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PRIMEIROS SOCORROS PARA

PROFESSORES NO AMBIENTE ESCOLAR

BIOSSEGURANÇA E
CINEMÁTICA DO TRAUMA

Thaise Novaes Glaser

concursos
Primeiros Socorros para Professores no ambiente
escolar
Biossegurança e cinemática do trauma

Apresentação
Olá aluno,

Meu nome é Thaise Novaes Glaser, sou fisioterapeuta especialista em Ergo-


nomia e socorrista especialista em urgência e emergência. Sempre segui com as duas áreas
profissionais de forma simultânea, encantada com a dinâmica da ergonomia aplicada ao
ambiente de trabalho e apaixonada pela arte de se dedicar constantemente á busca de co-
nhecimento, aprimoramento prático e eficiência objetivando salvar vidas como socorrista. Os
treinamentos e capacitações sempre gritaram alto e me direcionam há mais de uma década
no ensino, formação de profissionais e capacitação de pessoas na área de urgência e emer-
gência, seja em âmbito pessoal ou profissional.

Sumário
Cinemática do trauma.................................................................................................................. 3

Prevenção ao trauma................................................................................................................... 4
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Biossegurança e cinemática do trauma

Quando falamos que a primeira preocupação do socorrista deve ser a sua própria segurança,
devemos saber que este ítem inclui tanto a segurança oferecida pelo ambiente, quanto a segurança
pessoal com uso de Equipamento de Proteção Individual – EPI.
A exposição do socorrista ao sangue e fluídos corporais das vítimas pode ser muito perigosa e
é uma porta de entrada para várias doenças. Os equipamentos de proteção individual dos socor-
ristas devem ser compostos no mínimo de luvas, máscara e óculos.
As luvas devem ser colocadas para tocar a pele não íntegra da vítima, as mucosas ou as àreas
que estejam contaminadas com sangue ou outros fluidos corporais. As máscaras são usadas
para proteger as mucosas oral e nasal especialmente quando há exposição à agentes infecciosos.
Os óculos de proteção devem ser utilizados sempre que houver a possibilidade de respingos de
gotículas de fluidos ou sangue.

Cinemática do trauma

Tendo em vista que o trauma é um problema mundial, além do tratamento imediato, deve-se dar
uma atenção à prevenção destes traumas e lesões. O trauma muitas vezes é chamado de acidente,
mas a definição correta de acidente é:

“Acidente é um evento ocorrido por acaso ou oriundo de causas


desconhecidas” ou “um acontecimento desastroso por falta de
cuidado, atenção ou ignorância”. (PHTLS)
Em vítimas de trauma os cuidados pré-hospitalares podem fazer a diferença entre a vida e a
morte. Este atendimento pode influenciar no tipo de sequela, na recuperação e até mesmo na gra-
vidade do trauma. Quanto mais rápido e eficaz for este atendimento, mais chances a vítima tem
de sobreviver ou minimizar sequelas.
Para definir o trauma é importante saber que todas as causas do trauma têm um fator em
comum, que é a transferência de energia.
O trauma hoje é definido como um evento nocivo que advém da liberação de formas específicas
de energia ou barreiras físicas ao fluxo normal de energia. Em geral, a energia existe em cinco formas
físicas: mecânica, química, térmica, por irradiação ou elétrica. A energia mecânica é a energia que
um objeto contém quando está em movimento. A energia química é a resultante da interação de
uma substância química com o tecido humano exposto. A energia térmica é a energia associada a
altas temperaturas e ao calor. A energia por radiação consiste em qualquer onda eletromagnética
que trafegue em raios e não possui massa. A energia elétrica é resultante da movimentação de
elétrons entre dois pontos. (PHTLS)
Diariamente o ser humano utiliza destas 5 formas de energia em diferentes atividades. Neste
caso pode-se dizer que a energia está sob controle e ela não afeta o corpo nocivamente. A pessoa
precisa conseguir manter a energia sob controle, mas isso vai depender do desempenho e da exi-
gência da tarefa, para que a energia seja liberada de forma administrável e controlada.

