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Departamento de Engenharia Mecânica e Industrial

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

Departamento de Engenharia Mecânica e Industrial


Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

Mini-Projeto 1
Análise de um campo bidimensional de temperatura
recorrendo a um programa de volumes finitos em Python

Professor Moisés Brito

Maria José Cardoso nº 52996

Novembro Figura 1 - Representação distribuição de


temperaturas (Paraview)deFigura 2 - Representação
da distribuição de temperaturas na placa 2021

Professor Moisés Brito

Maria José Cardoso nº 52996

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Novembro de 2021
Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 3
Contextualização teórica ............................................................................................................... 3
Malha ............................................................................................................................................ 5
Condições fronteira ....................................................................................................................... 6
Análise do Código .......................................................................................................................... 7
Conclusões .................................................................................................................................. 11

Índice de Figuras
Figura 1 - Placa "L" ........................................................................................................................ 3
Figura 2 - Elementos da malha (Excel) .......................................................................................... 3
Figura 3 - Coordenadas y (Excel) ................................................................................................... 5
Figura 4 - Coordenadas x (Excel) ................................................................................................... 5
Figura 5 - Representação das condições fronteira ........................................................................ 5
Figura 6 - Representação da distribuição de temperaturas na placa ........................................... 1
Figura 7 - Representação distribuição de temperaturas (Paraview) ............................................ 1

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Introdução
Este projeto tem como objetivo utilizar um programa de volumes finitos na
linguagem Python de forma a compreender e analisar a distribuição de temperatura (a
nível bidimensional) numa placa em forma de “L” (Figura 1), considerando difusão
pura.

Figura 3 - Placa "L"

Contextualização teórica
Figura 4 - Elementos da malha (Excel)Figura 5 - Placa "L"
A partir da equação de transporte na forma conservativa de ∅ (1):

E considerando que o problema apresentado é um problema de difusão pura


estacionário (onde não existe convecção nem variação ao longo do tempo) obtém-se a
equação (2):

Discretizando-se esta equação e identificando os coeficientes correspondentes a


∅ como sendo variáveis “a” tem-se a equação (3):

Onde:

Simplificando substitui-se Γ (coeficiente de difusão) por k, que se admite ser


constante (kE=kW=kN=KS), e admite-se ainda que δxWP = δxPE = δx e que δxSP = δxPN = δy
ficando-se assim com uma malha retangular cujos nós estão centrados.

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Para além disto tem que se ter em conta a presença de outros dois coeficientes
𝑆𝑃 e 𝑆𝑈 , que dependem da proximidade do elemento a uma superfície com uma dada
temperatura estável.
−2 × 𝑘 2 ×𝑘
𝑆𝑃 = ×𝐴 𝑆𝑈 = ×𝐴 ×𝑇
𝛿𝑥 𝛿𝑥
Note-se que onde se lê 𝛿𝑥 também poderia ser 𝛿𝑦.
Estes dois elementos, neste caso em específico, só assumem valores não nulos
em nós fronteiriços sendo que nesses casos T assume o valor da temperatura na
superfície fronteira em questão.

Adaptando a Equação (3) para os elementos sobre as fronteiras, obtém-se 𝑆𝑃 e


𝑆𝑈 não nulos e um ou dois coeficientes aW, aE, aN, aS nulos, de acordo com a posição
da fronteira em relação ao elemento (por exemplo, se a fronteira for do lado esquerdo
−2 ×𝑘
do nó então a contribuição aW será nula, 𝑆𝑃 será igual a 𝛿𝑥 × 𝐴𝑤 e 𝑆𝑈 será igual a
−2 ×𝑘
× 𝐴𝑤 × 𝑇).
𝛿𝑥

Aplicando-se então a Equação (3) a todos os elementos da malha, obtém-se a


solução resolvendo um sistema de equações lineares.

