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Por: Áleff Allan Oliveira Borges

MOVIMENTO
UNIDIMENSIONAL
Sumário
• Introdução à física
O que é física?.........................................................................................................................................4
O que eu vou aprender estudando física?...............................................................................................5

• Deslocamento, velocidade vetorial e tempo


O que significa posição?..........................................................................................................................7
O que significa deslocamento?................................................................................................................7
O que distância e distância percorrida significam?.................................................................................9
O que é confuso sobre deslocamento?.................................................................................................10
Como são os exemplos envolvendo deslocamento?.............................................................................10
O que significa velocidade vetorial?......................................................................................................11
O que significa velocidade escalar?......................................................................................................13
Como são exemplos resolvidos envolvendo as velocidades vetorial e escalar?...................................16
Como os gráficos de posição versus tempo são úteis?.........................................................................17
O que o eixo vertical representa em um gráfico da posição?...............................................................17
O que a inclinação representa em um gráfico da posição?...................................................................19
O que significa a curvatura em um gráfico de posição?........................................................................22
Como são os exemplos resolvidos envolvendo gráficos de posição versus tempo?.............................24

• Aceleração
O que a aceleração significa?................................................................................................................26
Qual é a fórmula da aceleração?...........................................................................................................27
Como são os exemplos resolvidos envolvendo aceleração?.................................................................32
O que o eixo vertical representa em um gráfico da velocidade vetorial?.............................................33
O que a inclinação representa em um gráfico da velocidade vetorial?................................................34
O que a área sob um gráfico de velocidade vetorial representa?.........................................................36
Como são exemplos resolvidos envolvendo gráficos de velocidade vetorial versus tempo?...............38
O que o eixo vertical representa em um gráfico da aceleração?..........................................................39
O que a inclinação representa em um gráfico da aceleração?.............................................................40
O que a área representa em um gráfico da aceleração?.......................................................................42
Como são os exemplos resolvidos envolvendo gráficos de aceleração versus tempo?.......................45

• Fórmulas cinemáticas e movimento de projétil


O que são as fórmulas cinemáticas?.....................................................................................................48
Como você seleciona e usa uma fórmula cinemática?..........................................................................51
Como você deriva a primeira fórmula cinemática?...............................................................................52
Como você deriva a segunda fórmula cinemática?...............................................................................53
Como derivar a terceira fórmula cinemática?.......................................................................................54
Como se obtêm a quarta formula cinemática?......................................................................................56
O que é confuso nas fórmulas cinemáticas?.........................................................................................57
Como são exemplos de problemas resolvidos envolvendo as fórmulas cinemáticas?.........................58

Organização:
Tópico principal 28
Tópico primário 26
Tópico secundário 24
Importante 20
Exemplos 20
Aviso 16
INTRODUÇÃO À FÍSICA
Ter uma visão geral do que é a Física, e quais são os conhecimentos prévios necessários.

O que é física?
Para ser honesto, é realmente difícil de definir exatamente o que é física. Para começar, a Física vive
mudando conforme progredimos e fazemos descobertas. Novas teorias não apenas nos trazem
novas respostas; como também, criam novas questões que podem nem ter feito sentido tendo em
vista a Física anterior. Isto faz da Física algo excitante e interessante, mas também força tentativas
para definir a mesma em generalizações sobre o que a Física vem sendo, ao invés do que ela possa
via a ser em um ponto no futuro.

Dito isto, definições são úteis. Então, se é uma definição que você quer, é uma definição que você
terá. Na maior parte, os físicos estão tentando fazer o seguinte:

• Definir precisamente as quantidades mensuráveis mais fundamentais no universo (ex:


velocidade, campo elétrico, energia cinética). O esforço para encontrar a descrição mais
fundamental do universo é uma missão que historicamente sempre foi grande parte da
física, como pode ser visto no quadrinho abaixo.

O que significa fundamental?


Existem algumas quantidades mensuráveis que não são consideradas fundamentais, como a
população da Irlanda ou o valor da bolsa de valores. Mesmo que estas quantidades sejam
mensuráveis, e teoricamente possam ser descritas utilizando uma impensável aplicação complexa
das leis fundamentais da física, nós não poderíamos tipicamente considerar teorias sobre essas
coisas como física. Exatamente onde a linha é desenhada entre fundamental e não fundamental é
um pouco vago e muda com a história.

Uma boa regra é que, se você fosse responder com a expressão "por quê?" para toda explicação que
um professor fosse dar, a última e melhor explicação científica que ele/ela poderia dar muito
provavelmente seria uma lei da física, considerando que ele/ela não expulsou você da sala antes
disso.

• Encontrar relações entre aquelas quantidades fundamentais mensuráveis (ex: Leis de


Newton, conservação de energia, relatividade especial). Esses padrões e correlações são
expressados utilizando palavras, equações, gráficos, tabelas, diagramas, modelos e qualquer
outro meio que nos permita expressar um relacionamento de uma forma que nós humanos
possamos melhor entender e utilizar.

A matemática torna as coisas mais simples?!


Acredite ou não, os princípios, gráficos, leis e equações usados na física não foram criados para
tornar a explicação do universo mais difícil, eles servem para facilitar a explicação do universo e
ilustrar com precisão os padrões nele encontrados. Isso pode servir como um pequeno consolo para
os alunos de física que têm dificuldades em lidar com um conjunto de equações e definições
aparentemente aleatórios e não relacionados, mas tente se lembrar de que sob todos os
assustadores e às vezes desconhecidos símbolos matemáticos há normalmente uma ideia conceitual
simples. A matemática torna possível formular uma ideia conceitual de forma bastante precisa e
concisa.

Ok, simplificar a Física a apenas duas coisas é, na verdade, uma grande simplificação, e encobre
alguns dos pontos sobre o que os físicos fazem e como. Mas tentar descrever um universo complexo
com leis esclarecedoras, simples e úteis é o objetivo da Física. Então, talvez tentar descrever a
atividade complexa realizada pelos físicos com uma definição esclarecedora e simples não seja uma
má ideia.

O que eu vou aprender estudando física?


Em física, queremos explicar porque objetos se movem da forma que se movem. Porém, seria difícil
explicar o movimento se nós não soubéssemos como descrever o deslocamento. Então primeiro, no
tópico Deslocamento Unidirecional e Deslocamento Bidirecional, aprenderemos como descrever
precisamente o deslocamento de um objeto e antecipar o mesmo em alguns casos.

Com a habilidade de descrever precisamente o deslocamento, aprenderemos em Forças e Leis de


Newton como o conceito de força permite que nós expliquemos porque objetos modificam seu
movimento.

Continuaremos dominando e expandindo nossa habilidade para lidar com o movimento mostrando
que as leis de conservação são uma alternativa para explicar o movimento de um objeto. As leis de
conservação nos dão limites de como o movimento de um sistema pode mudar. Trabalho e Energia,
e a conservação do momento serão aprendidos em Impactos e Momento Linear.

Até este ponto nós teremos considerado na maior parte objetos que não estão modificando seu
movimento rotacional, portanto em Deslocamentos, torque, e momento angular nós
aprenderemos a explicar o movimento de rotação e conhecer uma nova lei de conservação—a
conservação do momento angular.
Depois deste ponto, iremos aplicar o que aprendemos sobre movimento, forças e leis de
conservação para analisar e saber como lidar com uma nova variedade de forças e fenômenos.
Aprenderemos como lidar com líquidos e gases em Fluidos e Termodinâmica. Então, em
Eletricidade e Magnetismo aprenderemos sobre duas novas forças—a força elétrica e a magnética.
Em Circuitos veremos como forças elétricas fazem a corrente fluir. Em Ótica iremos investigar as
maneiras pelas quais ondas eletromagnéticas (ex: luz) podem se curvar e refletir. Assim que
aprendermos sobre a luz, vamos descobrir a teoria da Relatividade Especial de Einstein. E isto é
apenas o início.

Ao término você deverá ter um bom entendimento de física introdutória e as ferramentas


matemáticas que físicos utilizam para descrever e explicar o universo. Mas nenhum sumário pode
descrever todas as coisas interessantes e aspectos poderosos da física. A melhor forma de aprender
é se aventurar e ver por você mesmo.
DESLOCAMENTO, VELOCIDADE
VETORIAL E TEMPO
Este tutorial é a base para o seu entendimento da cinemática (isto é, o movimento dos objetos).
Talvez você já saiba que distância = velocidade x tempo. Este tutorial essencialmente revê a ideia sob
a ótica vetorial (também serão apresentados aos vetores neste tutorial). Então, aperte os seus cintos
(o que na verdade poderá não ser necessário, já que não planejamos desacelerar durante este
tutorial) e se prepare para uma suave viagem por conhecimentos fundamentais da física.

O que significa posição?


Em física, amamos descrever com precisão o movimento de um objeto. É sério, os primeiros
capítulos de praticamente todos os livros de física são dedicados a ensinar as pessoas a descrever
com precisão o movimento, já que ele é muito importante para todo o resto em física.

Mas para descrever o movimento de um objeto, primeiro precisamos ser capazes de descrever sua
posição — onde ele está em um momento específico. Mais precisamente, precisamos especificar sua
posição relativa a um referencial conveniente. A Terra é muito usada como referencial, e
normalmente descrevemos a posição de um objeto em relação a objetos em repouso neste
referencial. Por exemplo, a posição de uma professora poderia ser descrita em termos de onde ela
está em relação à lousa (veja a figura 1 abaixo). Em outros casos, usamos referenciais que não estão
em repouso, mas em movimento em relação à Terra. Para descrever a posição de uma pessoa em
um avião, por exemplo, usamos o avião e não a Terra como referencial (veja a figura 2 abaixo).

A variável x normalmente é usada para representar a posição horizontal. A variável y normalmente é


usada para representar a posição vertical.

