Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
1 BIOMECÂNICA DO TRAUMA ........................................................................ 4
1.1 A dinamicidade da biomecânica do trauma .................................................... 4
1.2 Princípios básicos e sua aplicação ................................................................. 8
1.3 A regra dos três Ss na avaliação do trauma: scene, security e situation ........ 8
1.4 Eventos de colisão.......................................................................................... 9
1.5 Matriz de Haddon ......................................................................................... 10
1.6 A abordagem sistêmica da Matriz de Haddon .............................................. 11
2 CLASSIFICAÇÃO DOS TRAUMAS .............................................................. 13
2.1 Trauma aberto (penetrante) .......................................................................... 13
2.2 Trauma fechado (contuso) ............................................................................ 15
3 ATENDIMENTO NO TRAUMA ..................................................................... 17
3.1 Sistematização no atendimento ao trauma ................................................... 20
3.2 Avaliação primária no trauma ....................................................................... 20
3.3 Alteração no protocolo – Emprego do X (XABCDE do trauma) .................... 21
3.4 Significado das Letras XABCDE ................................................................... 21
3.5 Avaliação secundária no trauma................................................................... 25
3.6 Abordagem geral para o atendimento do trauma ......................................... 26
4 PRIMEIROS SOCORROS ............................................................................ 28
4.1 Atendimento de enfermagem ....................................................................... 29
4.2 Avaliação do estado geral da vítima – abordagens ...................................... 29
4.2.1 Avaliação das vias aéreas superiores .......................................................... 29
Prezado aluno,
Bons estudos!
1 BIOMECÂNICA DO TRAUMA
EXEMPLO: Quando um veículo está em movimento, ele irá parar ao se colidir com
um poste, pois uma força externa está atuando sobre ele, mas tudo que está no interior
do veículo continuará em movimento até colidir com algum objeto, ou seja, até que
uma força externa encerre o movimento.
5
Na troca de energia, a maneira como um corpo troca a energia com o agressor
é o fator determinante do mecanismo do trauma e na suposição de potenciais lesões
apresentadas pela vítima. A troca de energia está relacionada à densidade e à
superfície.
Em relação à densidade, pode-se perceber uma maior lesão ao direcionar um
soco contra um muro de concreto do que contra um travesseiro, o que mostra que a
mesma quantidade de energia produz resultados diferentes. Por outro lado, a pressão
exercida sobre uma superfície é inversamente proporcional à área, assim sendo,
quanto menor a área, maior o efeito da troca de energia. Em um trauma causado por
uma raquete, a troca de energia não será suficiente para romper os tecidos e penetrar
o corpo, diferentemente de um trauma penetrante por arma branca, por exemplo.
A biomecânica do trauma, também conhecida como cinemática do trauma, trata
da avaliação de uma vítima de trauma e se inicia na fase pré-hospitalar, antes mesmo
de sua visualização. Na avaliação da cinemática, devem ser observadas as
circunstâncias e a ocorrência do evento, o tipo de colisão automobilística (frontal,
lateral ou traseira), o nível de deformidade do veículo, a altura das ocorrências de
queda, a velocidade em que se encontravam os corpos, o calibre e o tipo de arma de
fogo, o tipo de arma penetrante e tantas outras informações para que seja possível
estabelecer a relação entre os fatos e as possíveis lesões a serem encontradas nas
vítimas.
O local da cena da ocorrência do evento faz parte da mecânica do trauma, na
medida em que os danos externos e internos constatados representam informações
valiosas, que geram suposições para possíveis lesões a serem identificadas nas
vítimas. Deve-se conhecer a história do evento, pois um histórico completo e preciso,
quando corretamente interpretado, pode indicar diversas lesões a serem encontradas.
(ZAVAGLIA, 2019).
ATENÇÃO:
Lesões potencialmente letais podem não ser visíveis em um primeiro momento, mas
a capacidade de prever lesões em um local de sinistro é uma importante habilidade
do profissional atuante nessa área, e isto requer estudo, experiência, prática e
atenção do socorrista.
6
Apesar de existir diversos mecanismos de lesões, as que acontecem pelo
movimento são as mais comuns e ocorrem por duas maneiras de transferir energia: o
movimento da vítima e o movimento dos objetos que atuam sobre ela.
