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FACULDADE SENAC - POA

UNIDADE CURRICULAR: Fundamentos Computacionais


CURSO: Análise e Desenvolvimento de Sistemas -ADS
DOCENTE: Magda Leyser (mleyser@senacrs.com.br )

Capítulo 2. Conjuntos
Definição 1: Se A é um conjunto, escrevemos x A para significar que o objeto x é um elemento
do conjunto A, e x A quando x não é um elemento de A.

A maioria dos conjuntos em Matemática não é definida, especificando-se um a um os seus


elementos. O método mais frequente de definir um conjunto é através de uma propriedade comum e
exclusiva dos seus elementos. Ou seja, aA e escreve-se A={a tal que a goza da propriedade P}={a |
a goza da propriedade P}. Lê-se: “A é o conjunto dos elementos a tais que a goza da propriedade P” ;
se a não goza da propriedade P então a A.

Relembrando os conjuntos numéricos usados como referência:

N = Z+=conjunto dos números naturais ou dos números inteiros não-negativos

Z = conjunto de todos os inteiros

Z *+= conjunto de todos os inteiros estritamente positivos

Q= conjunto de todos os números racionais

R = conjunto de todos os números reais

C = conjunto de todos os números complexos

Questão: Quais as operações matemáticas estão relacionadas a definição dos conjuntos acima?

O conjunto dos números naturais surge no processo de contagem onde aprendemos a


adicionar dois números, por exemplo, 2+3+5, mas também 2+1=3, ou seja, a construção do conjunto
dos números naturais parte da soma de um a qualquer número natural.

Mas temos a operação aritmética da subtração, assim, 5 − 2 = 3 é a subtração de dois


números naturais cujo resultado é também um número natural. Mas se realizamos a subtração de 7 −
9 temos como resultado o número negativa 2, que representamos por -2. Esse é o que chamaremos
um número inteiro, ou inteiro positivo.

Assim o conjunto dos números naturais é um subconjunto dos números inteiros, ou ainda, o
conjunto dos números inteiros tem todos os números naturais e o oposto dos números naturais. O que
pode ser representado no diagrama de Venn.

Diagrama de Venn

Uma forma de representação de conjuntos é através de diagramas, onde cada conjunto é


representado pela região limitada por uma linha fechada. Quando esta é uma circunferência o
diagrama é dito de Venn ou Venn-Euler. Em geral, estes círculos são colocados ou representados
dentro de um retângulo maior que designa o conjunto universo. Deve-se destacar que:

1. O tamanho do círculo não está relacionado com o número de elementos do conjunto (no caso
finito) ou cardinalidade (no caso infinito);
2. Quando um mesmo elemento pertencer a mais de um conjunto os círculos devem se
entrelaçar, ter uma parte comum;
3. Quando todo elemento de um pertencer ao outro, isto é, o primeiro será um subconjunto do
outro, os círculos ficam superpostos.
Assim, a relação entre o conjunto dos números inteiros e o conjunto dos números naturais
está representada no diagrama:

Mas se considerarmos a operação de divisão enfrentaremos uma situação semelhante de


10 2
operar dois números inteiros e o resultado não é um número inteiro, por exemplo: = 5 ∈ 𝑍, mas =
2 10
0,2 é o que chamaremos de número racional, decimal, pois o denominador é potência de dez, uma
10
fração. Assim, constituímos um novo conjunto que contém os números inteiros porque = 10 pode
1
ser representado por uma fração, ou todo número inteiro é uma fração onde o denominador é 1.
𝑝
Representaremos o conjunto dos números racionais por: 𝑄 = {𝑝 ∈ 𝑍 𝑒 𝑞 ∈ 𝑁 ∗ 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 } Ou
𝑞
seja, qualquer divisão em que o denominador é u número natural diferente de zero e o numerador é
um número inteiro. Então podemos dizer que temos o seguinte diagrama que representa a relação de
construção entre os conjuntos:

A próxima etapa dessa construção considera a operação de multiplicação e a situação de


multiplicação sucessiva pelo mesmo número que denominamos de potenciação, por exemplo:

𝟔𝟐 = 𝟔 × 𝟔 = 𝟑𝟔

𝟐𝟓 = 𝟐 × 𝟐 × 𝟐 × 𝟐 × 𝟐 = 𝟑𝟐

(−𝟓)𝟐 = (−𝟓) × (−𝟓) = 𝟐𝟓

(−𝟒)𝟑 = (−𝟒) × (−𝟒) × (−𝟒) = −𝟔𝟒

A operação inversa, ou que desfaz a potenciação é a radiciação, assim, √36 = ∓6 pois


lembrando que pela regra de sinais da multiplicação 𝟔𝟐 = 𝟔 × 𝟔 = 𝟑𝟔 e (−𝟔)𝟐 = −𝟔 × −𝟔 = 𝟑𝟔.
Observe que 6 ou -6 é um número racional, inteiro. Mas √2 = 1,41421356237 é um número que apesar
de escrevermos na forma decimal não tem representação por fração (racional), trata-se do que
chamaremos um número irracional, e, portanto, temos um novo conjunto numérico denominado de
número real, portanto a relação entre os conjuntos numéricos podes ser representada por:

Ainda teríamos mais uma etapa nessa construção, a situação referente a raiz quadrada de números
negativos, por exemplo, √−36 = ∓6𝑖 o que denominamos de número complexo ou imaginário, onde
usando a propriedade de radiciação temos √−36 = √36 × (−1) = √36 × √(−1) = ∓6√(−1) = ∓6𝑖

Definição 2: Chama-se de conjunto vazio ou nulo, aquele conjunto que não tem elementos. Para
representá-lo, usaremos o símbolo  ou { }. Assim como o conjunto que possui somente um elemento
é chamado de conjunto unitário.

No caso de conjuntos finitos, identifica-se a quantidade de elementos, também denominado de


cardinalidade ou ordem do conjunto, por card(A), O(A), #(A) ou n(A). Assim A= {2, 4, 6}, sua
cardinalidade, #A= n(A)=3, pois este conjunto possui 3 elementos.
Poder-se definir um conjunto infinito apresentando seu padrão de formação, de maneira recursiva,
isto é considere o conjunto dos números pares S={2, 4, 6, 8, 10, ...}= {x| x é inteiro positivo par}. Este
conjunto pode ser apresentado da seguinte maneira:
1. 2 S;
2. Se n S, então (n+2)  S.
As diversas formas através das quais se pode definir um conjunto, são, portanto:
➢ listando (ou listando parcialmente) os elementos, denominada representação por
extensão;
➢ usando recursão para descrever como gerar o conjunto de elementos;
➢ descrevendo uma propriedade P que caracterize a coleção de elementos, denominada
representação por compreensão.
Ainda é importante recordar que um mesmo número pode ter diversas representações como
por exemplo:

50 5 1
a) representação como número racional ou fracionário: =
100
= 10 = 2

b) representação como número decimal: 0,5 = 0,50 = 0,500


c) representação como número na notação científica: 5x10-2 = 50x10-3 = 500x10-4

2.1 Subconjuntos

Para A={2, 3, 5, 12} e B={2, 3, 4, 5, 9, 12} , todo elemento de A é também elemento de B. Quando
isso acontece, dizemos que A é um subconjunto de B. O símbolo A B indica que A é um subconjunto
de B, A está contido em B, A incluído em B. Ou ainda, BA, B contém A ou B exclui A. Se AB mas
AB, existe pelo menos um elemento de B que não é elemento de A, então A é dito um subconjunto
próprio de B e denotado por A B.

O conjunto vazio, , considera-se contido em qualquer conjunto A. Isto é,  A. Para representar


a não-inclusão de A em B, usa-se como notação AB, e lê-se A não está contido em B, o que pode
ser representado formalmente por: existe um elemento x tal que: xA e xB .