E quanto ao z?
A variável z é usada para descrever o terceiro eixo perpendicular que normalmente aponta "para
fora da tela/página". Mas tentar desenhar um movimento que está vindo para fora do plano de um
pedaço de papel ou da tela é difícil e um pouco estranho. Então, normalmente não lidamos com a
direção z, a menos que isso seja particularmente importante.

Além disso, todas as ferramentas usadas para descrever movimento nas direções x e y funcionam
igualmente bem para a direção z, então não estamos perdendo muito por desprezar a direção z.

O que significa deslocamento?


Se um objeto se move em relação a um referencial (por exemplo, se um professor se move para a
direita com relação à lousa ou um passageiro se move em direção à parte traseira de um avião),
então a posição do objeto varia. Essa variação na posição é conhecida como deslocamento. A
palavra "deslocamento" implica que um objeto se moveu, ou foi deslocado.

O deslocamento é definido como a variação na posição de um objeto. Ele pode ser definido
matematicamente pela equação a seguir:
Xf se refere ao valor da posição final
x0 se refere ao valor da posição inicial
Δx é o símbolo usado para representar deslocamento

O que o símbolo triangular significa?


O símbolo triangular Δ é a letra grega maiúscula chamada "delta". Ela é usada em física para
representar a variação em uma variável. Quando colocada antes de uma variável (y) ela se refere à
diferença entre o valor final (yf) e o valor inicial (y0 ) dessa variável.

Δy=yf −y0

Eu preciso alertá-lo de que muitas pessoas, de maneira errada, subtraem o valor final do valor inicial
y0 −yf para encontrar a diferença, o que daria −Δy. Isso provavelmente acontece porque o valor
inicial é frequentemente dado em primeiro lugar em um problema, então as pessoas naturalmente o
colocam em primeiro na equação. Você precisa lembrar-se de subtrair o valor inicial do valor final, e
não o contrário.

Além disso, você deveria saber que algumas pessoas usam o "0" subscrito para se referir ao valor
inicial (x0 por exemplo). Outras pessoas usam a letra "i" (xi, por exemplo) ou o número "1" (x1 por
exemplo) para se referirem ao valor inicial. Mas todas essas são formas diferentes de dizer a mesma
coisa.

O deslocamento é um vetor. Isso significa que ele tem uma direção e uma magnitude, e é
representado visualmente como uma seta que aponta da posição inicial para a posição final. Por
exemplo, considere a professora que anda relativamente à lousa na figura abaixo.
A posição inicial da professora é xx0 =1,5 m e sua posição final é xf =3,5m. Assim, seu deslocamento
pode ser calculado da seguinte maneira, Δx=xf −x0 =3,5 m−1,5 m=+2,0m . Nesx0 =1,5 m e sua
posição final é xf =3,5m. Assim, seu deslocamento pode ser calculado da seguinte maneira, Δx=xf
−x0 =3,5 m−1,5 m=+2,0m. Nesse sistema de coordenadas o movimento para a direita é positivo,
enquanto o movimento para a esquerda é negativo.

Agora considere o passageiro que anda em relação ao avião na Figura 2.

O deslocamento de −4,0 m do passageiro em relação ao avião é representado por uma seta na


direção da parte de trás do avião.

A posição inicial do passageiro do avião é x0 =6,0 m e sua posição final é xf =2,0 m, então seu
deslocamento pode ser encontrado da seguinte maneira, Δx=xf −x0 =2,0 m−6,0 m=−4,0 m. Seu
deslocamento é negativo porque seu movimento é na direção da parte traseira do avião, ou na
direção negativa de x em nosso sistema de coordenadas.

No movimento unidimensional, a direção pode ser especificada com um sinal positivo ou negativo.
Quando você começa um problema, você deve selecionar qual direção é positiva — normalmente se
escolhe o lado direito ou para cima, mas você pode escolher qualquer posição para ser positiva.

O que distância e distância percorrida


significam?
É preciso ter cuidado ao usar a palavra "distância", porque há duas formas de usar esse termo em
física. Podemos falar na distância entre dois pontos, ou podemos falar da distância percorrida por
um objeto.
Distância é definida como a magnitude ou o t é definida como a magnitude ou o tamanho do
deslocamento entre duas posições. Observe que a distância entre duas posições não é igual à
distância percorrida entre elas.

Distância percorrida é o comprimento total do caminho percorrido entre duas posições. A distância
percorrida não é um vetor. Ela não tem direção e, portanto, não tem sinal negativo. Por exemplo, a
distância que o professor anda é de 2,0m. A distância que o passageiro do avião anda é de 4,0m.

É importante observar que a distância percorrida não precisa ser igual à magnitude do deslocamento
(por exemplo, a distância entre os dois pontos). Especificamente, se um objeto altera sua direção em
sua jornada, a distância total percorrida será maior que a magnitude do deslocamento entre esses
dois pontos (veja os exemplos resolvidos abaixo).

O que é confuso sobre deslocamento?


As pessoas frequentemente se esquecem de que a distância percorrida pode ser maior que a
magnitude do deslocamento. Por magnitude, queremos dizer o tamanho do deslocamento sem
considerar sua direção, isto é, apenas um número com uma unidade. Por exemplo, a professora
poderia andar para a frente e para trás várias vezes, talvez andando uma distância de 150m durante
uma aula, e ainda assim terminar a apenas 2m à direita de seu ponto inicial. Nesse caso, seu
deslocamento seria +2m, a magnitude de seu deslocamento seria de 2m, mas a distância percorrida
seria de 150m. Em cinemática, quase sempre lidamos com deslocamento e magnitude de
deslocamento, e quase nunca com a distância percorrida. Uma forma de pensar nisso é considerar
que você marcou o início e o fim do movimento. O deslocamento é simplesmente a diferença entre
a posição das duas marcas e é independente do caminho tomado entre as duas marcas. A distância
percorrida, contudo, é o comprimento total do caminho tomado entre as duas marcas.

As pessoas muitas vezes se esquecem de incluir um sinal negativo, se necessário, em suas respostas
para o deslocamento. Isso ocorre, às vezes, se elas acidentalmente subtraem a posição final da
posição inicial ao invés de subtrair a posição inicial da posição final.

Como são os exemplos envolvendo


deslocamento?
Exemplo 1: Deslocamento de quatro objetos em
movimento
Quatro objetos se movem de acordo com os caminhos mostrados no diagrama abaixo. Considere
que as unidades da escala horizontal são dadas em metros.

Qual foi o deslocamento de cada objeto?


O objeto A partiu da posição inicial de 0m e chegou à posição final de 7m. O deslocamento do objeto
A pode ser calculado através da equação:

O objeto B partiu da posição inicial de 12m e chegou à posição final de 7m. O deslocamento do
objeto B pode ser calculado por esta equação:

O objeto C partiu da posição inicial de 2m e chegou à posição final de 10m. O deslocamento do


objeto C pode ser calculado por esta equação:

O objeto D partiu da posição inicial de 9m e chegou à posição final de 5m. O deslocamento do objeto
D pode ser calculado por esta equação:

O que significa velocidade vetorial?


Sua noção de velocidade vetorial é provavelmente parecida com sua definição científica. Você sabe
que um grande deslocamento em um curto espaço de tempo significa uma grande velocidade
vetorial, e que velocidade tem unidades de distância dividida pelo tempo, como quilômetros por
hora ou milhas por hora (unidade usada nos Estados Unidos).

Velocidade vetorial média é definida como a variação na posição dívida pelo tempo de
deslocamento.

Nesta fórmula, vmed é a velocidade vetorial média; Δx é a mudança de posição, ou deslocamento; e


xf e x0 são as posições finais e iniciais nos tempos tf e t0, respectivamente. Se o tempo de início t0
tomado como zero, então a velocidade vetorial média é escrita como abaixo:
Nota: t é uma abreviação de Δt.

Observe que essa definição indica que a velocidade vetorial é um vetor porque o deslocamento é um
vetor. A velocidade vetorial tem magnitude e direção. A unidade do SI para a velocidade vetorial é
metros por segundo, ou m/s mas muitas outras unidades como km/h e mi/h (também escrita como
mph), e cm/s normalmente são usadas. Suponha, por exemplo, que um passageiro de um avião
levou 5 segundos para se mover −4 metros, sendo que o sinal negativo indica que esse
deslocamento foi na direção da parte de trás do avião. Sua velocidade vetorial média seria:

O sinal negativo indica que a velocidade vetorial média também é na direção da parte de trás do
avião.

Contudo, a velocidade vetorial média de um objeto não nos diz nada sobre o que acontece com ele
entre o ponto inicial e o ponto final. Por exemplo, não podemos dizer, a partir da velocidade vetorial
média, se o passageiro do avião para momentaneamente ou volta antes de ir para a parte de trás do
avião. Para obter mais detalhes, precisamos considerar pequenos segmentos do trajeto em
intervalos de tempo pequenos. Por exemplo, na figura abaixo, vemos que o deslocamento total,
Δxtot, consiste de 4 segmentos, Δxa, Δxb, Δxc e Δxd.

Quanto menor o intervalo de tempo considerado em um movimento, mais detalhada é a


informação. Levando esse processo para sua conclusão lógica, ficamos com um intervalo
infinitamente pequeno. Em um intervalo assim, a velocidade vetorial média se torna a velocidade
vetorial instantânea, ou a velocidade vetorial em um momento específico. O velocímetro de um
carro, por exemplo, mostra a magnitude (mas não a direção) da velocidade vetorial instantânea do
carro. A polícia multa com base na velocidade vetorial instantânea, mas para calcular o tempo
necessário para ir de um lugar a outro em uma viagem pela estrada, você precisa usar a velocidade
vetorial média. A velocidade vetorial instantânea v é simplesmente a velocidade vetorial média em
um instante específico no tempo (ou em um intervalo de tempo infinitamente pequeno).

