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MÓDULO

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CAPÍTULO 5 – CINEMÁTCA DO TRAUMA

Definição
É a avaliação da Cena do Acidente, com intuito de se estabelecer um diagnóstico o mais precoce possível das
lesões resultantes da energia, força e movimentos envolvidos.

Primeira Lei de Newton


Afirma que um corpo em repouso permanecerá em repouso e um corpo em movimento permanecerá em
movimento, a menos que uma força externa atue sobre ele.

O exemplo mais simples, do ponto de vista da observação da inércia dos corpos, é aquele dos passageiros num
ônibus. Quando o veículo é brecado, os passageiros tendem a manter-se no seu estado de movimento.

Conservação da Energia
Um objeto em movimento para que ele pare completamente, deve perder toda a sua energia convertendo-a em
outra forma de energia, ou transferindo esta energia para outro objeto.

Lei da Conservação da Energia

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Efeito de Cavitação
Um objeto em movimento atinge o corpo humano, ou quando o corpo humano em movimento atinge um
objeto parado. O tecido do corpo humano é arremessado para longe de sua posição original criando uma cavidade.

• Cavitação definitiva: É causada por compressão ou laceração dos tecidos.

• Cavitação temporária: É causada por estiramento dos tecidos; surge no momento do impacto, os tecidos
conservam sua elasticidade e retomam a sua condição inicial.

Trauma fechado

Trauma penetrante

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FASES DO EVENTO

• Pré-Evento: inclui os eventos que precedem o incidente, como ingestão de álcool e drogas, doenças
preexistentes, estado mental do paciente.

Epilepsia Problemas cardíacos

Drogas Bebidas alcoólicas

Fadiga Celular

Deformidades ou objetos na via Chuva/Pista molhada Alta velocidade

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• Evento: Inicia-se no momento do impacto. Estimar a força de impacto e quantidade de energia transferida
para a vítima. Na maioria dos traumas ocorrem três impactos:
(1) o impacto dos dois objetos,
(2) o impacto dos ocupantes com o veículo,
(3) o impacto dos órgãos dentro dos ocupantes.

• Pós-Evento: Começa tão logo a energia da colisão é absorvida e o doente é traumatizado. As informações
obtidas reforçam o diagnóstico de suspeita. O socorrista deve traduzir estas informações em previsão de lesões e
tratamento adequado

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AVALIANDO A CENA

O que Observar?
• Observação das circunstâncias nas quais ocorreu o evento;
• Tipo de colisão Automobilística;
• Grau de Deformidade do Veículo.

“A SEGURANÇA DA EQUIPE DE SOCORRO SEMPRE SE DARÁ EM PRIMEIRO LUGAR.”

Avaliação da cena:
A avaliação da cena e da vítima é iniciada muito antes do socorrista chegar ao local do incidente e ao lado da
vítima. O despacho inicia o processo através da coleta de dados do informante ou a partir de informações fornecidas
por outras unidades de segurança pública ou cuidados pré-hospitalares já presentes na cena.
Durante o deslocamento para a cena, o preparo psicológico para a chamada e a pratica de comunicação básica
entre os parceiros pode ser um diferencial entre uma cena bem gerenciada e um confronto hostil (ou uma agressão
física). A boa observação, percepção e habilidades de comunicação são as melhores ferramentas.
O processo de captação de informações na cena para o socorrista tem início logo ao chegar no local do
incidente. Antes de entrar em contato com a vítima, o socorrista deve avaliar a cena através de:

• Obtenção de uma impressão geral da situação para a segurança da cena;


• Avaliação da causa e resultado do incidente;
• Observação dos familiares e expectadores.

A aparência da cena cria uma impressão que influencia toda a avaliação, portanto, é essencial que a cena seja
avaliada corretamente. É possível obter muita informação apenas visualizando, observando, ouvindo e catalogando
quanto mais informações possíveis, inclusive os mecanismos de trauma, situação presente, nível geral de segurança.
Uma avaliação de cena bem feita pode nos revelar até 90% de possíveis lesões nas vítimas envolvidas.

A avaliação da cena inclui dois componentes principais:


• Segurança:
Verificar de primeiro instante ao chegar na cena se a mesma encontra-se segura, se não, realizar a segurança
do local com total segurança própria, afastando expectadores e familiares, removendo riscos potenciais como,
contensão de vazamento de combustíveis ou combatendo princípios de incêndio dos veículos envolvidos, acionando
companhias elétricas quando envolver redes de eletricidade, acionar apoio para combate incêndio quando houver
chamas, entre outros.

1º Segurança própria
2º Segurança da equipe de socorro/resgate
3º Segurança da cena – expectadores e vítimas

• Situação:
Incluem problemas que podem afetar o que e como os socorristas gerenciam o doente, bem como as
preocupações relacionadas diretamente a ele. Tais como:
- Como ocorreu
- Qual mecanismo de trauma / tipo de colisão
- Quantas vítimas há na cena
- Qual gravidade das mesmas
- Triagem para decidir qual delas deve ser atendida primeiro
- Necessidade de auxilio mutuo
- Qual tipo de ferramentas será necessário
- Necessidade de auxilio avançado
- Qual melhor tipo de transporte e local para encaminhas as vitimas

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TIPOS DE COLISÃO

Existem várias formas de traumas fechados, porem os incidentes de transito são os mais comuns. Segundo
dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) publicados em 2017, revelam que o transito Brasileiro mata
aproximadamente 47 mil pessoas por ano e deixa em média de 400 mil com alguma sequela. Assim tornando o Brasil
no quarto colocado nas Américas em número de mortes no transito, ficando atrás apenas da República Dominicana,
Belize e Venezuela.

Colisões automobilísticas podem ser divididas em 8 tipos:


Frontal:
A intensidade do estrago no veículo indica sua velocidade aproximada no momento do impacto. Quanto maior a
velocidade, maior a transferência de energia e probabilidade de que os ocupantes tenham lesões graves.

Traseiro:
Geralmente ocorre quando um veículo parado é atingido por trás por outro veículo. Nestas condições o assento
carrega o tronco dos ocupantes para frente com grande aceleração, mas a cabeça não acompanha este movimento,
ocorrendo assim a hiperextensão do pescoço. Este movimento leva à lesões pelo mecanismo de chicote, lesão
potencialmente fatal que pode ser evitada com o uso correto do encosto de cabeça e cinto de segurança.

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Transversal:
Se refere as colisões do lado do veículo capazes de imprimir ao ocupante uma aceleração que o afasta do ponto
de impacto. Dele podem resultar lesões semelhantes às do impacto frontal, mas além destas, podem ocorrer lesões
de compressão do tronco e de pelve do lado de colisão. Por exemplo, impactos do lado do motorista podem levar a
fraturas de arcos costais esquerdo e lesões esqueléticas esquerdas (ex. pelve). Na mesma situação o passageiro terá
mais lesões direitas (principalmente hepáticas).

Lateral:
Colisão onde dois veículos ou veículo e objeto, onde o atrito entre os dois é na lateral de ambos, podendo ser
de variáveis resultados em estragos aos veículos e lesões aos ocupantes.

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Angular:
Neste tipo de impacto, ocorre um misto dos padrões entre Frontal e Lateral.

Tombamento:
Nestas situações, o ocupante se choca contra uma das laterais internas do veículo, pode ser grave quando o
ocupante estiver ou for arremessado para o lado tombado, causando deslocamentos violentos e múltiplos, o que leva
a lesões mais graves.

Capotamento:
Nestas situações, o ocupante se choca contra qualquer parte da cabine, causando deslocamentos violentos e
múltiplos, o que leva a lesões mais graves.

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Atropelamento:
Envolve pedestre com qualquer tipo de veículo, situação de alto risco para o pedestre e também para pilotos de
motocicletas e ciclistas, pois os dispositivos de segurança são mínimos e básicos, assim expondo totalmente a vítima
para a colisão.

Colisões de Motocicleta
Impacto Frontal
• O motociclista colide com o guidão:
Lesões Prováveis: Trauma Craniano, Tórax, Abdome, ou Pelve, dependendo da parte do corpo que colidir com o
guidão.
• O motociclista permanece com os pés nos pedais:
Lesões Prováveis: Fratura Bilateral de Fêmur.

Impacto Angular
• A Motocicleta cai sobre o motociclista, ou prensa o motociclista entre o veículo e o objeto atingido.
Lesões Prováveis: Fratura ou lesão extensas de partes moles dos membros superiores, ou inferiores.

Impacto com Ejeção


• A lesão ocorre no ponto de impacto, irradiando-se para o resto do corpo a medida que a energia é
absorvida.

Dispositivos de segurança para motocicleta

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Dispositivos de contenção
• Cinto de segurança
O uso correto transfere a força do impacto do corpo da vítima para o cinto de segurança, a pressão do
impacto é absorvida pela pelve e pelo tórax.

