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DISCIPLINA
TÓPICOS ESPECIAIS EM
FÍSICA
2
Sumário
UNIDADE 01 - APRESENTAÇÃO ..............................................................................3
UNIDADE 02 - A FÍSICA MODERNA .........................................................................4
2.2 – A Física Nuclear ......................................................................................................... 7
2.3 – A Equivalência Massa-Energia................................................................................ 7
2.4 - Dimensões Nucleares ................................................................................................ 9
2.5 - Energia de Ligação................................................................................................... 11
UNIDADE 03 – ATUALIDADES NA FÍSICA.............................................................12
3.1 - Colisão recorde de prótons - Experiência para decifrar Big Bang.................... 12
3.2 - Acelerador de partículas retoma busca de mistérios cósmicos ........................ 13
21/02/2011 - 16h55 / Atualizada 21/02/2011 - 16h55.................................................. 13
3.3 - ACELERADOR DE PARTÍCULAS PODERIA SER USADO COMO MÁQUINA
TEMPO ................................................................................................................................ 14
3.4 - MAIOR ACELERADOR DE PARTÍCULAS CONQUISTA MAIS UM
RECORDE .......................................................................................................................... 15
3.5 - Acelerador de partículas continua funcionando em 2012 .................................. 15
3.6 - Maior acelerador de partículas do mundo cruza "fronteira simbólica" ............. 16
UNIDADE 04 - ARTIGO: O GERADOR ELETROSTÁTICO E SUAS APLICAÇÕES
..................................................................................................................................17
4.1 - O acelerador eletrostático ....................................................................................... 17
4.2 - A Importância dos Aceleradores Eletrostáticos ................................................... 20
UNIDADE 05 - A RELATIVIDADE DE EINSTEIN ....................................................22
5.1 - Os Postulados de EinsteIn ...................................................................................... 26
5.2 - Massa e Energia ....................................................................................................... 30
5.3 - A estrutura da matéria e do átomo ........................................................................ 31
5.4 - Estrutura do núcleo .................................................................................................. 32
5.5 - FUSÃO E FISSÃO NUCLEAR ............................................................................... 34
5.6 - Radioatividade........................................................................................................... 37
UNIDADE 06 - A FÍSICA CLÁSSICA DE CABEÇA PARA BAIXO: como Einstein
descobriu a teoria da relatividade especial1 .........................................................49
6.1. Introdução ................................................................................................................... 49
6.2. Uma conversa em maio ............................................................................................ 49
6.3. Problemas de fronteira da física clássica............................................................... 52
6.4. A fase da experimentação ........................................................................................ 55
6.5. A fase da teorização .................................................................................................. 58
6.6. A fase da reflexão ...................................................................................................... 61
6.7. O início de uma revolução ........................................................................................ 65
UNIDADE 07 - FÍSICA E REALIDADE* ....................................................................67
7.1. Generalidades acerca do método científico .......................................................... 67
7.2. Estratificação do sistema científico ......................................................................... 70
7.3. A mecânica e a tentativa de sobre ela fundamentar toda a Física .................... 71
7.4. O conceito de campo................................................................................................. 79
7.5. A teoria da relatividade ............................................................................................. 82
7.6. Teoria quântica e o fundamento da Física............................................................. 87
7.7. Relatividade e corpúsculos....................................................................................... 94
ANEXOS ...................................................................................................................98
REFERÊNCIAS UTILIZADAS E CONSULTADAS.................................................113
3
UNIDADE 01 - APRESENTAÇÃO
1
VIDE ANEXO 01.
6
E=hf
7
Z = número de prótons
A = número de massa
N = número de nêutrons
A=Z+N
Isótopos = mesmo Z
Isóbaros = mesmo A
Isótonos = mesmo N
Portanto, o raio do núcleo de ouro deve ser menor do que 3x10-14 m, isto é,
menos do que 1/10000 do raio atômico. É razoável esperar que o volume nuclear
seja proporcional ao número de massa. Assim, considerando o núcleo como uma
esfera de raio R, tem-se:
R=R0A1/3,
Onde:
R0=1.2x10-15 m.
Para o ouro, A=197, tem-se R=7x10-15m. Com esta dimensão, resulta que a
densidade da matéria nuclear é da ordem de 2x1017 kg/m3.
As dimensões nucleares são mais convenientemente descritas através de
uma nova unidade, denominada fermi ou fentômetro (fm), definida por 1 fm = 10-15
m.
11
E=DMc2
12
Novas percepções
Os cientistas esperam que o estudo traga novas percepções sobre a natureza do
Cosmos e sua formação.
Dois feixes de prótons estavam circulando em direções opostas no túnel desde 19
de março. Depois de alcançar estabilidade, os feixes tiveram suas trajetórias
cruzadas para a colisão.
O evento de 7 Tev, que ocorreu às 13h00 (08h00 em Brasília), foi o com maior nível
de energia já produzido em um acelerador de partícula.
Mas os cientistas alertam que levará tempo para analisar a informação reunida com
o impacto das partículas sub-atômicas e que não se deve esperar resultados
imediatos.
"As principais descobertas acontecerão somente quando formos capazes de coletar
bilhões de eventos e identificar entre eles raros eventos que podem apresentar um
2
tomdafisica.blogspot.com/2011/04/ciencia.html
13
3
http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2011/02/21/acelerador-de-particulas-retoma-busca-de-
misterios-cosmicos.jhtm
14
Pode parecer roteiro de filme de ficção científica, mas físicos acreditam que a
viagem no tempo pode ser feita usando instalações já existentes. Segundo eles, o
maior acelerador de partículas do mundo tem chances de ser usado como uma
máquina do tempo para enviar um tipo especial de matéria ao passado.
Os cientistas estudam uma forma de usar o Large Hadron Collider (LHC), o
acelerador de partículas de 27 quilômetros de comprimento, enterrado no solo perto
de Genebra, para enviar uma partícula hipotética de volta no tempo.
A questão, porém, ainda depende de algumas condições. Entre elas, a grande
questão da existência ou não da tal partícula e a possibilidade de ela ser criada na
máquina. ―Nossa teoria é a longo prazo, mas não é nada que não viole as leis da
física ou restrições experimentais,‖ afirma o físico Tom Weiler, da Universidade
Vanderbilt.
Se a teoria se mostrar correta, os pesquisadores asseguram que o método poderia
ser usado para enviar mensagens tanto para o passado quanto para o futuro.
A hipotética partícula - Existem duas partículas relacionadas com a teoria da viagem
no tempo: a Higgs singlet e a Higgs bóson.
A busca pela bóson foi uma das principais motivações para a construção do LHC em
primeiro lugar. Desde que o acelerador começou a funcionar regularmente ano
passado, ele procura por Higgs bosons. A máquina continua trabalhando
arduamente.
Se o acelerador for bem sucedido em produzir a Higgs boson, acredita-se que a
outra partícula também seja criada ao mesmo tempo. Esta partícula pode ter uma
capacidade única de escapar das três dimensões de espaço e uma dimensão de
tempo em que vivemos e alcançar uma dimensão oculta que alguns modelos de
física avançada acreditam existirem. Ao viajar através da dimensão oculta, as Higgs
singlets poderiam entrar novamente nas dimensões em um ponto a frente ou para
trás no tempo a partir de quando eles saíram.
―Uma das coisas atraentes desta abordagem sobre a viagem no tempo é que ela
evita todos os grandes paradoxos‖, explica Weiler. ‖Porque a viagem no tempo é
limitado a essas partículas especiais. Não é possível para um homem a viajar no
tempo e assassinar um de seus pais antes que ele nasça, por exemplo‖, exemplifica.
Contudo, se os cientistas puderem controlar a produção das Higgs singlets, eles
serão capazes de enviar mensagens para o passado ou futuro.
4
http://hypescience.com/acelerador-de-particulas-poderia-ser-usado-como-maquina-tempo/
15
DE SÃO PAULO
Os experimentos no acelerador de partículas LHC (sigla em inglês de Grande
Colisor de Hádrons) continuam até o fim de 2012, sem interrupção, informou a Cern
(sigla francesa de Organização Europeia de Pesquisa Nuclear). Antes, o
encerramento das atividades estava programado neste ano.
