WEB. Grandezas físicas. c2018. Disponível em: <https://www.coladaweb.com/
fisica/fisica-geral/grandezas-fisicas>. Acesso em: 29 nov. 2018.
LIMA, E. L. et al. Temas e problemas elementares. 12. ed. Rio de Janeiro: SBM, 2006.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Esta videoaula trata da regra de três, por meio de exemplos práticos.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) José está feliz porque recebeu um aumento em seu salário. A partir do próximo mês,
receberá R$2.000,00. Antes, o valor que recebia era de R$1.600,00. Qual é o
percentual de aumento no salário de José?

A) 125%

B) 25%

C) 80%

D) 20%

E) 200%

2) Um sistema bancário analisa o grau de endividamento dos clientes para liberar


empréstimos. O cliente não deve ter dívidas que superem 30% de sua renda mensal.
Determinado cliente tem um financiamento de R$967,58, que representa 13,78% de
sua renda mensal. Qual seria o valor máximo da parcela mensal de seu
financiamento?

A) R$29.027,40
B) R$7.021,63

C) R$2.106,49

D) R$444,44

E) R$1.935,16

3) Considere que um cliente tem um financiamento de R$850,00, que representa 20% de


sua renda mensal. Determine o valor da sua renda mensal.

A) R$85.000,00

B) R$170,00

C) R$425.000,00

D) R$4.250,00

E) R$3.400,00

4) Foi desenvolvido um software que controla o carregamento de grãos. Em 10 horas, o


software controla o carregamento de 6.525m3. Em sete horas, qual será o
carregamento?

A) 45.675m3

B) 4.567,50 m3
C) 9.321,43m3

D) 3.262,50m3

E) 65.250m3

5) Uma fábrica de processadores possui 12 máquinas automatizadas que produzem


aproximadamente 15.850 peças em 4 horas de trabalho. Quantas peças seriam
produzidas por 18 máquinas em 6 horas?

A) 1.711.800

B) 35.662,50

C) 15.850

D) 7.044,40

E) 23.775

NA PRÁTICA

O sistema de cobrança de energia elétrica analisa, dentre outros fatores, a média mensal de
quilowatts do consumidor para compor o valor final que será cobrado. Veja a seguir uma análise
de determinada residência.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Regra de Três
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Potenciação

APRESENTAÇÃO

Durante os primeiros anos de estudo da matemática entramos em contato com as quatro


operações: adição, subtração, multiplicação e divisão. No entanto, muitas situações aplicadas,
como por exemplo o cálculo de juros compostos em um financiamento, a representação de
números muito grandes ou muito pequenos, problemas de análise combinatória, são difíceis ou
até mesmo impossíveis de se resolver utilizando apenas as quatro operações. Nessas situações, a
potenciação é uma operação muito útil.

Quando trabalhamos com números naturais, as potências podem ser interpretadas como uma
forma de representar multiplicações onde os fatores são iguais. Mas aprofundando nosso estudo
na matemática, veremos que esse conceito pode ser ampliado para números inteiros, racionais,
irracionais, reais e complexos.

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos a potenciação, também conhecida como


exponenciação. Estudaremos a sua definição, suas regras e propriedades, bem como aplicações
em situações-problema.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer um expoente.
• Identificar as propriedades da potenciação.

• Utilizar a potenciação em problemas aplicados.

DESAFIO

O uso da potenciação e de suas propriedades contribui para aumentar a eficiência e a


confiabilidade nos resultados de cálculos que surgem em situações aplicadas nas mais diversas
profissões, estando presente inclusive no dia a dia de pequenos empreendedores.
Imagine que você é proprietário de um buffet e está decidindo o cardápio para um evento em
que sua empresa foi contatada.

Você sabe que se o processo de descongelamento das carnes não for correto, há aparecimento de
bactérias que tornam o produto impróprio para consumo. Nas aulas de manipulação de
alimentos, você aprendeu que o número de bactérias (B) cresce em função do tempo (t) de
descongelamento, medido em horas, e é dado pela operação: B(t) = t3. Segundo a vigilância
sanitária, o número máximo de bactérias permitido é 512 por peça de carne.

Nessa situação, qual será o período máximo de descongelamento para que o número de bactérias
não exceda o máximo permitido?

INFOGRÁFICO

A potenciação é uma importante operação matemática, que aparece tanto em situações teóricas
quanto aplicadas. Por isso, é necessário conhecer suas propriedades operatórias para reconhecer
quais devem ser usadas em um problema específico e organizar suas principais propriedades nos
auxilia nessa tarefa.

Além disso, algumas propriedades como, por exemplo, a do expoente nulo e a do expoente
negativo, oferecem suporte teórico para estendermos as operações com expoentes inteiros
positivos para todos os inteiros.

No Infográfico a seguir, conheça as regras de potenciação com inteiro positivo, potenciação nula
e potenciação negativa que nos auxiliam na solução de potências e as regras envolvendo
multiplicação e divisão de potências de mesma base.
CONTEÚDO DO LIVRO

A potenciação fornece uma maneira fácil de denotar certas multiplicações. Entender as


propriedades dos expoentes é fundamental para a álgebra, necessária ao estudo de funções e à
resolução de equações.

Acompanhe trechos extraídos do livro Matemática Aplicada: Administração, Economia e


Ciências Sociais e Biológicas. Essa obra foi escolhida como base teórica da nossa Unidade de
Aprendizagem.

Boa leitura.
0.3 Expoentes Inteiros 17

Para certas operações do cálculo, é necessário utilizar expoentes negativos a


fim de escrever o problema de forma apropriada. Podemos estender as regras para
os expoentes inteiros positivos para todos os inteiros definindo a0 e cr". Claramente,
a111 aº deveria ser igual a"'+ 0 = a"' e de fato será se aº = 1.

Para qualquer número real não nulo a, definimos aº = 1. A expressão Oº não será
definida.
Expoente Nulo

Na seção 0.2, definimos a -1 como lia para a O, portanto, definiremos a - como


(a-1)".
c;z=. 11

Expoentes Negativos
a-n = (a- 1)" = GJ = (:n) (a ;t O)

(�r' [(�f (�J


= r =
(a* O, b * O)

E X EM P LO 1 Expoentes Negativo e Nulo

Reescreva cada uma das seguintes expressões sem expoentes:

(a) 6 · 3° (b) 6-2 (c)


(1)-I
3 (d) - 3
(2)- 4
(e) (-4)-2

SOLUÇÃO

(a) 6 · 3° = 6 · 1 = 6 (b) 6-2 = _!_2 = �


6 36

(e)
(1)-
3
-
1
3
= - = 3
1
1 1
(d)
-Gr -rnJ= = ��
l

(e) (-4t2
(-4)2 16

Como veremos no Capítulo 6, "Matemática Financeira", os expoentes nega­


tivos surgem nos cálculos financeiros quando temos um objetivo futuro para um
investimento e desejamos saber qual o valor a ser investido hoje. Por exemplo, se
um capital será investido a uma taxa anual de 9%, capitalizado anualmente, então
o valor que devemos investir agora (chamado valor presente) a fim de ter$ 10.000
na conta após 7 anos é dado por$ 10.000(1,09)-7• Cálculos como estes são freqüen­
temente realizados diretamente com uma calculadora.
O uso das definições de expoentes nulo e negativo nos possibilita estender as
regras de expoentes para todos os inteiros e expressá-las de forma mais simples.

Regras de Expoentes Para números reais a e b não nulos, e inteiros me n não nulos.

3. (ab) = a b 4. (a111)1' = a" 1


1. am . an = am + n 2. am I an = am -"

5. (a/b) = a"'/b"' 6. a0 = 1
"' "' '" 11

7. a-"= 1 / a" 8. (a!b)-" = (b!a)"


"'
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

O uso da potenciação é muito útil em problemas aplicados, como por exemplo na Matemática
Financeira ou Análise Combinatória. Entretanto, alguns problemas não podem ser resolvidos
diretamente sem passar pelo uso de algumas propriedades operatórias da potenciação. Essas
propriedades também podem ser utilizadas para simplificar expressões algébricas ou para
relacionar a potenciação com as demais operações da aritmética.

Nessa dica do professor, você verá as propriedades da potenciação e como elas podem ser
utilizadas em exemplos envolvendo simplificações.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1)

Ao simplificar a expressão numérica , utilizando propriedades da


potenciação, obtemos:

A)

B)

C)

D)
E)

2) Suponha que x, y e z sejam diferentes de zero. Utilizando propriedades da

potenciação para reescrever a expressão e mantendo todos os fatores


no numerador, obtemos:

A)

B)

C)

D)

E)

3) Chama-se montante (M) a quantia que uma pessoa recebe após aplicar um capital
(C) a uma taxa (i) durante um tempo (t). No regime de capitalização composto, a
expressão do montante é dada por M = C(1+i)t.

Suponha que um capital de R$ 20.000,00 foi aplicado a uma taxa mensal de 1% ao


mês. Qual é o montante após 6 meses?

A) R$ 21.230,40

B) R$ 21.200,00
C) R$ 20.200,00

D) R$ 10.200,40

E) R$ 2.200,40

4) O proprietário de uma indústria estimou que ao inaugurar uma nova filial, a


produção mensal, em toneladas é dada pela expressão P = 200 – 180.9–0,05t, onde t é
o número de meses contados a partir da inauguração da nova filial. Após dez meses
da inauguração, qual será a produção atingida?

A) 200 toneladas

B) 180 toneladas

C) 140 toneladas

D) 100 toneladas

E) 60 toneladas

5) Alguns equipamentos podem sofrer perda de valor a medida que o tempo passa, esse
fenômeno é chamado depreciação. Imagine que uma máquina sofre depreciação
exponencial de modo que seu valor, em reais, após t anos de uso é dado pela
expressão V = 10000 – 80000.(2)– t. Qual o valor dessa máquina após 5 anos de uso?

A) R$ 12.500,00

B) R$ 9.750,00
C) R$ 7.750,00

D) R$ 7.500,00

E) R$ 2.500,00

NA PRÁTICA

A operação de potenciação possui inúmeras aplicações tanto em nosso cotidiano quanto no


desenvolvimento científico. Um exemplo disso são os cálculos envolvendo juros compostos,
que podem ser desenvolvidos a partir da potenciação das taxas de juros. Também podemos citar
a função exponencial, aplicada em problemas de crescimento ou decrescimento, como por
exemplo no cálculo da depreciação de um bem, no crescimento de uma cultura de bactérias ou
no cálculo dos lucros tanto de uma empresa quanto de um investimento pessoal.

Veja nesse Na Prática um exemplo do uso da potenciação para a tomada de decisão entre duas
possibilidades de investimento de um capital: poupança ou compra de um novo equipamento.

Esse exemplo nos mostra que o estudo da potenciação além de ser importante no
desenvolvimento da matemática, contribui na resolução de problemas cotidianos.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Matemática Zero - Potenciação

Conhecer a potenciação e suas propriedades é fundamental na resolução de problemas aplicados.


Nesse contexto, o vídeo a seguir apresenta a definição de potenciação, enfatizando a
nomenclatura e as propriedades. Após a descrição das propriedades são apresentados exemplos
da utilização das principais propriedades abordadas no vídeo e alguns pontos interessantes como
a explicação intuitiva do porquê a0 = 1 para todo número a diferente de zero.

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Problemas de crescimento e decaimento exponencial

Uma das principais aplicações da potenciação é em problemas de crescimento ou decaimento,


que pode ocorrer nas diversas áreas do conhecimento como por exemplo, na área de gestão e
negócios ou nas ciências biológicas. Nesse contexto, o vídeo apresenta exemplos envolvendo
decaimento de substância radioativa e taxa de crescimento de uma rede de fast food.

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Problema de modelo exponencial: crescimento bacteriano

Uma das situações mais intuitivas utilizadas ao introduzir o conceito de potenciação é o caso da
duplicação de uma quantidade ao longo de um intervalo de tempo, ideia que pode ser utilizada
em diversas áreas da ciência. Nesse vídeo, a ideia da duplicação é utilizada nas ciências
biológicas a partir de um exemplo envolvendo bactérias em uma placa de Petri.

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Crescimento Bacteriano e Função Exponencial: uma proposta interdisciplinar para o


Ensino Médio Integrado: um estudo de caso com a turma 2018 de Licenciatura em
Computação do CESIT/UEA

Mesmo que a primeira vista a potenciação possa parecer complicada, ela também pode ser
aprendida de forma lúdica e integrada, como por exemplo, através de problemas aplicados às
ciências biológicas. Esse artigo, publicado na Educação Matemática em Revista, apresenta uma
proposta pedagógica sobre a função exponencial a partir do crescimento bacteriano e o
respectivo processo de construção do material educativo que a compõe. O material apresentado
é composto por uma ficha de atividades e um conjunto de kits práticos, que são
interdependentes.

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Radiciação

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos a radiciação por meio de sua definição, suas
regras e propriedades.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar um radical e seus elementos.


• Aplicar as propriedades da radiciação.
• Realizar operações e simplificações com radicais.

DESAFIO

Para resolver este desafio, você precisará aplicar as regras da radiciação. Vamos ao desafio!

No Brasil, a cada 100 funcionários, a empresa deve contratar um funcionário com necessidades
especiais. Tal relação foi implantada pelo governo brasileiro com intuito de reduzir o
desemprego nessa classe populacional.

Mas, pesquisas recentes do IBGE apontaram que ainda há elevado desemprego para pessoas
com necessidades especiais. Então, o ministro do trabalho sugeriu uma nova relação para decidir
a quantidade obrigatória de contratação, dada a partir da equação abaixo, considerando que F é a
quantidade obrigatória, n é o número total de funcionários e t é tempo de existência da empresa.
F = (nt)0,2
F = quantidade obrigatória de contratação de pessoas com deficiência.
n = número de funcionários.
t = tempo de existência da empresa.

Encontre, a partir da nova equação, a quantidade obrigatória para empresas com 50, 100 e 200
funcionários com 10, 20 e 30 anos cada uma e compare com a regra atual de contratação. Decida
se tal proposta deveria ser aceita, considerando o objetivo de empregar mais pessoas com
deficiência.

INFOGRÁFICO

O infográfico apresenta a definição de raiz enésima com n par e ímpar, e as regras para radicais.
CONTEÚDO DO LIVRO

Um processo intimamente relacionado com o de elevar um número a potências é o de extrair


raízes.

Acompanhe trechos extraídos do livro Matemática Aplicada: Administração, Economia e


Ciências Sociais e Biológicas, de Harshbarger e Reynolds. Esta obra foi escolhida como base
teórica da nossa Unidade de Aprendizagem.

Boa leitura.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

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EXERCÍCIOS

1) Marque a opção em que a expressão não é número real:

A)

B)

C)

D)

E)

2) A resposta correta para a expressão 82⁄3 é:

A) 2.

B) -2.

C) 4.
D) -4.

E) 3.

3) A resposta correta para a expressão (-8)(2⁄3) é:

A) 2.

B) -2.

C) 4.

D) -4.

E) 3.

4)
A simplificação de é:

A) 1.

B) 7.

C) 0.

D) x.

E) x2.

5)
Assinale a alternativa correspondente à simplificação de:

A) x2+1.

B) x3+1.

C) (x2+1)2.

D) x+2.

E) (x2-1)2.

NA PRÁTICA
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Radiciação. Profa. Franciely Guedes.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Radiciação

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Polinômios

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos generalidades sobre funções por meio de sua
definição, notações e exemplos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar um polinômio;
• Analisar as propriedades dos polinômios;
• Realizar operações e simplificações de polinômios.

DESAFIO

O jovem João deseja investir o valor que consegue economizar do seu salário para comprar uma
moto daqui alguns meses. Ele recebe mensalmente R$ 2.000,00 e suas despesas consomem 85%
de sua receita. Ele foi ao banco e seu gerente ofereceu duas opções de investimentos:

1. Poupança: retorno mensal de 0,5% com liquidez diária, ou seja, caso João precise usar o valor
aplicado, ele pode sacar a qualquer momento.

2. CDB: retorno mensal de 1,2% com liquidez anual, ou seja, caso João precise usar o valor
aplicado, ele só pode sacar, sem prejuízo dos juros adquiridos, daqui um ano.

João tem a preocupação de não investir tudo em apenas uma das opções oferecidas, pois pode
ter eventualidades no decorrer do tempo e precisar imediatamente de recurso financeiro. Então,
ele pensou em investir 50% na poupança e 50% no CDB.

a. Descubra o valor mensal disponível para investimento;


b. Desenvolva a equação que apresenta o valor mensal total que João terá investido nas duas
opções (juros simples);
c. Sabendo que a moto que ele deseja está em torno de R$ 4.000, defina por quanto tempo João
deverá investir a parcela que sobra de seu salário nas condições atuais de que dispõe.

INFOGRÁFICO

Por meio do infográfico é possível identificar os elementos do polinômio: variável, coeficientes,


termo independente e grau. Veja!

CONTEÚDO DO LIVRO

Segundo Harshbarger (2013, p.28), "Todo produto de um número real (chamado coeficiente)
por uma ou mais variáveis elevadas a alguma potência é chamado termo. A soma de um número
finito de termos com potências inteiras não negativas das variáveis é denominada polinômio."
(p. 28)
Acompanhe o tópico 0.5: Operações com Expressões Algébricas, do livro Matemática
Aplicada: Administração, Economia e Ciências Sociais e Biológicas, de Harshbarger e
Reynolds. Essa obra foi escolhida como base teórica da nossa unidade.

Boa leitura.
06-4604
H324m Harshbarger, Ronald J.
Matemática aplicada : administração, economia e
ciências sociais e biológicas / Ronald J. Harshbarger, James J.
Reynolds ; tradução: Ariovaldo Griesi, Oscar Kenjiro N.
Asakura ; revisão técnica: Helena Maria de Ávila Castro
(coordenadora), Afrânio Carlos Murolo. – 7. ed. – Porto
Alegre : AMGH, 2006.
xv, 855 p. : il. ; 28 cm.

Título original: Mathematical applications for


management, life, and social sciences.
ISBN 978-85-86804-84-7

1. Matemática. 2. Ciências sociais – Matemática.


3. Biomatemática. I. Reynolds, James J. II. Título.

CDD 515
28 Capítulo 0 Conceitos Algébricos

a quantidade de estrôncio-90 que resta depois de 10


anos, se q0 = 98 kg.

0.5 Operações com Expressões Algébricas

Em álgebra, usualmente lidamos com combinações de números reais (como 3, 6/7


e − 2 ) e letras (como x, a e m). Salvo menção em contrário, as letras são símbolos
usados para representar números reais e algumas vezes são chamadas variáveis.
Uma expressão obtida realizando adições, subtrações, multiplicações, divisões ou
extração de raízes com um ou mais números reais ou variáveis é chamada de ex-
pressão algébrica. Salvo menção em contrário, as variáveis representam todos os
números reais para os quais a expressão algébrica é um número real. Entre os exem-
plos de expressões algébricas podemos incluir:

x3 y + y
3x + 2 y, e x − 3.
x −1
Observe que a variável x não pode ser negativa na expressão x − 3 e que
3
(x y + y)/(x – 1) não é um número real quando x = 1, porque a divisão por 0 não é
definida.
Todo produto de um número real (chamado coeficiente) por uma ou mais variá-
veis elevadas a alguma potência é chamado termo. A soma de um número finito de
termos com potências inteiras não negativas das variáveis é denominada polinômio.
Se o polinômio tem apenas uma variável x, então ele é chamado polinômio em x.
0.5 Operações com Expressões Algébricas 29

Polinômio em x A forma geral de um polinômio em x é


anxn + an – 1xn – 1 + ⋅ ⋅ ⋅ + a1x + a0
onde cada coeficiente ai é um número real e onde i = 0, 1, 2, . . . , n. Se an ≠ 0, o grau
do polinômio é n, e an é chamado coeficiente dominante. O termo a0 é denomi-
nado termo constante.

Assim, 4x3 – 2x – 3 é um polinômio de terceiro grau em x com coeficiente do-


minante 4 e termo constante –3. Se existir duas ou mais variáveis em um termo,
seu grau é a soma dos expoentes das variáveis. O grau de um termo constante não
nulo é zero. Dessa forma, o grau de 4x2y é 2 + 1 = 3, o grau de 6xy é 1 + 1 = 2, e o
grau de 3 é 0. O grau de um polinômio que contém uma ou mais variáveis é o grau
do termo de maior grau no polinômio. Portanto, 2xy – 4x + 6 é um polinômio de
segundo grau.
Um polinômio que contém dois termos é chamado binômio, e aquele com
três termos é chamado trinômio. Um polinômio com um único termo é chamado
monômio.

Operações com Expressões Como monômios e polinômios representam números reais, as propriedades
Algébricas dos números reais podem ser usadas para somar, subtrair, multiplicar, dividir e
simplificar polinômios. Por exemplo, podemos utilizar a Propriedade Distributiva
para somar 3x e 2x.

3x + 2x = (3 + 2)x = 5x

Analogamente, 9xy – 3xy = (9 – 3)xy = 6xy.


Termos com exatamente os mesmos fatores variáveis são chamados termos
semelhantes. Podemos somar ou subtrair termos semelhantes somando ou sub-
traindo os coeficientes das variáveis.

EX EM P LO 1 Somando Polinômios

Calcule (4xy + 3x) + (5xy – 2x).

SOLUÇÃ O
(4xy + 3x) + (5xy – 2x) = 4xy + 3x + 5xy – 2x
= 9xy + x

A subtração de polinômios utiliza a Propriedade Distributiva para eliminar os


parênteses.

EX EM P LO 2 Subtraindo Polinômios

Calcule (3x2 + 4xy + 5y2 + 1) – (6x2 – 2xy + 4).

SOLUÇÃ O
Removendo os parênteses, obtemos
3x2 + 4xy + 5y2 + 1 – 6x2 + 2xy – 4.
o que pode ser simplificado para
–3x2 + 6xy + 5y2 –3.
30 Capítulo 0 Conceitos Algébricos

Usando as regras de expoentes e as Propriedades Comutativa e Associativa


para multiplicação, podemos multiplicar e dividir os monômios, conforme mos-
tram os seguintes exemplos.

EX EM PLO 3 Produtos e Quocientes

Faça as operações indicadas:


(a) (8xy3)(2x3y)(–3xy2) (b) –15x2y3 ÷ (3xy5)

SOLUÇÃO

(a) 8 ⋅ 2 ⋅ (–3) ⋅ x ⋅ x3 ⋅ x ⋅ y3 ⋅ y ⋅ y2 = –48x5y6


− 15 x 2 y 3 15 x 2 y 3 1 5x
(b)
5
= − ⋅ ⋅ 5 = −5 ⋅ x ⋅ 2 = 2
3xy 3 x y y y

Símbolos de agrupamentos são utilizados em álgebra da mesma forma que na


aritmética dos números reais. Já eliminamos os parênteses nos processos de soma
e subtração dos polinômios. Outros símbolos de agrupamentos, tais como os col-
chetes, [ ], são tratados da mesma forma que os parênteses.
Quando existem dois ou mais símbolos de agrupamentos, iniciamos pelo sím-
bolo mais interno em direção ao mais externo.

EX EM PLO 4 Símbolos de Agrupamento

Simplifique 3x2 – [2x – (3x2 – 2x)].