Se T S e S A, então claramente T A, de modo que a relação “subconjunto de” é transitiva. Do


mesmo modo, a condição para a igualdade de conjuntos se torna a sentença A=B se e somente se
A B e B A. Além disso, o conjunto vazio  (o conjunto com nenhum membro) é um subconjunto de
todo conjunto.

Simbolicamente, escreve-se isto assim:

• R  U ou equivalentemente U  R: lê-se R está contido em U ou U contém R.


• Q  U ou equivalentemente U  Q: lê-se Q está contido em U ou U contém Q.
• Q  R ou equivalentemente R  Q: lê-se Q está contido em R ou R contém Q.
• T  U ou equivalentemente U ___ T: lê-se T não está contido em U ou U não contem T.
• R  Q ou equivalentemente Q ___ R: lê-se R não está contido em Q ou Q não contem R.
Resumindo:

Um conjunto A é dito subconjunto de um conjunto B quando todo elemento do conjunto A é


também elemento do conjunto B. Simbolicamente, A  B  B  A  todo x  A tem-se x  B,

Onde o símbolo  significa equivale. Da mesma forma: A não é subconjunto de um conjunto


B quando existe pelo menos um elemento de A que não é elemento de B. Simbolicamente, A  B 
B  A  existe algum x  A de modo que x  B

Exemplo: Considere os seguintes conjuntos: A={12, 74, - 9, 5}, B={ 7, 4,6} , C={12, 4, 5, 0}. E D={7,6}

1. Determine a cardinalidade de cada conjunto, isto é o número de elementos. Denotado por n(A)
ou #A para o conjunto A.
Card(A)=O(A)=n(A)=#A=4, conjunto A tem 4 elementos.
n(B)=2, conjunto B tem 2 elementos.
n(C)=4, conjunto C tem 4 elementos.
2. Faça a representação dos conjuntos através dos diagramas de Venn.
3. Apresente em linguagem natural (português) uma frase para cada uma das sentenças
matemáticas abaixo. Então determine, o valor-lógico das sentenças abaixo justificando sua
resposta.
a) B C
b) B A
c) AB
d) AC
e) 0C
f) {7,-9}  B
g) {12}  A
h) C
i) {0}  C
j) {74,-9}  A
k) {12,74,-9,5}  A
l) A
m) {}C
n) {}B
o) 12  A
p) {12}  C

2.1 Operações entre conjuntos

As operações lógicas estabelecidas pelos conetivos estão presentes na definição das


operações entre conjuntos: união de conjuntos, interseção de conjuntos, diferença de conjuntos e
complementar. A seguir apresentamos a definição de cada uma dessas operações associada ao
respectivo conetivo lógico.
Mas antes é importante considerar mais uma definição de conjuntos. Considere dois
conjuntos, por exemplo, A={2, 3, 5, 12} e B={2, 3, 4, 5, 9, 12}, todo elemento de A é também
elemento de B. Quando isso acontece, dizemos que A é um subconjunto de B. O símbolo A  B
indica que A é um subconjunto de B, A está contido em B, A está incluído em B. Ou ainda, B A,
B contém A. O que pode ser representado por diagrama de Venn na figura abaixo.

Dizemos que A  B, mas AB, existe pelo menos um elemento de B que não é elemento
de A, então A é dito um subconjunto próprio de B e denotado por A B.

O conjunto vazio, representado por , ou seja, o conjunto sem elementos considera-se


contido em qualquer conjunto A. Isto é, A, o conjunto vazio é um subconjunto de qualquer
conjunto. Para representar a não inclusão de A em B, usa-se como notação AB, e lê-se A não
está contido em B, o que pode ser representado formalmente por: existe um elemento x tal que :
(xA e xB).

Aqui também se faz presente o conetivo lógico da disjunção, quando se escreve A B,
lê-se AB ou A=B. A condição para a igualdade de conjuntos se torna a sentença A=B se e
somente se AB e BA.
As operações entre conjuntos estão definidas a partir de um conjunto referência que
chamamos de conjunto universo, normalmente denotado pelas letras U ou S. A partir desse
conjunto universo S, escolhemos os subconjuntos onde estudamos as operações de união
interseção, diferença e complementar.
Definição 2: Sejam A e B subconjuntos do universo S. A união de A e B, denotada por

AB={ x elemento de S onde xA ou xB}.

