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Florianópolis, SC
2005
2
SUMÁRIO
ILUMINAÇÃO
Várias teorias tem sido utilizadas para descrever o fenômeno da luz. Estas teorias são: A
Teoria Corpuscular, a Teoria da Onda, a Teoria Eletromagnética, a Teoria do Quantum e
finalmente uma Teoria de Unificação.
Teoria do Corpuscular
Anos depois, o físico Charles Wheatstone (1802-1875) criou o modelo ondulatório que
mostrava como as ondas luminosas se comportavam. O modelo de Wheatstone mostrava que o
éter luminoso fazia o transporte vibrando em ângulo reto com as ondas luminosas, ao contrário
do que acreditava Huygens, para ele o éter vibrava na mesma direção da luz, se espremendo e
esticando enquanto transportava as ondas. Atualmente, sabe-se que o éter luminoso não existe.
Teoria Eletromagnética
demonstrou que estas ondas eletromagnéticas se deslocavam a velocidade da luz, o que o levou a
concluir que a própria luz era uma forma de onda eletromagnética. A teoria defendida por
Maxwell baseia-se nos seguintes princípios:
Os corpos luminosos emitem luz na forma de energia radiante;
A energia radiante se propaga na forma de ondas eletromagnéticas;
As ondas eletromagnéticas atingem a retina, estimulando a uma resposta que produz
uma sensação visual.
Teoria Quântica
No final da década de 1850, o físico alemão Gustav
Kirchoff (1824-1887) descobriu que todos os átomos podem
emitir ou absorver determinados comprimentos de onda. Esta
descoberta demonstrou a existência de fortes ligações entre os
átomos e a luz. Até o final do século XIX os físicos
acreditavam que a luz e outras formas de radiação
eletromagnética eram fluxos contínuos de energia. No entanto,
no início do século XX essa concepção começou a apresentar
vários problemas teóricos. Max Planck (1858-1947) desafiou a
todos sugerindo que a energia na radiação não era contínua,
mas dividida em minúsculos pacotes, ou quanta. Sua teoria
quântica mostrou que em certas circunstâncias a luz podia ser
concebida como partículas, como acreditavam os seguidores
MAX PLANCK
da teoria corpuscular de Isaac Newton.
(1858 – 1947)
Teoria de Unificação
Esta teoria foi proposta pelo físico francês De Broglie (1892-1987) e o físico alemão
Heisenberg (1901-1976) baseada no seguinte:
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Todo o elemento de massa em movimento tem associado com ele uma onda cuja
duração é determinada pela EQUAÇÃO 1.1:
h
λ= (1.1)
m⋅v
Onde: “λ” é o comprimento de onda; “h” é a constante de Planck; “m” é a massa e;
“v” a velocidade da partícula.
Esta teoria foi proposta pelo físico francês De Broglie (1892-1987) e o físico alemão
Heisenberg (1901-1976) baseada no seguinte:
Todo o elemento de massa em movimento tem associado com ele uma onda cuja
duração é determinada pela EQUAÇÃO 1.1:
h
λ= (1.1)
m⋅v
Onde: “λ” é o comprimento de onda; “h” é a constante de Planck; “m” é a massa e;
“v” a velocidade da partícula.
É impossível determinar simultaneamente todas as propriedades que são distintas de
uma onda ou de um corpúsculo.
necessitam do meio para sua transmissão. Elas passam através de sólidos, líquidos ou gases, mas
se propagam mais eficientemente no vácuo, onde não há nada para absorver a energia radiante.
Raios X Microondas
Ultravioleta Infravermelho Ondas de
Raios Gama Rádio
Radiação ultravioleta
A radiação UV-B (280 a 315 nm) é a parte mais destrutiva da radiação ultravioleta, pois
possui energia suficiente para danificar tecidos biológicos (queimaduras). Este tipo de radiação é
conhecido por causar câncer de pele. A camada de ozônio da atmosfera é capaz de bloquear a
maioria da radiação UV-B extraterrestre, por isso uma pequena diminuição desta camada poderá
aumentar dramaticamente o perigo de câncer de pele na população humana.
9
A radiação UV-C (100 a 280 nm) é praticamente absorvida em sua totalidade pelo ar.
Quando os fótons de UV-C colidem com os átomos de oxigênio, existe uma troca de energia que
proporciona a formação do ozônio. Este tipo de radiação raramente é observado na natureza,
visto que rapidamente é absorvido pela atmosfera. Lâmpadas germicidas UV-C são
freqüentemente utilizadas para purificar o ar e a água, pela sua capacidade de matar bactérias,
fungos e microorganismos.
Luz
Radiação infravermelho
1. FOTOMETRIA
As grandezas físicas descritas a seguir podem ser classificadas de acordo com dois
critérios independentes:
chamado de fluxo luminoso - φ. A unidade no SI para fluxo luminoso é lumen [lm]. A FIGURA
1.2 mostra o fluxo luminoso típico de fontes luminosas conhecidas.
φ = 12 lm
φ = 48.000 lm
φ = 1 . 000 lm
Uma fonte de luz ideal seria aquela que converteria toda sua potência de entrada [W] em
luz [lm]. Infelizmente, qualquer fonte de luz converte parte da potência em radiação
infravermelho ou ultravioleta. A habilidade da fonte de converter potência em luz é chamada de
eficiência luminosa, η:
Fluxo luminoso
η= (1.2)
Potência consumida
W lm
lm/W
A eficiência luminosa permite comparar entre duas fontes luminosas, qual delas
proporcionará um maior rendimento. Infelizmente por questões culturais muitos ainda usam a
potência da fonte como termo comparativo, o que é totalmente errado. A FIGURA 1.4 mostra
como muitos fabricantes apresentam as suas lâmpadas de alta eficiência. A comparação feita é
em função da potência das fontes ao invés da eficiência luminosa.
12
=
9 x 100 W = 23 W
FIGURA 1.4 – Comparação do fluxo luminoso entre lâmpadas.
700
600
Eficiência luminosa
Eficiência [lm/W]
500 máxima
1 W = 683 lm
400
300
200
100
0
380 430 480 530 580 630 680 730 780
Antes de saber o que é de intensidade luminosa é importante entender o que vem a ser
ângulo plano e ângulo sólido.
Ângulo plano
Define-se ângulo plano “α” como sendo o quociente entre o comprimento de arco “l” e
o raio “R” da circunferência.
l
α= (1.3)
R
R l
α
Ângulo sólido
Visto que a luz se propaga no espaço, tem-se a necessidade de trabalhar com ângulos
sólidos. Define-se ângulo sólido “ω” como sendo o quociente entre a área superficial “A” de uma
esfera pelo quadrado de seu raio “R”.
A
ω= (1.4)
R2
R
A
ω
A área superficial de uma esfera é de “4πR2”, logo o ângulo sólido dela será de
12,56 sr. O esterradiano [sr] é para o espaço tridimensional o mesmo que o radiano [rad] é para o
espaço bidimensional. Um esterradiano é definido como o ângulo sólido, que tem seu vértice no
centro da esfera, cuja área superficial é igual ao quadrado de seu raio (A = R2).
Intensidade luminosa
Se você olhar diretamente para um farol e depois repetir a operação mais de lado, é
aparente que não é só a quantidade total de luz emitida pela fonte que é importante. A direção de
propagação da luz também é vital. Luz se propagando numa dada direção, dentro de um ângulo
sólido unitário, é chamada intensidade luminosa, I, e sua unidade no SI é lúmen/esterradiano ou
candela [cd].
Fonte
φ
1.1.4. Iluminância
Quando a luz emitida por uma fonte atinge uma superfície, esta superfície será
iluminada. Assim, iluminância (E), é a medida da quantidade de luz incidente numa superfície
por unidade de área. Sua unidade no sistema internacional é lumen/m2 ou lux [lx].
φ
E= (1.6)
1 cd A
1 sr
1m
1 m2
1 lux = 1 lm/m2
Observe que quanto mais distante da fonte luminosa, o fluxo luminoso se expande cada
vez mais, tornando-se menos denso. Portanto, para uma superfície a 0,5 m da fonte a área é igual
a 1/4 da área a 1 m. Se a 1 m a iluminância é de 1 lux, a 0,5 m, com um fluxo luminoso bem mais
denso, a iluminância é de 4 lux.
Além da distância entre a fonte e a superfície, outro fator que influência no valor da
iluminância é o ângulo entre o feixe luminoso e o vetor normal a superfície. Quando o fluxo
luminoso é paralelo ao vetor normal a superfície, tem-se a iluminância máxima. Em situações em
que o fluxo luminoso é perpendicular ao vetor normal a superfície a iluminância será nula
(FIGURA 1.10). Para posições intermediárias, a iluminância varia de 0 ao valor máximo.
r
N r
N
Emáx
r θ
N E=0 E
φ
A iluminância numa superfície também pode ser relacionada com a intensidade da fonte
luminosa e a sua posição em relação ao fluxo luminoso pela EQUAÇÃO 1.7.
I
E= ⋅ cosθ (1.7)
d2
Onde: “I” é a intensidade luminosa da fonte; “d” é a distância entre a fonte e a superfície
e; “θ” é o ângulo formado entre a direção da luz e a normal da superfície
(FIGURA 1.11).
1.1.5. Luminância
Luminância pode ser considerada como uma medida física do brilho de uma superfície
iluminada ou fonte de luz, sendo através dela que os seres humanos enxergam. A luminância é
uma excitação visual e a sensação de brilho é a resposta visual desse estímulo.
Assim, luminância “L”, é definida como a intensidade luminosa por unidade de área
aparente de uma superfície numa dada direção e sua unidade no SI é candela/m2 [cd/m2]. A área
aparente, A’, é a área que a superfície parece ter do ponto de vista do observador (FIGURA 1.12):
r
N
β
A
E⋅ρ (1.9)
L=
π
O olho humano detecta luminâncias da ordem de um milionésimo de cd/m2 até um
limite superior de um milhão de cd/m2, a partir do qual a retina é danificada. Ofuscamento,
impedimento da visão, ocorre a partir de 25.000 cd/m2. Assim se explica como os olhos podem
ser facilmente danificados pela visão direta da luz solar que apresenta uma luminância 1.000
vezes maior que o limite máximo.
Grandeza
Como medir
Nome Símbolo Significado Unidade
Esfera de Ulbricht: a fonte luminosa é colocada dentro de
uma grande esfera, cujo o interior é pintado de branco
Fluxo φ Componente do fluxo radiante que gera uma lm perfeitamente difusor. Mede-se a iluminância produzida pela
luz difusa através de uma pequena abertura, protegendo os
resposta visual.
luminoso
raios que saem diretamente da fonte, esta iluminância é
proporcional ao fluxo luminoso emitido pela fonte.
É a razão entre o fluxo luminoso A eficiência luminosa é deduzida juntamente com a medição
Eficiência η "φ" produzido por uma fonte e a φ lm do fluxo luminoso com a esfera de Ulbricht, medindo-se a
Luminosa potência "P" consumida. η= potência consumida pela fonte luminosa e seus
P W equipamentos auxiliares, através de um wattímetro.