SOLUÇÃO
3x2 – [2x – (3x2 – 2x)] = 3x2 – [2x – 3x2 + 2x]
= 3x2 – [4x – 3x2]
= 3x2 – 4x + 3x2
= 6x2 – 4x

Utilizando a Propriedade Distributiva, podemos multiplicar um binômio por


um monômio. Por exemplo:
x(2x + 3) = x ⋅ 2x + x ⋅ 3 = 2x2 + 3x.
Podemos estender a Propriedade Distributiva para multiplicar polinômios com
mais de dois termos. Por exemplo:
5(x + y + 2) = 5x + 5y + 10.

EX EM PLO 5 Propriedade Distributiva

Calcule os seguintes produtos:


(a) –4ab(3a2b + 4ab2 – 1) (b) (4a + 5b + c)ac

SOLUÇÃO
(a) –4ab(3a2b + 4ab2 – 1) = –12a3b2 – 16a2b3 + 4ab
(b) (4a + 5b + c)ac = 4a ⋅ ac + 5b ⋅ ac + c ⋅ ac = 4a2c + 5abc + ac2
0.5 Operações com Expressões Algébricas 31

A Propriedade Distributiva pode ser utilizada para nos mostrar como multi-
plicar dois polinômios. Considere a multiplicação indicada (a + b)(c + d). Se tra-
tarmos primeiramente a soma (a + b) como uma única quantidade, então duas
aplicações sucessivas da Propriedade Distributiva dará:
(a + b)(c + d) = (a + b) ⋅ c + (a + b) ⋅ d = ac + bc + ad + bd.
Desse modo, vemos que o produto pode ser encontrado multiplicando-se (a
+ b) por c, multiplicando-se (a + b) por d, e então somando-se os produtos. Isso é
freqüentemente executado da forma a seguir.

PRODUTO DE DOIS POLINÔMIOS

Procedimento Exemplo
Para multiplicar dois polinômios: Multiplique (3x + 4xy + 3y) por (x – 2y)

1. Escreva um dos polinômios acima do outro. 1. 3x + 4xy + 3y


x – 2y
2. Multiplique cada termo do polinômio de cima por 2. 3x2 + 4x2y + 3xy
cada termo do polinômio de baixo, e escreva os termos – 6xy – 8xy2 – 6y2
semelhantes do produto um acima do outro.
3. Some os termos semelhantes para simplificar o produto. 3. 3x2 + 4x2y – 3xy – 8xy2 – 6y2

EX EM P LO 6 Produto de Polinômios
Multiplique (4x2 + 3xy + 4x) por (2x – 3y).

SOLUÇÃ O
4x2 + 3xy + 4x
2x – 3y
8x3 + 6x2y + 8x2
– 12x2y –9xy2 – 12xy
8x3 – 6x2y + 8x2 – 9xy2 – 12xy

Como as multiplicações que devemos fazer freqüentemente envolvem binô-


mios, vale a pena relembrar os seguintes produtos especiais.

Produtos Especiais A. (x + a)(x + b) = x2 + (a + b)x + ab


B. (ax + b)(cx + d) = acx2 + (ad + bc) x + bd

Será fácil lembrar estes dois produtos especiais se observarmos as suas estrutu-
ras. Podemos obter esses produtos encontrando os produtos dos primeiros termos,
dos termos externos, dos termos internos e dos segundos termos e então somando
os resultados. A isso chamamos de método PEIS de multiplicar dois binômios.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

Para aprofundar seus conhecimentos, veja o vídeo a seguir.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Calcule (5xy + 5x) + (4xy - 2x) e marque a opção correta:

A) 9xy - 3x.

B) 5xy + 7x.

C) 9xy + x + 3.

D) 9xy + 3x.

E) xy + 3x.

2) Calcule (4x² - 4y + 2) - (3x² - 2y + 2) e marque a opção correta:

A) 7x² - 6y + 4.

B) x² - 2y + 4.

C) x² - 2y.

D) x² + 2y.
E) x² + 2y + 4.

3) Remova os parênteses e combine os termos semelhantes em 9x – 5x(x + 2)


+ 4x²:

A) -x² - x.

B) x² + x.

C) x² - x.

D) 8x² + 8x.

E) 4x - 10 + 4x².

4) Calcule o produto (2x + 1) (4x² – 2x + 1) e marque a opção correta:

A) 8x² - 2.

B) 8x³ - 2.

C) x³ - 8x² + 2.

D) 8x³ + 1.

E) 4x³ + 2x³.

5) A simplificação de 3x² – [2x – (3x² – 2x)] é:


A) 6x².

B) 3x² - 4x.

C) 6x² - x.

D) -4x.

E) 6x² - 4x.

NA PRÁTICA

Veja uma situação prática de aplicação de polinômio em uma empresa.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Polinômios

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Produtos notáveis

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos os produtos notáveis por meio de suas operações,
propriedades e exemplos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os tipos de produtos notáveis.


• Usar as regras de produtos notáveis.
• Realizar operações e simplificações de polinômios.

DESAFIO

Marina acabou de comprar um apartamento novo e como adora receber visitas, deseja comprar
uma mesa quadrada de oito lugares.

Antes de comprá-la, Marina buscou ajuda de uma arquiteta para saber qual modelo e tamanho
seria o ideal para sua sala de jantar. Considerando que o cômodo é quadrado, tem x metros e que
a mesa, para que todos possam circular livremente, precisa ficar 30 cm afastada de cada parede,
encontre:
a) A equação para a área da sala.
b) A equação do produto notável que representa a superfície que a mesa ocupará na sala.

INFOGRÁFICO

O infográfico a seguir apresenta os tipos de produtos notáveis. Veja!


CONTEÚDO DO LIVRO

As multiplicações que devemos fazer frequentemente envolvem binômios. Sendo assim, é bom
relembrar alguns produtos especiais. Acompanhe o conteúdo a partir do tópico Produto de dois
polinômios extraído do livro Matemática Aplicada: Administração, Economia e Ciências
Sociais e Biológicas, de Harshbarger e Reynolds. Essa obra foi escolhida como base teórica da
nossa unidade.
H324m Harshbarger, Ronald J.
Matemática aplicada [recurso eletrônico] : administração,
economia e ciências sociais e biológicas / Ronald J.
Harshbarger, James J. Reynolds ; tradução: Ariovaldo
Griesi, Oscar Kenjiro N. Asakura; revisão técnica: Helena
Maria de Ávila Castro, Afrânio Carlos Murolo. – 7. ed. –
Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2006.


ISBN 978-85-8055-273-7

1. Matemática aplicada. 2. Administração. 3. Economia.


4. Ciências Sociais. 5. Ciências Biológicas. I. Reynolds,
James J. II. Título.

CDU 51-7
0.5 Operações com Expressões Algébricas 31

PRODUTO DE DOIS POLINÔMIOS

Procedimento Exemplo
Para multiplicar dois polinômios: Multiplique (3x + 4xy + 3y) por (x – 2y)

1. Escreva um dos polinômios acima do outro. 1. 3x + 4xy + 3y


x – 2y
2. Multiplique cada termo do polinômio de cima por 2. 3x2 + 4x2y + 3xy
cada termo do polinômio de baixo, e escreva os termos – 6xy – 8xy2 – 6y2
semelhantes do produto um acima do outro.
3. Some os termos semelhantes para simplificar o produto. 3. 3x2 + 4x2y – 3xy – 8xy2 – 6y2

EX EM P LO 6 Produto de Polinômios
Multiplique (4x2 + 3xy + 4x) por (2x – 3y).

SOLUÇÃ O
4x2 + 3xy + 4x
2x – 3y
8x3 + 6x2y + 8x2
– 12x2y –9xy2 – 12xy
8x3 – 6x2y + 8x2 – 9xy2 – 12xy

Como as multiplicações que devemos fazer freqüentemente envolvem binô-


mios, vale a pena relembrar os seguintes produtos especiais.

Produtos Especiais A. (x + a)(x + b) = x2 + (a + b)x + ab


B. (ax + b)(cx + d) = acx2 + (ad + bc) x + bd

Será fácil lembrar estes dois produtos especiais se observarmos as suas estrutu-
ras. Podemos obter esses produtos encontrando os produtos dos primeiros termos,
dos termos externos, dos termos internos e dos segundos termos e então somando
os resultados. A isso chamamos de método PEIS de multiplicar dois binômios.
32 Capítulo 0 Conceitos Algébricos

EX EM PLO 7 Produto de Binômios

Multiplique os seguintes polinômios:


(a) (x –4)(x + 3) (b) (3x + 2)(2x + 5)

SOLUÇÃO
Primeiros Externos Internos Segundos
(a) (x – 4)(x + 3) = (x2) + (3x) + (–4x) + (–12) = x2 – x – 12
(b) (3x + 2)(2x + 5) = (6x2) + (15x) + (4x) + (10) = 6x2 + 19x + 10

Alguns produtos especiais adicionais são os seguintes:

Produtos Especiais C. (x + a)2 = x2 + 2ax + a2 quadrado de um binômio


D. (x – a)2 = x2 – 2ax + a2 quadrado de um binômio
E. (x + a)(x – a) = x2 – a2 diferença de dois quadrados
F. (x + a)3 = x3 + 3ax2 + 3a2x + a3 cubo de um binômio
G. (x – a)3 = x3 – 3ax2 + 3a2x – a3 cubo de um binômio

EX EM PLO 8 Produtos Especiais


Multiplique os seguintes polinômios:
(a) (x + 5)2
(b) (3x – 4y)2
(c) (x –2)(x + 2)
(d) (x2 – y3)2
(e) (x + 4)3

SOLUÇÃO
(a) (x + 5)2 = x2 + 2(5)x + 25 = x2 + 10x + 25
(b) (3x – 4y)2 = (3x)2 – 2 (3x)(4y) + (4y)2 = 9x2 – 24xy + 16y2
(c) (x – 2)(x + 2) = x2 – 4
(d) (x2 – y3)2 = (x2)2 – 2(x2)(y3) + (y3)2 = x4 – 2x2y3 + y6
(e) (x + 4)3 = x3 + 3(4)(x2) + 3(42)(x) + 43 = x3 + 12x2 + 48x + 64

PONTO DE CONTROLE 1. Remova os parênteses e combine os termos semelhantes: 9x – 5x (x + 2) + 4x2.


2. Calcule os seguintes produtos:
(a) (2x + 1)(4x2 – 2x + 1)
(b) (x + 3)2
(c) (3x + 2)(x – 5)
(d) (1 – 4x)(1 + 4x)

Todas as expressões algébricas podem representar números reais, portanto, as


técnicas usadas para executar operações com polinômios e para simplificar polinô-
mios também se aplicam a outras expressões algébricas.
0.5 Operações com Expressões Algébricas 33

EX EM P LO 9 Operações com Expressões Algébricas

Faça as operações indicadas.


(a) 3 3 + 4 x y − 5 3 − 11x y − ( 3 − x y )
(b) x3/2(x1/2 – x–1/2)
(c) (x1/2 – x1/3)2
(d) ( x + 2)( x − 2)

SOLUÇÃ O

(a) Removemos os parênteses e a seguir combinamos os termos contendo 3 e


os termos contendo x y.

(3 − 5 − 1) 3 + ( 4 − 11 + 1) x y = − 3 3 − 6 x y

(b) x3/2(x1/2 – x–1/2) = x3/2 ⋅ x1/2 – x3/2 ⋅ x–1/2 = x2 – x


(c) (x1/2 – x1/3)2 = (x1/2)2 – 2x1/2x1/3 + (x1/3)2 = x – 2x5/6 + x2/3
(d) ( x + 2)( x − 2) = ( x ) 2 − ( 2) 2 = x − 4

Nos capítulos posteriores será necessário escrever os problemas em uma forma


simplificada para que possamos executar certas operações neles. Freqüentemente,
podemos usar a divisão de um polinômio por outro para obter as simplificações,
como mostrado no procedimento a seguir.

DIVISÃO DE POLINÔMIOS

Procedimento Exemplos

Para dividir um polinômio por outro: Divida 4x3 + 4x2 + 5 por 2x2 + 1.

1. Escreva ambos os polinômios na ordem decrescente 1. 2 x 2 + 1) 4 x 3 + 4 x 2 + 0 x + 5


das potências da variável. Inclua os termos que fal-
tam no dividendo, com coeficiente 0.

2. (a) Divida a maior potência do divisor pela maior 2x


potência do dividendo e escreva esse quociente 2. (a) 2 x 2 + 1) 4 x3 + 4 x 2 + 0 x + 5
parcial sobre o dividendo. Multiplique o quo- 4 x3 + 2x
ciente parcial pelo divisor, escreva o produto
4x − 2x + 5
2
abaixo do dividendo e subtraia obtendo um
novo dividendo. 2x + 2
(b) 2 x 2 + 1) 4 x3 + 4 x 2 + 0 x + 5
(b) Repita até que o grau do novo dividendo seja
menor que o grau do divisor. Qualquer resto é 4 x3 + 2x
escrito sobre o divisor e somado ao quociente. 4x − 2x + 5
2

4 x2 + 2
− 2x + 3
Grau de (–2x + 3) < grau de (2x2 + 1)

−2 x + 3
Quociente: 2 x + 2 +
2 x2 + 1
34 Capítulo 0 Conceitos Algébricos

EX EM PLO 10 Divisão de Polinômios

Divida (4x3 – 13x – 22) por (x – 3), x ≠ 3.

SOLUÇÃO

4 x 2 + 12 x + 23
x − 3) 4 x 3 + 0 x 2 − 13x − 22 Inserimos 0x² para que cada
4 x − 12 x
3 2 potência de x esteja presente

12 x 2 − 13x − 22
12 x 2 − 36 x
23x − 22
23x − 69
47

O quociente é 4x2 + 12x + 23, com resto 47, ou


47
4x2 + 12x + 23 +
x −3

PONTO DE CONTROLE 3. Use a divisão de polinômios para calcular (x3 + 2x + 7) ÷ (x – 4).

A B C
1 Um uso importante das expressões algébricas é descrever a relação entre as
2
3 Observação Tecnológica
quantidades. Por exemplo, a expressão “um a mais do que um número” pode ser
escrita como n + 1, onde n representa um número arbitrário. Essa habilidade de
representar quantidades ou suas inter-relações algebricamente é uma das chaves
para o uso de planilha eletrônica.
Cada célula em uma planilha tem um endereço baseado em suas linha e co-
luna (ver Tabela 0.3). Esses endereços das células podem atuar como variáveis
de uma expressão algébrica, e os recursos “fill down” e “fill up” atualizam essas
células referenciadas mantendo as relações algébricas. Por exemplo, observamos
anteriormente que se $ 1.000 forem investidos em uma conta que rende 10% de
juros anuais, capitalizados anualmente, então, o valor futuro da conta depois de n
anos é dado por $ 1.000 (1,1)n. Podemos calcular o valor futuro iniciando pela plani-
lha mostrada na Tabela 0.4.

TABELA 0.3

A B C D
1 célula A1 célula B1 célula C1
2 célula A2 célula B2 célula C2
3 célula A3 célula B3 célula C3
4
5
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

A seguir você irá assistir um vídeo que trata dos produtos notáveis.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Utilizando as regras dos produtos notáveis, calcule (x + 3y)2:

A) x2 + 3yx + 6y

B) 2x + 6xy + 6y2

C) x2 + 6xy + 9y2

D) x2 - 6xy + 9y2

E) x2 - 3xy - 9y2

2) Utilizando as regras dos produtos notáveis, calcule (7x – 4)2:

A) 49x2 + 28x + 16.

B) 49x2 – 28x + 16.

C) 49x2 – 56x - 16.


D) 49x2 + 56x + 16.

E) 49x2 – 56x + 16.

3) Utilizando as regras dos produtos notáveis, calcule (2a + x) . (2a – x):

A) 4a2 – x2.

B) 4a2 + x2.

C) 2a2 – 2x2.

D) 2a2 + x2.

E) 2a2 – x2.

4) Utilizando as regras dos produtos notáveis, calcule (x + 3)3:

A) x3 - 9x2 + 27x - 27.

B) x3 + 9x2 + 27x + 27.

C) x3 + 3x2 + 3x + 27.

D) x3 - 3x2 + 3x - 27.

E) x3 + 3x2 + 3x + 9.

5) Utilizando as regras dos produtos notáveis, calcule (x - 3)3:


A) -x3 + 9x2 + 27x - 27.

B) -x3 - 9x2 + 27x - 27.

C) x3 + 9x2 + 27x + 27.

D) x3 - 9x2 + 27x - 27.

E) x3 - 9x2 + 27x + 27.

NA PRÁTICA

Reconheça agora uma situação prática de aplicação de produtos notáveis em seu cotidiano.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Acesse o artigo: SÁ, Robison. Produtos notáveis. Disponível em:

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Produtos Notáveis (Parte 1)

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Produtos Notáveis (Parte 2)

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Fatorações algébricas

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos as fatorações algébricas por meio de suas


operações, propriedades e exemplos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir a propriedade distributiva.


• Demonstrar a fatoração de monômios em um polinômio.
• Usar as regras de fatoração de um trinômio.

DESAFIO

Um gerente de produção recebeu um relatório que define a equação x2y - 2xy2 como forma para
se obter o custo da produção do produto A.

Sabendo que xy é igual a 15, e que o segundo termo após a fatoração é igual a 20, solicita-se:
a) Fatorar a equação inicial.
b) Definir o segundo termo após a fatoração.
c) Substituir pelos dados conhecidos para encontrar o valor total do custo para que se possa
produzir A.

INFOGRÁFICO

Verifique o passo a passo da fatoração de um trinômio por meio de um exemplo.


CONTEÚDO DO LIVRO

Para aprender um pouco mais sobre a fatoração, acompanhe os trechos extraídos do livro
Matemática Aplicada: Administração, Economia e Ciências Sociais e Biológicas, de
Harshbarger e Reynolds. A referida obra foi escolhida como base teórica da nossa Unidade de
Aprendizagem.

Boa leitura.
H324m Harshbarger, Ronald J.
Matemática aplicada [recurso eletrônico] : administração,
economia e ciências sociais e biológicas / Ronald J.
Harshbarger, James J. Reynolds ; tradução: Ariovaldo
Griesi, Oscar Kenjiro N. Asakura; revisão técnica: Helena
Maria de Ávila Castro, Afrânio Carlos Murolo. – 7. ed. –
Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2006.


ISBN 978-85-8055-273-7

1. Matemática aplicada. 2. Administração. 3. Economia.


4. Ciências Sociais. 5. Ciências Biológicas. I. Reynolds,
James J. II. Título.

CDU 51-7
38 Capítulo 0 Conceitos Algébricos

0.6 Fatoração

Fatores Comuns Podemos fatorar monômios em um polinômio usando a Propriedade Distributiva


ao contrário; a expressão ab + ac = a(b + c) é um exemplo mostrando que a é
um fator monômio do polinômio ab + ac. Mas ela é também o enunciado da
Propriedade Distributiva (com os lados da equação trocados). O fator monômio
do polinômio deve ser um fator de cada termo do polinômio, assim é freqüente-
mente chamado fator monômio comum.
0.6 Fatoração 39

EX EM P LO 1 Fator Monômio

Fatore –3x2t – 3x + 9xt2.

SOLUÇÃ O
1. Podemos colocar 3x em evidência e obter
–3x2t – 3x + 9xt2 = 3x(–xt – 1 + 3t2)
2. Ou colocar em evidência –3x (pôr em evidência o sinal de menos fará o pri-
meiro termo do polinômio positivo) e obter
–3x2t – 3x + 9xt2 = –3x(xt + 1 – 3t2).

Se um fator é comum a cada termo de um polinômio, podemos utilizar esse pro-


cedimento para colocá-lo em evidência, mesmo que ele não seja um monômio. Por
exemplo, podemos colocar (a + b) em evidência no polinômio 2x(a + b) – 3y(a + b).
Se fatorarmos (a + b) de ambos os termos, obteremos (a + b)(2x – 3y). O exemplo
a seguir ilustra a técnica de fatoração por agrupamento.

EX EM P LO 2 Fatoração por Agrupamento


Fatore 5x – 5y + bx – by.

SOLUÇÃ O
Podemos fatorar este polinômio utilizando agrupamento. O agrupamento é feito
de forma que os fatores comuns (freqüentemente fatores binômios) possam ser
removidos. Vemos que podemos fatorar cinco dos dois primeiros termos e b dos
últimos dois, o que dá
5(x – y) + b(x – y).
Isto nos fornece dois termos com o fator x – y em comum, assim obtemos:
(x – y)(5 + b).

Fatorando Trinômios Podemos utilizar a fórmula para multiplicar dois binômios para fatorar certos
trinômios. A fórmula
(x + a)(x + b) = x2 + (a + b)x + ab
pode ser usada para fotorar trinômios como x2 – 7x + 6.

EX EM P LO 3 Fatorando Trinômios

Fatore x2 – 7x + 6.

SOLUÇÃ O
Se este trinômio pode ser fatorado em uma expressão da forma
(x + a)(x + b)
então precisamos encontrar a e b tais que
x2 – 7x + 6 = x2 + (a + b)x + ab
Isto é, precisamos encontrar a e b tais que a + b = –7 e ab = 6. Os dois números
cuja soma é –7 e cujo produto é 6 são –1 e –6. Assim,
x2 – 7x + 6 = (x – 1)(x – 6).
40 Capítulo 0 Conceitos Algébricos

Um método similar pode ser usado para fatorar trinômios tais como 9x2 – 31x + 12.
Encontrar os fatores adequados para esse tipo de trinômio pode envolver uma grande
quantidade de tentativa e erro, porque devemos encontrar fatores a, b, c e d tais que
(ax + b)(cx + d) = acx2 + (ad + bc)x + bd.
Uma outra técnica para fatoração é usada para fatorar tais trinômios. Ela é útil
para fatorar os trinômios mais complicados, tais como 9x2 – 31x + 12. Este procedi-
mento para fatorar trinômios do segundo grau é mostrado a seguir.

FAT O R A Ç Ã O D E U M T R I N Ô M I O

Procedimento Exemplo

Para fatorar um trinômio como produto de fatores bi- Fator 9x2 – 31x + 12.
nômios:

1. Faça o produto do termo de segundo grau com o 1. 9x2 ⋅ 12 = 108x2


termo constante.

2. Determine se existem quaisquer dois fatores do 2. Os fatores –27x e –4x tem a soma –31x.
produto no passo 1 cuja soma seja o termo central
do trinômio. (Se a resposta for não, o trinômio não
será fatorável em dois binômios.)

3. Use a soma desses dois fatores para substituir o 3. 9x2 – 31x + 12 = 9x2 – 27x – 4x + 12
termo central do trinômio.

4. Fatore esta expressão de quatro termos por agrupa- 4. 9x2 – 31x + 12 = (9x2 – 27x) + (–4x + 12)
mento. = 9x(x – 3) – 4(x – 3)
= (x – 3)(9x – 4)

No exemplo acima, observe que escrever o termo intermediário (–31x) como


–4x – 27x em vez de –27x – 4x (como fizemos) também resultará na fatoração cor-
reta. (Tente fazer isto.)

EX EM PLO 4 Fatorando Trinômios

Fatore 9x2 – 9x – 10.

