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Fı́sica I - 2o perı́odo

Roteiro para aula prática

Roteiro 2 - Construção de gráficos

Parte 1: Papel milimetrado


Introdução: Quando duas grandezas fı́sicas estão diretamente correlacionadas,
isto é, a variação da primeira implica numa variação da segunda, é possı́vel
observar o comportamento do fenômeno em questão utilizando uma representação
gráfica. Além do gráfico fornecer a descrição visual dos dados como um todo,
informações sobre outras grandezas envolvidas podem ser obtidas se o gráfico
concordar com um modelo teórico. Por exemplo, se os dados são ajustados para
uma reta do tipo y = A + Bx, os coeficientes A e B podem ser extraı́dos do gráfico.
O significado fı́sico dessas grandezas dependem do fenômeno que foi estudado.

• Identifique a variável independente (que irá no eixo horizontal x), e a


variável dependente (que irá no eixo vertical y);

• Ajuste o fator de escala:

– identifique o intervalo de medidas. Por exemplo, se as medidas do eixo


x vão de 0, 10 a 0, 70, então você pode propor um intervalo de 0, 00 a
0, 80, com tamanho ∆Gx = 0, 80 − 0, 00. Esse intervalo não
necessariamente será mantido no final, mas deve ser considerado no
inı́cio. Note que o intervalo não precisa começar no zero, escolha um
intervalo que utilize melhor o papel.
– calcule o fator de escala para os dois eixos:
∆G
f=
L
sendo L o tamanho do lado do papel (180mm ou 280mm).
– Arredonde o fator para cima, procurando fatores do tipo 1, 2, 5. Por
exemplo,

∆Gy (12 − 0)V V V


fy = = = 0, 0429 u 0, 05
L (280 − 0)mm mm mm

– Teste o papel nos formatos retrato e paisagem, procurando os melhores


fatores de escala e aproveitamento do papel. Você pode ajustar os
intervalos dos eixos, mas tome cuidado para que todos os pontos caibam
no gráfico.

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• Traçe os eixos, coloque os nomes e unidades. Identifique a escala dos eixos
colocando os valores da escala em intervalos regulares. Por exemplo, a cada
10mm ou 20mm.

• Localize os pontos experimentais no gráfico (mas não coloque os seus valores


na escala nem faça tracejados). Faça as barras de erro dos pontos.

• Calcule o centróide, que é o ponto formado pela média dos dados para cada
eixo, ou seja,
N N
1 X 1 X
x̄ = xi ȳ = yi
N i=1 N i=1
onde xi são as medidas para o eixo x, yi são as medidas para o eixo y e N é o
número de medidas;

• Localize o centróide no gráfico;

• Traçe uma reta que passa pelo centróide e acompanha os pontos


experimentais, mas nunca ligue ponto a ponto;

• Escolha dois pontos que pertencem à reta e que estejam próximos às
extremidades dos dados;

• Calcule os coeficientes da reta y = A + Bx utilizando os dois pontos


escolhidos, a inclinação da reta é
∆y
B=
∆x
e o coeficiente linear é
A = y − Bx
onde x e y são as coordenadas de um dos dois pontos escolhidos.

• Escreva a equação da reta e faça a interpretação fı́sica dos coeficientes. Quais


grandezas eles representam e quais são as suas unidades?

• Faça a estimativa do erro de precisão instrumental dos parâmetros A e B:

– O erro da inclinação da reta B é dado por


s
 p 2  p 2
x y
EB = B +
∆x ∆y

sendo ∆x e ∆y relativos aos dois pontos escolhidos, px e py são as


incertezas dos instrumentos de medida utilizados.
– O erro do coeficiente linear é
q
EA = p2y + (Bpx )2

– Expresse o resultado final e sua incerteza. Por exemplo:


v = (1, 6 ± 0, 1)m/s

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• No topo do gráfico escreva o tı́tulo, que deve ser relevante para o experimento
e não deve ser redundante com outras informações já presentes no gráfico.