Ou seja, serão elementos da operação da união os elementos que fazem a disjunção entre os
elementos do conjunto verdadeira.

Exemplo: Considere o conjunto universo S={0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} onde escolhemos os


subconjuntos A={3, 4, 5, 6} e B={3, 5, 7,8}, C={ 3, 5, 6} e D={0,1}. Iniciamos construindo os
respectivos diagramas de Venn para auxiliar a interpretação do conjunto resultante das operações
abaixo:
(AB) = { x elemento de S onde xA ou xB}= {3, 5, 6, 4, 7, 8}

(AC) ={ x elemento de S onde xA ou xC}= {3, 5, 6, 4}

(CB) ={ x elemento de S onde xC ou xB}= {6, 5, 3, 8, 7 }

(BC) = { x elemento de S onde xB ou xC}={6, 5, 3, 8, 7 }

(AD)= { x elemento de S onde xA ou xD}= {3, 5, 6, 4, 7, 8}

Para ilustrar o que afirmamos na definição da união, vamos tomar a construção da tabela -
verdade (PQ) onde as sentenças declarativas fechadas estão associadas a relação de pertinência
a partir do conjunto universo. No caso da determinação do conjunto resultante da operação:

BC={ x elemento de S onde xB ou xC}.

BC={ x elemento de S onde x{3, 5, 7,8} ou x{ 3, 5, 6}}.

(BC) = {6, 5, 3, 8, 7 } é o conjunto solução dessa operação porque:

Valor-verdade de Valor-verdade de Valor-verdade


P Q (PQ)
P Q de (PQ)

5B 5C V V 5A ou 5C V

8B 8C V F 8A ou 8C V

6B 6C F V 6A ou 6C V

4B 4C F F 4A ou 4C F

7B 7C V F 4A ou 4C V

3B 3C F V 3A ou 3C V


Podemos representar somente os dois conjuntos envolvidos na operação, identificando que a
região preenchida de cor, ou hachuriada, que representa o resultado da união corresponde ao interior
dos dois conjuntos.

Definição: Sejam A e B subconjuntos do universo S. A interseção de A e B, denotada por

AB= { x elemento de S onde xA e xB}.

Exemplo: Considere o conjunto universo S={0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} onde escolhemos os


subconjuntos A={3, 4, 5, 6} e B={4, 5, 7,8}, C={ 3, 5, 6} e D={0,1}. Iniciamos construindo os
respectivos diagramas de Venn para auxiliar a interpretação do conjunto resultante das operações
abaixo:

(AB) = { x elemento de S onde xA e xB}={5, 3}

(AC) = { x elemento de S onde xA e xC}={ 5, 3, 6}


(CB) = { x elemento de S onde xC e xB}={5, 3}

(BC) = { x elemento de S onde xB e xC}={5, 3}

(AD) ={ x elemento de S onde xA e xD}={ }

(BD) ={ x elemento de S onde xB e xD}={ }

Novamente, afirmamos na definição da interseção, a verdade da conjunção (PQ) onde


as sentenças declarativas fechadas estão associadas a relação de pertinência a partir do conjunto
universo. No caso da determinação do conjunto resultante da operação: (BC) = {5, 3} é o conjunto
solução dessa operação por que:

B={3, 5, 7,8}, C={ 3, 5, 6}

Valor-verdade de Valor-verdade de Valor-verdade


P Q (PQ)
P Q de (PQ)

5B 5C V V 5B e 5C V

8B 8C V F 8B e 8C F

6B 6C F V 6B e 6C F

4B 4C F F 4B e 4C F


Podemos representar somente os dois conjuntos envolvidos na operação, identificando que
a região preenchida de cor, ou hachuriada, que representa o resultado da interseção corresponde ao
interior dos dois conjuntos.
Definição: Seja A subconjunto do universo S. O complemento do conjunto A em relação ao
conjunto S, denotada por A’ ou C S(A) é { xS e xA}.

