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Primeiros Socorros

Faculdade CNI
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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS NO


TRABALHO
1.1 Introdução ...................................................................................................................4
1.2 Acidente de trabalho ...................................................................................................4
1.3 Primeiros Socorros.......................................................................................................5
1.4 As ações e procedências de socorro à vítima..............................................................7
1.5 Da omissão de socorro e seus efeitos legais ...............................................................9
1.6 Importância do treinamento de primeiros socorros no trabalho ...............................9

UNIDADE 2 – ORGANIZAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS NA EMPRESA


2.1 Introdução .................................................................................................................13
2.2 Necessidade dos serviços ..........................................................................................14
2.3 Definindo Primeiros Socorros ....................................................................................15
2.4 Atuando em Primeiros Socorros................................................................................17
2.5 Legislação...................................................................................................................19
2.6 Formação da equipe ..................................................................................................21

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 25
4

UNIDADE 1 – A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO DE PRIMEIROS


SOCORROS NO TRABALHO

1.1 Introdução
Os primeiros socorros são os procedimentos imediatos aplicados em uma vítima
que sofreu algum acidente antes que está venha a receber atendimento de um
profissional de saúde. Esta ação tem como finalidade manter os sinais vitais e garantir a
vida. É obvio que qualquer pessoa pode prestar socorro, no entanto, deve ter ciência de
como manusear as técnicas, quando e o tempo de ação e pausa.
Muitas vidas podem ser salvas e traumas e sequelas minimizadas quando o
socorro é prestado de imediato. Prestar socorro não significa apenas colocar em prática
os procedimentos de primeiros socorros, mas também avaliar o estado da vítima, o local
onde ela se encontra, solicitar ajuda, cada pessoa deve agir conforme seus
conhecimento e limites.
São raros os casos de pessoas que possuem conhecimentos de primeiros
socorros no ambiente de trabalho, o que é um ponto negativo dentro da organização,
tendo em vista que em casos de emergência a vida do trabalhador fica em risco pela
falta de atendimento imediato ou mesmo pela realização de procedimentos
inadequados realizados pelos próprios colegas de trabalho, que ao invés de ajudar, pode
agravar ainda mais a situação da vítima.
Por isso, é de suma importância que as pessoas busquem realizar cursos e
treinamentos de primeiros socorros para elevar seus conhecimentos mesmo que este
treinamento não faça parte de sua profissão, pois este tipo de informação é uma
bagagem de grande relevância que pode ser levada por toda a vida, podendo ser
utilizada no trabalho, no trânsito, no lar, etc., pois sempre existirá alguém precisando
de ajuda.

1.2 Acidente de trabalho


O acidente é um fato que ocorre involuntariamente da vontade da pessoa, sua
origem é resultante de força externa, que inesperadamente causa lesões físicas ou
5

psicológicas ao corpo da vítima (PIRES; STARLING, 2006) e muitas vezes causam danos
físicos e financeiros aos envolvidos (LOMBA; LOMBA, 2006).
A natureza dos acidentes pode ser simples ou complexa, sendo originadas pelas
mais variadas causas o que irá influenciar na gravidade da lesão (ROSA; BÉRGAMO;
DORIN, 2001), há casos também que pode fluir de causas emocionais como tensões,
nervosismo, agitação, etc. que influenciam em seu psicológico fazendo com que a
pessoa se desligue do que está fazendo envolvendo-se em acidentes (MENEZES PINTO,
2011), todavia, independente da gravidade do ferimento os princípios dos primeiros
socorros de emergência são necessariamente os mesmos tendo em vista manter os
sinais vitais e preservar a vida da vítima (SEDREZ; CHANAMÉ, 1998).

1.3 Primeiros Socorros


Os primeiros socorros são procedimentos imediatos e temporários (HAFEN et al.,
2002), “utilizados no atendimento a vítimas de acidentes e males súbitos, por pessoa
leiga, procurando diminuir o sofrimento e a gravidade das lesões e sequelas”, antes da
chegada dos profissionais especializados na área de saúde (SEDREZ; CHANAMÉ, 1998, p.
15), sendo uma ação de suma relevância para a vida do acidentado (FPMAT3, 2005).
Os primeiros socorros ocorrem por meio da aplicação de técnicas básicas tendo
por finalidade manter as funções vitais da vítima (HAFEN et al., 2002), e geralmente são
prestados ainda no local da ocorrência (GOZO, 2009. p. 03), no entanto, “uma das chaves
de sucesso no socorro, é ter certeza que sua "ajuda" não irá piorar o problema! (FPMAT,
2005. p. 10)
Qualquer pessoa pode contribuir com a ajuda imediata, mesmo sem possuir
conhecimentos técnicos de primeiros socorros, (CICV4, 2006), pois socorrer não se
resume basicamente em realizar os procedimentos de primeiros socorros, mas avaliar o
local onde a vítima se encontra e ver se não existe algum indício de algo que possa
colocar ainda mais em risco a vida da e ver se não existe algum indício de algo que possa
colocar ainda mais em risco a vida da vítima (DRAGANOV, 2007).
6

