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Iluminação Natural e Iluminação Artificial - Apostila de Tabelas e Dados Básicos

Escola de Arquitetura - Dep. TAU 077 - UFMG


Souza, R. V. G., Assis, E. S.; Valadares, V. M. 1

ÍNDICE PÁG.
MÓDULO DE ILUMINAÇÃO NATURAL 4
1 ESPECTRO DE RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA .............................................................................4
2 CURVA INTERNACIONAL DE SENSIBILIDADE ESPECTRAL DO OLHO HUMANO .........................4
3 CAMPO VISUAL HUMANO ...................................................................................................................5
4 SISTEMA C.I.E. TRISTÍMULUS ............................................................................................................5
5 GRÁFICO DE KRUITHOF .....................................................................................................................6
6 EFICÁCIA VISUAL HUMANA ................................................................................................................6
7 GRANDEZAS E DEFINIÇÕES ..............................................................................................................7
8 NECESSIDADES HUMANAS DE INFORMAÇÃO VISUAL:............................................................... 10
9 PREFERÊNCIAS HUMANAS ............................................................................................................. 11
10 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO GERAL DO AMBIENTE LUMINOSO ......................................... 11
10.1 Distribuição de luz natural ............................................................................................................ 11
10.2 Iluminâncias da zona ................................................................................................................... 11
11 NÍVEIS GERAIS DE ILUMINÂNCIA RECOMENDADOS PELA NBR 5413/82: ............................. 12
12 RECOMENDAÇÕES PARA UM BOM AMBIENTE LUMINOSO-VISUAL: ..................................... 14
13 GRÁFICOS DE ILUMINÂNCIA DIFUSA SOBRE PLANO HORIZONTAL (LUZ DO CÉU) - BELO
HORIZONTE .............................................................................................................................................. 15
Dados gerados pelo software DLN versão 2.06, para dias luminosos típicos mensais (DLT) segundo
SCARAZZATO (1995). ............................................................................................................................... 15
14 ILUMINÂNCIA DIFUSA HORÁRIA (LUZ DO CÉU) DE BELO HORIZONTE PARA DEZEMBRO E
JUNHO (SOLSTÍCIOS) – PLANO HORIZONTAL E PLANOS VERTICAIS .............................................. 16
15 GRÁFICOS DE “CÉU DE PROJETO” PARA BELO HORIZONTE ................................................. 19
16 O MÉTODO DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO NATURAL (CIN ou FLD) .... 21
16.1 Distribuição de Luminâncias para Céu Encoberto ....................................................................... 21
16.2 Distribuição de Luminâncias para Céu Claro .............................................................................. 22
16.3 Diagramas de Contribuição Relativa de Luz – DCRL.................................................................. 23
16.4 ROTEIRO PARA CÁLCULO DA CIN PARA ABERTURAS LATERAIS ...................................... 23
16.5 ROTEIRO PARA CÁLCULO DA CIN PARA ABERTURAS ZENITAIS ....................................... 26
17 TRANSFERIDOR AUXILIAR PARA O TRAÇADO DE MÁSCARAS DE OBSTRUÇÃO EM
PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA ............................................................................................................. 29
18 DIAGRAMA DE FATORES DE FORMA PARA A HEMISFERA UNITÁRIA ................................... 30
19 DIAGRAMAS DE CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE LUZ (DCRL) PARA CÉU ENCOBERTO ....... 31
20 DIAGRAMAS DE CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE LUZ (DCRL) PARA CÉU CLARO .................. 32
21 TABELA DE COEFICIENTES DE REFLEXÃO () DE MATERIAIS E CORES: ............................. 38
22 TABELA DE COEFICIENTES MÉDIOS DE TRANSMISSÃO () DE VIDROS E PLÁSTICOS ...... 38
23 TABELA DE COEFICIENTES DE MANUTENÇÃO (M): ................................................................ 39
24 PERCENTUAL DE OBSTRUÇÃO POR DIVERSOS TIPOS DE FATORES DE SOMBRA (FS)*: . 39
25 TABELA DE COEFICIENTES DE UTILIZAÇÃO (U) PARA DOMOS ............................................ 40
26 TABELA DE COEFICIENTES DE UTILIZAÇÃO (U) PARA DIVERSOS TIPOS DE ELEMENTOS
ZENITAIS.................................................................................................................................................... 41
27 ROTEIRO BÁSICO DE TRABALHO PARA ANÁLISE DE CONFORTO TÉRMICO DE UMA
EDIFICAÇÃO .............................................................................................................................................. 43
28 ROTEIRO BÁSICO DE TRABALHO PARA ANÁLISE DE CONFORTO LUMINOSO-VISUAL E DE
VENTILAÇÃO NATURAL DE UM AMBIENTE INTERNO ......................................................................... 44
29 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 46
31 EXERCÍCIOS DO MÓDULO DE ILUMINAÇÃO NATURAL ............................................................ 48
32 ANEXOS .......................................................................................................................................... 56
32.1 CARTAS SOLARES..................................................................................................................... 56
32.2 TABELA DE LATITUDES DE CIDADES BRASILEIRAS............................................................. 58

MÓDULO DE GEOMETRIA SOLAR 59


1 GEOMETRIA DA INSOLAÇÃO E CARTA SOLAR ............................................................................. 60
O
2 CARTA SOLAR (PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA) PARA LATITUDE DE 20 SUL (BELO
HORIZONTE): ............................................................................................................................................ 62
3 DIAGRAMA DE RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE PARA CONDIÇÕES DE NEBULOSIDADE MÉDIA
= 5 DÉCIMOS ............................................................................................................................................. 63

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4 TRANSFERIDOR AUXILIAR PARA O TRAÇADO DE MÁSCARAS DE OBSTRUÇÃO DA ABÓBADA


CELESTE: .................................................................................................................................................. 64
5 CONSTRUÇÃO DAS MÁSCARAS DE OBSTRUÇÃO DA ABÓBADA CELESTE ............................. 65
6 DADOS DE RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE PARA LATITUDE 20 (BH) - CÉU CLARO (N  2,0) 67
O

7 RELÓGIO DE SOL PARA OS ENSAIOS SOB CÉU REAL ................................................................ 68

MÓDULO DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL 69


1 O PROJETO DE ILUMINAÇÃO .......................................................................................................... 70
1.1 Características do projeto de iluminação artificial ....................................................................... 70
1.2 Aspectos fisiológicos da iluminação ............................................................................................ 70
2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES ................................................................................ 71
2.1 Eficiência energética em iluminação............................................................................................ 71
2.2 Integração com iluminação natural .............................................................................................. 72
3 EFICÁCIA LUMINOSA ........................................................................................................................ 72
4 LÂMPADAS ......................................................................................................................................... 74
4.1 Características das lâmpadas ...................................................................................................... 74
4.2 Descrição dos tipos básicos de lâmpadas ................................................................................... 78
5 REATORES ......................................................................................................................................... 82
6 LUMINÁRIAS ...................................................................................................................................... 83
6.1 Tecnologias em Luminárias ......................................................................................................... 83
6.2 Dados Fotométricos ..................................................................................................................... 84
6.3 Nomenclatura ............................................................................................................................... 84
6.4 Desempenho do Sistema de Luminárias ..................................................................................... 85
7 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL ............................................. 86
7.1 Métodos existentes: ..................................................................................................................... 86
7.2 Determinação de iluminâncias ..................................................................................................... 86
7.3 Cálculo do índice do Recinto ....................................................................................................... 86
7.4 Escolha de luminárias e lâmpadas .............................................................................................. 87
7.5 Fator de utilização, Fu ................................................................................................................. 88
7.6 Fator de Depreciação, Fd ............................................................................................................ 88
8 MÉTODOS DOS LUMENS ................................................................................................................. 89
9 MÉTODO DAS CAVIDADES ZONAIS ................................................................................................ 89
10 Tabela de Coeficientes de Reflexão () de materiais e cores:........................................................ 93
11 Tabela de Refletância Efetiva da Cavidade de Teto ou de Chão para Várias Combinações de
Refletâncias* .............................................................................................................................................. 94
12 Tabela de Refletância Efetiva da Cavidade de Teto ou de Chão para Várias Combinações de
Refletâncias (continuação) ......................................................................................................................... 95
13 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas ............................................... 96
14 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ........................ 97
15 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ........................ 98
16 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ........................ 99
17 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 100
18 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 101
19 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 102
20 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 103
21 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 104
22 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 105
23 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 106
24 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 107
25 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 108
26 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 109
27 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 110
28 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 111
29 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação) ...................... 112
30 Fatores de Correção dos Valores de u para Refletância Efetiva da Cavidade de Teto ou de Chão
diferente de 20% ...................................................................................................................................... 113
31 Recomendações de Projeto para P.S.A.L.I.* ................................................................................ 114
32 Prática de projeto de iluminação eficiente ..................................................................................... 115
33 Sistemas de Controle .................................................................................................................... 115
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33.1 Integração da iluminação Elétrica .............................................................................................. 116


33.2 Sensores de Ocupação ............................................................................................................. 118
33.3 Sistemas de Temporizadores .................................................................................................... 119
34 Análise Econômica de Projetos de Iluminação Artificial:............................................................... 121
35 Campos de atuação para projetistas de iluminação ..................................................................... 122
36 Roteiro Básico de Trabalho para Análise de Conforto Luminoso-Visual de uma Edificação: ...... 123
36.1 Análise das Condições do Recinto Urbano: .............................................................................. 123
36.2 Análise do Desempenho Luminoso-Visual da Edificação: ........................................................ 123
37 Referências Bibliográficas: ............................................................................................................ 125

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MÓDULO DE ILUMINAÇÃO NATURAL


1 ESPECTRO DE RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
O espectro eletromagnético visível abrange o grupo de radiações com comprimentos de onda
entre 380 e 760 nm, capazes de estimular a retina do olho humano produzindo a sensação luminosa.