É o fluxo luminoso incidente Luxímetro: é formado por uma fotocélula que transforma a
φ energia luminosa em energia elétrica, indicada por um
Iluminância
E "φ" numa dada superfície, E= lux galvanômetro cuja a escala está marcada em lux.
dividida pela área "A"da A
mesma.
A intensidade luminosa "I" e a iluminância produzida "E" são correlacionadas por duas
leis de propagação da luz:
I
E= (1.10)
d2
Esta lei advém do fato que a luz é emitida a partir da fonte para o espaço; assim, quanto
mais longe estiver a superfície menor é o fluxo de luz que ele irá interceptar. Por outro lado, se a
distância é dobrada, a área iluminada é quadruplicada, produzindo uma redução proporcional na
densidade superficial de luz incidente (FIGURA 1.14).
r2 = 2.r1
r1
Superfície
esférica 2
Fonte de luz (4 vezes área 1)
Superfície
esférica 1
A iluminação numa superfície varia com o cosseno do ângulo entre a normal à superfície
e o raio de luz. Ela é máxima quando o raio é normal à superfície, ou seja, quando o ângulo de
incidência θ = 0°. Em qualquer outro caso o raio de luz cobrirá uma área maior, com uma
conseqüente redução no nível de iluminação (FIGURA 1.15).
I (1.11)
E= ⋅ cos(θ )
d2
20
Ângulo de incidência
(cosseno = 0,5)
Distantes da fonte de
luz as linhas de fluxo Iluminância na
luminoso são paralelas superfície inclinada
50 lux
Esta lei diz que a iluminação total numa superfície, produzida por várias fontes de luz,
será a simples soma das iluminações produzidas por cada uma das fontes:
(1.12)
E = E1 + E2 + E3 + ....... + En
Materiais expostos à luz se comportam de várias maneiras. Quando a luz incide numa
superfície, uma fração ρ do total incidente é refletida, isto é, retoma ao hemisfério de procedência
sem penetrar na matéria; uma outra porção, α, é absorvido dentro do material, configurando-se
num ganho de energia, enquanto a ultima fração τ pode ser transmitido (no caso de superfícies
transparentes ou translúcidas) para o outro lado (ver FIGURA 1.16).
Reflexão
Material
semitransparente Absorção
Transmissão
FIGURA 1.16 - Fluxo luminoso incidente em uma superfície.
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Caso φi, φr, φa e φt, sejam, respectivamente, o fluxo luminoso total incidente, refletido,
absorvido e transmitido, pode-se denominar:
Refletância
φr
ρ= (1.13)
φi
Absortância
φa
α= (1.14)
φi
Transmitância
φt
τ= (1.15)
φi
resultando em:
ρ +α +τ = 1 (1.16)
1.3.1. Reflexão
A FIGURA 1.17 mostra como a direção da luz refletida é afetada pela textura da
superfície, variando de difusa (luz refletida igualmente em todas as direções) a especular (luz
refletida somente numa direção, isto é reflexão de espelho). Superfícies rugosas refletem de modo
predominantemente difuso, independente do ângulo de incidência, fazendo que, desta forma, a
luminância da superfície seja resultado apenas da iluminação no plano da mesma e de sua
refletância (FIGURA 1.17a). Superfícies polidas e brilhantes produzem reflexão especular (de
espelho), com o raio de luz refletido localizando-se no plano de incidência e com ângulo de
reflexão igual ao de incidência (FIGURA 1.17b). A reflexão especular é dita "como de espelho"
porque ela mantém a aparência, direcionalidade e tamanho da fonte original. Superfícies que
refletem especularmente podem ser bastante úteis, mas igualmente prejudiciais caso as reflexões
não sejam adequadamente controladas. Entretanto, em geral, as superfícies encontradas na prática
não são nem perfeitamente difusas nem especulares, refletindo luz em várias direções em
diferentes proporções (FIGURA 1.17c).
(a)
(b) (c)
1.3.2. Absorção
Parte do fluxo luminoso incidente em uma superfície não é refletido nem transmitido,
passando a ser absorvido por ela. A parcela absorvida pela superfície depende das características
da mesma, sendo que sua cor será definida em função das parcelas do fluxo luminoso incidente
que é absorvido e refletido.
1.3.3. Transmissão
mesmo de uma forma combinada, produzindo resultados distintos no ambiente lumínico (ver
FIGURA 1.18).
1.3.4. Refração
O fenômeno de refração da luz ocorre quando a luz atravessa materiais com índices de
refração distintos; a direção do facho de luz e alterada durante sua trajetória através do material.
Esta modificação na direção é causada por uma modificação na velocidade da luz. A velocidade
diminui se o novo meio é mais denso do que o primeiro, e aumenta, quando este meio é menos
denso. A modificação na velocidade é seguida por um desvio da luz que é conhecido como
refração (ver FIGURA 1.19).
α1
η1
η2
α2
η1
α1
A lei da refração é descrita pela EQUAÇÃO 1.17, onde η1 e η2 são os índices refrativos
do primeiro e segundo meio respectivamente, α1 o ângulo de incidência do fluxo luminoso e α2 o
ângulo de refração da luz.
η1 sen(α 2 )
= (1.17)
η2 sen(α1 )
A TABELA 1.4 fornece alguns índices de refração. Como pode ser visto o índice de
refração do ar é 1 (ηar =1), o que torna a EQUAÇÃO 1.17 mais simples, resultando na EQUAÇÃO
1.18.
2. COR
Sob um ponto de vista subjetivo, a cor é a resposta a um estímulo luminoso captado pelo
olho e interpretado no cérebro. Assim, a cor é uma sensação que depende de diversos fatores, tais
como: posição que ocupa dentro de um conjunto de cores, iluminação que recebe, composição
com outras cores, etc.
Quando duas ou mais cores são superpostas, gera-se uma cor diferente das que lhe
deram origem. Existem dois processos através dos quais é possível misturar cores:
Ao se descrever uma superfície vermelha a uma outra pessoa, ela tem uma idéia geral
sobre a mesma, o problema surge quando se ordena a essa pessoa que reproduza esta superfície
vermelha com exatidão. Surge então a necessidade de especificar a cor com precisão (Qual seu
colorido?; Qual seu brilho?). Um dos primeiros sistemas criados e também um dos mais
conhecidos de classificação de cores, foi desenvolvido em 1915 pelo americano Albert H.
Munsell baseado em três atributos distintos:
Matiz (ou Tom): é a qualidade que distingue uma cor da outra, é o conceito de cor
usando os termos comuns das cores, vermelho, amarelo, azul, etc, com cores de
transição e outras subdivisões. A matiz depende do comprimento de onda
dominante.
V ⋅ (V − 1)
ρ= (1.19)
100
Saturação (ou croma): é dada pela intensidade ou pureza da cor. Munsell estabeleceu
uma escala ascendente de até 14 graus para correlacionar as diferenças entre a
cor pura e o cinza neutro.
Um outro sistema de especificação de cores, não tão simples como o sistema proposto
por Munsell, foi proposto em 1931 pela CIE (Commission International de L'Eclairage). O
sistema proposto pela CIE é baseado no seguinte procedimento:
coloca-se um observador em frente a uma tela branca;
em uma metade da tela é projetada uma fonte de luz arbitrária (fonte teste);
na outra metade da tela é projetada uma combinação das três cores primárias de luz
(vermelho (λ=700 nm), verde (λ=546,1 nm) e azul (λ=435,8 nm));
observador tem que ajustar a intensidade das três cores primárias até que ambos os
lados da tela apresentem a mesma cor e o mesmo brilho.
Cabe salientar que, embora os dois lados da tela tenham a mesma cor, eles podem não
possuir a mesma composição espectral e que as quantidades de luz vermelha, verde e azul que
especificam a cor observada são valores únicos para a mesma.
1.8
1.6
1.4
1.2
Tristímulos
0.8
0.6
0.4
0.2
0
380 430 480 530 580 630 680 730 780
Com prim ento de onda [nm ]
X
x= (1.20)
X +Y + Z
Y
y= (1.21)
X +Y + Z
Z
z=
X +Y + Z (1.22)
x+ y + z =1 (1.23)
Cabe salientar que a referência feita a cores quentes ou frias (quanto a sua aparência)
tem o significado inverso ao da temperatura da cor. O vermelho "quente" tem na verdade a menor
temperatura da cor, enquanto o azul "frio" é emitido pelos corpos a mais alta temperatura.
As fontes de luz podem ser divididas, com uma certa aproximação de acordo com sua
aparência de cor e temperatura de cor correlata (ver TABELA 1.5).
Diversas experiências têm mostrado que para uma iluminação de boa qualidade, a
aparência de cor das fontes de luz deve estar de acordo com o nível de iluminação. A TABELA 1.6
mostra a aparência de cor em função do nível de iluminação para ambientes iluminados com
lâmpadas fluorescentes. Analisando a TABELA 1.6 nota-se que quanto maior for o nível de
iluminação, maior deve ser a temperatura de cor, proporcionando ao ambiente uma aparência de
cor mais fria.
33
Embora a luz branca contenha as sete cores do espectro, nem todas as fontes de luz
branca, tais como lâmpadas, luz natural ou solar, contém iguais quantidades de cada cor. Por
exemplo, luz do sol ao meio-dia apresenta um espalhamento das cores bastante uniforme
(FIGURA 1.27a), enquanto uma lâmpada incandescente contem uma grande quantidade de
vermelho (FIGURA 1.27b). Lâmpadas fluorescentes são normalmente deficientes no vermelho,
mas apresentam picos de amarelo/verde e algumas partes de azul (FIGURA 1.27c). Lâmpadas de
vapor de mercúrio são deficientes no azul (FIGURA 1.27d).
(a) (b)
(c) (d)
Cor da luz
Cor do objeto
Amarelo Vermelho Azul Verde
TABELA 1.8 - Classificação das fontes de luz conforme o índice de reprodução de cores.
Grupo de Índice de
Aplicação típica
reprodução de cor reprodução de cor
Ao escolher a cor dos ambientes de trabalho, deve-se dar preferência a tons suaves, pois
embora as cores vivas sejam mais interessantes, elas se tornaram cansativas para aqueles que
terão que passar uma jornada de trabalho de 8 horas ou mais neste ambiente. Isto não quer dizer
que o uso de cores vivas deve ser descartado, muito pelo contrário, existem certos ambientes que
elas proporcionarão um efeito psicológico muito mais eficaz, tais como: halls de entrada, salas de
espera, salas de lazer, etc.
iluminamento geral do ambiente sem que seja necessário aumentar o fluxo luminoso das fontes
de luz. Na TABELA 1.9 são apresentados os índices de reflexão média de algumas cores.
Cores de tetos e forros: Na escolha da cor do teto deve-se optar por cores mais claras.