Segundo a Cern, que administra o acelerador, há grandes probabilidades de se
chegar a novos achados físicos nos dois anos seguintes.
5
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/maior+acelerador+de+particulas+conquista+mais+um+recorde/n
1596973481137.html
6
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/869080-acelerador-de-particulas-continua-funcionando-em-2012.shtml
16
7
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2011/05/23/interna_ciencia
_saude,253487/maior-acelerador-de-particulas-do-mundo-cruza-fronteira-simbolica.shtml
17
• A velocidade de propagação da luz no espaço livre tem o mesmo valor para todos
os observadores, não importando o movimento da fonte ou do observador; ou seja, a
velocidade da luz é uma constante.
Mas sua teoria demorou a ser aceita, pois confronta com a nossa intuição e
nosso bom senso. Coisas estranhas começam a surgir. Um exemplo é que agora
o tempo e o espaço são relativos. Dependerão do movimento do observador.
1º exemplo: velocidades relativas
2º exemplo: simultaneidade
24
A teoria de Einstein previa que a luz também seria atraída pelos corpos, mas
esse efeito seria pequeno e, assim, só poderia ser observado quando a luz
passasse perto de corpos de grande massa, como por exemplo, o Sol.
A confirmação dessa teoria aconteceu em 19 de maio de 1919. Nesse dia
ocorreu um eclipse do Sol que propiciou a obtenção de fotos de estrelas durante o
dia. Comparando-se a posição obtida da estrela (posição aparente) com a posição
em que ela deveria estar, seria possível constatar se o raio de luz sofre desvio ao
passar perto do Sol.
Do mesmo modo, se o corpo perder energia, sua massa inercial irá diminuir.
Assim, a massa de um tijolo quente é maior do que a de um tijolo frio; uma mola
comprimida tem massa maior do que quando não estava comprimida, pois o
acréscimo de energia potencial elástica ocasiona um aumento da massa inercial da
mola. Quando um corpo tem sua velocidade aumentada, aumenta também sua
energia cinética; é esse aumento de energia cinética que acarreta o aumento da
massa inercial do corpo.
Nas aulas de Química você deve ter aprendido a lei da conservação da
massa de Lavoisier. Segundo essa lei, a massa total dos reagentes é igual à massa
total dos produtos de uma reação química. Agora sabemos que essa igualdade é
aproximada, pois durante uma reação química em geral há absorção ou liberação de
calor (ou luz) para o ambiente. Desse modo há uma variação de massa.
Porém, como ocorreu no exemplo anterior, essa variação de massa é tão
pequena que as balanças não conseguem determiná-la. Só foi possível verificar a
validade da equação de Einstein quando os físicos conseguiram analisar as
transformações com os núcleos dos átomos, pois, durante essas transformações, as
variações de massa são muito maiores do que as que ocorrem numa reação
química e, assim, podem ser mais facilmente percebidas. É importante ressaltar que
no interior do núcleo há dois tipos de energia potencial: a energia potencial elétrica,
devida à repulsão elétrica entre os prótons, e a energia potencial nuclear,
correspondente à força nuclear que mantém os componentes do núcleo unidos.
Os isótopos
O número de nêutrons no núcleo pode ser variável, pois eles não têm carga
elétrica. Com isso, um mesmo elemento químico pode ter massas diferentes.
Átomos de um mesmo elemento químico com massas diferentes são denominados
isótopos.
O hidrogênio tem 3 isótopos: o hidrogênio, o deutério e o trício (ou trítio).
Isótopos de Hidrogênio:
Prótio: O prótio que também pode ter o nome de Monotério, Hidrogênio Leve
é um dos isótopos estáveis do hidrogênio e o seu núcleo é formado por apenas 1
próton e 1 elétron, e não contém nêutron.
A fusão nuclear?
Dois ou mais núcleos atômicos se juntam, formando um outro núcleo maior;
É necessária muita energia cinética, que permita vencer a repulsão dos núcleos e
haja o contato e a iteração entre eles;
A energia liberada depois da fusão é geralmente muito maior que a energia
consumida;
A fusão ocorre mais facilmente entre núcleos que têm um pequeno número de
prótons.
35
5.5.3 - Tokamaks
5.6 - RADIOATIVIDADE
Esses materiais, que não são utilizados em virtude dos riscos que
apresentam, são chamados de Rejeitos Radioativos. Na realidade, a expressão
―lixo atômico‖ é um pleonasmo, porque qualquer lixo é formado por átomos e,
portanto, é atômico. Ele passa a ter essa denominação popular, quando é
radioativo.
O ACIDENTE EM GOIÂNIA
Após vários anos de uso, a fonte foi desativada, isto é, não foi mais utilizada,
embora sua atividade radioativa ainda fosse muito elevada, não sendo permissível a
abertura do invólucro e o manuseio da fonte sem cuidados especiais.
A Clínica foi transferida para novas instalações mas o material radioativo não
foi retirado, contrariando a Norma da CNEN. Toda firma que usa material radioativo,
ao encerrar suas atividades em um local, deve solicitar o cancelamento da
autorização para funcionamento (operação), informando o destino a ser dado a esse
material. A simples comunicação do encerramento das atividades não exime a
empresa da responsabilidade e dos cuidados correspondentes, até o recebimento
pela CNEN.
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A DESCONTAMINAÇÃO EM GOIÂNIA
Como foi mencionado, o ―pó brilhante‖ foi distribuído para várias pessoas,
inclusive crianças, o que resultou em irradiação dos envolvidos. Móveis, objetos
pessoais, casas (pisos e paredes) e até parte da rua foram contaminados com césio-
137.
No caso das pessoas, procedeu-se a um processo de descontaminação,
interna e externamente, o que foi feito com sucesso, com exceção das 4 vítimas
fatais imediatas. Aquele que poderia ser a quinta vítima, por ter sido altamente
contaminado (e que foi descontaminado), morreu de cirrose hepática e não em
decorrência do acidente.
Quanto aos objetos (móveis, eletrodomésticos etc.), foram tomadas
providências drásticas, em razão da expectativa altamente negativa e dos temores
da população. Móveis e utensílios domésticos foram considerados rejeitos
radioativos e como tal foram tratados.
Casas foram demolidas e seus pisos, após removidos, passaram também a
ser rejeitos radioativos. Parte da pavimentação das ruas foi retirada. Estes rejeitos
47
Contaminação e irradiação
É importante esclarecer a diferença entre contaminação radioativa e
irradiação. Uma contaminação, radioativa ou não, caracteriza-se pela presença
indesejável de um material em determinado local, onde não deveria estar.
48
6.1. INTRODUÇÃO
Mas como teria sido possível que uma conversa entre Einstein e Besso
naquele maio de 1905 possa ter dado início a uma processo de consequências tão
amplas para a mudança dos sistemas de conhecimento? Naturalmente tal conversa
representou apenas um ponto final de um longo processo. Einstein havia se
envolvido praticamente desde sua juventude com problemas da eletrodinâmica -
afinal sua família fabricava equipamentos elétricos. Já com dezesseis anos o jovem
Albert escreve um texto acerca do éter como intermediador dos fenômenos
elétromagnéticos e ópticos [7]. No ano seguinte ele se pergunta como uma onda de
luz pareceria para um observador que se movesse ele próprio com a velocidade da
luz na direção da propagação desta onda [8].
Deveria se observar uma espécie de onda estacionária, mas algo assim
parecia não existir. Este Gedankenexperiment juvenil traz também à tona a questão
53
a respeito de qual seria a velocidade da luz medida por tal observador. A resposta a
esta pergunta parecia depender basicamente do modelo adotado como base para o
éter. Em um éter em repouso, ou seja, que não fosse arrastado pelo sistema em
movimento e pelo observador, a velocidade da luz relativa ao sistema em movimento
deveria sempre mudar.
fronteira é que se poderia saber até que ponto os diferentes conceitos das três
diferentes áreas eram coerentes entre si. Por outro lado, o descobrimento de
incoerências conceituais quando associado a um problema concreto funciona,
tipicamente, como motor de inovações científicas, pois toda tentativa de resolver um
problema concreto obriga concomitantemente a que repensemos os conceitos
envolvidos e pode, pela transformação destes conceitos ou de teorias inteiras, abrir
novos horizontes.