As lesões decorrentes de aceleração ou desaceleração são ocasionadas por
transferência de energia, a qual é necessária para movimentar um corpo, seja para
atuar sobre um que está em repouso ou para pará-lo quando esse corpo estiver em
movimento. Porém, a quantidade de energia aplicada, como e com qual velocidade e
em que parte do corpo é que irão determinar a seriedade das possíveis lesões
encontradas.
É a energia cinética que anima um corpo em movimento, e esta é denominada
pela seguinte equação:
1
𝐸𝑐 = 𝑚𝑣 2
2
A análise dessa equação de energia cinética deixa claro que o fator velocidade
é mais relevante que a quantidade de massa de um corpo, pois, ao dobrar a
velocidade de massa de um automóvel, também será dobrada a energia cinética; por
outro lado, ao dobrar a velocidade, haverá o quádruplo de energia.
O coeficiente entre a absorção de energia proveniente do choque se dá por
intermédio da razão entre a velocidade da desaceleração causada pelo choque e a
força da gravidade, o que afeta o peso dos corpos, tanto para o veículo, como para as
pessoas que se encontram no seu interior.
Ao realizar a análise da cinemática do trauma, é necessário desenvolver uma
construção mental sobre como ocorreu o acidente, quais forças foram envolvidas e
como elas foram aplicadas sobre a vítima. Ao examinar o paciente, é importante
buscar evidências de lesões de dentro para fora do corpo, levando em consideração
a energia envolvida.
É necessário suspeitar de lesões internas, mesmo que a vítima não apresente,
naquele momento, qualquer sinal ou sintoma. A capacidade de avaliação do socorrista
nesse momento o manterá preparado para o tratamento de lesões não aparentes na
cinemática inicial. (ZAVAGLIA, 2019).
Depois de compreender os princípios básicos da biomecânica do trauma, para
que seja possível replicá-los, algumas perguntas mentais devem ser desenvolvidas
no sinistro:
7
• O que aconteceu?
• Que tipo de energia foi aplicada?
• Qual parte do corpo afetada e em que direção esta força atuou?
• Quando de força foi envolvida no trauma (velocidade, massa, peso)?
As lesões causadas pelo movimento são responsáveis por grande parte das
mortes ocasionadas por trauma no país. É importante descrever os possíveis
mecanismos encontrados, principalmente se a vítima está com os sinais vitais normais
e não apresenta lesões anatômicas percebidas na primeira avaliação realizada.
Os três mecanismos básicos de lesões causadas por movimento são:
1. Pré-colisão;
2. Colisão;
9
3. Pós-colisão.
Matriz de Haddon foi desenvolvida por Willian Haddon, sendo esta uma matriz
de identificação de fatores de risco pré-colisão, durante a colisão e pós--colisão,
relacionando a vítima, o veículo e o ambiente. Essa matriz permite que cada fase da
colisão seja analisada sistematicamente por meio dos fatores: homem, veículo, via e
ambiente (Imagem a seguir) (HADDON JR, 1980).
Trata-se de uma ferramenta de análise que contribui para a identificação de
todos os fatores associados a uma colisão. Esses fatores são identificados e
analisados para que possam ser tomadas as medidas adequadas a serem aplicadas
em um curto período e em longo prazo.
Na fase de pré-colisão, são tomadas todas as medidas cabíveis com a
finalidade de prevenir a ocorrência do sinistro. Na colisão, o foco está na prevenção
da ocorrência da lesão ou que ao menos seja possível minimizar a sua severidade. A
10
pós-colisão consiste em todas as atividades que possam reduzir os resultados
adversos ao evento após sua ocorrência. (ZAVAGLIA, 2019).
11
Por meio dessa abordagem, surgem oportunidades de ações preventivas e
adoção de medidas apropriadas na prevenção de sinistros, porém, obter
conhecimento sobre os fatores que geram riscos à vida requer a análise da cadeia de
eventos que levam a essas lesões e uma abordagem multidisciplinar.
É possível, portanto, elencar os principais fatores de risco de lesões causadas
pelo trânsito. (ZAVAGLIA, 2019).
14
2.2 Trauma fechado (contuso)
Traumas fechados são aqueles em que a força aplicada não ocasiona lesões
penetrantes, uma vez que resulta em fraturas, lacerações e outros ferimentos
externos, como cisalhamentos, pressões semelhantes a lesões causadas por
explosões e lesões de golpe e contragolpe.
Esse tipo de trauma é resultante do processo de desaceleração rápido e
intenso ou do impacto do corpo contra uma determinada superfície. Na sua maioria,
são ocasionados por acidentes automobilísticos, traumas esportivos, quedas e
agressões.