Exemplo: Considere o conjunto universo S={0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} onde escolhemos os


subconjuntos A={3, 4, 5, 6} e B={4, 5, 7,8}, C={ 3, 5, 6} e D={0,1}. Iniciamos construindo os
respectivos diagramas de Venn para auxiliar a interpretação do conjunto resultante das operações
abaixo:

A’ = {2, 9, 0, 1, 8, 7}

B’ = {2, 9, 0, 1, 6, 4}

C´= {2, 9, 0, 1, 4, 8, 7}

D’= {2, 9, 4, 6, 5, 3, 8, 7}

Também podemos associar ao resultado verdadeiro da sentença composta usada nos


conetivos, afirmamos na definição do complementar, a verdade da conjunção (PQ) onde as
sentenças declarativas fechadas estão associadas a relação de pertinência a partir do conjunto
universo. Sendo que o valor-verdade de P será sempre verdadeiro, pois C é um subconjunto de S. No
caso da determinação do conjunto resultante da operação: (C’) = {2, 9, 0, 1, 4, 8, 7} é o conjunto
solução dessa operação por que:

Valor-verdade de Valor-verdade de Valor-verdade


P Q (Q)
P Q de (PQ)

5S 5C V V F F

6S 6C V F V V
Podemos representar somente os dois conjuntos envolvidos na operação, identificando que a
região preenchida de cor, ou hachuriada, que representa o resultado da interseção corresponde ao
interior dos dois conjuntos.

Definição: Seja A e B subconjuntos do universo S. A diferença entre A e B, denotada por

A-B = { xS onde, xA e xB}. Que pode ser escrita como A-B={xA e xB’ }. Ou ainda, pode-
se entender A-B como sendo o complementar de B em relação a A e escreve -se:

A-B=CA B=AB’

Exemplo: Considere o conjunto universo S={0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} onde escolhemos os


subconjuntos A={3, 4, 5, 6} e B={4, 5, 7,8}, C={ 3, 5, 6} e D={0,1}. Iniciamos construindo os
respectivos diagramas de Venn para auxiliar a interpretação do conjunto resulta nte das operações
abaixo:
A-B = { xS onde, xA e xB}= {4, 6}

B-A = { xS onde, xB e xA}= {8, 7}

C-A= { xS onde, xC e xA}= { }

D-A= { xS onde, xD e xA}= {0, 1}

C-D= { xS onde, xC e xD}= {6}

Nesta operação podemos associar ao resultado verdadeiro da sentença composta usada


nos conetivos. Afirmamos na definição da diferença, a verdade da conjunção (PQ) onde as
sentenças declarativas fechadas estão associadas a relação de pertinência a partir do conjunto
universo. No caso da determinação do conjunto resultante da operação: B-A = { xS onde, xB e
xA}= {8, 7}

é o conjunto solução dessa operação por que:

Valor-verdade de Valor-verdade de Valor-verdade


P Q (Q)
P Q de (PQ)

5B 5A V V F F

6B 6A F V F F

8B 8A V F V V

9B 9A F F V F

Podemos representar somente os dois conjuntos envolvidos na operação, identificando que a


região preenchida de cor, ou hachuriada, que representa o resultado da interseção corresponde ao
interior dos dois conjuntos.
Observação: Sendo A e B dois conjuntos distintos como ocorre neste exemplo, entre os
conjuntos, D e A, para os quais, DA=, neste caso estes conjuntos são ditos disjuntos. Portanto
D-A e A-D, por exemplo, também são conjuntos disjuntos. D-A= {0,1} e A-D={4, 5, 3, 6}.

2.2 Interpretação da relação está contido

Sejam A e B subconjuntos do Universo S.

𝐴 ⊂ 𝐵 ↔ 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑆, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑥 ∈ 𝐴 → 𝑥 ∈ 𝐵.