Quanto mais estas se aproximem do branco, melhor serão as condições de iluminação do
ambiente. A luz difusa refletida pelo teto proporcionará uma melhor uniformidade dos
níveis de iluminação do ambiente, reduzindo os problemas de sombras excessivas e de
ofuscamentos produzidos por reflexões dirigidas.
Cores de paredes: O fundo de qualquer ambiente é limitado por suas paredes, e sobre
este fundo se destaca tudo que nele existe. É para este fundo que a visão é direcionada
quando se afasta de sua atividade, portanto, deve-se evitar diferenças acentuadas entre a
cor do plano de trabalho e o fundo, pois isto exigirá do olho um grande esforço de
adaptação a nova cor, resultando em uma fadiga visual. A cor das paredes e do plano de
trabalho deverá sempre que possível possuir o mesmo tom.
Pisos: Recomenda-se que o piso tenha uma cor mais escura que as que foram utilizadas
para as paredes e o teto.
Teto 90 - 70
Paredes 70 - 50
Piso 40 - 20
A grande vantagem do uso das cores para sinalização é que ela possibilita uma reação
instantânea no observador. Um cartaz faz com que um observador pare, leia, analise e só então
depois de todas estas etapas, tome a atitude recomendada pelo mesmo. Para que com as cores a
reação fosse imediata, foi necessária uma uniformidade na aplicação destes sinais, de tal forma
que o seu significado seja sempre o mesmo.
A norma brasileira NB-76/59 determina as cores dos locais de trabalho com a finalidade
de evitar acidentes. A aplicação de cada uma das cores é mostrada na TABELA 1.11.
37
Cor Aplicação
A TABELA 1.12 apresenta algumas cores fixadas pela norma brasileira NB-54/57 para
tubulações, outros códigos poderão ser obtido consultando-se a norma.
Cor Aplicação
3. ILUMINAÇÃO ESPACIAL
Um outro conceito utilizado para caracterizar um sistema de iluminação, que não seja
somente a iluminância no plano de trabalho é proposto adotando-se dois novos conceitos:
iluminância escalar e vetor iluminação.
Utilizando-se a EQUAÇÃO 1.6, e admitindo-se que a pequena esfera possui um raio "r", a
iluminância escalar pode ser representada pela EQUAÇÃO 1.24:
φ
ES = (1.24)
4π ⋅ r 2
E1
É uma grandeza composta, apresentando
magnitude e direção. A magnitude do vetor
iluminação em um ponto é a diferença máxima de
iluminâncias entre dois pontos diametralmente
opostos na superfície de uma pequena esfera
colocada neste ponto. Sua direção é dada pelo
diâmetro que liga os dois pontos que apresentam a
máxima diferença. É designado por ∆Emáx e é E2
medido em lux.
φ
E= (1.25)
π ⋅r 2
Área
parafoveal
Pálpebra
Abertura
Córnea
Íris
Pupila
Área Foveal Lentes Filme
Diafragma
100%
90%
60%
Visão diurna
50%
(Fotópica)
40%
30%
20%
10%
0%
380 430 480 530 580 630 680 730 780
Comprime nto de onda [nm]
A curva V(λ) é de fundamental importância nas medições de luz uma vez que é
internacionalmente usada como base em qualquer medição de luz, independentemente do nível de
iluminação.
Contrate é a diferença de
brilho entre a figura e o
fundo. Se o contraste não
existir a figura ficará
camuflada
Analisando o gráfico da FIGURA 1.35 nota-se que até 1.000 lux o rendimento visual
cresce enquanto a fadiga visual decresce. A partir deste ponto até 2.000 lux há um aumento
discreto do rendimento visual com um acréscimo da fadiga visual. Ultrapassado os 2.000 lux o
rendimento visual tende a permanecer constante com um aumento da fadiga. Por isso,
recomenda-se que somente em situações especiais utiliza-se níveis de iluminamento maiores que
2.000 lux.
4.3.2. Contraste
Lmaior − Lmenor
C= (1.27)
Lmaior
Lmáxima − Lmínima
C=
Lmáxima + Lmínimo (1.28)
A Equação 1.26 resultará em contrastes que variam entre 0 e 1 para um objeto que é
mais escuro que o seu entorno, e de 0 a ∞ (infinito) para aquele objeto que é mais luminoso que o
fundo. Esta equação é mais freqüentemente utilizada em casos que o fundo é mais luminoso que
o objetivo.
A EQUAÇÃO 1.28 apresenta uma outra maneira de determinar o contraste figuras e seus
respectivos fundos. Esta formulação define o que é conhecido como modulação.
45
Em pleno dia pode-se perceber diferenças de luminâncias de até 1%, mas sob condições
precárias de iluminação até diferenças de 10% podem passar despercebidas. A sensitividade ao
contraste melhora com o aumento da luminância, que por sua vez é função da iluminação, até um
certo limite (possibilidade de ocorrer ofuscamento). Uma aplicação importante da sensitividade
ao contraste é a iluminação de sinalização de emergência tipo SAÍDA; deve haver um alto
contraste entre o sinal e o ambiente cheio de fumaça para permitir que o mesmo seja visível.
α
d
Tipicamente, um adulto pode perceber detalhes com um ângulo visual de 1' (min),
resultando numa acuidade visual de 1. A acuidade visual de uma criança pode chegar até 2,5,
enquanto que com a idade a acuidade pode decrescer até menos que 1. Assim, a distância máxima
para visão com precisão, limite de percepção, pode ser obtida pela EQUAÇÃO 1.29:
d
D≤ (1.29)
tan(1' )
Portanto, o menor detalhe que o olho normal pode distinguir com precisão deve ter uma
dimensão de pelo menos 1/3.438 da distância de observação:
D
d≥ (1.30)
3.438
Acuidade visual, e por conseqüência,
as distâncias do observador ao objeto e as
dimensões deste objeto, são também afetadas
pelo nível de contraste, contraste de cor,
tempo de visão e qualidade ótica do olho. O
projetista deve estar consciente do grau de 5a
detalhe provável a ser requerido num a
determinado ambiente. Acuidade é
normalmente medida através do anel de
Landolt (FIGURA 1.38). Consiste em círculos
com uma interrupção na sua circunferência. O
teste envolve a visão de uma imagem com
mais ou menos 100 anéis, onde se deve dizer FIGURA 1.38 –Anel de Landolt para teste de
onde a falha ocorre (isto é, 12, 3, 6 ou 9 horas). acuidade visual.
Os dois aspectos vistos anteriormente são expressões da eficiência visual sob condições
estáticas. Dado tempo suficiente, a maioria das pessoas serão capazes de perceber um objeto
mesmo se o contraste e a acuidade visual forem fracos. Entretanto, eficiência precisa ser medida
em relação a tarefas visuais transientes, em relação a mudanças; desta forma, o tempo também é
considerado. Desempenho visual é quantificado tanto pelo tempo necessário para se perceber um
objeto, como pelo número de objetos percebidos por unidade de tempo. Este aspecto apresenta
conseqüências importantes quanto à segurança com respeito à circulação, escadas, vias de
tráfego, etc. A FIGURA 1.39 mostra que o tempo necessário para a realização de uma determinada
tarefa visual diminui com o aumento do nível de iluminação. Existirá um momento em que,
aumentar do nível de iluminação, não diminuirá o tempo de realização da tarefa. Para cada tarefa
tem-se o nível de iluminação ideal.
47
Tempo necessário
para ver
Este termo fornece uma descrição geral de como os três parâmetros discutidos acima se
combinam para dar uma medida da habilidade do olho em desempenhar tarefas visuais. Ele ajuda
a responder:
4.4. OFUSCAMENTO
HISTÓRICO
Na TABELA 5.1 são mostrados os sete principais tipos de lâmpadas. Dentro de cada
grupo há uma grande variedade de lâmpadas disponíveis que diferem em características
construtivas, potência, eficiência luminosa, reprodução de cores, temperatura da cor correlata,
vida útil e custo.
Incandescentes GLS
Incandescentes halógenas
Fluorescentes (Tubular e compactas)
Baixa pressão
Vapor de sódio à baixa pressão
Descarga
gasosa Vapor de sódio à alta pressão
Alta pressão
Vapor de mercúrio
(HID)
Vapor metálico
50
Energia nominal
Condiciona o fluxo luminoso e o dimensionamento da instalação do ponto de vista
elétrico (condutores, tipos de proteção, etc.).
Eficiência luminosa
Condiciona o quanto uma lâmpada pode ser econômica no consumo de energia. A
TABELA 5.3 apresenta a eficiência luminosa de diversas fontes luminosas.
Vida útil
A maioria das lâmpadas apresenta um decaimento do fluxo luminoso durante o
funcionamento e uma duração média; a vida útil consiste no período no qual a lâmpada é
considerada econômica, considerando-se os dois aspectos anteriores.
Reprodução de cores
O índice de reprodução de cores condiciona o maior ou menor apreciação das cores
quando comparadas sob a luz natural (IRC Luz Natural = 100).
Dimensões
Condicionam a construção das luminárias (manipulação da direção e concentração do
feixe de luz, necessidade de equipamentos auxiliares, custo, etc.).
53
Artificiais
Vela 0,1
Lamparina a óleo 0,3
Lâmpada original de Edison 1,4
Lâmpada de Edison (1910) 4,5
Incandescente 14 – 20
Halógena 16 – 20
Fluorescente 50 – 80
Vapor de Mercúrio 30 – 60
Vapor Metálico 60 – 80
Vapor de sódio a baixa pressão 90 – 100
Vapor de sódio a alta pressão 120 - 140
Microondas 80 - 140
Naturais
Luz direta do sol 90 – 95
Luz difusa da abóbada (média) 120
Luz difusa da abóbada (céu bem claro) 150
Céu claro + sol (média) 110
Céu encoberto 110
1 Filamento
2 Meio interno
3 Bulbo
4 Base
Filamento
Quanto maior a temperatura do filamento, maior será a porção da energia irradiada na
região visível do espectro e maior a eficácia da lâmpada. Para que se consiga uma boa
eficácia luminosa o material do filamento deve apresentar um elevado ponto de fusão,
baixa pressão de vapor, alta resistência e ductibilidade. Devido a uma combinação
favorável destas propriedades, o filamento de tungstênio é utilizado na maioria das
lâmpadas incandescentes. Um aumento da eficácia luminosa é obtido espiralando-se o
filamento. O filamento duplamente espiralado (o que aumenta ainda mais a eficácia e
diminui, ao mesmo tempo, o tamanho do filamento) é usado em muitos tipos de
lâmpadas incandescentes em geral.
Meio interno
Para que o filamento não se queimasse antigamente era feito vácuo dentro do bulbo,
tendo como objetivo a retirada do oxigênio. Hoje em dia é introduzido dentro do bulbo
um gás inerte que cria uma pressão interna, diminuindo assim a evaporação do
filamento. Nitrogênio e argônio são os gases mais comumente usados. Um outro gás
também utilizado é o criptônio, porém devido ao seu alto custo ele somente é utilizado
em lâmpadas especiais, onde a eficácia luminosa é mais importante que o preço
(lâmpadas de farol de automóvel).