SOLUÇÃO
O produto do termo de segundo grau com o termo constante é–90x2. Fatores de
–90x2 que somam –9x são –15x e 6x. Portanto,
9x2 – 9x – 10 = 9x2 – 15x + 6x – 10
= (9x2 – 15x) + (6x – 10)
= 3x(3x – 5) + 2(3x – 5)
= (3x – 5)(3x + 2)

Podemos verificar esta fatoração multiplicando


(3x – 5)(3x + 2) = 9x2 + 6x – 15x – 10
= 9x2 – 9x – 10

Alguns dos produtos especiais que tornam a fatoração mais fácil são os seguintes.
0.6 Fatoração 41

Fatorações Especiais O trinômio quadrado perfeito:


x2 + 2ax + a2 = (x + a)2
x2 – 2ax + a2 = (x – a)2
A diferença de dois quadrados:
x2 – a2 = (x + a)(x – a)

EX EM P LO 5 Diferença de Dois Quadrados

Fatore 25x2 – 36y2.

SOLUÇÃ O
O binômio 25x2 – 36y2 é a diferença de dois quadrados, assim, obtemos
25x2 – 36y2 = (5x – 6y)(5x + 6y).
Estes dois binômios são chamados binômios conjugados porque eles diferem ape-
nas em um sinal.

EX EM P LO 6 Quadrados Perfeitos

Fatore 4x2 + 12x + 9.

SOLUÇÃ O
Embora possamos usar a técnica que aprendemos para fatorar trinômios, pode-
mos fatorar mais rapidamente se reconhecermos que este trinômio é um qua-
drado perfeito. Existem dois termos que são quadrados e o termo restante (12x)
é o dobro do produto das raízes quadradas destes quadrados (12x = 2 ⋅ 2x ⋅ 3).
Assim,
4x2 + 12x + 9 = (2x + 3)2.

A maioria dos polinômios que fatoramos foi de polinômios de segundo grau


ou polinômios quadráticos. Alguns polinômios que não são quadráticos estão
em uma forma que pode ser fatorada da mesma maneira que os quadráticos. Por
exemplo, o polinômio x4 + 4x2 + 4 pode ser escrito como a2 + 4a + 4, onde a = x2.

EX EM P LO 7 Polinômios na Forma Quadrática

Fatore x4 + 4x2 + 4 completamente.

SOLUÇÃ O
O trinômio está na forma de um quadrado perfeito, assim, fazendo a = x2 temos
x4 + 4x2 + 4 = a2 + 4a + 4 = (a + 2)2,
portanto,
x4 + 4x2 + 4 = (x2 + 2)2.
42 Capítulo 0 Conceitos Algébricos

EX EM PLO 8 Diferença de Dois Quadrados

Fatore x4 – 16.

SOLUÇÃO
O binômio x4 – 16 pode ser tratado como a diferença de dois quadrados, (x2)2 – 42,
assim
x4 – 16 = (x2 – 4)(x2 + 4).
Mas x2 – 4 pode ser fatorado em (x – 2)(x + 2), portanto,
x4 – 16 = (x – 2)(x + 2)(x2 + 4).

PONTO DE CONTROLE 1. Fatore as seguintes expressões:


(a) 8x3 – 12x (b) 3x(x2 + 5) – 5(x2 + 5) (c) x2 – 10x – 24
(d) x2 – 5x + 6 (e) 4x2 – 20x + 25 (f) 100 – 49x2
2. Considere 10x – 17x – 20 e observe que (10x )(–20) = –200x2.
2 2

(a) Encontre duas expressões cujo produto é –200x2 e cuja soma é –17x.
(b) Substitua –17x em 10x2 – 17x – 20 pelas duas expressões encontradas em (a).
(c) Fatore (b) por agrupamento.
3. Verdadeiro ou falso:
(a) 4x2 + 9 = (2x + 3)2 (b) x2 – x + 12 = (x – 4)(x + 3)
(c) 5x5 – 20x3 = 5x3(x2 – 4) = 5x3(x + 2)(x – 2)

Dizemos que um polinômio está completamente fatorado se todas as fato-


rações possíveis já tiverem sido realizadas. Por exemplo, (2x – 4)(x + 3) não está
completamente fatorado porque o 2 ainda pode ser posto em evidência em 2x – 4.
Se nos limitarmos a fatores com coeficientes inteiros, podemos fatorar completa-
mente vários polinômios utilizando os procedimentos a seguir.

Procedimentos para Procure por: primeiramente monômios.


Fatorar Completamente A seguir, por: diferença de dois quadrados.
A seguir, por: trinômios quadrados.
A seguir, por: outros métodos para fatorar trinômios.

EX EM PLO 9 Fatorando Completamente


Fatore completamente 12x2 – 36x + 27.

SOLUÇÃO
12x2 – 36x + 27 = 3(4x2 – 12x + 9) Monômio
= 3(2x – 3)2 Quadrado Perfeito

EX EM PLO 10 Fatorando Completamente

Fatore completamente 16x2 – 64y2.


0.6 Fatoração 43

SOLUÇÃ O
16x2 – 64y2 = 16(x2 – 4y2)
= 16(x + 2y)(x – 2y)
Fatorar imediatamente a diferença dos dois quadrados nos daria (4x + 8y)(4x – 8y),
o que não está completamente fatorado (porque podemos ainda fatorar 4 de
4x + 8y e 4 de 4x – 8y).

SOLUÇÕES DO 1. (a) 8x3 – 12x = 4x(2x2 – 3)


PONTO DE CONTROLE (b) 3x(x2 + 5) – 5(x2 + 5) = (x2 + 5)(3x – 5)
(c) x2 – 10x – 24 = (x – 12)(x + 2)
(d) x2 – 5x + 6 = (x – 3)(x – 2)
(e) 4x2 – 20x + 25 = (2x – 5)2
(f) 100 – 49x2 = (10 + 7x)(10 – 7x)
2. (a) (–25x)(+8x) =– 200x2 e – 25x + 8x = –17x
(b) 10x2 – 17x – 20 = 10x2 – 25x + 8x – 20
(c) = (10x2 – 25x) + (8x – 20)
= 5x(2x – 5) + 4(2x – 5)
= (2x – 5)(5x + 4)
3. (a) Falso. 4x2 + 9 não pode ser fatorado. De fato, somas de quadrados não
podem ser fatoradas.
(b) Falso. x2 – x + 12 não pode ser fatorado. Não podemos encontrar dois
números cujo produto é +12 e cuja soma é –1.
(c) Verdadeiro.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

A seguir, você irá assistir um vídeo que contém os assuntos abordados nesta unidade.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Fatore a expressão 8x3– 12x:

A) 4(2x3 - 3x).

B) 4x(2x2 - 3).

C) x(8x2 - 12).

D) 4x(2x2 + 3).

E) x(8x2 + 12).

2) Fatore a expressão 3x(x2 + 5) – 5(x2+ 5):

A) (x2 + 5).

B) (x2 + 5)(3 - 5).

C) (x2 + 5)(3x + 5).

D) (x2 + 5)(3x - 5).


E) (x2 -3x)(x2 - 5).

3) Considerando a expressão 4x2 + 9, é correto dizer que:

A) 4x2 + 9 pode ser fatorada em (2x + 3)2.

B) 4x2 + 9 pode ser fatorada em (2x - 3)2.

C) 4x2 + 9 pode ser fatorada em (2x + 3)(2x - 3).

D) A expressão 4x2 + 9 não pode ser fatorada.

E) 4x2 + 9 pode ser fatorada em (x + 3)(x - 3).

4) Considerando a expressão x2– x + 12, é correto dizer que:

A) Fatorar x2– x + 12 é (x – 4)(x + 3).

B) Fatorar x2– x + 12 é (x + 4)(x + 3).

C) Fatorar x2– x + 12 é (x - 4)(x - 3).

D) Não é possível fatorar x2– x + 12.

E) Fatorar x2– x + 12 é (x + 6)(x - 3).

5) Fatore completamente a equação 16x2 – 64y2:

A) (4x + 8y)(4x – 8y).


B) (4x - 8y)(4x – 8y).

C) (4x + 8y)(4x + 8y).

D) 16(x + 2y)(x – 2y).

E) 16(x + 2y)2.

NA PRÁTICA

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Matemática Básica - Aula 21 - Fatoração de expressões algébricas (parte 1)

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Matemática Básica - Aula 21 - Fatoração de expressões algébricas (parte 2)

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Matemática didática

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Princípio fundamental da Contagem

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos o princípio fundamental da contagem por meio


de sua definição e exemplos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer o princípio fundamental de contagem;


• Diferenciar regra da soma de regra do produto;
• Encontrar a solução para problemas utilizando o princípio fundamental de contagem.

DESAFIO

Carla comprou um carro novo e deseja realizar uma viagem longa para testá-lo. Ela está em
Recife e quer viajar para Porto Alegre, mas também precisa passar por São Paulo para rever
familiares. Pesquisando na internet, Carla descobriu que há 5 roteiros diferentes para chegar a
São Paulo partindo de Recife e 4 roteiros diferentes para chegar a Porto Alegre partindo de São
Paulo.

Considerando as opções disponíveis para esta viagem, determine de quantas maneiras possíveis
Carla poderá viajar de Recife a Porto Alegre.
INFOGRÁFICO

O princípio fundamental da contagem é uma das ferramentas mais importantes em Análise


Combinatória, estabelecendo os principais raciocínios utilizados na resolução de problemas de
contagem.
CONTEÚDO DO LIVRO

Suponha que existe um evento E que possa ocorrer de m maneiras e, independente deste, há um
segundo evento F que pode ocorrer de n maneiras. Então, combinações de E e F podem ocorrer
de m + n maneiras.

Acompanhe trechos extraídos do livro "Matemática Discreta", de Lipschutz e Lipson. Essa obra
foi escolhida como base teórica da nossa unidade.

Boa leitura.
Problema
Resolvido

Matemática
Discreta Terceira edição

Mais de 450 problemas resolvidos


Explicações claras e concisas de todos os conceitos
Inclui conjuntos, teoria dos grafos, álgebra Booleana,
cálculo proposicional, máquinas de Turing e muito mais!

A AJUDA PERFEITA PARA SEUS ESTUDOS!

Seymour Lipschutz e Marc Lipson


SEYMOUR LIPSCHUTZ é docente do Departamento de Matemática da Temple University e lecionou no Polytechnic
Institute of Brooklyn. Obteve seu Ph.D. no Courant Institute of Mathematical Sciences da New York University, em
1960. É um dos autores mais prolíficos da Coleção Schaum e escreveu também Probability: Finite Mathematics, 2.ed.;
Beginning Linear Algebra; Set Theory; Essential Computer Mathematics e Álgebra Linear, 2.ed. (publicado pela Book-
man Editora).

MARC LARS LIPSON é docente do Departamento de Matemática da University of Virginia e lecionou na University
of Georgia. Obteve seu Ph.D. em finanças na University of Michigan, em 1994. É também coautor com Seymour Lips-
chutz de 2000 Solved Problems in Discrete Mathematics e de Álgebra Linear, 3.ed. (publicado pela Bookman Editora).

L767m Lipschutz, Seymour.


Matemática discreta [recurso eletrônico] / Seymour
Lipschutz, Marc Lars Lipson ; tradução técnica: Adonai
Schlup Sant’anna. – 3. ed. – Dados eletrônicos. – Porto
Alegre : Bookman, 2013.
(Coleção Schaum)

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-65837-78-1

1. Matemática. 2. Matemática discreta. I. Lipson, Marc


Lars. II. Título.

CDU 51

Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052


Capítulo 5

Técnicas de Contagem
5.1 INTRODUÇÃO
Este capítulo desenvolve algumas técnicas para determinar, sem enumeração direta, o número de resultados possí-
veis de um evento em particular ou o número de elementos de um conjunto. Tal contagem sofisticada é, às vezes,
chamada de análise combinatória. Ela inclui o estudo de permutações e combinações.

5.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE CONTAGEM


Há dois princípios básicos de contagem usados ao longo deste capítulo. O primeiro envolve adição e, o segundo,
multiplicação.

Princípio da Regra da Soma:


Suponha que algum evento E possa ocorrer de m maneiras e um segundo evento F possa ocorrer de n manei-
ras. Suponha também que ambos os eventos não podem acontecer simultaneamente. Então E ou F podem
ocorrer de m + n maneiras.

Princípio da Regra do Produto:


Suponha que existe um evento E que possa ocorrer de m maneiras e, independente deste, há um segundo
evento F que pode ocorrer de n maneiras. Então, combinações de E e F podem ocorrer de mn maneiras.

Os princípios acima podem ser estendidos para três ou mais eventos. Ou seja, suponha que um evento E1 possa
ocorrer de n1 maneiras, um segundo evento E2 possa ocorrer de n2 maneiras e, seguindo E2, um terceiro evento E3
possa ocorrer de n3 maneiras e assim por diante. Então:
Regra da Soma: Se nenhum par de eventos pode ocorrer ao mesmo tempo, logo um dos eventos pode ocorrer de:

n1 + n2 + n3 + · · · maneiras.

Regra do Produto: Se os eventos ocorrem um após o outro, então todos os eventos podem ocorrer na ordem
indicada de:

n1 · n2 · n3 · . . . maneiras.

Exemplo 5.1 Suponha que uma faculdade tenha três disciplinas diferentes de história, quatro disciplinas diferen-
tes de literatura e duas disciplinas diferentes de sociologia.
88 MATEMÁTICA DISCRETA

(a) O número m de maneiras que um estudante pode escolher uma de cada tipo de disciplina é:

m = 3(4)(2) = 24

(b) O número n de maneiras que um estudante pode escolher apenas uma disciplina é:

n=3+4+2=9

Há uma interpretação conjuntista dos dois princípios recém-vistos. Especificamente, suponha que n(A) denota
o número de elementos em um conjunto A. Então:
(1) Princípio da Regra da Soma: Suponha que A e B são conjuntos disjuntos. Logo,

n(A ∪ B) = n(A) + n(B)

(2) Princípio da Regra do Produto: Seja A × B o produto cartesiano dos conjuntos A e B. Logo,

n(A × B) = n(A) · n(B)

5.3 FUNÇÕES MATEMÁTICAS


Discutimos duas funções matemáticas importantes frequentemente empregadas em combinatória.

Função fatorial
O produto dos inteiros positivos de 1 a n, inclusive, é denotado por n! e se lê “n fatorial” ou “fatorial de n”. Logo,

n! = 1 · 2 · 3 · . . . · (n−2)(n−1)n = n(n−1)(n−2) · . . . · 3 · 2 · 1

Consequentemente, 1! = 1 e n! = n(n − l)!. É também conveniente definir 0! = 1.

Exemplo 5.2
(a) 3! = 3 · 2 · 1 = 6, 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24, 5 = 5 · 4! = 5(24) = 120.

(b) e, em termos mais gerais,

(c) Para valores grandes de n, usa-se a aproximação de Stirling (onde e = 2,7128…):

Coeficientes binomiais
O símbolo , que se lê “nCr” ou “combinação de n por r”, onde r e n são inteiros positivos com r ≤ n, é definido
como se segue:

ou, equivalentemente,

Observe que n − (n − r) = r. Isso nos leva à importante relação a seguir:

Lema 5.1: ou, equivalentemente, , onde a + b = n.


CAPÍTULO 5 • TÉCNICAS DE CONTAGEM 89

Motivados por esse fato, definimos 0! = 1. Afinal,

Exemplo 5.3

(a)

Observe que tem exatamente r fatores tanto no numerador quanto no denominador.

(b) Suponha que queremos computar . Haverá sete fatores em ambos numerador e denominador. Contudo,

10 − 7 = 3. Logo, usamos o Lema 5.1 para calcular:

Coeficientes binomiais e triângulo de Pascal

Os números são chamados de coeficientes binomiais, uma vez que eles aparecem como coeficientes na expan-
são (a + b)n. Especificamente:

Teorema (Binomial) 5.2:

Os coeficientes das potências sucessivas de a + b podem ser arranjados em uma disposição triangular de nú-
meros, chamada de triângulo de Pascal, como representado na Fig. 5-1. Os números no triângulo de Pascal têm as
seguintes propriedades interessantes:
(i) O primeiro e o último número em cada linha é 1.
(ii) Todos os demais números podem ser obtidos, adicionando os dois números que aparecem acima deles.
Por exemplo:

10 = 4 + 6, 15 = 5 + 10, 20 = 10 + 10.

Uma vez que esses números são coeficientes binomiais, estabelecemos formalmente a propriedade acima.

Figura 5-1 Triângulo de Pascal.

Teorema 5.3:
90 MATEMÁTICA DISCRETA

5.4 PERMUTAÇÕES
Qualquer disposição de um conjunto de n objetos em uma dada ordem é chamada de permutação dos objetos (to-
mados todos de uma vez). Uma disposição de quaisquer r ≤ n desses objetos em uma dada ordem é chamada de
“r-permutação” ou “permutação de n objetos tomados r por vez”. Considere, por exemplo, o conjunto de letras A,
B, C, D. Então:
(i) BDCA, DCBA e ACDB são permutações das quatro letras (tomadas todas de uma vez).
(ii) BAD, ACB e DBC são permutações das quatro letras tomadas três por vez.
(iii) AD, BC e CA são permutações das quatro letras tomadas duas por vez.
Geralmente, estamos interessados na quantia de tais permutações sem listá-las.
O número de permutações de n objetos tomados r por vez é denotado por

P(n, r) (outros textos podem usar nPr, Pn,r ou (n)r).

O teorema a seguir se aplica.

Teorema 5.4: P(n, r) = n(n − 1)(n − 2) · · · (n − r + 1) =

Enfatizamos que existem r fatores em n(n − 1)(n − 2) · · · (n − r + 1).

Exemplo 5.4 Encontre o número m de permutações de seis objetos, digamos, A, B, C, D, E, F, tomados três por
vez. Em outras palavras, determine a quantia de “palavras de três letras” usando apenas as seis letras dadas sem
repetição.
Representemos a palavra genérica de três letras pelas três posições seguintes:

——, ——, ——

A primeira letra pode ser escolhida de 6 maneiras; seguindo esta, a segunda letra pode ser escolhida de 5 maneiras;
e, finalmente, a terceira letra pode escolhida de 4 maneiras. Escrevemos cada número em sua posição apropriada
como se segue:

Pela Regra do Produto, há m = 6 · 5 · 4 = 120 possíveis palavras de três letras sem repetição, a partir das seis letras.
Logo, existem 120 permutações de 6 objetos tomados 3 por vez. Isso está de acordo com a fórmula do Teorema 5.4:

P(6, 3) = 6 · 5 · 4 = 120

De fato, o Teorema 5.4 é demonstrado da mesma maneira como fizemos neste caso em particular.
Considere agora o caso especial de P(n, r), quando r = n. Obtemos o seguinte resultado.
Corolário 5.5: Existem n! permutações de n objetos (tomados todos de uma vez).
Por exemplo, há 3! = 6 permutações das três letras A, B, C. Elas são

ABC, ACB, BAC, BCA, CAB, CBA.

Permutações com repetições


Frequentemente, queremos saber o número de permutações de um multiconjunto, ou seja, um conjunto de objetos
tais que alguns são repetidos. Denotamos por

P(n; n1, n2, . . . , nr)


CAPÍTULO 5 • TÉCNICAS DE CONTAGEM 91

o número de permutações de n objetos, dos quais n1 são repetidos, n2 são repetidos, . . ., nr são repetidos. A fórmu-
la geral é a seguinte:

Teorema 5.6: P(n; n1, n2, . . . , nr) =

Indicamos a demonstração do teorema acima com um exemplo específico. Suponha que queremos formar to-
das as possíveis “palavras” com cinco letras, usando os caracteres da palavra “BABBY”. Existem 5! = 120 permu-
tações dos objetos B1, A, B2, B3, Y, onde os três Bs são distinguidos. Observe que as seis permutações a seguir

B1 B2 B3AY, B2 B1 B3AY, B3 B1 B2AY, B1 B3 B2AY, B2 B3 B1AY, B3 B2 B1AY

produzem a mesma palavra quando os subscritos são removidos. O 6 vem do fato de que há 3! = 3·2·1 = 6 manei-
ras distintas para colocar os três B’s nas três primeiras posições da permutação. Isso é verdade para cada conjunto
de três posições nas quais os B’s podem aparecer. Consequentemente, o número de palavras diferentes de cinco
letras que podem ser formadas, usando as letras da palavra “BABBY” é:

Exemplo 5.5 Encontre o número m de palavras de sete letras que podem ser formadas, usando as letras da palavra
“BENZENE”.
Buscamos o número de permutações de 7 objetos, dos quais 3 são indistinguíveis (os três E’s), e 2 são indistin-
guíveis (os dois N’s). Pelo Teorema 5.6,

Amostras ordenadas
Muitos problemas se referem à escolha de um elemento a partir de um conjunto S, digamos, com n elementos.
Quando escolhemos um elemento após o outro, digamos, r vezes, chamamos a escolha de amostra ordenada de
tamanho r. Consideramos dois casos.

(1) Amostragem com reposição


Aqui o elemento é devolvido ao conjunto S antes que o próximo objeto seja escolhido. Assim, em cada vez existem
n maneiras para escolher um elemento (repetições são permitidas). A Regra do Produto nos diz que o número de
tais amostras é:

n · n · n · · · n · n(r fatores) = nr

(2) Amostragem sem reposição


Aqui o elemento não é devolvido ao conjunto S antes que o próximo seja escolhido. Logo, não há repetição na
amostra ordenada. Tal amostra é simplesmente uma r-permutação. Assim, o número de tais amostras é:

Exemplo 5.6 Três cartas são escolhidas uma após a outra em uma baralho de 52 cartas. Encontre o número m de
maneiras que isso pode ser feito: (a) com reposição; (b) sem reposição.
(a) Cada carta pode ser escolhida de 52 maneiras. Logo, m = 52(52)(52) = 140 608.
92 MATEMÁTICA DISCRETA

(b) Aqui não há devolução. Portanto, a primeira carta pode ser escolhida de 52 maneiras, a segunda de 51, e a
terceira de 50 maneiras. Logo,

m = P(52,3) = 52(51)(50) = 132 600

5.5 COMBINAÇÕES
Seja S um conjunto com n elementos. Uma combinação desses n elementos tomados r por vez é qualquer seleção
de r dos elementos, onde a ordem não interessa. Tal seleção é chamada de r-combinação; é simplesmente um sub-
conjunto de S com r elementos. O número de tais combinações é denotado por

C(n, r) (outros textos podem usar nCr, Cn,r ou Crn).

Antes de apresentarmos a fórmula geral para C(n, r), consideraremos um caso especial.

Exemplo 5.7 Encontre o número de combinações de 4 objetos A, B, C, D, tomados 3 por vez.


Cada combinação de três objetos determina 3! = 6 permutações dos objetos como se segue:

Assim, o número de combinações multiplicado por 3! nos dá o número de permutações; ou seja,

Mas P(4, 3) = 4 · 3 · 2 = 24 e 3! = 6; logo, C(4, 3) = 4, como observado acima.


Como indicado, qualquer combinação de n objetos, tomados r por vez, determina r! permutações dos objetos
na combinação; isto é,

P(n, r) = r! C(n, r)

Consequentemente, obtemos a seguinte fórmula para C(n, r), que formalmente estabelecemos como um teorema.

Teorema 5.7:

Lembre que o coeficiente binomial foi definido como logo,

Devemos usar C(n, r) e como sinônimos.