Por este motivo os problemas de fronteira da física clássica puderam se
tornar os pontos de partida para a superação destas mesmas fronteiras. O problema
da radiação térmica do corpo negro em equilíbrio, no qual Max Planck houvera
trabalhado, era um problema deste natureza por se encontrar na fronteira entre a
teoria do calor e a teoria da radiação do eletromagnetismo. Este problema tornou-se
um dos cernes da mecânica quântica em grande parte devido estar ele no centro de
um trabalho publicado por Einstein de 1905 além de seus outros três trabalhos
revolucionários [9].
O problema do movimento browniano, este também objeto de um trabalho
de Einstein no seu annus mirabilis [10], encontrava-se na fronteira entre a mecânica
e a teoria do calor e veio a ser um ponto de partida da moderna mecânica etatística.
Finalmente a eletrodinâmica dos corpos em movimento, o brinquedo preferido de
Einstein, engloba, como já mencionado, problemas de fronteira entre a mecânica e o
eletromagnetismo, e dela desenvolveu-se a teoria da relatividade. Em outras
palavras, todas as mudanças conceituais importantes da física do início do século
XX tiveram sua origem em problemas nas fronteiras da física clássica.
Do surgimento da teoria da relatividade especial pode-se vislumbrar um
exemplo de como tal mudança se concretiza como resultado da interação entre o
conhecimento disponível da física de então com o ponto de vista individual de um
pesquisador. Independente do que a perspectiva de Einstein em pontos específicos
possa ter determinado, ela necessariamente contribuiu para que sua atenção fosse
desviada para aqueles problemas de fronteira da física clássica.
Esta perspectiva se desenvolve, como mostraremos a seguir, em três
etapas:
Fase da experimentação
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Fase da teorização
Fase da reflexão
determinado pela teoria cinética dos gases de maneira a se obter uma espectro de
radiação que concordasse, com um altíssimo grau de precisão, com os resultados
experimentais.
A teoria corpuscular especulativa de Einstein para a luz foi, na realidade, a
base heurística comum aos seus trabalhos sobre a hipótese do quantum de luz e a
sua eletrodinâmica dos corpos em movimento. Foi graças ao seu interesse na
possibilidade de se construir pontes entre áreas específicas da física por meio do
atomismo que seus trabalhos do miraculoso ano de 1905 sobre o movimento
browniano e a determinação de dimensões moleculares devem sua existência.
Também a eletrodinâmica dos corpos em movimento ganha uma nova face
quanto olhada sob esta perspectiva, pois era de se esperar que para esta nova
teoria corpuscular da luz as leis da mecânica, em particular o princípio da
relatividade de Galileu e a conhecida composição de velocidades continuassem
válidas. A teoria corpuscular proporcionava também a explicação mais simples
imaginável para a aberração como consequência da composição das velocidades da
luz e da Terra, sem necessidade de recorrer à hipótese da existência de um éter,
sobre cujo movimento poder-se-ia quando muito apenas especular. Em uma teoria
corpuscular da luz, construída sobre os fundamentos da mecânica, a velocidade da
luz não pode ser mais uma constante como na teoria do éter em repouso, mas
deveria ser uma função da velocidade da fonte da mesma maneira que a velocidade
de um projétil depende da velocidade do canhão que o dispara.
Porém, ao passo que a teoria do éter em sua forma lorentziana explicava
praticamente todos os fenômenos ópticos e eletromagnéticos, a teoria corpuscular
encontrava-se, quando muito, no berço e, já quando confrontada com problemas
simples como a reflexão da luz por um espelho, se via obrigada a lançar mão das
mais estranhas premissas. Em outras palavras, também nesta segunda fase de seu
trabalho Einstein se encontrava num caminho sem saída. Enquanto o resultado
principal da primeira fase fora o de que todos os fatos experimentais relevantes
estavam dispostos sobre a mesa, o resultado da segunda fase era que, de uma
certa maneira, o mesmo se poderia dizer com relação aos insights teóricos para uma
eletrodinâmica - e estes levavam por um caminho que não passava pela teoria de
Lorentz.
61
Referências
[1] Programa no sítio www.physik.uni-ulm.de/dpg-tagung2004/veinstein.html [ Links ]
[2] Citações referem-se a J. Stachel et al. (eds.), Collected Papers of Albert Einstein (CPAE), v. 1: The
Early Years 1897-1902; v. 2: The Swiss Years: Writings 1900-1909 (Princeton University Press,
Princeton, 1987 e 1989). [ Links ]
[3] Palestra de Einstein em Kyoto no dia 14 de dezembro de 1922, cf. também a nota editorial em
CPAE 2, p. 253-274. [ Links ]
[4] A. Einstein para Mileva Maric, 30 de agosto ou 6 de setembro de 1900, em: CPAE 1, Doc. 74, p.
258; [ Links ]cf. J. Renn e R. Schulmann (eds.), Albert Einstein/Mileva Maric. As cartas de amor 1897-
1903 (Piper, Munique, 1994). [ Links ]
[5] Michelle Besso para Aurel Stodola, 22 de agosto de 1941, Biblioteca Central ETH Zurique, Hs.
496:5.
[6] A. Einstein, Annalen der Physik 17 (1905). Em: CPAE 2, Doc. 23, p. 275-317. [ Links ]
[7] A. Einstein, Verão(?) 1895, em: CPAE 1, Doc. 5, p. 6-9. [ Links ]
[8] A. Einstein , Notas Autobiográficas (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1982). [ Links ]
[9] A. Einstein, Annalen der Physik 17 (1905), em: CPAE 2, Doc. 14, p. 149-169. [ Links ]
[10] A. Einstein, Annalen der Physik 17 (1905), em: CPAE 2, Doc. 16, p. 223-236. [ Links ]
[11] Albert Einstein para Julia Niggli, 28 de julho de 1899, em: CPAE 1, Doc. 48, p. 218-219. [ Links ]
Veja também de Albert Einstein para Mileva Maric, 10(?) de agosto de 1899, em: CPAE 1, Doc. 52, p.
225-227.
[12] Albert Einstein para Mileva Maric, 28(?) de setembro de 1899, em: CPAE 1, Doc. 57, p. 233. [
Links ]
[13] Albert Einstein para Mileva Maric, 10 de setembro de 1899, em: CPAE 1, Doc. 54, p. 229-231. [
Links ]
[14] Também para o que segue M. Janssen e J. Stachel, The Optics and Electrodynamics of Moving
Bodies, em: John Stachel Going Critical, Kluwer, Dordrecht (no prelo).
[15] "Mas também... o fenômeno da aberração levou-me..." Mensagem de Albert Einstein para R.S.
Shankland, em: CPAE 2, p. 253-274. [ Links ]
[16] Albert Einstein para Mileva Maric, 10(?) de agosto de 1899, em: CPAE 1, Doc. 52, p. 226. [ Links
]
[17] W. Wien, Ann. d. Phys. u. Chem. 65 (1898), n. 3 (Beilage), p. xvii. [ Links ]
[18] Albert Einstein para Marcel Grossmann, 14 de abril de 1901, em: CPAE 1, Doc. 100, p. 290-291. [
Links ]
[19] B.R. Wheaton, The Tiger and the Shark, Empirical Roots of Wave-Particle Dualism (Cambridge
University Press, Cambridge 1983), p. 17. [ Links ]
[20] J. Renn, Einstein as a Disciple of Galileo: A Comparative Study of Concept Development in
Physics, em: M. Beller, R.S. Cohen and J. Renn (eds.), Einstein in Context (Science in Context, v. 6),
Cambridge University Press, Cambridge, 1993, p. 311-341. [ Links ] Veja também J. Büttner, J. Renn
and M. Schemmel, Stud. Hist. Phil. Mod. Phys. 34, 37 (2003). [ Links ]
[21] M. Janssen e J. Stachel, The Optics and Electrodynamics of Moving Bodies, em: John Stachel
Going Critical, Kluwer, Dordrecht (no prelo). Veja também M. Janssen, PhD Dissertation, Univ. of
Pittsburgh (1995).