Em casos de emergência o atendimento imediato e avaliação do estado da vítima


são fundamentais para reduzir as sequelas e elevar as chances de sobrevivência
(FERREIRA; GARCIA, 2001). “A função de quem socorre (socorrista) é: Observar a
situação para não se tornar uma vítima também; manter a pessoa viva até a chegada do
socorro especializado; Evitar causar outras lesões ou agravar as já existentes”
(DRAGANOV, 2007, p. 02), por isso é importante saber quando a pessoa deve ou não
prestar ajuda e quando parar (CICV, 2006, p. 34), além do mais, a aplicação das técnicas
imediatas só deve ser realizada caso constatado que a vítima não se encontra com
condições favoráveis para agir por si própria.
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego ABRAMET (2005,
p. 09):
É claro que cada acidente é diferente do outro. E, por isso, só se pode falar na
melhor forma de socorro quando se sabe quais são as suas características.
[...], mas a sequência das ações a serem realizadas vai sempre ser a mesma:
1. Manter a calma; 2. Garantir a segurança; 3. Pedir socorro; 4. Controlar a
situação; 5. Verificar a situação das vítimas; 6. Realizar algumas ações com as
vítimas.

Em muitos casos, as proporções e circunstâncias podem gerar riscos não apenas


a vítima, mas também a quem está socorrendo (MS, 2003), e dependendo do estado do
acidentado, o melhor é aguardar a chegada de profissionais preparados (ROCHA, 2011),
sendo assim, faça uma rápida avaliação das condições do acidentado e do local onde se
encontra e acione imediatamente os profissionais de emergência (LOMBA; LOMBA,
2006).
“Hoje, a grande parte dos pacientes consegue se recuperar e retornar à vida
normal graças a um atendimento de emergência bem prestado” (SILVA, 2007, p. 60),
nunca se esqueça de aceitar ajuda de terceiros principalmente se este tiver
conhecimentos e habilidades de primeiros socorros, aliás, a adequação e qualidade do
atendimento são de suma importância para obter bons resultados (LOMBA; LOMBA,
2006).
7

1.4 As ações e procedências de socorro à vítima


O mesmo acidente que ocorre em ambiente de trabalho pode acontecer em
qualquer outro lugar, na própria residência do trabalhador, nas ruas por onde trafega
todos os dias, pois é um fato não programado por isso o treinamento de primeiros
socorros é tão abrangente, pois as mesmas técnicas podem ser aplicadas em vários e
situações (ROSA; BÉRGAMO; DORIN, 2001).
A primeira avaliação do acidente tem como constatar e minimizar os problemas
que colocam a vida da vítima em risco, principalmente os que dizem respeito às vias
respiratórias e circulação todo processo deve ser rápido e, organizado e eficiente para a
garantia da vida da vítima, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU, 2010) por isso, quem vai prestar socorro, precisa ao menos ter noção da
sequência dos procedimentos a serem procedido, saber identificar a situação do
acidentado, o tempo de ação e pausa de cada massagem, entre outros fatores
(BERGERON et al., 2007).
No entendimento de Teixeira e Silva (2009, p. 03), ao prestar socorro à pessoa
deve atentar-se a alguns princípios essenciais, tais como:
• Agir com calma e confiança – evitar o pânico
• Ser rápido, mas não precipitado
• Usar bom senso, sabendo reconhecer suas limitações
• Usar criatividade para improvisação
• Demonstrar tranquilidade, dando ao acidentado segurança
• Se houver condições solicitar ajuda de alguém do mesmo sexo da
vítima
• Manter sua atenção voltada para a vítima quando estiver
interrogando-a
• Falar de modo claro e objetivo
• Aguardar a resposta da vítima
• Não atropelar com muitas perguntas
• Explicar o procedimento antes de executá-lo
• Responder honestamente as perguntas que a vítima fizer
• Usar luvas descartáveis e dispositivos boca-máscara, improvisando se
necessário, para proteção contra doenças de transmissão respiratória e por
sangue.
• Atender a vítima em local seguro (remove-la do local se houver risco
de explosão, desabamento ou incêndio).
8