Os órgãos humanos têm estruturas de fixação próprias de acordo com a
característica de cada um. As lesões por desaceleração ocorrem quando existe uma
parada súbita do corpo, mas os órgãos continuam seu deslocamento, o que pode
romper as estruturas de fixação ou os próprios órgãos. A seguir serão descritos os
tipos de traumas contusos.
A colisão frontal é uma colisão contra um objeto que se encontra à frente do
veículo, reduzindo subitamente sua velocidade. Se o ocupante do veículo não estiver
devidamente contido, ele continuará se movimentando para frente até que um objeto
reduza sua velocidade ou cause sua ejeção do veículo. Pode ocorrer também a
rotação anterior do tronco contra a coluna do volante ou o painel do carro,
ocasionando lesões cranianas devido ao choque contra o para-brisas. Algumas lesões
comuns na colisão frontal são: fratura/luxação de tornozelo, luxação de joelho, fratura
de fêmur, luxação de acetábulo, trauma torácico e traumatismo cranioencefálico.
Colisão lateral é o impacto lateral em um veículo, capaz de ocasionar, ao
ocupante, uma aceleração que o afasta do ponto de impacto (aceleração oposta à
desaceleração). Muitas lesões são semelhantes ao impacto frontal, mas
concomitantes à compressão do tronco e da pelve. Nesse tipo de colisão, podem
ocorrer lesões intra-hepáticas, fratura de coluna cervical, fraturas anatômicas no lado
atingido e traumatismos cranioencefálicos.
A colisão na traseira tem atividade biomecânica diferenciada, pois ocorre
normalmente quando o veículo está parado. Os ocupantes são lançados para frente
à medida que absorvem a energia direcionada. O tronco dos ocupantes pode sofrer
15
aceleração para frente, o que pode causar hiperextensão cervical e o mecanismo de
chicote.
No capotamento, durante a ocorrência do sinistro, o ocupante que não estiver
contido pode se chocar contra qualquer parte do interior do veículo. As lesões devem
ser supostas a partir dos pontos de impacto observados na pele. Esse tipo de colisão
consiste em lesões mais graves devido aos violentos e múltiplos deslocamentos.
A avaliação da vítima de ejeção deve se basear na possibilidade de lesões
ocultas, pois a probabilidade de lesões graves aumenta exponencialmente após a
ejeção e posterior ao impacto.
As lesões por dispositivos de contenção tendem a ser significativamente
reduzidas devido à utilização de dispositivos de segurança, como cintos de segurança
e airbags. Estes, quando utilizados de forma incorreta, podem ser responsáveis por
lesões de coluna lombar, intra-abdominais e torácicas, como pneumotórax
hipertensivo ou simples, rotura do parênquima pulmonar e rompimento
hepatoesplênico.
No atropelamento, as lesões são resultantes das três fases de impacto. O
primeiro ocorre pelo trauma contra o para-choque, geralmente atingindo membros
inferiores, o segundo acontece no impacto contra o capô e o para-brisas, podendo
atingir o crânio e o tórax, e o terceiro ocorre no impacto com o solo, geralmente
afetando cabeça, membros superiores, coluna vertebral e vísceras.
As lesões resultantes de colisão com motocicleta são semelhantes aos
demais tipos de colisão, porém, o condutor não tem proteções adicionais com esse
tipo de veículo, estando suscetível a fraturas de membros inferiores e traumatismos
torácicos e cranioencefálicos. Deve ser considerada a maneira de ocorrência do
impacto, seja frontal, lateral ou derrapagem, sendo que as lesões podem ocasionar
desde simples ferimentos abrasivos até o óbito.
Em quedas podem ocorrer múltiplos impactos e lesões, sendo assim, na
análise do trauma, devem ser avaliadas a altura da queda (quanto maior a altura,
maior a chance de lesão em função da velocidade que a vítima atinge o solo), a
compressibilidade da superfície de queda (quanto maior a compressibilidade, maior a
capacidade de deformação) e a parte do corpo que sofreu o primeiro impacto, pois
isto permite a determinação de algumas lesões, como impacto de membros inferiores
ou superiores e lesões cranianas e cervicais. (ZAVAGLIA, 2019).