[22] A. Bernstein, Naturwissenschaftliche Volksbücher (Livros Populares de Ciências Naturais)
(Wohlfeile Gesammt-Ausgabe, Bd. 4, Duncker, Berlin, 1869), 3a. ed., p. 88-98. Bernstein descreve a
sincronização eletromagnética de relógios através de um "Relógio Mestre" que envia sinais elétricos
(p. 91), trazendo à tona a questão da simultaneidade de acontecimentos em locais diferentes (em
particular p. 94 e p. 96). Einstein leu os livros populares de Bernstein entre os anos de 1892 e 1894:
CPAE 1, p. 1xi-1xiii, em particular Nota 54. [Links ]
[23] M. Wertheimer, Produktives Denken (Kramer, Frankfurt/Main, 1957). [ Links ]
[24] R. Rynasiewicz, The Construction of the Special Theory: Some Questions and Considerations,
em: D. Howard and J. Stachel (eds.), Einstein - The Formative Years, 1879-1909 (Einstein Studies v.
8), (Birkhäuser, Boston, 2000), p. 159-202. [ Links ]
[25] J. Stachel, What Song the Syrens Sang: How Did Einstein Discover Special Relativity?, em: John
Stachel, Einstein from "B" to "Z" (Einstein Studies v. 9) (Birkhäuser, Boston, 2002), p. 157-171. [ Links
]
[26] P. Gallison, Einstein's Clocks, Poincaré's Maps. Empires of Time (W.W. Norton and Co., New
York, 2003).
[27] J.D. Norton, Einstein's Investigation of Galilean Covariant Electrodynamics prior to 1905
(preprint).
67
Foi dito frequentemente e com certeza não sem razão que o cientista seria
um mau filósofo. Por que não haveria então de ser o mais correto também para o
físico deixar o filosofar para os filósofos? Isto talvez se aplique em épocas nas quais
os físicos crêem possuir um sólido e inquestionável sistema de conceitos e leis
fundamentais, mas não nos dias atuais, quando os fundamentos da Física como um
todo se tornaram problemáticos. Nestas épocas, nas quais a experiência o obriga a
buscar uma base nova e mais sólida, o físico não pode simplesmente relegar à
Filosofia a análise crítica dos fundamentos, uma vez que apenas ele sabe e sente
melhor que ninguém onde o sapato lhe aperta; na busca por novos fundamentos é
mister que ele procure se esclarecer o melhor possível acerca da necessidade e
legitimidade dos conceitos por ele usados.
Toda ciência não é senão um refinamento do senso comum. É por este
motivo que o senso crítico do físico não pode se restringir à sua ciência em
particular, não devendo ele passar ao largo de uma reflexão crítica do senso comum,
de muito mais difícil análise.
No palco de nossas experiências mentais surgem, em colorida sucessão,
experiências sensíveis, seus quadros mnemônicos, representações e sentimentos.
Contrariamente à Psicologia, a Física ocupa-se (diretamente) apenas com as
experiências sensíveis e com a "compreensão" das relações entre elas. Mas o
conceito de "mundo externo real" do senso comum também se apóia exclusivamente
sobre as impressões sensíveis.
Antes porém devemos notar que a diferenciação entre impressões sensíveis
(sensações) e representações não é conhecida, ou ao menos não o pode ser com
segurança. Não pretendemos aqui nos ocupar com esta problemática que também
envolve o conceito de "realidade", mas tomaremos as experiências sensíveis como
tais, ou seja, um tipo especial de experiência mental existente e reconhecível.
O primeiro passo para o estabelecimento de um "mundo externo real"
repousa, em minha opinião, na construção do conceito de objeto corpóreo, ou
68
entre estas últimas, algum tipo de ordem. Neste sentido o mundo de nossas
experiências sensíveis é compreensível e, que ele o seja, é miraculoso.
Parece-me impossível afirmar algo a priori, por mínimo que seja, acerca do
método pelo qual devemos construir e relacionar conceitos e o modo pelo qual os
ordenar com experiências sensíveis. Apenas o sucesso no estabelecimento de um
ordenamento de experiências sensíveis é que pode julgar. As regras de associação
entre conceitos devem ser simplesmente definidas, pois, caso contrário, o
conhecimento, no sentido em que o almejamos, seria inatingível. Podem-se
comparar estas regras àquelas de um jogo, regras estas em si arbitrárias, mas que
só depois de definidas possibilitam que se jogue. Esta definição de regras, no
entanto nunca será definitiva, mas antes só poderá reclamar para si qualquer
validade na área na qual estiver sendo aplicado no momento (ou seja, não há
categorias finais no sentido estabelecido por Kant).
A associação entre conceitos elementares do senso comum com complexos
de experiências sensíveis só pode ser apreendida intuitivamente e é, do ponto de
vista científico, inatingível pela fixação lógica. A totalidade destas associações - em
si conceitualmente incompreensíveis - é a única coisa que diferencia o edifício da
Ciência de um esquema de conceitos lógicos desprovido de conteúdo. Graças a
elas, as leis puramente conceituais da Ciência tornam-se afirmações gerais acerca
de complexos de experiências sensíveis.
Os conceitos direta e intuitivamente associados aos complexos de
experiências sensíveis típicos serão por nós denominados "conceitos primários". Do
ponto de vista físico todos os outros conceitos apenas têm sentido na medida em
que os fizermos associar, através de leis, aos "conceitos primários". Estas leis são
em parte defini cões de conceitos (e proposições daí logicamente dedutíveis) e em
parte leis que não seguem das defini cões mas que dizem, ao menos indiretamente,
algo a respeito das relações entre "conceitos primários" e com isto entre
experiências sensíveis. Leis deste último tipo são "proposições acerca da realidade"
ou "leis da natureza", quer dizer, leis que têm que ser comprovadas por meio das
experiências sensíveis obtidas através dos conceitos primários. Quais dentre as leis
devemos chamar de defini cões e quais dentre elas de leis da natureza dependem
exclusivamente da representação escolhida; tal distinção só é realmente necessária
70
quando quisermos determinar até que ponto o sistema de conceitos com o qual
estamos lidando naquele momento tem, do ponto de vista físico, um conteúdo.
em muito suplantou a física fenomenológica no que tange à unidade lógica, nos deu,
além disso, valores específicos para as verdadeiras dimensões de átomos e
moléculas, comprovadas por vários métodos independentes e portanto aquém de
quaisquer dúvidas. Este progresso decisivo foi obtido às custas de associarmos, a
pontos materiais, entidades reais (átomos ou moléculas), cujo caráter construtivo-
especulativo era notório; ninguém poderia alimentar a esperança de "perceber
diretamente" um átomo. Leis acerca de grandezas de estado observáveis (e.g.
temperatura, pressão, velocidade) foram deduzidas a partir dos conceitos
fundamentais por meio de cálculos complicados. Assim, através da fundamentação
de uma mecânica newtoniana para átomos ou moléculas, a Física inicialmente
construída mais "fenomenologicamente" foi reconduzida (ao menos parte dela) a
uma base mais distante da experiência, porém mais unificada.
transformações deste tipo têm sentido como expressões de leis naturais gerais
(postulado da covariância geral).
O primeiro objetivo da teoria geral da relatividade era uma formulação
provisória que, através da renúncia a algumas exigências de coerência interna,
estivesse de uma maneira mais simples possível ligada aos "fatos vivenciados". Ao
nos restringirmos à mecânica gravitacional pura, a teoria da gravitação de Newton
serve como modelo. Esta versão provisória pode ser assim caracterizada:
(1) O conceito de ponto material e sua massa são mantidos. A ele é dado
uma lei de movimento que representa a tradução da lei de inércia na linguagem da
teoria geral da relatividade. Esta lei é um sistema de equações diferenciais totais, o
sistema da linha geodésica.
(2) No lugar da lei de interação gravitacional newtoniana entra um sistema
de equações diferenciais covariantes escrito da forma mais simples possível para o
tensor gmn. Este sistema surge ao igualarmos a zero o tensor de curvatura de
Riemann contraído uma vez (Rmn = 0).