Todavia, antes de iniciar o socorro à vítima é importante observar o local onde


ela se encontra e verificar se existe algum risco de intoxicação, incêndio que possam
agravar as condições da vítima (DRAGANOV, 2007), em seguida, com calma e
tranquilidade se inicia os procedimentos de socorro os quais devem ser aplicados de
forma correta (LOMBA; LOMBA, 2006), tais técnicas são imediatas e temporárias até
que chegue o socorro especializado (NOVAES; NOVAES, 1994), além do mais, a
procedência dos primeiros socorros não substitui a necessidade do acidentado ser
avaliado posteriormente pelo profissional médico, mas contribui para ganhar tempo até
que se chegue a uma unidade hospitalar (DUTRA, 2005).
Para iniciar os primeiros socorros a primeira ação a ser praticada é procurar
tranquilizar a vítima do pânico que acabou de sofrer em razão do acidente (TEIXEIRA;
SILVA, 2009), procure avaliar o acidentado e lhe preste solidariedade, faça perguntas
para ver se está consciente, se informe de sua pressão, telefone de algum familiar ou
amigo que possa ligar, mantenha todo o controle e lhe passe segurança (CICV, 2006),
assim será mais fácil prestar o socorro, mas antes de iniciar qualquer procedimento
tenha a certeza de que não irá piorar ainda mais o estado da vítima (TEIXEIRA; SILVA,
2009), pois “prestar um socorro sem padrão de assistência, gerando agravos adicionais
ao paciente é Negligência” (SILVA, 2007, p. 50).
Se a vítima apresenta indícios de trauma, o procedimento deve ser efetivado
com cautela, atendendo cinco fases distintas e sequenciais: “1ª - controle de cena; 2ª -
abordagem primária; 3ª – abordagem secundária; 4ª - sinais vitais; 5ª - escalas de coma
e trauma (OLIVEIRA; PAROLIN; TEIXEIRA JR., 2004, p. 77), caso note que existem traumas
e lesões graves, mantenha a pessoa no local, não tente removê-la até que chegue o
socorro especializado para imobilizá-la, evitando agravar seu estado (KAWAMOTO,
2002).
9

1.5 Da omissão de socorro e seus efeitos legais


Quando a pessoa omite socorro a outra pessoa ela além de causar mal a vítima
também se prejudica a si mesma, pois socorrer não significa apenas ser solidário com o
próximo, mas é um dever jurídico social (JESUS, 2002).
De acordo com o Código Penal Brasileiro (CPB) instituído pelo Decreto-lei n°
2.848/1940, deixar de prestar socorro é considerado crime, pois qualquer pessoa
mesmo leiga de conhecimentos e habilidades na área de saúde tem dever ajudar ao
próximo quando for necessário.
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou
multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Segundo pesquisas, a principal causa de óbitos fora de ambientes hospitalares é


resultante de falta de atendimento imediato e a segunda causa é o socorro inadequado
(ROCHA, 2011), pois cada acidente é diferente do outro, por isso deve receber
atendimento de acordo com a situação da vítima (BERGERON, 2007) e devido à ausência
ou inadequação do atendimento muitos acidentados chegam a unidade hospitalar
quase sem chances de recuperação, o que poderia ser evitado se recebesse o socorro
precoce (FERREIRA, 2006).
De acordo com Knobel (2006), a pessoa diante de um acidente deve ser útil,
contudo, se não sabe como agir, pelo menos não prejudique, peça ajuda a outras
pessoas que se demonstrem mais cientes ao assunto. Pois muitas pessoas acabam sendo
vítimas de traumas graves devido à ausência de socorro imediato (SILVEIRA; MOULIN,
2006), ou pela aplicação de técnicas inadequadas ou exageradas (LOMBA; LOMBA,
2006).

1.6 Importância do treinamento de primeiros socorros no trabalho


Geralmente, os acidentes de trabalho ocorrem de maneira súbita e imprevista,
onde dificilmente há a presença de um profissional de saúde no local para proceder
10

inicialmente o atendimento (ROSA; BÉLGAMO; DORIN, 2001, p. 21), é óbvio que


nenhum treinamento de primeiros socorros irá substituir o atendimento de um médico
ou enfermeiro, no entanto, o socorrista pode contribuir para que o serviço alcance
resultados satisfatórios (SANCHES, 2005), esta é a importância das pessoas buscarem
realizar cursos e treinamentos de capacitação em primeiros socorros (ROSA; BÉLGAMO;
DORIN, 2001).
Quando acontece um acidente em ambiente de trabalho, qualquer funcionário
da organização pode prestar as primeiras providências como socorrista, pois até o
momento poucas são as empresas que tem inserido em sua equipe médico e/ou
enfermeiro (ROSA; BÉRGAMO; DORIN, 2001, 06), mas vale citar que o sucesso da
recuperação da vítima está ligado ao nível de capacitação de quem a socorre (PERGOLA;
ARAÚJO, 2008).
Por isso, a ABRAMET (2005, p. 34) esclarece que
Um treinamento em Primeiros Socorros vai ser sempre de grande utilidade
em qualquer momento de sua vida, seja em casa, no trabalho ou no lazer.
Podem ser muitas e variadas às situações em que o seu conhecimento pode
levar a uma ação imediata e garantir a sobrevida de uma vítima. Isso, tanto
em casos de acidente, como em situações de emergência que não envolvem
trauma ou ferimentos.