Exemplo 5.8 Um fazendeiro compra 3 vacas, 2 porcos e 4 galinhas de um homem que tem 6 vacas, 5 porcos e 8
galinhas. Encontre o número m de escolhas que o fazendeiro tem.
O fazendeiro pode escolher as vacas de C(6, 3) maneiras, os porcos de C(5, 2) e as galinhas de C(8, 4). Assim,
o número m de escolhas é o seguinte:

m= = 20 · 10 · 70 = 14 000
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir apresenta alguns exemplos de utilização do princípio fundamental da contagem


na resolução de problemas. Veja!

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Quantos números naturais pares de dois algarismos é possível formar?

A) 50.

B) 45.

C) 100.

D) 81.

E) 11.

2) O menu de um restaurante é composto por 2 opções de massa, 4 opções de carne, 3


opções de salada, 3 opções de bebida alcoólica e 5 tipos de refrigerante. Quantas
composições de refeições podem ser escolhidas por um cliente, considerando que ele
só poderá escolher uma opção de bebida e, obrigatoriamente, uma opção de cada
alimento.

A) 360.

B) 72.
C) 17.

D) 192.

E) 108.

3) De quantas maneiras distintas Ana poderá se vestir para sua entrevista de trabalho?
Considere que ela tem 6 calças sociais e 5 blusas em seu guarda-roupa.

A) 5.

B) 6.

C) 22.

D) 11.

E) 30.

4) Na feira de filhotes para adoção, os seis animais foram organizados em fila para
facilitar a visitação das pessoas. Há um gato, um coelho e quatro cachorros.
Considerando que todos os cachorros devem ficar entre os demais animais, de
quantos modos distintos os seis podem ser enfileirados?

A) 6.

B) 12.

C) 24.
D) 36.

E) 48.

5) No Brasil, as placas de carro são formadas por três letras e quatro algarismos. Sabe-
se também que a data para o pagamento do IPVA é definida conforme o último
algarismo da placa. Determine a quantidade de placas nas quais o número formado
pelos algarismos termine em 1.

A) 17.576.

B) 3.210.

C) 27.576.

D) 175.760.

E) 17.576.000.

NA PRÁTICA
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Princípio fundamental da contagem

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Reconhecendo o princípio fundamental da contagem como estratégia na resolução de


problemas combinatórios

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Permutações e arranjos

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos permutações e arranjos por meio de suas


definições, suas fórmulas e exemplos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Conhecer os conceitos de arranjo e permutação;


• Diferenciar arranjo de permutação;
• Solucionar problemas utilizando arranjo e permutação.

DESAFIO

Para resolver este desafio, você precisará aplicar arranjo ou permutação.

Vamos ao desafio!

O Brasil sediou a Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo 2014. Considere que a
Copa do Mundo teve 20 países participantes. Se o Brasil tivesse sido o país vencedor, a Espanha
a vice-campeã e o Uruguai tivesse terminado na terceira posição, obviamente o agrupamento
Brasil, Espanha, Uruguai difere do agrupamento Espanha, Brasil, Uruguai, pois, neste caso, a
ordem no grupo é um fator que o diferencia.

Considerando-se os 20 países participantes, determine o número total de possibilidades para os


três primeiros colocados.

INFOGRÁFICO

Veja a diferença entre arranjo e permutação:


CONTEÚDO DO LIVRO

"Muitos problemas se referem à escolha de um elemento a partir de um conjunto S, digamos,


com n elementos. Quando escolhemos um elemento após o outro, digamos, r vezes, chamamos a
escolha de amostra ordenada de tamanho r." (LIPSCHUTZ; LIPSON, p. 91, 2013)

Acompanhe o capítulo Permutações e Arranjos da obra Fundamentos de Matemática. Esta obra


foi escolhida como base teórica da nossa Unidade de Aprendizagem.
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Luciana Maria Margoti


Araujo
Permutações e arranjos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Conceituar arranjo e permutação.


„„ Diferenciar arranjo de permutação.
„„ Solucionar problemas utilizando arranjo e permutação.

Introdução
Neste capítulo, você conhecerá as possibilidades de organizar elementos
de maneira ordenada, verificará que, conforme o número de elementos
precisa ser contado, duas "operações" distintas podem ser utilizadas, de
acordo com uma particularidade.
Além disso, verá, também, a resolução de alguns problemas, en-
tendendo a tomada de decisão para aplicar uma ou outra operação
aprendida aqui.

Arranjo e permutação
Suponha que você tenha recebido a tarefa de organizar uma série de canetas
coloridas, em conjuntos de cinco objetos. Ao questionar sobre a ordem da
organização, de acordo com as cores, você recebeu a informação de que não
era necessário preocupar-se com isso. As cinco canetas de cada conjunto
seriam doadas a uma instituição de apoio a crianças, e o objetivo era que as
cores fossem aleatórias.
Enquanto você arrumava essas canetas, ficou pensando que, em meio a
255 canetas, quantas seriam as combinações possíveis de cores nesses con-
juntos. E se as cores que estivessem em cada grupo de cinco canetas fossem
importantes? Será que haveria alguma diferença?
Muitas vezes, você se depara com problemas desse tipo, envolvendo uma
separação de objetos, alimentos, pessoas, de maneira a formar grupos, em que
2 Permutações e arranjos

a ordem pode ou não fazer diferença. Como seria possível determinar todas
as possibilidades de agrupamentos dos elementos?
Antes de prosseguir e descobrir a forma mais fácil de determinar a quan-
tidade de combinações diferentes que um único conjunto pode apresentar,
verificaremos o conceito de função fatorial.
Seja um número n inteiro e positivo. Sempre que houver a notação n!, lida
como "n fatorial", será necessário realizar uma multiplicação dos números que
antecedem n, um a um, até que o último da sequência seja o número um. Assim:

n! = n(n-1)(n-2) ... 2 . 1

E o resultado da função fatorial de um número será o dessa multiplicação.


Por exemplo, suponha que seja necessário calcular 5!

5! = 5 .4 .3 .2 .1
5! = 120

Para 8!

8! = 8 .7 .6 .5 .4 .3 .2 .1
8! = 40.320

Caso haja a necessidade, ainda é possível deixar representado o fatorial de


um número da seguinte forma:

8! = 8 .7 .6 .5!

deixando indicado que, na sequência, seria necessário prosseguir com o


fatorial do número 5.

Dessa maneira, começamos a definir algumas particularidades importantes


da função fatorial:

n! = n(n-1)(n-2)!;
1! = 1;
0! = 1.
Permutações e arranjos 3

Utilizando-se de uma dessas particularidades, é possível simplificar ope-


rações de divisão entre fatoriais de dois números. Por exemplo:

19!
D = 16!

Ao invés de desenvolver as multiplicações referentes ao fatorial de cada


número, você pode fazer o seguinte:

19 .18 .17 .16!


D= 16!

E simplificar o 16!, que está no numerador com o 16! que está no


denominador:

19 .18 .17 .16!


D= 16!

D = 19 .18 .17

D = 5.814

Agora já podemos prosseguir!


Suponha que você possua três objetos: um em forma de quadrado, um de
círculo e outro de triângulo, conforme a Figura 1, a seguir.

Figura 1. Objetos a serem organizados.

Quais seriam as combinações possíveis, se fosse necessário organizá-los


de dois a dois, levando-se em consideração a ordem deles? Ou seja, a "dupla"
4 Permutações e arranjos

quadrado + círculo sendo considerada diferente da "dupla" círculo + quadrado.


Verifique a Figura 2.

1 2 3

4 5 6
Figura 2. Agrupamento dos objetos.

Seria, então, possível organizá-los de seis maneiras diferentes.


Agrupamentos de objetos, levando-se ordem em consideração, são conhe-
cidos por arranjos. Arranjo é o número de resultados possíveis de um evento,
com um número de elementos que devem ser organizados, levando-se em
consideração a ordem em que serão colocados.
A expressão matemática que define o cálculo do arranjo é:

n!
An,p =
(n – p)!

em que n é o número total de objetos a serem organizados, e p é o número


que será considerado nos conjuntos organizados. Dessa forma, n deverá ser
sempre maior do que p (n>p). A notação:

An,p

pode ser lida como "arranjo de n elementos, p a p".


Permutações e arranjos 5

Exemplificando, o arranjo de nove elementos, de três em três, levando-se


a ordem de organização em consideração, seria:

9!
A9,3 = (9 – 3)!

9!
A9,3 = 6!

9 .8 .7 .6!
A9,3 = 6!

Assim:

A9,3 = 9 .8 .7
A9,3 = 504

o que resulta em 504 combinações diferentes desses elementos. Essa com-


binação seria um exemplo para contar quantos números de três algarismos
são possíveis de serem formados com os inteiros de 1 a 9.
Outra situação é quando você possui um número n de objetos e deseja saber
de quantas formas diferentes estes mesmos n objetos podem ser agrupados.
Sendo assim, a ordem dos grupos é relevante. Ou, com um exemplo prático,
considere os objetos da Figura 1 e verifique, na Figura 3, a seguir, de quantas
maneiras diferentes eles podem ser colocados de acordo com a ordem.

Figura 3. Três objetos organizados de três em três.


6 Permutações e arranjos

De acordo com a Figura 3, haveria seis possibilidades diferentes de orga-


nizar os objetos.
Eventos desse tipo são conhecidos como permutação, que é utilizada
quando o número de elementos é igual ao número de posições que se deseja
organizar, levando a ordem em consideração. Ela é definida por:

Pn = n!

em que n é o número de objetos e um número inteiro positivo.


Como exemplo, suponha que você possua cinco livros para serem orga-
nizados em uma prateleira. De quantas formas diferentes seria possível essa
organização?

P5 = 5!
P5 = 5 .4 .3 .2 .1
P5 = 120 maneiras

Arranjo e permutação fazem parte da área da matemática que estuda estatística e


probabilidade. São muito utilizados para determinar o número de possibilidades em
sorteios e premiações.

Diferenças entre arranjo e permutação


Tanto no arranjo quanto na permutação, a ordem dos elementos organizados
faz diferença e é importante. Na ordem de uma fila de crianças, por exemplo, a
organização Cláudia, Mara e Fernanda é diferente de Fernanda, Mara e Cláudia,
que, por sua vez, é diferente de Mara, Cláudia e Fernanda, e assim por diante.
Então, como saber quando a situação-problema é de arranjo ou permutação?
É bem simples!
Sempre que o número de objetos a serem organizados for maior que os
agrupamentos que você precisa fazer, isso será arranjo. Por outro lado, quando
o agrupamento tiver o mesmo número que a quantidade de objetos que você
possui, então, será permutação.
Permutações e arranjos 7

Suponha que você tenha em mãos um baralho, contendo 52 cartas. De


quantas maneiras diferentes estas cartas podem ser apresentadas, de acordo
com a sua ordem? Essa resolução será realizada com a permutação, pois você
possui 52 cartas a serem combinadas em 52 posições distintas. Assim:

P52 = 52!

Caso a intenção fosse organizar as cartas desse mesmo baralho, agrupadas


de duas a duas, quantas seriam as diferentes possibilidades?

52!
A52,2 =
(52 – 2)!

52!
A52,2 = 50!

52 .51 .50!
A52,2 =
50!

A52,2 = 52 .51 = 2.652

Lembrar se o número de posições é igual ou diferente do número de objetos a serem


organizados é extremamente importante. Essa é a forma mais prática de diferenciar
arranjo e permutação. Confundi-los é muito comum. Por isso a importância dessa
memorização.

Problemas utilizando arranjo e permutação


Nesta seção, você verá a resolução de alguns problemas utilizando arranjo
ou permutação.

„„ Em um pacote de 6 balas, foram colocados 6 sabores diferentes. De


quantas maneiras distintas as balas, por ordem de sabores, podem ser
retiradas do pacote?
8 Permutações e arranjos

Como as balas poderão ser escolhidas aleatoriamente, não há uma ordem


de sabores definida. Você sabe que são 6 balas e 6 sabores distintos
a serem retirados em ordens também distintas. Assim, trata-se de um
problema a ser resolvido com permutação:

P6 = 6!
P6 = 6.5 .4 .3 .2 .1
P6 = 720

Logo, seria possível obter 720 combinações diferentes na ordem dos


sabores.

„„ Uma operadora de telefones pretende iniciar suas atividades. Atual-


mente, os números de telefones têm 8 dígitos. Para seu funcionamento,
foram liberadas quaisquer sequências numéricas, desde que o primeiro
dígito fosse 5. Quantos números diferentes essa operadora poderá dis-
ponibilizar para seus clientes?
Como o primeiro número da sequência, obrigatoriamente, precisa ser
5, resta a organização dos números de 0 a 9, em 7 posições diferentes.
Resolveremos esse problema com um arranjo de 10 algarismos, orga-
nizados de 7 em 7.

10!
A10,7 = (10 – 7)!

10!
A10,7 = 3!

A10,7 = 604.800

Logo, estariam disponíveis 604.800 combinações numéricas diferentes,


com o número inicial sendo igual a 5.

„„ Uma empresa necessita organizar trios de trabalho para operar três


equipamentos diferentes, ininterruptamente, durante 30 dias. Conside-
rando que essa empresa possua um total de 273 funcionários, de quantas
formas diferentes eles podem ser organizados, pensando inclusive nas
diferentes possibilidades de operação de cada um dos equipamentos?
Permutações e arranjos 9

Novamente, você precisa organizar um número de funcionários de


maneiras diferentes, em grupos menores que o total de pessoas que
trabalham na empresa.

273!
A273,3 =
(273 – 3)!

273!
A273,3 = 270!

A273,3 = 20.123.376

Seriam possíveis 20.123.376 trios diferentes, considerando a operação


de equipamentos distintos.

„„ Em uma confecção de panos de prato, os lotes produzidos deverão conter


uma sequência de 3 letras. Quantos lotes poderão ser produzidos até
que uma nova forma de controlar os lotes seja necessária?
Nosso alfabeto possui 26 letras que deverão ser distribuídas em 3
posições:

26!
A26,3 = (26 – 3)!

26!
A26,3 = 23!

A26,3 = 15.600

A confecção poderá produzir 15.600 lotes até que uma nova maneira
de controlar os lotes seja necessária.

O livro Estatística, de Spiegel e Stephens (2009), traz vários exercícios para você treinar
sua aprendizagem, além de demonstrar outras operações importantes, quando for
necessária a organização de elementos.
10 Permutações e arranjos

LIPSCHUTZ, S.; LIPSON, M. Matemática discreta. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
(Coleção Schaum). (Coleção Schaum).
ROSEN, K. H. Matemática discreta e suas aplicações. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2009.
SPIEGEL, M. R.; SCHILLER, J.; SRINIVASAN, A. Probabilidade e estatística. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2012. (Coleção Schaum).
SPIEGEL, M. R.; STEPHENS, L. J. Estatística. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. (Coleção
Schaum).
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

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EXERCÍCIOS

1) Sabendo que há 5 carros para serem estacionados em 5 vagas, determine de quantas


maneiras eles podem ser estacionados.

A) 5.

B) 15.

C) 25.

D) 120.

E) 240.

2) Em um baile de dança, há 10 moças e 10 rapazes. Determine de quantas maneiras


eles podem formar pares para uma dança.

A) 10.

B) 20.

C) 100.

D) 3.600.
E) 3.626.800.

3) Os alunos estão programando a tão esperada formatura de 3o ano. Para organizar


todo o evento, será eleita uma comissão entre os alunos e dez candidataram-se para
ocupar os cargos de presidente e vice-presidente. Determine de quantas maneiras
diferentes esta escolha poderá ser realizada.

A) 10.

B) 20.

C) 90.

D) 100.

E) 1000.

4) Considere as letras a, b, c e d. Determine quantos agrupamentos ordenados


diferentes de 2 letras distintas são possíveis de serem formados com as quatro letras.

A) 4.

B) 8.

C) 12.

D) 24.

E) 36.
5) Determine quantas “palavras” (com sentido ou não) de 5 letras distintas é possível
formar com as 15 primeiras letras do alfabeto brasileiro.

A) 65.

B) 15.

C) 360.

D) 360.360.

E) 1.307.674.368.000.

NA PRÁTICA

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Entenda a diferença entre Permutação, Arranjo e Combinação.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Como saber quando utilizar: Arranjo, Combinação e Permutação

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Combinações

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos as combinações por meio de sua definição, sua
fórmula e exemplos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Conhecer o conceito de combinação;


• Aplicar a fórmula utilizada para o cálculo de combinação;
• Solucionar problemas utilizando combinação.

DESAFIO

A ideia de combinação pode ser utilizada em diversos problemas aplicados. Lembre que, em
alguns casos, as regras da multiplicação ou da soma devem ser utilizadas em conjunto com a
fórmula da combinação.
Quantas são as possibilidades de escolha dessa comissão?

INFOGRÁFICO

A combinação é extremamente útil para definirmos a quantidade de possibilidades de um evento


acontecer sem termos que listar todos. O infográfico apresenta a fórmula para o cálculo de
combinação e um exemplo.
CONTEÚDO DO LIVRO

"Seja S um conjunto com n elementos. Uma combinação desses n elementos tomados r por vez é
qualquer seleção de r dos elementos, onde a ordem não interessa." (LIPSCHUTZ; LIPSON,
2013, p. 92)

Acompanhe o caítulo do livro Combinações, do livro Fundamentos de Matemática essa obra foi
escolhida como base teórica da nossa unidade.
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Mariana Sacrini Ayres


Ferraz
Combinações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Reconhecer os princípios da contagem.


„„ Aplicar a fórmula para cálculo de combinação.
„„ Solucionar problemas de combinação.

Introdução
A análise combinatória é muito utilizada em diversas áreas da ciência,
seja para resolver simples problemas matemáticos, seja para problemas
avançados, como o da teoria da informação. Ela é muito útil na escolha
de objetos de um conjunto, assim como na decisão da quantidade de
jogos em um torneio.
Neste capítulo, você aprenderá sobre o conceito de combinação e
aplicações e a resolver diversos problemas que envolvem combinatória.

Princípios da contagem
O estudo das possibilidades de um evento, ou também do número de elementos
em um certo conjunto, é o que conhecemos como combinatória ou análise
combinatória. Pode-se dizer, então, que a análise combinatória utiliza técnicas
de contagem, dentre as quais estão a permutação e a combinação.
Existem dois princípios básicos da contagem: o princípio da soma e o da
multiplicação.

Princípio fundamental da contagem I: regra da


multiplicação
Suponha que um evento A tenha m possíveis maneiras de ocorrer e outro
evento independente B tenha n maneiras possíveis de acontecer. Ao se realizar
2 Combinações

o primeiro evento, seguido pelo segundo, o número de maneiras possíveis


dessa ocorrência é dado por m × n.
Ou seja, realizar um evento e outro evento significa que temos que multi-
plicar o número possível de cada operação, conforme esquema da Figura 1.

[1º evento] e [2º evento]

m × n
“e” é entendido como multiplicação
Figura 1. Quadro da regra da multiplicação.

Se jogarmos um dado e uma moeda, quantas possibilidades podem ocorrer?


Sabemos que um dado tem 6 faces. Assim, ao jogá-lo, teremos 6 possíveis cenários:
sair o número 1, 2, 3, 4, 5 ou 6. Já a moeda tem duas opções possíveis: cara ou coroa.
Jogando, então, os dois, teremos 6 × 2 = 12 cenários possíveis. A seguir, está a lista
de todas as possibilidades.

Fonte: Adaptada de Alice Menezes/Shutterstock.com; art-sonik/Shutterstock.com.


Combinações 3

Princípio fundamental da contagem II: regra da soma


Suponha que um evento A tenha m possíveis maneiras de ocorrer e outro
evento B tenha n maneiras possíveis de acontecer. Se os eventos não puderem
ocorrer ao mesmo tempo, o número de possibilidades de termos um evento A
ou um evento B é dado por m + n.
Assim, ao realizar um evento ou outro, o número de maneiras possíveis é
a soma do número possível de cada um, conforme a Figura 2.

[1º evento] ou [2º evento]

m + n
“ou” é entendido como adição
Figura 2. Quadro da regra da soma.

Pensaremos no dado e na moeda novamente. Suponha que, em uma brincadeira,


você tenha a possibilidade de usar um dado ou uma moeda em uma jogada. Qual é
o número de possibilidades para essa jogada?
Como sabemos, existem seis possíveis saídas para o dado e duas para a moeda.
Assim, o número total de saídas possíveis será 6 + 2 = 8.

Cálculo de combinação
A combinação é a seleção de um número de objetos de um dado conjunto, sem
que a ordem importe. Por exemplo, suponha A e B elementos de um conjunto,
a seleção AB é igual à seleção BA. A combinação é representada por C (n, r),
ou Cnr , e significa a combinação de n elementos em r elementos. Por exemplo,
C (10,2) que é a combinação de 10 elementos de um conjunto, de 2 em 2. A
definição de combinação é dada por:
4 Combinações

n!
C (n, r) =
r! (n – r)!

Por exemplo, qual é a combinação das letras A, B, C e D tomadas 3 por


vez? Como na combinação não importa a ordem, temos que as combinações
possíveis serão:
ABC, ABD, ADC e DBC.
Utilizando a definição acima, encontramos que:

4!
C(4,3) = 3! 1! = 4

O símbolo !, na definição da combinação, significa fatorial. O fatorial de um número


inteiro n é dado por:

n! =n × (n –1) × (n – 2) × ... × 1.

Por exemplo:

4! = 4 × 3 × 2 × 1 = 24.

No campeonato mirim de xadrez da sua escola, inscreveram-se 9 alunos. Sabendo que


todos devem jogar com todos na primeira etapa, o torneio se iniciará com quantos
jogos?
Nesse caso, os 9 alunos devem ser combinados em 2 por vez. Assim, temos que:

9! 9×8
C(9,2) = = = 9 × 4 = 36
2! 7! 2

Ou seja, o torneio iniciará com 36 jogos.


Combinações 5

Além da combinação, temos outros tipos de seleção, como o arranjo e a


permutação. Para saber mais sobre esses assuntos, veja o livro de Lipschutz
e Lipson (2013).

Problemas de combinação
A combinação pode ser utilizada para a resolução de muitos problemas. Nessa
seção, exploraremos alguns deles. Lembre-se de que as regras da multiplicação
e da soma devem ser aplicadas em conjunto com a combinação para a solução
de alguns casos.

Problema 1: Uma lojista, preparando cestas de presente, tinha que escolher


3 cookies, 2 muffins e 4 trufas. No total, ela tinha 6 sabores de cookies, 5 de
muffins e 8 de trufas. Quantas possíveis cestas ela conseguirá montar?
A lojista pode escolher os cookies de C (6,3) maneiras, os muffins de C
(5,2) e as trufas de C (8,4). Assim, o número total N de possibilidades será:

N = C(6,3) × C(5,2) × C(8,4)

6! 8! 8! 6×5×4 5×4 8×7×6×5


N= × × = × ×
3! 3! 2! 3! 4! 4! 3×1 2 4×3×2

= 20 × 10 × 70 = 14.000

Por fim, a lojista terá 14.000 tipos de cestas diferentes.