Air Bags
Absorvem a energia, amortecendo o impacto do corpo contra o interior do veículo, podem causar abrasões;
Inflam e desinflam rapidamente, NÃO são eficientes em impactos traseiro, lateral, capotamento, exceto nos
veículos modernos que possuem air bags traseiros e laterais.

• Encosto de cabeça
Dispositivo desenvolvido para proteger os ocupantes em colisões traseiras, pois é comum o relato do efeito
chicote nos passageiros do veículo que foi atingido. Ele tem esse nome porque o impacto de um veículo na traseira de
outro projeta à frente os ocupantes do carro que está adiante. Com a batida, o cinto de segurança segura o corpo das
pessoas – mas não o pescoço e a cabeça. Com isso, a coluna cervical, na região do pescoço, pode projetar-se
rapidamente para frente e, logo em seguida, para trás. Mais ou menos como um elástico ou chicote – daí o nome.
Uma das maneiras de prevenir as lesões na coluna cervical é ajustar corretamente o encosto de cabeça do
banco. “Por esse motivo o apoio não é um item de conforto e nem estético, mas sim um importante item de
segurança”.
Ajustando corretamente o dispositivo, no caso de uma colisão traseira, o encosto evita uma movimentação
exagerada do pescoço e cabeça. Para fazer o ajuste, o manual do veículo deve ser consultado, mas normalmente a
recomendação é que a altura do encosto deve estar regulada no centro posterior da cabeça ou até 3 cm acima.

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ANOTAÇÕES

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CAPÍTULO 6 – RÁDIO COMUNICAÇÃO

DEFINIÇÃO
A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações, utiliza os sistemas simbólicos como
suporte para este fim. Estão envolvidos neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar: duas pessoas
tendo uma conversa face-a-face, ou através de gestos com as mãos, mensagens enviadas utilizando a rede global de
telecomunicações, a fala, a escrita que permitem interagir com as outras pessoas e efetuar algum tipo de troca
informacional.

Comunicações:
Efeito ou meio de comunicar;
• Participação;
Aviso;
• Informação;
• Convivência;
Lugar de passagem de um ponto para o outro

Radio Comunicação – Conceito


Agente ou equipamento que permite e proporciona o estabelecimento de ligações, assegurando rapidez,
segurança e continuidade das trocas de informações.

Onda Portadora
É um sinal radioelétrico gerado por um dos estágios ou blocos do equipamento-rádio, chamado oscilador de
radiofrequência, cujo sinal cumpre a missão de servir de meio de transporte para um sinal de audiofrequência (voz,
música, sinal telegráfico, etc).

Audiofrequência
São as vibrações sonoras que podem ser ouvido pelo ser humano, possuindo frequência abaixo de 20KHz.

ALFABETO FONÉTICO UNIVERSAL


Transmitir a outra pessoa um pensamento a ser entendido é algo extremamente difícil. Vemos constantemente
que ordens dadas ou recados transmitidos são mal entendidos mesmo quando se fala diretamente.

Alfabeto Fonético Universal


O Alfabeto Fonético Internacional é um código utilizado
internacionalmente para facilitar as comunicações entre operadores,
principalmente em radiocomunicação ou em transmissões onde
existam interferência de ruídos.

ALFABETO
A = ALFA N = NOVEMBER
NUMEROS
B = BRAVO O = OSCAR
C = CHARLIE P = PAPA
D = DELTA Q = QUEBEC 0 = NEGATIVO
E = ECHO (eco) R = ROMEU 1 = PRIMEIRO
F = FOXTROT S = SIERRA 2 = SEGUNDO
G = GOLF T = TANGO 3 = TERCEIRO
H = HOTEL U = UNIFORM 4 = QUARTO
I = INDIA V = VICTOR 5 = QUINTO
J = JULIET X = X-RAY (écksrrei) / XINGU 6 = SEXTO
K = KILO Y = YANKEE 7 = SÉTIMO
L = LIMA W = WHISKEY 8 = OITAVO
M = MAIKE Z = ZULU 9 = NONO
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Código Q
É adotado internacionalmente por Forças Armadas e trata-se de uma coleção padronizada de três letras, todas
começando com a letra "Q“.

Apesar de os códigos Q terem sido criados quando o rádio usava apenas o código Morse, eles continuaram a
ser empregados depois da introdução das transmissões por voz.

Para evitar confusão, sinais de chamadas têm sido frequentemente limitados a restringir sinais começando com
"Q" ou tendo uma sequência de três Q embutidos.

História do Código Q
Criado aproximadamente em 1909 pelo governo britânico, como uma "lista de abreviações... preparadas para o
uso dos navios britânicos e estações costeiras licenciadas pela Agência postal geral".

O código Q facilitou a comunicação entre operadores de rádios marítimos que falam línguas diferentes, por isso
sua rápida adoção internacionalmente.

Um total de 52 códigos Q aparecem na "lista de abreviações para serem usadas na radiocomunicação", que foi
incluída no serviço de regulamentação anexo à Terceira convenção internacional de radiotelegrafia.

A convenção aconteceu em Londres e foi assinada em 5 de julho de 1912, tornando-se efetiva em 1 de julho de
1913.

Código Q
É utilizado nas transmissões de rádios coma finalidade de simplificar e
padronizar as comunicações dando-lhe maior rapidez nas explorações,
pela substituição de palavras, frases ou informações, por um conjunto de
três letras.

Código Q Significado
QAP Permanecer na frequência (escuta)
QRA Nome do operador / nome da estação
QRB Qual a sua distância?
QRD Qual a sua localização?
QRG Frequência ou faixa de operação
QRH Variação de frequência na estação
QRI Tonalidade de transmissão (1 a 5)
QRK Inteligibilidade dos sinais (1 a 5)
QRL Estou ocupado não interfira
QRM Interferência de outra estação
QRN Interferência estática ou atmosférica
QRO Aumentar a potência da estação
QRP Diminuir potência da estação
QRQ Manipular mais rapidamente
QRR S.O.S. terrestre
QRS Manipular mais lentamente, devagar
QRT Parar de transmitir
QRU Você tem algo para mim?
QRV Estarei a sua disposição

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QRW A estação "X" me chama em "X" khz/s (canal)
QRX Aguarde um pouco na frequência (sua vez de transmitir)
QRY Quando será minha vez de transmitir ?
QRZ Quem está chamando ?
QSA Intensidade de sinais ( 1 a 5 )
QSB Há fading em seus sinais - ou nos meus (esta variando)
QSD Sua transmissão é defeituosa
QSJ Taxa, Dinheiro
QSL Confirmado - tudo entendido
QSM Repita o último câmbio (câmbio)
QSN Você me escutou ?
QSO Comunicado direto ou indireto
QSP Retransmissão de mensagem de outra Estação
QST Comunicado de interesse geral
QSU Transmita ou responda em "X" Khz/s (canal)
QSV Transmita uma série de "V"
QSW Transmitirei nesta ou em outra frequência
QSX Escutarei sua chamada em "X" Khz/s (canal)
QSY Vou transmitir em outra frequência ou canal
QSZ Devo transmitir cada palavra ou grupo?
QTA Anule a mensagem anterior
QTB Concordo com a sua contagem de palavras
QTC Mensagem, notícia
QTH Local da estação - endereço do operador
QTI Qual o seu destino?
QTJ Qual a sua velocidade?
QTR Horas
QTS Queira transmitir seu indicativo
QTU Horário de funcionamento da estação
QTX Sairei por tempo indeterminado
QTY A caminho do local do acidente
QUD Recebi seu sinal de urgência
QUF Recebi seu sinal de perigo
OBS: De QAA a QAZ, é de uso exclusivo do serviço Internacional Aeronáutica

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ANOTAÇÕES

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CAPÍTULO 7 – ABORDAGEM E AVALIAÇÕES

No doente traumatizado multissistêmico grave, a prioridade máxima e a identificação o e atendimento rápidos


de condições com risco de vida. Mais de 90% dos doentes traumatizados têm somente ferimentos simples que
envolvem apenas um sistema (p.ex., uma fratura isolada de membro).

Para esses doentes, há tempo para fazer tanto a avaliação primária quanto a secundária completas. Para
doentes traumatizados graves, o socorrista nunca pode fazer mais que uma avaliação primária. A ênfase é na avalição
rápida, no início da reanimação e do transporte ao hospital. Isso não exclui a necessidade do atendimento pré-
hospitalar, isso significa: faça-o mais depressa, faça-o mais eficientemente e faça-o a caminho do hospital.

Objetivo: Ao final deste capítulo você estará apto a iniciar o atendimento a qualquer vítima de acidentes,
através do X - A B C D E do trauma, identificando e manejando situações que colocam a vida em risco e acionando
serviços de apoio.