Pois a falta de conhecimentos e habilidades para lidar com determinadas


situações faz com que o indivíduo se sinta inválido, incapaz, ficando de mãos atadas
(CICV, 2006) e mesmo que a pessoa que está prestando socorro tenha boas intenções,
se não tiver conhecimentos fundamentais pode colocar em risco a vida da vítima
(KAWAMOTO, 2002), motivo este que define a importância da pessoa que irá socorrer
“estar preparado para atuar corretamente em prol da vida do acidentado” (SOUSA,
2010, p. 17).
Muitas pessoas desconhecem que o indivíduo possui inteligência e habilidade de
aprender a lidar com as mais diversas situações que marcam presença na vida do ser
humano, inclusive em salvar vidas, são estes detalhes que fazem a diferença em
determinados momentos (LOMBA; LOMBA, 2006), pois os primeiros socorros ajudam a
11

reduzir o sofrimento do acidentado; minimizar o número de traumas adicionais e salvar


a vida de muitas pessoas (SILVA, 2007).
A capacitação do leigo para atendimento precoce em situações de emergência e
instituição do suporte básico de vida (SBV) é fundamental para salvar vidas e prevenir
sequelas (PERGOLA; ARAÚJO, 2008, p. 769), sendo esta a melhor maneira de reduzir os
índices de traumas e óbitos vivenciados na atualidade, tendo em vista que o Brasil deixa
a desejar quando se refere ao atendimento à saúde (MIYADAHIRA et al., 2008).
Ter noção de como se deve agir em situações em que exijam os primeiros
socorros pode contribuir para ajudar muitas vidas (SOUSA, 2010). “São muitas situações
que poderão ser aprendidas em um curso prático. Mesmo assim, nenhum treinamento
em Primeiros Socorros dará a qualquer pessoa a condição de substituir completamente,
um sistema profissional de socorro” (ABRAMET, 2005. p. 3500).
Sendo assim, vale destacar a importância das instituições de ensino adequar a
sua grade curricular a aula de noções básicas de primeiros socorros a vítimas de
acidentes modificando a realidade atual e formando indivíduos mais capacitados (SILVA,
et al., 2013), além do mais, ensinar técnicas e procedimentos de treinamento para o
ensino fundamental é uma forma prática de contribuir para a vida humana, pois desta
forma, os alunos saíram da escola não apenas possuindo conhecimentos básicos da
grade curricular de seu curso, mas também tornando-se jovens mais preparados para a
realidade vivenciada pela sociedade em geral (HAFEN, 2002) onde poderá ajudar a salvar
muitas vidas.
Percebe-se que os acidentes de trabalho são acontecimentos pelos quais
nenhuma pessoa deseja passar ou presenciar, porém, em determinadas situações uma
simples distração ou falha técnica pode colocar em risco a vida do trabalhador caso este
não venha a receber socorro imediato até que chegue ao atendimento médico.
Prestar socorro não significa somente aplicar os procedimentos e técnicas, mas
solicitar ajuda, verificar a situação da vítima e o local onde ela se encontra e comunicar
ao socorrista, conversar com a pessoa e verificar se ela está consciente, mantê-la calma
e fora de perigo.
12

Desta forma, considera-se que o treinamento de primeiros socorros não deve


ficar focado apenas as pessoas que trabalham em profissões que exigem tais
conhecimentos e técnicas, mas serem destinados aos demais membros da sociedade,
uma vez que qualquer pessoa pode precisar de ajuda imediata seja no local de trabalho,
no trânsito, no próprio lar.
Vale salientar que este tipo de preparação não abrange um simples campo de
interessados na área de saúde, mas a todo ser humano que preza pela própria vida e
pela de terceiros. Portanto, conclui-se que esta literatura contribuiu com êxito para o
alcance dos objetivos propostos no trabalho, além de ampliar o conhecimento
acadêmico e profissional a respeito da importância do treinamento de primeiros
socorros no ambiente de trabalho, e complementando a grade curricular acadêmica.
Por fim, ao reconhecer a grandeza que este assunto reflete sobre a sociedade
em geral, o mesmo não deve esgotar-se neste trabalho, ficando como sugestão para
estudos acadêmicos a aplicação de um projeto de intervenção o qual abranja a
importância de as instituições de ensino público e privado inserir em suas disciplinas as
noções de primeiros socorros como complemento de ensino. Pois esta ação tem grande
valor à vida humana por isso deveria ser aplicada como disciplina aos alunos do ensino
fundamental.

Anotações
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UNIDADE 2 – ORGANIZAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS NA