Bulbo
O filamento de uma lâmpada incandescente é colocado em um invólucro de vidro
selado, chamado bulbo. O bulbo poderá ser transparente, branco ou colorido. Bulbos
brancos leitosos usados para amenizar os problemas de ofuscamentos, poderão ser
produzidos cobrindo-se a superfície interna do bulbo com um silicato branco. O bulbo
também é disponível em uma grande variedade de formas, conforme pode ser visto na
FIGURA 5.2.
55
a Pérola
b Cogumelo
c Lustre
d Vela
e Decorativa linear
f Vitrine
g Tubular
h Piloto
FIGURA 5.2 – Tipos de bulbos típicos de lâmpadas incandescentes
(Fonte: GARCIA JÚNIOR [1996]).
Bases
A base serve para fixar a lâmpada
ao seu suporte, fazendo a ligação
desta com o circuito elétrico de
alimentação. Existem bases do
tipo Edison (ou roscadas) e do
tipo Baioneta (ou de encaixe),
fabricadas geralmente de latão,
alumínio ou níquel. As bases são
identificadas por uma letra e um
número. A letra corresponde ao
tipo (“E” para tipo Edison e “B”
para tipo Baioneta) e o número
indica o diâmetro da base em
milímetros. A FIGURA 5.3 mostra
FIGURA 5.3 – Bases para lâmpadas incandescentes
alguns tipos de bases.
(Fonte: GARCIA JÚNIOR [1996])
Eficácia luminosa das lâmpadas
incandescentes
A eficácia luminosa máxima teoricamente possível de uma lâmpada incandescente seria
de 53 lm/W, considerando o ponto de liquidificação do tungstênio (3653 K) e uma situação em
que não existisse perdas por condução e convecção. Na prática as lâmpadas incandescentes são as
que apresentam a menor eficácia sendo que 2% da potência aplicada são perdidos nos fios de
condução, 10% são perdidos por condução e convecção no gás que existe dentro do bulbo, 0,5%
em ultravioleta que é absorvido pelo bulbo de vidro, 81% utilizado para gerar radiação
infravermelho (calor), sendo que somente 6,5% da potência consumida é que é utilizado para a
produção de luz visível. Hoje nas modernas lâmpadas incandescentes a eficácia luminosa varia de
8 a 21,5 lm/W.
56
São lâmpadas que possuem um refletor interno para melhorar o direcionamento da luz
produzida. A área espelhada funciona como uma luminária, com a vantagem de não necessitar
limpeza ou sofrer deterioração, garantindo um alto rendimento durante a vida da lâmpada. O
refletor pode ter um perfil parabólico ou elíptico, sendo este último especialmente importante
quando a lâmpada está embutida numa luminária de corpo profundo e aletas anti-ofuscantes. O
redirecionamento de luz, que do contrário seria emitida para os lados ou para cima, pode
melhorar a eficiência da instalação (ver FIGURA 5.4).
57
São lâmpadas especiais nas quais, além dos gases (geralmente o criptônio), é introduzido
um halogênio (normalmente iodo, flúor ou bromo) no interior do bulbo. Com a ajuda do bulbo de
quartzo, que suporta elevadas temperaturas evitando assim a condensação, o tungstênio
evaporado combina-se com o halogênio formando o iodeto de tungstênio; quando este novo gás
entra em contato com o filamento, faz com que o tungstênio da mistura seja redepositado no
filamento e o halogênio continua sua tarefa no ciclo regenerativo. Estas lâmpadas apresentam um
decaimento do fluxo luminoso muito pequeno, uma maior eficiência, uma vida de 2.000 horas e
possuem dimensões bem reduzidas.
58
As lâmpadas halógenas com terminação simples são apresentadas em uma grande faixa
de tamanhos que variam de (3 a 24 mm) e potências de (5 a 10000 W) apresentando uma vida
média de 2000 h com eficiência luminosa de 20 a 25 lm/W. Os tipos de base mais comuns são bi-
pinos, baioneta e tipo parafuso. Por apresentarem um filamento compacto, este tipo de lâmpada é
geralmente utilizado em sistemas ópticos complexos (projetores cinematográficos).
As lâmpadas com dupla terminação apresentam uma forma tubular cujo diâmetro pode
variar de 2 a 8 mm, numa faixa de potência que vai de 45 a 2000 W com vida média de 2000 h e
eficiência luminosa de 15 a 25 lm/W, podendo ser aumenta para 32 a 38 lm/W com a aplicação
de uma película refletora de infravermelho na parede do bulbo.
Algumas lâmpadas halógenas são equipadas com um refletor multifacetado coberto com
uma película dicróica (FIGURA 5.7). Trata-se de um filtro químico que reflete grande parte da
radiação visível e transmite para trás da lâmpada cerca de 65% da radiação infravermelha
(térmica), proporcionando, desta forma, uma luz mais "fria" que aquela obtida com refletores
comuns. A grande maioria das lâmpadas halógenas funciona com uma tensão diferente da rede
elétrica (6, 12 ou 24 V), necessitando de transformadores para a sua aplicação.
Vantagens e desvantagens
Em geral, quanto maior a potência da lâmpada incandescente, maior será sua eficiência
luminosa e sua vida útil. Como aspectos positivos pode-se enumerar:
❏ baixo custo inicial;
❏ tamanho reduzido;
❏ funcionamento imediato;
❏ excelente reprodução das cores;
❏ não há necessidade de aparelhagem auxiliar (exceto as halógenas);
❏ sem limitação quanto à posição de funcionamento (exceto algumas halógenas);
❏ por ser uma fonte puntual, sua luz é de fácil direcionamento;
❏ podem ser facilmente controladas por “dimmers”;
❏ é a lâmpada que apresenta o maior número de configurações (formato, tipo de
refletor, tensão de funcionamento, potência e cores).
Fluxo luminoso: 3, 4
Tensão aplicada
Fluxo real = Fluxo nominal ⋅
Tensão nominal
Potência dissipada: 1, 6
Tensão aplicada
Potência real = Potência nominal ⋅
Tensão nominal
Vida média:
13
Tensão nominal
Vida real = vida nominal ⋅
Tensão aplicada
Eficiência luminosa:
1, 9
Tensão aplicada
Eficiência real = Eficiência nominal ⋅
Tensão nominal
160.00%
Fluxo luminoso
140.00%
% dos Valores Nominais
Eficiência luminosa
Potência
120.00%
Vida útil
100.00%
80.00%
60.00%
40.00%
85.00% 90.00% 95.00% 100.00% 105.00% 110.00% 115.00%
% da Tensão Nominal
FIGURA 5.8 – Efeito da variação de tensão na rede nas características de operação das
lâmpadas incandescentes.
61
Problemas de funcionamento
A TABELA 5.4 apresenta alguns dos problemas de mau funcionamento mais comuns das
lâmpadas incandescentes.
Estabilizadores de corrente
As lâmpadas de descarga gasosa têm uma resistência interna a funcionamento negativo;
por conseguinte, enquanto a tensão de alimentação se mantém constante, a corrente tende a
aumentar, até provocar um curto-circuito interno. Por isto, adotam-se dispositivos de limitação de
corrente chamados de reatores. Dependendo de sua fabricação, os reatores podem consumir
elevada potência reativa, sobrecarregando os circuitos alimentadores. Caso isto ocorra torna-se
necessário a correção do fator de potência (cosϕ) da carga instalada;
Condensadores
O baixo fator de potência de alguns reatores (entre 0,3 - 0,5), devido a defasagem entre a
corrente absorvida pela lâmpada de descarga e a tensão de alimentação, exige o uso de
condensadores (também chamados de capacitores) para a obtenção da refasagem e elevação do
fator de potência (>0,92 – conforme determinação das distribuidoras de energia elétrica).
Reatores modernos de boa qualidade já possuem incorporado internamente este dispositivo de
correção;
Starters
São dispositivos que se destinam a proporcionar a tensão necessária para haver a
descarga inicial do gás, através de pulsações de corrente, ionizando desta forma, o caminho da
descarga, para que a lâmpada passe a operar. Os starters são constituídos de um pequeno tubo de
vidro contendo um gás inerte (neon ou argônio) dentro do qual são colocados dois eletrodos. Um
dos eletrodos é constituído de uma lâmina bimetálica que retorna a posição inicial após alguns
instantes.
63
Ignitores
São elementos semelhantes ao starter que são utilizados nas lâmpadas a vapor metálico e
vapor de sódio de alta pressão. Os ignitores geram uma série de pulsações de tensão elevada,
ionizando o caminho da descarga, provocando assim o início do processo, colocando a lâmpada
em funcionamento. Cada ignitor possui esquema próprio de ligação dos seus terminais que deve
ser obrigatoriamente obedecido, bem como a freqüência da rede em que ele deve operar (50 ou
60 Hz).
Efeito estroboscópico
As lâmpadas de descarga produzem o efeito estroboscópico: objetos que se movimentam
em alta velocidade (linear ou angular), podem parecer estarem parados ou se movimentando em
baixa velocidade, no mesmo sentido ou até no sentido contrário. Isto pode provocar sérios
acidentes de trabalho.
Ligada
Desligada
Para evitar o efeito estroboscópico deve-se distribuir duas ou mais lâmpadas emitindo
fluxos luminosos defasados entre si, que pode ser obtido ligando-se as lâmpadas nas fases
diferentes de um sistema trifásico conforme pode ser visto na FIGURA 5.12.
t
Ligada Desligada
Fase R
Fase S
Fase T
A FIGURA 5.12 mostra que no momento em que uma das lâmpadas está apagada, as
outras duas estão acessas, embora não estejam com seu fluxo luminoso máximo. Convém
ressaltar que o piscar das lâmpadas a descarga gasosa não é perceptível pelo olho humano, pois
isto ocorre muito rápido (120 vezes por segundo quando a freqüência é de 60 Hz) e o órgão
visual do homem somente consegue notar uma intermitência cuja freqüência fique entre 20 e 30
Hz.
A evolução tecnológica das lâmpadas de descarga tem sido bastante grande. Pesquisas e
desenvolvimento quanto a qualidade do gás e do pó fluorescente têm proporcionado grande
evolução na reprodução de cores e redução das dimensões, novos reatores eletrônicos têm
minimizado os principais aspectos negativos dos reatores comuns, sem mencionar a constante
elevação da eficiência luminosa, um aspecto já significativo deste grupo de lâmpadas em
comparação com as incandescentes.
Até pouco tempo atrás, uma boa reprodução de cor só era obtida às custas da eficácia; na
maior parte das vezes, isto ainda é válido. São freqüentes, no entanto, situações nas quais ambas
as características são exigidas. Vários tipos de lâmpadas fluorescentes são um compromisso entre
a reprodução de cor ideal e o fluxo luminoso ótimo: ou a reprodução de cor é ótima e a eficácia
baixa, ou o contrário. Somente a lâmpada fluorescente de nova geração (/84) proporciona ambos
os aspectos em graus elevados.