Metros
10-15 10-13 10-11 10-9 10-7 10-5 10-3 10-1 1 101 103 105

ondas
curtas

VHF
cós- IV
IV
raios X UV radar UHF rádio
micos distante

luz visível
amarelo
violeta

UV azul azul verde alaranjado vermelho IV


verde

400 500 600 700 800 nm


Fig.1.1. Espectro Eletromagnético

2 CURVA INTERNACIONAL DE SENSIBILIDADE


ESPECTRAL DO OLHO HUMANO
Indica a variação da sensibilidade de um olho humano médio para níveis de luminância acima de
2
3 cd/m . Verifica-se que o olho humano não é igualmente sensível a todas as cores do espectro visível.

Fig.2.1. Curva Internacional de Sensibilidade Espectral do Olho Humano. Extraído de: MOREIRA, 1982

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3 CAMPO VISUAL HUMANO


o o
Está limitado a 130 no sentido vertical e 180 no sentido horizontal. Dentro do campo visual total
pode-se distinguir, segundo Egan (1983), três zonas: campo visual central, entorno do campo central e
campo visual periférico (de visão binocular e de visão monocular).

Fig.3.1. Campo Visual Humano. Adaptado de: EGAN, 1983.

4 SISTEMA C.I.E. TRISTÍMULUS


Exprime, através do diagrama de cromaticidade, a composição de cores em função de 3 compo-
nentes que correspondem à sensibilidade espectral relativa do olho humano padrão ao vermelho (R),
verde (G) e azul (B).

Fig.4.1. Diagrama de Cromaticidade. Extraído do Catálogo Sylvania, s/ data.

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5 GRÁFICO DE KRUITHOF
Desenvolvido em 1941, aponta a sensação psicológica ligada à relação entre o nível de ilumi-
namento do local e a temperatura de cor da fonte luminosa, podendo ser usado como indicador de con-
forto luminoso.
Gráfico de Kruithof
Sensação psicológica ligada à relação entre
Iluminância e Temperatura de cor da fonte

6580
Temperatura de coro(K)

5580

SENSAÇÃO SOMBRIA SENSAÇÃO


4580
DESAGRADÁVEL AGRADÁVEL

3580

2580
SENSAÇÃO DE CALOR
DESAGRADÁVEL
1580
1 10 100 1000 2000 10000

Iluminância (lux)
Fig. 5.1. Sensação psicológica ligada à relação entre a Iluminância e a Temperatura de Cor da fonte.

6 EFICÁCIA VISUAL HUMANA


Como se observa nos gráficos abaixo, cresce com o aumento da iluminância até o ponto onde
passa a vigorar a “lei dos retornos regressivos”. Do mesmo modo, a sensibilidade de contraste melhora
com o aumento da luminância média do campo visual até um ponto onde começa a haver ofuscamento
perturbador (deslumbramento).

Fig. 6.1. Gráfico de Agudeza Visual


Fig. 6.2. Gráfico de Sensibilidade ao Contraste

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Fig. 6.3. Gráfico de Capacidade Visual


(Extraídos de: KOENIGSBERGER ET ALT, 1977)

7 GRANDEZAS E DEFINIÇÕES
FLUXO RADIANTE [W] - é a potência da radiação eletromagnética emitida ou recebida por um corpo. O
fluxo radiante pode conter frações visíveis e não visíveis (PEREIRA, 1994 -A).

FLUXO LUMINOSO  [lm] - componente de qualquer fluxo radiante que gera uma resposta visual. Sua
unidade é lumen, definida como o fluxo emitido por uma fonte uniforme de 1 cd com 1 sr (esteradiano ou
ângulo sólido). O fluxo total emitido por uma fonte de 1cd é 4 lumens (SZOKOLAY, 1980).

EFICIÊNCIA LUMINOSA [lm/W] - habilidade da fonte me converter potência em luz. Uma fonte de luz
ideal seria aquela que converteria toda sua potência (W) de entrada em luz (lm). No entanto, qualquer
fonte de luz converte parte da potência em radiação infra-vermelha ou ultra-violeta (PEREIRA, 1994-A).
         Equação 7.1
 w

INTENSIDADE LUMINOSA I [cd] - uma fonte de luz emite um fluxo luminoso em várias direções. A
quantidade emitida em cada direção pode variar. A intensidade luminosa é a luz que se propaga numa
dada direção, dentro de um ângulo sólido. Sua unidade é a candela [cd], ou lúmen/esteradiano, definida
2
como a intensidade de um corpo negro de 1/60 cm de área, quando aquecido até a tempratura do ponto
de fusão da platina (MOORE, 1991; SZOKOLAY, 1980). O ângulo sólido , expresso em esteradianos, é
uma medida do espaço tridimensional, assim como o radiano o é para o espaço bidimensional (PEREI-
RA, 1994 -A).
I=  [Equação 7.2]
            

ILUMINÂNCIA E [lux] -(o símbolo E vem de éclairage) Quando o fluxo luminoso atinge uma superfície,
esta superfície é dita iluminada. Iluminância é, portanto, a densidade de fluxo luminoso recebido por uma
superfície: caracteriza o efeito de iluminação produzido pela luz incidente numa só ou numa infinidade de
direções. É a medida da quantidade de luz incidente numa superfície por unidade de área cuja unidade é
2
lux = lumen/m (iluminação é o processo; iluminância é o produto) (MOORE, 1991; SZOKOLAY, 1980).


E  lux [Equação 7.3]
A

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Como em toda radiação, a direção do fluxo luminoso é divergente em relação à fonte de luz. Uma vez
que sua direção não é paralela, sua área de abrangência é maior quanto maior for a distância da fonte
(ou seja, o fluxo contido em um ângulo sólido, se mantém constante com a distância). Por isso, a ilumi-
nância é uma função inversa ao quadrado da distância (MOORE,1991; SZOKOLAY, 1980).
I
E [Equação 7.4]
d2
LEI DO COSSENO - se não se considerar um elemento normal ao feixe de radiação, tem-se que a ilumi-
nação varia com o cosseno do ângulo normal à superfície e o raio de luz. Ela é máxima quando o raio é
normal á superfície, ou seja, quando o ângulo de incidência  = 0 . Em qualquer outro caso o raio de luz
o

cobrirá uma área maior, com uma consequente redução do nível de iluminação (PEREIRA, 1994-A).
I
E  cos  [Equação 7.5]
d2

2
LUMINÂNCIA L [cd/m ] - quando parte da luz incidente numa superfície é refletida, esta superfície é ob-
servada como uma fonte de luz (PEREIRA, 1994 - A). Portanto, luminância é a medida do brilho de uma
superfície; é a intensidade luminosa de um elemento de qualquer superfície, numa dada direção, por
unidade de área perpendicular a esta direção: depende, em geral, da direção segundo a qual é observa-
do o elemento, e varia também, geralmente, de um elemento para outro da mesma superfície. O olho
2 2
humano detecta luminâncias da ordem de 1 milionésimo de cd/m até um limite de 1 milhão de cd/m
(PRADO, 1961; SZOKOLAY, 1980).

I
L [Equação 7.6]
A'
Onde A’ = A cos ,
A é a área total da superfície,
 é o ângulo de incidência à normal da superfície e à direção de observação, e
I é a intensidade luminosa na direção considerada (PEREIRA, 1994 -A).

Luminância de uma superfície, seja fonte primária ou secundária de luz, é, portanto, a intensidade de luz
por área aparente da superfície, a partir do ponto em que é observada. A partir da luminância do céu,
pode-se quantificar o quanto de fluxo luminoso incide sobre a área de uma superfície, obtendo-se, as-
sim, seu nível de iluminação natural (HOPKINSON, 1986).

A luminância devido a uma superfície difusa pode ser calculada por:


E
L [Equação 7.7]

onde  é o fator de reflexão da superfície.

ILUMINAÇÃO ESPACIAL - a descrição usual das condições de iluminação em termos de iluminância


num dado plano, pode não descrever totalmente as condições de iluminação. Existem ambientes onde o

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objeto da tarefa visual é essencialmete tri-dimensional, nestes casos deve-se recorrer á iluminação es-
pacial (PEREIRA, 1994 - A).

ILUMINÂNCIA ESCALAR Es [lux]- (ou iluminância esférica média) é a iluminância média recebida de to-
das as direções por uma pequena esfera, ou seja, é o fluxo total incidente na esfera dividido pela área de
sua superfície, medida em lux. É, então, a medida da quantidade total de luz, não importando sua dire-
ção (SZOKOLAY, 1980).

MODELOS DE CÉU - formas de representação matemática e/ou gráfica da distribuição das luminâncias
de céu. Podem ser modelos para céu uniforme, encoberto, claro e parcialmente encoberto.

DISTRIBUIÇÃO DA LUMINÂNCIA NO CÉU - A iluminância decorrente da luz do céu, pode ser determi-
nada a partir da distribuição da luminância celeste. Uma única distribuição da luminância celeste é usada
para representar cada uma das condições básicas de céu. A luminância do céu é função:
 Da distribuição da relação entre a luminância de cada um dos pontos da hemisfera celeste e a lumi-
nância do zênite;
 de valores absolutos para a luminância do zênite(SCARAZZATO, 1995).

FATOR DE LUZ DIURNA (daylight factor) - uma vez que a iluminância no interior da edificação muda em
função das condições de céu, valores de iluminância não são indicativos diretos do real desempenho da
edificação. O fator de luz diurna (DF) é a razão da iluminância exterior pela interior sob um céu encober-
to e desobstruído (medido em um plano horizontal em ambos os locais e expresso como uma percenta-
gem), e é constante mesmo sob mudanças da luminância absoluta do céu. Tal se deve ao fato de que a
distribuição em um céu uniforme é constante e não varia com o tempo. A constância do DF para uma
edificação se aplica apenas para condição de céu encoberto; sob condição de céu claro, o DF pode va-
riar de acordo com as mudanças de distribuição de luminância do céu e com a posição do sol (MOORE,
1991).