𝐴 ⊂ 𝐵 ↔ 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑆, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑆𝑒 𝑥 ∈ 𝐴 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑥 ∈ 𝐵.
Caso 1

𝑥 𝑥∈𝐴 𝑥∈𝐵 𝑥∈𝐴→ 𝑥∈𝐵


10 Verdade Falso Falso
2 Verdade Verdade Verdade
1 Falso Verdade Verdade
12 Falso Falso verdade

Temos uma indeterminação portanto, é falso afirmar que neste caso o conjunto A está contido
no conjunto B.
Caso 2

𝑥 𝑥∈𝐴 𝑥∈𝐵 𝑥∈𝐴→ 𝑥∈𝐵


10 Verdade Falso Falso
2 Falso Falso Verdade
1 Falso Verdade Verdade
12 Falso Falso verdade

Temos uma indeterminação portanto, é falso afirmar que neste caso o conjunto A está contido
no conjunto B.

Caso 3
𝑥 𝑥∈𝐴 𝑥∈𝐵 𝑥∈𝐴→ 𝑥∈𝐵
10 Falso Falso Verdade
2 Verdade Verdade Verdade
1 Falso Verdade Verdade
12 Falso Falso Verdade

Temos uma Tautologia portanto, é correto afirmar que neste caso o conjunto A está contido no
conjunto B.

2.3 Conjunto das partes de um conjunto

Dado um conjunto S, podemos criar um novo conjunto cujos elementos sejam todos os
subconjuntos de S. Este novo conjunto é chamado conjunto das partes de S, (S) P(S)

(S) conterá, pelo menos  e o próprio S, uma vez que  S e S S são sempre verdade. Se S
tem n elementos então (S) terá 2n elementos.

Exemplo 9: Para A={1, 2, 3} qual é (A)?

O conjunto das partes de A, (A), é

(A)={x é um subconjunto de A}={x é um conjunto onde x  A }=

(A)={ , {1, 2, 3},{1},{2},{3},{1, 2},{1, 3},{ 2, 3}}

A tem 3 elementos, elemento 1, elemento 2, elemento3


{1}A, {2}A, {3}A

A

{1, 2, 3}A

{1, 2}A

{1, 3}A

{ 2, 3}A
O conjunto das partes de A, P(A) tem 8 elementos
A partir desse exemplo vamos generalizar como se comporta o conjunto das partes de um
conjunto A onde em cada exemplo abaixo, incluímos mais um elemento.

A #A (A) lê-se conjunto das partes do conjunto A #(A)

{1} (A) ={ , {1}}

1 2=21

{1, 2} 2 (A) ={ , {1, 2},{1},{2}} 4=22

{1, 2, 3} 3 (A) ={ , {1, 2, 3},{1},{2},{3},{1, 2},{1, 3},{ 2, 3}} 8=23

{1,2, 3,4} (A) ={ , {1,2,3,4},{1},{2},{3},{4},{1,2},{1,3},


4 16=24
{1,4},{2,3},{2,4},{3,4},{1,2,3},{1,2,4},{2,3,4},{1,3,4},}

{1,2,3,4,5} (A) ={ , {1,2,3,4,5},{1},{2},{3},{4},{5},

{1,2},{1,3},{1,4},{1,5},{2,3},{2,4},{2,5},{3,4},{3,5},{5,4},

5 {1,2,3},{1,2,4},{1,2,5},{1,3,4},{1,3,5},{1,4,5},{{2,3,4},{2,3,5},{2,4,5}, 32=25

{3,4,5},{1,2,3,4},{2,3,4,5},{1,3,4,5},{1,2,4,5},{1,2,3,5}}

Podemos observar desses exemplos a verdade do seguinte teorema:

Se S tem n elementos então (S) terá 2n elementos.

2.4 Princípio da Inclusão e exclusão de conjuntos

As operações entre conjuntos estão associadas a propriedades que definem seus elementos.
Além de identificarmos as propriedades conforme as operações lógicas, também são interessantes
associar a essas propriedades a quantidade de elementos de cada conjunto e qual sua relação com a
quantidade de elementos das operações lógicas. A partir dessa ideia vamos determinar quantos
elementos tornam umas determinadas propriedades verdadeiras ou falsas.