Matematicamente, encontrar a velocidade vetorial instantânea, v, em um instante preciso t pode


envolver encontrar um limite, uma operação de cálculo que está além do escopo deste artigo.
Contudo, sob várias circunstâncias, podemos encontrar valores precisos para a velocidade vetorial
instantânea sem usar cálculo.

O que significa velocidade escalar?


É importante entender que "velocidade escalar" e "velocidade vetorial" na física não têm o mesmo
significado e são conceitos distintos. A maior diferença é que a velocidade escalar não tem direção.
Ou seja, como o nome diz, é uma medida escalar. Assim como precisamos distinguir entre
velocidade vetorial instantânea e velocidade vetorial média, também precisamos distinguir entre
velocidade escalar instantânea e velocidade escalar média. Note que no dia a dia quando falamos
apenas velocidade, estamos nos referindo à velocidade escalar, ou magnitude da velocidade
vetorial.

Velocidade escalar instantânea é a magnitude da velocidade vetorial instantânea. Por exemplo,


vamos supor que o passageiro do avião em um instante tinha uma velocidade vetorial instantânea
de 3,0m/s (o sinal negativo significa que ele se movia na direção da parte traseira do avião). Nesse
mesmo tempo, sua velocidade escalar instantânea era de 3,0m/s. Ou suponha que em um dado
instante durante uma viagem de compras sua velocidade vetorial instantânea é de 40km/h para o
norte. Sua velocidade escalar instantânea naquele instante seria de 40km/h (isto é, a mesma
magnitude, mas sem uma direção). A velocidade escalar média, contudo, é muito diferente da
velocidade vetorial média. A velocidade escalar média é a distância percorrida dividida pelo tempo
decorrido. Então, embora as magnitudes das velocidades escalar e vetorial instantâneas sejam
sempre idênticas, as magnitudes das velocidades escalar e vetorial médias podem ser bem
diferentes.

Como a distância percorrida pode ser maior que a magnitude do deslocamento, a velocidade escalar
média pode ser maior que a magnitude da velocidade vetorial média. Por exemplo, se você dirige
para uma loja e volta para casa em meia hora, e o hodômetro do seu carro mostra que a distância
total percorrida foi de 6 km, então sua velocidade escalar média foi de 12km/h. Sua velocidade
vetorial média, contudo, foi zero, porque seu deslocamento na viagem de ida e volta é zero.
(Deslocamento é a variação na posição e, portanto, é zero para uma viagem de ida e volta).
Portanto, a velocidade escalar média não é simplesmente a magnitude da velocidade vetorial média.
Outra forma de visualizar o movimento de um objeto é usar um gráfico. Um gráfico da posição ou da
velocidade vetorial como uma função do tempo pode ser muito útil. Por exemplo, para esse trajeto
até a loja, os gráficos da posição, da velocidade vetorial e da velocidade escalar versus o tempo são
exibidos na Figura 3. Observe que esses gráficos descrevem um modelo bastante simplificado do
trajeto. Estamos considerando que a velocidade escalar é constante durante todo trajeto, o que não
é realista, dado que provavelmente vamos parar na loja. Mas, para simplificar, não vamos considerar
paradas ou alterações na velocidade escalar. Também estamos considerando que a rota entre a loja
e a casa é uma linha perfeitamente reta.
Como são exemplos resolvidos
envolvendo as velocidades vetorial e
escalar?
Exemplo 1: A iguana desorientada
Um iguana com um senso de direção muito ruim está caminhando para a frente e para trás no
deserto. Inicialmente a iguana caminha 12 metros para a direita em um tempo de 20 segundos. A
iguana então corre 16 metros para a esquerda em um tempo de 8 segundos.

Quais foram as velocidades escalar e vetorial médias do iguana para todo o trajeto?

Considere que a direita é a direção positiva.

Para encontrar a velocidade escalar média dividimos a distância total percorrida pelo intervalo de
tempo.

Para encontrar a velocidade vetorial média, dividimos o deslocamento Δx pelo intervalo de tempo.

Como encontramos o deslocamento?


A iguana caminhou 12 metros para a direita e então correu 16 metros para a esquerda. Então, a
iguana acabou 4 metros à esquerda do ponto de partida.

Isto significa que a magnitude do deslocamento ao longo de todo trajeto foi de 4 metros.
Como os gráficos de posição versus tempo
são úteis?
Muitas pessoas, quando se deparam com um gráfico, se sentem como em uma consulta ao dentista:
um pouco de ansiedade e um forte desejo de que a experiência termine o mais rápido possível. Mas
os gráficos de posição, além de interessantes, são uma forma eficiente de representar visualmente
uma grande quantidade de informações sobre o movimento de um objeto.

O que o eixo vertical representa em um


gráfico da posição?
O eixo vertical representa a posição do objeto. Por exemplo, se você ler o valor do gráfico abaixo em
um determinado instante, você terá a posição do objeto em metros.

Teste de conceito: qual é a posição do objeto no instante t=5 segundos de acordo com o gráfico
abaixo?
Mostre-me a resposta.
A resposta é 2 metros. Se você mover o ponto para o tempo t=5, o valor do gráfico no eixo vertical
mostra que a posição é 2 metros.

O que a inclinação representa em um


gráfico da posição?
A inclinação em um gráfico de posição representa a velocidade vetorial do objeto. Então, o valor da
inclinação em um determinado instante representa a velocidade vetorial do objeto naquele instante.

Para entender, considere a inclinação do gráfico de posição versus tempo mostrado abaixo.

Espere, por que o eixo vertical é chamado de x?


Nas aulas de matemática, o eixo vertical, a variável dependente, é geralmente chamada y e o eixo
horizontal, a variável independente, é geralmente chamada de x.

Entretanto, nas aulas de física quase sempre colocamos o tempo t no eixo horizontal, como a
variável independente. Isso significa que qualquer outra variável precisa ficar no eixo vertical,
incluindo x que normalmente representa a posição horizontal.

Reconhecemos que é um pouco confuso representar o deslocamento horizontal x no eixo vertical.


Mas essa é a convenção na maioria dos artigos, cursos e aulas sobre física. Isso também faz sentido
porque é melhor ver o tempo como uma variável independente, já que não temos controle sobre
ele... a menos que você seja um senhor do tempo que domina a arte de viajar no tempo, mas nesse
caso você provavelmente já tem um conhecimento do espaço e do tempo que faz nossas teorias
parecerem bobas e ingênuas.
A inclinação deste gráfico de posição é

Observe que a expressão para Inclinação é a mesma da definição da velocidade vetorial

Então, a inclinação de um gráfico de posição também representa a velocidade vetorial do objeto.

Isto também é verdadeiro para um gráfico de posição onde a inclinação está mudando. No gráfico de
posição versus tempo abaixo, a linha vermelha mostra a inclinação em um determinado momento.
Tente deslizar o ponto abaixo horizontalmente para ver como é a inclinação do gráfico para
momentos particulares no tempo.
A inclinação da curva entre os tempos t=0s e t=3s é positiva, porque a inclinação está direcionada
para cima. Isso significa que a velocidade vetorial é positiva e que o objeto está se movendo na
direção positiva.

A inclinação da curva é negativa entre t = 3s e t = 9s, já que a inclinação é direcionada para baixo.
Isso significa que a velocidade vetorial é negativa e que o objeto está se movendo na direção
negativa.

Quando t = 3s a inclinação é zero, já que a reta que mostra a inclinação está horizontal. Isso significa
que naquele instante a velocidade vetorial é zero e o objeto está momentaneamente em repouso.

Teste de conceito: qual é a velocidade vetorial do objeto e t = 9s de acordo com o gráfico acima?

Mostre-me a resposta.
A velocidade vetorial do objeto no t=9s é zero, pois a inclinação do gráfico é zero no t=9s. Podemos
ver isso uma vez que, quando movemos o ponto até o tempo t=9s, a linha tangente é horizontal.

Um outro ponto a ter em mente é que a inclinação num gráfico de posição em um determinado
instante dá a velocidade vetorial instantânea naquele momento. A inclinação média entre dois
instantes dará a velocidade vetorial média nesse período. A velocidade vetorial instantânea não tem
de ser igual à velocidade vetorial média. No entanto, se a inclinação é constante para um
determinado período de tempo (ou seja, o gráfico é um segmento de reta), então a velocidade
vetorial instantânea será igual à velocidade vetorial média entre dois pontos no segmento de reta.

Por que a velocidade vetorial instantânea é igual à velocidade


vetorial média em um segmento de linha reta?
Quando o gráfico é uma linha reta, a inclinação é constante em qualquer ponto. Caso contrário, a
linha seria curva. Como a inclinação é constante e possui o mesmo valor em qualquer ponto, a
inclinação média é igual a inclinação em qualquer ponto.

Em outras palavras, o valor médio das inclinações: 8m/s.

O que significa a curvatura em um gráfico


de posição?
Observe o gráfico abaixo. A linha tem formato curvo já que não é composta de segmentos retos.
Quando a linha em um gráfico de posição é curva, a inclinação varia com o tempo, isto significa que
a velocidade vetorial está variando. Velocidade vetorial variando significa aceleração. Portanto,
curvatura em um gráfico de posição indica que o objeto está acelerando, isto é, aumentando ou
diminuindo sua velocidade vetorial/inclinação.

No gráfico abaixo, tente deslizar o ponto na horizontal para assistir a inclinação mudar. A primeira
curva, entre 1s e 5s, representa aceleração negativa, uma vez que a inclinação passa de positiva para
negativa. Para a segunda curva, entre 7s e 11s, a aceleração é positiva, pois a inclinação passa de
negativa para positiva.
Teste de conceito: qual é a aceleração do objeto em t = 6s de acordo com o gráfico acima?
Mostre-me a resposta.
Observe que como em torno do instante 6s a inclinação da curva é praticamente constante —não
varia— a aceleração naquele instante é zero.