16
Tobase (2017, p. 48) explica o trauma fechado:
3 ATENDIMENTO NO TRAUMA
17
Nas crianças, geralmente as menores, a cabeça é relativamente maior em
relação ao corpo o que acarreta em um maior risco de lesão craniana no caso de
trauma, assim como a manifestação à perda volêmica pode ser tardia, não ocorrendo
alterações imediatas dos sinais vitais. Portanto, o indicador da pressão arterial não é
efetivo para avaliar a resposta cardiovascular, diferentemente da perfusão cutânea,
na avaliação do tempo de enchimento capilar.
O trauma se apresenta como a sétima maior causa de morte nos idosos, sendo
antecedido por:
• Doenças cardíacas;
• Neoplasias;
• Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
• Acidente vascular cerebral (AVC);
• Diabetes; e
• Pneumonia.
18
diafragma complica o posicionamento corporal e causa hiperventilação. O aumento
do volume circulante e a anemia fisiológica retardam as manifestações na
hipovolemia.
O trauma é considerado uma doença e apresenta distribuição específica,
possuindo três picos distintos, em relação à mortalidade.
19
3.1 Sistematização no atendimento ao trauma
20
Consequentemente, esse trabalho requer uma equipe mínima, com profissionais
capacitados para assumir funções desde a liderança do atendimento até o manejo da
via respiratória e desempenho de ações necessárias à assistência, de modo
organizado e planejado, buscando os melhores resultados. Essa eficiência favorece a
qualidade do atendimento e a redução de danos. (TOBASE, 2017).
(X) - Exsanguinação
21
De acordo com PHTLS, 2018 apud SANAR, 2020, a hemorragia externa grave
deve ser contida mesmo antes do manejo das vias aéreas, pois, apesar de
epidemiologicamente, a obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um
curto período de tempo, são as hemorragias graves, as maiores causas de mortes,
em casos de traumas.
22
causa de morte em casos de trauma. O procedimento de imediato a ser adotado é o
estancamento da mesma, por meio de compressão direta no foco (SANAR, 2020).
A diferença entre o “X” e o “C” é que o X faz referência a hemorragias externas,
ou seja, grandes hemorragias. Já o “C” refere-se a hemorragias internas, sendo
preciso e fundamental averiguar a perda de volume sanguíneo não visível, avaliando
os principais pontos de hemorragia interna no trauma, sendo eles pelve, abdome e
membros inferiores, e avaliar os sinais clínicos dessa hemorragia como, tempo de
enchimento capilar lentificado, pele fria e pegajosa e nível e qualidade de consciência
comprometidos (GIANOTTO-OLIVEIRA, 2015).
A solução isotônica de escolha para reposição volêmica é o Soro Ringer com
Lactato, entretanto, soluções cristaloides não repõem hemácias e deste modo, não
recupera a capacidade de carrear O2 ou as plaquetas necessárias no processo de
coagulação e controle de hemorragias (SANAR, 2020).
23
O principal objetivo é minimizar as chances de lesão secundária, pela
manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral, é fundamental aplicar a escala
de goma de Glasgow atualizada (SANAR, 2020).
Fonte: portalenf.com
24
3.5 Avaliação secundária no trauma
De acordo com a Tabela a seguir, a soma dos três parâmetros resulta no escore
do RTS, cuja pontuação varia de 0 a 12. Funcionando da seguinte forma:
Porém, o autor ainda ressalta que essa avaliação pode ser prejudicada pela
utilização de dispositivos de via respiratória, como intubação traqueal, ou se o
paciente estiver sob ação de substâncias, como álcool, drogas ilícitas ou
medicamentos.
25
Escala revisada do trauma (RTS).
Parâmetros Variação dos valores Escore
> 29 4
10 a 29 3
Frequência respiratória (rpm) 6a9 2
1a5 1
0 0
> 89 4
76 a 89 3
Pressão arterial sistólica (mmHg) 50 a 75 2
1 a 49 1
0 0
13 a 15 4
9 a 12 3
Escala de coma de Glasgow 6a8 2
4a5 1
<4 0
(TOBASE, 2017, p. 50)
26
4. Selecionar e fixar o colar cervical adequado, mantendo a estabilização manual da
cabeça.
5. Movimentar o indivíduo em bloco ou abordá-lo em pé e posicionar a prancha
rígida.