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Malha
Em primeiro lugar foi necessário proceder à elaboração de uma malha de
volumes finitos que permitisse discretizar o problema.
Para este efeito recorreu-se ao programa Excel onde se criou uma malha, com
208 elementos, que representasse a geometria em L do problema. Como se pode
verificar na Figura 2, abaixo representada, apesar de não estarem numerados, foram
ainda tidos em conta os elementos que se encontravam justamente na fronteira da
placa para que no final da aplicação do método dos elementos finitos fosse possível
representar a distribuição de temperaturas em todo o seu domínio. Note-se que estes
elementos fronteiriços encontram-se a temperaturas distintas sendo que 3 lados e 2
vértices encontram-se à temperatura TA = 300 K, outros 3 lados e 2 vértices estão à
temperatura TB = 350 K e para os restantes dois vértices admitiu-se que se
encontravam à temperatura média TM = 325 K.

Figura Error! Bookmark not defined. - Elementos da malha (Excel)

Ainda no Excel construíram-se duas matrizes correspondentes às coordenadas x


(Figura 3) e y (Figura 4) dos 208 nós que foram utilizados e ainda dos nós da fronteira.
O espaçamento utilizado foi dx/2 e dy/2 para a distância entre nós da malha de
elementos e as fronteiras enquanto que para o distanciamento entre os nós em si já
foi utilizado dx e dy.

Figura 3 - Coordenadas x (Excel)

Figura 3 - Coordenadas x (Excel)

Figura 4 - Coordenadas y (Excel)


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Figura 4 - Coordenadas y (Excel)


Condições fronteira
Para esta malha foram identificadas 11 condições fronteira sendo elas
correspondentes aos 6 lados e a 5 vértices (note-se que o vértice restante, na posição
x=0,279412 e y=0,139706, é um nó interior), tal como ilustrado na Figura 5.

Figura 7 - Representação das condições fronteira

Legenda:
TE. , ME. e IE. : vértices
Figurado
8 - topo, médiodas
Representação e inferior
condições esquerdo
fronteira

ID. e TD. : vértices inferior e topo direito


LES e LEI : Laterais esquerdas inferior e superior
LD: Lateral direita
T: Aresta do Topo
IE e ID: Arestas Inferiores esquerda e direita

Para cada um destes vértices/arestas verificou-se caso a caso quais as


contribuições aW, aE, aN, aS que correspondiam a 0. De forma a facilitar a elaboração
do código foi desenvolvido no Excel uma tabela onde se agruparam, quando possível,
estas condições passando-se assim a ter 8 condições:

É de salientar que embora não surja qualquer problema ao agrupar IE e ID


(arestas inferiores esquerda e direita) visto estas terem a mesma temperatura na
fronteira, é necessário especial atenção ao agrupar LES e LEI (laterais esquerdas
inferior e superior) e ME. e IE. (vértices médio e inferior esquerdo) dado que as
temperaturas nas suas fronteiras são distintas.

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Análise do Código
As primeiras linhas apenas indicam que bibliotecas são importadas.

De seguida são estabelecidos alguns parâmetros como as dimensões da placa


(comprimento e largura indicados no enunciado), a condutividade térmica k e as
temperaturas TA e TB, também elas indicadas no enunciado. Para os vértices em que
nas arestas correspondentes a temperatura é diferente define-se ainda TM como
sendo a temperatura média entre TA e TB.
Define-se ainda ”de” como sendo a espessura infinitesimal da placa visto este
estudo só procurar resultados bidimensionais.

Nesta parte do código importam-se as matrizes construídas no Excel,


apresentadas anteriormente, sendo elas a matriz que contém os elementos da malha e
as matrizes de posição x e y.

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São ainda importadas do Excel as condições fronteiras mencionadas no
Capítulo “Condições fronteira” fazendo-se a correspondência dos nós, associados a
cada uma delas, a um vetor “b”.
Exemplificando-se para uma das condições: pegando na primeira linha da
tabela apresentada no capítulo anterior a condição b1 corresponde ao nó 0. Este nó
está na linha 46, coluna E da folha “malha” do Excel de nome “malha_fronteira.xlsx” (o
que corresponde ao que está escrito nas linhas 40 e 41 do programa). Procedeu-se
assim para as 8 condições.