EMPRESA

2.1 Introdução
Independente da ocorrência de acidentes especiais decorrentes de cada
processo industrial os princípios de primeiros atendimentos serão sempre os mesmos já
que se caracterizam por manter a vida e aliviar ou impedir a ocorrência de maiores
complicações. Manter a vida por sua vez, significa manter as funções vitais, como
respiração e débito cardíaco adequado para, através de uma boa oxigenação, permitir
o pleno funcionamento dos órgãos vitais. Decorrente disso pode-se destacar a
prioridade que certas lesões exigem já que normalmente o acidentado, sofre diversos
traumas. Nunca, por exemplo, perder tempo com ferimentos leves, quando pode haver
obstrução de vias aéreas ou hemorragias graves. São prioritárias as lesões que
interferem com as funções vitais como por exemplo, comprometimento das vias aéreas
e hemorragias maciças. Os traumatismos de face, pescoço e tórax que comprometem a
respiração terão sempre prioridade de atendimento. Esse aspecto de prioridades no
atendimento deve ser um ponto importante na ocasião do treino do socorrista
A importância deste primeiro atendimento é que ele pode ser decisivo e
representar a vida ou a morte de um paciente, pois a partir de quatro minutos de uma
parada cardiorrespiratória, inicia-se a morte cerebral. Isto deve ser uma preocupação
que envolve toda a sociedade, já que o acidente não marca hora nem local e pode
acontecer onde e quando menos se espera. O importante é ter uma visão
prevencionista, ou seja, não deixar que o acidente aconteça.
Implantar, conscientizar e organizar uma equipe que atenda rapidamente
acidentes inesperados em empresas não é uma tarefa fácil. Primeiro, porque a
manutenção deste grupo em nossa realidade é vista conjugada com o tamanho e com
os riscos das empresas. Os socorristas das empresas são os próprios trabalhadores.
14

Um atendimento emergencial bem dirigido, indubitavelmente, reduz a


probabilidade de morte e diminui as consequências mórbidas, podendo, muitas vezes,
ser responsável pela preservação da capacidade laborativa do trabalhador.

2.2 Necessidade dos serviços


Qualquer indivíduo durante o exercício de seu labor está sujeito, como em
qualquer outra situação, a ser surpreendido por ocorrências noológicas emergenciais
das mais variadas naturezas, sejam ocupacionais ou não. Assim um operário qualquer,
munido de suas ferramentas e suspenso em um pingente andaime, poderá tornar-se
vítima tanto de uma circunstância acidental, despencando de seu posto e poli
traumatizando-se no chão, como também poderá, perfeitamente, ter uma de suas
artérias coronárias, subitamente ocluídas, e perecer em decorrência de um Infarto
Agudo do Miocárdio. Embora isso possa, à primeira vista, parecer óbvio, ou seja, o
trabalhador estar susceptível a qualquer agravo à sua integridade física como qualquer
elemento da população em geral, é importante salientar, entretanto, que qualquer
estrutura de Primeiros Socorros que se organize, para ter sua finalidade atingida, deve
voltar-se fundamentalmente, para a ocorrência do Acidente de Trabalho. Mesmo
porque, ao se agir desta forma, também as situações não ocupacionais, estarão,
automaticamente, sendo abrangidas, porquanto o material a ser utilizado será válido
para ambas emergências (ocupacionais ou não-ocupacionais).
A razão principal para esta supervalorização do elemento Acidente de Trabalho,
decorre do fato de que ele é o responsável pela grande maioria das situações em que se
tornará necessária à execução das atividades de Primeiros Socorros. Apesar dos esforços
realizados, os acidentes de trabalho, em particular os traumas, continuam com níveis de
ocorrência suficientes para serem considerados um problema de Saúde pública, em
nosso país.
Com a permanência dos trabalhadores por um período de tempo cada vez maior
no seu local de trabalho, fruto da melhoria das condições laborativas, educativas e
sociais oferecidas pelas empresas, ocorreu um significativo aumento no número de
15

ocorrências médicas que atingem o trabalhador, nesta sua permanência extra turno de
trabalho.
Com o desenvolvimento tecnológico e social o número de acidentes, males
súbitos e doenças nos locais de trabalho tende ao crescimento, especialmente naquelas
atividades com grande mecanização, que aumenta os riscos e perigos, e naquelas
condições em que não há uma adequada orientação ao trabalhador. O aumento na
complexidade das tarefas laborativas, associado ao aumento na competição entre os
candidatos a um mesmo posto de trabalho e a necessidade constante de evolução na
sua capacidade produtiva para progressão dentro da empresa, pode levar os
trabalhadores a situações de stress físico ou emocional, predispondo a acidentes, males
súbitos e doenças que comprometem a sua produtividade.
Nenhum benefício financeiro ou material compensa a perda de uma vida
humana ou uma invalidez permanente. Além disso, muitos trabalhadores com sequelas
de acidentes ou doenças, com primeiro atendimento inadequado, necessitam
readaptação profissional para sua reintegração ao trabalho, ou vida normal, sempre
com custo elevado e nem sempre acessível. A verdadeira prática da prevenção de
sequelas e diminuição da gravidade das lesões, causadas por acidentes, males súbitos
ou doenças, exige equipes de atendimento com conhecimento adequado de primeiros
socorros que serão postos em prática quando a prevenção não foi suficiente ou falhou.