Esta formulação nos permite tratar do problema dos planetas, ou mais
precisamente do problema do movimento de pontos materiais de massa
praticamente nula na presença de um campo gravitacional (com simetria central)
gerado por uma massa pontual imaginada como estando em "repouso". Ela não
considera a reação dos pontos materiais "móveis" sobre o campo gravitacional, nem
como a massa central o gera.
É a seguinte analogia com a mecânica clássica que nos mostra o o caminho
para completar a teoria: coloca-se como equação de campo,
para a teoria de campos da relatividade geral, tanto quanto ela o foi originalmente
para a teoria de Maxwell.
Aqui também a tentativa de uma construção teórica de campos para
partículas aparentemente leva a singularidades. Aqui também se procura superar
essa situação desagradável pela introdução de novas variáveis de campo bem como
ao se ampliar e tornar mais complexo o sistema de equações. Há pouco porém
descobri, junto ao Sr. Rosen, que a combinação mais simples de equações de
campo gravitacional e elétrico acima indicada produz soluções de simetria central,
que admitem representações livres de singularidades (as conhecidas soluções de
Schwarzschild com simetria central para o campo gravitacional puro e as soluções
de Reissner para o campo elétrico considerando-se seu efeito gravitacional). Sobre
isto reportaremos brevemente no próximo parágrafo. Uma teoria de campos pura
para a matéria e suas interações, livre de hipóteses adicionais e para cuja
verificação frente aos experimentos nada se contrapõe, a não ser, entretanto sérias
complicações puramente matemáticas, parece-nos factível.
pode assumir valores quaisquer mas antes certos valores discretos, cujas
expressões matemáticas sempre dependiam da constante h de Planck. Também
para a teoria dos átomos (teoria de Bohr) esta concepção era essencial. Para a
transição entre estes estados - com ou sem emissão ou absorção de radiação - não
era possível estabelecer leis causais, mas tão somente leis probabilísticas. O
mesmo valia para os processos de decaimento radioativo de átomos, estudados
aproximadamente na mesma época de maneira mais minuciosa. Durante mais de
duas décadas os físicos tentaram em vão encontrar uma explicação unificada para o
caráter quântico de sistemas e processos. Tal explica cão só foi obtida, porém há
aproximadamente uma década, por dois métodos teóricos que, aparentemente,
eram diferentes em tudo. Um destes nos conduz a Heisenberg e Dirac e o outro a de
Broglie e Schrödinger. A equivalência matemática de ambas as teorias foi logo
reconhecida por Schrödinger. Procurarei aqui esboçar a linha de pensamento de
Schrödinger e de Broglie, que é mais próxima da linha de pensamento do físico, e aí
tecer algumas considerações gerais.
A primeira pergunta é: como podemos associar uma sequência discreta de
valores de energia Hs a um sistema definido no sentido da mecânica clássica (a
função energia é uma função dada das coordenadas qr e dos momentos
canonicamente conjugados pr)? A constante de Planck h associa ao valor de energia
Hs a freqüência Hs/h. Basta então associar ao sistema uma seqüência discreta de
valores de freqüência. Isso nos lembra que na acústica surge o caso onde
associamos uma seqüência discreta de valores de freqüências a uma equação
diferencial parcial linear (para condições de contorno dadas), a saber, as soluções
periódicas senoidais. Schrödinger colocou-se assim a tarefa de associar a uma dada
função da energia E(qr,pr) uma equação diferencial parcial na variável Y, e na qual
os qr e t são as variáveis independentes. E isto ele logrou conseguir (para uma
função complexa Y) de tal maneira que os valores teóricos da energia (Hs) que
seguiam da teoria estatística surgiam de maneira satisfatória a partir das soluções
periódicas da equação.
Além disso, mostrou-se impossível associar um movimento de um ponto
material no sentido que a mecânica lhe atribuía a uma solução específica Y(qr ,t) da
equação de Schrödinger, ou seja, a função Y não representa, ou ao menos nunca
precisamente, os qr como função do tempo t. Porém se mostrou factível interpretar a
89
experiência. Até mesmo uma compreensão das leis do decaimento radioativo nos é
fornecida, ao menos em linhas gerais, por esta teoria.
Jamais deve ter sido criada uma teoria que nos tenha proporcionado uma
chave para a interpretação e cálculo de um tão variado conjunto de observações
experimentais como a mecânica quântica. Apesar disto, acredito ser ela propensa a
nos conduzir ao erro na busca por uma fundamentação unificada da Física; ela é, na
minha opinião, uma representação incompleta das entidades reais que podem ser
construídas a partir dos conceitos fundamentais de ponto material e força (correções
quânticas da mecânica clássica), ainda que a única apropriada. O caráter estatístico
(incompleteza) das leis advém obrigatoriamente da incompleteza da representação.
Quero agora fundamentar esta minha opinião.
Primeiro pergunto: até que ponto a função Y representa um estado real de
um sistema mecânico? Sejam Yr soluções periódicas da equação de Schrödinger
(ordenadas de acordo com valores crescentes de energia). Deixarei
momentaneamente em aberto a pergunta até que ponto os Yr, individualmente, são
descrições completas de estados físicos. Imaginemos primeiramente um sistema no
estado Y1 de energia e1. Então, sobre o sistema atua, por um tempo limitado, uma
pequena força perturbadora. Obtém-se então a partir da equação de Schrödinger,
para um tempo posterior, uma equação Y da seguinte forma,
outro, sem na verdade fornecer uma representação dos processos em si, está
relacionado ao fato que na verdade a teoria não opera com o sistema individual, mas
sim com um ensemble de sistemas. Os coeficientes cr de nosso primeiro exemplo
variam realmente muito pouco sob a ação de forças externas. Entende-se, através
desta interpretação da mecânica quântica, como ela facilmente esclarece o fato que
forças perturbativas fracas podem levar a mudanças arbitrariamente grandes no
estado físico de um sistema. Na verdade estas forças perturbativas criam apenas
mudanças relativamente pequenas na densidade estatística do ensemble de
sistemas, ou seja, apenas uma mudança infinitamente pequena da função Y, cuja
descrição matemática nos oferece dificuldades muito menores que a representação
matemática das mudanças finitas que uma parte do sistema individual sofre.
Seguramente nesta abordagem o processo que ocorre no sistema individual fica
totalmente indeterminado; ele é completamente eliminado da representação através
da abordagem estatística.
Agora no entanto eu pergunto: algum físico realmente acredita que nós
nunca conseguiremos perscrutar estas importantes mudanças nos sistemas
individuais, em sua estrutura e relação causal, não obstante o fato de que estes
processos singulares tornaram-se tão experimentalmente próximos de nós graças às
maravilhosas descobertas da câmara de Wilson e do contador Geiger? Acreditar
nisto sem cair em contradição é, na verdade, possível, mas se contrapõe tão
vivamente ao meu instinto científico, que não posso deixar de lado a procura por
uma interpretação mais completa.
A estas considerações juntam-se outras de diferentes tipos, que por sua vez
também depõem contra o fato que o método trilhado pela mecânica quântica seja
apropriado para propiciar um fundamento útil a toda a Física. Na equação de
Schrödinger o tempo absoluto ou a energia potencial desempenham um papel
chave, conceitos, porém que a teoria da relatividade mostrou serem inadmissíveis,
por princípio. Se quisermos nos libertar disto devemos, no lugar das forças de
interação, tomar por base os campos e suas leis. E isto nos leva a transportar os
métodos estatísticos da mecânica quântica para os campos, ou seja, sistemas com
infinitos graus de liberdade. Embora as tentativas até o momento tenham se
restringido a equações lineares, que pelos resultados da relatividade geral não
devem bastar, as complicações surgidas nos engenhosos esforços empreendidos
93
Esta solução tem uma singularidade em r = 2m, pois o fator de dr2 (g11) se
torna ¥ nesta hipersuperfície. Se substituirmos porém a variável r por r de acordo
com
2
= r – 2m
obtém-se,
95
Sinopse
A Física é um sistema de pensamento lógico em desenvolvimento, cuja base
não pode ser destilada das experiências por um método indutivo mas só pode ser
obtida através da livre invenção. A legitimidade (valor de veracidade) do sistema
reside na confirmação, pela experiência sensível, das afirmações deduzidas, onde a
relação entre a primeira e a última só pode ser apreendida intuitivamente. O
desenvolvimento se dá em direção à crescente simplificação do fundamento lógico.