Tubo linear
Tubo em U
Tubo circular
(lâmpadas
Tubo em U
(lâmpadas
Camada fluorescente
As características das lâmpadas fluorescentes (temperatura da cor, índice de reprodução
de cores “IRC” e eficácia luminosa) dependem do pó fluorescente que é utilizado em sua
fabricação, pois é ele que transforma a radiação ultravioleta em radiação visível. Atualmente
existe um grande número de pós fluorescentes capazes de cobrirem todo o espectro visível
produzindo luz de qualquer temperatura de cor e com excelentes índices de reprodução de cor.
Em casos que uma excelente reprodução de cor é desejada, utiliza-se uma combinação
de pós de diversas cores. Os pós fluorescentes mais utilizados e os respectivos picos do
comprimento de onda são mostrados na TABELA 5.5.
varia de 20 a 100 lm/W, sendo até 5 vezes maior que a eficácia luminosa das lâmpadas
incandescentes que fica na faixa de 8 a 21,5 lm/W.
O fluxo luminoso que consta nos catálogos das lâmpadas foi medido na centésima hora
de seu funcionamento e a uma temperatura de 25 oC, que é a temperatura em que ela apresenta
um melhor rendimento, apresentando uma redução em sua emissão para valores abaixo e acima
deste. Uma lâmpada instalada em um ambiente onde a temperatura esteja abaixo dos 25 oC pode
estar emitindo o seu fluxo luminoso máximo devido ao calor que ela gera em torno da sua
luminária.
Vida média
A vida média de uma lâmpada fluorescente depende do número de partidas, ou seja, de
quantas vezes ela foi ligada e desligada. O material emissivo sobre os filamentos da lâmpada vai
sendo consumido a cada ligação, e sua vida acaba quando este não mais existir. Dependendo do
número de acionamentos e do tipo de lâmpada a vida média varia de 6.000 a 20.000 horas.
TABELA 5.6 – Potência total dos sistemas de iluminação com lâmpadas fluorescentes.
1 x 20W 7 – 10 27 – 30 - -
2 x 20W - - 16 – 18 56 – 58
1 x 40W 10 – 15 50 – 55 15 – 19 55 – 59
2 x 40W 24 104 23 103
2 x 65 W 32 162 - -
2 x 110 W - - 35 255
Lâmina bimetálica
Starter
A B
Filamentos
Interruptor
Fase Lâmpada
Neutro
Reator
Filamentos
Lâmpada
Neutro Reator
Fase
Interruptor
FIGURA 5.16 - Ligação de lâmpada fluorescente de catodo quente.
uma vantagem sobre as demais, pois tem uma vida muito mais longa. Como as lâmpadas de
catodo quente, estas também têm partida instantânea.
Vantagens e desvantagens:
Em geral, as lâmpadas fluorescentes apresentam as seguintes vantagens:
❏ custo de operação menor quando comparado com as incandescentes;
❏ boa eficiência luminosa (4 a 6 vezes mais que as incandescentes);
❏ boa reprodução das cores (dependendo do tipo);
❏ baixa luminância (redução da possibilidade de ofuscamento);
❏ vida média alta (6.000 a 20.000 horas).
Problemas de funcionamento
A TABELA 5.7 apresenta alguns dos problemas de mau funcionamento das lâmpadas
fluorescentes.
HISTÓRICO
No início de 1750 FRANCIS HAUKSBER, um cientista inglês, produziu
a descarga em um tubo de vidro com vácuo o qual havia sido eletricamente
carregado. Somente um século depois, em 1850, é que se obteve luz ao gerar
um arco elétrico através de tubos preenchidos com vários gases, cada um
com a sua própria característica de cor. Porém, a viabilidade comercial
estava difícil de ser obtida e com isso as lâmpadas de descarga elétrica ainda
continuariam nos laboratórios, como artigos de efeitos especiais, por um
bom tempo. Finalmente em 1901, PETER COOPER, introduziu a primeira
lâmpada a vapor de mercúrio comercialmente viável, mas infelizmente a luz
emitida por ela tinha um forte tom azul-esverdeado. A lâmpada foi
amplamente aplicada em iluminação industrial, uma vez que era muito mais
eficiente que as lâmpadas incandescentes da época. Ela continuou em uso
principalmente para foto-gravação e outras aplicações onde a reprodução de
cores não era crítica. Então em 1934 aparecem as primeiras lâmpadas a
vapor de mercúrio modernas, quando foram alcançados alguns avanços
tecnológicos importantes: A introdução de eletrodos de tungstênio com pasta
emissiva; A possibilidade de fazer passagem selada de metal em vidro duro e
quartzo; A introdução de um gás inerte; Conhecimento da tensão de
ionização para os diferentes tipos de gases e misturas; Conhecimento da
dosagem correta de mercúrio para uma descarga estável.
Estas lâmpadas são muito usadas para iluminação de grandes áreas internas (prédios
industriais, armazéns, depósitos, etc.) e externas, onde uma boa reprodução de cores não é
exigida. A luz das lâmpadas a vapor de mercúrio tem uma aparência branco-azulada, pois emite
radiação visível nos comprimentos de onda amarelos, verdes e azuis, com uma carência dos
vermelhos. Embora o índice de reprodução de cores da luz produzida por arco a vapor de
mercúrio seja pobre, há uma grande emissão de ultravioleta que poderá produzir o comprimento
de onda vermelho através da utilização de pós fluorescentes no bulbo da lâmpada. Exemplo: uma
lâmpada de bulbo claro que apresente um IRC de 22 poderá, com a utilização de pós
fluorescentes no seu bulbo, aumentar este índice para 52, tornando as cores muito mais naturais.
Vida média
As lâmpadas a vapor de mercúrio possuem uma vida longa que pode variar de 6000 a
28000 horas. Infelizmente elas diminuem o fluxo luminoso emitido com o tempo, ou seja,
emitem cada vez menos luz à medida que envelhecem. Uma lâmpada a vapor de mercúrio com
cinco anos de idade irá emitir de 10 a 20% da quantidade de luz para a qual ela foi projetada. Isto
é um problema que deve ser levado em conta no momento de sua escolha. Por exemplo: um
sistema de iluminação com lâmpadas a vapor de mercúrio foi projetado para um nível de
iluminamento de 100 lux. Este poderá depois dos cinco anos ou mais estar emitindo apenas 15
lux. Associado a perda do fluxo luminoso, existem também uma perda na reprodução de cores
pelo envelhecimento da camada de fósforo da lâmpada.
Vantagens e desvantagens
As lâmpadas a vapor de mercúrio apresentam algumas vantagens na sua utilização:
❏ boa eficiência luminosa (4 a 6 vezes mais que as incandescentes);
❏ boa eficiência luminosa (45 - 65 1m/W);
❏ luminância média;
❏ oferecidas em gamas de potência elevadas (uma de 400W tem o fluxo luminoso
equivalente a 9 - 10 lâmpadas tubulares fluorescentes de 40W);
❏ volume pequeno;
❏ boa duração média (6.000 - 28.000 horas).
74
HISTÓRICO
Embora as lâmpadas a vapor de sódio a alta pressão sejam
atualmente uma das fontes de maior utilização a nível mundial pelas
múltiplas vantagens que apresentam, suas origens remontam ao século
passado, quando uma corrida dos pesquisadores para a solução da
iluminação por meio de descarga elétrica através de gases e vapores
começou a apresentar resultados promissores.
Os primeiros sucessos aconteceram com os tubos de Moore (1899)
com descarga em gases e a lâmpada de Cooper-Hewitt (1901) que obtinha
luz através do vapor de mercúrio a baixa pressão. Seria o grande início da
vasta família de lâmpadas de descarga.
Embora se vislumbrasse também a utilização do vapor de sódio, as
dificuldades de se trabalhar com ele, pela sua agressividade em relação ao
vidro e ao quartzo, fizeram com que só se chegasse a uma lâmpada prática,
comercializável, com o aperfeiçoamento do vidro.
O êxito se deu na Europa, primeiramente para operação em
corrente contínua (1931) e depois em corrente alternada (1933). Obtinha-se
então uma lâmpada com eficiência luminosa jamais alcançada antes, da
ordem de 55 lm/W.
Tratava-se, todavia, de uma fonte luminosa monocromática, na faixa
de 589 nanômetros, raia característica do sódio vaporizado.
Em contrapartida, a nova fonte emitia uma luz surpreendentemente
eficiente. Devidamente aperfeiçoada, chega a atingir 200 lm/W, eficiência até
hoje não igualada por qualquer outra fonte de luz. Entretanto, apresenta o
inconveniente de não reproduzir as cores (exceto o amarelo) e por isso
mesmo tem sido sempre rejeitada para aplicações internas.
As lâmpadas de sódio de alta pressão radiam energia sobre uma grande parte do espectro
visível. Em comparação com as lâmpadas de sódio de baixa pressão, elas proporcionam uma
reprodução de cor razoavelmente boa. São disponíveis com eficiência luminosa de até 130 lm/W,
em potências que variam de 33 a 210W, e uma temperatura de cor de aproximadamente 2100 K.
Com uma tonalidade alaranjada agradável e alta eficiência luminosa, estas lâmpadas têm tido um
emprego crescente para todos os tipos de iluminação externa e iluminação industrial de grande
altura (250 - 400W para alturas de montagem de 6 - 10m e potências superiores para alturas de 15
- 30m).
Vantagens e desvantagens
As lâmpadas a vapor de sódio apresentam as seguintes vantagens:
❏ elevada eficiência luminosa, especialmente as de baixa pressão;
❏ notável vida média (6.000 - 9.000 horas);
❏ luminância média (baixa pressão);
❏ reprodução de cores razoável (alta pressão apenas);
❏ sem limitação de posição para funcionamento (alta pressão).
Neste tipo de química, também se tem a adição de três novos elementos químicos ao
argônio e ao mercúrio, que são: disprósio, tálio e o hólmio, proporcionando à lâmpada um
espectro mais uniforme e contínuo. O resultado é um melhor índice de reprodução de cores,
eficiência luminosa média melhor, e melhor estabilidade das cores. Esta química também
proporciona maior liberdade no desenvolvimento de novas tonalidades de cor (entre 3.800 e
5.600 K). Porém, picos de alta tensão são necessários para acender a lâmpada requerendo
também de um reator de maior isolação elétrica (maior custo). Além disso, a manutenção do
fluxo luminoso não é tão boa e existe uma maior variação na vida das lâmpadas.
Apesar de o sódio e o escândio serem as principais adições químicas nesta versão, o lítio
e o tálio também podem ser adicionados para melhorar ainda mais o rendimento de cores. As
vantagens principais desta química são o alto rendimento de cores, alta eficiência luminosa, boa
estabilidade de cores, longa vida média e a possibilidade de desenvolver diversas tonalidades de
cor (diferentes temperaturas de cor). As desvantagens são as mesmas da química das terras raras,
necessidade de picos de alta tensão para acender a lâmpada, reator de maior isolação elétrica
(maior custo) e baixa manutenção do fluxo luminoso durante a vida.