Problema 2: Era dia dos namorados, e Jorge queria montar um buquê de


flores para sua namorada Ana. Na floricultura, ele estava indeciso entre rosas
ou gardênias. Como opções, tinham gardênias brancas e amarelas e rosas
vermelhas, roxas, brancas e amarelas. Jorge decidiu, então, que queria duas
cores, mas de rosas ou gardênias. Quantos possíveis buquês ele poderá formar?
Os buquês terão duas cores. Assim, o número de possibilidades para as
gardênias será de C (2,2), e o número de possibilidades para as rosas será C
(4,2). Como ele quer gardênia ou rosas, o número total de possibilidades N será:

2! 4! 4×3
N = C(2,2) + C(4,2) = × =+ =1+6=7
2! 0! 2! 2! 2
6 Combinações

Assim, Jorge terá que escolher entre 7 possíveis buquês de flores para Ana.

Problema 3: Um clube estava interessado em criar uma gincana para seus


sócios. Os times tinham que ter 4 pessoas. No total, 5 mulheres (M) e 4
homens (H) participariam da gincana. Quantos times diferentes poderiam
ser formados se cada time tivesse que ter exatamente uma ou duas mulheres?
Um time consiste em 4 pessoas, e existem dois tipos de times possíveis.
O primeiro tipo de time possível é aquele que tem uma mulher e 3 homens,
1M + 3H, e o segundo tipo tem 2 mulheres e 2 homens, 2M+2H. A Figura 3,
a seguir, mostra como podemos descobrir a quantidade de times que podemos
montar para a gincana desse clube.

1M e 3H ou 2M e 2H

C(5,1) × C(4,3) + C(5,2) × C(4,2)


= 5 × 4 + 10 × 6
= 20 + 60
= 80
Figura 3. Quadro da solução do problema 3.

Ou seja, será possível montar 80 times diferentes para a gincana do clube.

Você já ouviu falar do projeto chamado M3 Matemática Multimídia? Nele, você encon-
trará diversos recursos educacionais abertos, como experimentos, vídeos e softwares.
Dentre os recursos, diversos envolvem conteúdo de combinatória. Dê uma investigada
no link a seguir:

https://goo.gl/ztESh
Combinações 7

Referência

LIPSCHUTZ, S.; LIPSON, M. Matemática discreta. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
(Coleção Schaum).
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Conheça mais sobre as combinações e veja exemplos práticos que ajudam a identificá-las.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Uma classe tem 10 estudantes com 6 homens e 4 mulheres. Encontre o número n de


maneiras para se selecionar um comitê de 4 membros entre os estudantes.

A) 20.

B) 24.

C) 210.

D) 720.

E) 3.628.800.

2) Considere que em uma festa de aniversário será servido sorvete aos convidados.
Serão oferecidos os sabores de morango (M), chocolate (C), baunilha (B) e ameixa (A)
e o convidado deverá escolher dois entre os quatro sabores.

A) 3.

B) 6.
C) 8.

D) 12.

E) 24.

3) Considere que você tenha 12 bolas de cores distintas e deseja separá-las em caixas de
4 bolas cada uma. De quantas maneiras diferentes você pode organizar as caixas?

A) 24.

B) 48.

C) 495.

D) 40.320.

E) 479.001.600.

4) Uma escola deseja estimular a leitura de seus alunos e instituiu que ao longo do ano
letivo eles devem ter lido pelo menos 5 livros não didáticos. E, buscando agradar o
aluno, a coordenadora informou que ele pode escolher 3 livros dentro da lista de 8
livros recomendados por ela e 2 revistas das 7 opções disponíveis. Marque a
alternativa que representa as diferentes formas que o aluno poderá escolher os seus
livros e revistas.

A) C (8, 3) + C (7, 2).

B) C (8, 3) x C (7, 2).


C) C (8, 3)/C (7, 2).

D) P8 x P7.

E) P8 + P7.

5) Um fazendeiro deseja comprar os seguintes animais: 3 vacas, 2 porcos e 4 galinhas.


Ele negocia esta compra com outro fazendeiro da região que tem 6 vacas, 5 porcos e 8
galinhas. Encontre o número de escolhas que o fazendeiro tem para realizar a
aquisição de novos animais.

A) 100.

B) 576.

C) 14.000.

D) 41.160.

E) 9.500.

NA PRÁTICA
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Combinações simples

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Porcentagem

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos definir a porcentagem, além de conhecer exemplos e


aplicações.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar a porcentagem.
• Transformar razões em taxas percentuais.
• Utilizar a porcentagem em situações-problemas.

DESAFIO

Adriano está analisando a compra de um carro novo. Ele pesquisou bastante antes de decidir e
definiu três modelos que lhe interessavam. As propostas que Adriano recebeu das
concessionárias encontram-se a seguir:
Ajude Adriano a calcular o valor a ser pago, em cada modelo de carro, para pagamento à
vista e a prazo (calcular o valor da entrada e o valor das prestações).

INFOGRÁFICO

O infográfico a seguir reforça os conceitos de base unitária e de base percentual.


CONTEÚDO DO LIVRO

A razão cujo denominador é 100 recebe o nome de razão centesimal, podendo ser expressa em
taxas percentuais. Leia a seguir o capítulo Porcentagem do livro Fundamentos de Matemática
e aprofunde seus conhecimentos sobre o assunto.

Boa leitura!
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Luciana Maria Margoti


Araujo
Porcentagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Explicar sobre porcentagem.


„„ Transformar razões em taxas percentuais.
„„ Utilizar porcentagem em situações-problema.

Introdução
Neste capítulo, você aprenderá sobre porcentagem e verificará como
contas simples, baseadas em frações, podem auxiliar na resolução de
muitos problemas.
Embora muito utilizada em problemas financeiros, outras aplicações
úteis e relevantes são apresentadas com o uso da porcentagem.

Porcentagem
Utiliza-se porcentagem com muita frequência no dia a dia: para determinar
descontos, juros, rendimentos e impostos, por exemplo. Por esse motivo, ela
é muito usada em relações e operações financeiras, além de sua aplicação em
situações mais simples, como na menção de proporção de ingredientes em
uma receita de bolo.
Antes de iniciar com a sua utilização propriamente dita, você deve saber
o que é uma razão centesimal. Sempre que uma fração é representada pela
razão que tem o denominador igual a 100, ela é dita centesimal.

5 39 84
; ;
100 100 100
2 Porcentagem

Sendo assim, pensando em "metade" representada por uma fração cente-


simal, se denominador da razão precisa ser 100, metade disto é 50:

50
100

Assim, tem-se uma razão centesimal que representa metade. Para com-
provar, basta simplificar a fração e verificar que, ao final, restará 1/2, que é
igual a 0,5.

Todas as frações representadas por razões centesimais são lidas de maneira


que o número presente no numerador esteja "sobre cem", "centésimos" ou
"dividido por cem". Assim:

11
100

Pode-se ler a razão acima como: onze sobre cem, onze centésimos ou
onze dividido por cem. Da relação de 100 com um inteiro, na fração acima,
entendemos que foram tomadas 11 partes de 100 disponíveis. E assim surge
a ideia de porcentagem, indicando a fração tomada de 100.

Agora, considere a fração:

20
100

Lê-se "vinte dividido por cem", que pode ser representada por:

0,20

ou vinte centésimos.

Ao multiplicar este número por 100, teremos a expressão de porcentagem,


representada pelo símbolo %. Assim:

0,20 × 100 = 20%

onde lemos "vinte por cento" (vinte por cem).


Porcentagem 3

Vamos a mais alguns exemplos!

Três por cento:

3
= 0,03 ou 3%
100

Quinze por cento:

15
= 0,15 ou 15%
100

Trinta e dois por cento:

32
= 0,32 ou 32%
100

Cento e sessenta por cento:

160
100 = 1,6 ou 160%

Ana e Flávio possuíam 100 bolinhas de gude, cada um. Ana ganhou mais 20 bolinhas
de gude de seu avô. Qual foi a porcentagem de aumento do número de bolinhas de
gude de Ana em relação ao de Flávio?
Como os dois possuíam a mesma quantidade, a comparação será realizada somente
determinando a porcentagem que Ana possui a mais, após o presente de seu avô. Assim:

20
= 0,20 ou 20%
100

Ana possui, agora, 20% de bolinhas de gude a mais que Flávio.


4 Porcentagem

Transformação de razões em taxas percentuais


Nem sempre as frações a serem definidas nas porcentagens estarão em uma
razão centesimal.
Para uma pizza grande, dividida em oito pedaços, qual seria a porcentagem
equivalente a um pedaço?
Utilizando as noções de frações, faremos a relação (razão) entre um pedaço
de um total de oito pedaços:

1
8 = 0,125

Agora que já sabemos a representação decimal da fração, para transformar


0,125 em porcentagem, basta multiplicar por 100 e acrescentar o símbolo "%".

0,125 × 100 = 12,5%

Logo, um pedaço de pizza, de um total de oito pedaços, representa 12,5%


(doze e meio por cento) da pizza. De fato, se cada pedaço representar 12,5%
ou 0,125, a soma dos oito pedaços é:

0,125 + 0,125 + 0,125 + 0,125 + 0,125 + 0,125 + 0,125 + 0,125 = 1

ou,

0,125 × 8 = 1

onde "1" representa o inteiro ou 100% da pizza.

Imagine, agora, que uma biblioteca possui 5630 livros e pretende aumentar
esta quantidade em 30%. Depois de novas aquisições, quantos livros essa
biblioteca possuirá.
Primeiramente, é necessário determinar a quantidade de livros correspon-
dentes a 30% de um total de 5.630. Ou seja, certa quantidade de livros (x),
dividida por 5630, deverá resultar em 30% ou 0,30:

x
5630 = 0,30
Porcentagem 5

Assim, multiplicando 0,30 por 5630, você saberá a quantidade de livros


correspondentes a esse percentual:

5.630 × 0,30 = 1.689

A biblioteca fará a aquisição de 1.689 livros, resultando um total de:

5.630 + 1.689 = 7.319 livros

Ao comprar uma camisa que custa R$ 69,50 à vista, a loja dará 15% de
desconto. Qual será o valor pago nessa compra?
Novamente, você precisa descobrir o valor referente a 15% de R$ 69,50.
Como você viu no exemplo anterior, para descobrir essa quantidade, basta
multiplicar o valor total pela porcentagem (em número decimal) correspondente.
Após, realizar a subtração:

69,50 × 0,15 = 10,425

Calculado o valor do desconto, para saber quanto será pago, basta diminuir
este desconto do valor total:

69,50 – 10,425 = 59,075

Provavelmente, o valor pago nessa compra será, aproximadamente, de


R$ 59,10. Por ser tratar de um valor em dinheiro, o preço cobrado precisa ser
compatível com o troco a ser entregue ao comprador. Dessa maneira, o valor
de R$ 59,075 foi arredondado para R$ 59,10.

Ao atrasar por um mês o pagamento de sua conta de telefone, você foi


informado de que ao valor dela, que era de R$ 46,00, seriam acrescidos 5%
de juros. Qual é o valor, em dinheiro, correspondente aos juros? Quanto você
deverá pagar nessa conta?

5
5% de 46 = × 46 ou 0,05 × 46
100
6 Porcentagem

resultando em R$ 2,30 de juros que serão cobrados. Portanto, o valor a


ser pago na conta será de:

46 + 2,30 = 48,30

Pensando ainda no problema acima, se sua conta fosse considerada como


100%, o valor que era devido, ao acrescentar 5% de juros, seriam pagos 105%
do valor total ou:

105% ÷ 100 = 1,05

Assim:

46 × 1,05 = 48,30

Já indicando o total a ser pago, somando-se os juros.

Imaginamos, agora, que, em uma gincana da escola, três equipes foram


divididas e receberam a tarefa de arrecadar dinheiro para ajudar o asilo da
cidade. Ao final da apuração, a equipe azul havia arrecadado 40% a mais que a
equipe laranja; e a equipe laranja, 15% a mais que a equipe verde. Sabendo-se
que a equipe verde conseguiu arrecadar R$ 485,00, quais foram os valores
conseguidos pelas equipes azul e laranja.

Como foi apresentado o valor arrecadado pela equipe verde, e o valor


arrecadado pela equipe laranja está relacionado a ele, você pode verificar
que a equipe laranja, tendo arrecadado 15% a mais que a verde, conseguiu
115% do valor daquela equipe. Assim, a equipe laranja arrecadou R$557,15:

115% ÷ 100 = 1,15

1,15 × 485 = 557,75

Já o valor conseguido pela equipe azul está relacionado ao valor da equipe


laranja. Assim, a partir de agora, o valor arrecadado pela equipe laranja passa
a ser o inteiro, ou 100%. Logo, como a equipe azul conseguiu 40% a mais que
a laranja, chegou, então, a 140% do valor desta equipe:

140% ÷ 100 = 1,4


Porcentagem 7

Ou seja:1,4 × 557,75 = 780,85


A equipe azul conseguiu arrecadar R$780,85.

Como você viu até aqui, a porcentagem dá solução a inúmeras situações, sejam elas
financeiras ou não. É preciso atenção ao operar com porcentagens, uma vez que, para
realizar as operações, você deverá tirar o símbolo de %, dividindo o número por 100.
Por exemplo, 3% é igual a 3/100, que resulta em 0,03.

Porcentagem em situações-problema
Verificaremos como podem ser aplicados os conceitos de porcentagem em
variadas situações. Como você já percebeu, todas as vezes que a quantidade
referida for menor que o inteiro (100%), em números decimais, ela assumirá
um valor entre zero e um, ou menor que 100%.

Uma sala de aula com 40 alunos tem 25% de meninas. Qual é a quantidade
de meninas nessa sala?

25
= 0,25
100

40 × 0,25 = 10 alunas

Na compra de uma geladeira com valor de R$ 2.500,00, a loja informou


que cobra 3% de juros (simples) ao mês, independentemente de quantas vezes
o pagamento será parcelado. Você decidiu dividir o pagamento da geladeira
em 6 parcelas. Qual será o valor total de juros cobrados? Qual será o valor
de cada parcela?

Como o pagamento será dividido em 6 parcelas a juros simples, os juros


serão calculados pela quantidade de meses a serem divididas as parcelas,
sobre o valor total da geladeira. Ou seja, 3% vezes as 6 parcelas que você
pretende pagar:
8 Porcentagem

3
× 6 = 0,18 ou 18% de juros no total
100

Assim, 18% de R$ 2.500,00 indicará o valor a ser acrescido no preço da


geladeira com o pagamento parcelado:

18
× 2.500 = 450
100

O valor total da geladeira, parcelado, será de R$ 2.500,00 + R$ 450,00 =


R$ 2.950,00. Divido em 6 parcelas:

2.950 ÷ 6 ≅ 491,67

Cada parcela será de, aproximadamente, R$ 491,67.

Para vender uma maior quantidade de produtos, uma loja resolve conceder
30% de desconto para todos os clientes que fizerem suas compras à vista. Ana
deseja comprar um conjunto de moletom, cujo valor é R$ 129,00, uma calça
jeans de R$ 89,90 e uma camiseta de R$ 56,00. Pagando à vista, qual será o
valor de desconto obtido por Ana?

Antes de determinar o desconto, você precisa verificar o valor total da


compra de Ana:

129 + 89,90 + 56 = 274,90

A partir daí, verificar o desconto que é de 30% ou 30/100 = 0,30:

0,30 × 274,90 = 82,47

O desconto de Ana será de R$ 82,47.

Em janeiro deste ano, um pacote de arroz custava R$ 18,50. Em dezembro,


essa mesma marca de arroz passou a ser vendida por R$ 21,30. Qual foi o
aumento, em porcentagem, ocorrido?
Porcentagem 9

Você precisa determinar qual é a proporção entre os dois valores. Como


houve um aumento, espera-se um resultado acima de 100%. Assim:

21,30
18,50 = 1,1513

O arroz passou a ser vendido por 1,1513 vezes mais que o preço do início
do ano ou:

1,1513 × 100 = 115,13

Houve um aumento de 15,13% acima do valor oferecido em janeiro.

LIMA, D. M.; GONZALEZ, L. E. F. Matemática aplicada à informática. Porto Alegre: Book-


man, 2015. (Série Tekne).
ZOT, W. D.; CASTRO, M. L. Matemática financeira: fundamentos e aplicações. Porto
Alegre: Bookman, 2015.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Esta videoaula traz esclarecimentos sobre porcentagem com exemplos práticos. Confira!

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EXERCÍCIOS

1) Carla gastou R$15,00 para preparar um arranjo de flores e o vendeu com o lucro de
R$6,00. Determine a porcentagem do lucro de Carla.

A) 250%.

B) 2,50%.

C) 40%

D) 0,40%.

E) 90%.

2) Paulo é um revendedor de bolos e compra, cada um, por R$12,00. Ele deseja lucrar
30% na venda. Qual será o lucro unitário, em reais, de Paulo?

A) R$15,60.

B) R$3,60

C) R$0,025.
D) R$40,00.

E) R$0,40.

3) A gasolina vendida no Brasil é uma mistura de álcool e gasolina. Considerando que,


em um dado galão há 240 litros de gasolina e 60 litros de álcool, calcule a
porcentagem de álcool contida na mistura.

A) 25%

B) 5%.

C) 0,20%.

D) 0,25%.

E) 20%

4) Ana é vendedora de roupas e ganha, como remuneração variável, uma comissão de


5% sobre os lucros nas vendas realizadas. Se no mês passado as vendas foram de
R$60.000,00, com um lucro de 30%, então a comissão de Ana será:

A) R$900,00.

B) R$3.000,00.

C) R$18.000,00.

D) R$10.000,00.
E) R$9.000,00.

5) O casal Lúcia e Antônio recebe de salário, por mês, R$21.500,00. Sabendo que o
homem recebe 15% mais que sua esposa, calcule os salários de cada um.

A) Lúcia ganha R$2.804,35, e Antônio ganha R$18.695,65 por mês.

B) Lúcia ganha R$9.878,38 e Antônio ganha R$11.621,62 por mês.

C) Lúcia ganha R$10.750,00 e Antônio ganha R$10.750,00 por mês.

D) Lúcia ganha R$3.225,00, e Antônio ganha R$18.215,00 por mês.

E) Lúcia ganha R$10.000,00, e Antônio ganha R$11.500,00 por mês.

NA PRÁTICA

João realiza investimentos em imóveis. Ele compra apartamentos e casas, reforma-os e depois
os vende com um lucro de 20%. Veja a seguir qual foi o último imóvel adquirido por João, com
seu valor de compra e venda.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Porcentagem

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Porcentagem - Razões centesimais

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Razão e proporção

APRESENTAÇÃO

Em matemática, o quociente entre dois números inteiros a e b, sendo b diferente de zero, é


definido como uma razão. Grandezas, como a velocidade, por exemplo, podem ser expressas
como a razão entre a distância percorrida e o tempo gasto para percorrê-la. Outro exemplo é a
densidade demográfica, que pode ser expressa como a razão entre o número de habitantes de
uma dada região e a sua área. Quando temos a igualdade entre duas razões, definimos a
proporção.

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos a razão e a proporção, enfatizando duas


definições, exemplos e aplicações.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir razão.
• Explicar o que é proporção.
• Resolver problemas envolvendo raciocínio proporcional.

DESAFIO

Um caminhão cegonha é o nome dado no Brasil ao tipo de carreta especializada no transporte de


veículos automotores. Uma empresa especializada nesse tipo de transporte mediu que no último
trajeto, o veículo gastou 7 horas para um percurso de 350 km. O próximo caminhão a ser
liberado será para uma viagem de 250 km.

Determine o tempo de viagem para esse caminhão e a sua velocidade média (km/h).
Para isso, considere que a velocidade do caminhão em todas as viagens é a mesma.

INFOGRÁFICO
Razões e proporções nos auxiliam na interpretação de enumeradas situações aplicadas.
Conhecer suas definições e propriedades é fundamental para a modelagem dessas situações. O
Infográfico a seguir apresenta as definições de razão e proporção, bem como alerta para a
existência da comparação multiplicativa ao lidarmos com razões e proporções.

CONTEÚDO DO LIVRO

"Uma razão é um número que relaciona duas quantidades ou medidas dentro de uma dada
situação através de uma relação multiplicativa (em contraste com uma relação de diferença ou
aditiva)." (VAN DE WALLE, 2009, p. 383)

Para aprofundar os seus conhecimentos sobre este assunto, leia o capítulo Razão e Proporção da
obra escolhida como base teórica da nossa Unidade de Aprendizagem Fundamentos de
matemática.

Boa leitura!
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Tatiana Parenti
Razão e proporção
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Definir razão.
„ Explicar o que é proporção.
„ Resolver problemas envolvendo raciocínio proporcional.

Introdução
Neste capítulo, você vai estudar a razão e a proporção por meio de
definição, de exemplos e de aplicações.

O que seria a “razão”?


A palavra “estatística” vem do latim “statisticum collegium”, que significa
“conselho de estado”. Em 1749, a apalavra statistik, em alemão, passou a ser
utilizada se referindo ao estudo e à análise de dados provenientes de levanta-
mentos realizados por órgãos públicos. Hoje, qualquer dado, levantamento,
compilação ou análise podem ser estudados pela estatística.
A estatística pode ser dividida em descritiva (usada como método de re-
colhimento e de análise e como representação e cálculo de dados em geral)
e em inferência estatística (que permite a criação de modelos para a resolu-
ção de problemas percebidos a partir dos dados estudados). Outro ramo da
estatística está diretamente relacionado à matemática e seus métodos foram
criados juntamente com a teoria das probabilidades, que calcula a frequência
de ocorrência de determinado fenômeno.
Os cálculos das frequências necessitam de duas grandezas: a razão e a
proporção. Definir razão pode se tornar uma tarefa inglória se formos atrás de
todos os significados possíveis para este termo. Aqui, tratamos do significado
de razão na parte da matemática, que estuda a estatística. Para entendermos
o conceito de razão, vamos analisar alguns exemplos:

Identificação interna do documento K1LUG4S7FA-CAXFMZ1


2 Razão e proporção

1. Considerando um corpo com 6 m de comprimento e outro com 3 m.


Ao dividir o comprimento de um pelo outro, temos:
6 =2
3

Podemos dizer, então, que o corpo maior é duas vezes o tamanho do menor.
Ou ainda, que o menor tem a metade do comprimento do maior. A esta divisão
damos o nome de razão.
A razão 1 pode ser representada como 1:2, o que significa que cada metro
2
do corpo menor corresponde a 2 m do maior.

2. Dos 1.200 pacientes que procuraram a emergência hospitalar na última


semana, 240 eram idosos.

A razão de idosos que procuraram a emergência esta semana:

240 (:240) 1
240 : 1.200 = =
1.200 (:240) 5

Isto é, a cada cinco pacientes, um era idoso.

3. Em um levantamento em determinado hospital, foi descoberto que a cada


100 pacientes que desenvolvem câncer de intestino, 75 são mulheres.

Razão entre o número de mulheres e o número de pacientes:

75 (:25) 3
75 : 100 = =
100 (:25) 4

Isto é, a cada quatro pacientes, três são mulheres.

O que é “proporção”?
Os conceitos de razão e proporção estão relacionados entre si. Assim, a razão
é o quociente (divisão) entre dois números e a proporção é a igualdade entre
duas razões. As proporções são aplicadas em situações em que as informações
devem ser comparadas e são calculadas pelo uso de “regras de três simples”.

