Você está na página 1de 16

Por: Áleff Allan Oliveira Borges

MOVIMENTO BIDIMENSIONAL
Sumário
• Movimento bidimensional do projétil
O que é movimento de projéteis em 2D?..............................................................................................3
Como lidamos matematicamente com movimentos de projéteis em 2D?...........................................5
Direção horizontal:................................................................................................................................5
Direção vertical:......................................................................................................................................6
O que é confuso no movimento de projéteis em 2D?............................................................................6
Como são os exemplos resolvidos envolvendo movimentos de projéteis em 2D?...............................7
Por que dividimos vetores em componentes?........................................................................................9
Como dividimos um vetor em componentes?......................................................................................10
Como você determina a magnitude e o ângulo do vetor total?...........................................................13
O que é confuso sobre componentes de vetores?...............................................................................14
Como são os exemplos envolvendo componentes de vetores?...........................................................15

Organização:
Tópico principal 28
Tópico primário 26
Tópico secundário 24
Importante 20
Exemplos 20
Aviso 16
MOVIMENTO BIDIMENSIONAL DO
PROJÉTIL
Vamos fugir das amarras da dimensão única (em que fomos forçados a lançar coisas para cima) e
começar a lançar em ângulos. Com um pouco de trigonometria (talvez seja preciso rever seno e
cosseno), vamos descobrir exatamente a distância e a velocidade com que algo pode viajar.

O que é movimento de projéteis em 2D?


Em um momento de raiva, você decide jogar um limão em ângulo pelo ar. Ele percorre um trajeto
pelo espaço descrito pela linha tracejada no diagrama abaixo. O limão neste caso é considerado um
projétil bidimensional, já que ele está voando tanto na horizontal quanto na vertical pelo ar e está
somente sob influência da gravidade.

Não há resistência do ar?


Sim. Todos os objetos que se movem pelo ar experimentam alguma resistência do ar. Contudo, lidar
com a resistência do ar é complicado, então normalmente consideramos que a força da resistência
do ar é desprezível (isto é, pequena o suficiente para ser ignorada). Isso nem sempre é uma boa
aproximação, mas funciona muito bem para objetos com pesos grandes comparados com a força da
resistência do ar.

Lembre-se de que a força da resistência do ar em um objeto se torna cada vez maior conforme a
velocidade escalar do objeto aumenta. Então, normalmente vamos considerar situações nas quais a
velocidade escalar de um objeto é pequena o suficiente para que a resistência do ar seja desprezível.

Como a força gravitacional empurra para baixo, a gravidade vai afetar apenas o componente vertical
da velocidade vetorial vy do limão. O componente horizontal da velocidade vetorial vx vai
permanecer inalterado e constante conforme o limão se move ao longo do trajeto.

Experimente arrastar o ponto no diagrama abaixo para ver que a velocidade vetorial vertical vy
varia, mas a velocidade vetorial horizontal vx permanece constante.
Teste de conceito: na altura máxima da trajetória do limão, qual é o valor do componente vertical da
velocidade vetorial?

Mostre-me a resposta: O componente vertical da velocidade vetorial é zero na altura máxima. O


limão deve parar de se mover verticalmente momentaneamente em sua altura máxima para alterar
sua direção e começar a cair.
Isso pode ser visto arrastando o ponto verde no diagrama acima para a altura máxima na qual a
componente vertical da velocidade vy desaparece.

Como lidamos matematicamente com


movimentos de projéteis em 2D?
Uma das formas mais fáceis de lidar com movimento de projéteis em 2D é simplesmente analisar o
movimento em cada direção separadamente. Em outras palavras, vamos usar um conjunto de
equações para descrever o movimento horizontal do limão e outro para descrever o movimento
vertical do limão. Isto transforma um único problema difícil em 2D em dois problemas 1D mais
simples. Podemos fazer isso porque a variação na velocidade vetorial vertical do limão não afeta sua
velocidade vetorial horizontal. Da mesma forma, jogar o limão com uma grande velocidade vetorial
horizontal não afeta sua aceleração vertical. Em outras palavras, se você atirar uma bala na
horizontal e, ao mesmo tempo, deixar cair na vertical uma outra bala, elas atingirão o solo ao
mesmo tempo.

Isso é mesmo verdade?


Sim. Essa ideia é de fato bastante contraintuitiva para muitas pessoas, mas se a resistência do ar for
desprezível e a bala for atirada exatamente na horizontal, então a bala atirada vai tocar o chão ao
mesmo tempo que a bala que foi solta.

A razão é que a velocidade vetorial horizontal não afeta a aceleração vertical da bala, então as
velocidades vetoriais verticais das duas balas variam igualmente no mesmo intervalo de tempo (ou
seja, o fato de que uma bala tem velocidade vetorial horizontal não faz variar a taxa com a qual ela
se move para baixo).