Parte 2: Simulação - MRU


Introdução: Um pesquisador fez medidas de posição e tempo de um objeto que
se desloca, com velocidade constante, por uma rampa. Seus dados estão dispostos
na tabela 1.
Tabela 1: Dados coletados

t(s) y(cm)
0, 10 1, 30
0, 30 3, 40
0, 50 5, 20
0, 70 7, 04

Como a velocidade é constante, o gráfico obedece a equação x(t) = x0 + vt.


Construa o gráfico x × t e calcule a equação da reta. Utilize fatores de escala
apropriados e certifique-se que todos os pontos estarão no gráfico. Qual é a
velocidade do objeto?
Assuma as incertezas de precisão, px = 0, 005cm e pt = 0, 005s. Qual é a incerteza
da velocidade?
Parte 3: Gráficos em meio digital
Introdução: Atualmente quase toda análise de dados técnicos e cientı́ficos é feita
por meio de softwares, pois eles são mais rápidos, confiáveis e precisos do que a
construção de tabelas e gráficos à mão, além de serem fáceis de usar. Um dos
softwares mais utilizados é o Microsoft Excel, recomenda-se também o Libre Office
Calc e o Planilhas Google, que são de livre acesso. Aplicações mais avançadas
podem necessitar de softwares mais especializados, porém, estes costumam ser de
difı́cil acesso. Após a análise dos dados e construção dos gráficos, você pode
exportá-los para o seu relatório.
• Organize os seus dados na planilha, colocando as séries de dados em colunas.
Faça cálculos preliminares se necessário. Dê nomes aos dados e colunas para
não se perder. Certifique-se que os dados estão em formatação numérica, e
não em texto.
• Identifique a variável independente (que irá no eixo horizontal x), e a
variável dependente (que irá no eixo vertical y);
• Selecione as séries de dados que deseja expressar no gráfico (geralmente um
par de colunas). Recomenda-se que os dados da variável dependente (eixo y)
estejam numa coluna à direita dos dados da variável independente (eixo x);
• Clique em inserir gráfico (a localização do botão e alguns procedimentos
especı́ficos podem variar dependendo do software);
– Para a análise de dados, sempre utilize o formato ”dispersão (xy)”,
tome cuidado para não ligar os pontos experimentais;

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– Ajuste os intervalos dos eixos, se necessário;
– Formate cada eixo, colocando seus tı́tulos com unidades, e ajuste o
número de casas decimais e o tamanho dos números;
– Em geral, linhas de grade não são necessárias;
– Se os dados se comportam de forma linear, ajuste a linha de tendência
(essa opção pode aparecer ao clicar em um dos pontos), escolha a opção
”mostrar equação”;

• Faça a interpretação fı́sica dos coeficientes da equação da reta. Quais


grandezas eles representam e quais são as suas unidades?

• Faça a propagação de erros, da mesma forma que foi feito no gráfico em


papel milimetrado;

• Exporte suas tabelas e gráficos para o relatório.

Parte 4: Simulação - queda livre


Introdução: Suponha um experimento sobre queda livre, onde uma esfera é
abandonada a partir do repuso e cai numa rede. Ao longo da trajetória da esfera,
ela ativa cinco sensores ligados a um cronômetro, que marcam o tempo de queda
da esfera em intervalos de 20, 0cm, a partir do momento de abandono. Os dados
coletados estão na tabela 2

Tabela 2: Dados coletados

t(s) y(cm)
0, 2087 20, 0
0, 2918 40, 0
0, 3536 60, 0
0, 3939 80, 0
0, 4607 100

Sabe-se que a esfera obedece a equação do movimento da queda livre,


y(t) = y0 + v0 t + gt2 /2, sendo g = 981cm/s2 a aceleração da gravidade. Como
y0 = 0 e v0 = 0, tem-se
1
y(t) = gt2 .
2
O gráfico dessa equação é uma parábola. Essa equação pode ser linearizada
fazendo X = t2 , assim, tem-se
1
y(t) = gX
2
Cujo gráfico é uma reta.
Faça uma nova coluna na tabela 2, e preencha com t2 . Depois construa o gráfico
y × t2 , e calcule a equação da reta. Qual é a aceleração da gravidade g obtida nesse
experimento?
Compare o valor obtido de g com o valor teórico.

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