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Projeto 2
Janeiro de 2022
Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 2
Informações do problema ............................................................................................................. 3
Geometria ................................................................................................................................. 3
Condições Fronteira .................................................................................................................. 3
Propriedades do fluido .............................................................................................................. 3
Geração e manipulação da malha ................................................................................................. 4
Simulação segundo diferentes modelos de turbulência ............................................................... 6
Modelo Spalart-Allmaras........................................................................................................... 6
Modelo k− ϵ Realizable ............................................................................................................. 6
Modelo k − ω SST ...................................................................................................................... 7
Comparação de resultados segundo os diferentes modelos .................................................... 7
Análise resíduos .................................................................................................................... 7
Análise y+ .............................................................................................................................. 7
Estudo da turbulência .......................................................................................................... 8
Campo de variáveis fundamentais do problema – Temperatura ......................................... 8
Campo de variáveis fundamentais do problema – Velocidade............................................. 9
Conclusão ...................................................................................................................................... 9
Índice de Figuras
Figura 1 - Representação do problema ......................................................................................... 2
Figura 2 - Geometria do problema ................................................................................................ 3
Figura 3 - Malha gerada automaticamente................................................................................... 4
Figura 4 - Pormenor da malha refinada: interseção de 3 áreas .................................................... 5
Figura 5 - Pormenor da malha refinada: elementos menores nas arestas ................................... 5
Figura 6 - Análise residual para os três modelos de turbulência .................................................. 7
Figura 7 - Gráfico ilustrativo da Lei da Parede .............................................................................. 8
Figura 8 -Campo de turbulência para os três modelos de turbulência ......................................... 8
Figura 9 - Campo de temperatura para os três modelos de turbulência ...................................... 9
Figura 10 - Campo de velocidades para os três modelos de turbulência ..................................... 9
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Introdução
Neste Projeto 2 foi proposto aos alunos que construíssem um problema concreto de
CFD, desenvolvendo um modelo 2D baseado nas equações de RANS e analisando-o no programa
comercial de volumes finitos Ansys–Fluent.
O problema analisado diz respeito à troca de calor entre um fluido, com diferentes
temperaturas e velocidades, que interage no interior de uma conduta divergente. Para este
estudo considerou-se que o fluido em questão fosse água.
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Informações do problema
Geometria
A geometria das condutas, principal e secundárias, encontra-se devidamente
representada e cotada na Figura 2:
Condições Fronteira
Admitindo que os perfis à entrada (inlets) são uniformes tem-se as seguintes condições:
Propriedades do fluido
Água (estado líquido)
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Geração e manipulação da malha
Um dos aspetos mais relevantes para se obter resultados fidedignos é ter controlo
praticamente completo sobre a malha utilizando, sempre que possível, elementos estruturados.
De forma a obter esta distribuição controlada, como primeira estratégia optou-se por
subdividir o domínio em 9 áreas, tendo cada uma destas áreas apenas 4 faces. Isto permite que
o gerador de malhas, ao iniciar a discretização do domínio subdividindo as arestas, garanta a
distribuição com elementos de 4 faces (que podem, ou não, ser retangulares).
Através do “Face Meshing” foi possível forçar cada face a ter apenas elementos
quadriláteros.
Recorreu-se então ao “Sizing”, que permite controlar definições como o tamanho dos
elementos ou número de divisões ao longo de cada aresta. Este método de Sizing nas arestas
tem ainda a vantagem de facilitar o estudo de independência da malha.
Nas linhas perpendiculares ao eixo da conduta, por exemplo, definiu-se que seriam 200
elementos e, de seguida, impôs-se Bias (rácio de crescimento) de forma a que os elementos
junto das paredes tivessem menor dimensão.
De realçar que sempre que foi utilizado o método Sizing o comportamento foi definido
como Hard.
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descontinuidades, por terem tamanhos distintos, de forma a obter uma malha o mais
homogénea possível.
Pode observar-se na Figura 4 uma região que à partida seria sensível e poderia
apresentar algumas descontinuidades por ser exatamente onde 3 das áreas definidas
anteriormente se reuniam. Foi possível mitigar esses efeitos ajustando o bias/bias ratio e o
número de elementos nas arestas adjacentes.
Figura 4 - Pormenor da malha refinada: interseção de 3 áreas Figura 5 - Pormenor da malha refinada: elementos menores nas arestas
No fim deste processo obteve-se aquilo que se considerou ser uma “malha
suficientemente refinada”, isto é, uma malha que permite obter resultados num tempo de
computação razoável e tem o resultado aproximado ao resultado independente da malha.
Apesar desta malha já ser constituída por 318.400 elementos o programa ainda seria
capaz de gerar uma malha mais fina, com mais elementos (cerca de meio milhão), mas observou-
se que o tempo de computação aumentava significativamente e que a variação da solução
obtida refinando-se mais a malha era desprezável (solução já tinha convergido).