Vantagens e desvantagens
Como desvantagens:
❏ Necessitam de equipamentos auxiliares;
❏ Redução do fluxo luminoso durante a vida útil (de 30 a 50%);
❏ Variações na temperatura da cor correlata durante a sua vida (de 300 a 600 K);
❏ Sensíveis a variações de tensão maior que 5%.
5.3. LÂMPADAS DE MICROONDAS
HISTÓRICO
Enxofre
Microondas
Bulbo
de vidro
Um bulbo com um tamanho aproximado de uma bola de golfe, com uma potência de
1425 W pode produzir 135.000 lumens de luz branca, temperatura de cor de 5700 K e um bom
índice de reprodução de cores (IRC=79). Devido ao alto fluxo luminoso estas lâmpadas
necessitam de refletores especiais que possam projetar a luz em pontos distantes das fontes, tais
como os tubos de luz (light pipe). Estes refletores também são necessários para proteger o
ambiente de possíveis vazamentos de microondas. Estes sistemas são excelentes para a
iluminação de grandes áreas, tais como: armazéns, pavilhões industriais, centros comerciais e
para iluminação de segurança.
Vida média
Por não existir nenhum filamento nem componentes metálicos para degradar ou alterar a
composição química do composto dentro do bulbo, esta lâmpada possui vida muito longa
chegando a atingir em torno de 60.000 h, porém o gerador de microondas (magnetron) terá que
ser substituído com aproximadamente 15.000 h. Além de possuir uma vida muito longa, esta
lâmpada mantém praticamente constante a temperatura da cor correlata e o seu índice de
reprodução de cores, mantendo a qualidade do sistema de iluminação durante toda a sua vida.
Vantagens e desvantagens
As lâmpadas a vapor de mercúrio apresentam algumas vantagens na sua utilização:
❏ Alta eficiência luminosa (acima de 110 lm/W);
❏ Vida muito longa (lâmpada 60.000 h e magnetron 15.000 h);
❏ Excelente reprodução de cores;
❏ Baixa emissão de ultravioleta e de infravermelho (menos calor);
❏ Não afeta o meio ambiente;
80
A importância da cor da luz não deve ser negligenciada, principalmente quando existe a
integração da luz natural com a elétrica. O rendimento cromático e a temperatura de cor correlata
dependem dos pós fluorescentes que revestem o interior dos tubos e bulbos das lâmpadas.
Atualmente, em virtude das pesquisas no campo dos pós fluorescentes, pode-se fabricar lâmpadas
de todos os tipos de temperatura de cor com excelentes índices de reprodução de cores.
As fontes de luz têm cores que variam de aparência entre "quente" e "fria". As cores
"quentes" possuem uma aparência avermelhada ou amarelada e as de cores “frias” aparecerão
azuladas.
Fontes de luz com temperatura de cor correlata até 3.000 K são consideradas como cores
"quentes", com valores acima de 4.000 K, cores “frias”. No intervalo de 3.000 K a 4.000 K, são
consideradas de cores neutras ou moderadas, pois não produzem nenhuma das duas aparências de
cor descritas anteriormente.
Cabe relembrar a denominação, cor quente e fria (quanto a sua aparência), tem o sentido
inverso da temperatura de cor. Quanto mais alta a temperatura de cor mais fria é a sua aparência e
vice-versa.
Para uma iluminação ser de boa qualidade, a aparência de cor das fontes de luz deverá
estar relacionada com os níveis de iluminamento. Quanto maior for nível de iluminamento, maior
deverá ser a temperatura de cor correlata da fonte de luz (luz mais branca), para se obter uma
aparência de cor agradável. O diagrama de KRUITHOF relaciona a temperatura de cor correlata
com níveis de iluminância. A área limitada pelas duas curvas indica a região na qual, em função
da iluminância de projeto de da temperatura de cor correlata da fonte de luz utilizada, as cores
terão uma aparência mais natural. Se esses limites são ultrapassados, isso resultará em impressões
de cor não naturais e desagradáveis.
Estas observações servem como uma orientação sendo que a escolha definitiva da fonte
de luz depende e deve levar em consideração o índice de reprodução de cor desta.
O segundo fator na escolha das lâmpadas é o índice de reprodução de cor (IRC). O IRC
no sistema internacional de medidas é um número de 0 a 100, que classifica a qualidade relativa
de reprodução de cor de uma fonte padrão de referência da mesma TCC.
Uma considerável quantidade de luz produzida pelas lâmpadas fluorescentes, até pouco
tempo era perdida quando se procurava obter uma boa reprodução de cor. As lâmpadas
fluorescentes convencionais não têm condição de, ao mesmo tempo, produzir um alto fluxo
luminoso e uma boa reprodução de cor. Este foi sempre o desafio enfrentado pelos engenheiros
responsáveis pela pesquisa e desenvolvimento destas lâmpadas: uma lâmpada com ótima
reprodução de cor e alto fluxo luminoso. Porém, este desafio já foi vencido, com uma descoberta
revolucionária na tecnologia dos halofosfatos de revestimentos, com o trifósforo, e no processo
de dupla camada de revestimento. Atualmente, as lâmpadas com dupla camada de revestimento e
83
trifósforo, garantem um alto fluxo luminoso com excelente reprodução de cores para as lâmpadas
fluorescentes, colocando a disposição dos projetistas, uma gama de opções capazes de satisfazer
qualquer exigência de aplicação.
Natural
Céu claro 7.500 – 19.000 100
Céu claro + sol 5.800 – 6.500 100
Céu encoberto 6.400 – 6.900 100
Incandescente
500 W 2.850 97
Halógena 3.000 89
Fluorescente
Branca fria 4.350 67
Branca quente 3.100 55
Luz natural 6.600 75
Branca quente “Deluxe” 3.230 77
Vapor de mercúrio
Clara 5.900 22
Branca “Deluxe” (revestida) 4.000 43
Vapor metálico
Claro 5.200 55
Revestida 4.600 75
Vapor de sódio alta-pressão 2.250 25
A lâmpada de vapor metálico de bulbo claro tem uma temperatura de cor de 5.200 K e
um IRC de 55. A fraca aproximação da luz emitida por esta lâmpada com a luz natural é porque a
temperatura de cor define a cor dominante e não a distribuição espectral da luz. Assim, mesmo
com uma diferença de apenas 12% na temperatura de cor, esta lâmpada não proporciona uma luz
que combine com a luz natural num dia claro + sol.
45
Incandescente lm/
Incandescente Halógena
Halógina dicróica
Vapor de Mercúrio
Fluorescente comum
Vapor
Vapor Metálico
Sódio alta
Sódio baixa
Microondas
lm
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
46
Vapor de Mercúrio
Luz mista
Vapor de Sódio ☺ ☺ ☺ ☺
Microondas ☺ ☺ ☺ ☺ ☺
Simbologia
Rendimento Eficiência Energia Vida Custo Custo
Símbolo
cromático luminosoa consumida média inicial total
6. LUMINÁRIAS
Luminária é toda aquela aparelhagem que serve para modificar (controlar, distribuir e
filtrar) o fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas: desviá-lo para certas direções (defletores) ou
reduzir a quantidade de luz em certas direções para diminuir o ofuscamento (difusores). Além
disso, protegem a lâmpada e todos os equipamentos necessários para a sua fixação e alimentação
contra elementos externos (seja de natureza mecânica ou ambiental) e controlam o acesso direto
às partes sob tensão.
No caso de uma lâmpada contida numa luminária, parte da luz emitida pela lâmpada será
absorvida pela luminária enquanto o restante será emitido ao espaço. A fração de emissão de luz
(ou rendimento), portanto, é uma característica da luminária:
Basicamente, esta fração ainda pode ser dividida numa parcela que vai para cima (para o
hemisfério superior) e noutra que vai para baixo (hemisfério inferior). A TABELA 6.1 apresenta a
classificação proposta pela CIE (Commission Internationale d'Eclairage) para luminárias de
iluminação geral, de acordo com o direcionamento do fluxo luminoso (ver FIGURA 6.1).
48
TABELA 6.1 – Classificação de luminárias de acordo com o fluxo luminoso, segundo a CIE.
Fluxo luminoso
Classe de luminária em relação a horizontal [%] Notas
Para cima Para baixo
O fluxo luminoso é dirigido para
Direta 0 - 10 90 - 100 baixo. Luminárias deste tipo
proporcionam um alto rendimento
O fluxo luminoso é dirigido
Semidireta 10 - 40 60 - 90 principalmente para baixo.
O fluxo luminoso é dirigido em
Geral difusa 40 - 60 40 - 60 partes iguais para cima e para
baixo.
O fluxo luminoso é dirigido
Semi-Indireta 60 - 90 10 - 40 principalmente para cima.
O fluxo luminoso é dirigido para
cima. Luminárias deste tipo
Indireta 90 - 100 0 - 10 proporcionam um baixo
rendimento, com uma visão pouco
clara por falta de sombras.
49
0 - 10 %
90 - 100 %
10 - 40 %
60 - 90 %
40 - 60 %
40 - 60 %
60 - 90 %
10 - 40 %
90 - 100 %
0 - 10 %
TABELA 6.2 – Classificação das luminárias quanto a proteção contra contatos diretos ou
indiretos.
Classe Tipo de Proteção Símbolo*
6 Hermético.
Estes diagramas são obtidos traçando-se retas radiais, a partir de uma fonte luminosa,
com a mesma distância angular entre elas. Utiliza-se de vetores para representar a intensidade
luminosa em cada uma das direções traçadas. Através da união da extremidade de cada vetor, é
construída a curva de distribuição de intensidade luminosa da luminária, também conhecida como
curva fotométrica (ou polar).
A curva fotométrica de uma luminária puntual será um círculo, pois ela emitirá um fluxo
luminoso com igual intensidade em todas as direções do ambiente, conforme pode ser visto na
FIGURA 6.2.
53
0o
330o 30o
300o 60o
270o 90o
240o 120o
210o 150o
o
180
FIGURA 6.2 – Curva fotométrica para uma fonte puntual.
Porém, como as fontes de luz não são puntuais, as curvas fotométricas não serão
circulares, pois elas emitem diferentes intensidades luminosas conforme a direção considerada. A
FIGURA 6.3 mostra um exemplo de curva fotométrica de uma fonte real de iluminação.
0o
330o 30o
300o 60o
270o 90o
240o 120o
210o 150o
o
180
Geralmente estas curvas são construídas para dois planos: um plano vertical através do
eixo longitudinal da luminária (90o – 270o) e um outro perpendicular ao eixo longitudinal (0o –
180o). Estes planos são representados nas FIGURAS 6.4(a) e 6.4(b) respectivamente.