27
ponderar a confiabilidade dos relatos e das queixas, principalmente se o indivíduo
apresentar alteração do nível de consciência, do comportamento ou se estiver sob
efeito de substâncias, como álcool e drogas. Segundo o PHTLS/2011, a rapidez na
avaliação do paciente é essencial, uma vez que a prancha rígida deve ser retirada em,
no máximo, 2 h, devido aos riscos de formação de lesão por pressão, dor e
desconforto no posicionamento, com prejuízo na estabilização do quadro geral. Por
isso, enfatiza-se que, em situações de transporte prolongado, a prancha deve ser
adequadamente acolchoada para minimizar os danos e sofrimentos decorrentes da
longa permanência no equipamento.
Em contrapartida, também segundo o PHTLS/2011, após a realização de
exame físico cuidadoso e detalhado e do raciocínio clínico baseado na análise da
cinemática e biomecânica do trauma, conforme a situação, a imobilização da coluna
nem sempre é necessária, mesmo no ambiente extra-hospitalar. Se for o caso, a
prancha rígida pode ser utilizada apenas para facilitar o transporte do paciente, não
especificamente para imobilizá-lo. A imobilização sem indicações de lesão também
tem consequências, como aumento do esforço respiratório, isquemia cutânea e dor.
(TOBASE, 2017).
4 PRIMEIROS SOCORROS
28
4.1 Atendimento de enfermagem
Verificar respiração:
29
Colocar a vítima em pé, posicionada de costas à sua frente, e a apoie sobre o seu
abdome.
Fechar os dedos das mãos uns contra os outros sobre o abdome da vítima.
A manobra de Heimlich pode também ser feita com a vítima deitada, comprimindo-
se o seu abdome para cima, (Enfermeiros são os profissionais responsáveis pelos
primeiros atendimentos ao paciente).
No caso de o paciente ser uma criança, posicione-a sobre os seus joelhos, com a
cabeça fletida para baixo. Em seguida, com as mãos fechadas “em concha”, dê-
lhe “palmadas”, de baixo para cima. Não aplique muita força no atendimento a
crianças.
(SANTOS, 2018)
30
(SANTOS, 2018, P. 228).
b. Respiração artificial:
31
Deitar a vítima e afrouxar suas roupas.
Hiperestender o pescoço da vítima para cima e para trás, com uma das mãos
apoiada na “testa” e a outra empurrando o “queixo” para cima.
Utilizar dois dedos da mão que está na testa para fechar as narinas da vítima,
evitando assim que o ar saia durante a realização da manobra; com a outra mão,
mantenha o pescoço hiperestendido.
Colocar sua boca de modo a cobrir a boca da vítima por completo, e assopre com
força.
(SANTOS, 2018)
32
4.2.2 Avaliação do aparelho circulatório
Verificar pulso:
• Localizar a artéria radial na face interna do pulso da vítima; não se deve utilizar o
polegar, pois você pode “confundir” o seu próprio pulso com o pulso da vítima.
• Localizar a artéria radial na face interna do pulso da vítima; não se deve utilizar o
polegar, pois você pode “confundir” o seu próprio pulso com o pulso da vítima.
33
(Verificação de pulso na artéria carótida. SANTOS, 2018, P. 230).
• Localizar a artéria carótida na região do pescoço, logo abaixo do queixo, onde fica
o “pomo de Adão”, e deslizar o dedo para uma das laterais; a carótida está
localizada nessa região.
• Não havendo localização do pulso, verificar rapidamente se há batimentos
cardíacos; se ocorrer cianose de lábios e extremidades, proceda então à manobra
de ressuscitação cardíaca, obedecendo os passos da tabela a seguir:
34
d. Localizar logo abaixo dos mamilos do paciente, na região central do tórax,
o “esterno”; é nesse local que a massagem deverá ser feita.
35
(Ressuscitação cardiopulmonar. SANTOS, 2018, P. 231).
5 TRAUMA CRANIOCEFÁLICO
38
5.2 Características e cuidados do TCE por faixa etária
39
Em crianças maiores existe a necessidade de orientação para o uso de
equipamentos e dispositivos de segurança na prática esportiva em atividades de lazer
com bicicleta e patins, bem como o uso de cinto de segurança enquanto passageiro
de veículo.
Já no que se refere a idosos, com o avançar da idade verifica-se a diminuição
da massa encefálica, o que favorece maior impacto do órgão contra a caixa craniana,
agravando o quadro, mesmo quando, aparentemente, não sugestivo de grande
impacto ou velocidade. Em função da ausência de manifestações clínicas correlatas,
a formação de edema, o sangramento e o aumento da pressão intracraniana podem
não ser identificados de imediato. O uso diário de medicamento anticoagulante ou
antiagregante plaquetário pode agravar a hemorragia e é possível que a hipovolemia
ocasione hipotensão e isquemia cerebral. (TOBASE, 2017).