Identificação interna do documento K1LUG4S7FA-CAXFMZ1


Razão e proporção 3

Vejamos um exemplo:
Para produzir 600 pães no refeitório do hospital, são utilizados 100 kg
de farinha. Dito isto, quantos pães podem ser feitos com 25 kg de farinha?
Então vejamos:

600 100
=
x 25
100 ∙ x = 600 ∙ 25
100x = 1.500
x = 1.500/100
x = 150

Podemos dizer que é possível produzir 150 pães com 25 kg de farinha.

Você pode saber um pouco mais sobre razão e proporção assistindo aos seguintes
vídeos:

https://goo.gl/foSOOC

https://goo.gl/qQEDYw

https://goo.gl/6UNvyv

Vamos à prática!
Vejamos alguns problemas envolvendo razão e proporção e suas soluções:

1. Em um aviário havia 520 galinhas. 60 não foram vacinadas. 92 galinhas


vacinadas morreram. Das galinhas vacinadas, qual é a razão entre
mortas e vivas?

520 – 60 = 460 galinhas vacinadas

Identificação interna do documento K1LUG4S7FA-CAXFMZ1


4 Razão e proporção

Das 460 vacinadas, 92 morreram. Então, a razão entre mortas (92) e vivas
(460 – 92 = 368) é:

92 : 368 = 92 (:92) / 368 (:92) = 1/4

Considerando as galinhas vacinadas, para cada galinha que morreu, 4


permaneceram vivas.

2. Para cada kit farmacêutico que vende, Francisco recebe R$ 200,00 de


comissão. Quanto ele recebeu de comissão no mês que vendeu 15 kits?

2 15
=
200 x
2x = 3.000
x = 3.000/2
x = 1.500

No mês que vendeu 15 kits, Francisco recebeu R$ 1.500,00.


Como percebemos, os cálculos que envolvem razão e proporção são rela-
tivamente simples, mas muito importantes para a posterior interpretação de
dados estatísticos.

Os links a seguir oferecem opções de problemas envolvendo diferentes conhecimentos


matemáticos e estatísticos:

https://goo.gl/kQXAzn

https://goo.gl/nNsGx8

Referência

WALLE, J. A. V. de. Matemática no ensino fundamental: formação de professores e


aplicação em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2009.

Identificação interna do documento K1LUG4S7FA-CAXFMZ1


DICA DO PROFESSOR

Em matemática, razão é um quociente entre dois números. Assim, em situações aplicadas,


podemos entender razão como um número que relaciona duas grandezas. No caso da proporção,
temos a igualdade entre duas razões. Acompanhe, nesta Dica do Professor, situações quotidianas
que podem ser modeladas por meio de razões e proporções.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) No estoque de calças de uma loja, há 40 unidades, sendo 24 masculinas e 16


femininas. Sobre este estoque, marque a opção CORRETA:

A) 16/40 é a razão entre a quantidade de calças masculinas e a quantidade total de calças.

B) 16/24 é a razão entre a quantidade de calças femininas e a quantidade total de calças.

C) 24/16 é a razão entre a quantidade de calças masculinas e a quantidade total de calças.

D) 24/40 é a razão entre a quantidade de calças masculinas e a quantidade total de calças.

E) 40/40 é a razão entre a quantidade de calças masculinas e a quantidade total de calças.

2) Carolina pode correr quatro voltas em 12 minutos, e Susan pode correr duas voltas
em 5 minutos. Marque a opção INCORRETA sobre a relação entre as duas
corredoras:

A) Carolina corre mais rápido que Susan.


B) Carolina gasta 3 minutos para cada volta, e Susan gasta 2,5 minutos por volta.

C) Carolina corre 1/3 da volta por minuto.

D) Susan corre 2/5 da volta por minuto.

E) Susan é a corredora mais rápida.

3) Sandra e Julia estavam correndo ao redor de uma trilha. Quando Sandra completou
9 voltas, Júlia completou 3 voltas. Quando Júlia completou 15 voltas, quantas voltas
Sandra completou?

A) 135

B) 45

C) 6

D) 405

E) 15

4) Uma pessoa que pesa 80 quilos na Terra pesará 208 quilos no planeta Júpiter.
Quanto uma pessoa que pesa 60 quilos na Terra pesará em Júpiter?

A) 128 quilos.

B) 188 quilos.
C) 156 quilos.

D) 23 quilos.

E) 277,3 quilos.

5) Considere que, no Brasil, você pode permutar $4,50 dólares por R$2,50. Quanto
R$17,50 valem em dólares?

A) $15.

B) $35.

C) $78,75.

D) $196,88.

E) $31,50.

NA PRÁTICA

Ao interpretarmos situações aplicadas podemos utilizar relações aditivas ou multiplicativas.


Quando lidamos com soma ou diferença, dizemos que se trata de uma relação aditiva, ao passo
que, nas situações que envolvem multiplicação ou divisão, estamos lidando com relações
multiplicativas. O exemplo a seguir mostra, a partir de uma situação prática, a distinção entre
esses dois tipos de relações.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Razões e proporções

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Número fracionário e operações com
fração

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos o número fracionário e as operações com fração


por meio de definição, exemplos e aplicações.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Conceituar e ler um número fracionário.


• Utilizar as técnicas para efetuar operações com frações.
• Resolver problemas envolvendo as operações com frações.

DESAFIO

Lucas foi ao supermercado e gastou 1/3 do valor que tinha na carteira. Depois, ele
abasteceu o carro e gastou a metade do dinheiro restante. Determine quanto Lucas possuía
e o quanto ele gastou no supermercado e no posto de gasolina, sabendo que, ao voltar para
casa, ele ainda dispunha de R$300,00.

INFOGRÁFICO

O infográfico a seguir reforça o conceito e as características do número fracionário.


CONTEÚDO DO LIVRO

"A chave para o cálculo da soma ou da diferença entre frações (que resultará sempre em outra
fração) está em seus denominadores." Para aprofundar os seus conhecimentos sobre o assunto,
leia o capítuloNúmero Fracionário e Operações com Fraçãodo livro Fundamentos de
Matemática.

Boa leitura.
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Luciana Maria
Margoti Araujo
Número fracionário e
operações com fração
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Conceituar e ler números fracionários.


„„ Utilizar técnicas para efetuar operações com frações.
„„ Resolver problemas envolvendo frações.

Introdução
Neste capítulo, você conhecerá os números racionais, ou fracionários,
muito úteis no nosso cotidiano. Pensando nisso, alguns exemplos com
ilustrações de situações diárias lhe ajudarão a entender o conceito ma-
temático de frações.
Compreendendo os números fracionários, você aprenderá suas
propriedades e as características das operações. Dessa maneira, a inter-
pretação e resolução de problemas envolvendo frações ficarão muito
mais fáceis.

Números fracionários
Na matemática, muitas operações e propriedades tratam de relações entre
os conjuntos numéricos, que podem ser exemplificados com o conjunto dos
números naturais e o conjunto dos números inteiros.

„„ N = {0,1,2,3,…} — conjunto dos números naturais.


„„ Z = {…,-3,-2,-1,0,1,2,3,…} — conjunto dos números inteiros.
2 Número fracionário e operações com fração

Os números inteiros designam múltiplos da unidade, tanto negativos quanto


positivos. Todos os conjuntos numéricos estão presentes no seu dia a dia, ao
executar as tarefas mais comuns. Ir à padaria e comprar 5 pães ou à papelaria
e comprar 3 cadernos; ter 10 lápis de cor e perder três (-3), restando apenas 7;
dentre inúmeros outros exemplos. Porém, nem todas as situações ou todos os
problemas podem ser resolvidos apenas com números inteiros.
Quando alguns amigos se reúnem e pedem uma pizza grande, esta vem
cortada em 8 pedaços iguais. Cada pedaço comido é uma parte da pizza in-
teira. Devido à necessidade de representar partes ou pedaços de algo inteiro,
trabalha-se com o conjunto dos números racionais.
Dado um número inteiro q ≠ 1 e –1, seu inverso 1q não existe em Z (IEZZI;
MURAKAMI, 2013). No conjunto Z, não há definição para a divisão entre
dois números que não tenha resultado inteiro. Assim, para que o resultado
p
de divisões do tipo q faça parte do conjunto dos números inteiros, p deverá
sempre ser um múltiplo de q.
O conjunto dos números racionais é representado pela letra Q;=. Nele, estão
contidos os resultados de operações que não resultam em números inteiros:
as frações. Assim como cada pedaço da pizza representa uma fração, ou seja,
uma parte do todo.
Seja uma fração:

m
n

m — é o numerador;
n — é o denominador.

São exemplos de frações:

1 , –5 , 6 , 7
2 9 1 11

O exemplo em que a pizza é dividida em 8 pedaços iguais pode ser repre-


sentado conforme a Figura 1.
Número fracionário e operações com fração 3

Figura 1. Representação de frações.


Fonte: Adaptada de Chekyravaa/Shutterstock.com.

1
Cada pedaço dessa pizza representará (um oitavo) do todo.
8
Algumas frações são possíveis de serem reduzidas, desde que numerador
e denominador tenham um máximo divisor comum (MDC). Por exemplo,
considere a fração três nonos, numericamente representada por:

3
9
O MDC entre 3 e 9 é o próprio 3. Procedendo com a divisão do numerador
e denominador por 3, teremos como resultado a fração um terço, que, nume-
ricamente, é representada por:

1
3

Se você observar a última fração, o MDC entre 1 e 3 é somente o número


1. Essa fração é dita irredutível, uma vez que seu numerador e denominador
não podem mais ser simplificados, com divisão por números inteiros.
4 Número fracionário e operações com fração

7
=7
1

Todas as vezes que o denominador de uma fração for igual a 1, o resultado


será um número inteiro. É possível entender melhor a representação de frações,
com seus numeradores e denominadores, por meio da Figura 1.
Ao comparar duas frações, podemos dizer que elas são equivalentes quando
a forma irredutível de cada uma delas for igual. Observe as duas frações a
seguir e suas respectivas reduções.
8 1
24 = 3

Fazendo-se a simplificação pelo MDC(8,24) =8;


10 1
30 = 3

Fazendo-se a simplificação pelo MDC(10,30) =10.

8 10
Você pode, então, afirmar que é equivalente a ou, matematicamente
8 10 : 24 30

24 30
Realizar a leitura de frações implica em você estar atento, principalmente,
ao denominador. Todas as frações cujo denominador for igual a 2, na leitura,
fala-se o número que está no numerador seguido da palavra “meio” ou “meios”.
Assim:

1
„„ = um meio;
2
5
„„ = cinco meios;
2

„„ 7 = sete meios.
2
Para o caso de denominador igual a 3, na leitura, falamos o número que
está no numerador seguido da palavra “terço” ou “terços”; denominador igual
a 4, fala-se o número que está no numerador seguido da palavra “quarto”
ou “quartos”; denominador for igual a 5, o número que está no numerador
seguido da palavra “quinto” ou “quintos”; denominador igual a 6, o número
que está no numerador seguido da palavra “sexto” ou “sextos”; denominador
Número fracionário e operações com fração 5

igual a 7, o número que está no numerador seguido da palavra “sétimo” ou


“sétimos”; denominador igual a 8, o número que está no numerador seguido
da palavra “oitavo” ou “oitavos”; denominador for igual a 9, o número que está
no numerador seguido da palavra “nono” ou “nonos”; denominador igual a 10,
o número que está no numerador seguido da palavra “décimo” ou “décimos”;
a partir de 11, o número de numerador e o número de denominador seguido
da palavra “avos”. Por exemplo:

10
„„ = dez, doze avos;
12
15
„„ = quinze, vinte e sete avos.
27

Ao representar uma fração, o denominador será sempre o número de partes em que


o todo foi dividido. Já o numerador será igual ao número dessas partes que foram
tomadas do todo, conforme a representação da Figura 2.

Figura 2. Representação de soma de quatro partes de um inteiro.


Fonte: Adaptada de Chalermpon Poungpeth/Shutterstock.com.
6 Número fracionário e operações com fração

Operações com frações


Assim como ocorre com o conjunto dos números inteiros, também é possível
realizar operações com os números racionais. Vamos tomar como exemplo
a c
as duas frações: e , considerando que b ≠ 0 e d ≠ 0.
b d

a) Adição e subtração de frações — Para realizar a soma de frações, é


necessário que ambas tenham o mesmo denominador, para que, assim,
possamos somar as partes do inteiro. Caso as frações tenham deno-
minadores diferentes, será necessário encontrar um múltiplo comum
entre os mesmos, ou o mínimo múltiplo comum (MMC) que pode
facilitar os cálculos.

a c ad + bc
+
b d = bd

Considerando que bd seja o MMC(b,d), para determinar a soma, você


deverá dividir o MMC pelo denominador da primeira fração e multiplicar pelo
numerador. Depois, você deverá repetir em todas as frações que estiverem
presentes na adição.
Como exemplo:

5 1 7
+ – =?
8 2 16

Determinando o MMC (8,2,16) = 16, assim, em cada parcela, faremos 16


dividido pelo denominador e multiplicaremos o resultado pelo numerador,
conforme segue:

10 + 8 – 7 11
=
16 16

Só é possível realizar a adição ou a subtração de frações quando todas


as parcelas possuem o mesmo denominador. Caso contrário, será necessário
determinar o MMC .
Número fracionário e operações com fração 7

b) Multiplicação de frações — Para realizar a multiplicação (produto)


entre frações, basta multiplicar os numeradores e colocar o resultado
sobre a multiplicação dos denominadores.

a c ac
b × d = bd

Como exemplos numéricos, realizaremos as multiplicações a seguir:

4 7 4 × 7 28
5 × 3 = 5 × 3 = 15

4 7 3 4×7×3 84
× × = =
5 3 5 5×3×5 75

Independentemente do número de termos presentes na expressão, a multi-


plicação sempre ocorrerá da mesma forma, multiplicando numeradores com
numeradores e denominadores com denominadores.

c) Divisão de frações — A divisão de frações consiste em organizar as


frações sob a operação de forma que possamos realizar um produto,
como vimos anteriormente.

Primeiramente, você precisa saber como inverter frações. Sempre que


for necessário obter o inverso de uma fração, o numerador passará a ser o
denominador, e o denominador passará a ser o numerador. Assim, para obter
o inverso da fração:

a
b
b
basta fazer:
a

Podemos, ainda, representar a fração por números decimais correspondentes


à divisão que elas indicam:
3
= 1,5
2

5
= 0,3125
16
8 Número fracionário e operações com fração

Quando temos duas frações sendo divididas, conservamos a primeira


fração e multiplicamos pelo inverso da segunda fração:

a c a d
÷ = ×
b d b c

Para realizar o produto da maneira aprendida, multiplica-se o numerador


da primeira pelo numerador da segunda fração; e o denominador da primeira
pelo denominador da segunda fração, conforme segue:

7 10 7 3 21
÷ = × =
9 3 9 10 90

Podemos, ainda, simplificar a fração obtida, pois o MDC (21,90) = 3:

21 21 ÷ 3 7
= =
90 90 ÷ 3 30

Ou, ainda, na representação em número decimal:

7
30 = 0,2333 ...

Sempre que possível, ao realizar operações com frações, simplifique-as deixando as


frações na forma irredutível. Isso pode facilitar outros cálculos e possíveis comparações.

Problemas envolvendo frações


Muitas situações que acontecem conosco todos os dias têm relação com núme-
ros fracionários, suas propriedades e operações. Na sequência, descreveremos
algumas situações e resolveremos com base no que foi visto até aqui.
No primeiro dia aula, Karla percebeu que um de seus colegas não havia
levado nenhum tipo de lanche. Durante o intervalo, Karla se aproximou do
colega e lhe ofereceu metade do sanduíche que estava em sua lancheira. Ve-
rificaremos, em termos de frações, quanto cada um comeu do lanche.
Número fracionário e operações com fração 9

Todas as vezes que a expressão “metade” é utilizada, ela indica que o todo
será dividido em 2 partes. Sendo assim, o lanche de Karla seria dividido em
duas partes iguais, e cada um comeria um desses pedaços.
Então, cada um comeria 1 , metade ou 0,5 (meio) do lanche.
2
Tomamos outro exemplo. Ao escolher um livro para seus alunos, uma
professora dividiu o número total de folhas por 5, pois, durante 5 semanas, os
alunos teriam a tarefa de ler o número certo de páginas para discutirem em
sala de aula. Considerando que a professora verificou que esse livro continha
235 páginas, quantas páginas seriam lidas por semana?
Como a professora dividiu o livro em 5 partes, considerando as 5 sema-
nas de estudos, em cada semana seria lido 1/5 do livro. Determinar quantas
páginas seriam lidas por semana é o mesmo que determinar quanto equivale
1/5 das 235 páginas. Basta, então, dividir o número de páginas pelo número
de semanas, encontrando quantas serão lidas em cada semana.

1/5 de 235 = 235 ÷ 5 = 47

Logo, 1/5 do livro corresponde a 47 páginas.

„„ Consideremos uma nova situação. Um refrigerante de 2 litros (2.000 mL)


será servido em copos de 250 mL para 4 pessoas. Representando na
forma fracionária, quantos copos de refrigerante cada pessoa poderá
beber, para que todos bebam a mesma quantidade?

Como o refrigerante será servido em copos de 250 ml, primeiro, é necessário


saber quantos copos serão preenchidos com todo o refrigerante.

2000 ÷ 250 = 8

Em um total de 8 copos para 4 pessoas, cada um poderá tomar 8÷ 4 = 2


copos de refrigerante, de forma que todos tenham bebido a mesma quantidade.
Cada pessoa tomará 2 copos de um todo que foi dividido em 8 partes iguais.
Assim, cada pessoa beberá 2⁄8 do refrigerante.
Como existe um MDC entre 2 e 8, MDC (2,8) = 2, a fração poderá ser
simplificada para sua forma irredutível.

2 1
=
8 4
10 Número fracionário e operações com fração

Da mesma forma que é possível representar uma fração com um número decimal, o
contrário também é possível. Supondo o número decimal 0,5 (cinco décimos) possa
ser reescrito como 5/10, passando para sua forma irredutível, 5/10= 1/2.

Referência

IEZZI, G.; MURAKAMI, C. Fundamentos da matemática elementar: conjuntos-funções. 9.


ed. São Paulo: Atual, 2013. v. 1.

Leituras recomendadas
ADAMI, A. M.; DORNELLES FILHO, A. A.; LORANDI, M. M. Pré-cálculo. Porto Alegre:
Bookman, 2015.
SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I. D. Materiais manipulativos para o ensino de frações e números
decimais. Porto Alegre: Penso, 2016. (Coleção Mathemoteca, v. 3).
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Assista ao vídeo a seguir e aprenda mais sobre as operações com fração com exemplos práticos.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Rosa comeu 1/6 da quantidade de frutas que tinha na fruteira, restando nesta 20
unidades. Quantas frutas havia na fruteira?

A) 20.

B) 17.

C) 120.

D) 4.

E) 24.

2) Pedrinho disse a seu pai que a sua nota em Matemática é o número cuja soma entre a
metade deste e 4 é igual a 9. Qual é a nota de Pedrinho?

A) 8.

B) 10.
C) 1.

D) 9.

E) 2,25.

3) Considere que 01 kg de nozes custa R$75,00. Calcule o quanto você pagará por 5/7 de
01 kg de nozes:

A) R$375,00.

B) R$10,71.

C) R$53,57.

D) R$105,00.

E) R$75,00.

4) Ana e Maria receberam uma bonificação pelo resultado positivo da empresa que foi
de R$50.000,00. Sabe-se que Ana ganhou 2/7 do lucro e Maria 3/5. Marque a
alternativa CORRETA:

A) Ana recebeu a metade do valor de Maria.

B) Ana recebeu o dobro do valor de Maria.

C) Maria recebeu mais que o dobro do valor de Ana.


D) Ana e Maria receberam, juntas, R$45.000,00.

E) Ana e Maria receberam quantias iguais.

5) Uma fábrica de sapatos entregará um grande pedido em três etapas. Na primeira


etapa, serão entregues 2/5 das unidades do pedido, na segunda etapa será entregue
1/2, e na terceira etapa devem ser entregues 500 unidades. Assim sendo, marque a
alternativa CORRETA:

A) A encomenda recebida foi de 4.500 unidades.

B) O pedido que teve a maior quantidade entregue de sapatos foi a primeira etapa.

C) A quantidade de sapatos entregue na terceira etapa representa 1/5 da quantidade entregue


na segunda etapa.

D) A quantidade de sapatos entregue na terceira etapa representa 1/6 da quantidade entregue


da primeira etapa.

E) A soma da quantidade de sapatos entregue na primeira e na terceira etapa é maior que a


quantidade entregue na segunda etapa.

NA PRÁTICA

Veja a seguir um exemplo que ilustra as operações com número fracionário.


SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Frações e números fracionários: introduzindo o conceito

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Múltiplos e divisores: MDC e MMC

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos os múltiplos (mínimo múltiplo comum) e


divisores (máximo divisor comum) por meio de sua definição, exemplos e aplicações.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar as características dos números primos.


• Apontar os múltiplos e divisores de um número.
• Conceituar e calcular o mínimo múltiplo comum e o máximo divisor comum.

DESAFIO

Ana, professora de Matemática, propõe um desafio aos seus alunos. Ela tem 36 livros e 60
canetas a serem distribuídos pelo maior número de alunos, sendo que cada um, ao final, deverá
ter a mesma quantidade de cada material. Defina, para Ana, o maior número possível de alunos
que irão receber a mesma quantidade de livros e canetas, e quantos de cada item cada aluno
receberá.

INFOGRÁFICO

O infográfico a seguir reforça as definições de múltiplo, divisor, mínimo múltiplo comum e


máximo divisor comum.
CONTEÚDO DO LIVRO

O maior número inteiro que divide dois números inteiros é chamado de máximo divisor comum
desses inteiros. O mínimo múltiplo comum dos números inteiros positivos a e b é o menor
inteiro positivo divisível por ambos, a e b. O mínimo múltiplo comum de a e b é indicado por
MMC
(a, b). Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, leia o capítulo Múltiplos e
Divisores: MDC e MMC do livro Fundamentos de Matemática.

Boa leitura!
FUNDAMENTOS
DE MATEMÁTICA

Rafael Stefani
Múltiplos e divisores:
MDC e MMC
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar as características dos números primos.


„„ Apontar os múltiplos e divisores de um número.
„„ Conceituar e calcular o mínimo múltiplo comum e o máximo divisor
comum.

Introdução
Neste capítulo, você aprenderá a relação numérica que classifica núme-
ros inteiros como números primos e estabelecerá suas características e
implicações.
Aprenderá também sobre múltiplos e divisores de números, bem
como como essas relações podem ser úteis na resolução de vários
problemas.

Números primos
Inicialmente, relembraremos um pouco sobre conjuntos numéricos, especifi-
camente o conjunto Z dos números inteiros, no qual estão todos os números,
inteiros, negativos e positivos.

ℤ = {... –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4, ... .}

Entre os elementos dos números inteiros, assim como acontece em outros


conjuntos numéricos, podemos facilmente separar os números pares dos
números ímpares. O conjunto dos números pares e o conjunto dos números
ímpares são subconjuntos dos números inteiros.
2 Múltiplos e divisores: MDC e MMC

Por definição, um número par é aquele múltiplo de 2, inclusive o número 0


(zero), ou todo número par é divisível por 2. Contudo, todo número ímpar não
é múltiplo de 2. Assim, o subconjunto de Z formado pelos números pares é:

{... –6, –4, –2, 0, 2, 4, 6 ...}

Analogamente, o subconjunto de Z composto por números ímpares é:

{... –5, –3, –1, 1, 3, 5 ...}

Outra “classificação” dentro do conjunto dos números inteiros, Z, refere-se


aos números primos. Um número n inteiro, diferente de 1, é primo se seus
divisores forem, exclusivamente, ±1 e ± n (LIPSCHUTZ; LIPSON, 2014).

