Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIOS DE FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA
PROFESSOR JOSÉ COELHO NETO

Nome: Eliézer Mendes Silva e Gabriel Alves

Curso: Física Experimental Básica: Mecânica Turma: PU9A

Data da realização do experimento: 17/11/2022

Forças Impulsivas

Objetivo:

Medir e analisar a força de tração sobre um fio ao ser esticado bruscamente.

Teoria resumida:

Tendo-se compreensão acerca da força resultante sobre um objeto, que se trata do somatório
de todos os vetores de força que o mesmo recebe. Pode-se considerar algumas situações em
que esta força resultante irá variar em função do tempo, tomando o caso onde a mesma irá
variar muito em um curto período, tem-se as colisões, por exemplo.

O caso do experimento tratado também se enquadra nesta situação, na qual a força resultante
irá sofrer uma grande variação em um intervalo de tempo muito curto

Utilizando-se como base a segunda lei de Newton, tem-se que quando uma força F é aplicada
em uma partícula, seu momentum sofre uma alteração:

𝐹 = 𝑚𝑎
𝜕𝑣
𝐹=𝑚
𝜕𝑡
No caso do experimento, nota-se uma relação semelhante:

𝑭 = 𝑑𝒑/𝑑𝑡
Na qual F será igual a derivada do momentum com relação ao tempo.

Nota-se que, se houver uma força resultante igual a 0, o momentum se manterá constante,
como uma linha horizontal em um gráfico que o representa, o que caracteriza uma derivada
(inclinação do gráfico, neste caso) igual a zero.
Percebe-se, portanto, que a operação inversa à derivação, no caso a integração, quando
aplicada na força, em um intervalo de tempo, se encontra a variação do momentum.
𝑡𝑓

∆𝒑 = 𝒑𝑓 − 𝒑𝑖 = ∫ 𝑭𝑑𝑡
𝑡𝑖

Utilizando-se do teorema impulso-momentum, tem-se por definição que como:


𝑡𝑓

𝐼 = ∫ 𝑭𝑑𝑡
𝑡𝑖

Então:

𝐼 = ∆𝒑

Material:

- Computador;

- Interface;

- Sensor de força;

- Suporte com régua milimetrada;

- Fio de nylon;

- Fio de algodão;

- Objeto com gancho.

Procedimento:

- Verifica-se os equipamentos e materiais que serão utilizados, para testar o funcionamento e


para se ter uma melhor compreensão do experimento;

- Realizou-se a medida das massas do objeto preso ao fio de nylon e do objeto preso ao fio de
algodão;

- Conectados a interface e o sensor ao computador, buscou-se determinar uma frequência de


captação adequada para o experimento e realizou-se a tara do sensor (sem haver tensão no
fio, ou seja, com o objeto segurado no ar, de forma que o fio não fique esticado);

- Iniciou-se o registro dos pontos, e soltou-se o objeto anteriormente pendurado a uma altura
de aproximadamente 20 centímetros (a partir do ponto mais baixo do fio);

- Projetou-se os resultados encontrados em um gráfico e através do computador determinou-


se a área do primeiro pico apenas.
Dados Obtidos:

Os dados que foram possíveis de se medir são:

- Massa do objeto preso ao fio de algodão: 𝑚𝑎 = 95,3 ± 0,5𝑔;

- Massa do objeto preso ao fio de nylon: 𝑚𝑛 = 95,4 ± 0,5𝑔;

- Altura medida de forma aproximada, para os dois casos: ℎ = 20,0 ± 0,5 𝑐𝑚;

- Aceleração gravitacional: 𝑔 = 9,78 ± 0,05 𝑚/𝑠 2 ;

Obteve-se também os dados captados pelo sensor, que foram direcionados ao computador,
que por sua vez organizou os dados em um gráfico e uma tabela, sendo a tabela anexada ao
final, para não prejudicar a formatação.

Análise:

Realizando-se os procedimentos corretamente, no computador, obtém-se dois gráficos que


representam as medições realizadas utilizando-se o fio de nylon e o fio de algodão. Para o fio
de algodão:

Com isso tornou-se possível calcular a área que este primeiro “pico” representa, sendo que
essa área representa a variação do momentum do fio, e a mesma pode ser calculada pela
integral da força 𝐹, do instante 𝑡𝑖 𝑎 𝑡𝑓 . A área calculada pelo computador foi:
= −0,30175 𝑁𝑠
O gráfico que representa o sistema com fio de nylon, pode ser representado da seguinte
forma:

O valor da área que foi encontrado é:

= −0,31062 𝑁𝑠
Este resultado representa a força de tração do fio, para se determinar a força resultante sobre
o objeto, é necessário realizar a diferença das forças que estão atuando (nesse caso). No
experimento, o objeto está sob a ação de duas forças apenas, e as duas estão no eixo vertical,
porém têm sentidos opostos, além da tensão, o peso do objeto está atuante também, e sua
área nos gráficos (será delimitada pelo pico, e calculada pelo computador) pode ser dada por:

Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑠𝑜 (𝐹𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑔𝑜𝑑ã𝑜) = −0,02577 𝑁𝑠

Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑠𝑜 (𝐹𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑛𝑦𝑙𝑜𝑛) = −0,02478 𝑁𝑠


O impulso da força resultante, ao considerar a força de tração negativa, a aceleração será
positiva, e o impulso negativo, que pode ser descrito por:

𝐼 =𝑇−𝑃
𝐼𝑎𝑙𝑔𝑜𝑑ã𝑜 = −0,275976 𝑁𝑠

𝐼𝑛𝑦𝑙𝑜𝑛 = −0,28584 𝑁𝑠

Ao considerar que a energia mecânica do objeto é conservada durante a queda, tem-se que:

𝐸𝑝𝑔 = 𝐸𝑐

𝑚𝑣𝑖 2
𝑚𝑔ℎ =
2
Encontrando-se assim a velocidade inicial:
𝑣𝑖 = 1,97 𝑚/𝑠
Essa velocidade é equivalente ao sistema com fio de algodão e ao sistema com fio de nylon.
Para calcular-se a velocidade final, que será diferente nos dois sistemas, utiliza-se:

𝐼 = 𝑚𝑣𝑓 − 𝑚𝑣𝑖

Isolando a velocidade final que se deseja obter:

𝑣𝑓 = 𝐼 + 𝑚𝑣𝑖 /𝑚

𝑣𝑓 (𝑎𝑙𝑔𝑜𝑑ã𝑜) = −0,92𝑚/𝑠

𝑉𝑓 (𝑛𝑦𝑙𝑜𝑛) = −1,03 𝑚/𝑠

Para se calcular a perda percentual de energia tem-se que:


𝑣𝑓
∆𝐸 = 𝐸(1 − ( )2 )
𝑣𝑖
∆𝐸 𝑣𝑓
= 1 − ( )2
𝐸 𝑣𝑖
Nota-se algumas observações a respeito desta fórmula, percebe-se que como no sistema há
conservação de massa, o único valor variável entre a energia cinética final e inicial serão as
velocidades elevadas ao quadrado. Percebe-se também que a energia cinética final será menor
neste caso pois a velocidade final é menor que a velocidade inicial (como está elevado ao
quadrado, os sinais das velocidades final e inicial não importaram para este cálculo).
Calculando:
∆𝐸
= 0,78191 𝑜𝑢 78%
𝐸 𝑎𝑙𝑔𝑜𝑑ã𝑜
∆𝐸
= 0,72664 𝑜𝑢 73%
𝐸 𝑛𝑦𝑙𝑜𝑛

Percebe-se uma maior perda percentual de energia no fio de algodão, assim como um valor de
tensão máxima (mínimo local no gráfico) mais alto que o fio de nylon, com isso percebe-se que
a tensão não se “distribui” da mesma forma que no fio de nylon, sendo que a tensão máxima
(também mínimo local) é um valor menor, e área apresenta um valor maior, isso demonstra
que o gráfico do fio de nylon, não apresenta uma “concavidade” tão acentuada como o do fio
de algodão.

Discussão e Fechamento:

De acordo com o resultado que se pôde obter, comprovou-se o que era esperado para os fios
de nylon e de algodão, nota-se, no entanto, que não há valores medidos experimentalmente
para as velocidades, portanto, não há como prever a aproximação com um valor real medido
para essa grandeza.

Porém, considerando-se que o experimento apresenta várias aproximações, como por


exemplo, a conservação da energia mecânica na queda, a aproximação da altura de 20
centímetros para se soltar o objeto, além de possíveis erros experimentais durante o
procedimento. O que se espera é que os valores encontrados apresentem certa proximidade
com um possível valor medido experimentalmente, no entanto, ainda apresentará uma
diferença considerável, devido aos fatoras mencionados. Mas que, por sua vez, isso já basta
para a confirmação da teoria proposta ao experimento.

Questão: Ao escolher em qual corda, busca-se uma corda na qual não se tencione
drasticamente em um intervalo de tempo muito curto. Portanto, busca-se a corda a qual
apresentará o menor valor de tensão máxima, que tenha a concavidade menos acentuada,
consequentemente está será a corda que apresentará maior propriedade elástica. Então a
curva dois representa a melhor corda neste caso.

Apêndice:

Tabela dos valores (algodão):

Tabela dos valores (nylon):


Referências Bibliográficas:

Física Experimental Básica na Universidade, Departamento de Física – Instituto de Ciências


Exatas– Universidade Federal de Minas Gerais, Edição Junho/2018, Belo Horizonte – MG.

Você também pode gostar