ILUMINAÇÃO PLANAR - as condições de iluminação são geralmente descritas, medidas ou especifica-


das em termos de iluminâncias em um dado plano, comumente o plano de trabalho horizontal; em outras
palavras, nós geralmente tratamos da iluminação planar (SZOKOLAY, 1980).

OFUSCAMENTO - perturbação, desconforto ou mesmo perda de visibilidade devido a uma variação mui-
to grande da iluminação e/ou uma velocidade muito grande. O efeito de saturação ocorre a partir de
2
25.000 cd/m . O efeito de contraste ocorre caso a proporção entre as luminâncias do campo visual seja
superior a 10:1.

VETOR ILUMINAÇÃO Emáx [lux] - é uma medida composta, possuindo uma magnitude e uma direção.
Sua magnitude é a diferença máxima em iluminância entre dois pontos diametralmente opostos na su-
perfície de uma pequena esfera. Sua direção é dada pelo diâmetro que liga os dois pontos que apresen-
tam a diferença máxima (SZOKOLAY, 1980).

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FATOR DE FORMA - é a fração da radiação deixando um elemento de superfície finita S1 que chega a
uma outra superfície S2 de área.

FFS1 - S2 = fluxo recebido por S2vindo de S2 [Equação 7.8]


fluxo total emitido por S2

Quando os elementos possuem áreas diferentes A1 e A2, pela relação de reciprocidade se tem:
FFS1 - S2 .A1 = FFS1 - S2. A2 finita (TREGENZA, 1993, INCROPERA, 1990).

DISCRETIZAÇÃO DA ABÓBODA CELESTE - é a subdivisão da abóboda celeste em porções definidas


por ângulos horizontais e verticias. Uma discretização em porções de 6 x 24, por exemplo, significa que
o
se subdidiu a abóboda passando-se seis linhas paralelas ao plano do horizonte (com 15 de altitude ca-
da uma) e em 24 linhas longitudinais que cortam a abóboda do zênite para o horizonte (em “fatias” de
o
15 de varredura azimutal).

8 NECESSIDADES HUMANAS DE INFORMAÇÃO


VISUAL:
Tabela 8.1 – Necessidades humanas sobre informação visual
Informação visual para Exemplos e condições luminosas
 Orientação física e locali-
1. Linhas horizontais de referência (p. ex. molduras, barras e juntas);
zação
2. Ênfase nos eixos perigosos de escadas e corredores;
3. Definição clara das interseções de circulação.
 Segurança em uso
1. Variação de luz para complemento da estrutura (p. ex. elementos de
luz coordenados aos módulos de painéis);
2. Rotas de fuga claramente visíveis com sinais de saída bem ilumi-
nados.
 Relaxamento
1. Iluminação não uniforme com controle de ofuscamento;
2. Ênfase nas paredes mais que na luz de teto;
3. Centros de descanso visual interessantes (p. ex. esculturas, pintu-
ras e plantas iluminadas), onde os ocupantes possam periodicamente
passar a vista.
 Orientação sobre o tem-
1. Permitir a percepção do ciclo dia-noite através de janelas e/ou do-
po
mus bem dimensionados.
 Contato com a natureza e
1. Aberturas que permitam a penetração da luz do dia (e as vistas dis-
as pessoas
tantes para relaxamento dos músculos dos olhos);
2. Evitar o “ruído visual” das proteções solares.
 Definição do território
1. Iluminação suplementar sobre o plano de trabalho integrada ao mo-
pessoal
biliário;
2. Forros em estrutura tipo caixão ou colunas em ambientes abertos.
(Adaptado de: EGAN, 1983).

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9 PREFERÊNCIAS HUMANAS

FONTE: Adaptado de Manual de Iluminação, Philips Lighting Division, 1981

10 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO GERAL DO AMBI-


ENTE LUMINOSO

Em geral trabalha-se com dois critérios para o projeto de um bom ambiente luminsoso: a uniformidade
do campo visual, dado pelo índice de uniformidade e a eficácia visual da tarefa, dada pela preferência do
usuário.
O índice de diversidade do ambiente nada mais é do que a razão entre a mais alta e a mais baixa entre
as iluminâncias encontradas. Este índice fornece uma idéia da variação das iluminâncias ao longo do
ambiente e, portanto, da assimetria da distribuição da luz no ambiente interno.

10.1 Distribuição de luz natural


DISTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL
Conceito Critério do índice de diversidade
Valor
Ótimo (Iluminância máxima / iluminância mínima) < = 3,0
1,0 a 3,0
Bom 3,1 < (Iluminância máxima / iluminância mínima) < 5,0
3,1 a 5,0
Aceitável 5,1 < (Iluminância máxima / iluminância mínima) < 10,0
5,1 a 10,0
Inadequado (Iluminância máxima / iluminância mínima) > = 10,0
>10,1
Fonte: MACEDO, 2002

10.2 Iluminâncias da zona

Para um ambinte em geral, e em função da preferência do usuário pode-se adotar a seguinte classifica-
ção para maibente iluminados sob luz natural. Níveis mais precisos para os ambientes de trablaho po-
dem ser obtidos através da norma NBR 5413.

ILUMINÂNCIA INTERNA
Conceito Critério
1 Insuficiente Iluminância inferior a 300 lux
2 Adequado Iluminância de 300 a 1.000 lux
3 Ótimo Iluminância de 1.000 a 2.000 lux
4 Admissível Iluminância de 2.000 a 3.000 lux

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5 Excessivo Iluminância superior a 3.000 lux

11 NÍVEIS GERAIS DE ILUMINÂNCIA RECOMENDA-


DOS PELA NBR 5413/82:

As tabelas abaixo estabelecem os níveis de iluminância por classe ou grupo de tarefa visual. Para a de-
terminação de a iluminância adequada consultar o item 5.3 da referida Norma.

Tabela 7.1 - Iluminância para cada grupo de tarefa visual


Faixa Iluminância Tipo de Atividade
(lux)
A 20 - 50 Áreas públicas com arredores escuros.
Iluminação geral p/
áreas usadas inter- 50 - 100 Orientação simples p/ permanência curta.
ruptamente ou c/
tarefas visuais 100 -200 Recintos não usados p/ trabalho contínuo, depósitos.
simples

B 200 - 500 Tarefas c/ requisitos visuais limitados, trabalho bruto de


Iluminação geral maquinaria, auditórios.
para área de traba-
lho 500 - 1.000 Tarefas c/ requisitos visuais normais, trabalho médio de
maquinaria, escritórios.
1.000 - 2.000 Tarefas c/ requisitos especiais, gravação manual, ins-
peção, indústria de roupas.
C 2.000 - 5.000 Tarefas visuais exatas e prolongadas, (eletrônica de ta-
Iluminação adicio- manho pequeno).
nal p/ tarefas visu-
ais difíceis 5.000 - 10.000 Tarefas visuais muito exatas, montagem de micro-
eletrônica.
10.000 - 20.000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia.

(Extraído da NBR 5413/1982)

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Tabela 7.2 – Iluminância em lux por tipo de atividade (Extraído da NBR 5413/1982)
Atividade Nível 1 Nível 2 Nível 3
Acondicionamento
- engradamento, encaixotamento e empacotamento 100 150 200
Auditórios e anfiteatros
- tribuna 300 500 750
- platéia 100 150 200
- sala de espera 100 150 200
- bilheterias 300 450* 750
Bancos* 300 500 750
Bibliotecas
- sala de leitura 300 500 750
- recinto de estantes 200 300 500
- fichário 200 300 500
Corredores e escadas 75 100 150
Escolas
- sala de aula 200 300 500
- quadro negro 300 500 750
- laboratório geral 150 200 300
- laboratório local 300 500 750
- sala de desenho 300 500 750
- sala de reuniões 150 200 300
Escritórios
- de registro, cartografia, etc. 750 1000 1500
- desenho, engenharia mecânica e arquitetura 750 1000 1500
- desenho decorativo e esboço 300 500 750
Hotéis
- banheiros 100 150 200
- espelhos (iluminação suplementar) 200 300 500
- sala de leitura – geral 100 150 200
- sala de leitura – mesa 200 300 500
- cozinha – geral 150 200 300
- cozinha – local 300 500 750
- quartos – geral 100 150 200
- quartos – cama (iluminação suplementar) 150 200 300
- escrivaninha 200 300 500
Residências
- sala de estar – geral 100 150 200
- sala de estar – local 300 500 750
- cozinha idem hotel
- quartos de dormir – geral idem hotel
- quartos de dormir – local (espelho, penteadeira, cama) idem hotel
- hall, escadas, despensas, garagens – geral 75 100 150
- hall, escadas, despensas, garagens – local 200 300 500
- banheiros idem hotel
Restaurantes 100 150 200
Lanchonetes 150 200 300

Tabela 7.3 - Fatores determinantes da iluminância adequada(Extraído da NBR 5413/1982)


Característica da tarefa Peso
e do Observador -1 0 +1
Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos
Velocidade e Precisão Sem importância Importante
Crítica
Reflectância do Fundo e Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30%
da Tarefa

Considerar Nível 1 se: soma dos fatores = -3 ou -2


Considerar Nível 2 se: soma dos fatores = -1,0,+1
Considerar Nível 3 se: soma dos fatores = +2 ou +3

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12 RECOMENDAÇÕES PARA UM BOM AMBIENTE