Iniciemos essa análise a partir da seguinte situação.

Usaremos a ideia de número de elementos de um conjunto para resolvermos alguns


problemas:

A={Ana, Pedro, Paulo, Tiago, Jonas, Cesar, Renata}={Convidados da festa que bebem refrigerante}

B={Ana, Pedro, João, Sérgio, Carlos}= { Convidados da festa que bebem de vinho}

Quantos convidados bebem vinho e refrigerante?

Quantos convidados bebem refrigerantes e não bebem vinho? Podemos dizer que eles bebem
exclusivamente refrigerante ou só bebem refrigerante.

Quantos convidados bebem vinho e não bebem refrigerante?


A partir das informações acima, para responder as perguntas, sugere-se:

• Represente o diagrama de Venn dos dois conjuntos.


• Identifique o número de elementos de cada conjunto.
• Identifique qual a quantidade de elementos das operações de união, intersecção e diferença
entre os conjuntos.
É possível responder as seguintes perguntas?

Quantos irão beber vinho ou refrigerante?


Represente o diagrama de Venn dos dois conjuntos.
Resposta:

• Diagrama de Venn dos conjuntos

• Identifique o número de elementos de cada conjunto.


Representando por A= pessoas que bebem refrigerante temos #(A)= 7 e B= pessoas que
bebem vinho e #(B)=5.

• Identifique a quantidade de elementos das operações de união, intersecção e diferença entre


os conjuntos.
AB= {Ana, Pedro, Paulo, Tiago, Jonas, Cesar, Renata, João, Sérgio, Carlos } = {convidados
da festa que bebem refrigerante ou vinho} temos #( AB)=#(A)+#(B)- #( AB)=7+5-2=10

AB= {Ana, Pedro} = {convidados da festa que bebem refrigerante e vinho} temos #(AB) =2

A-B= {Paulo, Tiago, Jonas, Cesar, Renata}

= {convidados da festa que bebem refrigerante e não bebem vinho}

Temos #(A-B) = 5

B-A= {João, Sérgio, Carlos}

= {convidados da festa que bebem vinho e não bebem refrigerante}

Temos #(B-A) =3

Assim poderemos responder ao perguntado justificando que


Quantos convidados bebem vinho e refrigerante? #(AB) =2 pessoas

Quantos bebem refrigerantes e não bebem vinho? #(A-B) = #(A)- # (AB) = 7-2=5 pessoas

Quantos bebem vinho e não bebem refrigerante? #(B-A) =#(B)- #(AB) =5-2=3 pessoas

Quantos irão beber vinho ou refrigerante?

#(AB) = #(A) + #(B) - #(AB) =7+5-2=10pessoas

Ou

#(AB) = #(A-B) + #(B-A) + #(AB) =7+3+2=10pessoas

Exemplo: Considere o seguinte diagrama de Venn que representa os conjuntos A, B e C


subconjuntos do universo S= {x  Z tal que 0 < x  22}

a) Descreva por extensão os elementos dos subconjuntos A, B e C; além do conjunto universo


S.

b) Apresente o conjunto solução e o número de elementos do conjunto resultante das


operações abaixo:
b.1) (AB) =

b.2) (AC) =
b.3) (BC) =

b.4) (AB) C=

b.5) (AB) =

b.6) (AC) =

b.7) (BC) =

b.8) (BC)  A=

b.9) (A-B) =

b.10) (A-C) =

b.11) (B-A)=

b.12) (B-C)=

b.13) (C-B)=

b.14) (C-A)=

b.15) A´= S-A=

Resposta:

a) Descreva por extensão os elementos dos subconjuntos A, B e C; além do conjunto universo


S.
S= {x  Z tal que 0<x 22} = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22}

A= {2,3,4,5,6,7,16,17,18,19} tem 10 elementos.

B= {2,3,4,5,6,7, 8,9,10,11} tem 9 elementos.