2.3 Definindo Primeiros Socorros


Por definição “Primeiros socorros são todos os procedimentos utilizados no
atendimento imediato, a vítimas de acidente ou mal súbito, por pessoa leiga,
procurando diminuir o sofrimento e a gravidade das lesões e sequelas, antes do
atendimento especializado prestado por profissional médico ou técnico em saúde”.
Como complemento a definição podemos acrescentar que Primeiros Socorros
consistem em medidas iniciais e imediatas aplicadas a uma vítima fora de um ambiente
hospitalar, executada por qualquer pessoa, antes de um atendimento especializado
(médico ou técnico em saúde) no sentido de suportar a vida ou evitar o agravamento de
16

lesões existentes (pré-existentes ou que passaram a existir no momento do evento


emergencial). Sabemos que algumas vezes à vontade de ajudar e a pressa em prestar
assistência, sem o adequado conhecimento, podem agravar ao invés de minimizar o
sofrimento e as lesões sofridas por quem necessitam de primeiro atendimento.
Objetivos básicos do atendimento de emergência:
• Avaliar o sofrimento da vítima (físico e psicológico)
• Evitar sua morte
• Evitar agravamentos ou complicações das lesões
• Permitir sua remoção com segurança.

Esses procedimentos devem, sempre que possível, ser efetuados por pessoa
treinada e capacitada. É importante enfatizar que estes primeiros socorros, mesmo
prestados por pessoa habilitada, não substituem a necessidade dos serviços médicos
profissionais, mas sim consistem na assistência temporária até que o atendimento
médico profissional de emergência possa ser oferecido ao necessitado, de preferência
em local adequado para a total resolução da situação de emergência que se apresentou
ao trabalhador. Um atendimento inadequado feito pelos primeiros socorristas pode
resultar em uma avaliação deficiente do local, da causa do acidente e das condições
clínicas da vítima.
Portanto Primeiro socorro é a assistência imediata e adequada após um
acidente, e pode significar a diferença entre a vida e a morte, a diferença entre uma
recuperação plena e rápida e a diferença entre uma invalidez parcial ou total. Via de
regra, os Primeiros Socorros serão prestados no local da ocorrência até a chegada de
um médico, e se destinam a salvar uma vida ameaçada e a evitar que se agravem os
males de que a vítima está acometida.
É necessário recordar sempre que nem todos os pacientes que necessitam
cuidados de primeiros socorros são vítimas de lesões; alguns podem ser acometidos de
mal súbito. A capacidade de uma pessoa não adequadamente treinada reconhecer uma
urgência real está 95% reduzida em relação àquela com adequado treinamento. O
17

problema é que na maioria dos casos nem a vítima e nem a pessoa que está ao seu lado
são capazes de reconhecer os sinais e sintomas básicos que podem ameaçar a vida e
que, se identificados prontamente, podem ser revertidos ou estabilizados até que se
consiga o atendimento médico profissional.

2.4 Atuando em Primeiros Socorros


Uma das coisas importantes do primeiro socorro é ter a seguinte ideia: O
acidente já aconteceu, já acabou, eu estou diante de uma vítima que está com o corpo
lesado, precisa de atendimento. Este atendimento não tem que ser rápido tem que ser
correto. É preciso primeiro avaliar a vítima. É comum pegar a vítima de qualquer jeito,
colocar no carro e chegar o mais rápido no hospital. Aí são cometidos os maiores erros.
Esta vítima tem que ser primeiro avaliada. Verificar se houve suspeita de lesão de bacia
ou coluna. Não tirar esta pessoa do lugar, não a movimentar em hipótese alguma. É
necessário chamar alguém? Uma pessoa capacitada e com material adequado para
atender essa vítima. O socorrista não precisa necessariamente atuar no atendimento.
Ele pode telefonar, chamar o pessoal da saúde, do resgate, fazer uma outra coisa que
sirva como suporte. A lesão vai ser muito menor do que pegar esta pessoa no colo. Às
vezes, uma lesão de coluna pode ser irreversível. Fraturas fechadas podem transformar-
se em fraturas expostas durante o transporte feito pela família, porque ninguém se
preocupou em fazer imobilização antes.
Qualquer funcionário de empresa pode ser um socorrista. São poucos as
empresas que tem este serviço com médico e enfermeiro. Às vezes, a enfermagem atua
durante o dia e o acidente acontece durante a noite. Neste caso, a equipe de socorristas
tem que estar preparada para agir sozinha, não podendo esperar o atendimento de uma
pessoa mais capacitada, ela tem que prestar o primeiro socorro, com calma bom senso
e criatividade. Quando chega a equipe de saúde, o resgate, é que se dará o segundo
socorro. O primeiro socorrista é aquele que chega perto da vítima e que faz alguma
coisa. Nem que seja tranquilizar, acalmar, fazer com que ela não entre em pânico.
18