LUMINOSO-VISUAL:
O objetivo da iluminação em arquitetura é criar o ambiente visual mais adequado às atividades pre-
vistas. O conforto luminoso-visual resulta da percepção clara da informação visual demandada conscien-
te ou inconscientemente. Para tanto, EGAN (1983) apresenta as seguintes recomendações:

a) As condições visuais melhoram com o aumento da iluminância até um ponto onde passa a vigorar a
“lei dos retornos regressivos”;
b) As condições visuais melhoram se a tarefa visual pode ser distinguida de seu entorno por ser mais
brilhante, mais contrastante, mais colorida, fortemente definida, ou uma combinação de dois ou mais
destes fatores;
c) As condições visuais são melhores se a tarefa visual está num cenário desobstruído e não confuso;
d) A iluminação deve ser livre tanto do ofuscamento inabilitador quanto do ofuscamento perturbador. As
fontes de luz não podem ser fontes de ofuscamento perturbador. Consequentemente, as aberturas do
edifício devem ter elementos de proteção contra a luz direta do sol ou reflexões indesejáveis do en-
torno externo;
e) Iluminação geral deve ser feita nos ambientes, com focos de luz sobre as tarefas visuais. Evitar criar
condições onde os olhos devem se adaptar muito rapidamente a uma grande variedade de luminosi-
dades;
f) Ambientes uniformemente sombrios devem ser evitados. Pequenos pontos de luz de baixa potência
corretamente distribuídos podem contribuir para criar uma agradável variação de luminosidade sem
ofuscamento;
g) Superfícies retas não devem ser iluminadas desigualmente, a menos que os focos estejam sobre pe-
ças de arte, painéis, entradas, etc.;
h) Luz suficiente deve chegar aos forros, para evitar condições sombrias que ocorrem quando uma in-
formação visual desejada sobre a estrutura do ambiente é perdida ou não está clara;
i) O entorno da tarefa visual deve ter luminosidade moderada. Esta luminosidade deve resultar da refle-
xão das superfícies de teto e paredes e das aberturas para iluminação natural;
j) As fontes de luz devem ser selecionadas de acordo com as necessidades humanas de reprodução de
cor, finalidades do ambiente e tipo de mobiliário;
k) A luz natural deve ser providenciada em qualquer ambiente para permitir contato com a natureza, com
as pessoas e para induzir sensações de bem-estar e frescor. A variabilidade da luz é a característica
dominante da luz natural do dia.

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13 GRÁFICOS DE ILUMINÂNCIA DIFUSA SOBRE


PLANO HORIZONTAL (LUZ DO CÉU) - BELO HORI-
ZONTE

18
5:00/19:00
16
Ee Difusa (klx)

6:00/18:00
14
12 7:00/17:00

10 8:00/16:00
8 9:00/15:00
6 10:00/14:00
4 11:00/13:00
2 12:00
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês

Fig.11.1. Céu Claro (N  2,0)

50
5:00/19:00
Ee Difusa (klx)

40 6:00/18:00
7:00/17:00
30 8:00/16:00
9:00/15:00
20
10:00/14:00
10 11:00/13:00
12:00
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês

Fig.11.2. Céu Parcialmente Encoberto (2,1  N  7,0)

25
5:00/19:00
Ee Difusa (klx)

20 6:00/18:00
7:00/17:00
15 8:00/16:00
9:00/15:00
10
10:00/14:00
5 11:00/13:00
12:00
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês

Fig.11.3. Céu Encoberto (7,1  N  10,0)

 Dados gerados pelo software DLN versão 2.06, para dias luminosos típicos mensais (DLT) segundo
SCARAZZATO (1995).

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14 ILUMINÂNCIA DIFUSA HORÁRIA (LUZ DO CÉU)


DE BELO HORIZONTE PARA DEZEMBRO E JUNHO
(SOLSTÍCIOS) – PLANO HORIZONTAL E PLANOS
VERTICAIS
Dados gerados pelo software DLN versão 2.06, para dias luminosos típicos mensais (DLT) segundo
SCARAZZATO (1995).

18
N
16
NE
Ee Difusa (klx)

14
E
12
SE
10
S
8
SW
6
W
4
NW
2
H
0
05:00 07:00 09:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00

Hora (TSV)
Fig.10.1. Condição de Céu Claro (N  2): DEZEMBRO (DLT = 12/12)

18
N
16
NE
Ee Difusa (klx)

14
E
12
SE
10
S
8
SW
6
W
4
NW
2
H
0
05:00 07:00 09:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00

Hora (TSV)
Fig.10.2. Condição de Céu Claro (N  2): JUNHO (DLT = 11/06)

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50
N
45
NE
Ee Difusa (klx)

40
E
35
30 SE

25 S
20 SW
15 W
10
NW
5
H
0
05:00 07:00 09:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00

Hora (TSV)
Fig.10.3. Condição de Céu Parcialmente Encoberto (2,1  N  7,0): DEZEMBRO (DLT = 12/12)

50
N
45
NE
40
Ee Difusa (klx)

35 E

30 SE

25 S
20 SW
15 W
10
NW
5
H
0
05:00 07:00 09:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00

Hora (TSV)
Fig.10.4. Condição de Céu Parcialmente Encoberto (2,1  N  7,0): JUNHO (DLT = 11/06)

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25
N

NE
20
Ee Difusa (klx)

15 SE

S
10 SW

W
5
NW

H
0
05:00 07:00 09:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00

Hora (TSV)
Fig.10.5. Condição de Céu Encoberto (7,1  N  10,0): DEZEMBRO (DLT = 12/12)

25
N

NE
Ee Difusa (klx)

20
E

15 SE

S
10 SW

W
5
NW

H
0
05:00 07:00 09:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00

Hora (TSV)
Fig.10.6. Condição de Céu Encoberto (7,1  N  10,0): JUNHO (DLT = 11/06)

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15 GRÁFICOS DE “CÉU DE PROJETO” PARA BELO


HORIZONTE
A iluminância do “céu de projeto” para uma dada localidade corresponde, segundo Koenigsberger et alt
(1977), a um nível de iluminamento exterior (Ee) que é ultrapassado em 85% a 90% do tempo de luz so-
lar.

Frequência de Ocorrência dos Níveis de Iluminância


para Céu Encoberto, Belo Horizonte
100
100 91 90 88
90 86 82
81 79 77
80 76 73
Ocorrência (%)
Frequência de

70 65 64
62 58
60
49
50 45
40 32
30
20 14
10 03
0

10.000
11.000
13.000
15.000
17.000
19.000
21.000
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
0

Iluminância Exterior (lux)

Fig.11.1. Freqüência de ocorrência de níveis típicos de iluminância para céu encoberto,


cidade de Belo Horizonte.

100
Iluminância
Interna
90
Requerida (lx)

80

70
Eficiência (%)

100
200
60
300
400
50
500
600
40 700
800
30 900
1000
20

10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 FLD (%)

Fig. 11.2. Gráfico de Eficiência X FLD para céu encoberto, Belo Horizonte.

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Freqüência de Ocorrência dos Níveis de Iluminância para Ceú


Parcialmente Encoberto, Belo Horizonte

100
100
90 86
78
80 72
Ocorrência (%)
Freqüência de

70 63
60 53
50 44
40
30 21
20 14
10 3 0
0
0

5,000

10,000

15,000

20,000

25,000

30,000

35,000

40,000

45,000

50,000
Iluminância Exterior (lux)

Fig. 11.3. Freqüência de ocorrência de níveis típicos de iluminância para


céu parcialmente encoberto, cidade de Belo Horizonte.

100
Iluminância
Interna
90
Requerida (lx)

80

70
Eficiência (%)

100
200
60
300
400
50
500
600
40
700
800
30
900
1000
20

10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 FLD (%)

Fig.11.4. Gráfico de Eficiência X FLD para céu parcialmente encoberto, Belo Horizonte

Extraído de: ASSIS (2000). Dados gerados pelo software DLN versão 2.06,
para dias luminosos típicos mensais (DLT), segundo SCARAZZATO (1995).
Gráficos gerados segundo método proposto por ALUCCI (1992).

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16 O MÉTODO DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO DE


ILUMINAÇÃO NATURAL (CIN ou FLD)

O método de cálculo da Contribuição de Iluminação Natural (CIN) ou fator de luz diurna (FLD) é
um método gráfico para cálculo de iluminâncias internas a ser utilizado em avaliações iniciais da quanti-
dade de luz que se obtém por determinada abertura.

A iluminação produzida pelo céu visto através de uma janela é independente da “distância” do
céu; ela é completamente definida pela direção e luminância de cada zona de céu e pelo ângulo sólido
que subentende. Nós podemos especificar a iluminação em qualquer ponto do espaço apenas em ter-
mos do campo de luminância cercando o ponto (LYNES: 1968).Os diagramas apresentados neste méto-
do consideram a distribuição de luminâncias para céus encobertos e claros e possibilitam a verificação
dos níveis de iluminância em determinados pontos situados em planos horizontais no interior de ambien-
tes. Estes diagramas representam a distribuição de luminâncias em céu claro para as altitudes solares
o o o o o o
de 15 , 30 , 45 , 60 , 75 e 90 , e são usados para se calcular os níveis de iluminância em um ponto es-
colhido, situado em planos horizontais no interior de ambientes iluminados naturalmente.

Para o estudo da luz incidente em um ponto se utiliza o método de divisão do fluxo em que se
avalia a iluminação a partir de três componentes distintas: a componente celeste (CC), a componente
refletida externa (CRE) e a componente refletida interna (CRI). A somatória dos valores obtidos para
a CC, CRE e CRI multiplicados pelos devidos fatores de correção para o tipo de vidro, tipo de caixilharia
da abertura, de manutenção e de proteção solar fornecerá a contribuição total de iluminação natural, CIN
ou FLD, relativa a um ponto situado em um plano horizontal.