Por convenção, as curvas fotométricas são traçadas para fluxos luminosos de 1000 lm
com a finalidade de permitir comparações entre diferentes luminárias. Então, a leitura da
intensidade luminosa deve ser ajustada para o fluxo luminoso real da lâmpada utilizada. Por
exemplo, a leitura da curva numa dada direção é: I = 200 cd para 1.000 lm. Caso a lâmpada
forneça 3.000 lm, o valor lido deve ser multiplicado por 3 (3.000/1.000); assim, a intensidade
luminosa real será: I = 200 x 3 = 600 cd.
7. PROJETO LUMINOTÉCNICO
Para que se obtenha uma iluminação de qualidade, esta deve ser planejada obedecendo
critérios técnicos. Sabendo-se que a concepção do ambiente é um dado fundamental para a
qualidade da iluminação, o arquiteto e o luminotécnico devem trabalhar em conjunto desde as
fases iniciais do projeto arquitetônico. Um projeto de iluminação de qualidade pode ser
caracterizado pelos seguintes aspectos:
❏ Iluminação geral;
❏ Iluminação geral localizada;
❏ Iluminação local;
❏ Iluminação da tarefa/ambiente.
Iluminação geral
Sistemas de iluminação geral
proporcionam uma iluminação uniforme
sobre toda a área do plano de trabalho de
um ambiente. São sistemas nos quais a
iluminação parte de luminárias fixadas
regularmente no teto. Neste tipo de sistema
toda a área de trabalho apresenta a
iluminância de projeto.
FIGURA 7.1 – Iluminação geral.
iluminação de fundo para o resto do ambiente. Num sistema de iluminação geral localizada
somente as áreas de tarefas apresentam o nível de iluminação de projeto.
Iluminação local
Sistemas de iluminação local
proporcionam iluminação sobre áreas
relativamente pequenas e imediações
(p.ex., uma lâmpada de escrivaninha).
Para evitar problemas de ofuscamento e
adaptação, este sistema é geralmente
empregado em conjunto com um
sistema de iluminação geral que fornece
iluminação de fundo; no caso desta
combinação, o sistema geral é chamado
FIGURA 7.3 – Iluminação local + tarefa/fundo.
de sistema de iluminação de
tarefa/fundo e o sistema local é
chamado de sistema de iluminação
suplementar.
Iluminação tarefa/ambiente
Sistemas de iluminação da
tarefa/ambiente usam iluminação bem
dirigida à tarefa visual, suplementada
por uma iluminação indireta para
produzir a iluminação de ambiente. Este
sistema de iluminação é geralmente
fixado diretamente na mobília ou
partições internas e dispensam
iluminação artificial no teto. FIGURA 7.4 – Iluminação tarefa/ambiente.
A idade dos usuários de um sistema de iluminação afeta a fadiga visual. A medida que
se envelhece, o poder de acomodação, para focalizar objetos próximos diminui devido ao
endurecimento do cristalino. Quando jovem uma pessoa é capaz de focalizar um objeto a 10 cm
de distância, sendo que esta distância é aumenta podendo chegar a 100 cm quando se atinge os
60 anos de idade. Além do endurecimento do cristalino, ocorre também como envelhecimento
uma redução no diâmetro da pupila, diminuindo assim a quantidade de luz que penetra nos olhos.
Para um mesmo nível de iluminamento, a quantidade de luz que penetra nos olhos de uma pessoa
de 60 anos de idade é um terço da quantidade de luz que penetrará nos olhos de uma de 20 anos.
58
Isto significa dizer que pessoas idosas necessitarão de quantidades de luz maior, a fim de evitar a
fadiga visual.
De um modo geral, quanto maior for a iluminância mais fechada a pupila ficará, o que
melhora a acuidade visual. Como visto anteriormente, a partir de um certo nível de iluminação, o
ganho em termos de desempenho visual não compensa o custo efetuado para obtê-lo.
500 lux 100 lux 500 lux 500 lux 500 lux 500 lux
Errado Correto
Errado Correto
Ofuscamento direto:
O ofuscamento direto poderá ser causado por uma luminária de grande intensidade
luminosa no campo visual do observador. Este ofuscamento poderá se apresentar de duas
maneiras, um inabilitador e outro desconfortável ou perturbador. Um ofuscamento é dito
inabilitador quando uma fonte luminosa muito intensa está dentro do campo visual podendo
causar até cegueira no observador (FIGURA 7.8). Já o ofuscamento perturbador é aquele que a
fonte luminosa que se encontra dentro do campo visual causa desconforto, irritação e distração
visual (FIGURA 7.9).
ofuscamento perturbador não produza a incapacidade visual ele as vezes leva a uma grande
fadiga visual. O grau de ofuscamento perturbador depende, primeiramente: da luminância das
fontes de luz quando comparadas com a luminância geral do ambiente; do número e tamanho
aparente das fontes de luz; e da posição das fontes no campo de visão.
Este sistema é utilizado para verificar possíveis ofuscamentos causados por luminárias
uniformemente distribuídas em um plano superior ao observador, como pode ser visto na FIGURA
7.10. Este sistema mostra os limites de luminâncias para luminárias em diferentes classes de
qualidade, numa faixa de ângulos críticos de 45o a 85o a partir da vertical.
a λ
hS tan λ = 45o
hS
a
Observador
1,20 m
A faixa de ângulos críticos é entre 45o e o ângulo λ para um observador situado no limite
do ambiente. O ângulo λ é o ângulo entre a vertical e alinha do olho do observador até a fonte de
luz mais distante. O máximo valor do ângulo λ é de 85o.
Uma luminária é considerada como tendo lados luminosos quando tiver um lado
luminoso com uma altura maior do que 30 mm e é alongada quando a razão do comprimento
contra a largura da sua superfície luminosa for maior que 2:1.
Este sistema é válido somente para ambientes cujas refletâncias sejam de no mínimo:
50% para o teto e 25% para as paredes, não ocorrendo ofuscamento quando as luminâncias da
luminária estiverem (em todos os ângulos) à esquerda da curva limitante selecionada.
Ofuscamento indireto:
É provocado pela visão do reflexo da fonte de luz no plano da tarefa visual; pode
inabilitar a visão principalmente por diminuição de contraste (ex., reflexo em telas de vídeo) e
causar desconforto visual (reflexo em superfícies de trabalho polidas). Como medidas corretivas,
além de se evitar acabamentos polidos e brilhantes nos ambientes de trabalho, recomenda-se
verificar o posicionamento das luminárias com relação aos usuários e, em especial, a análise do
diagrama fotométrico das luminárias para se proceder um controle da emissão de luz em
determinados ângulos:
As cores de luz branca luz do dia (TCC maiores que 5.000 K), resultaram num efeito de
cores semelhantes à luz solar, desde que o nível de iluminamento atinja 1000 lux. As cores de luz
branco-mornas (TCC menores que 3.000 K), causam um realce de tons alaranjados e vermelhos.
São recomendadas para recintos de descanso, de preferência com níveis de iluminamento baixos.
64
São três os métodos gerais mais usados para o cálculo da quantidade de luz num
ambiente devido a fontes de luz artificiais e definição do número e distribuição das luminárias:
A escolha sobre qual dos três métodos deve ser utilizado deve ser baseada na
complexidade das exigências de iluminação (distribuição das tarefas visuais e geometria do
ambiente) e do tipo de sistema de iluminação escolhido.
Uma fonte de luz (lâmpada ou luminária mais lâmpada) será considerada puntiforme se
sua maior dimensão for menor que um quinto da distância entre a fonte e o ponto a ser iluminado.
65
Para fontes puntiformes os níveis de iluminamento poderão ser determinados pela EQUAÇÃO 1.7,
que poderá ser adaptada através de relações trigonométricas para situações práticas mais
freqüentes:
Iluminância (Eβ) em um plano cuja normal forma um ângulo “β” com a linha que une o
ponto a fonte (EQUAÇÃO 5.1)
θ
d
H
β
90o
I (θ )
Eβ = 2
⋅ (cos 2θ ⋅ cos β ) (8.1)
H
Iluminância horizontal (Eh) causada por uma fonte puntiforme (EQUAÇÃO 8.2)
θ
d θ=β
H
β
I (θ )
Eh = 2
⋅ cos 3θ (8.2)
H
66
Iluminância vertical (EV) causada por uma fonte puntiforme (EQUAÇÃO 8.3)
θ
d β = 900 - θ
H
I (θ )
EV = ⋅ cos 2θ ⋅ sen θ (8.3)
H2
Nas EQUAÇÕES 8.1, 8.2 E 8.3, “I(θ)” é a intensidade luminosa na direção que faz um
ângulo “θ” com a vertical que passa pela fonte luminosa puntual.
Uma fonte de luz só pode ser chamada de fonte puntual em relação a um determinado
ponto conforme for a distância entre os dois. Assim, uma lâmpada fluorescente de 2,4 m de
comprimento (ex: H.O. de 110W) só poderá ser tratada como fonte puntual para pontos distantes
a mais de 12 m (5 vezes o seu comprimento), distância na qual os erros causados pela EQUAÇÃO
8.2 são toleráveis. Para distâncias menores que 12 m este tipo de fonte deve ser tratado como uma
fonte luminosa linear.
Uma fonte luminosa será considerada linear quando o seu comprimento for maior do que
cinco vezes a distância entre o centro da fonte e o ponto considerado, e sua largura for menor que
um quinto desta distância.
CFONTE
LFONTE
FONTE LINEAR:
dFONTE-PONTO CFONTE > 5.dFONTE-PONTO
Plano de Trabalho
LFONTE < dFONTE-PONTO /5
Quando o comprimento e a largura de uma fonte são maiores que um quinto da distância
entre o seu centro e o ponto considerado ela deve ser considerada como uma fonte superficial.
CFONTE
O cálculo dos níveis de iluminamento gerados por fontes superficiais são sem dúvida
nenhuma muito mais complicados do que para fontes puntuais e lineares, por isso raramente são
utilizados. É considerado aqui então apenas um caso simples de uma fonte superficial uniforme.
A EQUAÇÃO 8.4 serve apenas para uma fonte superficial uniforme e fornece a
iluminância diretamente em um ponto em baixo de um canto da luminária. Os dados geométricos
utilizados na EQUAÇÃO 8.4 são representados na FIGURA 8.6.
C L
FONTE SUPERFICIAL:
H A1 = tan-1(W/H)
B2
A2 A2 = tan-1[W.(L2+H2)1/2]
B1 A1
Plano de Trabalho B1 = tan-1(L/H)
B2 = tan-1[L.(W2+H2)1/2]
IP
E= ⋅ [A 2 ⋅ sen (B1 ) + B2 ⋅ sen ( A1 )] (8.4)
2
68
Para se obter a iluminância em um ponto que não esteja diretamente abaixo de um dos
cantos da luminária, torna-se necessário somar ou subtrair a contribuição de quatro fontes
imaginárias, cada uma com um canto em cima do ponto considerado.