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No entanto, quando a dificuldade da tarefa de repente excede a capacidade do indivíduo, ou


quando o nível de desempenho do indivíduo está abaixo da exigência da tarefa, ou ainda, quando
estes fatores coincidem simultaneamente, pode haver uma liberação descontrolada de energia,
tendo o trauma como consequência.
De acordo com o protocolo de atendimento ao trauma, se formos falar em doença, sabe-se que
existem 3 fatores que devem estar presentes e interagir simultaneamente para que uma doença
aconteça: um agente causador da doença, um hospedeiro da doença (onde o agente possa residir)
e um ambiente (onde o agente e o hospedeiro possam interagir) e estes fatores formam a tríade
epidemiológica. Estudos revelam que a doença e o trauma se comportam de modo similar. Ambos
precisam dos 3 elementos desta tríade epidemiológica.
De forma resumida e comparativa, pode-se dizer que para que o trauma ocorra é preciso de um
hospedeiro (que é o ser humano), o agente do trauma (que é a energia) e o ambiente (local onde
o ser humano e a energia vão interagir).
O Dr Willian Haddon Jr. é considerado o pai da ciência de prevenção ao trauma. Ao trabalhar
com o conceito da tríade epidemiológica, na metade da década de 1960, percebeu que um trauma
pode ser desdobrado em 3 fases temporais: Pré evento, evento e pós evento. (PHTLS)
A consequencia do acidente é o trauma gerado. O atendimento ao trauma é dividido em 3 etapas:
o pré evento (é a fase que envolve as circustâncias e motivos que levaram à lesão traumática), o
evento (é a fase que envolve o momento do trauma real)e o pós evento (é a fase que compreende
o desfecho do evento traumático).
É na fase do pré-evento que entra a prevenção do trauma. A fase do evento permite que as
ações realizadas neste momento influenciem diretamente no resultado final do atendimento ao
trauma. Na fase do pós-evento é que se conhecem as reais consequências do evento traumático.

Prevenção ao trauma

A prevenção na verdade pode ser considerada a solução de muitos problemas consequentes


do trauma. Prevenir, portanto, é ainda mais importante do que tratar um trauma. Para que a pre-
venção seja eficaz é preciso que existam programas de prevenção ao trauma que propiciem uma
transformação no conhecimento, na atitude e no comportamento das pessoas que podem estar
expostas a agentes causadores do trauma, sejam eles intencionais ou não intencionais.

Análise Biomecânica do Trauma


O componente inicial para se obter o histórico de um trauma é a avaliação dos eventos que
ocorreram na “fase do evento”. Neste caso pode ser estimada a energia que foi trocada e fazer
uma suposição das condições resultantes deste trauma. Quando o socorrista não compreende os
mecanismos que estão envolvidos em um trauma, muitas lesões podem passar despercebidas.
Quando se conhece os mecanismos de lesão, o nível de suspeita aumenta, já que o padrão e local
das lesões vão estar relacionados com o exame local da ocorrência. Sendo assim, a integração
dos princípios da cinemática do trauma à avaliação da vítima é fundamental para que se descubra

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possíveis lesões graves ou até mesmo fatais. As lesões que não foram suspeitadas e não foram
detectadas ou tratadas durante a cinemática do trauma na abordagem inicial, contribuem de modo
significativo para a morbidade e mortalidade resultantes do trauma.
Avaliação da Cena Quando o socorrista avalia a cena antes de iniciar qualquer procedimento,
ele está garantindo que a cena esteja segura para poder realizar um atendimento e abordagem
inicial. A primeira preocupação do socorrista deve ser a sua própria segurança Em segundo lugar,
a segurança da vítima e em terceiro lugar, a segurança dos demais presentes no local do trauma.
Depois de assegurar a segurança do local, é importante ser analisado o mecanismo do trauma e
quais forças/ energias provocaram as lesões traumáticas, também é preciso verificar a quantida-
de de pessoas (vítimas) e a necessidade de acionar serviços que possam ajudar no atendimento
(mais ambulâncias, bombeiros, companhia elétrica, polícia etc).

Referências
FLEGEL, Melinda J. Primeiros socorros no esporte. 5ª ed. Barueri SP. Ed Manole, 2015
NAEMT. Atendimento Pré-hospitalar ao Traumatizado – PHTLS. 8ª ed: 2017
SOUSA, Vitor. Livre Tradução do PHTLS 9ª ed: 2018
LEI LUCAS. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13722.htm>. Acesso em:
28/07/2019.

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