Para ver isto, mova o ponto entre cerca de 5,5s até cerca de 6,5s para ver que o declive da linha
tangente permanece constante e, portanto, a velocidade vetorial permanece constante. Se a
velocidade vetorial é sempre constante, a aceleração é zero.

Em resumo, se a curvatura de um gráfico de posição tiver o formato de uma tigela invertida, a


aceleração será negativa. Se, ao contrário, a curvatura tiver o formato do interior de uma tigela, a
aceleração será positiva naquele trecho. Uma forma de memorizar seria: se a tigela está invertida a
comida cai e isto é negativo. Se a tigela está na posição normal a comida não cai e isso é positivo.

Isso significa que uma tigela de cabeça para baixo sempre implica
na diminuição da velocidade?
Não, infelizmente. Uma curvatura em forma de tigela de cabeça para baixo significa que a
aceleração deve ser negativa, mas isso não significa necessariamente que o objeto está diminuindo
sua velocidade.

Na primeira curva do gráfico acima, a velocidade vetorial começa positiva em 1se a inclinação chega
a zero no instante 3s. Isto significa que o objeto desacelera entre 1s e 3s. Ao continuar a análise da
primeira curva, vemos que a inclinação é zero em 3s e se torna negativa em 5s. Isto significa que o
objeto acelerou, indo de zero a uma velocidade vetorial negativa.

Ambos os lados da tigela de cabeça para baixo representam aceleração negativa, mas o lado
esquerdo vai representar a diminuição da velocidade, e o lado direito vai representar o aumento da
velocidade.

Outra forma de pensar é que, se o gráfico está ficando menos íngreme, o objeto está diminuindo sua
velocidade. Se o gráfico está ficando mais íngreme, o objeto está aumentando sua velocidade.

Como são os exemplos resolvidos


envolvendo gráficos de posição versus
tempo?
Exemplo 1: O tubarão faminto
O movimento de um tubarão faminto andando para frente e para trás horizontalmente à procura de
comida é dado pelo gráfico abaixo, que mostra a posição horizontal x em função do tempo t.

Qual era a velocidade vetorial instantânea do tubarão nos seguintes instantes de tempo: 2s, 5s e 8s?
Encontrando a velocidade vetorial em 2s:

Podemos determinar a velocidade vetorial do tubarão em t=2s pela inclinação da curva em t=2s:

Agora vamos escolher dois pontos quaisquer sobre a curva, de preferência coincidindo com as
marcas da grade, de modo que possamos determinar o valor da posição e do tempo naqueles
pontos. Escolhemos os pontos (0s,1 m) e (4s,3m) mas poderíamos ter escolhido quaisquer dois
pontos entre 0s e 4s denominamos o último como ponto 2, e o primeiro como ponto 1.

(Escolha dois pontos e coloque os valores de x no numerador e os valores de t no denominador.)

Então, a velocidade vetorial do tubarão em 2s era de 0,5m/s.

Encontrando a velocidade vetorial em 5s:


Para encontrar a velocidade vetorial em 5s só precisamos observar que o gráfico é horizontal nesse
ponto. Como o gráfico é horizontal, a inclinação é igual a zero, o que significa que a velocidade
vetorial do tubarão em 5s era de 0m/s.

Encontrando a velocidade vetorial em 8s

Encontrando a velocidade vetorial em 8s:

(use a fórmula da inclinação)

Vamos escolher os pontos do começo e do final do segmento de reta, que seriam (6 s,3 m) e (9 s,0
m).

(Escolha dois pontos e coloque os valores de x no numerador e os valores de t no denominador.)

Então, a velocidade vetorial do tubarão em 8s era de −1m/s.


ACELERAÇÃO
Em um mundo repleto de forças desequilibradas (sobre as quais aprenderá mais ao estudar as leis
de Newton), perceberemos a existência da aceleração (que é a razão da variação de velocidade
vetorial). Se você quer saber em quantos segundos um Porsche chega a 100 km/h ou quanto tempo
leva para um avião alcançar a velocidade necessária para o voo, este tutorial lhe será útil.

O que a aceleração significa?


Comparada ao deslocamento e à velocidade vetorial, a aceleração é como o furioso dragão cuspidor
de fogo das variáveis que descrevem o movimento. Ela pode ser violenta, algumas pessoas têm
medo dela, e se ela for forte você percebe. Aquela sensação que você tem durante a decolagem de
um avião, ou quando pisa forte no freio de um carro, ou quando faz uma curva em alta velocidade
em um kart, é resultado de situações nas quais você está acelerando.

Aceleração é o nome dado a qualquer processo no qual a velocidade vetorial varia. Como a
velocidade vetorial é composta por uma velocidade escalar e uma direção, só é possível acelerar
variando sua velocidade escalar, alterando sua direção, ou alterando as duas.

Se você não está variando sua velocidade escalar nem a sua direção, então você simplesmente não
pode estar acelerando, não importa o quão rápido você esteja. Então, um jato se movendo a uma
velocidade vetorial constante de 1300 quilômetros por hora em linha reta tem aceleração igual a
zero, mesmo que ele esteja se movendo realmente rápido, porque a velocidade vetorial não está
variando. Quando o jato aterrissa e rapidamente para ele tem aceleração, porque está diminuindo
sua velocidade.
Espere, o quê?
Na linguagem cotidiana, as pessoas usam a palavra desaceleração para descrever a redução de
velocidade. Mas em física, usamos apenas o termo aceleração para indicar qualquer mudança na
velocidade vetorial, seja um aumento, redução, ou mudança de direção.

Ou você pode pensar sobre isso dessa forma. Em um carro, você poderia acelerar pisando no
acelerador ou nos freios, qualquer uma das duas opções causaria uma variação na velocidade. Mas
você também poderia usar o volante para virar, o que alteraria a sua direção de movimento.
Qualquer uma dessas situações seria considerada uma aceleração, já que elas alteram a velocidade
vetorial.

Hã?
Algumas pessoas pensam, incorretamente, que alterar a direção não é uma aceleração real, é mais
como uma aceleração técnica. Mas alterar a direção é uma aceleração tão real quanto variar a
velocidade, como provado pela experiência de alguém sentado entre duas outras pessoas em um
ônibus que faz uma curva muito rápido.

Qual é a fórmula da aceleração?


Para ser específico, a aceleração é definida como a taxa de variação da velocidade vetorial.

A equação acima diz que a aceleração a é igual à diferença entre as velocidades vetoriais final e
inicial vf −vi dividida pelo tempo Δt necessário para a velocidade variar de vi para vf.

Observe que as unidades para a aceleração são m/s, que também podem ser escritas como m/s².
Isso porque a aceleração está indicando o número de metros por segundo que a velocidade está
variando, a cada segundo. Tenha em mente que se você calcular

para vf, você obtém uma versão reorganizada dessa fórmula que é muito útil
Essa versão reorganizada da fórmula permite que você encontre a velocidade vetorial final vf após
um tempo Δt de aceleração constante a.

O que é confuso sobre a aceleração?


Preciso avisar que a aceleração é um dos primeiros conceitos realmente complicados da física. O
problema não é a falta de intuição das pessoas sobre a aceleração. Muitas pessoas têm uma ideia do
que é a aceleração, que, infelizmente, está errada na maior parte das vezes. Como Mark Twain disse:
"Não é o que você não sabe que o deixa em apuros. É o que você tem certeza que sabe, mas que
está errado"

A ideia incorreta de aceleração normalmente é mais ou menos assim: "A aceleração e a velocidade
são basicamente a mesma coisa, certo?" Errado. As pessoas frequentemente acham,
incorretamente, que se a velocidade de um objeto é grande, então a aceleração também deve ser
grande. Ou acham que se a velocidade de um objeto é pequena, isso significa que a aceleração
também deve ser pequena. Mas isso "não é assim de modo algum". O valor da velocidade vetorial
em um dado momento não determina a aceleração. Em outras palavras, eu posso variar minha
velocidade vetorial com uma taxa elevada, independentemente de estar me movendo devagar ou
rápido.

Para que você se convença de que a magnitude da velocidade vetorial não determina a aceleração,
tente descobrir no gráfico a seguir a categoria que descreveria cada cenário.
Mostre-me a explicação para a resposta.
Quando o motorista está pisando fundo no acelerador, a aceleração será alta porque a velocidade
vetorial vai variar rapidamente. Quando um carro está próximo de uma velocidade vetorial
constante, a aceleração será baixa porque a velocidade vetorial não varia significativamente. A
aceleração é zero se a velocidade vetorial for exatamente constante.

Quando o carro está se movendo velozmente pela estrada, a velocidade escalar será alta porque o
carro está se movendo rápido. Quando o carro está passando em uma zona escolar ou saindo após o
sinal verde aparecer, a velocidade escalar será baixa. Observe que nos instantes imediatamente após
o sinal abrir, o carro ainda não teve tempo de atingir uma velocidade alta (como a velocidade na
estrada, por exemplo), apesar de estar variando sua velocidade rapidamente e ter uma aceleração
alta.

Eu gostaria de poder dizer que há apenas um equívoco sobre a aceleração, mas há outro ainda mais
fatal, e ele tem a ver com a aceleração ser positiva ou negativa.