C= {1,2,3,5, 7,8,9, 12,13,14,15} tem 11 elementos.

b) Apresente o conjunto solução e o número de elementos do conjunto resultante das


operações abaixo:
b.1) (AB) ={2,3,4,5,6,7,16,17,18,19, 8,9,10,11} tem 14 elementos.
b.2) (AC) = {2,3,4,5,6,7,16,17,18,19,1, 8,9, 12,13,14,15} tem 17 elementos.
b.3) (BC) ={2,3,4,5,6,7, 8,9,10,11, 1,7, 12,13,14,15} tem 15 elementos.
b.4) (AB) C={2,3,4,5,6,7,16,17,18,19, 8,9,10,11}{1,2,3,5, 7,8,9, 12,13,14,15}=
={2,3,4,5,6,7,16,17,18,19, 8,9,10,11,1, 12,13,14,15} tem 19 elementos.

b.5) (AB) = {4,6,2,3,5} tem 5 elementos.


b.6) (AC) = {2,3,5,7} tem 4 elementos.
b.7) (BC) ={2,3,5,8} tem 4 elementos.
b.8) (BC)  A={2,3,5,8,9}{2,3,4,5,6,7,16,17,18,19}={2,3,5} tem 3 elementos.
b.9) (A-B) = { 7,17,16,18,19} tem 5 elementos.
b.10) (A-C) = { 4,6,17,16,18,19} tem 6 elementos.
b.11) (B-A)={8,9,10,11} tem 3 elementos.
b.12) (B-C)={10,11,4,6} tem 4 elementos.
b.13) (C-B)= {7,1,12,13,14,15} tem 6 elementos.
b.14) (C-A)= {8,9,1,12,13,14,15} tem 7 elementos.
b.15) A´= S-A={1, 12,13,14,15,8,9,10,11,20,21,22} tem 12 elementos.

Considere A e B subconjuntos de um conjunto universo S, então A-B, B-A e AB são disjuntos
dois a dois, isto é:

(A-B)  (B-A) =

(AB)  (B-A) =
(AB)  (A-B) =
Por exemplo, pode-se afirmar:
Se x (A-B), então x B, logo x B-A e x(AB)

Assim podemos observar que: #A representa o número de elementos do conjunto A, ou cardinal de


A

Teremos:

#((A-B)  (B-A)  (AB))= # (A-B) + # (B-A) + #(AB)

# (AB) = # A + # B - #(AB)
Ou no caso de 3 conjuntos podemos ter a seguinte distribuição representada no diagrama de
Venn abaixo
# (ABC) = # A + # B + # C - #(AB) - #(AC) - #(BC)+ #(ABC)
Exemplo

Considere o universo de 400 pacientes de uma unidade de pronto atendimento de saúde


pública municipal. Identificaram-se as seguintes características a respeito dos eventos de atendimento
no período de 48 horas:
• 143 atendimentos atualizaram a carteira de vacina.
• 95 atendimentos realizaram exame clínico.
• 70 atendimentos atualizaram a carteira de vacina e realizaram exame clínico.

A interpretação das informações do enunciado pode ser associada a imagem do diagrama de Venn
identificando que a conjunção está associada a intersecção dos dois conjuntos, representada pela
região marcada em amarelo onde os dois conjuntos se cruzam, e, portanto, esses indivíduos
pertencem aos dois conjuntos.
A partir dessas informações, justifique:
a) Qual a quantidade de atendimentos que só atualizaram a carteira de vacina.

Atendimento que só atualizaram a carteira de vacina=o(carteira)-o(carteiraexame clínico)=143-


70=73;
Representado pela região marcada em amarelo
b) Qual a quantidade de atendimentos atualizou a carteira de vacina ou realizaram exame clínico.
Atendimento que realizaram atualizaram a carteira de vacina ou realizaram exame clínico=
o(carteira  exame clínico)=o(carteira)+o(exame clínico)-o(carteiraexame clínico)=
=143+95-70=168;
Ou
o(carteira  exame clínico)=73+70+25 =168=
o(carteira-exame)+o(carteiraexame)+o(exame-carteira);

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