Introdução:
O momento em que as pessoas se deparam com uma vítima de acidente, geralmente é de grande angústia; ou
seja;
• O que fazer?
• Levar rapidamente ao hospital?
• Acionar o socorro?
• Não se aproximar?

Seguindo um protocolo reconhecido mundialmente que veremos a seguir, é possível iniciar o atendimento a
qualquer vítima de acidentes, sendo que, o indivíduo devidamente preparado, seguramente poderá salvar uma vida,
reduzir sequelas e comandar as ações de salvamento até a chegada do socorro especializado.
Compreende as etapas:
Controle de Cena
• Avaliação Primária
• Avaliação Secundária

Controle da Cena
Controlar a cena do acidente significa garantir a segurança no local e analisar o mecanismo de trauma.

Segurança no Local
Antes de iniciar o atendimento à vítima, você deve garantir sua própria condição de segurança, a(s) da(s)
vitima(s) e dos demais presentes. De forma alguma se exponha a riscos. Solicite ajuda especializada. Pode ser
necessário isolar a área, sinalizar, acionar serviços de apoio.
Bombeiros 193
• Polícia 190
• Companhia De Energia Elétrica

VEÍCULO INCENDIADO? COLISÃO CONTRA POSTE DE ENERGIA?

VÍTIMA DE AGRESSÃO, AGRESSOR NA CENA?


Observe: Risco de correr novos acidentes, vazamento de combustível (risco de explosão), descarga elétrica,
desabamento, agressão física, etc.
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Mecanismo da lesão
Ao mesmo tempo em que garante a segurança da cena, analise o mecanismo de lesão;

Tipo de situações:
• Acidente de trânsito: Verifique a deformidade nos veículos envolvidos, utilização de cinto de
segurança, capacete etc.
• Queda: Verifique a altura da queda, parte do corpo que sofreu primeiro impacto etc. Enfim, as
recomendações referentes à capítulo de Mecanismo de Trauma.
• Agressão física: Verifique se existe autoridades (policiais) no local, se o agressor já foi contido ou
retirado do local e se o objeto ou arma utilizado se encontra na cena. Após, verificar qual mecanismo do trauma e
adequar o melhor tratamento.
• Número de vítimas: Complemente os dados colhendo informações com as pessoas presentes na
cena;
“Somente após garantir segurança, você se aproxima da vítima para iniciar o atendimento!”

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

O objetivo da avaliação primária é identificar situações de ameaça a vida e manejar com elas de imediato. É
feita sem movimentar a vítima de sua posição inicial, salvo em condições especiais, como risco de explosão,
incêndio, afogamento, desabamento, etc.

Inicio da avaliação primária:


Aproximar-se e imobilizar a cabeça da vítima com uma, ou ambas as mãos quando necessário. Perguntar
como ela está. Determinar se está responsiva (consciente-acordada). Tentar tranquilizá-la e perguntar o que
aconteceu.
Nesse momento já está acontecendo a avaliação primária.
Se a vitima encontrar-se de capacete, realize a manobra de retirada com o doente em posição neutra (posição
anatomica).

Retirada de capacete
O capacete deve ser retirado para o processo de avaliação e sempre em duas pessoas.
Ordem de retirada do capacete:
1. Socorrista 1: posiciona acima da cabeça e estabiliza o capacete, com as mãos espalmadas na lateral;
2. Socorrista 2: segura a mandíbula e apoia a nuca;
3. Socorrista 1: assume a retirada do capacete, puxando os lados para fora, com movimentos de balanço (para
frente e para trás) lento e controlado.
4. Socorrista 1: assume o controle manual da cabeça.

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Passos a seguir:
X. (Exsanguinante) Controle de Hemorragia Grave
A. (Airway) Tratamento da via aérea;
B. (Breathing) Respiração;
C. (Circulation) Circulação;
D. (Desability) Neurológica (escala de coma de GLASGOW);
E. (Exposure) Exposição.
Só se avança para o passo seguinte após completar o anterior.

X. CONTROLE DE HEMORRAGIA GRAVE

As Hemorragias são consideradas como a perda de sangue para fora do sistema circulatório. As
hemorragias podem ser de origem:
- Arterial: sangue vermelho vivo, esguicha, são as mais perigosas e difíceis de controlar;
- Venosa: sangue vermelho escuro, flui continuamente, mais comum;
- Capilar: sangramento mais superficial, flui vagarosamente, facilmente controlável.

Hemorragia Interna:
- Ferimento profundo;
- Lesão dos órgãos internos;
- Sangue não aparece*.

Hemorragia Externa:
- Ferimento visível;
- Lesão na superfície da pele;
- Sangue aparece.

Caso não seja tratado com sucesso, as hemorragias podem causar a disfunção de um órgão,
seguido por vários órgãos simultaneamente, que leva à síndrome de disfunção múltipla de órgãos.

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Aplicação do Torniquete
- Primeira opção após a compressão em hemorragias massivas;
- Ajustar até controle da hemorragia;
- Pode ser colocado um segundo torniquete acima do primeiro se necessário;
- Verificar desaparecimento do pulso distal;
- Anotar a hora de colocação

Remoção do Torniquete
- Aplicar curativo compressivo;
- Afrouxar lentamente o torniquete;
- Observar se produz sangramento;
- Se persistir a hemorragia, ajuste novamente o torniquete;
- Não retirar se houver amputação.

Depois de 2 horas, pode haver risco para o membro lesionado,


por isso verificar a possibilidade de retirar.”

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A. TRATAMENTO DE VIAS AÉREAS E RESTRIÇÃO DE COLUNA VERTEBRAL

Anatomia E Fisiologia Das Vias Aéreas

Órgãos que compõem as vias aéreas:


Nariz / Fossas Nasais / Cavidade Nasal
• O ar ao chegar ao nariz é aquecido, umedecido e filtrado.

Boca ou Cavidade Oral


• Órgão do sistema digestivo, porém também tem participação no sistema respiratório, canal direcionado a
faringe (orofaringe).

Faringe
• Ao atingir a faringe, órgão atuante nos sistemas digestivo e respiratório, existe uma cartilagem denominada
epiglote que trabalha como uma válvula impedindo que alimentos atinjam as vias respiratórias, e assim o ar é
conduzido até a laringe.

Laringe
• A laringe além de conduzir o ar que se dirige aos pulmões, é o local onde se localizam as cordas vocais
fundamentais para a fala.

Traqueia
• A traqueia, um tubo elástico de aproximadamente 12 cm, constituído por
Anéis de cartilagem, conduz o ar que está dentro do tórax até se dividirem formando os brônquios.

• Via aérea: a via aerea do doente é rapidamente examinada para garantir que esteja permeavel (aberta e
limpa) e que não haja perigo de obstrução. Se a via aerea estiver comprometid, esta deverá seraberta, inicialmente
por metodos manuais (elevação do mento ou tração de mandibula em doentes traumatizados) e a remoção de
sangue, substancias organicas e corpos estranhos deve ser realizada.

Se a vítima não responde está inconsciente ou desmaiada, pode haver a queda da língua contra a faringe
(fundo da garganta), é uma das causas mais frequentes de obstrução de vias aéreas. Essa situação prejudica a
passagem de ar, consequentemente, impede a respiração.

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É imperativo manter a permeabilidade das vias aéreas para garantir a entrada de ar.

• Obstrução das vias aéreas provocada pela queda da língua.


• Abertura das vias aéreas após a manobra de levação do mento ou tração de mandibula.

Através da manobra de ELEVAÇÃO DO MENTO, é possível tracionar a língua para frente e liberar as vias
aéreas – garantindo a passagem de ar.

ATENÇÃO: Na vítima de trauma não inclinar a cabeça para trás – caso a vítima apresente trauma de coluna
cervical qualquer mobilização da cabeça pode provocar lesão de medula e provocar danos irreversíveis (paralisia e
até morte). Sangue, vômitos, corpos estranhos, também podem ser causas de obstrução de vias aéreas. A manobra
indicada para desobstruir vias aéreas de sangue ou vômito é a de rolamento 90º que vocês verão no capitulo
indicado (remoções).

Manobra de Elevação do Mento (CHIN LIFT) - Técnica:


• Colocar uma das mãos na testa da vítima e aplicar pressão para trás inclinando a cabeça contra ochão;
• Com os dedos poledar e indicador da outra mão, segure o queixo abrindo a mandibula.

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Tração de Mandíbula (JAW THRUST) – Técnica:
Durante o exame e a manipulação das vias aéreas, tome muito cuidado para evitar a movimentação excessiva
da coluna cervical.
A cabeça e o pescoço da vítima não podem ser hiperextendidos, hiperfletidos ou rodados, para promover o
estabelecimento de permeabilidade das vias aéreas.