O socorrista leva uma carga de conhecimentos para sua casa e comunidade. O


acidente que ocorre na empresa pode acontecer em sua própria residência e, muitas
vezes nós não temos o socorrista comunitário. O acidente é um fato não programado,
ou inesperado que pode provocar prejuízo material ou humano. Este fato não
programado pode ocorrer em qualquer lugar: em casa, no trabalho, no trânsito ou no
lazer. O trajeto casa-trabalho é um dos maiores causadores de acidentes com vítimas
fatais. Portanto, o conhecimento em primeiros socorros não serve para aplicar só nas
empresas, mas para todas as situações. A extensão do ensino dos Primeiros Socorros
a toda comunidade laboral, afora o socorrista, também é seguramente uma prática de
inegável realidade e é obrigação dos setores de saúde e segurança ocupacional, quando
existentes, seja durante a Semana Interna de Prevenção de Acidentes, como em
qualquer outro momento.
Quando da ocorrência de acidente de menor gravidade o primeiro atendimento
será o definitivo. Se o ferimento pode ser tratado satisfatoriamente no local dos
primeiros socorros e permitir que o trabalhador regresse sem problema as suas tarefas,
esta será a conduta.
Apesar de termos nos referido as formas mais catastróficas de Acidentes de
Trabalho, ou seja, aquelas que envolvem morte, invalidez ou incapacidade permanente,
a grande maioria das ocorrências são de magnitude bastante inferior. Na verdade, as
formas mais comuns de acidentes que necessitarão da atuação de um socorrista ao nível
de empresas são os cortes, escoriações, luxações, torções, contusões, traumas oculares
e pequenas queimaduras. Consequentemente, a prática de Primeiros socorros nas
empresas difere do padrão habitual, mas os objetivos são os mesmos. É neste contexto
que a figura do socorrista, adequadamente treinado pode oferecer a assistência inicial
de Primeiros Socorros, para a grande maioria das ocorrências de forma confiável e
segura.
Podemos dizer que quem presta primeiro socorro deve inteirar-se do caso,
conseguindo informações do acidentado ou dos acompanhantes, avaliar as lesões e
19

procurar tratá-las convenientemente, encaminhar ou chamar o médico o mais breve


possível, procurando já inteirá-lo das lesões e condições do paciente.

2.5 Legislação
A legislação internacional sobre o assunto é determinada pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT) na Recomendação nº 112, produzida na Conferência
Geral de junho de 1959 e faz referência às funções dos Serviços de Medicina do Trabalho
nos locais de trabalho na sua parte IV, item nº 8, letras I e NJ, que afirma
respectivamente:
• Os primeiros socorros às vítimas de acidentes ou de indisposições, assim
como, em certas circunstâncias e de acordo com as partes interessadas
(incluindo o médico que trata do trabalhador), os tratamentos médicos
ambulatoriais para os trabalhadores que não tenham interrompido seu
trabalho ou que o tenham de prosseguir.

• A formação de pessoas encarregadas dos primeiros socorros e sua


instrução periódica, assim como a vigilância e a conservação do material
de primeiros socorros em colaboração com os serviços e organismos
interessados.

Na convenção nº 161, datada de 1985, da qual o Brasil é signatário, e que dispõe


sobre as funções e condições de funcionamento dos Serviços de Saúde no Trabalho, em
sua parte II, Artigo 5 e letra j:
• Organizar serviços de primeiros socorros e de emergência.

No Brasil, esta obrigatoriedade está regulamentada no Capítulo V da


Consolidação das Leis do Trabalho (Lei 6514, de 22 de dezembro de 1977),
estabelecendo em seu parágrafo 4 do artigo 168:
20

• O empregador manterá no estabelecimento, o material necessário à


prestação de primeiros socorros médicos, de acordo com o risco da
atividade.
A Norma Regulamentadora nº 7, aprovada pela portaria nº 24 de 29 de
dezembro de 1994, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), intitulada
Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, e alterada em parte, pela portaria
SST nº 8 de 8 de maio de 1996, cita em seu item 7.5.1:
• Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário a
prestação de primeiros socorros, considerando-se as características da
atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local
adequado, e aos cuidados de pessoa treinada para este fim.
A NR nº7 (PCMSO) neste item, trata dos primeiros socorros nas empresas, mas
não nos dá subsídios para montarmos Unidades de Primeiros Socorros, diferente da NR
nº5 (CIPA) que determina a estrutura, constituição e funcionamento das Unidades de
Primeiros Socorros.
Além da NR nº 5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), a NR nº 10
(Instalações e Serviços em Eletricidade) e a NR Rural nº2 (Serviço Especializado em
prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - SEPATR), corroboram a obrigatoriedade
destes serviços nas situações especificas a que se referem.
Desta forma, torna-se evidente a preocupação das autoridades nacionais e
internacionais com organização dos serviços de primeiros socorros em todos os locais
onde existam trabalhadores, independente dos riscos a que estão expostos,
estabelecendo leis a serem cumpridas sob pena de severas sanções e punições.
Contudo, em nosso país, está obrigatoriedade legal somente tem sido válida para a
classe trabalhadora regida pela CLT, não abrangendo aqueles trabalhadores de órgãos
públicos, que ficam à mercê de analogias jurídicas por parte de seus administradores,
para poderem obter algum direito nesta área da Saúde Ocupacional.
A legislação vigente indica a necessidade do atendimento médico emergencial.
Baseado nisto, propomos a adequação de critérios para implementar Serviços de
21

Primeiros Socorros na Empresa, com a premissa de uma estrutura adequada para


efetivos atendimentos às vítimas de acidentes de trabalho.