Direção horizontal:
Não há aceleração na direção horizontal porque a gravidade não puxa projéteis para os lados,
apenas para baixo. A resistência do ar poderia causar uma aceleração horizontal, diminuindo a
velocidade do movimento horizontal, mas como vamos considerar somente casos nos quais a
resistência do ar é desprezível, podemos considerar que a velocidade vetorial horizontal é constante
para um projétil.

Em algum momento vamos considerar a resistência do ar?!


Para lidar com a resistência do ar, normalmente são usados equações diferenciais e cálculo. Isso
geralmente é feito em um curso de engenharia e física baseado num ramo do matemático chamado
Cálculo.

Então, para a direção horizontal podemos usar a seguinte equação,

Por que podemos usar essa fórmula para a direção horizontal e não
para a direção vertical?
Sempre que a velocidade vetorial for constante em uma certa direção, podemos usar Δx=vt para
encontrar quão longe o objeto se move nessa direção.

Outra forma de pensar sobre isso é que a velocidade vetorial horizontal constante significa que ax
=0. Então, se inserirmos ax =0 na fórmula cinemática Δx=v0x t+1/2 ax t², simplesmente obtemos
Δx=v0x t. E não precisamos chamá-la de velocidade vetorial horizontal inicial porque a velocidade
vetorial horizontal é constante. Substituindo v0x simplesmente por vx novamente obtemos Δx=vx t.

Observação: lembre-se de inserir somente variáveis horizontais nessa equação horizontal. Se


soubermos duas das variáveis nessa equação, podemos calcular a variável desconhecida restante.

Direção vertical:
Projéteis bidimensionais experimentam uma aceleração constante para baixo da gravidade, ay
=−9,8m/s². Como a aceleração vertical é constante, podemos calcular uma variável vertical com uma
das quatro fórmulas cinemáticas mostradas abaixo.

Lembre-se de inserir somente variáveis verticais nas equações verticais. Se soubermos três das
variáveis nessas equações, podemos calcular qualquer uma das variáveis desconhecidas restantes.

Observação: para um dado processo, o intervalo de tempo t tem o mesmo valor para as equações
vertical e horizontal. Isso significa que se calcularmos o tempo t, podemos inserir esse tempo t nas
equações para as direções vertical ou horizontal. Essa estratégia é usada em vários problemas.
Geralmente é preciso calcular o tempo t usando equações verticais, e então inserir esse tempo na
equação horizontal (ou vice-versa).

O que é confuso no movimento de


projéteis em 2D?
Muitas vezes as pessoas tentam colocar componentes verticais em uma equação horizontal, ou vice-
versa. A análise independente de cada direção (horizontal e vertical) de um projétil só funciona se
você mantiver as direções diferentes (x ou y) em suas próprias equações separadas.

Velocidades iniciais direcionadas de forma diagonal precisam ser dividas em componentes vertical e
horizontal. Às vezes há dificuldade para dividir um vetor velocidade em componentes horizontal e
vertical. Veja este artigo para ter ajuda com a trigonometria usada para dividir vetores em
componentes.

Quando um projétil é lançado horizontalmente, a velocidade vetorial vertical inicial é zero v0y =0
(veja o exemplo 1 abaixo). Muitos alunos têm dificuldades em entender que um objeto pode iniciar
com um componente horizontal de velocidade e ter o componente vertical valendo zero.

Como são os exemplos resolvidos


envolvendo movimentos de projéteis em
2D?
Exemplo 1: Balão d'água lançado horizontalmente
Um balão d'água é lançado horizontalmente com uma velocidade de v0 =8,31m/s do telhado de um
prédio de altura H=23,0 m.

Quão longe o balão viaja horizontalmente antes de atingir o chão?

Podemos começar desenhando um diagrama que inclui as variáveis dadas.


Quando encontrarmos o tempo de voo t, poderemos calcular o deslocamento horizontal usando
Δx=vx t. Para calcular o tempo, considere o fato de que conhecemos três variáveis na direção vertical
(Δy=−23,0 m, v0y =0, a=−9,8s2m).

Com obtivemos esses valores?


O componente vertical da velocidade vetorial inicial é zero (v0y =0) porque o balão foi lançado
horizontalmente no início. Para ter um componente vertical de velocidade vetorial inicial, o balão
precisaria ter sido lançado na diagonal com um ângulo para cima ou para baixo.

O deslocamento vertical é de −23 m porque o balão caiu por toda a altura do prédio.

A aceleração de um projétil na direção vertical sempre é a aceleração da gravidade ay =−g=−9,8m/s².