Anatomia E Fisiologia Da Coluna Vertebral


A coluna vertebral, também chamada de espinha dorsal, estende-se do crânio até a pelve. Ela é responsável
por dois quintos do peso corporal total e é composta por tecido conjuntivo e por uma série de ossos, chamados
vértebras, as quais estão sobrepostas em forma de uma coluna, daí o termo coluna vertebral. A coluna vertebral é
constituída por 24 vértebras + 5 sacro + 4 cóccix e constitui, junto com a cabeça, esterno e costelas, o esqueleto
axial.

Coluna Vertebral - Visão geral

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• Superiormente, se articula com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o osso do quadril
(Ilíaco).
• A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica, Lombar e Sacrococcígea.
• São 33 vértebras ao total, divididas da seguinte forma: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e
cerca de 4 coccígeas.

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NÍVEL DE LESÃO | EFEITOS

Paralisia dos músculos ligados a respiração e dos todos os


C1 a C5 músculos dos membros superiores e inferiores. Geralmente
ela é fatal.
C Pernas paralisadas, discreta capacidade de flexão dos
E C5 a C6 membros superiores.
R
V
I C6 a C7 Paralisia dos membros inferiores e parte dos punhos e das
C mãos, o movimento dos ombros e a flexão do cotovelo estão
A relativamente preservados.
L C8 a T1 Paralisia dos membros inferiores e tronco,
Ptose palpebral, ausência de sudorese na

Fronte (síndrome de Homer), braços relativamente


Normais e mãos paralisadas.

T T2 a T4 Paralisia dos membros inferiores e do tronco, perda


O da sensibilidade abaixo dos mamilos.
R Paralisia dos membros inferiores e da parte
Á
C T5 a T8 inferior do tronco, perda de sensibilidade abaixo da
I caixa torácica.
C
A T9 a T11 Pernas paralisadas, perda de sensibilidade abaixo da
cicatriz umbilical.

T12 a L1 Paralisia e perda de sensibilidade abaixo da virília.


L
O L2 a L5 Diferentes padrões de fraqueza e entorpecimento dos
M membros inferiores.
B
A
R
S1 a S2 Diferentes padrões de fraqueza e entorpecimento dos
S membros inferiores.
A
C
R S3 a S5 Perda do controle da bexiga e dos intestinos,
A entorpecimento no períneo.
L

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*Aperdadocontroledabexigaedointestinoécomumno caso de lesão grave em qualquer ponto da coluna vertebral

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• Restrição da coluna vertebral
Existe a suspeita de que todo doente traumatizado com mecanismo de lesão contundente significativo
apresenta lesão medular até que esta seja definitivamente descartada. Portanto, ao estabelecer uma via aérea
pervea, a possibilidade de lesão na coluna cevical deve ser sempre conciderada. Pois um movimento excessivo em
quaquer direção pode produzir ou agravar o dano neurologico em decorrência da compressão óssea da medula
espinhal e presença de fratura de coluna vertebral. Com isto devemos fazer a seguinte analize:

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Se a vitima apresentar alteração par a restrição da coluna, a solução é garantir que a cabeça e o pescoço sejam
manualmente mantidos na posição neutra (estabilizados) durante todo o processo de avaliação, especialmente na
abertura de vias aéreas e realização de ventiação necessária.

Consideram-se potencialmente portadores de lesão de coluna cervical:


• Todas as vítimas politraumatizadas (múltiplas lesões);
• Com alteração do nível de consciência de causa desconhecida;
• Com qualquer ferimento acima do nível das clavículas.
Para a adequada avaliação das vias aéreas a vítima deve estar deitada. Caso esteja de bruços (decúbito
ventral), o socorrista deve girar o corpo da mesma “em bloco”, de forma que a cabeça, pescoço, ombros e tronco
mantenham-se alinhados (manobra de rolamento 180º). Isto para evitar danos na medula caso a vítima tenha fratura
de coluna vertebral.

No caso de vômitos ou sangramentos de vias aéreas a vítima deve ser rodada em bloco para desobstruir vias
aéreas.

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B. RESPIRAÇÃO

Anatomia E Fisiologia Do Sistema Respiratorio

Respiração é um processo mecânico onde a inspiração e expiração fazem parte.


• Inspiração é o processo de entrada de ar (pela cavidade nasal)
• Expiração é o processo de saída de ar (diafragma localizado na base do pulmão, músculos intercostais).
Quando não se mantem a oxigenação e a ventilação, o corre uma lesão cerebral secundária, que agrava a lesão
primária causada pelo trauma inicial.

Diafragma
• Possui características tanto de músculo voluntário e involuntário;
• Tem a forma de uma cúpula;
• Separa o tórax do abdômen;
• Contrai durante inspiração;
• Relaxa durante expiração.

Processo Respiratório – Inspiração


• Contração do diafragma e dos músculos intercostais, aumentando o tamanho da cavidade torácica;
• A pressão nos pulmões diminui;
• O ar flui para os pulmões.

Processo Respiratório – Expiração


• O diafragma e os músculos intercostais relaxam;
• Com o relaxamento dos músculos, as dimensões do tórax diminuem;
• A pressão nos pulmões aumenta;
• Ar flui para fora dos pulmões.

Controle da Respiração
• O tronco cerebral controla a respiração;
• Aumenta a taxa de respiração se o nível de dióxido de carbono no sangue tornar- se muito alto.

Hiperventilação:
• Elevação na frequência respiratória.

Hipóxia:
• Diminuição do oxigênio nos tecidos.

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Hipoxemia:
• Diminuição de oxigênio no sangue.

Reconhecimento de Respiração Inadequada


Ritmo irregular;
• Respiração árdua;
• Retrações Musculares;
• Pálido ou Cianótico;
Frio, pegajoso;
• Taxa de respiração elevada.

Anatomia da Criança e do Bebê


• Estruturam menos rígidas;
VVAA menores;
• A língua é proporcionalmente mais larga;
Dependente do diafragma para respirar.
Para receber o oxigênio (O2) presente na atmosfera e eliminar dióxido de carbono (CO2), os seres humanos
precisam de todos os órgãos presentes no sistema respiratório para fazer as trocas gasosas. Os órgãos responsáveis
por este processo são: fossas nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios e alvéolos pulmonares.

Órgãos do sistema respiratório


Nariz ou Fossas Nasais
• O ar ao chegar ao nariz é aquecido, umedecido e filtrado.

Faringe
• Ao atingir a faringe, órgão atuante nos sistemas digestivo e respiratório, existe uma cartilagem denominada
epiglote que trabalha como uma válvula impedindo que alimentos atinjam as vias respiratórias, e assim o ar é
conduzido até a laringe.

Laringe
• A laringe além de conduzir o ar que se dirige aos pulmões, é o local onde se localizam as cordas vocais
fundamentais para a fala.

Traqueia
• A traqueia, um tubo elástico de aproximadamente 12 cm, constituído por
• Anéis de cartilagem, conduz o ar que esta dentro do tórax até se dividirem formando os brônquios.

Brônquios
• Os brônquios são formados por 2 ramificações da traqueia que chegam até os pulmões. Entram nos pulmões
onde sofrem várias bifurcações sendo transformados em bronquíolos.

Alvéolos pulmonares
• Formadas por células epiteliais com características achatadas os alvéolos pulmonares são pequenos sacos
localizados no final dos menores bronquíolos. São rodeados de vasos sanguíneos, onde ocorre a hematose (trocas
gasosas).

Pulmões
• Os pulmões são órgãos esponjosos, envolvidos por uma camada de tecido denominado
• Pleura. São constituídos pelos bronquíolos, alvéolos e vasos sanguíneos.

Transporte dos gases respiratórios


O oxigênio é transportado pela hemoglobina, uma metaloproteína constituída de ferro, que está presente nas
hemácias (glóbulos vermelhos). O oxigênio dentro dos alvéolos pulmonares difunde-se até os capilares sanguíneos
penetrando nas hemácias, onde se liga com a hemoglobina, sendo o gás carbônico jogado para fora. Este processo
denomina-se hematose.
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O processo nos tecidos acontece quando o gás oxigênio desliga-se das moléculas de hemoglobina sendo
difundido pelo líquido tissular chegando até as células. As células liberam o gás carbônico que reage com a água
formando o ácido carbônico que logo é difundido no plasma do sangue.

Movimentos Respiratórios
O processo de respiração é dividido em dois movimentos:

Inspiração: Através da contração do diafragma e dos músculos intercostais, a inspiração, promove a entrada
de ar dentro do organismo. O ar inspirado contém cerca de 20% de oxigênio e apenas 0,04% de gás carbônico.

Expiração: Através do relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais, a expiração, promove a saída
de ar dos pulmões. O ar expirado contém 16% de oxigênio e 4,6 % de gás carbônico.