Já neste troço de código definiram-se os parâmetros numéricos sendo um deles


o número de elementos N da matriz MN (na linha 60 havia um erro pelo que foi
necessário fazer uma pequena correção subtraindo 8 ao total).
Foram ainda definidos os espaçamentos entre os nós na direção horizontal (dx)
e vertical (dy) dado pelo quociente entre o comprimento dessa direção e o número de
elementos nessa mesma direção. Tendo dx e dy definidos, e estando a espessura de já
anteriormente estipulada, foi então possível definir as áreas sendo que por serem
malhas retangulares as áreas An=As e Ae=Aw.
Para além disto construíram-se as matrizes T, b, X e Y que foram
posteriormente utilizadas no cálculo das temperaturas em cada elemento.

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O bloco de código abaixo apresentado corresponde à definição das condições
nos elementos com condições fronteiras, definidas anteriormente como sendo b.
Percorre-se a matriz e se se encontrar um elemento presente em algum dos
vetores b isso significa que estamos na presença de um nó fronteira. Caso contrário
significa que o nó em questão é interior pelo que se pode aplicar as condições gerais
apresentadas anteriormente no Capítulo “Contextualização teórica” e 𝑆𝑃 e 𝑆𝑈 são
nulos (caso das linhas 129 e 130)
Caso o elemento esteja contido em alguma fronteira então adapta-se as
equações conforme explicitado anteriormente nesse mesmo Capítulo
“Contextualização teórica”.
De notar apenas a particularidade de em dois casos haver duas subcondições
dentro da fronteira (linhas 95 a 98 e 113 a 116). Isto ocorre, pois, embora a
contribuição de aW e aS seja nula para os ponto ME. e IE. (vértice médio esquerdo e
vértice inferior esquerdo respetivamente) as temperaturas em cada caso são distintas
pelo que é necessário diferenciar os dois casos. O mesmo se passa relativamente ao
caso da LES e LEI (respetivamente lateral esquerda superior e inferior).

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Seguidamente é definido aP com a fórmula apresentada no Capítulo “Contextualização
teórica” e são também definidas as matrizes T,b,Y e X, preenchendo-se a Matriz T conforme o
anteriormente apresentado (linhas 139 a 146). Por fim, resolve-se o sistema de equações
linear indicado no final do Capítulo da “Contextualização teórica”.

Visto a placa até agora só estar definida até aos nós fronteiriços, que não se
encontram exatamente sobre a fronteira, mas sim a uma distância dx/2 ou dy/2 dela,
foi necessário realizar uma concatenação de forma a adicionar o resto da placa. Para
isso definiu-se aresta a aresta qual a temperatura na fronteira (TA e TB) e, no caso
particular de dois vértices (pontos correspondentes aos vértices ID. – inferior direito e
ME.- médio esquerdo) em que nas arestas correspondentes a temperatura era
diferente, definiu-se a temperatura como sendo TM.

Seguidamente programou-se a elaboração do gráfico, representado na Figura 6,


definindo-se as medidas dos seus eixos e respetivas legendas sendo que foi necessário
utilizar o código presente as linhas 159 e 163 para “mascarar” a área inferior esquerda
visto não corresponder à placa em si.

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Figura 9 - Representação da distribuição de temperaturas na placa

Por último, de forma a se poder analisar os resultados no programa Paraview com uma
maior qualidade, utilizou-se o código apresentado abaixo, obtendo-se como resultado a Figura
7.

Figura 10 - Representação distribuição de temperaturas (Paraview)

Figura 11 - Representação distribuição


11 de temperaturas (Paraview)
Conclusões
Em termos de resultados em si é relativamente direto que através deste método se
consegue a nível macro uma boa imagem da distribuição de temperaturas ao longo da placa,
apesar de todas as aproximações realizadas, principalmente por se considerar que é um
problema de difusão pura estacionário.

Logicamente que quanto mais elementos tivesse a malha definida inicialmente no


Excel, melhor seria a discretização, logo melhores resultados se obteriam, mas considera-se
que os 208 nós utilizados são suficientes para analisar a distribuição de temperaturas
bidimensionalmente na placa e obter uma simulação bastante aproximada da realidade.

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