6 TRAUMA DE TÓRAX
40
aparentemente simples e discretos, são indícios importantes como fator de suspeição
de trauma fechado.
Por sua vez, o idoso apresenta enrijecimento do tórax, redução da força da
musculatura torácica e consequente redução do volume pulmonar, necessitando de
suporte ventilatório mais precocemente em relação aos mais jovens. Geralmente,
diferentes comorbidades podem estar associadas e, além do trauma, apresentam, por
exemplo, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Nessa condição, administrar
baixo fluxo de O2, embora, nas situações de trauma, o fluxo recomendado seja mais
elevado, entre 10 e 15ℓ/min.
• Aberto: pode ser causado por um objeto penetrante, sendo frequente em ferimento
por projétil de arma de fogo ou arma branca, o que provoca a comunicação entre a
cavidade torácica e o meio externo, permitindo a entrada e saída do ar e
ocasionando pneumotórax, hemotórax, colabamento pulmonar e redução da
capacidade ventilatória, além do risco de infecção. Como mecanismo de
compensação, ocorre a taquipneia, que acarreta aumento do esforço respiratório,
fadiga e insuficiência respiratória
• Fechado: decorrente da aplicação de força externa por contusão, compromete os
órgãos internos, não havendo ruptura da parede torácica. Dessa maneira, não
ocorre a comunicação com o meio externo.
7 AFOGAMENTO
41
casos de desaparecimento não são registrados como óbito e, portanto, não fazem
parte dessa estatística. É prevalente entre os homens, aumenta no verão e durante o
período de férias, especialmente em atividades de recreação em balneários e praias.
Contudo, observa-se também um número alto de ocorrências no ambiente familiar.
Por ocorrer inesperadamente e muitas vezes ser presenciado pelos próprios
familiares e pessoas nas proximidades, medidas simples de prevenção podem evitar
o afogamento, por meio da educação da população, promovendo ambientes e atitudes
seguras, conforme mostra o Quadro constante no item 7.1.
Conforme a American Association (AHA, 2010), o afogamento é definido como
um processo decorrente da aspiração de líquido, em situação de imersão ou
submersão, e que resulta em insuficiência respiratória primária. Considerando que, na
imersão, pelo menos a face e as vias respiratórias estão cobertas por água ou outro
líquido e que, na submersão, todo o corpo está sob a água ou outro líquido, a vítima
pode apresentar dificuldades ou impedimento na respiração, podendo evoluir para
parada cardiorrespiratória (PCR) ou óbito.
Os acidentes, por imersão ou submersão, podem ocorrer por:
42
por imprudência, ou seja, pela não avaliação adequada do local antes de entrar na
água, como ocorre com criança por descuido do responsável ou em tentativas de
prestar socorro. Na causa secundária, o afogamento é decorrente de outro trauma,
problema clínico – como desmaio –, síncope, problema cardíaco, respiratório,
neurológico, uso de substâncias, entre outros. (TOBASE, 2017).
7.1 Classificação
43
Administrar 15 ℓ/O2/min, providenciar intubação
traqueal e ventilação mecânica (FiO2 100%, PEEP 5
Edema agudo de a 10 cm) para promover shunt pulmonar; após
4
pulmão com redução do quadro de hipotensão, acesso
hipotensão venoso/intraósseo e infusão de solução cristaloide
aquecida (39°C)
5 Parada respiratória
Puncionar acesso venoso ou intraósseo
(PR)
44
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Colégio Americano dos Cirurgiões. Advanced Trauma Life Support (ATLS). Comitê de
Trauma: suporte avançado de vida no trauma. Manual do curso de alunos. 9. ed.
Chicago: Elsevier; 2012.
Evans DC, Gerlach AT, Christy JM, Jarvis AM, Lindsey DE, Whitmill ML, et al. Pre-
injury polypharmacy as predictor of outcomes in trauma patients. Int J Crit Illn Inj Sci.
2011;1(2):104-9.
45
National Association of Emergency Medical Technicians. American College of
Surgeons. Committee on Trauma. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado,
PHTLS/NAEMT. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2011.
Society of Trauma Nurses. Advanced trauma care for nurses (ATCN): manual do curso
de alunos. Lexington: STN; 2013.
Yelon JA, Luchette FA. Geriatric trauma and critical care. New York: Springer; 2014.
46