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Ritmo Respiratório
O controle da respiração é realizado pelo centro respiratório localizado no Bulbo raquidiano, que se caracteriza
principalmente nas concentrações de gás carbônico presente no sangue. Quando a concentração de gás carbônico
está alta a consequência é a frequência respiratória aumentar. Do contrário quando a concentração do gás carbônico
esta baixa a frequência cai.

A Importância da Respiração
A respiração é fundamental para manter o bom funcionamento dos pulmões e de todo corpo humano, sendo
essencial para a vida.

A respiração correta gera uma série de benefícios ao organismo onde produzem pressões no ventre que atuam
de forma eficiente e direta melhorando a digestão.
Também contribui para eliminar as toxinas que se formam no corpo, modificando os resíduos, equilibrando as
funções orgânicas e ajudando no fortalecimento de organismos debilitados.

Estudos relatam que tornar a respiração mais lenta e profunda ajuda a acalmar e relaxar o organismo,
diminuindo as batidas do coração. Além disso, a respiração correta ajuda melhorar a elasticidade dos pulmões,
mantendo um bom equilíbrio entre os gases no corpo.

O primeiro passo é fornecer eficazmente o oxigênio para o pulmões do doente para ajudar a manter o processo
metabólico aeróbico. A hipóxia é resultante da ventilação inadequada dos pulmões e pode conduzir à ausência de
oxigênio tecidual do doente. Uma vez a via aérea do doente esta permeável, a qualidade e quantidade da ventilação
devem ser avaliadas e mantidas nos padrões normais.

A frequência ventilatória pode ser dividida em 5 níveis:


• APNEIA: Ausência ventilatória (0 Ventilações por minuto);
• BRADIPNEIA: Frequência ventilatória lenta podendo indicar isquemia cerebral (inferior a 10 Rpm), o
socorrista deve empregar o dispositivo Bolsa Válvula Máscara incluindo oxigênio, assim assumindo completamente a
respiração do doente mantendo a sua saturação superior a 90%;
• EUPNEIA: Frequência ventilatória normal, (de 10 à 20 Rpm);
• TAQUIPNEIA: A frequência ventilatória se mantem entre 20 à 30 Rpm. O doente deverá ser observado
atentamente para verificar se está melhorando ou piorando. O aumento da frequência se dá pelo acumulo de dióxido
de carbono ou diminuição de oxigênio no sangue.
• TAQUIPNEIA SEVERA: É quando a frequência ventilatória ultrapassa 30 Rpm, indicando hipóxia,
metabolismo anaeróbico ou ambos, com acidose resultante.

Iniciar respiração artificial


Resumindo, se a vítima não responde normalmente, examine as vias aéreas:
• Se obstruídas, utilize a manobra adequada para desobstrui-la;
• Examine a ventilação: se ausente – inicie a respiração artificial
• Se presente – analise sua qualidade e passe para passo C

C. CIRCULAÇÃO

Anatomia E Fisiologia Do Sistema Circulatório


O sistema circulatório é um conjunto de órgão responsável por levar oxigênio e nutrientes para o corpo. Outras
funções desse sistema são levar substâncias que não serão mais usadas pelo corpo para os órgãos que irão expulsá-
las e também limpar os canais por onde o sangue passa. Muitas vezes, esse canal fica com impurezas como gordura,
e pode até ser totalmente obstruído, levando a um infarto.

Principais órgãos do Sistema Circulatório

• Coração: é o “motor” do sistema circulatório. Sua função é bombear o sangue, de forma que chegue a
todo corpo. Com isso, o sangue que contém oxigênio pode alimentar a células do corpo. Uma circulação completa
inclui duas passagens pelo coração: uma em direção ao corpo e a outra em direção ao pulmão.

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• Vasos Capilares: são as veias, artérias e capilares. Sendo que as artérias são mais largas e flexíveis, as
veias mais finas, mas igualmente resistentes (isso porque as veias circulam sangue em locais de baixa pressão,
portanto precisa ser resistente). Os capilares são os menores vasos sanguíneos e sevem de canal de transição das
artérias para as veias.

• Sangue: material líquido que transporta os nutrientes e oxigenação para as células e tecidos do corpo. É
bombeado pelo coração e é amplamente rico em nutrientes.

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*A aorta carrega o sangue oxigenado do ventrículo esquerdo do coração para vários tecidos do corpo. As veias
cavas levam o sangue não oxigenado dos tecidos para o átrio direito do coração. Já as artérias pulmonares
transportam o sangue não oxigenado para os pulmões e as veias pulmonares transportam o sangue dos pulmões
para o átrio esquerdo do coração.

Funcionamento do Sistema Circulatório


O principal órgão desse sistema é o coração, que bombeia o sangue, de forma que ele possa chegar até as
extremidades do corpo e voltar para o coração. O sangue, material transportado pelo sistema circulatório, sai do
coração carregado de oxigênio, passa pelas artérias, veias e capilares, pelo pulmão e então retorna para o coração. O
tempo médio para que o sangue complete um ciclo completo de circulação é de um minuto.
Os canais usados pelo sangue para circular são chamados de vasos sanguíneos. São divididos nas artérias,
veias e os capilares. As artérias são os canais usados pelo sangue quando ele sai do coração em direção ao corpo,
sendo mais grossas que os outros dois tipos de canais. As veias são canais menores, mas tão fortes quanto as
artérias. Recebem o sangue vindo dos capilares (vasos menores que as veias e que servem para a transição de
sangue entre as artérias e as veias) e levam o sangue em direção ao coração, para serem encaminhadas para o
pulmão.
A segunda passagem do sangue pelo coração é para ser encaminhada para outro tipo de circulação: a
circulação pulmonar. Nessa circulação, o sangue já está sem oxigênio, pois percorreu o corpo todo e já distribuiu
esse oxigênio, assim como os nutrientes, para as células e tecidos do corpo. Quando chega ao pulmão, o sangue é
oxigenado e então volta ao coração pela segunda vez, terminando o ciclo do sangue. Agora ele será novamente
bombeado pelo corpo, levando oxigênio às células.

O material que o corpo precisa eliminar também tem a contribuição do sistema circulatório para fazê-lo. Esses
materiais, chamados de excretas, passam pelo sistema circulatório para que sejam levados aos órgãos responsáveis
para retirá-los do corpo. Exemplo de excretas são ureia ou CO2.

• Circulação Pulmonar: Nesse tipo de circulação, o sangue rico em gás carbônico sai, é oxigenado e volta
ao coração.
• Circulação Sistêmica: O sangue sai do coração para o corpo onde irriga os tecidos. Nestes há trocas
gasosas e o sangue rico em gás carbônico volta para o coração.

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PRINCIPAIS VEIAS PRINCIPAIS ARTÉRIAS

O objetivo principal de passo C é verificar a presença de circulação de sangue (o coração bate?) e a


presença de grandes hemorragias. A hemorragia é a principal causa de morte nas vítimas de trauma, embora
possa ser plenamente avaliada e tratada.

Nessa fase do exame, controle os pontos de sangramento externo evidentes, mediante compressão direta dos
ferimentos e aplicação de curativos compressivos, ou ainda, aplicação do torniquete em casos mais graves.

Profissionais de saúde podem constatar a circulação através da palpação de pulso, sendo mais comum e rápido
o radial e o carotídeo. Não perder mais que 10 segundos na tentativa de sentir pulso. Pessoas não treinadas podem
avaliar a circulação através da observação da coloração da pele. Vítima com pele corada e aquecida geralmente
apresenta boa circulação, enquanto palidez, cianose e pele fria podem significar o comprometimento da circulação. E
ainda podemos checar a circulação pela perfusão tecidual, onde é verificada das extremidades dos membros, dedos
das mãos e pés, onde ao pressionarmos os mesmos, a cor ficara branca pois a pressão expulsa o sangue do local, e
ao soltarmos, o retorno da cor deve retornar em até 2 segundo, se não, a circulação do doente, de alguma forma está
comprometida.

Circulação AUSENTE – manobras de reanimação cardiopulmonar.


Circulação PRESENTE – avance ao passo D – Estado de Consciência.

D – DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA

Anatomia E Fisiologia Do Sistema Nervoso


O sistema nervoso é o regulador das atividades corporais e se subdivide em três segmentos: Sistema Nervoso
Central (SNC), Sistema Nervoso Periférico (SNP) e o Sistema Nervoso Autônomo (SNA).

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Principais órgãos do Sistema Nervoso

Do Sistema Nervoso Central


• Cérebro: a função do cérebro é diferente, dependendo da espécie tratada. Nos vertebrados, o cérebro é
quem controla os comportamentos, as atitudes em relação à reprodução e território. Nos mamíferos, o cérebro serve
para a memória, a inteligência, a visão, audição e etc.