Então, vamos usar uma fórmula cinemática na direção vertical para calcular o tempo t. Não sabemos
a velocidade vetorial final vy, e não nos foi pedido para encontrar a velocidade vetorial final vy,
então vamos usar a fórmula cinemática vertical que não inclui a velocidade vetorial final.

(use a fórmula vertical da cinemática que não inclui a velocidade vetorial final)

(insira valores numéricos e encontre o tempo de voo)

Agora, precisamos inserir esse tempo t na equação para a direção horizontal para encontrar o
deslocamento horizontal Δx.

Por que inserimos esses valores?


Encontramos o tempo de voo t=2,17 s nos cálculos acima usando as equações verticais.

A magnitude do componente horizontal da velocidade inicial é igual a toda a velocidade inicial


8,31sm, porque o balão d'água foi lançado horizontalmente. Se o balão d'água fosse lançado com
um ângulo para cima ou para baixo, teríamos que usar trigonometria para encontrar o componente
horizontal da velocidade inicial.

Então, o balão d'água atingiu o chão a 18,0 m horizontalmente a partir da beira do prédio.

Poderíamos ter resolvido esse problema simbolicamente?


Sim, e resolver problemas simbolicamente é incrível, porque assim você resolve essencialmente
todos os problemas possíveis desse tipo.

Por exemplo, se inserirmos a expressão simbólica para o tempo t= √ 2H/g e a velocidade vetorial
inicial v0 na fórmula do deslocamento horizontal Δx=vx t, vamos obter a fórmula abaixo,

Essa fórmula vai funcionar para qualquer projétil lançado horizontalmente com qualquer velocidade
vetorial v0 da beira de um prédio de qualquer altura H. Só precisamos inserir a altura e a velocidade
vetorial inicial para nosso problema específico e essa fórmula vai nos dar a resposta para o quão
longe o projétil viaja horizontalmente antes de atingir o chão.

Por que dividimos vetores em


componentes?
O movimento bidimensional é mais complexo que o movimento unidimensional porque as
velocidades podem apontar para direções diagonais. Por exemplo, uma bola de beisebol poderia
estar se movendo na horizontal e na vertical, ao mesmo tempo, com uma velocidade diagonal v.
Para simplificar nossos cálculos, "dividimos" o vetor velocidade v da bola de beisebol em duas
direções separadas: a horizontal vx e vertical vy.

Tentar resolver as direções horizontal e vertical da bola de beisebol em uma só equação é difícil; é
melhor tentar uma abordagem "dividir para conquistar".

Podemos dividir um vetor em outras direções além da horizontal e


da vertical?
Sim. Podemos decompor um vetor em quaisquer duas direções não colineares. Por exemplo, o vetor
v poderia ser decomposto nas duas direções mostradas abaixo. Poderíamos até escolher duas
direções que não fossem perpendiculares, o que acaba sendo útil ao tratar da relatividade especial.

Apesar disso, quase sempre é mais simples decompor os vetores em componentes perpendiculares.
E normalmente é mais conveniente escolher os componentes horizontal e vertical, já que a
aceleração da gravidade é na direção vertical — em outras palavras, diretamente para baixo.

Além disso, muitos problemas típicos sobre velocidade vetorial são de natureza explicitamente
horizontais ou verticais, e são melhor calculados usando os eixos horizontais e verticais. Por
exemplo: "o quão longe horizontalmente o projétil chega?" ou "o quão alto o projétil chega?"

Dividir a velocidade vetorial diagonal vem componentes horizontais vx e verticais vy nos permite
lidar com cada direção separadamente. Essencialmente, será possível transformar um único
problema bidimensional difícil em dois problemas unidimensionais fáceis. Esse truque de dividir
vetores em componentes funciona até mesmo quando o vetor representar algo além da velocidade,
por exemplo, forças, momento, ou campos elétricos. Na realidade, você usará esse truque várias e
várias vezes em física, então é importante aprender a lidar com componentes vetoriais o mais rápido
possível.

Como dividimos um vetor em


componentes?
Antes de falarmos sobre dividir vetores, devemos notar que a trigonometria já nos dá a habilidade
de relacionar os lados de um triângulo retângulo —hipotenusa, cateto oposto, cateto adjacente— e
um dos ângulos, θ, como visto abaixo.
Quando dividimos qualquer vetor diagonal em dois componentes perpendiculares, o vetor total e
seus componentes—v,vy ,vx—formam um triângulo retângulo. Por conta disso, podemos aplicar as
mesmas regras trigonométricas para uma dimensão do vetor velocidade e de seus componentes,
como é mostrado abaixo. Note que vx é representado como o cateto adjacente, vy como cateto
oposto, e v como a hipotenusa.
E se precisarmos relacionar as componentes ao outro ângulo?
Se alterarmos nosso ângulo para o outro ângulo (o ângulo do eixo vertical), as regras da
trigonometria continuarão as mesmas, mas o cateto adjacente passará a ser o cateto oposto, e vice-
versa.
Observe que os vs nessas fórmulas se referem à magnitude (módulo) do vetor velocidade total (isto
é, a velocidade escalar total) e, portanto, nunca podem ser negativos. As componentes individuais vx
e vy podem ser negativas se apontarem para o sentido negativo. É normalmente convencionado
que, na direção horizontal, x, para esquerda é negativo. Já na direção vertical, y, para baixo é
negativo.