Para nos aproximarmos deste objetivo, devemos aceitar que a base lógica se torne
cada vez mais distante das experiências e o caminho do raciocínio desde os
fundamentos até às conseqüências deles deduzidas, que têm nas experiências
sensíveis seus correlatos, se torne cada vez mais difícil e longo.
Nosso objetivo foi esboçar, da maneira mais breve possível, o
desenvolvimento dos conceitos fundamentais através de sua dependência no
material da experiência, e o esforço na busca pela perfeição interna do sistema. A
mim parece que o estado atual seria clarificado através desta abordagem (uma
apresentação histórico-esquemática tem as cores pessoais de quem a escreve; isto
é inevitável).
Procurei mostrar como o conceito de objeto corpóreo, espaço, tempo
subjetivo e objetivo dependem uns dos outros e da natureza da experiência. Na
mecânica clássica os conceitos de tempo e espaço são autônomos; o conceito de
objeto corpóreo é substituído, nos fundamentos, por aquele de ponto material,
através do qual a mecânica torna-se, em suas bases, atomística. Ao tentar fazer da
mecânica, fundamento de toda a Física, luz e eletricidade introduzem dificuldades
insuperáveis. Isto leva à teoria de campos para a eletricidade e mais além à tentativa
97
ANEXOS
9
ANEXO 01 – A EVOLUÇÃO DO MODELO ATÔMICO
Idéia filosófica sobre a constituição da matéria
A preocupação com a constituição da matéria surgiu por volta do século V a.C., na Grécia.
O filósofo grego Empédocres, estabeleceu a ―Teoria dos Quatro Elementos Imutáveis‖ onde acreditava que toda
matéria era constituída por quatro elementos: água, terra, fogo e ar, que eram representados pelos seguintes
símbolos:
Esses 4 elementos básicos eram aliados às quatro qualidades: quente, frio, seco e úmido:
Tudo na natureza seria formado pela combinação desses quatro elementos, em diferentes proporções.
Leucipo de Mileto (aprox. 500 a.C) nos deu a primeira noção de átomo, partindo da própria semântica da palavra:
ÁTOMO vem do grego "A-TOMOS" e significa INDIVISÍVEL. Ele acreditava também que o vácuo não existia
somente no mundo em que vivemos, mas muito além, no infinito espaço do cosmos. Achava, ainda, que existia
um número infinito de mundos, todos compostos de um número infinito de átomos.
Demócrito de Abdera (aprox. 460 a.C), discípulo de Leucipo, explicou que a matéria era constituída de partículas
em pérpetuo movimento e dotadas das seguintes qualidades: indivisibilidade, invisibilidade (pelo seu tamanho
extremamente pequeno), solidez, eternidade (por ser perfeita, segundo ele), cercada por espaços vazios (o que
explicava o seu movimento e diferentes densidades) e dotada de um infinito número de formas (explicando a
diversidade na natureza).
Com isso, os filósofos gregos Leucipo e Demócrito desenvolveram a seguinte idéia filosófica: no universo há
duas coisas, os átomos e o vácuo, o mundo é, portanto, composto de montes de matéria em um mar de vazio
total. Os átomos são substâncias sólidas, infinitos em número e forma e, a maioria deles, se não todos, muito
pequenos para serem vistos. Um átomo não poderia ser cortado ou dividido de qualquer maneira, e é
completamente sólido. Todos os átomos estão em perpétuo movimento no vácuo.
Especula-se que o "nascimento" do conceito de átomo não ocorrera na Grécia, como normalmente aprendemos,
mas sim, na Índia, com a filosofia Vaiseshika, a qual já falava que a matéria era formada de átomos
indestrutíveis. A matéria, para os indianos, seria composta de partículas invisíveis e poderia ser degradada (no
final dos tempos), quando os "laços" entre um átomo e o outro iriam se romper. Aí, então, eles se reorganizariam
em um novo mundo. Consideravam a idéia de partícula e anti-partícula, as entidades da vida, que formavam o
completo e todos os tipos de incompleto. Juntos, formariam o conhecimento pleno (yin - yang)
Em 1808, John Dalton a partir da idéia filosófica de átomo estabelecida por Leucipo e Demócrito, realizou
experimentos fundamentados nas Leis Ponderais, propôs uma Teoria Atômica, também conhecido como
modelo da bola de bilhar, a qual expressa, de um modo geral, o seguinte:
O átomo é constituído de partículas esféricas, maciças, indestrutíveis e indivisíveis.
A combinação de átomos de elementos diferentes, numa proporção de números inteiros, origina substâncias
químicas diferentes.
9
VER: http://www.profpc.com.br/evolu%C3%A7%C3%A3o_at%C3%B4mica.htm
99
Numa transformação química, os átomos não são criados nem destruídos: são simplesmente rearranjados,
originando novas substâncias químicas.
Elementos químicos diferentes apresentam átomos com massas, formas e tamanhos diferentes.
Um conjunto de átomos com as mesmas massas, formas e tamanhos apresenta as mesmas propriedades e
constitui um elemento químico.
Na época de Dalton haviam sido isolados apenas 36 elementos químicos e ainda se utilizavam símbolos vindos
da alquimia para representar tais elementos. O próprio Dalton foi autor de uma destas simbologias. Veja a
ilustração a seguir adaptada de um de seus livros:
Os símbolos de Dalton não eram muito diferentes dos símbolos mais antigos da alquimia, porém traziam uma
inovação. Cada átomo possuía um símbolo próprio e a fórmula de um composto era representada pela
combinação destes símbolos. Veja os exemplos:
A nomenclatura utilizada por Dalton, que é basicamente a mesma utilizada até hoje, foi introduzida pelo Francês
Antoine Lavoisier, em 1787, no livro Methods of Chemical Nomenclature. Antes de ser decapitado, em 1794 na
revolução francesa, entre outras coisas, Lavoisier escreveu o livro Reflexions sur le Phlogistique (1783), que
terminou com a teoria do flogistico e também escreveu o livro Traité Élémentaire de Chimie, em 1789, que é
considerado como o primeiro livro da Químicamoderna.
O uso de símbolos abstratos só terminou por volta de 1813-1814, com Berzelius, que, além de ter isolado o
cálcio, bário, estrôncio, silício, titânio e o zircônio, também descobriu o selênio, o tório e o césio. Quando
100
Berzelius decidiu que era hora de mudar as coisas ele realmente mudou. Tendo em vista que os símbolos
antigos não eram fáceis de escrever, desfiguravam os livros e não colaboravam em nada para a sua
memorização, Berzelius propôs que os símbolos fossem representados por letras, baseadas na letra inicial do
nome em Latim de cada substância elementar.
Com algumas alterações, os símbolos dos elementos continuam os mesmos até hoje. Por exemplo, Oxigênio =
O, Chumbo = Pb....
A Descoberta do Elétron
Com o aparecimento das ampolas de Crookes (tubos especiais com as quais consegue-se reduzir a pressão
-9
interna até 10 atm) em 1897, J. J. Thomson dedicou-se a pesquisar a natureza dos raios catódicos (feixe que
sai do cátodo), concluindo que:
1) Os raios catódicos são corpusculares, pois quando interceptam um molinete de mica, este entra em rotação:
2) Os raios são constituídos de partículas com carga elétrica, pois são desviados por um campo elétrico e
magnético e, pelo sentido do desvio, as partículas são negativas sendo denominadas de elétrons:
3) Pela medida do desvio dos raios catódicos sob ação de um campo magnético, ele pode determinar a relação
e/m entre a carga do elétron (e) e sua massa (m).
No final do século XIX (1874), Joseph John Thomson, através de experimentos de descargas elétricas em alto
vácuo, sugeriu um modelo de átomo em que o átomo fosse maciço, esférico, descontínuo, formado por um fluido
com carga elétrica positiva, no qual estariam dispersos os elétrons com carga negativa, que neutralizam
totalmente as cargas positivas do fluido. O próprio Thomson associou o seu modelo a um ―pudim de passas‖.
101
A Descoberta do Próton
Em 1886, Goldstein obteve os raios canais, que se propagam em sentido oposto ao dos raios catódicos.