O diencéfalo possui:
• Tálamo: leva as informações das demais partes do corpo para serem interpretada pelo cérebro.
• Epitálamo: porção dorsal que, para os vertebrados, desempenhava a função de fotorreceptor.
• Hipotálamo: regula a temperatura do corpo, a fome, o balanço hídrico e etc. Exerce influência na hipófise;
dessa forma, controla várias atividades do organismo.
• Mesencéfalo: responsável pelos reflexos visuais e auditivos.
• Cerebelo: atua na coordenação de funções motoras. Também é trabalha com o tônus (tensão elástica) e
vigor muscular.
• Medula oblonga ou bulbo: controla a respiração e a digestão, bem como os batimentos cardíacos.
Influência na deglutição, vômito, tosse e sucção.

Do Sistema Nervoso Periférico


Leva mensagens a diversas partes do corpo humano. Os gânglios nervosos, reunião de corpos celulares de
neurônios, ficam fora do SNC. Existem três tipos de nervos cranianos, que são:
• Sensitivos: fibras nervosas que transmitem mensagens dos órgãos sensoriais para os centros nervosos.
• Motores: fibras nervosas que transmitem mensagens partindo dos centros nervosos para os músculos e
glândulas.
• Mistos: possuem as fibras sensitivas e motoras.

Do Sistema Nervoso Autônomo


Essa função é independente da vontade humana, por isso, o nome autônomo. São exemplos a digestão, os
batimentos cardíacos, a excreção e outras que acontecem involuntariamente. O sistema nervoso autônomo se
ramifica em duas partes: simpática e parassimpática, que agem de forma a proporcionar um equilíbrio corporal, a
chamada homeostase.
A atividade simpática deixa o corpo alerta para tomar ação de caráter decisivo. Por exemplo, dilatar a pupila,
boca seca, aceleração dos batimentos cardíacos e até promover a ejaculação. Por outro lado e, com ação oposta, os
parassimpáticos fazem o contraponto. Ela propicia o repouso dos órgãos vitais. Causa a ereção, reduz os batimentos
cardíacos, o indivíduo saliva mais, a pupila se contrai e etc.

Do Sistema Sensorial
Responsável por nos ajudar a ter um contato maior com o ambiente. O corpo humano possui vários receptores:
os receptores sensoriais que traduzem o estímulo que sentimos em impulsos elétricos para o cérebro. Estes são
analisados no sistema nervoso central, onde produzirá uma resposta que pode ser voluntária ou involuntária.

Os Cinco Sentidos:
• Visão – composto pela pupila, o cristalino, a retina e o nervo óptico. Por ele, podemos visualizar as cores,
os objetos e suas formas, etc.
• Audição – interage pelas orelhas e dentro delas existem vários elementos do sistema auditivo que
contribuem para o funcionamento do mesmo. Com ele é possível, ouvir os sons produzidos pelo meio.
• Olfato - é feita através do nariz que, junto com o nervo olfativo, o bulbo olfativo e as narinas, é possível sentir o
cheiro ou odor das coisas.
• Paladar – é através da língua que sentimos o gosto daquilo que ingerimos.
• Tato – sua principal fonte de interação com o ambiente é a pele.

Esses estímulos por meio dos receptores sensoriais nos dão uma resposta.
Eles podem ser classificadas em:

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RECEPTOR CARACTERÍSTICAS LOCALIZAÇÃO
Quimiorreceptores Respondem às substâncias químicas; Paladar e olfato
Mecanorreceptores Respondem a estímulos mecânicos; Pele humana e ouvidos
Fotorreceptores Respondem à luz; Olhos
Termorreceptores Variação de temperatura; Pele humana
Receptores para dor Pele humana

Tomadas as medidas possíveis para garantir o X A B C, importa conhecer o nível de consciência da vítima.
Avaliação do nível de consciência Verifique se a vítima se encontra:
• A: Alerta: Acordada: respondendo adequadamente às suas perguntas;
• V: Reagindo à Voz: Olhos fechados e somente se abrem quando estimulada. Responde a pergunta, as
vezes de forma confusa, e volta a fechar os olhos;
• D: Reagindo à Dor: Somente reage com gemidos ou movimentos quando recebe estímulo doloroso
(compressão na borda do músculo – antebraço ou ombro);
• I: Inconsciência: Não responde à estímulos.
Nível de consciência:
• A: Alerta - Abertura ocular espontânea
• V: Responde ao estímulo verbal
D: Responde a dor
• I: Inconsciência - Não responde a estímulos.

Avaliação do diâmetro das pupilas


Tão importante quanto às demais avaliações, pois pode nos trazer bases das possíveis lesões que a vitima pode
trazer. Existem algumas características de leões que resultam na alteração de tamanho das pupilas do doente.

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Avaliação do nível de consciência

NÃO REAGINDO - Não reage a qualquer estímulo (nem verbal nem doloroso). Vítimas que apresentam nível
de consciência alterado (se não estiverem totalmente alertas) merecem observação cuidadosa dos itens ABC (vias
aéreas, respiração e circulação).
Esta avaliação é rápida e leva poucos segundos. Você terá, desse modo, boa noção das condições da vítima: se
apresenta risco (pelo nível de consciência, A, B e C do atendimento inicial). Acione o serviço de atendimento Pré-
hospitalar existente na localidade (SAMU 192 ou BOMBEIROS 193), repassando ao médico o tipo de ocorrência e
mecanismo de trauma, as condições da vítima (se está ou não consciente – respondendo, se respira e se tem
circulação) e os cuidados que você já tomou; por exemplo: manobra de abertura de vias aéreas e contenção de
hemorragia externa.

ESCALA DE COMA DE GLASGOW


A escala de Coma de Glasgow é uma ferramenta utilizada para determinar o nível de consciência. É um método
simples e rápido para determinar a função cerebral e da sobrevida do doente, especialmente a melhor resposta
motora. Também fornece a função cerebral basal para avaliações neurológicas seriadas. A escala de coma de Glasgow
é dividida em três seções: 1 abertura ocular; 2 melhor resposta verbal; 3 melhor resposta motora (OMV). Pontua-
se o doente em um escore de acorde com a melhor resposta para cada componente da OMV.

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Em resultado final de nossa avaliação obteremos o escore equivalente da real situação em que o paciente
se encontra neurologicamente, para isto devemos somar a pontuação dos três parâmetros a serem avaliados.

*Se o paciente encontrar-se inconsciente devemos realizar o teste de reação de pupilas a luz, obtendo a
resposta, subtraímos da pontuação final do Glasgow da seguinte forma:
Pupilas reagentes = 1 ponto
Pupilas não reagentes = 2 pontos

Obtendo assim a pontuação mínima de 1 e máxima de 15, classificando seu estado em 3 níveis:
GRAVE (1 à 8)
MODERADO (9 à 12)
LEVE (13 à 15)

E – EXPOSIÇÃO

O primeiro passo no processo de avaliação e tirar as roupas do doente porque sua exposição é fundamental
para que sejam encontradas todas as lesões. O dito que ”a parte do corpo que não está exposta será a parte mais
gravemente ferida” pode não ser sempre verdade, mas é verdadeiro o suficiente para justificar o exame total do
corpo. Também, o sangue pode acumular-se dentro da roupa e ser absorvido por ela, e assim passar despercebido.
Quando todo o corpo do doente tiver sido visto, o doente deve ser coberto para conservar o calor corporal. Embora
seja importante expor todo o corpo da vítima para completar a avaliação correta, a hipotermia é um problema grave
no tratamento de doente traumatizado. Somente as partes necessárias do doente devem ser expostas quando ele
estiver no ambiente externo. Uma vez dentro da unidade de emergência aquecida, pode-se completar o exame e
recobrir o doente o mais rápido possível. Observação: A quantidade de roupa que deve ser retirada de um doente
durante uma avaliação irá variar dependendo das lesões encontradas. A regra geral é remover o tanto de roupa
necessário para determinar a presença ou ausência de uma condição ou lesão.
O socorrista não deve ter medo de remover a roupa se este for o único meio pelo qual a avalição e o

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tratamento podem ser devidamente completados.

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Deve-se tomar cuidado especial ao cortar e remover as roupas de uma vítima de um crime para que a evidencia
não seja acidentalmente destruída.

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (Histórico e exame físico detalhado)

O objetivo da avalição secundária é procurar lesões que não foram identificadas na avaliação primária, oferecer
cuidados para possíveis ferimentos e fraturas. Confortar e aquecer a vítima enquanto aguarda a chegada do serviço
de atendimento pré-hospitalar. Prepará-la para ser removida.