Por exemplo, o número 2 é um número primo, pois somente na divisão por


±1 e ± 2 temos uma divisão exata. Da mesma forma acontece com os números
–2, 3, –3, 5, –5, 7, –7, 11, –11, 13, –13.
Entretanto, diversos outros números no conjunto também são números
primos, como os exemplos descritos a seguir.

Da sequência dos seguintes números, determine qual, ou quais, é ou são


número(s) primo(s):

27, 32, 41, 73, 89, 109

„„ 27 é um número divisível por ±1, ±3, ±9, ±27, portanto não é um número
primo;
„„ 32 é divisível por ±1, ±2, ±4, ±8, ±16 e ±32, portanto não é um número
primo;
„„ 41 é divisível por ±1 e ±41, portanto é um número primo;
„„ 73 é divisível por ±1 e ±73, portanto é um número primo;
„„ 89 é divisível por ±1 e ±89, portanto é um número primo;
„„ 109 é divisível por ±1 e ±109, portanto é um número primo.

Ainda, pode-se determinar diversos outros números em Z que são números


primos.
Múltiplos e divisores: MDC e MMC 3

Existem números primos de diversas ordens. Não há como criar uma “regra” na qual
somente números com as casas de unidades, dezenas e centenas podem ser primos.
1.003 e 10.019, por exemplo, também são números primos.

Múltiplos e divisores de um número


Entender as relações numéricas é extremamente importante na Matemática,
podendo facilitar seu entendimento e a resolução de problemas mais com-
plexos. A partir de agora, você estudará um pouco a respeito dos múltiplos e
divisores de um número.
Múltiplo de um número é aquele que resulta da multiplicação por um nú-
mero inteiro. Por exemplo, na multiplicação 2 × 5 que resulta em 10, podemos
afirmar que 10 é múltiplo de 2 e é múltiplo de 5.
Para encontrar um múltiplo entre dois ou mais números inteiros, basta
multiplicá-los, conforme os exemplos a seguir.

Encontre um múltiplo comum de 15 e 23.

15 × 23 = 345

Logo, 345 é múltiplo de 15 e, ao mesmo tempo, múltiplo de 23.

Determine um múltiplo comum de 2, 7, 18 e 31:

2 × 7 × 18 × 31 = 7.812

Assim, 7.812 é múltiplo de 2, 7, 18 e 31 ao mesmo tempo.


4 Múltiplos e divisores: MDC e MMC

Para o número 7, se fizermos:

7×0=0
7×1=7
7 × 2 = 14
7 × 3 = 21
7 × 4 = 28
7 × 5 = 35
7 × 6 = 42
7 × 7 = 49
7 × 8 = 56
7 × 9 = 63
7 × 10 = 70

Afirmamos que 0, 7, 14, 21, 28, 35, 42, 49, 56, 63, 70 ⋯ são múltiplos de 7.
Divisores de um número são aqueles que, ao dividirem números inteiros,
deixam resto igual a 0 (zero) na operação. Por exemplo, 3 é um divisor de 12;
uma vez que a divisão

12 ÷ 3 = 4

é exata, ou seja, o resto é 0 (zero).


De maneira análoga, podemos garantir que 7 é divisor de 21, 28, 42, 49,
56, 63…, uma vez que todos esses número são múltiplos de 7 e sua divisão
por 7 sempre resultará em resto igual a 0 (zero).
Uma vez que 7 é um divisor de 42, podemos dizer que 42 é divisível por
7. E que 12 é divisível por 3 e por 4.
É importante observar que os números primos terão somente dois divisores:
o número 1 e eles mesmos.
Você já sabe que 3 e 4 são divisores de 12. Existem outros divisores para
12? Sim, 12 é divisível por
1, 2, 6 e 12.

Números primos sempre terão dois divisores: são divisíveis por 1 e por eles mesmos.
Múltiplos e divisores: MDC e MMC 5

MMC e MDC
O cálculo de múltiplos e divisores de um ou mais números tem, simultane-
amente, muitas aplicações práticas. Ao falarmos de múltiplos e divisores,
verificamos como podemos determiná-los para um número. Porém, na Mate-
mática, existem métodos para determinar múltiplos e divisores comuns entre
dois ou mais números de modo paralelo.
Esses métodos determinam o mínimo múltiplo comum (MMC) entre dois ou
mais números e o máximo divisor comum (MDC) entre dois ou mais números.
Tanto para o cálculo do MMC quanto do MDC podemos utilizar o método
de fatoração numérica, que consiste em realizar sucessivas divisões do número,
ou dos números, por seus divisores. Na fatoração, os números devem ser
divididos, sucessivamente, pelos mesmos números naturais primos, quando
possível, colocando-se o quociente da divisão abaixo do dividendo. Isso deve
ser repetido até que o quociente de todos os números seja igual a 1.
Por exemplo, caso seja necessário fatorar o número 12, procederemos da
seguinte maneira, trabalhando com seus divisores:

12 2
6 2
3 3
1

Ao fatorar o número 12, você pode observar que é divisível por 2; como
o 2 se repetiu por duas vezes, é divisível por 4; na primeira divisão por 2, o
resultado foi 6, também divisor de 12; e, por fim, foi dividido por 3, também
divisor de 12.
Quando você executar essa fatoração com dois ou mais números, conseguirá
determinar o MMC entre eles. Por exemplo, em uma soma de frações, cujos
denominadores são distintos, é necessário colocá-las sob um denominador
comum para que a realização da soma. Assim, tomando todos os denomina-
dores, é possível obter o MMC para realizar a operação fatorando-os:
Resolva:

8 5 2
+ +
10 32 45

Devemos, então, proceder à fatoração dos denominadores:


6 Múltiplos e divisores: MDC e MMC

10, 32, 45 2
5, 16, 45 2
5, 8, 45 2
5, 4, 45 2
5, 2, 45 2
5, 1, 45 3
5, 1, 15 3
5, 1, 5 5
1, 1, 1

Assim, ao multiplicar todos os elementos da sua direita, você obterá o


MMC entre os números fatorados:

2 × 2 × 2 × 2 × 2 × 3 × 3 × 5 = 1.440

Portanto, a soma de frações será resolvida como:


8 5 2 1.152 + 225 + 64 1.441
+ +
10 32 45 = 1.440
=
1.440

Determinando o resultado da operação:


7 5 4
+ +
27 3 9

Procedendo à fatoração:

27, 3, 9 3
9, 1, 3 3
3, 1, 1 3
1, 1, 1

Logo, o MMC entre 27,3 e 9 é igual a 3 × 3 × 3 = 27.


O MDC também pode ser obtido por meio do processo de fatoração. Como
exemplo, repetiremos a fatoração entre 27,3 e 9. Após finalizada a fatoração,
a multiplicação dos números que dividiram simultaneamente os três números
será o MDC.

27, 3, 9 3
9, 1, 3 3
3, 1, 1 3
1, 1, 1
Múltiplos e divisores: MDC e MMC 7

Observe que somente a primeira divisão por 3 conseguiu, simultaneamente,


dividir os três números. Portanto, 3 é o MDC entre 27,3 e 9.
Determinando o MDC entre 72 e 84:

72, 84 2
36, 42 2
18, 21 2
9, 21 3
3, 7 3
1, 7 7
1, 1

Observe que somente o número 2 dividiu os dois números, simultaneamente,


por duas vezes e o número 3 dividiu os dois números, simultaneamente, por
uma vez. Assim, 2 x 2 x 3 = 12 é o MDC entre 72 e 84.

O MDC e o MMC podem ser úteis em aplicações práticas, como nos exemplos a seguir.
„„ Suponha que dois carros estejam em fase de teste para venda, ambos com a
mesma capacidade no tanque de combustíveis. O carro A conseguiu realizar 12
voltas com a mesma quantidade de combustível que o carro B utilizou para dar 8
voltas. Quantos litros de combustível, no mínimo, estavam no tanque de ambos
antes do início dos testes?
Este problema pode ser resolvido pelo MMC entre 12 e 8, que, se fatorados, resultarão
da solução de 24 litros em cada tanque.
„„ Para uma festa junina, foram comprados papéis coloridos, com folhas medindo 48
cm × 60 cm. Para cortar bandeirinhas de mesmo tamanho, quadradas, de modo
que a totalidade da folha seja aproveitada, qual deverá ser a sua medida lateral?
Este problema pode ser resolvido utilizando o MDC entre 48 e 60; assim:

48, 60 2
24, 30 2
12, 15 2
6, 15 2
3, 15 3
1, 5 5
1, 1

Nas linhas destacadas, os divisores eram comuns entre os dois números, portanto 2
× 2 × 3 = 12; as bandeirinhas deverão ser cortadas com a medida de 12 cm × 12 cm.
8 Múltiplos e divisores: MDC e MMC

Referência

LIPSCHUTZ, S.; LIPSON, M. Matemática discreta. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
(Coleção Schaum).

Leituras recomendadas
ADAMI, A. M.; DORNELLES FILHO, A. A.; LORANDI, M. M. Pré-cálculo. Porto Alegre:
Bookman, 2015. AYRES JR., F.; MENDELSON, E. Cálculo. 5. ed. Porto Alegre: Bookman,
2014. (Coleção Schaum).
ROGAWSKI, J.; ADAMS, C. Cálculo. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. v. 1.
SAFIER, F. Pré-cálculo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. (Coleção Schaum).
DICA DO PROFESSOR

Assista ao vídeo a seguir sobre MMC e MDC, com exemplos práticos.

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EXERCÍCIOS

1) Os números primos são muito úteis no estudo do mínimo múltiplo comum e máximo
divisor comum. Considerando esse tema da Matemática, a alternativa que apresenta
a definição CORRETA e alguns exemplos de números primos é:

A) Todo número inteiro positivo maior que 1 que é divisível por, apenas, dois números
inteiros: por 1 e por ele mesmo. Exemplos: 1, 2, 3, 5 e 7.

B) Todo número inteiro positivo maior que 1 que é divisível por, apenas, dois números
inteiros: por 1 e por ele mesmo. Exemplos: 2, 3, 5, 7 e 11.

C) Todo número inteiro positivo maior que 1 que é multiplicável por, apenas, dois números
inteiros: por 1 e por ele mesmo. Exemplos: 1, 2, 3, 5 e 7.

D) Todo número inteiro positivo maior que 1 que é multiplicável por, apenas, dois números
inteiros: por 1 e por ele mesmo. Exemplos: 2, 3, 5, 7 e 11.

E) Todo número inteiro positivo maior que 1 que é divisível por, apenas, dois números
inteiros: por 2 e por ele mesmo. Exemplos: 2, 3, 5 e 21.

2) Ana está estudando sobre múltiplos de um número para aprender, depois, sobre
mínimo múltiplo comum. Ajude a Ana a definir o CONJUNTO dos múltiplos do
número 6:
A) M(6) = { 0,6,12,18,24,30,36,...}

B) M(6) = { 6,12,18,24,30,36,42,... }

C) M(6) = { 1,2,3,6 }

D) M(6) = { 0,1,2,3,6 }

E) M(6) = { 6,12,24,48,96,... }

3) Carlos tem 50 canetas e deseja dividi-las em grupos, de maneira que não sobre
nenhuma. Assim, ele precisa encontrar os divisores do número 50 que são:

A) D(50) = { 0,50,100,150,... }

B) D(50) = { 50,100,150,.. }

C) D(50) = { 2,5,10,25,50 }

D) D(50) = { 1,2,5,10,25 }

E) D(50) = { 1,2,5,10,25,50 }

4) Beatriz pinta seu cabelo de 45 em 45 dias e Sofia pinta de 105 em 105 dias. Hoje, as
duas se encontraram no salão, pois têm a mesma cabeleireira. Daqui a quantos dias,
Beatriz e Sofia se encontrarão no mesmo salão?

A) 105 dias.
B) 315 dias.

C) 18 dias.

D) 7 dias.

E) 1 dia.

5) Os múltiplos e divisores de um número são aplicados no estudo do máximo divisor


comum (MDC) e mínimo múltiplo comum (MMC). O MDC e MMC facilitam
resoluções de problemas cotidianos de Matemática e suas aplicações. Considerando
esses quatros tópicos, todas as afirmações a seguir estão corretas, EXCETO:

A) Um número é sempre divisor de todos os seus múltiplos.

B) O número 1 é sempre o menor divisor natural de um número e o maior divisor é o próprio


número.

C) O mínimo múltiplo comum dos números inteiros positivos a e b é o menor inteiro positivo
divisível por ambos, a e b.

D) O maior número inteiro que divide dois números inteiros é chamado de máximo divisor
comum destes inteiros.

E) O conjunto dos divisores de um número é finito, e o zero é o divisor de todos os números.

NA PRÁTICA

Veja o exemplo a seguir sobre múltiplos e divisores.


SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Matemática Básica - Múltiplos e Divisores (MMC e MDC)

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Determinação do MMC de dois ou mais
números

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos o mínimo múltiplo comum (MMC) de dois ou


mais números por meio de sua definição, exemplos e aplicações.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir o mínimo múltiplo comum e os números primos.


• Calcular o MMC de dois ou mais números.
• Resolver problemas envolvendo MMC com o conceito de números primos.

DESAFIO

Ana foi ao otorrinolaringologista, pois está com uma forte crise de sinusite. O médico lhe
receitou um xarope para ser tomado de 6 em 6 horas, um antibiótico de 8 em 8 horas e
uma injeção de 12 em 12 horas. Ana começou o tratamento na segunda-feira com os três
medicamentos no mesmo momento. Encontre o dia em que ela, novamente, irá tomá-los
juntos.

INFOGRÁFICO

O infográfico a seguir apresenta os passos para calcular o MMC de dois ou mais números por
meio da fatoração.
CONTEÚDO DO LIVRO

"Suponha que a e b são inteiros diferentes de zero. Note que |ab| é um múltiplo comum positivo
de a e b. Assim, existe um menor múltiplo positivo em comum entre a e b; ele é denotado por
MMC (a, b) e é chamado de mínimo múltiplo comum de a e b." (LIPSCHUTZ; LIPSON, 2013,
p. 272). Para aprofundar os seus conhecimentos sobre este assunto, leia o capítulo Determinação
do MMC de Dois ou Mais Números selecionado do livro Fundamentos de Matemática.
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Rafael Stefani
Determinação de MMC de
dois ou mais números
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Definir o mínimo múltiplo comum e os números primos.


„„ Calcular o MMC de dois ou mais números.
„„ Resolver problemas envolvendo MMC com o conceito de números
primos.

Introdução
Neste capítulo, trataremos de um importante tema para a matemática:
o mínimo múltiplo comum (MMC). Mas do que se trata?
Imaginemos a seguinte situação: três navios fazem o mesmo percurso
entre dois portos. O primeiro de 8 em 8 dias; o segundo de 12 em 12 dias;
e o terceiro de 16 em 16 dias. Tendo saído juntos em certo dia do mês,
após quantos dias sairão juntos novamente?
Pode parecer difícil elaborar a resposta dessa “charada”, mas veremos
que estamos tratando, na verdade, de algo simples e muito comum para
a matemática.

Mínimo múltiplo comum e números primos


Começaremos entendendo um importante conceito — os números primos
— para, depois, avançarmos para a resolução da questão proposta anterior-
mente. Segundo Costa, Costa e Batista (2006), um número é primo quando
tem exatamente dois divisores (ele mesmo e a unidade). Se houver mais de
dois divisores, ele é chamado número composto. Para saber se um número é
primo, precisamos dividi-lo por alguns números primos anteriores a ele: 2, 3,
5, 7, 11... até que tenhamos:
2 Determinação de MMC de dois ou mais números

a) uma divisão com resto zero, mostrando que o número não é primo;
b) uma divisão com o quociente menor que o divisor e o resto diferente
de zero, mostrando que o número é primo.

Observe que, no caso de ser primo, as duas condições descritas em (b)


precisam ser satisfeitas.
Vamos a outros exemplos:

Divisores de 3 = {1, 3};


Divisores de 5 = {1, 5};

Portanto, 2, 3 e 5 são números primos porque têm como divisores eles


mesmos e a unidade.
Para deixar mais claro, consideramos o número 6 como outro exemplo:

Divisores de 6 = {1, 2, 3, 6};

Note que o número 6 pode ser divisível por 1 [6/1 = 6]; por 2 [6/2 = 3];
por 3 [6/3 = 2]; e, finalmente, por ele mesmo, ou seja, 6 [6/6 = 1]; logo, o
número 6 é um número composto e não pertence ao grupo de números que
denominamos primos.

O número 1 não é um número primo porque somente pode ser dividido por ele
mesmo, e o número dois é o único número primo que é par. Interessante, não é mesmo?

Vejamos outros exemplos de números primos:

Divisores de 7 = {1, 7};


Divisores de 11 = {1, 11};
Divisores de 113 = {1, 113};
Divisores de 211 = {1, 211};
Divisores de 307 = {1, 307};
Determinação de MMC de dois ou mais números 3

Mas como sabemos que 113, por exemplo, é um número primo?

„„ Bem, primeiro sabemos que 113 não é um número par e, portanto, não
é divisível por 2.
„„ Segundo, 1 + 1 + 3 = 5, ou seja, não conseguimos dividir 113 por 3.
„„ Terceiro, não termina em 0 nem em 5, logo, não é divisível por 5.
„„ Quarto, se dividirmos 113/7 = 16. O quociente (16) é maior que o divisor
(7).
„„ Por último, se dividirmos 113/11 = 10. O quociente (10) é menor que o
divisor (11) e o resto é diferente de zero. Essa característica indica que
113 é somente dividido por ele mesmo [113/113 = 1] e por 1 [113/1 = 113].

Agora que entendemos o conceito de números primos, vamos ao nosso


segundo objetivo da seção, que é compreender o significado de mínimo múl-
tiplo comum (MMC).
Para Costa, Costa e Batista (2006), podemos concluir que, dados dois ou
mais números naturais diferentes de zero, chama-se mínimo múltiplo comum
(MMC) o menor de seus múltiplos comuns diferente de 0. Dito de outra forma,
o mínimo múltiplo comum de dois números inteiros e positivos (a e b, por
exemplo) é o menor número inteiro (positivo) múltiplo simultaneamente (de
a e b).
O mínimo múltiplo comum é frequentemente utilizado em operações que
requerem soma e subtração de frações que exigem um denominador comum
e pode agilizar os cálculos manuais.
Agora será possível voltar à pergunta inicial para responder quando os
navios, que partiram em certo dia do mês, sairão juntos novamente. Utilizando
o método do MMC, chegamos à conclusão que isso ocorrerá após 48 dias.
Isso significa dizer que o menor número comum entre 8, 12 e 16, diferente
de zero, é o número 48.
Como isso foi possível? Veremos nesta próxima seção.

Cálculo do MMC de dois ou mais números


Para responder nossa pergunta, devemos, primeiramente, encontrar os múltiplos
de 8, 12 e 16. Vejamos:
4 Determinação de MMC de dois ou mais números

Múltiplos de 8 = {0, 8,16, 24, 32, 40,48, ....}


Múltiplos de 12 = {0, 12, 24, 36, 48, 60, ...}
Múltiplos de 16 = {0, 16, 32, 48, 64, 80, ....}

Note que o número 48 é múltiplo de 8, 12 e 16. Portanto, após 48 dias,


esses navios sairão juntos novamente.
Logo, como já dito acima, dados dois ou mais números naturais diferentes
de zero, chama-se mínimo múltiplo comum (MMC) o menor de seus múltiplos
comuns diferente de 0.
Agora, imagine que seu amigo está doente e o médico receita um compri-
mido de 6 em 6 horas. Quais são os horários (múltiplos de 6) que seu amigo
tomará o remédio ao longo do dia?
Considerando que o dia tem 24 horas, ele deverá tomar os comprimidos
às 6h, 12h, 18h e 24h.
Dito de outra maneira, é possível realizar o seguinte cálculo:

Múltiplos de 6 = {6 x 1 = 6};{6 x 2 = 12};{6 x 3 = 18};{6 x 4 = 24}

Pressuponha, agora, que o médico também tenha receitado uma colher de


xarope de 4 em 4 horas e a primeira dose deva ser administrada junto com
o comprimido.
Novamente considerando que o dia tem 24 horas, é possível afirmar que
ele deverá tomar o remédio às 4h, 8h, 12h, 16h e 24h.

Múltiplos de 4 = {4 x 1 = 4};{4 x 2 = 8};{4 x 3 = 12};{4 x 4 = 16}; {4 x 5 = 20};


{4 x 6 = 24}

Agora fica fácil compreender que seu amigo tomará o comprimido e o


xarope ao mesmo tempo, às 0, 12 e 24 horas. Considerando que 0h e 24h são
meia-noite, respectivamente, podemos dizer que MMC (6,4) = 12, ou, em
outra linguagem, o primeiro horário após zero hora é 12, que é o mínimo
múltiplo comum de 6 e 4.
Uma outra maneira de resolver a questão é utilizando o seguinte esquema:

6,4|2
3,2|2
3,1|3
1 , 1 | 2 x 2 x 3 = 12
MMC (6 , 4) = 12
Determinação de MMC de dois ou mais números 5

Queremos saber qual o horário que as administrações de comprimidos e


xarope colidirão. Então, iniciamos com os horários das administrações — nesse
caso, 6 e 4. Note que não há uma ordem que deva ser seguida. Poderia ser 4
e 6, que chegaríamos ao mesmo resultado.
Então, temos:

6, 4 |

A pergunta agora é: qual o menor múltiplo de 6 e 4? Sabemos que 2 é o


primeiro múltiplo de ambos termos. Então, teremos:

6,4|2
3,2|

Faremos novamente a mesma indagação: qual o menor múltiplo de 6 e


4? Desta vez, não há um único número que consiga ser um múltiplo de um
número par e um ímpar. Continuaremos com o menor múltiplo capaz de dividir
nossos elementos. Nesse caso, o número 2, novamente, é capaz de atuar como
múltiplo de 2. Avançaremos, portanto, para a seguinte situação:

6,4|2
3,2|2
3,1|

Falta resolver o número 3, e o menor número capaz de ser seu múltiplo é


ele mesmo. Logo:

6,4|2
3,2|2
3,1|3
1,1|

Chegou o momento de acharmos o resultado da decomposição dos fatores


primos que encontramos. Para isso, simplesmente multiplicamos os múltiplos
encontrados da seguinte forma:

2 x 2 x 3 = 12
6 Determinação de MMC de dois ou mais números

Achamos o resultado do mínimo múltiplo comum entre 6 e 4 [MMC (6,4)


= 12].
O processo de decomposição pode ser simultâneo com dois, três, quatro ou
quantos números forem necessários, mas o método continua sendo o mesmo.
Uma empresa possui três funcionários que viajam a serviço. O primeiro viaja
de 15 em 15 dias; o segundo, de 24 em 24 dias e; o terceiro, de 60 em 60 dias.
Se todos viajarem no mesmo dia, daqui a quantos dias ele voltarão a viajar
no mesmo dia?
Nesse processo, decompomos todos os números ao mesmo tempo, em um
esquema como o seguinte. O produto dos fatores primos que obtemos nessa
decomposição é o MMC desses números:

15, 24, 60 | 2
15, 12, 30 | 2
15, 6, 15 | 2
15, 3, 15 | 3
5, 1, 5 |5
1, 1, 1 | 2 x 2 x 2 x 3 x 5 = 120

Portanto, o MMC (15, 24, 60) = 120, ou os funcionários voltarão a viajar


novamente daqui a 120 dias.