Experiências posteriores mostram que:
1) Os raios canais são constituídos por partículas positivas denominadas prótons;
2) A massa das partículas constituintes dos raios canais é aproximadamente igual à massa das moléculas do
gás residual (gás contido no interior da ampola de Goldstein);
3) Quando o gás residual é o hidrogênio, a massa das partículas dos raios canais é a menor e aproximadamente
1836 vezes maior que a massa do elétron, e a carga dessas partículas é igual à do elétron, com sinal contrário.
A experiência de Rutherford
Em 1911, Ernest Rutherford, cientista nascido na Nova Zelândia, realizou um experimento, para comprovar o
modelo proposto atômico por Thomson, que consistiu em bombardear uma fina folha de ouro (0,0001 cm) com
partículas positivas e pesadas, denominadas partículas alfa (α), emitidas por um elemento radioativo chamado
polônio.
O experimento da folha de ouro, permitiu a criação de um modelo atômico semelhante ao Sistema Solar, onde o
átomo seria constituído de duas regiões distintas:
I) Um núcleo, pequeno e positivo, que contém praticamente toda a massa do átomo.
II) Uma região negativa, praticamente sem massa, que envolve o núcleo, apresentando carga negativa,
denominado eletrosfera.
Em 1900, Max Planck, físico alemão, descobriu que átomos ou moléculas absorviam ou emitiam energia apenas
em quantidades discretas, ou seja, em parcelas pequenas e muito bem definidas. Definiu o conceito de
QUANTUM como sendo a quantidade de energia que pode ser emitida ou absorvida na forma de radiação
eletromagnética. Acabara de conceber a idéia de energia DESCONTíNUA, ou quantizada. Albert Einstein, em
1905, chamou os quanta de Planck de photons (fótons) e estabeleceu, ainda, que energia tem massa.
103
NOTA: A importância de se ter uma noção de energia quantizada é utilizada para compreendermos o próximo
avanço no estudo do átomo: o Modelo Atômico de Böhr. Lembrar, então, que a energia é descontínua ( idéia de
pacotinhos de energia ).
Em 1913, Niels Böhr, por meio de pesquisas e análise das teorias da época, como a do efeito Zeeman, do efeito
fotoelétrico, das séries espectrais dos elementos químicos e, principalmente, a teoria de Planck, Böhr percebeu
que deveria haver alguma relação entre as energias dos elétrons em suas órbitas atômicas e as correspondentes
freqüências, conforme sugeria a teoria da radiação de Max Planck.
Por que a luz comum forma o arco-íris ao passar por uma nuvem? Por que certos átomos quando aquecidos,
emitem luz de uma só cor, como acontece com as ―lâmpadas de sódio‖ (luz amarela) existentes em nossas
estradas?
Böhr propôs a seguinte explicação para estes fenômenos:
―Os elétrons giram ao redor do núcleo em um número limitado de órbitas bem definidas, que são denominadas
de órbitas estacionárias, com determinados níveis de energia.
Quando um elétron absorve uma determinada quantidade de energia do exterior (luz, calor ou eletricidade) ele
salta para uma órbita (nível) mais energética (estado excitado).
Salto do elétron
Ao retornar para a órbita original, o elétron perde energia na forma de ondas eletromagnéticas (luz de cor bem
definida).
Retorno do elétron
Esses saltos se repetem milhões de vezes por segundo, produzindo assim uma onda eletromagnética, que nada
mais é do que uma sucessão de ondas emitidas.
POSTULADOS DE BÖHR
1. A energia radiada não é emitida ou absorvida de maneira contínua, somente quando um elétron passa
de uma órbita estacionária para outra diferente ( salto quântico ).
2. Os elétrons giram em torno do núcleo em órbitas circulares e bem definidas (fixas) que são as órbitas
estacionárias. Mais tarde, seriam as chamadas "camadas eletrônicas" (K,L,M,N,O,P e Q).
3. O equilíbrio dinâmico dos sistemas nos estados estacionários se dá pelas leis da mecânica clássica, o
que não é verificado quando um elétron passa para um diferente estado estacionário.
4. Ao passar de um estado estacionário para outro, um elétron absorve uma radiação bem definida, que é
o quantum, dado pela relação E = h.v , onde v é a freqüência e h é a constante de Planck.
104
Quando um elétron RECEBE energia, ele salta para uma órbita MAIS EXTERNA. A quantidade de energia
absorvida é bem definida (quantum) e equivale à diferença energética entre as camadas.
Quando um elétron volta para o seu estado estacionário (órbita mais interna), ele LIBERA ou IRRADIA
energia sob a forma de raio X, ultravioleta ou luz, que seria o fóton. Essa energia também é muito bem
definida (quantum).
Cuidado com os conceitos de ELÉTRON ESTACIONÁRIO (girando em sua órbita normal, em seu estado
estacionário) e ELÉTRON ATIVADO ou EXCITADO aquele que saltou para um nível mais externo pela
absorção de energia).
Teste da chama com CuSO4: uma das mais importantes propriedades dos elétrons é que suas energias são
"quantizadas",ou seja, um elétron ocupa sempre um nível energético bem definido e não um valor qualquer de
energia. Se no entanto um elétron for submetido a um fonte de enrgia adequada (calor, luz, etc.), pode sofrer
uma mudança de um nível mais baixo para outro de energia mais alto (excitação). O estado excitado é um
estado meta-estável (de curtíssima duração) e, portanto, o elétron retorna imediatamente ao seu estado
fundamental. A energia ganha durante a excitação é então emitida na forma de radiação visível do espectro
eletromagnético que o olho humano é capaz de detectar ou não. Como o elemento emite uma radiação
característica, ela pode ser usada como método analítico
105
-Fogos de artificio
FOGOS DE ARTIFÍCIO: Os fogos de artifício modernos empregam perclorato, substâncias orgânicas como
amido ou açúcar, produtos do petróleo e pequenas quantidades de metais para dar cor. O funcionamento
fundamenta-se na excitação dos elétrons que, ao retornarem a sua órbita original, emitem luz com cores
diferentes. Aqui, uma exibição de fogos de artifício na cidade de Nova York.
-Luminosos e lâmpadas (neônio e lâmpadas de vapor de Na ou Hg)
LUMINOSOS: A imagem mostra como brilham as luzes de néon na noite de Las Vegas (EUA). As lâmpadas de
néon são usadas na arte, na publicidade e até em balizas de aviação. Para fabricá-las, enche-se com gás néon,
a baixa pressão, tubos de vidro dos quais todo o ar foi retirado. Ao aplicar eletricidade, uma corrente flui através
do gás entre os dois eletrodos fechados dentro do tubo. O néon forma uma banda luminosa entre os dois
eletrodos. (Neônio – luz vermelha, Argônio – luz azul, Neônio + gás carbônico – luz violeta).
-Fluorescência e Fosforescência: Luminescência é a emissão de luz causada por certos materiais que
absorvem energia e podem emiti-la em forma de luz visível. Se o intervalo entre absorção e emissão é curto
(ocorre imediatamente), o processo se denomina fluorescência; quando o intervalo é longo (ocorre em alguns
segundos ou algumas horas), fosforescência. As telas das televisões são recobertas por materiais
fluorescentes, que brilham ao serem estimulados por um raio catódico. A fotoluminescência se produz quando
determinados materiais são irradiados com luz visível ou ultravioleta.
O melhor exemplo prático da aplicação da fluorescência é a sinalização de trânsito, você já reparou que nas
rodovias existem placas que se iluminam quando os faróis do carro vão de encontro a elas. Este efeito permite
visualizarmos o que está escrito nas placas, imagine se não existisse esta propriedade? Como as placas seriam
"
106
lidas à noite? Mas quais substâncias são responsáveis por este fenômeno químico? O Tetracianoplatinato de
Bário e Sulfeto de Zinco (ZnS). A excitação dos elétrons produz energia capaz de gerar luz.
Os interruptores feitos com material fosforescente são visíveis no escuro graças ao retorno gradual dos elétrons
excitados.