A avalição secundária é a avalição da cabeça aos pés do doente. Este exame somente e realizado após o
término da avalição primária com identificação de todas as lesões que ameacem a vida e o início da reanimação. O
objetivo da avaliação secundária é a identificação de lesões ou problemas não observados durante a avalição primária.
Uma vez que uma avaliação primária bem executada identifica todas as lesões que ameacem a vida, a avaliação
secundária, por definição trata de problemas com menor gravidade. Portanto um doente vítima de trauma em estado
crítico é transportado assim que possível após o termino da avaliação primária, e não mantido na cena para a
realização da avaliação secundária. Na avaliação secundária, a abordagem “VER, OUVIR E SENTIR” é usada para
avaliar a pele e tudo que nela contém. Mais que olhar o corpo inteiro de uma vez, retornar para auscultar e,
finalmente, palpar todas as áreas, o corpo é “explorado” pelo socorrista. As lesões são identificadas, e os achados
físicos são correlacionados região por região, começando pela cabeça e prosseguindo pelo pescoço, tórax e abdome
até as extremidades, concluindo-se com um exame neurológico detalhado.

As seguintes frases captam a essência do processo inteiro de avalição:

VEJA, não apenas olhe.

OUÇA, não apenas escute.

SINTA, não apenas toque.

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Ver
• Examine toda a pele de cada região
• Esteja atento para hemorragia externa ou sinais de hemorragia interna, como distensão de abdome, tensão
exagerada em uma extremidade ou hematoma expansivo.
• Observe a presença de lesões de pele, como escoriações, queimaduras, contusões, hematomas, lacerações
e ferimentos penetrantes.
• Observe se há alguma massa, inchaço ou deformidade nos ossos.
Observe se a pele tem entalhes anormais, bem como sua cor.
• Observe se há qualquer coisa que não “pareça certa”.

Ouvir
• Observe se há algum som incomum quando o doente inspira ou expira.
• Observe se há algum som anormal na ausculta do tórax.
• Verifique se o murmúrio vesicular é igual e normal em ambos os pulmões.
• Faça ausculta nas carótidas e em outros vasos.
• Observe qualquer som incomum (sopros) nos vasos, o que pode indicar lesão vascular.

Sentir
• Mova cuidadosamente cada osso na região, dor ou movimento incomum.
• Palpe com firmeza todas as partes da região. Verifique se há alguma coisa movendo que não deveria fazê-
lo, ou se sente algo “mole e úmido”, se o doente se queixa de dor, onde são sentidos os pulsos, se há alguma
pulsação que não deveria estar lá, e se todas as pulsações estão presentes.

SINAIS VITAIS
O socorrista deve reavaliar constantemente a qualidade do pulso e a frequência ventilatória e os outros
componentes da avaliação primária porque mudanças significativas podem ocorrer rapidamente. Deve ser feita
medição quantitativa dos sinais vitais e avaliação motora das quatro extremidades assim que possível, embora isso,
em geral, não seja concluído até o final da avalição primária. Dependendo da situação, um segundo socorrista pode
obter os sinais vitais enquanto o primeiro completa a avaliação primária afim de não haver demora adicional. Contudo,
“valores” exatos de frequência e pulso, ventilação ou pressão arterial não são cruciais no tratamento inicial do
traumatizado grave. A determinação dos valores exatos pode ser retardada até a finalização das principais etapas da
reanimação e estabilização. O conjunto de sinais vitais inclui pressão arterial, frequência e qualidade de pulso,
frequência respiratória (incluindo murmúrio vesicular), temperatura e com da pele, saturação (Sat O²) e
preenchimento capilar. Deve ser obtido e registrado um conjunto completo de sinais vitais de 3 a 5 minutos, tanto
quanto possível, ou a cada mudança na condição ou problema clínico. Mesmo quando há um aparelho automático não
invasivo para o monitoramento da pressão arterial, a medida inicial da pressão arterial deve ser feita manualmente.

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Aparelhos automáticos podem ser imprecisos em doentes muito hipotensos.

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AFERINDO SINAIS VITAIS

Procedimentos para Palpação do Pulso


1. Relaxe a vítima. Para palpar o pulso radial, mantenha o braço da vítima descansando confortavelmente,
preferencialmente cruzando a parte inferior do tórax. Para o pulso carotídeo, palpe a cartilagem tireoide no pescoço
(pomo de Adão) e deslize os dedos lateralmente até sentir o pulso.
2. Use dois ou três dedos para encontrar e sentir o pulso. Use somente a ponta dos dedos e nunca o polegar
(usando o polegar o examinador poderá sentir seu próprio pulso digital).
3. Evite muita pressão. Pressionando forte poderá interromper o pulso da vítima.
4. Sinta e conte o pulso durante 30 ou 60 segundos (se contar por 30 segundos, multiplique por dois). Use
relógio que marque os segundos.
5. Anote a frequência, o ritmo e o volume do pulso, bem como a hora da medição. Exemplo: Pulso - 72,
regular, cheio, 10h50min.
Em vítima com doença cardíaca, o ideal é medir o pulso durante um minuto. Sentir o pulso de uma criança
muito pequena é difícil: o pescoço de comprimento curto e, algumas vezes, rico em gordura, torna difícil localizar o
pulso carotídeo, sendo recomendável que seja pesquisado o pulso braquial. Com o crescimento torna-se possível a
palpação dos vasos periféricos. Ao atender uma criança pesquise os diversos locais de pulso até encontrar aquele
mais acessível.

Padrões:
• BEBE (0 à 1 ano) – de 100 à 160 Bpm
• CRIANÇA (1 à 12 anos) – de 80 à 120 Bpm
• ADULTO (a partir de 12 anos) – de 60 à 100 Bpm

Respiração (ventilação)
Respiração é o processo através do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e as células do organismo. É
composta pela ventilação e pela hematose. Na ventilação ocorre a entrada de ar rico em oxigênio para os pulmões
(inspiração) e a eliminação de ar rico em dióxido de carbono para o meio ambiente (expiração). A hematose consiste
na liberação de dióxido de carbono e captação de oxigênio feita pelas hemácias durante a perfusão pulmonar.
Perfusão pulmonar é a passagem do sangue pelos capilares pulmonares, que por sua vez estão em íntimo contato
com os alvéolos pulmonares.
A avaliação da respiração inclui: frequência respiratória, caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular e
irregular). Deve ser avaliada sem que a vítima perceba, preferencialmente enquanto se palpa o pulso radial, para
evitar que a vítima tente conscientemente controlar a respiração. Avalie a frequência respiratória tendo em vista os
sinais e sintomas de comprometimento respiratório: cianose, inquietação, dispneia, sons respiratórios anormais.
1. Se possível, estando a vítima consciente, coloque o braço da mesma cruzando a parte inferior do tórax.
Segure o pulso da mesma enquanto estiver observando a respiração, como se estivesse palpando o pulso radial.
2. Aproxime sua face do rosto da vítima, olhando para o seu tórax. Com o tato da pele do seu rosto e com a
sua audição você vai perceber o movimento da corrente de ar mobilizada pela respiração e com a visão você irá
observar os movimentos de subida e descida do tórax e/ou do abdome.
3. Conte com os movimentos respiratórios durante um minuto (use relógio com marcação de segundos). Ao
mesmo tempo observe o caráter e o ritmo da respiração.
4. Anote a frequência respiratória, o caráter, o ritmo e a hora. Exemplo: Respiração normal, 16 rpm, 10h50min.
Em crianças muito pequenas o movimento torácico é menos evidente que nos adultos e, usualmente, ocorre
próximo ao abdome. A mão colocada levemente sobre a parte inferior do tórax e superior do abdome pode facilitar a
contagem da atividade respiratória. Por causa do pequeno volume e da reduzida força do fluxo de ar, em crianças
também é quase impossível ouvir a respiração normal ou sentir a movimentação do ar através da boca e do nariz.

Padrões:
• BEBE (0 à 1 ano) – de 30 à 60 Rpm
• CRIANÇA (1 à 12 anos) – de 20 à 30 Rpm
• ADULTO (a partir de 12 anos) – de 10 à 20 Rpm

Pressão arterial
A pressão arterial (PA) é a pressão exercida pelo sangue no interior das artérias. Depende da força
desenvolvida pela sístole ventricular, do volume sanguíneo e da resistência oferecida pelas paredes das artérias.