Como você determina a magnitude e o


ângulo do vetor total?
Nós vimos nas últimas seções como a magnitude de um vetor e seu ângulo podem ser divididos em
componentes verticais e horizontais. Mas e se você começar com as componentes de velocidade
dados: vy e vx ? Como você usaria as componentes para achar a magnitude v e ângulo θ do vetor
velocidade total?

Encontrar a magnitude do vetor velocidade total não é tão difícil, já que para qualquer triângulo
retângulo os comprimentos dos lados e da hipotenusa estão relacionados pelo teorema de
Pitágoras.

Tirando a raiz quadrada, obtemos a magnitude do vetor velocidade total em termos de seus
componentes.

Além disso, se conhecemos ambas componentes do vetor total, podemos encontrar seu ângulo
usando tanθ.

Utilizando-se do arco-tangente (função inversa da tangente), obtemos o ângulo do vetor velocidade


total em termos de seus componentes.
Por que eu não posso usar o seno ou o cosseno para encontrar o
ângulo?
Uma vez que a definição de tg—cateto oposto sobre adjacente, nesse caso, vy por vx—somente
inclui os componentes do vetor, ela convenientemente nos permite achar o ângulo θ do vetor sem
saber a magnitude do vetor total vv.

Se, no entanto, nós já sabemos a magnitude do vetor total vv e os componentes vy e vx, nós
podemos usar seno, cosseno, ou tangente para achar o ângulo do vetor total.

O que é confuso sobre componentes de


vetores?
Quando usamos θ=tg^−1(vy/vx), de fato nós colocamos vy em cima como cateto oposto e o vx
embaixo como o cateto adjacente significa que nós estamos medindo o ângulo a partir do eixo
horizontal. Parece que descobrir como desenhar o ângulo pode ser confuso, mas aqui estão duas
boas dicas:

Considerando que nós selecionados os sentidos para cima e para a direita como os sentidos
positivos, se o componente horizontal vx é positivo, o vetor aponta para a direita. Se o componente
horizontal vx é negativo, o vetor aponta para a esquerda.

Novamente, considerando que nós selecionamos os sentidos para cima e para a direita como
positivos, se a componente vertical vy é positiva, o vetor aponta para cima. Se a componente vertical
vy é negativa, o vetor aponta para baixo.

Então, por exemplo, se as componentes de um vetor são vx =−12 m/s e vy =10 m/s, o vetor deve
apontar para a esquerda, porque vx é negativo e para cima, porque vy é positivo.

Teste de conceito: Se um avião de papel tem as componentes de velocidade vetorial como vx =−7
m/s e vy =−5 m/s, em qual sentido o avião de papel está se movendo—assumindo que nós
escolhemos para cima e para a direita como sentidos positivos?

O sinal do ângulo obtido a partir da tangente inversa vai nos dizer


como desenhar o vetor?
em sempre. O problema é que quando nós substituímos componentes negativos em θ=tg^−1(vy/vx)
muitas calculadoras não indicam se o sinal negativo significa o componente para cima ou para baixo.
Também, se nós substituirmos os dois componentes como negativos, a calculadora cancela os
negativos e nos dá o ângulo como se as duas componentes fossem positivas.

Isso é frustrante, mas pode ser superado. Uma estratégia útil é apenas inserir todos os componentes
em θ=tg^−1(vy/vx) como números positivos e então usar as regras sobre sinais de componentes
para descobrir em qual quadrante desenhar o vetor. Usaremos este método na seção de exemplos
resolvidos abaixo.

Como são os exemplos envolvendo


componentes de vetores?
Exemplo 1: faça como o Beckham
Uma bola de futebol é chutada para cima e para a direita num ângulo de 30° com velocidade de 24.3
m/s como mostrado abaixo.

Qual é o componente vertical da velocidade vetorial no momento mostrado?

Qual é o componente horizontal da velocidade vetorial no momento mostrado?

Para obter a componente vertical da velocidade vetorial, usaremos

A hipotenusa é a magnitude da velocidade 24,3 m/s, v, e o lado oposto ao ângulo de 30° é vy.
Para obter a componente horizontal, usaremos

Você também pode gostar