O método da iluminância média, também chamado método dos lumens ou do fluxo total,
é uma das ferramentas mais simples na elaboração de projetos luminotécnicos e tornou-se a mais
conhecida entre os profissionais da área. Este método assume que a luz emitida por uma
luminária é uniformemente distribuída sobre o plano horizontal de trabalho (Pht). Embora uma só
luminária não garanta uma iluminação uniforme, várias luminárias iguais, espaçadas
regularmente, produzem uma iluminação próxima da uniforme em todas as partes de um
ambiente. Portanto, a iluminância média num determinado ponto no plano horizontal de trabalho
é função do fluxo luminoso da luminária e da área iluminada.
N ⋅ φ L ⋅ CU ⋅ FD
E Pht = [lux] (8.5)
APht
Caso a iluminância desejada no plano de trabalho EPht já esteja definida, o número de
luminárias N necessário para garantir esta iluminância é obtido pela EQUAÇÃO 8.6:
E Pht ⋅ APht
N= (8.6)
φ L ⋅ CU ⋅ FD
Para determinar o fluxo luminoso da luminária (φL) deve-se multiplicar o fluxo luminoso
da lâmpada (φLâmpada) escolhida pelo número de lâmpadas (n) contidas na luminária, conforme
mostra a EQUAÇÃO 8.7.
φ L = φ Lâmpada ⋅ n (8.7)
4
3 3
2 2
1 Hm
Pht
A luz emitida diretamente para o plano de trabalho (região 1) é a mais significativa para
o iluminamento final; seguida pela luz refletida na cavidade mediana do ambiente (região 2) e
finalmente vem as parcelas que após repetidas reflexões chegam até o plano de trabalho (regiões
3 e 4).
O índice do ambiente (K), também conhecido como índice do local, depende das
dimensões do recinto: comprimento (C), largura (L) e da altura de montagem da luminária (Hm –
distância entre a luminária e o plano de trabalho) e é calculado pela EQUAÇÃO 8.8.
C⋅L
K=
H m ⋅ (C + L )
(8.8)
5 ⋅ H m ⋅ (C + L ) (8.9)
K=
C⋅L
Na TABELA 8.1, tem-se o exemplo de coeficientes de utilização para uma luminária
fictícia. Neste exemplo, o índice do ambiente é igual a 1,0 e o teto, parede e piso têm refletâncias
de 50%, 30% e 10% respectivamente, resultando em um coeficiente de utilização CU = 0,55.
0,60 ,47 ,43 ,40 ,46 ,42 ,40 ,42 ,40 ,38
0,80 ,54 ,50 ,47 ,53 ,49 ,47 ,49 ,46 ,45
1,00 ,59 ,55 ,53 ,58 ,55 ,52 ,54 ,52 ,51
1,25 ,64 ,60 ,58 ,63 ,60 ,57 ,59 ,57 ,56
1,50 ,67 ,64 ,61 ,66 ,63 ,61 ,62 ,60 ,59
do fluxo luminoso, freqüência de limpeza, etc. Recomenda-se a adoção dos valores contidos na
TABELA 8.2.
Este é o método mais preciso para a determinação da iluminação num ponto devido
tanto à luz natural como luz artificial. Neste método, um ambiente é descrito em termos da
luminância inicial (L01, L02 e L03) das paredes, teto e piso, respectivamente. A luminância final
(L1, L2 e L3) é maior que a inicial, para cada superfície, devido a componente da refletida no
ambiente. Fatores de forma ou configuração são usados para descrever o fluxo luminoso refletido
ou emitido por uma superfície e que incide em outra superfície.
Portanto, o fluxo luminoso final emitido pelo piso pode ser descrito pela EQUAÇÃO 8.10:
L3 = L03 + ρ 3 ⋅ (L2 ⋅ f 23 + L1 ⋅ f13 ) (8.10)
A EQUAÇÃO 8.12 difere-se um pouco das demais, pois uma determinada parede pode
"ver" as outras paredes que formam o ambiente. Assim, as luminâncias finais podem ser obtidas
pela solução de um conjunto de equações simultâneas. Obviamente, quanto mais complexa for a
cena, mais difícil será a obtenção dos fatores de forma e mais difícil será a solução do conjunto
de equações resultante. Este método tornou-se viável somente após o advento do computador
digital.
72
A escolha das lâmpadas que serão utilizadas em um determinado ambiente deve ser feita
em função do local e da atividade visual que será desenvolvida. Alguns aspectos devem ser
considerados a fim de que se faça a escolha mais adequada:
❏ Dimensões e forma do local a iluminar;
❏ Tipo de tarefa visual que será desenvolvida no ambiente;
❏ O nível de iluminamento de projeto;
❏ O período de funcionamento do sistema de iluminação;
❏ A vida útil da lâmpada;
❏ A eficiência luminosa da lâmpada;
❏ A temperatura de cor correlata e o índice de reprodução de cor da lâmpada;
❏ O custo inicial e de operação do sistema.
73
Na escolha da luminária, deve-se levar em conta o tipo de iluminação que se deseja para
o ambiente: direta, semidireta, geral difusa, semi-indireta e indireta. Também devem ser
considerados os seguintes aspectos:
❏ Adaptabilidade ao ambiente;
❏ Características construtivas;
❏ Efeito estético;
❏ O seu rendimento;
❏ Facilidade de manutenção e conservação;
❏ Facilidade de troca das lâmpadas;
❏ Possíveis problemas de ofuscamento.
Cavidade do teto
Plano das luminárias
Paredes
Plano de trabalho
Cavidade do piso
Para a cavidade do teto recomenda-se que a refletância seja a mais alta possível, nunca
inferiores a 60%. No caso das paredes também é desejável que se tenha refletâncias elevadas
tendo-se um cuidado especial com as paredes que contem janelas, estas não deverão ter
refletâncias inferiores a 60%. Finalmente, para a cavidade do piso, as refletâncias não devem ser
inferiores a 20% sem ultrapassarem 40%. A TABELA 9.1 apresenta valores de refletâncias de
algumas superfícies.
0,30 Tijolo
Para a determinação do fluxo total utiliza-se a EQUAÇÃO 9.1 que fornecerá a iluminância
média do ambiente.
E Pht ⋅ APht
φTotal = (9.1)
onde:
CU ⋅ FD
φTotal - Fluxo luminoso total necessário para se obter a iluminância de projeto;
EPht - Iluminância no plano horizontal de trabalho (iluminância de projeto);
APht - Área do plano horizontal de trabalho;
CU - Coeficiente de utilização da instalação;
FD - Fator de depreciação da instalação.
φTotal (9.2)
N=
onde:
φL
N - Número de luminárias;
φTotal - Fluxo luminoso total necessário para se obter a iluminância de projeto;
φL - Fluxo luminoso da luminária (EQUAÇÃO 8.7).
O espaçamento entre
luminárias em um ambiente
depende da distância entre as B/2
luminárias e o plano de trabalho
(Hm) e da sua distribuição do fluxo
luminoso. Recomenda-se que o
B
espaçamento entre o centro das
luminárias fique entre 1,0 a 1,5
vezes a altura de montagem (Hm),
tanto na largura como no
comprimento do ambiente, sendo
que a distância entre o centro das A/2 A
luminárias e as paredes deverá ser
metade deste valor (FIGURA 9.2). FIGURA 9.2 – Distribuição das luminárias.
Os valores de A e B são
determinados pela EQUAÇÃO 9.3 e EQUAÇÃO 9.4 respectivamente.
C
A= (9.3)
NC
76
L
B= (9.4)
NL
onde:
A - Distância entre luminárias no comprimento;
C - Comprimento do ambiente;
NC - Número de luminárias na direção do comprimento;
B - Distância entre luminárias na largura;
L - Largura do ambiente;
NL - Número de luminárias na direção da largura.
Se o número de luminárias resultar em valores para “A” e “B” fora dos limites
estabelecidos, corre-se o risco de uma iluminação não uniforme, com a existência de sobras
indesejáveis. Para resolver este problema eleva-se o número de luminária ou modifica-se a sua
distribuição no ambiente.
77
10.1. INTRODUÇÃO
O objetivo principal deste sistema de iluminação é o de garantir, em caso de falta de
energia na rede de alimentação, iluminação adequada para permitir a evacuação fácil e segura do
público; como também, garantir a continuidade das atividades que, por sua natureza, não possam
sofrer interrupções.
A Norma Brasileira (ABNT) NBR 10898 - Sistema de Iluminação de Emergência
estabelece as exigências principais que um sistema deste tipo deve satisfazer.
10.2. CLASSIFICAÇÃO
Os sistemas de iluminação de emergência podem ser classificados de várias formas,
segundo sua função específica, sua fonte alimentadora e sua condição de permanência.
Com desníveis:
5 lux Escadas;
Portas baixas (h < 2,1 m);
Obstáculos. ≥ 120 lm
(efetivos, já descontadas
Planos: todas as perdas)
3 lux Corredores;
Halls;
Refúgios.
78
❏ fácil automação;
❏ boa capacidade de armazenamento de energia em pequenas dimensões (baterias);
❏ não exige manutenção freqüente e especializada;
❏ não exige depósito ou alimentação com substâncias inflamáveis.
Grupo moto-gerador:
São recomendados para grandes edifícios, grandes áreas industriais e comerciais e em
qualquer local onde existam muitas lâmpadas ou equipamentos de porte a serem alimentados.
Apresentam alguns inconvenientes:
❏ manter pessoal especializado na manutenção dos motores e guarda e manuseio do
combustível;
❏ funcionar o motor periodicamente;
❏ evitar a poluição produzida pela combustão.
A NBR 10898 fixa várias condições específicas para a localização dos diversos
componentes da fonte de energia para os dois sistemas acima descritos.
Permanentes:
São aqueles sistemas nos quais as fontes luminosas de emergência estão ligadas na rede
de alimentação e funcionam em serviço normal; passando automaticamente a serem alimentadas
por fonte própria, no caso de falha da fonte normal.
Não permanentes:
São aqueles nos quais os aparelhos de iluminação não são alimentados em serviço
normal, pela rede de alimentação normal e, em caso de falha, passam automaticamente a serem
alimentados pela fonte própria. Ou seja, ao contrário do sistema permanente, as lâmpadas de
emergência permanecem desligadas quando a alimentação é feita pela fonte normal.
TABELA 10.2 – Classificação dos sistemas de acordo com a fonte de energia e permanência.
❏ projetores ou faróis.
Tabela 10.3: Intensidade máxima para controle do ofuscamento (fonte NBR 10898).
2,0 100 25
2,5 400 64
3,0 900 100
3,5 1.600 131
4,0 2.500 156
4,5 3.500 173
5,0 5.000 200
Projetores ou faróis, dependendo do facho de luz podem iluminar grandes áreas a partir
de um ponto. Entretanto, não devem ser empregados em áreas de dimensões reduzidas, de
passagem e escadas; quando utilizados para iluminar áreas de acesso ou saída, o facho luminoso
deve ser ajustado ao sentido do fluxo do público.
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