Componente celeste Componente refletica externa Componente refletida interna


Figura 12. 1 – componentes da iluminação natural

16.1 Distribuição de Luminâncias para Céu Encoberto

Em um dia completamente encoberto não há luz solar direta atingindo o solo e a luz de céu é tão unifor-
memente difundida que o padrão da luminância de céu é visualmente simétrico com relação ao zênite. A
luminância de um céu encoberto é três vezes menor no horizonte do que acima.

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16.2 Distribuição de Luminâncias para Céu Claro

O modelo de distribuição de luminâncias do céu em um dia claro se baseia inteiramente na luz do sol
dispersa em sua passagem pela atmosfera, chamada de luz do céu. A luminância de um dado elemento

medido em radianos a partir do zênite; do ângulo no solo, entre o ponto central do elemento e o centro
do sol e do fator de turvamento da atmosfera local (LYNES, 1968; CIE, 1996; PEREIRA, 1994b). Esta
condição encontra-se padronizada pela CIE (1996), onde a luminância de qualquer ponto da abóbada
celeste é dada como uma fração da luminância do zênite, em função da posição do sol e da posição re-
lativa do ponto considerado.

Fig. 13.1. Distribuição de luminâncias para Fig. 13.2. Distribuição de luminâncias para
céu encoberto, segundo MOORE (1991) e CLARO céu claro, segundo MOORE (1991) e CLARO et al
et al (2004) (2004)

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16.3 Diagramas de Contribuição Relativa de Luz – DCRL

A abóbada celeste pode ser considerada como um hemisfério de raio “infinito”, tendo no centro, o ponto
de estudo considerado. A iluminância devido a esta abóbada pode ser determinada a partir do conheci-
mento e da distribuição de luminâncias do céu. Para se determinar esta distribuição, a abóbada celeste
deve ser subdividida em zonas, assumindo-se um valor de luminância único para cada zona.

Para determinada divisão da abóbada são calculados, os valores da relação Lp /Lz, tanto para céu en-
coberto quanto para céu claro. Estes são multiplicados por fatores de forma calculados pela área do re-
batimento da abóbada celeste em plano horizontal, de acordo com a divisão que se queira adotar. Para
inserção no diagrama, os valores obtidos ponderados para que as tabelas geradas possuam um valor
de somatório total igual a 10.000 lux. Ou seja, cada 100 unidades representam 1% da iluminação total
obtida sobre um plano horizontal desobstruído.

Os gráficos de fatores de forma para uma hemisfera de área 10.000 e os Diagramas de Contribuição
o o o o o o
Relativa de Luz para ceú encoberto e para céu claro com alturas solares de 15 , 30 , 45 , 60 , 75 e 90
o o
produzidos para divisões de céu de 10 em 10 são fornecidos nesta apostila nas páginas a seguir.

A partir dos diagramas e de uma máscara do ambiente construída com o auxílio de um tranferidor auxili-
ar pode-se, então, calcular a luz que chega em determinado ponto (CIN – Contribuição de Iluminação
Natural), seja vinda do céu visto pela abertura (lateral e/ou zenital), das obstruções externas e/ou das
paredes e teto do ambiente interno.

16.4 ROTEIRO PARA CÁLCULO DA CIN PARA ABERTURAS LATERAIS

16.4.1 Construção da máscara do ambiente

 Determinação de ângulos horizontais () e verticais () das superfícies internas e externas;

Fig. 13.3. Determinação dos angulos no ambiente e projeção sobre o transferidor auxiliar.

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16.4.2 Cálculo da Componente Celeste CC

Céu encoberto

 Sobreposição da máscara construída sobre o DCRL para céu encoberto.


 CC = soma dos valores vistos através da abertura correspondentes ao céu.

Céu claro

 Definição do dia para cálculo


 Levantamento de azimute e altura solar
 Escolha do DCRL para céu claro com altura solar mais próxima à encontrada (DCRL 15 , 30 , 45 ,
o o o
o o o
60 , 75 , 90 )
 Localização do Norte no DCRL (fig. 13.4).

L
Fig. 13.4. Orientação do DRCL com o auxílio da carta solar local.

 sobrepõe-se a máscara construída sobre o DCRL de forma que a abertura fique orientada adequa-
damente a partir do Norte já marcado e procede-se à soma dos valores internos à mascara de obs-
trução - as subdivisões do diagrama que forem cortadas pelas linhas das máscaras serão considera-
das proporcionalmente à divisão.

EX:
CC = 3,13 % EH

S Fig. 13.5. Superposição da máscara de obstrução


sobre o DRCL orientado.

16.4.3 Cálculo da Componente Refletida Externa - CRE

Existem duas estratégias básicas para o cálculo da CRE: uma para céu claro e outra para céu
encoberto.
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 Céu Encoberto - considera-se que as luminâncias das obstruções vistas do ponto em estudo sejam
iguais à luminância do céu. Faz-se a projeção estereográfica desta superfície e se superpõe esta ao
DCRL para céu encoberto, lendo assim seu valor. Como a luminância das obstruções é geralmente
menor que a do céu por vir somente da luz refletida, se multiplica o valor encontrado pela refletivida-
de, , da superfície em consideração.
 Céu Claro - quando uma parcela do céu é obstruída por uma edificação não iluminada diretamente
pelo sol, considera-se que a porção de céu obstruída pela superfície externa possuirá uma luminosi-
dade menor que a porção de céu equivalente vista da imagem Pi do ponto P. A porção de céu vista
por reflexão pelo ponto P é então considerada como sendo a que se veria a sua imagem Pi através
da superfície S de refletividade .

CRE = CCvista por reflexão * 

onde:
 - coeficiente de reflexão da superfície vista da abertura

Fig. 13.6. Porção de céu “vista” através de uma superfície refletora e projeção
de obstrução externa na hemisfera unitária vista através de uma abertura.

Obs.: Este cálculo é valido apenas quando a superfície externa não estiver diretamente iluminada pelo
sol. As superfícies externas iluminadas pelo sol não serão objeto de discussão desta disciplina.

16.4.4 Cálculo da Componente Refletida Interna - CRI

A componente refletida interna irá contribuir para a iluminância total que chega ao ponto interno
e seus valores dependem da quantidade de luz que entra no ambiente através da abertura - a qual por
sua vez depende do céu e das obstruções externas (GIRARDIN, 1993).
O cálculo da área de contribuição de cada superfície leva em conta o fator de forma de cada
uma das superfícies internas em relação ao ponto P e suas respectivas refletividades. O fator de forma é
calculado pela superposição da superfície projetada (desenhada pelo transferidor auxiliar) sobre o dia-
grama de fatores de forma. O valor encontrado do fator de forma da cada uma das superfícies, FFP, é
multiplicado pela refletância média desta superfície, m, obtendo-se assim o valor percentual da contri-
buição da CRI.
n =i
CRI =  (FFpi . i). (CC+CRE)*Kp
n= 1

onde:
n - número de superfícies
FFpi - área projetada de cada superfície
i - refletância de cada superfície interna

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16.4.4.1 Tabela de correção, Kp, dos valores de CRI encontrados, em função da posição do ponto
em relação à janela
Verificou-se através de diversos estudos que o método DCRL tende a subestimar as reflexões
ocorridas nas superfícies internas do ambiente. Foi porposto então por Souza (2004) a introdução de
índices de correção para evitar esta distorção, não só pela profundidade do ponto calculado, mas tam-
bém pela refletividade média do ambiente. Estes índices são apresntados na tabela a seguir.

Índices Kp para a correção da CRI no método DCRL.

Posição do ponto Valor de kP


próximo à abertura 0,9
posição intermediária 1,15
afastado da abertura 1,6

16.4.5 Cálculo da Contribuição de Iluminação Natural - CIN

A Contribuição de Iluminação Natural (para céu claro ou encoberto), também chamada de Fator
de Luz Diurna (quando se refere apenas a céu encoberto) é o somátorio das componentes celeste, com-
ponente refletida interna e componente refletida externa, minorados das perdas de luz sofridas pelos se-
guintes fatores: transmissividade do vidro (), obstrução do caixilho (kc) e sujeira que se acumula no sis-
tema de aberturas, função do grau de manutenção (km). Deve-se considerar também a existência ou não
de proteção solar que pode ser computada através de um fator de obstrução, ko, ou através de sua re-
presentação gráfica.

CIN = (CC + CRE + CRI). m


onde: m =  . kc . km.ko

16.4.6 Verificação de adequabilidade do sistema

 Comparar nível de iluminação obtido com o nível necessário preconizado na norma NBR-5413/82

Epcalculado = CIN. EH [lux]

 Caso o nível esteja acima ou abaixo dos níveis desejáveis, propor alterações no sistema (dimensão,
cor, transmissividade, manutenção, etc) de forma a melhor adequá-lo às necessidades visuais.

16.5 ROTEIRO PARA CÁLCULO DA CIN PARA ABERTURAS ZENITAIS

O cálculo da iluminação zenital permite a obtenção da área de abertura necessária na superfície da zeni-
tal para a otenção do nível de iluminação desejado no plano de trabalho.

16.5.1 Construção da máscara do ambiente

 Determinação de ângulos horizontais () e verticais () das obstruções externas;


 Construção da máscara de obstrução do entorno imediato da edificação tomando-se como referên-
cia o ponto central da cobertura.

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Fig. 13.7. Planta de uma edificação com representação Fig. 13.8. Projeção do entorno da edificação
do entorno imediato. para o ponto central de sua cobertura.