As pessoas pensam, "Se a aceleração é negativa, então o objeto está diminuindo sua velocidade, e se
a aceleração é positiva, então o objeto está aumentando sua velocidade, certo?" Errado. Um objeto
com aceleração negativa poderia estar aumentando sua velocidade e um objeto com aceleração
positiva poderia estar diminuindo sua velocidade. Como isso possível? Considere o fato de que a
aceleração é um vetor que aponta na mesma direção que a variação da velocidade. Isso significa que
a direção da aceleração determina se você vai somar ou subtrair da velocidade. Matematicamente,
uma aceleração negativa significa que você vai subtrair do valor atual da velocidade, e uma
aceleração positiva significa que você vai somar ao valor atual da velocidade. Subtrair do valor da
velocidade poderia aumentar a velocidade de um objeto se a velocidade vetorial já fosse negativa no
início, já que a magnitude da velocidade aumentaria.
Explicação.
Por exemplo, se um tatu começou a andar para a esquerda com uma velocidade vetorial negativa de
3m/s e subtrairmos 1m/s da velocidade vetorial, o tatu vai aumentar sua velocidade. Mesmo que a
velocidade vetorial se torne mais negativa, a magnitude da velocidade aumentaria e o tatu estaria
andando mais metros por segundo.

Isso mostra que subtrair da velocidade vetorial (isto é, ter uma aceleração negativa) pode fazer algo
aumentar sua velocidade.

Se a aceleração aponta para a mesma direção da velocidade vetorial, o objeto vai aumentar sua
velocidade. Se a aceleração aponta para a direção oposta à velocidade vetorial, o objeto vai diminuir
sua velocidade. Confira as acelerações no diagrama abaixo, no qual um carro acidentalmente entrou
num trecho com lama — o que diminui sua velocidade — ou persegue um doce (o que aumenta sua
velocidade). Considerando que a direção à direita é positiva, a velocidade vetorial é positiva sempre
que o carro estiver se movendo para direita, e a velocidade vetorial é negativa sempre que o carro
estiver se movendo para a esquerda. A aceleração aponta para a mesma direção da velocidade
vetorial se o carro estiver aumentando sua velocidade, e para a direção oposta se o carro estiver
diminuindo sua velocidade.

Não entendi.
No diagrama abaixo, e na maioria dos casos, a convenção que vamos escolher é chamar a direita (ou
para cima) de direção positiva para vetores, e a esquerda (ou para baixo) de direção negativa. Então,
se adotarmos essa convenção, as velocidades dos carros direcionadas à esquerda serão negativas e
as velocidades direcionadas à direita serão positivas.

Não há nada que nos impeça de chamar o lado esquerdo de positivo e o lado direito de negativo,
contanto que sejamos consistentes com essa escolha. Se escolhermos a esquerda como lado
positivo, todos os sinais no diagrama a seguir seriam trocados, mas a conclusão geral seria a mesma.
Ou seja, quando a velocidade e a aceleração apontarem na mesma direção (isto é, tiverem o mesmo
sinal) o carro estará aumentando sua velocidade, e quando a velocidade e a aceleração apontarem
em direções opostas (isto é, tiverem sinais opostos) o carro estará diminuindo sua velocidade.
Também podemos dizer que se a aceleração tem o mesmo sinal da velocidade vetorial, o objeto vai
aumentar a velocidade. E se a aceleração tem o sinal oposto à velocidade vetorial, o objeto vai
diminuir a velocidade.

Como são os exemplos resolvidos


envolvendo aceleração?
Exemplo 1:
Um tubarão tigre neurótico parte do repouso e acelera uniformemente até atingir 12 metros por
segundo, em um tempo de 3 segundos.
Qual foi a magnitude da aceleração média do tubarão tigre?

Comece pela definição de aceleração.

Insira a velocidade vetorial final e inicial e o intervalo de tempo.


Calcule e comemore!

O que o eixo vertical representa em um


gráfico da velocidade vetorial?
O eixo vertical representa a velocidade vetorial do objeto. Isso provavelmente soa óbvio, mas eu
preciso alertá-lo de que os gráficos de velocidade vetorial são notoriamente difíceis de interpretar.
As pessoas se acostumam tanto a encontrar a velocidade vetorial determinando a inclinação (como
seria feito com um gráfico da posição), que elas esquecem de que nos gráficos de velocidade vetorial
é o valor do eixo vertical que representa a velocidade vetorial.

Tente deslizar o ponto na horizontal no gráfico exemplo abaixo para escolher diferentes tempos e
ver como muda a velocidade vetorial.

Teste de conceito: qual é a velocidade vetorial do objeto no tempo t=4 de acordo com o gráfico
acima?

Mostre-me a resposta.
A velocidade vetorial é +3m/s no tempo t = 4s. Podemos ver isso movendo o ponto para o tempo t =
4s e observar que o valor do gráfico é +3m/s no eixo vertical.
O que a inclinação representa em um
gráfico da velocidade vetorial?
A inclinação de um gráfico da velocidade vetorial representa a aceleração do objeto. Então, o valor
da inclinação em um tempo em particular representa a aceleração do objeto nesse instante de
tempo.

A inclinação de um gráfico de velocidade vetorial será dada pela seguinte fórmula:

Como Δv/Δt é a definição da aceleração, a inclinação de um gráfico de velocidade vetorial deve ser
igual à aceleração do objeto.

Inclinação = aceleração

Isso significa que quando a inclinação é íngreme, a velocidade vetorial do objeto varia rapidamente.
Quando a inclinação não é íngreme, a velocidade vetorial do objeto não irá variar rapidamente. Isso
também significa que se a inclinação é negativa (direcionada para baixo), a aceleração será negativa,
e se a inclinação for positiva (direcionada para cima), a aceleração será positiva.

Tente deslizar o ponto horizontalmente no gráfico de velocidade vetorial do exemplo abaixo para
ver como é a inclinação para momentos específicos no tempo.
A inclinação da curva é positiva entre os tempos t=0s e t=2s já que a curva está direcionada para
cima. Isso significa que a aceleração é positiva.

A inclinação da curva é negativa entre t=2s e t=8s já que a inclinação está direcionada para baixo.
Isso significa que a aceleração é negativa.

Em t=2s a inclinação é zero porque a linha tangente é horizontal. Isso significa que a aceleração é
zero nesse momento.

Teste de conceito: o objeto cujo movimento é descrito pelo gráfico acima está aumentando ou
diminuindo sua velocidade vetorial no tempo t=4s?

Mostre-me a resposta.
O objeto está diminuindo sua velocidade vetorial em t=4s.

Uma maneira de ver isso é arrastar o ponto para t = 4s e ver que a inclinação do gráfico é negativa, o
que significa que a aceleração é negativa. A velocidade vetorial em t = 4s é positiva e tem um valor
de +3m/s. Como a aceleração e a velocidade têm sinais opostos, o objeto deve estar diminuindo sua
velocidade.

Outra maneira de observar isso é reconhecendo que em t = 4s a curva está se aproximando do eixo
horizontal. Como o eixo horizontal representa v = 0m/s, uma curva que está indo em sua direção
representa um objeto que está diminuindo sua velocidade. Da mesma forma, uma curva que está se
afastando do eixo horizontal representa um objeto que está aumentando sua velocidade. Então, em
t= 7s no gráfico acima, a curva está se afastando do eixo horizontal e o módulo da velocidade do
objeto está aumentando, conforme ele se move na direção negativa.

O que a área sob um gráfico de velocidade


vetorial representa?
A área sob um gráfico de velocidade vetorial representa o deslocamento de um objeto. Para saber
o porquê, considere o gráfico de deslocamento abaixo que mostra o objeto mantendo uma
velocidade vetorial constante de 6 metros por segundo por um tempo de 5 segundos.

Para encontrar o deslocamento durante este intervalo de tempo, podemos usar esta fórmula

que nos dá um deslocamento de 30m

Agora vamos mostrar que isso foi equivalente a encontrar a área sob a curva. Considere o retângulo
da área feita pelo gráfico como mostrado abaixo.
A área deste retângulo pode ser encontrada multiplicando sua altura, 6 m/s, pela sua largura, 5 s,
que resultaria em

Essa é a mesma resposta que tivemos antes para o deslocamento. A área sob uma curva de
velocidade vetorial, independentemente da forma, será igual ao deslocamento durante dado
intervalo de tempo.

Por que isso continua verdadeiro quando a velocidade vetorial não


é constante?
Para uma forma arbitrária, você pode considerar dividir a área em retângulos de largura muito
pequena, como visto no gráfico abaixo. O deslocamento durante cada pequeno intervalo de tempo
seria dado Δx=vΔt porque a velocidade vetorial seria praticamente constante se os intervalos de
tempo forem pequenos o suficiente. Se você fizesse retângulos infinitamente pequenos, eles
representariam exatamente a área da curva. A soma de todas essas pequenas áreas seria a área
total, e também o deslocamento do objeto. Quando resolvendo um problema de verdade, você
nunca precisa dividir uma curva em uma quantidade infinita de retângulos. Se você já provou para si
mesmo que essa área representa o deslocamento, você pode ficar à vontade para determinar a área
da forma que lhe for mais conveniente.

Mas as áreas não são sempre positivas? E se a curva estiver abaixo


do eixo do tempo?
Você ainda iria calcular a área da curva em relação ao eixo do tempo. Mas como a área está abaixo
do eixo, o deslocamento seria igual ao módulo da área, mas com sinal negativo. Isso faz sentido, já
que a velocidade vetorial seria negativa nesse período, o que levaria a um deslocamento negativo.

Por isso, muitas pessoas pensam nas áreas que ficam abaixo do eixo do tempo como "áreas
negativas sob a curva", para elas se lembrarem de adicionar o sinal negativo. Estritamente falando,
isso não faz sentido, pois, por definição, uma área é nula ou positiva. Mas isso não impede as
pessoas de usarem "área negativa sob a curva" como uma forma prática de se lembrarem do sinal.