2.6 Formação da equipe


Como os acidentes ocorrem, frequentemente, de maneira súbita e imprevista,
nem sempre é possível a presença do médico ou enfermeiro no atendimento inicial ao
acidentado. Daí a grande importância de se ter indivíduos adequadamente treinados,
dentro da empresa ou da comunidade, para a prestação de primeiros socorros, por
acidente ou mal súbito.
As empresas inseridas nas comunidades sejam quais forem seus objetivos ou
finalidades, devem criar facilidades para terem um adequado sistema de prestação de
primeiros socorros associando-se, sempre que possível, aos serviços similares ou de
complementação como serviços de remoção, hospitais e ambulatórios de urgência,
tanto para resolução de suas emergências como auxílio no treinamento de seus
socorristas.
O número de socorristas formados em uma empresa está na dependência direta
do número de funcionários e do grau de risco existente. De um modo geral, deve haver,
pelo menos um socorrista em cada local de trabalho com mais de 20 trabalhadores.
Embora não exista no Brasil, uma estipulação legal regulamentando o assunto de forma
quantitativa, se atentarmos para a recomendação da OIT (Organização Internacional do
Trabalho) deverá haver ainda um socorrista adicional se houver mais do que 150
trabalhadores e, a partir daí um para cada 200 trabalhadores. Recomenda-se também
que haja, além dos socorristas, um técnico de enfermagem em tempo integral, se o
número de empregados for superior a 250. Naquelas empresas que possuem brigadas
de incêndios, geralmente, os componentes deste grupo de trabalhadores também
exercem a função de socorristas.
A escolha dos empregados que serão treinados e formados socorristas, deve ser
bastante criteriosa, pois suas funções serão de grande responsabilidade. Mesmo nas
empresas que dispõem de enfermeiros e médicos, em tempo integral ou não, a
22

importância das funções do socorrista não diminui, pois é a ele que caberá garantir o
suporte básico de vida numa situação de gravidade. Mesmo nas ocorrências mais
simples, é este trabalhador que poderá ser o responsável pela preservação da
capacidade laborativa e diminuição do dano em um colega acidentado.
O envolvimento dos trabalhadores é fundamental na formação da equipe de
socorristas. Uma equipe de socorristas deve ser formada por trabalhadores que tenham
facilidade para o desempenho dessas atividades, de preferência, que realizem funções
e trabalhem em locais de risco como técnicos de Segurança do Trabalho, seguranças,
guardas ou bombeiros. E importante lembrar que nem sempre o médico, enfermeiro ou
os auxiliares de enfermagem estão presentes 24 horas por dia na empresa. Portanto,
nada impede que qualquer pessoa seja treinada como socorrista.
Existem profissionais específicos para a formação deste grupo. Na equipe de
socorristas para atendimento médico, os profissionais da saúde devem estar bem
treinados, mas também não devemos esquecer, que existem os profissionais do
primeiro atendimento, como bombeiros, segurança pública, defesa civil, entre outros
que controlam o local, a proporção do acidente e o isolamento da área. Dependendo
da estrutura da equipe, treinamentos e equipamentos, pode até não constar médico no
grupo local, mas este terá que estar na retaguarda, coordenando os procedimentos até
o recebimento das vítimas.
A Realidade- Apesar da obrigatoriedade de um grupo integral de primeiros
socorros na empresa, previsto na NR 7. na prática, a existência de um atendimento
deste é agregada muitas vezes, aos riscos de empresa e seu tamanho. Só deve ser
obrigatória à permanência de um grupo específico em uma empresa com riscos muito
altos e especiais. Manter uma equipe pronta que raramente será acionada é muito
desmotivante. Porém deixá-los em tarefas secundárias, como vigilância, segurança
patrimonial, ambulatório médico, com meio de comunicação para chamadas urgentes,
pode ser válido. Cada empresa tem uma realidade que deve ser analisada.
Uma alternativa é a formação de grupos diferentes que atuem em vários turnos,
caso existam estes horários alternados. Ou também pode-se estabelecer uma rotina de
23

atendimento, onde são definidos os passos para um socorro eficiente como a atuação
do socorrista, a comunicação com o serviço médico, o transporte para remoção, entre
outros procedimentos.
O ideal seria que todas as empresas mantivessem estes serviços independentes
do tamanho ou risco. Como tal não acontece, deveria ser pelo menos obrigatório a
permanência de socorristas treinados em empresas de grande porte e risco, a exemplo
das brigadas de incêndio. Os locais de maior risco deveriam ser identificados, onde
seriam convidados voluntários para participar da equipe.
Anotações
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Anotações
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____________________________________ Primeiros socorros são intervenções que devem ser feitas de
maneira rápida, logo após o acidente ou mal súbito, que visam a
____________________________________ evitar o agravamento do problema até que um serviço especializado
de atendimento chegue até o local. Essas intervenções são muito
____________________________________ importantes, pois podem evitar complicações e até mesmo evitar a
morte de um indivíduo.
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