16.5.2 Cálculo da Componente Celeste, CC

Céu encoberto
 Sobreposição da máscara de obstrução de entorno sobre o DCRL para céu encoberto.
 CC = (100% - Ccobst.% + CCvisto%.prédio) [%]
Céu claro
 Definição do dia para cálculo
 Levantamento de azimute e altura solar
 Escolha do DCRL para céu claro com altura solar mais próxima à encontrada (DCRL 15 , 30 ,
o o
o o o o
45 , 60 , 75 , 90 )
 Localização do Norte no DCRL
 Sobreposição da máscara de obstrução de entorno sobre o DCRL.
 CC = (100% - Ccobst.% + CCvisto%.prédio) [%]

16.5.3 Cálculo da disponibilidade de Luz Natural sobre a cobertura

 Determinação do nível de iluminação em plano horizontal, EH em função do dia do ano, hora


e tipo de céu (valor tabelado)
 Disponibilidade de luz no plano de trabalho

Ed= CC. EH total

16.5.4 Determinação da área iluminante total

E = /S ou: S = /E

Szenital = (Ep . Sambiente) / (Ed.m.ku)

onde:
Ep = nível de iluminação requerida no plano de trabalho (verificar tábelas da NBR-5413/82)
Sambiente = área total do ambiente interno
Ed = disponibilidade de luz natural no ponto médio da cobertura
m = .kc.km.ko (coeficiente que representa o quanto de luz atravessa o sistema após as
perdas por transmissividade do vidro, caixilho, manutenção e obstrução)
ku = coeficiente de utilização, tabelado

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Para a determinação de ku, deve-se saber o valor das refletividades das superfícies internas do am-
biente, e o índice do recinto, ir:
ir = (c. l ) / [(c+l). h]
onde:
c - comprimento do recinto
l - largura do recinto
h - altura do plano de trabalho ao teto

Interpolar os valores das refletividades e de ir para se achar ku.

16.5.5 Determinação do número de estruturas zenitais

N = Sz / Su
onde:
Sz = área total de zenitais
Su = área unitária de cada zenital

16.5.6 Determinação do espaçamento dos sistemas zenitais para uniformidade de iluminação no


plano de trabalho

 Verificar as relações entre distância entre cada uma das aberturas zenitais e altura do plano de tra-
balho D/H  1,25
 Verificar relações entre as distâncias entre cada uma das aberturas zenitais e as distâncias até as
paredes d  D/x, onde x varia para cada tipo de sistema.

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17 TRANSFERIDOR AUXILIAR PARA O TRAÇADO DE


MÁSCARAS DE OBSTRUÇÃO EM PROJEÇÃO ES-
TEREOGRÁFICA

Fig.14.1 - Transferidor Auxiliar


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18 DIAGRAMA DE FATORES DE FORMA PARA A


HEMISFERA UNITÁRIA

Fig 15.1. Fatores de Forma da Hemisfera Unitária


Extraído de: SOUZA (1997)

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19 DIAGRAMAS DE CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE


LUZ (DCRL) PARA CÉU ENCOBERTO

Fig.16.1 - DCRL para Céu Encoberto


Extraído de: SOUZA (1997)

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20 DIAGRAMAS DE CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE


LUZ (DCRL) PARA CÉU CLARO

Fig.17.1 - DCRL para altura solar 15


Extraído de: SOUZA (1997)

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Fig.17.2 - DCRL para altura solar 30


Extraído de: SOUZA (1997)

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Fig.17.3 - DCRL para altura solar 45


Extraído de: SOUZA (1997)

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Fig.17.4 - DCRL para altura solar 60


Extraído de: SOUZA (1997)

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Fig.17.5 - DCRL para altura solar 75


Extraído de: SOUZA (1997)

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Fig.17.6 - DCRL para altura solar 90


Extraído de: SOUZA (1997)

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21 TABELA DE COEFICIENTES DE REFLEXÃO () DE


MATERIAIS E CORES:

Material  (%) Cores  (%)


alumínio polido 60-70 escuras 15-30
aço inox 55-65 médias 30-50
asfalto sem poeira 07 claras 50-70
cal 85-88 brancos 85-95
cerâmica vermelha 30 branco-gelo 79
concreto aparente 55 pérolas 72-84
cromo 60-65 marfim 71-84
esmaltes 60-90 casca de ovo 81
espelhos 80-90 cremes 60-76
gesso (branco) 90-95 amarelos 60-70
grama escura 06 laranja 50
granito 40 rosas 35-60
granolite 17 vermelhos 17-35
livros em estantes 10-20 azuis 10-50
mármore branco 45 verdes 12-60
madeira clara 13 ocres 44-60
madeira escura 07-13 marrons 07-32
terra 07-20 violetas 05-40
tijolo 13-48 cinzas 25-50
tecido escuro 02 pretos 04-08
troncos de árvores 03-05
vegetação de porte médio 25
Fontes: CINTRA DO PRADO (1961) e MOREIRA (1982).

22 TABELA DE COEFICIENTES MÉDIOS DE TRANS-


MISSÃO () DE VIDROS E PLÁSTICOS

Material  (%)
Vidro Transparente
simples, 2 a 3mm de espessura 85
triplo, 4 a 6mm de espessura 86
aramado, até 6mm de espessura 80
Vidro Translúcido
impresso fantasia, 3 a 4mm de espessura 80-85
esmerilhado, impresso grosso e v. industrial, até 6mm 75-80
Vidro Especial
colorido, absorvedor de calor, 4 a 6mm de espessura 74
Telha ondulada de fibra de vidro para coberturas
medianamente difusoras 75-80
consideravelmente difusoras 66-75
muito difusoras 55-70
Placa translúcida opalina de acrílico 55-78
Fonte: MASCARÓ & VIANA (1980).

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23 TABELA DE COEFICIENTES DE MANUTENÇÃO


(M):
Correção do fator de luz diurna (FLD) para perdas devido à sujeira da superfície iluminante.

Tipo Estado de Superfície Iluminante


Tipo de
de Conservação m (%)
Local
trabalho
Vertical Inclinada Horizontal
Limpo Limpo Bom 90 80 70
Sujo Sujo 70 60 50
Limpo Limpo Regular 80 70 60
Sujo Sujo 70 60 50
Limpo Limpo Mau 70 60 50
Sujo Sujo 60 50 40
Nota: os valores correspondem à localização da edificação em área não-industrial. Quando a localização
for em área industrial, os valores indicados nesta tabela devem ser reduzidos em 10%. Fonte: MASCA-
RÓ (1985).

24 PERCENTUAL DE OBSTRUÇÃO POR DIVERSOS


TIPOS DE FATORES DE SOMBRA (FS)*:
Correção do fator de luz diurna (FLD) para perdas devido à proteção contra insolação direta so-
bre o plano de trabalho.

Tipo de Fator de Sombra Iluminância Obstruída (%)


Persiana
de cor clara 60
de cor escura 80
Cortina de Tecido de Trama Aberta
de cor clara 30
de cor escura 50
Cortina de Tecido de Trama Fechada
de cor clara 70
de cor escura 85
Persiana de enrolar, 5% de abertura
de cor clara 80
de cor escura 90
Toldo
de cor clara 60
de cor escura 80
“Brises” horizontais (N-S)
de cor clara 50
de cor escura 60
“Brises” verticais (L-O)
de cor clara 40
de cor escura 50
o
(*) Para latitude de 30 S. Fonte: MASCARÓ & VIANA (1980).

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25 TABELA DE COEFICIENTES DE UTILIZAÇÃO (U)