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O sangue sempre está sob pressão no interior das artérias. Durante a contração do ventrículo esquerdo

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(sístole) a pressão está no seu valor máximo, sendo chamada pressão sistólica ou máxima. Durante o relaxamento do
ventrículo esquerdo (diástole) a pressão está no seu valor mínimo ou basal, sendo chamada pressão diastólica ou
mínima.
Esfigmomanômetro e o estetoscópio – equipamentos utilizados para medir a pressão arterial.
A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). O primeiro número, de maior valor,
corresponde à pressão sistólica, enquanto o segundo, de menor valor, corresponde à pressão diastólica. Não há um
valor preciso de pressão normal, mas, em termos gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o valor considerado
ideal para um adulto jovem, entretanto, medidas até 140 mmHg para a pressão sistólica e 90 mmHg para a diastólica
também podem ser aceitas como normais.
A posição em que a vítima se encontra (em pé, sentado ou deitado), atividade física recente e manguito
inapropriado também podem alterar os níveis da pressão. Vítimas particularmente sob o risco de alteração dos níveis
tencionais são aqueles com doença cardíaca, doença renal, diabetes, hipovolemia ou com lesão craniana ou coluna
espinhal.
O local mais comum de verificação da pressão arterial é no braço, usando como ponto de ausculta a artéria
braquial. Os equipamentos usados são o esfigmomanômetro e o estetoscópio.
Uma pressão sanguínea normal não deve ser considerada como uma clara indicação de estabilidade. Os
pacientes saudáveis e jovens são particularmente propensos a compensar o déficit de volume.

Procedimentos para aferir a Pressão Arterial


Em casos de longa duração do atendimento pré-hospitalar (resgates em locais de difícil acesso e remoção),
medir a PA a cada 5 minutos, anotando cada horário de tomada e respectivos valores.
Deve-se explicar para a pessoa o que será realizado. É comum entre profissionais de saúde ocultar da vítima o
valor medido. Isto costuma resultar em grande ansiedade para a vítima e, algumas vezes, em desconforto afetivo
para ambos. O mais correto é, se a vítima perguntar o valor da pressão, informá-lo de forma neutra e imparcial.
A pressão sanguínea é difícil de ser obtida em crianças. O manguito deve ter largura de dois terços em relação
ao comprimento da porção da extremidade onde será medida a PA (manguitos maiores dão leituras falsamente baixas
e manguitos menores dão leituras falsamente elevadas). Os dois métodos a seguir descritos (palpatório e
auscultatório) são usados para obter a PA em crianças. O estetoscópio deve ter um diafragma pequeno o suficiente
para cobrir apenas a área sobre o ponto do pulso (estetoscópios pediátricos são úteis).

Classificação
• HIPOTENSÃO – sistólica abaixo de 110 mmHg
• NORMOTENSÃO – 120/80 mmHg
• HIPERTENSÃO – sistólica acima de 130 mmHg

Pressão arterial por idade:


• 0 à 4 anos – 85/60 mmHg;
• 5 à 6 anos – 95/62 mmHg;
• 7 à 10 anos – 100/65 mmHg;
• 11 à 12 anos – 108/67 mmHg;
• 13 à 16 anos – 118/75 mmHg;
• Adultos (17 à 64 anos) – 120/80mmHg;
• Idosos (acima de 65 anos) – 140 a 160/90 a 100 mmHg.

Temperatura
Existem vários fatores que influenciam no controle da temperatura corporal, sendo influenciada por meios
físicos e químicos e o controle feito através de estimulação do sistema nervoso. A temperatura reflete o
balanceamento entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo.
A temperatura do corpo é registrada em graus célsius (centígrados). O termômetro clínico de vidro, mais usado,
tem duas partes: o bulbo e o pedúnculo. O bulbo contém mercúrio; um metal liquido, o qual se expande sob a ação
do calor e sobre pelo interior do pedúnculo, indicando a temperatura em graus e décimos de graus.
Normalmente os termômetros clínicos são calibrados em graus e décimos de graus, na faixa de temperatura de
35ºC a 42ºC. Não é necessária uma faixa de temperatura mais ampla, pois raramente o ser humano sobrevive com
temperatura corporal fora desta faixa.

O índice normal de temperatura é de 37ºC, admitindo-se variações de até 0,6ºC para mais ou para menos. As
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crianças têm temperaturas mais altas que os adultos, porque seu metabolismo é mais rápido. Tem-se observado que
a temperatura do corpo é mais baixa nas primeiras horas da manhã, e mais alta no final da tarde ou no início da
noite.
A temperatura corporal pode se elevar em situações de infecção, trauma, medo, ansiedade, etc. Exposição ao
frio e choque são causas frequentes de temperatura abaixo do normal.

Procedimentos e Locais para Verificação da Temperatura


O termômetro deve estar seco (se necessário enxugue com algodão ou gaze) e marcando temperatura inferior
a 35ºC (se necessário sacudi-lo cuidadosamente até que a coluna de mercúrio desça).

A temperatura corporal pode ser medida nos seguintes locais:


• Boca – Temperatura Oral: Colocar o termômetro de vidro sob a língua da vítima, na bolsa sublingual
posterior. Fazer com que a vítima mantenha o termômetro no local por 3 a 8 minutos com lábios fechados. O método
oferece temperatura central e é indicado para aqueles que respiram pela boca com suspeita de infecção grave.
• Axila – Temperatura axilar: Mais utilizado, tendo em vista a facilidade. Colocar o termômetro no centro da
axila, mantendo o braço da vítima de encontro ao corpo, e mantê-lo ali por 3 a 8 minutos. O método é conveniente,
mas é contra- indicado para crianças pequenas; em pacientes com estado mental alterado, trauma facial ou distúrbio
convulsivo; após fumar ou beber líquidos quentes ou frios; durante administração de oxigênio por cânula ou máscara;
e na presença de sofrimento respiratório.

Padrões:
• HIPOTERMIA – abaixo de 35ºC
• AFEBRIL (normal) – 36 à 37ºC
• FEBRE – 37 à 40ºC
• HIPERTERMIA – acima de 40ºC

Saturação de oxigênio
A oximetria de pulso arterial fornece dados de relevância clínica sobre a saturação de oxigênio carregado pelas
hemoglobinas presentes no sangue arterial e permite analisar a amplitude e a frequência de pulso, tanto na fase de
repouso como de atividade, de indivíduos de qualquer faixa etária, em hospitais, no cuidado domiciliar ou em
unidades móveis de cuidados à saúde. É amplamente utilizada por ser não-invasiva, monitorizar de maneira contínua,
além de ser uma técnica de instalação simples e indolor.
A importância da oximetria consiste em permitir a medição ininterrupta da saturação de oxigênio (SpO2) da
hemoglobina arteriolar; esta monitorização fornece informação acerca dos sistemas cardíaco e respiratório e do
transporte de oxigênio no organismo. O que oferece aos médicos e demais profissionais de saúde elementos para
uma avaliação mais precisa das condições físicas dos pacientes, principalmente daqueles com problemas respiratórios
ou após uma operação ou numa situação que exija um tratamento intensivo.

Padrão:
• NORMAL: 90 à 99%

Cor e umidade da pele


Alterações na cor da pele, normalmente rosada nas pessoas de cor branca, e a umidade nos trazem aparência e
sensitividades de oleosa, suas caraterísticas podem ser usadas para diagnosticar certos tipos de acidentes.

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Histórico SAMPLE
Deve ser obtido um histórico rápido do doente. Essas informações devem ser documentadas no prontuário e
repassadas à equipe médica no hospital. O método SAMPLE serve como lembrança de seus componentes-chave.

Sintomas: de que o doente se queixa? Dor? Dificuldade respiratória? Dormência? Formigamento?


Alergias: o doente tem alergias particularmente conhecida a medicamentos?
Medicamentos: Quais medicamentos prescritos ou não prescritos (incluindo vitaminas, suplementos e outros
medicamentos de venda livre) o doente toma regularmente?
Passado médico e antecedente cirúrgico: problemas clínicos importantes para os quais o doente recebe
tratamento; inclui cirurgias prévias.
Líquidos e alimentos: muitos doentes traumatizados necessitarão de cirurgia, e alimentação recente pode
aumentar o risco de vômito e aspiração durante a indução da anestésica.
Evento: Quais eventos procederam a lesão? Imersão em água (afogamento ou hipotermia) e exposição a
materiais perigosos devem ser incluídos.

ESCALA DE TRAUMA

O Trauma Score é uma escala que engloba valores de sinais vitais do paciente como frequência respiratória
e pressão arterial agregando a este valor o dado obtido na Escala de Glasgow. O valor deve ser calculado, como
na Escala de Glasgow, atribuindo um valor para cada item da tabela e somando todos depois.

Monitoramento e Reavaliação (Avaliação Continuada)

Depois de terminar a avaliação primária e o atendimento inicial, é necessário continuar a monitorar o doente,
reavaliar os sinais vitais e repetir a avaliação primária, várias vezes no caminho para o hospital, ou no local do
trauma se o transporte demorar a ser realizado.

A reavaliação continua dos componentes da avaliação primária ajuda a assegurar que problemas que ainda
não foram reconhecidos comprometam as funções vitais sem uma identificação. Deve-se prestar atenção particular
a qualquer mudança significativa na condição do doente e reavaliar o doente reavaliar o atendimento se as
condições dele mudarem.

Lembre-se de anotar na ficha de atendimento do paciente todas as informações coletadas, assim como todo
e qualquer procedimento realizado.

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ANOTAÇÕES

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