O cálculo do MMC de dois ou mais números pela decomposição simultânea obedece


à seguinte regra: decompõem-se, simultaneamente, os números em fatores primos e
encontra-se o MMC pelo produto dos fatores primos obtidos (COSTA; COSTA; BATISTA,
2006).

Problemas envolvendo MMC com o conceito


de números primos
Outra maneira de calcular o MMC é sempre elevando o produto dos fatores
primos comuns e não comuns elevados ao seu maior expoente. Por exemplo:
Determinação de MMC de dois ou mais números 7

36 | 2 120 | 2
18 | 2 60 | 2
9|3 30 | 2
3|3 15 | 3
1 | 2² x 3² 5|5
1 | 2³ x 3 x 5

Portanto:

MMC (36) = 2² x 3²
MMC (120) = 2³ x 3 x 5

Então, se para achar o resultado devemos levar em conta sempre a base


que tem o maior expoente, o resultado do MMC (36, 120) = 2³ x 3² x 5 = 360.
Verificaremos se o resultado está correto por meio da realização do MMC
(36, 120) simultaneamente com estes dois números:

36 , 120 | 2
18 , 60 | 2
9 , 30 | 2
9 , 15 | 3
3, 5 |3
1, 5 |5
1 , 1 | 2³ x 3² x 5 = 8 x 9 x 5 = 360

Acabamos de compreender outro processo para o cálculo de MMC. Então,


é importante reforçar que o MMC é o produto dos fatores primos comuns e
não comuns sempre elevados ao seu maior expoente.
Compreenderemos, agora, como encontrar um mínimo múltiplo comum
considerando somente números primos. Por exemplo:

3, 5, 7 | 3
1, 5, 7 | 5
1, 1, 7 | 7
1, 1, 1 | 3 x 5 x 7 = 105

Veja que, nesse caso, a fatoração é “direta”. Mas por que isso ocorre? Como
já discutimos no início de nosso capítulo, estamos tratando de números primos,
e, quando isso acontece, os divisores serão sempre a unidade ou eles mesmos.
8 Determinação de MMC de dois ou mais números

Então, sempre que você se deparar com uma necessidade de realizar o MMC
de números primos, deve simplesmente multiplicar os números envolvidos e
obterá o resultado. No exemplo acima, não seria necessário realizar toda a
“árvore” de decomposição. Seria igualmente correto, simplesmente, multiplicar
os números primos para se chegar ao mesmo resultado.
Suponha, agora, que dois planetas completem uma volta em torno do sol
em aproximadamente 17 e 23 anos terrestres. Se, em certo momento, eles
estejam alinhados em relação ao sol, depois de quantos anos terrestres eles
voltariam a ficar nessa posição novamente?
Considerando que 17 e 23 são números primos, ou seja, são divisíveis por
eles próprios e sua unidade, é possível dizer que o MMC (17, 23) = 17 x 23 =
391. Ou, ainda:

17, 23 | 17
1, 23 | 23
1, 1 | 17 x 23 = 391

Finalmente, é possível fatorar (ou decompor) determinados números para


encontrar seus fatores primos. Mais uma vez, utilizamos exemplos para ilustrar
o conceito.
O número 21, por exemplo, é um número composto, pois é divisível por,
1, por ele próprio e por 3 e 7; assim, é possível fatorá-lo, ou seja, podemos
realizar sua decomposição em fatores primos.
A decomposição em fatores primos de 21 em forma de potência é 3 x 7,
e, uma vez que 21 um número composto, podemos construir sua “árvore de
fatores” como:

21

3 7

Portanto, segundo Costa, Costa e Batista (2006), o processo de fatoração


é a decomposição de um número composto em um produto de fatores primos
que, quando multiplicados, recriam o número original. Fatores, por definição,
são números que se multiplicam para criar outro número.
Determinação de MMC de dois ou mais números 9

Agora, nosso objetivo será fatorar o número 452, que também se caracteriza
por ser composto, porque, como já sublinhamos acima, é divisível por 1, por
ele próprio e, pelo menos, pelo número 2, entre outros.

452 | 2
226 | 2
113 | 113
1

Então, podemos elaborar a “árvore de fatores” de 452, que fica da seguinte


forma:

452
2 226

2 113

Agora, com o número 72:

72 72 não é primo → dividimos por 2

2 36 36 não é primo → dividimos por 2

2 18 18 não é primo → dividimos por 2

2 9 9 não é primo → dividimos por 3

3 3 3 e 3 são primos → encerramos a divisão

2 x 2 x 2 x 3 x 3 = 72

Ou, na forma exponencial: 2³ x 3² = 72


10 Determinação de MMC de dois ou mais números

Quer aprofundar seus estudos sobre o tema? Acesse o link a seguir e divirta-se realizando
exercícios e aprendendo matemática na prática.

https://goo.gl/IlwDT

Referência

COSTA, H. R. ; COSTA, I. M. A. C.; BATISTA, C. M. N. Matemática elementar I. Manaus:


Universidade do Estado do Amazonas, 2006.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir apresenta mais esclarecimentos sobre o MMC por meio de exemplos práticos.

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EXERCÍCIOS

1) Carla, Ana e Suzana fazem regularmente os seus check-ups médicos. As frequências


com que elas vão ao mesmo cardiologista são diferentes: Carla precisa consultar de 9
em 9 meses, Ana, de 12 em 12 meses e Suzana, de 18 em 18 meses. Hoje, foi o dia em
que as três se encontraram no consultório do Dr. José. Determine daqui a quantos
meses as três se encontrarão novamente para consultar com o cardiologista:

A) 6 meses.

B) 10 meses.

C) 12 meses.

D) 24 meses.

E) 36 meses.

2) Em uma empresa de informática, a manutenção dos computadores desktop é


realizada a cada 30 dias e nos notebooks a cada 45 dias. Considerando que hoje foi
feita a manutenção dos dois tipos de computadores, a próxima vez em que a
manutenção deles ocorrerá no mesmo dia será daqui a:

A) 13 dias.
B) 18 dias.

C) 30 dias.

D) 90 dias.

E) 180 dias.

3) Ana recebe a visita de seus três filhos, respectivamente, em intervalos de 3 dias, de 7


dias e de 9 dias. Sabe-se que a última vez em que os três filhos se encontraram na
casa de sua mãe foi no início do mês de fevereiro. Sendo assim, determine o mês em
que eles tornarão a se encontrar.

A) Fevereiro.

B) Março.

C) Abril.

D) Junho.

E) Julho.

4) Carolina e Marcos adoram andar de bicicleta na pista do parque. Os dois iniciam


uma volta juntos e no mesmo sentido. Carolina consegue dar uma volta em 150
segundos, e Marcos, em 110 segundos. Calcule os segundos que o casal levará para se
encontrar novamente na pista.

A) 1.650 segundos.
B) 26 segundos.

C) 690 segundos.

D) 330 segundos.

E) 1.430 segundos.

5) Para a segurança noturna de uma empresa, há quatro alarmes que funcionam em


tempos diferentes. O primeiro dispara a cada 15 minutos, o segundo dispara a cada
45 minutos e o terceiro dispara a cada 65 minutos. O quarto alarme foi programado
para disparar somente quando os três anteriores funcionarem simultaneamente.
Determine de quantos em quantos minutos o quarto alarme entra em funcionamento.

A) 43.875 minutos.

B) 585 minutos.

C) 125 minutos.

D) 195 minutos.

E) 495 minutos.

NA PRÁTICA

Confira agora um exemplo prático sobre o mínimo múltiplo comum.


SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

MMC e MDC

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Funções Trigonométricas

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos as funções trigonométricas por meio das


definições de seno, cosseno e tangente, suas propriedades e gráficos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer as principais funções trigonométricas.


• Encontrar as propriedades das funções seno, cosseno e tangente.
• Projetar os gráficos dessas funções trigonométricas.

DESAFIO

Para resolver este desafio, você precisará aplicar as relações de função trigonométrica.

Vamos ao desafio!

O Natal é a época do ano mais esperada pela família de Jorge. A árvore do quintal que ele está
planejando enfeitar será a maior que já decoraram. Na fase de preparação, Jorge precisa estimar
a quantidade de luzes e enfeites que serão necessários a partir da altura aproximada da árvore.
Considere as relações trigonométricas, a figura, e sabendo que sen(x) = 0,32 e cos(x) = 0,76,
determine qual a altura da árvore que Jorge planeja enfeitar neste Natal.

INFOGRÁFICO

As funções trigonométricas surgiram para descrever situações periódicas. Definimos em


trigonometria o seno, o cosseno e a tangente, e a partir da combinação entre eles surgiram novas
funções trigonométricas aplicadas às várias áreas de estudo.
CONTEÚDO DO LIVRO

Acompanhe trechos extraídos do livro Matemática Aplicada, de Goldstein e Schneider. Essa


obra foi escolhida como base teórica da nossa Unidade de Aprendizagem.

Destacamos do livro a descrição da função trigonométrica: "(...) essas funções são periódicas,
isto é, depois de um certo ponto os seus gráficos se repetem. Esse fenômeno repetitivo não é
exibido por qualquer uma das funções que consideramos até agora. No entanto, vários
fenômenos naturais são repetitivos ou cíclicos."

Boa leitura.
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

A seguir, você verá um vídeo que possui como finalidade consolidar o aprendizado sobre o
assunto abordado nesta Unidade.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Considerando a função f(x) = 2 + sen(x), x ε IR, o intervalo real que representa o


conjunto imagem da função f é:

A) [-1,1].

B) [1,3].

C) [-3,3].

D) [0,3].

E) [2,3].

2) Encontre, com x real, o menor valor de f(x) = 1/(2 - cos x).

A) 1/2.

B) 1/3.
C) 1.

D) -1.

E) -3.

3) Determine o valor máximo da função y = 8 + 5 cos 10x.

A) 5.

B) 8.

C) -13.

D) 13.

E) 40.

4) Encontre os valores de a para que se tenha simultaneamente sen x = a +1 e cos x = a.

A) a = 0, a = 1.

B) a = 1, a = -1.

C) a = 0, a = -2.

D) a = 0, a = -1.

E) a = 1, a = -2.
5) As funções seno e cosseno são exemplos de funções trigonométricas que estão
presentes em variadas situações, como cálculo de distâncias, estudo de fenômenos
periódicos como as marés, frequência cardíaca, variação da temperatura em
determinado local, entre outros. Conhecer suas características e saber lidar com essas
funções é fundamental para o processo de resolução de problemas aplicados. Sendo
assim, marque a alternativa que expressa corretamente uma característica dessas
funções.

A) Um número real t pode representar mais de um ponto ( cos t, sen t ) no ciclo


trigonométrico.

B) Considere um ângulo de t radianos. Quando 0 < t < ( π/ 2 ), os valores de sen t e cos t


podem ser expressos como a razão entre os comprimentos dos lados de um triângulo
retângulo, onde sen t = (cateto adjacente ) / hipotenusa e cos t = (cateto oposto ) /
hipotenusa.

C) Quando o ângulo t varia entre π e 3π/2 radianos, o valor de sen t é positivo e cos t é
negativo.

D) Se conhecermos o valor de cos t, então podemos encontrar o valor de sen t.

E) As funções seno e cosseno são funções periódicas, sendo que o período da função seno é
2π e o período da função cosseno é π.

NA PRÁTICA
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Funções Trigonométricas

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Função Exponencial

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, trataremos da função exponencial por meio de sua definição e
seus gráficos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir uma função exponencial.


• Construir gráficos das funções exponenciais.
• Criar modelos usando funções exponenciais.

DESAFIO

Sofia aplicou o valor de R$1200,00 em renda fixa durante 6 anos em uma instituição bancária a
uma taxa de 1,5% ao mês, no regime de juros compostos. Considerando que a fórmula dos juros
compostos é dada por:
M = C(1 + i)t
C = capital investido
M = montante final
i = taxa unitária
t = tempo de aplicação

Defina:
a) O saldo ao final de 12 meses.
b) O montante final da aplicação.

DICA: Como a taxa é ao mês, lembre de transformar o prazo de anos para meses. Também é
importante saber que a taxa centesimal de 1,5% é equivalente à taxa unitária de 0,015.
INFOGRÁFICO

As funções exponenciais são usadas para descrever eventos que crescem ou decrescem
rapidamente. Acompanhe o infográfico para identificar as características dos gráficos da função
exponencial.

CONTEÚDO DO LIVRO

A equação y = 2x é um exemplo de um grupo especial de funções: as funções exponenciais.


Acompanhe o capítulo Função Exponencial do livro Fundamentos de Matemática. Essa obra foi
escolhida como base teórica da nossa unidade.
Boa leitura
FUNDAMENTOS DE
MATEMÁTICA

Rafael Stefani
Função exponencial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Definir uma função exponencial.


„„ Construir gráficos das funções exponenciais.
„„ Aplicar modelos usando funções exponenciais.

Introdução
Neste capítulo você vai aprender sobre as funções exponenciais, estu-
dando suas características, propriedades e representação gráfica. Também
vai conhecer a ampla aplicação de funções exponenciais em algumas
das diversas áreas de concentração das ciências.

Função exponencial
Funções exponenciais são aquelas que trazem a variável independente, por
exemplo x, como um expoente. Tendo como domínio o conjunto dos números
reais, uma função exponencial genérica pode ser descrita por:

f(x) = ax

em que a > 0, a ≠ 1 e a ∈R.


Foi excluído o caso em que a = 1 uma vez que, nessa hipótese, seja qual
for o expoente, a função será sempre constante, com f(x) = 1, ∀x.
Você pode conferir alguns exemplos numéricos de funções exponenciais
a seguir:

()
x
1
f(x) = 5x; f(x) = ; f(x) = 7–x
2
2 Função exponencial

Em uma função exponencial,

f(x) = 8x

a variável independente x indica quantas vezes o número 8 irá se repetir


em uma multiplicação. Por exemplo, supondo x = 3 para esta mesma função,
teremos:

f(3) = 83 = 8 × 8 × 8
f(3) = 512

De maneira mais genérica, a expressão anna indica que o número a será


multiplicado por ele mesmo n vezes:

an = a × a × ... × a com n fatores

Para obter o valor da função em um valor de x específico, basta colocar o


referido valor no lugar da variável independente. Por exemplo, seja a função:

f(x) = 8x

Se x = 1 → f(x) = f(1) = 81; logo, para x = 1 → f(1) = 8 ou y = 8.


Se x = 5 → f(x)= f(5) = 85; logo, para x = 5 → f(5) = 32.768 ou y = 32.768.
E assim por diante.

Além disso, vamos ver, a seguir, algumas propriedades das funções


exponenciais.

Propriedades de uma função exponencial


Considerando os números a e b positivos e x e n ∈ R:
axan = a(x+n) – multiplicação de potências de mesma base:

Exemplo:

2325 = 2(3 + 5) = 28

bn
= b(n – x) – divisão de potências de mesma base:
bx
Função exponencial 3

Exemplo:

54
= 5(4 – 2) = 52
52

(ab)x = axbx – multiplicação elevada a um expoente:

Exemplo:

(2 × 3)5 = 25 × 35

()
a n an – divisão elevada a um expoente:
b
= n
b

Exemplo:

( 83 ) = 83
6 6

(ax)n = axn – potência de potência:

Exemplo:

(73)4 = 73×4 = 712

( ) = b1 – expoentes negativos:
n
1
b–n = b n

Exemplo:

()
3
1 1
2–3 = 2 =
23

x n
a /n = √bx – raízes:

Exemplo:
4
57/4 = √57
4 Função exponencial

Inúmeros processos ou acontecimentos do nosso dia a dia podem obedecer a padrões


com características exponenciais. É muito importante conhecer e aplicar esse tipo de
função para resolver problemas aplicando esses modelos. Você verá isto com mais
detalhes em uma das seções a seguir.

Gráficos de funções exponenciais


Para traçar o gráfico de funções exponenciais, como ocorre em qualquer outro
tipo de função, basta atribuir valores para a variável independente. Ao substituir
o valor pretendido na função, você poderá calcular o valor correspondente da
função, naquele ponto.
Outra característica importante das funções exponenciais é o crescimento,
ou decrescimento de seu gráfico.
Para a função genérica

f(n) = bn

Se b > 1 esta função é dita crescente. Se 0 < b < 1, a função é decrescente.


Observe a Figura 1 e entenda um pouco mais este conceito.

y y
4 y = 2x 4

x
1 y = ( 12 )
1
x x
–2 –1 1 2 –2 –1 1 2
x
y = 2x é crescente y = ( 12 ) é decrescente
Figura 1. Gráficos de funções exponenciais, crescente e decrescente.
Fonte: Adaptada de Rogawski e Adams (2018, p. 41).
Função exponencial 5

Vamos, agora, construir o gráfico de uma função exponencial. Supondo


a função f(x) = 2x vamos, inicialmente, construir a tabela de valores que
relacionará x e sua correspondente f (x), conforme proposto no Quadro 1.

Quadro 1. Tabela de valores para desenhar gráfico de uma função exponencial

x -2 -1 0 1 2 3

y = f(x) 1/4 1/2 1 2 4 8

Colocando estes pares no plano cartesiano, você pode verificar na Figura 2.

y
8

x
–2 –1 1 2 3
Figura 2. Gráfico da função (x) = 2x.
Fonte: Safier (2011, p. 157).

Caso você se depare com funções do tipo f(x) = (3x + 2)x, o método de resolução deverá
seguir as regras básicas da matemática: substituir os valores de x, resolver a expressões
dentro dos parênteses e depois resolver a exponenciação. Assim, f(3) = (3 × 3 + 2)3 = 113.
6 Função exponencial

Modelos com funções exponenciais


Criar modelos matemáticos de situações e sistemas diversos pode ser muito útil
para prever o crescimento ou decrescimento de determinado evento. Funções
exponenciais têm muitas aplicações nestes modelos matemáticos.
Segundo Safier (2011) alguns destes modelos já estudados são:

Juros compostos:

Se temos um investimento de P Reais, a uma taxa anual de juros r, sendo


estes juros creditados na conta do investidor n vezes ao ano; o valor resultante
(A), gerado em um período t de tempo, é modelo pela função:

( r
)
nt
A(t) = P 1 +
n

Juros compostos contínuos:

Se temos um investimento de P Reais, a uma taxa anual de juros r, sendo


estes juros creditados na conta do investidor continuamente; o valor resultante
(A), gerado em um período t de tempo, é modelado pela função:

A(t) = P e r t

Crescimento populacional ilimitado:

Uma população N, com número N0 de indivíduos iniciais, sendo conside-


rada como crescente e sem limites, em qualquer instante t posterior, pode ser
calculada por (sendo a taxa de crescimento k uma constante a determinar):
N(t) = N0ekt

Crescimento populacional logístico:

Uma população N, com número N0 de indivíduos iniciais, sendo considerada


como crescente e com limite de P indivíduos, devido a recursos limitados,
em qualquer instante t posterior, pode ser calculada por (sendo a taxa de
crescimento k uma constante a determinar):
N0P
N(t) =
N0 + (P – N0)e–k t
Função exponencial 7

Como exemplo, vamos observar as situações descritas a seguir:

Considere um capital de R$ 9.000,00 aplicado a uma taxa de 15% ao ano, ca-


pitalizados mensalmente, durante seis anos. Ao final do período, considerando
a aplicação com juros compostos, o valor resultante gerado no período seria:

( r
)
nt
A(t) = P 1 +
n

( )
12 × 6
0,15
A(6) = 9.000 1 + = 22.013,28
12

Portanto, ao final de seis anos, o valor resultante será de R$ 22.013,28.


Um pequeno país, em 1970, possuía 200.000 habitantes. Após novo levan-
tamento, 40 anos depois, sua população era de 235.000. Qual será a população
estimada em 2030?
Como não há qualquer restrição ao crescimento populacional deste país,
vamos utilizar a relação N(t) = N0 e kt .Para tanto, precisamos determinar as
constantes N0 e k.
Assim,
N(0) = N0ek · 0

200000 = N0

Para definir a constante k:

N(40) = 200.000 ek · 40

235.000 = 200.000 ek · 40

235.000
ek · 40 =
200.000

e40k = 1,175

40k = ln 1,175

40k = 0,1613

k = 0,0040325
8 Função exponencial

Logo, no ano de 2030, 60 anos depois da nossa referência, a população será:

N(60) = 200.000e0,0040325×600

N(60) = 254.746,10

A matemática possui uma área de concentração específica de observação e modela-


gem de situação e sistemas. Esta área possui aplicações em diversas ciências, como a
engenharia, medicina, biologia, educação física. A modelagem matemática é uma área
sempre muito importante. Outros exemplos do que ela pode estudar são a absorção
de determinada substância ou medicamento pelo corpo humano, a eficiência no
trabalho, o crescimento bacteriano, entre outras.

ROGAWSKI, J.; ADAMS, C. Cálculo. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. v. 1.


SAFIER, F. Pré-cálculo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.

Leituras recomendadas
ADAMI, A. M.; DORNELLES FILHO, A. A.; LORANDI, M. M. Pré-cálculo. Porto Alegre:
Bookman, 2015.
AYRES, F.; MENDELSON, E. Cálculo. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

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EXERCÍCIOS

1) Encontre todos os x para que f(x) = 27 na função f(x)=35x.

A) 3/5.

B) -3/5.

C) 3.

D) -3.

E) 15.

2) A solução correta para a equação exponencial é: 23x-1=32

A) -2.

B) 2.

C) 1.

D) -1.
E) 3.

3) A solução correta para a equação exponencial é:


112x+5 = 1

A) 5.

B) 2/5.

C) -(2/5).

D) 5/2.

E) -(5/2).

4) Analisando os gráficos de funções de crescimento e decaimento exponenciais, pode-se


afirmar que:

A) Os gráficos nunca interceptam o eixo vertical (eixo y).

B) Os gráficos interceptam os eixos horizontal e vertical.

C) Os gráficos nunca interceptam o eixo horizontal (eixo x).

D) Os gráficos são retas paralelas ao eixo vertical.

E) Os gráficos são parábolas.

5) O aparelho de ar-condicionado de um escritório estragou. A função que descreve a


temperatura ambiente (em graus Celsius) em função de t, o tempo transcorrido em horas,
desde a quebra do ar-condicionado, é:

Considere que To é a temperatura interna do escritório enquanto a refrigeração


funcionava, e Text é a temperatura externa (suponha constante). E sabendo que To = 21°C
e Text = 30°C, calcule a temperatura no interior do escritório transcorridas 4 horas desde a
quebra do sistema de ar-condicionado.

A) T(4) = 25.

B) T(4) = 2,5.

C) T(4) = 29,1.

D) T(4) = 19.

E) T(4) = 35.

NA PRÁTICA
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Função exponencial

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