Como são exemplos resolvidos


envolvendo gráficos de velocidade vetorial
versus tempo?
Exemplo 1: Variação de velocidade escalar no windsurf
Uma praticante de windsurf está se deslocando ao longo de uma linha reta e seu movimento é dado
pelo gráfico da velocidade vetorial abaixo.

Selecione todas as afirmações a seguir que são verdadeiras sobre a velocidade escalar e a aceleração
da praticante de windsurf.

(A) A velocidade escalar está aumentando


(B) A aceleração está aumentando
(C) A velocidade escalar está diminuindo
(D) A aceleração está diminuindo.
As opções A (a velocidade escalar está aumentando) e D (a aceleração está diminuindo) são ambas
verdadeiras.

A inclinação de um gráfico da velocidade vetorial é a aceleração. Como a inclinação da curva está


diminuindo e se tornando menos íngreme, isso significa que a aceleração também está diminuindo.

Pode parecer não intuitivo, mas o surfista está ganhando velocidade neste gráfico inteiro. O valor do
gráfico, que representa a velocidade vetorial, está aumentando para todo o movimento mostrado,
mas a quantidade de aumento por segundo vai ficando menor. Para os primeiros 4,5 segundos, a
velocidade aumentou de 0 m/s para aproximadamente 5 m/s, mas nos próximos 4,5 segundos, a
velocidade aumentou de 5 m/s para apenas 7 m/s.

O que o eixo vertical representa em um


gráfico da aceleração?
O eixo vertical representa a aceleração do objeto.

Por exemplo, se você ler o valor do gráfico mostrado abaixo para um determinado instante de
tempo, você irá obter a aceleração do objeto em metros por segundo ao quadrado naquele instante.

Experimente arrastar horizontalmente o ponto no gráfico abaixo para escolher diferentes instantes
de tempo e ver como a aceleração (abreviada como Acc) varia.
Teste de conceito: De acordo com o gráfico acima, qual é a aceleração no instante t=4s?

Mostre-me a resposta.
Em t=4s a aceleração é +1m/s². Podemos verificar isso ao arrastar o ponto ao longo da direção
horizontal e ver que o valor do eixo vertical no instante de tempo t=4s é +1m/s².

O que a inclinação representa em um


gráfico da aceleração?
A inclinação de um gráfico da aceleração representa uma quantidade chamada "arrancada". A
arrancada é a taxa de variação da aceleração.

Para um gráfico de aceleração, a inclinação pode ser encontrada a partir de

, como pode ser visto no diagrama


abaixo.
Essa inclinação, que representa a taxa de variação da aceleração, é definida como arrancada.

Por mais estranho que o nome "arrancada" possa parecer, ele se encaixa bem no que chamamos de
movimento de "arranque". Se você estivesse em um passeio no qual a aceleração estivesse
aumentando e diminuindo significativamente em curtos períodos de tempo, você sentiria como se o
movimento fosse "arrancar" você do lugar, de forma que você precisaria aplicar continuamente
diferentes quantidades de força com seus músculos para estabilizar seu corpo.

Para terminar essa seção, vamos visualizar a arrancada com o gráfico de exemplo mostrado abaixo.
Experimente mover o ponto na horizontal para ver como a inclinação (isto é, a arrancada) se
comporta em diferentes instantes no tempo.
Teste de conceito: Para o gráfico da aceleração mostrado acima, a arrancada é positiva, negativa ou
zero em t=6s?

Mostre-me a resposta.
A arrancada é negativa em t=6s visto que a inclinação é negativa. Podemos verificar isso ao arrastar
o ponto para t=6s e observar que a inclinação é direcionada para baixo.

O que a área representa em um gráfico da


aceleração?
A área sob um gráfico de aceleração representa a variação de velocidade vetorial. Em outras
palavras, a área sob o gráfico de aceleração para um certo intervalo de tempo é igual à variação de
velocidade vetorial durante esse intervalo de tempo.

Pode ser mais fácil visualizar por que isso acontece se examinarmos o gráfico abaixo, o qual mostra
uma aceleração constante de 4m/s² para um intervalo de 9s.
Se multiplicarmos ambos os lados da equação que define a aceleração,

Substituindo a aceleração 4m/s e o intervalo de tempo 9s podemos encontrar a variação de


velocidade vetorial:

Multiplicar a aceleração pelo intervalo de tempo é equivalente a encontrar a área abaixo da curva. A
área abaixo da curva é um retângulo, como visto no diagrama abaixo.
A área pode ser encontrada multiplicando a altura pelo comprimento do retângulo. A altura do
retângulo é de 4m/s², e seu comprimento 9s. Assim, encontrar a área abaixo do gráfico também lhe
dá a variação de velocidade vetorial.

A área sob qualquer gráfico de aceleração para um certo intervalo de tempo representa a variação
da velocidade vetorial para esse intervalo de tempo.

Isso continua verdadeiro se a aceleração não for constante?


Boa pergunta. Para provar a afirmação anterior, baseamo-nos apenas em um caso simples, no qual a
aceleração é constante. No entanto, a área sob qualquer gráfico de aceleração por tempo nos dará a
variação de velocidade vetorial, mesmo que a aceleração não seja constante.

A razão disso é que sob um gráfico de aceleração que está variando, a área pode ser dívida em
pequenos retângulos de larguras muito pequenas como visto no diagrama abaixo. Se a largura dos
retângulos for pequena o suficiente, a aceleração será praticamente constante. Então, se
multiplicarmos a altura pela largura de cada retângulo, obteremos a área e a variação da velocidade
vetorial Δv=aΔt em cada um dos pequenos intervalos de tempo. Ao somar as áreas de todos os
retângulos teremos aproximadamente a área total sob a curva e, consequentemente, a variação
total da velocidade vetorial para um dado intervalo de tempo.
Se a largura dos retângulos for infinitamente pequena, a soma das áreas de todos os retângulos vai
dar exatamente a área sob a curva e a variação exata da velocidade vetorial. Então, a área sob
qualquer gráfico de aceleração nos dá a variação da velocidade vetorial. Se essa discussão parece
mais um tipo de bruxaria matemática, é provavelmente porque a derivação apropriada dessa prova
requer ideias de cálculo (a integral em cálculo é uma operação que permite que você encontre áreas
sob curvas).

Observação: Quando resolvemos um problema ou respondemos a uma pergunta, não precisamos


realmente dividir uma curva em retângulos para encontrar a área. Como sabemos que a área sob a
curva é igual à variação de velocidade vetorial, podemos encontrar a área sob a curva da forma que
nos for mais conveniente. Em outras palavras, para o gráfico mostrado acima, poderíamos
simplesmente usar a fórmula da área de um triângulo, 1/s bhs, para encontrar a área e a variação de
velocidade vetorial.

Como são os exemplos resolvidos


envolvendo gráficos de aceleração versus
tempo?
Exemplo 1: Aceleração de carro de corrida
Um piloto de corridas confiante está dirigindo a uma velocidade vetorial constante de 20 m/s. Ao se
aproximar da linha de chegada, ela começa a acelerar. O gráfico mostrado abaixo fornece a
aceleração do carro de corrida conforme ele começa a acelerar. Suponha que o carro de corrida
tinha uma velocidade vetorial de 20 m/s no instante t=0s.

Qual é a velocidade vetorial do carro de corrida após os 8 segundos de aceleração mostrados no


gráfico?
Podemos encontrar a variação da velocidade vetorial encontrando a área sob o gráfico da
aceleração.

(Use a fórmula para a área do triângulo: 1/2 bh.)

(Calcule a variação de velocidade vetorial.)

Mas isto é apenas a variação de velocidade vetorial durante o intervalo de tempo. Precisamos
encontrar a velocidade vetorial final. Podemos usar a definição da variação de velocidade vetorial,
Δv=vf −vi, para encontrar que

A velocidade vetoral final do carro de corrida foi de 44 m/s.


FÓRMULAS CINEMÁTICAS E
MOVIMENTO DE PROJÉTIL
Não acreditamos na memorização de fórmulas e você também não deveria acreditar (a não ser que
queira viver sua vida como uma sombra de seu potencial). Este tutorial apropria-se do que sabemos
sobre deslocamento, velocidade vetorial e aceleração para resolver problemas de cinemática
(incluindo problemas sobre movimento de projéteis). No caminho, derivamos (e derivamos
novamente) algumas fórmulas clássicas que você deve ter visto em seus livros de física.

O que são as fórmulas cinemáticas?


As fórmulas cinemáticas são um conjunto de fórmulas que relacionam as cinco variáveis da
cinemática listadas abaixo.

Por que o intervalo de tempo está escrito como t?


O t nestas fórmulas representa o intervalo de tempo que o objeto levou para se deslocar Δx. Seria
conceitualmente mais claro escrever o intervalo de tempo como Δt porém, as fórmulas cinemáticas
já são tão complicadas que normalmente deixamos de fora o sinal Δ na frente do tempo t para
melhor clareza.

Só precisamos garantir que sabemos que quando escrevemos t estamos representando o intervalo
de tempo Δt.

Se sabemos três destas cinco variáveis cinéticas—Δx,t,v0 ,v,a—para um objeto sob aceleração
constante, nós podemos utilizar uma fórmula cinética, veja abaixo, para resolver uma das variáveis
desconhecidas.

As fórmulas cinéticas são normalmente escritas como as quatro equações que seguem.

De onde vieram essas fórmulas?


Nessa seção estamos apenas mostrando as fórmulas cinemáticas. Nas seções abaixo, vamos derivar
cada uma delas individualmente para que possamos ver de onde elas vieram e por que elas só são
verdadeiras caso a aceleração seja constante.