Fosforescência é observada quando uma substância possui luminescência própria, por exemplo, os mostradores
de relógio
-Raio Laser
O raio laser é um tipo de radiação eletromagnética visível ao olho humano. O laser hoje é muito aplicado como,
por exemplo, nas cirurgias médicas, em pesquisas científicas, na holografia, nos leitores de CD e DVD como
também no laser pointer utilizado para apresentação de slides. Na indústria o laser de dióxido de carbono tem
sido muito utilizado, pois possibilita um processo rápido de corte e solda de materiais
-Bioluminescência: a luz dos vaga-lumes.
O vaga-lume é um inseto coleóptero que possui emissões luminosas devido aos órgãos fosforescentes
localizados na parte inferior do abdômen. Essas emissões luminosas são chamadas de bioluminescência e
acontecem devido a reações químicas onde a luciferina é oxidada pelo oxigênio nuclear produzindo oxiluciferina
que perde energia fazendo com que o inseto emita luz. Na reação química, cerca de 95% aproximadamente da
energia produzida transforma-se em luz e somente 5% aproximadamente se transforma em calor. O tecido que
emite a luz é ligado na traquéia e no cérebro dando ao inseto total controle sobre sua luz.
ELETROSFERA
As idéias estabelecidas por Böhr contribuíram para estabelecer que no moderno modelo atômico, os elétrons
devem se distribuir na eletrosfera do átomo em determinados níveis de energia (n), sendo conhecidos
atualmente 7 níveis de energia (n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7) ou, ainda, 7 camadas eletrônicas (K, L, M, N, O, P, Q).
Em cada camada ou nível de energia existe um número máximo de elétrons determinado experimentalmente.
A seguir temos os níveis (camadas) e o número máximo de elétrons permitidos para os atuais elementos:
Camada Nível de energia Número máximo de
(n) elétrons
K 1 2
L 2 8
M 3 18
N 4 32
O 5 32
P 6 18
Q 7 8
107
Descoberta do nêutron
Em 1932, o físico inglês James Chadwick constatou que os núcleos dos átomos, assim como as próprias
partículas alfa, continham em sua estrutura, além dos prótons que lhes conferiam carga positiva, outras
partículas, de carga elétrica neutra e massa aproximadamente igual à do próton, que evitam a repulsão dos
prótons, denominadas de nêutrons. (leia mais sobre a descoberta do nêutron).
O MODELO DE SOMMERFELD
O físico alemão Arnold Johannes Wilhelm Sommerfeld em 1916 apresentou um novo modelo atômico baseado
na mecânica quântica, sobre o qual afirmava que os elétrons descreviam órbitas circulas e ELÍPTICAS ao redor
do núcleo. Considerou, ainda, que a energia liberada como fóton era pelo fato de as camadas eletrônicas
possuírem certas subdivisões, os subníveis energéticos - s, p, d, f. Para ele, uma órbita era circular (s) e as
demais, elípticas.
Utilizando a Teoria da Relatividade Restrita, Sommerfeld foi capaz de explicar o desdobramento da série clássica
de Balmer relativa ao átomo de Hidrogênio.
DE BROGLIE E SCHRÖDINGER
108
O físico austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961) foi o primeiro a introduzir o conceito de ORBITAL como sendo
uma região de máxima probabilidade de encontrarmos um elétron, baseado nas teorias de Einstein, Planck e De
Broglie.
O francês Louis de Broglie (1892-1987) foi o primeiro cientista a falar sobre mecânica ondulatória e admitir o
comportamento dual do elétron, ora partícula, ora onda, em um movimento contínuo, o que o caracteriza como
partícula-onda. Modernamente, aceita-se esse modelo. O elétron apresenta caráter duo por apresentar massa
(partícula) e movimento ondulatório na eletrosfera (onda).
Segundo o Princípio da Incerteza do alemão Heisenberg (1901-1976), não se pode conhecer com precisão
absoluta a posição ou o momento (e, portanto, a velocidade) de uma partícula. Isto acontece porque para medir
qualquer um desses valores acabamos os alterando, e isto não é uma questão de medição, mas sim de física
quântica e da natureza das partículas.
O princípio da incerteza é equacionado através da fórmula:
No seu nível mais fundamental, o princípio da incerteza é uma conseqüência da dualidade partícula-onda e do
princípio de Broglie. Se uma partícula encontra-se em uma região com erro ∆x, então seu comprimento de onda
natural deve ser menor que ∆x, o que requer um momento elevado, variando entre -h/Δx e h/Δx. Aí está a
incerteza! O raciocínio é análogo para a indeterminação do momento.
TRITURADORES DE ÁTOMOS
O nome próprio é portentoso: Grande Colisor Elétron-Pósitron. O nome de família não é menos respeitável:
superacelerador de partículas. Trata-se do maior instrumento de pesquisa do mundo. Serve para estudar a vida
íntima do átomo e a origem do Cosmo.
Cerca de 100 metros abaixo do solo, na periferia da cidade de Genebra, na Suíça, funciona o maior complexo
científico já construído no planeta. Na superfície, a paisagem da região de fronteira com a França é de um
sossegado cartão-postal de outros tempos: pequenos bosques, pastagens e a cordilheira do Jura, que separa os
dois países. Mas, ao tomar num dos oito pontos de acesso construídos no campo o que em circunstâncias
normais seria apropriadamente chamado elevador, o visitante mergulha de repente num mundo de vertigem - uma
espécie de catedral subterrânea feita de aço e governada por dispositivos eletrônicos. São os controladores do
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LEP, iniciais em inglês de Grande (Colisor) Elétron-Pósitron, um túnel em formato de anel de 27 quilômetros de
circunferência e 7 metros de diâmetro.
Acelerador de partículas.
Trata-se da jóia da coroa de um dos mais renomados estabelecimentos de pesquisa do século, o CERN, sigla que
originalmente designava em francês o Centro Europeu de Investigações Nucleares, depois rebatizado Laboratório
Europeu de Física de Partículas, exemplo de bem-sucedida colaboração internacional em ciência. Inaugurado há
apenas quatro meses, o LEP nasceu para ajudar a conhecer mais de perto algumas das frações ínfimas de
matéria do Universo. É um paradoxo: para devassar essas partículas que não medem mais de 1 bilionésimo de
milésimo de milímetro, os físicos europeus tiveram de construir uma estrutura gigantesca.
A instalação pode ser comparada a um autódromo, por onde os elétrons, componentes dos átomos com carga
elétrica negativa, se precipitam em desvairada corrida. Em sentido contrário precipitam-se as antipartículas
pósitrons - elétrons com carga positiva. Nesse proposital curso de colisão, milhares e milhares de partículas e
antipartículas, deslocando-se quase à velocidade da luz, acabam por se aniquilar mutuamente, liberando energia
equivalente à fissão de quinhentos núcleos de átomos de urânio. Mas esse é apenas um valor teórico: não se
trata ali de experiências atômicas, ao menos no sentido comum da expressão. O que os físicos pretendem com os
choques que planejaram é servir-se depois de uma salada de partículas básicas, coisa ainda menor que o elétron
e que sua imagem espelhada, o pósitron.
De fato, com a ajuda dos aceleradores se descobriu que tudo o que existe - rigorosamente tudo - é feito apenas
de três famílias de partículas elementares indivisíveis: quarks, léptons e bósons. Os quarks fazem os nêutrons e
prótons no núcleo dos átomos. Os léptons fazem os elétrons, entre outras coisas. Os bósons formam uma classe
especial de partículas mensageiras, responsáveis pelas interações entre as outras famílias.
Essas mensageiras ajudam grupos de quarks e outros de léptons a se combinar com as quatro forças básicas que
regem o Universo, criando todos os corpos compostos. Tais forças, como se sabe, são a gravitacional, o
eletromagnetismo e as interações forte (responsável pela coesão do núcleo atômico) e fraca (que rege os
fenômenos da radioatividade). Desde Einstein, na década de 30, os físicos acreditam que essas forças são
manifestações de uma força única que agiu somente nos instantes que se seguiram ao Big Bang, a explosão que
teria originado o Universo.
A descoberta do elétron inaugurou a era das partículas elementares. Depois de 100 anos de pesquisa,
conhecemos cerca de 10 diferentes partículas elementares e temos um modelo, como Modelo Padrão, que
descreve com extraordinária precisão o comportamento dessas partículas.
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