Destaca-se ainda que ao passar ao Setup e realizando-se um Mesh Check, foi possível
observar que a malha final não tinha nenhuma área nula (o que implicaria divergência). Para
além disto o seu rácio de crescimento (relação entre o comprimento e a altura da malha) era
aproximadamente 6,7563, valor esse inferior a 10, que é o valor máximo recomendado.
Verificou-se ainda que a ortogonalidade mínima era aproximadamente 0,9987 o que
corresponde a um valor muito próximo de 1, o que por sua vez indica elementos muito próximos
de serem ortogonais (retangulares).
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Simulação segundo diferentes modelos de turbulência
Como foi anteriormente dito, a simulação teve como base as equações de Reynolds-
avaraged Navier Stokes (RANS), equações essas que permitem resolver o campo turbulento
médio e cuja resolução necessita de um custo computacional baixo.
Modelo Spalart-Allmaras
É um modelo de uma só equação onde não são necessárias especificações dependentes
do campo de escoamento, predominantemente utilizado em estudos aerodinâmicos pelo que,
à partida, não será o ideal para o caso em estudo.
Modelo k− ϵ Realizable
É um modelo de duas equações onde se deve evitar a análise junto à região da entrada
pois os campos de k e ϵ em regiões próximas das entradas são estimados.
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Modelo k − ω SST
Semelhantemente ao modelo anteriormente apresentado, é um modelo de duas
equações. À partida será o modelo que mais se adequa ao caso apresentado visto ser o modelo
mais indicado para estudos gerais.
Análise resíduos
A análise dos resíduos é de extrema importância pois indica se a solução converge ou
não, visto que o código só converge quando os valores residuais flutuam em torno de certos
patamares até ao infinito. É possível observar que o modelo Spalart-Allmaras é aquele que
converge com mais incerteza, apresentando muitas oscilações. Já no caso do modelo k − ϵ
Realizable, parece haver um patamar em que a solução converge perto das 450 iterações mas,
ao observar-se que ao chegar às 500 iterações alguns resíduos pareciam recomeçar a crescer,
optou-se por fazer mais 200 iterações, obtendo-se então perto das 600 iterações convergência.
Quanto ao modelo k − ω SST, os resíduos mantiveram-se estáveis, praticamente horizontais
com algumas oscilações, a partir das 150 iterações. Estes resultados podem ser observados na
Figura 6, abaixo apresentada.
Análise y+
O critério y+ é relevante pois é através dele que se consegue saber se a parede está bem
resolvida.
Tal como ilustrado na Figura 7, a Lei da Parede afirma que em escoamentos turbulentos,
para y+ compreendidos entre 30 e 200, a velocidade média num ponto tem uma relação
diretamente proporcional ao logaritmo de y+, sendo y+ a distância y à parede,
adimensionalizada com a velocidade de atrito uτ e a viscosidade cinemática ν.
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Para os modelos estudados y+ na parede é maior que 30 para o modelo Spalart-Allmaras
e para o modelo k − ω SST, sendo respetivamente 33,75 e 32,09. Para o caso do modelo k − ϵ
Realizable o y+ obtido na parede foi 27,95 que, sendo menor que 30, indica que este modelo
não resolve adequadamente a parede.
Estudo da turbulência
É na análise ao campo da turbulência, ilustrado na Figura 8, que se encontram as maiores
diferenças entre os três modelos. Como era esperado o modelo Spalart-Allmaras é o modelo
com as esteiras maiores e os seus limites menos definidos.
Por fim, como se previu, o modelo k − ω SST é aquele com o comportamento mais
semelhante ao que seria de esperar nesta situação. Olhando meticulosamente é possível
observar estreitas linhas a montante das primeiras condutas secundárias, o que não se vê nos
outros modelos. Para além disto as esteiras de turbulência a jusante das condutas secundárias
encontram-se todas bem definidas e com algum detalhe, sendo possível observar que o
escoamento que circule perto do eixo da conduta estará sujeito a pouca/nenhuma turbulência.
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Figura 9 - Campo de temperatura para os três modelos de turbulência
São exemplo destas semelhanças com o campo de turbulência os limites mais difusos
no modelo Spalart-Allmares e algumas descontinuidades no modelo k − ϵ Realizable,
nomeadamente a montante do inletcold4 (conduta secundária inferior direita). Mais uma vez,
é o campo de velocidades simulado segundo o modelo k − ω SST que apresenta resultados mais
de encontro aos resultados esperados.
Conclusão
É ainda de notar que uma das principais características dos escoamentos turbulentos é
a sua imprevisibilidade e que, apesar da existência e unicidade das equações de Navier-Stokes
provarem que são problemas determinísticos, é sabido que devido à grande sensibilidade destas
equações quaisquer pequenas incertezas nas condições iniciais/de fronteira podem originar
soluções muito distintas entre si. Não é portanto de admirar que fazendo pequenos ajustes ao
problema inicialmente descrito, como por exemplo não se considerar a rugosidade da conduta
nula ou os perfis de velocidade à entrada uniformes, se possam vir a obter soluções muito
distintas.
De forma a aprimorar os resultados seria possível adaptar as constantes dos modelos
turbulentos dado que estas não são universais.