Na seção de exemplos resolvidos abaixo, também vamos resolver um problema utilizando cada uma
das fórmulas individuais em ordem.
Como as fórmulas cinemáticas só são precisas se a aceleração for constante durante o intervalo de
tempo considerado, temos que ter o cuidado para não as usar quando a aceleração varia. Além
disso, as fórmulas cinemáticas consideram que todas as variáveis se referem à mesma direção:
horizontal x, vertical y, etc.

Espere, o quê?
Se você substitui numa fórmula cinemática uma velocidade vetorial horizontal inicial v0, todas as
outras variáveis que você substituir na fórmula—Δx,vx ,ax—também deverão ser na direção
horizontal.

Se você substituir na fórmula cinemática uma velocidade vetorial vertical inicial v0, todas as demais
variáveis que você substituir na fórmula—Δy,vy ,ay—também deverão ser na direção vertical.

Em outras palavras, para ser realmente claro, as fórmulas cinemáticas para uma determinada
direção — por exemplo, x — deveriam ser escritas com um subscrito para indicar aquela direção:
No entanto, incluir todos estes subscritos pode começar a ficar confuso. Então, livros didáticos,
cursos e professores muitas vezes deixam de fora os subscritos e apenas lembre-se que as fórmulas
cinemáticas funcionarão para qualquer direção —mesmo diagonal— em que a aceleração é
constante, contanto que você inclua apenas as variáveis nesse sentido em particular.

O que é um objeto voando livremente — ou


seja, um projétil?
Pode parecer que o fato de as fórmulas cinemáticas só funcionarem para intervalos de tempo onde
a aceleração é constante, limite fortemente a aplicabilidade destas fórmulas. No entanto, uma das
formas mais comuns de movimento, queda livre, é uma aceleração constante.

Todos os objetos que voam livremente—também chamados de projéteis—na terra,


independentemente de sua massa, têm uma aceleração constante para baixo devido à gravidade
com magnitude de g=9,81m/s².

(Magnitude da aceleração da gravidade)

Um objeto em queda livre é definido como qualquer objeto que está acelerando somente devido à
influência da gravidade. Normalmente, assumimos o efeito da resistência do ar como
suficientemente pequeno para ser ignorado, o que significa que qualquer objeto que cai, é lançado,
ou que voa livremente através do ar, é normalmente considerado um projétil em queda livre com
uma aceleração constante descendente de magnitude g=9,81m/s².

Isso é ao mesmo tempo estranho e bom, se pensarmos bem. É estranho porque significa que uma
pedra grande irá acelerar para baixo com a mesma aceleração que um pedregulho e, se largados da
mesma altura, atingirão o solo ao mesmo tempo.
Como pode ser?
A força da gravidade é maior na rocha, o que tende a aumentar sua aceleração. Mas a inércia—
resistência à aceleração—também é maior para a rocha, o que tende a diminuir sua aceleração.

Exatamente esses efeitos confusos são cancelados e o resultado é que a massa de um objeto não
afeta sua aceleração devida à gravidade.

E é bom porque não precisamos saber a massa dos objetos quando resolvemos as fórmulas
cinemáticas, já que um objeto em queda livre terá a mesma aceleração, g=9,81m/s², independente
de sua massa — desde que a resistência do ar seja desprezível.

Observe que g=9,81m/s² é a magnitude da aceleração da gravidade. Se a direção para cima for
escolhida como positiva, devemos considerar a aceleração da gravidade como negativa ay
=−9,81m/s² para um projétil quando usarmos as fórmulas cinemáticas.

Atenção: esquecer de incluir um sinal negativo é uma das fontes mais comuns de erro no uso das
fórmulas cinemáticas.

Como você seleciona e usa uma fórmula


cinemática?
Escolhemos a fórmula cinemática que inclui a variável desconhecidas que procuramos e três das
variáveis cinemáticas já conhecidas. Desta forma, podemos resolver para a incógnita que queremos
encontrar, que será a única desconhecida na fórmula.

Por exemplo, digamos que sabemos que um livro no chão foi chutado para a frente com uma
velocidade vetorial inicial de v0 =5 m/s, depois do qual levou um intervalo de tempo t=3 para o livro
escorregar Δx=8m. Poderíamos usar a fórmula cinemática Δx=v0 t+1/2 at² para resolver
algebricamente a aceleração desconhecido aa do livro—supondo que a aceleração era constante—
uma vez que sabemos todas as outras variáveis na fórmula, além de a—Δx, v0, t.

Dica para resolver o problema: Repare que em cada fórmula cinemática falta uma das cinco variáveis
cinemáticas—Δx, t, v0 ,v,a.
Para escolher a fórmula cinemática correta para seu problema, descubra qual variável que não é
dada nem pedida. Por exemplo, no problema acima, a velocidade vetorial final do livro v, não foi
nem dada, nem pedida. Então devemos escolher uma fórmula que não inclui v de jeito nenhum. Na
fórmula cinemática Δx=v0 t+1/2at² está faltando v, por isso é a escolha certa neste caso para
resolver para a aceleração a.

Não deveria haver uma quinta fórmula cinemática na qual faltasse


a velocidade vetorial inicial?
Sim, há.

A quinta fórmula cinemática parece com a terceira fórmula cinemática Δx=v0 t+1/2 at² exceto com a
velocidade vetorial inicial v0 sendo substituída com a velocidade vetorial final v e o sinal positivo,
substituído por um sinal negativo. Pode ser obtida substituindo a primeira fórmula cinemática na
terceira fórmula cinemática.

A quinta fórmula cinemática geralmente não é tão útil, já que a velocidade vetorial inicial
normalmente é dada/conhecida em várias situações.

Como você deriva a primeira fórmula


cinemática, v=v0 +at?
Essa fórmula cinemática é, provavelmente, a mais fácil de derivar, já que ela é realmente uma
versão reorganizada da definição da aceleração. Podemos começar com a definição da aceleração,

Essa não é a aceleração média?


Sim, se o intervalo de tempo Δt for grande, a fórmula a=Δv/Δt é a aceleração média ao longo do
intervalo de tempo.

Então, a derivação que passamos abaixo realmente pressupõe que a aaa na fórmula é a aceleração
média amed. No entanto, se a aceleração é constante, a aceleração instantânea ainst será igual à
aceleração média amed, nesse caso não é necessário ser específico e podemos chamá-la a.

Assim, para a fórmula cinemática que vamos derivar ser precisa, a aceleração deve ser constante. Ou
então a a na fórmula está se referindo à aceleração média e não à aceleração instantânea.

Agora podemos substituir Δv com a definição de mudança de velocidade vetorial v−v0.


Por fim, se calcularmos v obtemos

E se estamos de acordo em usar apenas t para Δt isto se torna a primeira fórmula cinemática.

Como você deriva a segunda fórmula


cinemática,

Uma forma legal de visualmente derivar esta fórmula cinemática é analisando o gráfico de
velocidade vetorial de um objeto com aceleração constante—em outras palavras, uma inclinação
constante—e começar com velocidade vetorial inicial v0, como pode ser visto no gráfico abaixo.

A área sob qualquer gráfico de velocidade vetorial dá o deslocamento Δx. Então, a área sob o gráfico
de velocidade vetorial será o deslocamento Δx do objeto.
Podemos convenientemente dividir essa área em um retângulo azul e em um triângulo vermelho,
como visto no gráfico acima.

A altura do retângulo azul é v0t e a largura é t, então a área do retângulo azul é v0t.
A base do triângulo vermelho é t e a altura é v−v0, então a área do triângulo vermelho é 1/2t(v−v0 ).

A área total vai ser a soma das áreas do retângulo azul e do triângulo vermelho.

Se distribuímos o fator de 1/2 t temos

Podemos simplificar, combinando os termos v0 para obter

E finalmente podemos reescrever o lado direito para obter a segunda fórmula cinemática.

Essa fórmula é interessante já que se dividir ambos os lados por t, obtém-se

Isso mostra que a velocidade vetorial média tΔx é igual à média das velocidades vetoriais final e
inicial v+v0/2. Contudo, isso só é verdade quando consideramos que a aceleração é constante,
porque derivamos essa fórmula de um gráfico de velocidade vetorial com inclinação/aceleração
constante.

Como derivar a terceira fórmula


cinemática,

Há algumas maneiras para derivar essa equação há uma derivação geométrica legal e uma derivação
de substituir-e-calcular menos excitante. Primeiro vamos fazer a derivação geométrica legal.
Considere um objeto que inicia com uma velocidade vetorial v0 e mantém uma aceleração
constante até uma velocidade vetorial final de v como vista no gráfico abaixo.

Como a área sob um gráfico de velocidade vetorial representa o deslocamento Δx cada termo do
lado direito da fórmula representa uma área do gráfico acima.

O termo v0t representa a área do retângulo azul, já que Aretângulo = hw.

O termo 1/2at² representa a área do triângulo vermelho, já que Atriangulo = ½ bh.

Espere, como?
A base do triângulo vermelho é dada por t. A altura do triângulo vermelho é dada por v−v0.

Mas esta altura pode ser reescrita como at uma vez que v−v0 =at da definição de aceleração.

Então,

É isso. A fórmula tem que ser verdadeira, uma vez que o deslocamento deve ser dado pela área total
sob a curva. Assumimos que o gráfico de velocidade vetorial era uma linha diagonal para que
pudéssemos usar a fórmula do triângulo, então essa fórmula cinemática— como todo o resto das
fórmulas de cinemática—só é verdadeira sob a condição de que a aceleração seja constante.
Aqui é a derivação alternativa substituir-e-calcular. A terceira fórmula cinemática pode ser derivada
substituindo a primeira fórmula cinemática,

Se começamos com a segunda fórmula cinemática

Podemos expandir o lado direito e obter

Combinando os termos v0/2 no lado direito temos

E finalmente, multiplicando os dois lados por t, temos a terceira fórmula cinemática.