PARA DOMOS
Coeficiente de Reflexão ()
Teto/Forro 0,70 0,50 0,30 00
Paredes 0,50 0,30 0,10 0,50 0,30 0,10 0,30 0,10 00
Índice do
Local (ir) Coeficientes de Utilização (u)
0,60 0,43 0,38 0,34 0,42 0,38 0,34 0,37 0,34 0,33
0,80 0,42 0,47 0.43 0,51 0,46 0,43 0,46 0,43 0,41
1,00 0,56 0,51 0,47 0,55 0,51 0,47 0,50 0,47 0,45
Altura do 1,25 0,62 0,56 0,53 0,60 0,56 0,52 0,55 0,52 0,50
Poço = 0 1,50 0,65 0,60 0,56 0,64 0,59 0,56 0,58 0,55 0,54
2,00 0,70 0,66 0,62 0,69 0,65 0,62 0,64 0,61 0,69
d/h = 1,25 2,50 0,74 0,70 0,67 0,73 0,69 0,66 0,68 0,65 0,64
3,00 0,77 0,74 0,70 0,75 0,72 0,70 0,71 0,69 0,67
4,00 0,80 0,77 0,75 0,78 0,76 0,73 0,74 0,73 0,71
5,00 0,82 0,79 0,77 0,80 0,78 0,76 0,77 0,75 0,73
 0,90 0,90 0,90 0,88 0,88 0,88 0,86 0,86 0,84
0,60 0,33 0,29 0,27 0,32 0,29 0,26 0,28 0,26 0,25
0,80 0,40 0,36 0,33 0,39 0,35 0,33 0,35 0,33 0,31
1,00 0,44 0,41 0,38 0,43 0,40 0,38 0,40 0,38 0,36
Altura do 1,25 0,48 0,45 0,42 0,48 0,44 0,42 0,44 0,42 0,40
1,50 0,51 0,48 0,45 0,50 0,47 0,45 0,47 0,45 0,44
Poço = 2,00 0,55 0,52 0,47 0,54 0,51 0,47 0,50 0,48 0,47
1/2 x raio do 2,50 0,57 0,54 0,52 0,56 0,54 0,51 0,53 0,51 0,50
poço 3,00 0,59 0,55 0,54 0,58 0,55 0,54 0,55 0,53 0,52
4,00 0,60 0,59 0,57 0,59 0,58 0,56 0,57 0,56 0,54
d/h = 1,0 5,00 0,62 0,60 0,59 0,61 0,60 0,58 0,58 0,57 0,56
 0,68 0,68 0,68 0,66 0,66 0,66 0,65 0,65 0,63
0,60 0,28 0,26 0,24 0,28 0,26 0,24 0,25 0,24 0,23
0,80 0,33 0,31 0,28 0,33 0,30 0,28 0,30 0,28 0,27
1,00 0,38 0,34 0,32 0,36 0,34 0,32 0,34 0,32 0,31
Altura do 1,25 0,40 0,37 0,35 0,39 0,36 0,35 0,36 0,35 0,34
Poço = 1,50 0,42 0,40 0,38 0,41 0,39 0,37 0,39 0,37 0,36
2,00 0,44 0,42 0,40 0,43 0,41 0,40 0,41 0,40 0,39
1 x raio do 2,50 0,46 0,44 0,42 0,45 0,43 0,42 0,43 0,42 0,41
poço 3,00 0,47 0,46 0,45 0,46 0,45 0,44 0,44 0,43 0,42
4,00 0,48 0,47 0,46 0,47 0,46 0,45 0,46 0,45 0,44
d/h = 1,0 5,00 0,49 0,48 0,47 0,48 0,48 0,47 0,47 0,46 0,45
 0,53 0,53 0,53 0,52 0,52 0,51 0,51 0,51 0,49
0,60 0,19 0,17 0,15 0,18 0,17 0,15 0,17 0,15 0,15
0,80 0,23 0,22 0,20 0,23 0,21 0,20 0,21 0,20 0,20
1,00 0,25 0,24 0,23 0,25 0,24 0,23 0,23 0,22 0,22
Altura do 1,25 0,27 0,25 0,24 0,27 0,25 0,24 0,25 0,24 0,24
1,50 0,28 0,27 0,26 0,28 0,27 0,26 0,26 0,25 0,25
Poço = 2,00 0,30 0,29 0,28 0,29 0,28 0,28 0,28 0,27 0,27
2 x raio do 2,50 0,31 0,30 0,29 0,30 0,29 0,29 0,29 0,28 0,28
poço 3,00 0,32 0,30 0,30 0,31 0,30 0,29 0,29 0,29 0,28
4,00 0,32 0,32 0,31 0,32 0,31 0,30 0,31 0,30 0,30
d/h = 0,75 5,00 0,33 0,32 0,31 0,32 0,32 0,31 0,31 0,30 0,30
 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,34 0,34 0,33
0,60 0,11 0,10 0,10 0,11 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10
0,80 0,13 0,12 0,11 0,12 0,12 0,11 0,12 0,11 0,11
1,00 0,13 0,13 0,12 0,13 0,13 0,12 0,12 0,12 0,12
Altura do 1,25 0,14 0,13 0,13 0,14 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13
Poço = 1,50 0,15 0,14 0,13 0,15 0,14 0,13 0,14 0,13 0,13
2,00 0,15 0,15 0,14 0,15 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14
4 x raio do 2,50 0,16 0,16 0,15 0,16 0,15 0,15 0,15 0,15 0,14
poço 3,00 0,16 0,16 0,15 0,16 0,16 0,15 0,15 0,15 0,15
4,00 0,17 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,15 0,15
d/h = 0,50 5,00 0,17 0,16 0,16 0,17 0,16 0,16 0,16 0,16 0,15
 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 0,17 0,17 0,17
Nota: Os valores de (d/h) representam a relação máxima recomendada entre espaçamento e altura para
cada tipo de elemento zenital. A altura (h) é medida entre a altura do plano de trabalho e a linha de cen-
tro da estrutura de cobertura. Fonte: Lynes, J. A. Principles of Natural Lighting. London, Elsevier, 1968.
Extraído de MASCARÓ (1985).

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26 TABELA DE COEFICIENTES DE UTILIZAÇÃO (U)


PARA DIVERSOS TIPOS DE ELEMENTOS ZENI-
TAIS

Coeficiente de Reflexão ()


Teto/Forro 0,70 0,50 0,30 00
Paredes 0,50 0,30 0,10 0,50 0,30 0,10 0,30 0,10 00
Índice
do Coeficientes de Utilização (u)
Local
(ir)
0,60 0,34 0,30 0,27 0,34 0,30 0,27 0,30 0,27 0,27
0,80 0,40 0,39 0,36 0,40 0,39 0,36 0,39 0,36 0,35
1,00 0,45 0,43 0,41 0,44 0,42 0,41 0,42 0,41 0,38
1,25 0,50 0,47 0,46 0,50 0,47 0,45 0,47 0,45 0,44
1,50 0,51 0,49 0,47 0,51 0,49 0,47 0,49 0,46 0,46
Cobertura de inclina- 2,00 0,57 0,55 0,53 0,56 0,53 0,52 0,53 0,52 0,51
ção dupla 2,50 0,59 0,56 0,55 0,59 0,56 0,55 0,55 0,53 0,53
Espaçamento: 3,00 0,62 0,60 0,59 0,62 0,59 0,58 0,59 0,58 0,56
Rendimento = 0,94 4,00 0,64 0,63 0,61 0,64 0,64 0,61 0,61 0,60 0,60
5,00 0,68 0,65 0,65 0,66 0,65 0,63 0,63 0,62 0,62
 0,76 0,76 0,76 0,74 0,74 0,74 0,73 0,73 0,71
0,60 0,07 0,06 0,04 0,07 0,05 0,04 0,05 0,03 0,03
0,80 0,11 0,08 0,07 0,10 0,08 0,06 0,08 0,06 0,05
1,00 0,14 0,11 0,10 0,13 0,10 0,09 0,10 0,08 0,07
1,25 0,16 0,13 0,12 0,15 0,13 0,11 0,12 0,10 0,09
1,50 0,17 0,15 0,13 0,16 0,14 0,12 0,13 0,12 0,10
Dente-serra c/ su- 2,00 0,19 0,17 0,16 0,18 0,16 0,15 0,15 0,14 0,12
per-
fície ilumin. vertical 2,50 0,21 0,20 0,18 0,20 0,18 0,17 0,17 0,16 0,14
d/h = 2 : 1 3,00 0,22 0,21 0,19 0,21 0,19 0,18 0,18 0,17 0,15
Rendimento = 0,34 4,00 0,24 0,22 0,21 0,22 0,21 0,20 0,19 0,18 0,17
5,00 0,25 0,24 0,23 0,23 0,22 0,21 0,20 0,21 0,18
 0,30 0,30 0,30 0,29 0,29 0,29 0,27 0,27 0,27
0,60 0,19 0,16 0,15 0,19 0,16 0,14 0,16 0,14 0,14
0,80 0,25 0,21 0,20 0,25 0,21 0,20 0,21 0,20 0,18
1,00 0,30 0,26 0,25 0,29 0,26 0,24 0,25 0,24 0,21
1,25 0,31 0,30 0,27 0,31 0,29 0,26 0,27 0,26 0,24
1,50 0,34 0,31 0,30 0,32 0,31 0,29 0,30 0,27 0,26
Dente-serra c/ su- 2,00 0,36 0,35 0,32 0,36 0,34 0,32 0,34 0,32 0,29
per-
fície ilumin inclinada 2,50 0,39 0,38 0,35 0,38 0,36 0,34 0,35 0,32 0,31
d/h = 2 : 1 3,00 0,40 0,39 0,38 0,40 0,38 0,36 0,36 0,35 0,32
Rendimento = 0,58 4,00 0,42 0,41 0,40 0,41 0,40 0,39 0,39 0,38 0,35
5,00 0,44 0,42 0,41 0,42 0,41 0,40 0,40 0,39 0,36
 0,49 0,49 0,49 0,48 0,48 0,48 0,45 0,45 0,42

Nota: Os valores de (d/h) representam a relação máxima recomendada entre espaçamento e altura para
cada tipo de elemento zenital. A altura (h) é medida entre a altura do plano de trabalho e a linha de cen-
tro da estrutura de cobertura. Fonte: Lynes, J. A. Principles of Natural Lighting. London, Elsevier, 1968.
Extraído de MASCARÓ (1985).

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CONTINUAÇÃO DA TABELA DE COEFICIENTES DE UTILIZAÇÃO (U) PARA DIVERSOS TIPOS DE ELEMENTOS ZENITAIS

Coeficiente de Reflexão ()