Outra vez, usamos outras fórmulas cinemáticas que possuem uma exigência de aceleração
constante, então esta terceira fórmula cinemática também só é verdadeira sob a condição de que a
aceleração seja constante.

Como se obtêm a quarta formula


cinemática,

Para obter a quarta fórmula cinemática, vamos começar com a segunda fórmula cinemática:
Queremos eliminar o tempo t desta fórmula. Para fazer isso, vamos resolver a primeira fórmula,
cinemática v=v0 +at para o tempo pata ter t=v−v0/ t Se substituirmos esta expressão para tempo t
na segunda fórmula cinemática teremos

Multiplicar as frações no lado direito dá

E agora, resolvendo para v² chegamos na quarta fórmula cinemática.

O que é confuso nas fórmulas


cinemáticas?
As pessoas muitas vezes esquecem que as fórmulas cinemáticas só são verdadeiras assumindo que a
aceleração é constante durante o intervalo de tempo considerado.

Às vezes uma variável conhecida não será fornecida explicitamente em um problema, mas estará
implícita em palavras-código. Por exemplo, "começa a partir do repouso" significa v0 =0 "largada"
significa frequentemente, e "para" significa v0=0. Além disso, a magnitude da aceleração da
gravidade em todos os projéteis em queda livre será considerada g = 9,81m/s², então esta
aceleração geralmente não será dada explicitamente em um problema, mas será considerada
implícita para um objeto em queda livre.

As pessoas esquecem que todas as variáveis cinemáticas— —Exceto t podem ser


negativas. A falta de sinal negativo é uma fonte de erro muito comum. Se para cima é considerado
positivo, então a aceleração devido a gravidade de um objeto em queda livre deve ser negativa:

A terceira fórmula cinemática

pode exigir o uso da fórmula de Bhaskara, veja o exemplo 3 resolvido abaixo.

As pessoas esquecem que, mesmo que se possa escolher qualquer intervalo de tempo durante a
aceleração constante, as variáveis cinemáticas que se substituem numa fórmula cinemática devem
ser consistentes com esse intervalo de tempo. Em outras palavras, a velocidade vetorial inicial v0
tem que ser a velocidade vetorial do objeto na posição inicial e no início do intervalo de tempo t. Da
mesma forma, a velocidade vetorial final v deve ser a velocidade vetorial na posição final e o tempo t
deve ser o final do intervalo de tempo sendo analisado.
Como são exemplos de problemas
resolvidos envolvendo as fórmulas
cinemáticas?
Exemplo 1: primeira fórmula cinemática,

Um balão cheio d'água é derrubado do topo de um prédio muito alto.

Qual é a velocidade vetorial do balão d'água após cair por t=2,35s?

Supondo que para cima é o sentido positivo, nossas variáveis conhecidas são

A velocidade vetorial final não é zero, já que ele atinge o chão?


Se você esperar tempo o suficiente, sim, mas não usamos isso em nossa fórmula por duas razões.

Primeiro, estamos considerando somente o intervalo de tempo de 2,35s, o qual podemos presumir
que é menor que o tempo necessário para chegar ao chão.

Segundo, só podemos aplicar as fórmulas cinemáticas para um intervalo de tempo de aceleração


constante. Quando o balão d'água atinge o chão, a aceleração varia drasticamente por causa da
colisão. Então, se vamos dizer que a aceleração em nossa fórmula cinemática é de

porque o objeto está em queda livre, então não podemos dizer que a velocidade vetorial final é
zero, já que essa é uma parte do trajeto na qual o objeto estava colidindo com o chão (ou seja, não
estava em queda livre) e estaríamos caindo em contradição.

Se soubéssemos a aceleração com o impacto, e se essa aceleração fosse constante, poderíamos


aplicar as fórmulas cinemáticas durante o intervalo de tempo do impacto. Mas essa não é a questão
considerada aqui, e na maioria dos problemas de queda livre consideramos apenas o tempo após o
lançamento e o tempo antes do impacto.

O movimento nesta situação é vertical, então usaremos y como nossa posição variável ao invés de x.
O símbolo que escolhemos não importa desde que sejamos consistentes, mas as pessoas
normalmente usam y para indicar um movimento vertical.
Uma vez que não sabemos o deslocamento Δy e não foi pedido o deslocamento Δy usaremos a
primeira fórmula cinemática v=v0 +at que não tem Δy.

(Use a primeira fórmula cinemática uma vez que ela não tem Δy.)

(Substitua os valores conhecidos.)

Nota: A velocidade vetorial final era negativa, uma vez que o balão de água estava descendo.

Não podemos chamar a direção para baixo de positiva?


Sim, estamos livres para chamar de positiva a direção para baixo em qualquer problema, mas temos
que ser coerentes com essa decisão. Se chamarmos positivos os movimentos para baixo, então cada
vetor apontando para baixo deve ser considerado positivo.

Então a aceleração teria que ser +9,8m/s², e acabaríamos ficando com uma velocidade vetorial final
positiva em vez de uma velocidade vetorial final negativa.

Exemplo 2: segunda fórmula cinemática,

Um leopardo está correndo a 6,20 m/s e, depois de ver uma miragem no formato de um caminhão
de sorvete, o leopardo acelera até 23,1 m/s num tempo de 3,3 s.

Qual o espaço que o leopardo correu indo de 6,2 m/s a 23,1 m/s?

Assumindo que a direção inicial da viagem é o sentido positivo, nossas variáveis conhecidas são

Uma vez que não sabemos a aceleração aaa e ela não foi perguntada, utilizaremos a segunda
fórmula cinemática para a direção horizontal que não tem a.

(Use a segunda fórmula cinemática uma vez que ela não tem a.)
(Substitua os valores conhecidos.)

Exemplo 3: terceira fórmula cinemática,

Uma estudante está farta de fazer a lição de casa sobre fórmulas cinemáticas, então lança seu lápis
em linha reta para cima a 18,3 m/s.

Quanto tempo o lápis leva para alcançar, pela primeira vez, um ponto 12,2 m acima de onde ele
foi jogado?

Supondo que para cima é o sentido positivo, nossas variáveis conhecidas são

Como não sabemos a velocidade vetorial final v e não foi pedido para encontrar a velocidade
vetorial final, vamos usar a terceira fórmula cinemática para o sentido vertical que não tem v.

(Comece com a terceira fórmula cinemática).

Normalmente só resolveríamos a expressão algebricamente para a variável que queremos


encontrar, mas esta fórmula cinemática não pode ser resolvida algebricamente por tempo se
nenhum dos termos é zero. Isso porque, quando nenhum dos termos é zero e t é a variável
desconhecida, esta equação se torna uma equação de segundo grau. Podemos ver isto substituindo
valores conhecidos.

(Substitua os valores conhecidos.)

Para colocar isto numa forma mais resolúvel da equação de segundo grau, mudamos tudo para um
lado da equação. Subtraindo 12,2 m de ambos os lados temos
(Coloque na forma de equação de segundo grau.)

Neste ponto, conseguimos resolver a equação quadrática para t tempo. As soluções de uma equação
de segundo grau na forma de

são encontradas usando a fórmula quadrática

Para nossa equação cinemática

Então, substituindo na equação de segundo grau, temos

Uma vez que há um sinal positivo ou negativo na fórmula de Bhaskara, temos duas respostas para o
tempo t: uma quando usamos o + e uma quando usamos o −. Resolvendo a equação de segundo
grau acima chegamos a dois valores para t:

Existem duas soluções positivas, uma vez que existem dois momentos quando o lápis estava na
altura de 12,2 m. O menor tempo se refere ao tempo necessário para subir e chegar pela primeira
vez na posição de 12,2 m de altura. O maior tempo se refere ao tempo necessário para subir, passar
pela altura de 12,2 m, atingir a altura máxima e depois cair de volta ao ponto de 12,2 m de altura.

Então, para encontrar a resposta para nossa pergunta de "quanto tempo o lápis leva para alcançar,
pela primeira vez, um ponto 12,2 m acima de onde ele foi jogado?" escolheríamos o menor tempo t
= 0,869s

E se a fórmula quadrática der uma resposta negativa?


Se a fórmula quadrática dá um tempo negativo e um positivo, então o objeto em questão somente
atinge o deslocamento especificado uma vez depois de ser lançado. Nesse caso, podemos
simplesmente escolher o momento positivo e ignorar o tempo negativo.

O tempo negativo se refere ao tempo antes do objeto ser lançado, quando ele teria estado num
ponto especifico. Em outras palavras, assume que o objeto estava na sua trajetória antes de ser
jogado e alcançou o ponto de lançamento com a velocidade vetorial inicial especificada.
Exemplo 4: Quarta fórmula cinemática,

Um motociclista europeu começa com uma velocidade de 23,4 m/s e, vendo o tráfego à frente,
decide diminuir a velocidade ao longo de uma extensão de 50,2 m com uma desaceleração
constante de magnitude 3,20s. Assume que a motocicleta está se movendo para frente durante toda
a viagem.

Qual é a nova velocidade vetorial do motociclista após diminuir ao longo dos 50,2 m?

Assumindo que a direção inicial da viagem é o sentido positivo, nossas variáveis conhecidas são

Já que não sabemos o tempo t e que não nos foi pedido encontrá-lo, usaremos a quarta fórmula
cinemática para a direção horizontal onde não se tem t.

(Comesse com a quarta fórmula cinemática.)

(Resolva algebricamente para a velocidade vetorial final.)

Observe que, tomando a raiz quadrada, podemos obter duas respostas possíveis: uma positiva e
outra negativa. Já que nosso motociclista ainda irá na direção do movimento inicial, e que a direção
é positiva, escolheremos a resposta positiva

Agora, podemos substituir os valores para obter

(Substitua os valores conhecidos.)

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