Teto/Forro 0,70 0,50 0,30 00
Paredes 0,50 0,30 0,10 0,50 0,30 0,10 0,30 0,10 00
Índice
do Coeficientes de Utilização (u)
Local
(ir)
0,60 0,07 0,05 0,04 0,06 0,05 0,04 0,05 0,04 0,03
0,80 0,09 0,07 0,06 0,09 0,07 0,06 0,07 0,06 0,05
1,00 0,12 0,10 0,08 0,11 0,09 0,08 0,09 0,03 0,07
1,25 0,14 0,12 0,10 0,13 0,11 0,10 0,11 0,10 0,09
1,50 0,15 0,13 0,12 0,15 0,13 0,12 0,13 0,11 0,11
Lanternin c/ superf. 2,00 0,17 0,15 0,14 0,16 0,15 0,14 0,15 0,13 0,13
iluminante vertical 2,50 0,18 0,17 0,15 0,18 0,16 0,15 0,16 0,15 0,14
d/h = 2 : 1 3,00 0,20 0,18 0,17 0,19 0,18 0,17 0,17 0,16 0,16
Rendimento = 0,31 4,00 0,21 0,20 0,19 0,20 0,19 0,19 0,19 0,18 0,17
5,00 0,21 0,20 0,19 0,20 0,19 0,19 0,19 0,18 0,17
 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,24 0,24 0,23
0,60 0,07 0,05 0,04 0,07 0,05 0,04 0,05 0,04 0,04
0,80 0,10 0,08 0,06 0,10 0,07 0,06 0,07 0,06 0,06
1,00 0,13 0,11 0,08 0,12 0,11 0,08 0,11 0,08 0,08
1,25 0,16 0,13 0,11 0,14 0,13 0,11 0,13 0,11 0,10
1,50 0,17 0,14 0,12 0,16 0,14 0,12 0,13 0,12 0,12
Lanternin c/ superf. 2,00 0,19 0,17 0,16 0,18 0,17 0,16 0,16 0,14 0,14
ilumin. assimétrica 2,50 0,20 0,18 0,17 0,19 0,18 0,17 0,18 0,17 0,16
d/h = 2 : 1 3,00 0,22 0,19 0,18 0,20 0,19 0,18 0,19 0,18 0,17
Rendimento = 0,30 4,00 0,23 0,22 0,20 0,23 0,22 0,20 0,20 0,20 0,19
5,00 0,24 0,23 0,22 0,24 0,23 0,22 0,22 0,22 0,20
 0,29 0,29 0,29 0,27 0,27 0,27 0,27 0,27 0,26
0,60 0,17 0,14 0,12 0,17 0,14 0,12 0,13 0,12 0,12
0,80 0,23 0,19 0,17 0,23 0,19 0,17 0,19 0,17 0,16
1,00 0,27 0,24 0,22 0,26 0,24 0,22 0,23 0,22 0,19
1,25 0,30 0,26 0,24 0,29 0,26 0,24 0,26 0,24 0,23
1,50 0,32 0,29 0,26 0,31 0,29 0,26 0,27 0,26 0,24
Lanternin c/ superf. 2,00 0,35 0,31 0,30 0,34 0,31 0,29 0,31 0,29 0,27
iluminante inclinada 2,50 0,37 0,35 0,32 0,35 0,34 0,31 0,32 0,31 0,30
d/h = 2 : 1 3,00 0,40 0,36 0,35 0,38 0,36 0,34 0,35 0,34 0,32
Rendimento = 0,59 4,00 0,41 0,38 0,37 0,40 0,38 0,36 0,37 0,36 0,35
5,00 0,42 0,41 0,38 0,42 0,40 0,38 0,38 0,37 0,36
 0,49 0,49 0,49 0,48 0,48 0,48 0,47 0,47 0,46
0,60 0,15 0,12 0,09 0,13 0,12 0,09 0,11 0,09 0,09
0,80 0,19 0,16 0,13 0,19 0,16 0,13 0,16 0,13 0,13
1,00 0,23 0,20 0,18 0,22 0,19 0,18 0,19 0,18 0,16
1,25 0,26 0,23 0,20 0,24 0,23 0,20 0,22 0,20 0,19
1,50 0,27 0,24 0,22 0,26 0,24 0,22 0,23 0,22 0,20
Lanternin c/ superf. 2,00 0,30 0,27 0,24 0,28 0,26 0,24 0,26 0,24 0,24
ilumin. inclinada e 2,50 0,32 0,30 0,27 0,31 0,28 0,27 0,28 0,27 0,26
assimétrica 3,00 0,34 0,31 0,32 0,34 0,32 0,31 0,32 0,31 0,30
d/h = 2 : 1 4,00 0,35 0,34 0,32 0,34 0,32 0,31 0,32 0,31 0,30
Rendimento = 0,46 5,00 0,35 0,34 0,34 0,35 0,34 0,32 0,34 0,32 0,31
 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,39 0,39 0,38
Nota: Os valores de (d/h) representam a relação máxima recomendada entre espaçamento e altura para
cada tipo de elemento zenital. Nos lanternins, o espaçamento (d) é medido entre os centros de 2 ele-
mentos adjacentes. A altura (h) é medida entre o plano de trabalho e a linha de centro da estrutura de
cobertura. Fonte: Lynes, J. A. Principles of Natural Lighting. London, Elsevier, 1968. Extraído de MAS-
CARÓ (1985).

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27 ROTEIRO BÁSICO DE TRABALHO PARA ANÁLISE


DE CONFORTO TÉRMICO DE UMA EDIFICAÇÃO

1. Selecionar uma edificação para estudo, levantar seu entorno, atual (estimando seu volume pela pro-
jeção dada pela planta topográfica de BH e pelo número de pavimentos – considerar uma altura mé-
dia de 3m por pavimento).
2. De acordo com a legislação de uso do solo, indicar as alturas máximas das edificações possíveis
para a região futura.
3. Fazer um levantamento dos dados climáticos (temperatura, umidade relativa, direção e velocidade
de ventos, insolação, nebulosidade e precipitação). A série mínima para análise deve ser de 5 anos,
sendo recomendável o uso de séries de 10 a 15 anos mais recentes de uma mesma Estação Meteo-
rológica, que deve, ainda, ter condições semelhantes às do sítio estudado. Podem ser consultadas
as Normais Climatológicas para a cidade em questão.
4. Escolhida a edificação a ser analisada, confeccionar a maquete em escala 1:100. 1:200 ou 1:250
(dependendo da escala da edificação), representando o entorno da edificação atual, inclusive o ter-
reno. A maquete deve apresentar, ainda, o norte marcado.
5. Deverá ser marcado, para cada grupo, um horário com o monitor da disciplina a fim de que possa
ser definida a escala a ser utilizada. O grupo deverá ter em mãos um mapa em escala 1:2000 do en-
torno da edificação para que seja definida a área a ser representada na maquete.
6. Nessa etapa do trabalho, serão feitos dois ensaios em duas etapas – insolação e ventilação na situ-
ação atual e na situação futura de saturação permitida pela Lei de Uso e Ocupação do Solo.
7. Para os ensaios, os alunos deverão ter em mãos a maquete com a edificação a ser analisada ressal-
tada em cor clara; um filme de 12 poses, preto e branco, 400 asas (mais grupos poderão usar um
mesmo filme, por ex: 3 grupos com um filme de 36 poses), para ensiao com o fotógrafo da Escola,
Sr. Archimedes. Pode-se também solicitar a câmera digital do CIAU – as fotos deverão ser feitas em
preto e branco par ressaltar os efeitos de sombreamento. Marcar o ensaio com o Sr. Archimedes, fo-
tógrafo da Escola no Laboratório de Fotodocumentação Sylvio de Vasconcellos.
8. Os horários dos ensaios serão previamente estabelecidos com a monitoria.
9. Descrição dos ensaios
a. Ensaio de insolação
i. Para este ensaio, será utilizado um relógio de sol sob céu real ou o heliodon a fim de si-
mular a posição do sol na abóbada. Será verificada a insolação sobre a edificação em três
horários para três dias do ano, sendo 9h, 12h e 15h para equinócio e solstícios de inverno
e verão.
ii. Cada horário será registrado com uma foto feita de cima, totalizando ao final do ensaio, 9
fotos. As fotos deverão ser tiradas sempre do mesmo ponto de observação, de preferência
do topo da maquete. E deverão ser apresentadas em conjunto em uma página única para
facilitar comparação de situações de insolação ente os diversos horários e épocas do ano.
iii. Nesse ensaio, será observado o comportamento da edificação e de seu entorno no que
diz respeito a áreas sombreadas ou atingidas pela insolação assim como os horários nos
quais isso ocorre, além da análise das sombras e sua relação com a posição do sol.
b. Ensaio de ventilação
i. Para este ensaio, será utilizado o túnel de vento. Assim, podem-se identificar alguns efei-
tos causados pelo vento, decorrentes das diferenças de pressão (ver pág 12).
ii. Serão feitas duas fotos, sendo uma com a maquete posicionada na direção dominante do
vento e a outra com a segunda dominante (no caso de Belo Horizonte, leste e sudeste,
respectivamente).
10. O trabalho deverá priorizar a análise dos ensaios utilizando, para isso, as fotos e anotações feitas
durante o mesmo.
a. A primeira parte constará da análise das fachadas quanto à insolação que recebem, levando
em conta o uso do ambiente, assim como o período em que isso ocorre. O mesmo é válido
para o sombreamento da edificação.
b. Quanto à ventilação, devem ser analisados os efeitos ocorridos no entorno (que serão vistos
no ensaio), assim como a incidência do vento nas fachadas da edificação em questão.
11. Conclusões gerais e possíveis propostas para melhorar as condições de conforto térmico para o edi-
fício em analise e para o entorno.
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28 ROTEIRO BÁSICO DE TRABALHO PARA ANÁLISE


DE CONFORTO LUMINOSO-VISUAL E DE VENTI-
LAÇÃO NATURAL DE UM AMBIENTE INTERNO

1. Levantamento do entorno do ambiente interno em estudo:


a.  As alturas dos edifícios existentes (considerar 3 m por pavimento) ou a estimativa da altura
máxima permitida pela legislação local de uso e ocupação do solo, no caso de haver lotes va-
gos;
b.  Cores e tipos de acabamento dos materiais do entorno visíveis a partir do ambiente em estu-
do;
2. Levantamento das coordenadas geográficas locais de latitude, para identificação do tipo de céu
característico de cada estação do ano (ou pelo menos verão e inverno);
3. Levantamento das atividades desenvolvidas no ambiente em estudo e de seu lay-out de organi-
zação
 Levantamento das exigências de iluminação natural existentes na legislação municipal local
(área de aberturas, etc.), e nas normas técnicas brasileiras (em função do tipo de atividade
desenvolvida)
4. Levantamento das cores e tipos de acabamento das superfícies internas e do mobiliário do am-
biente em estudo.
5. Análise crítica das condições locais reais de acesso à luz natural em função dos tipos de céu e
dos obstáculos do entorno.
 Medição do ambiente real de 09 (nove) pontos de iluminação natural de acordo com o que
estabelece a NBR 15215-4 - Iluminação natural - Parte 4 - Verificação experimental das condi-
ções de iluminação interna de edificações - Método de medição (mesmo texto do projeto de
norma 02:135.02-004 em http://www.labeee.ufsc.br/conforto/index.html)
 Geração de curva isolux para análise da distribuição da luz natural no ambiente interno (usar
Excel ou Surfer)
 Avaliação das condições de iluminação natural em função dos níveis de iluminação e da dis-
tribuição de luz natural no ambiente (levando em conta o tipo de céu quando da medição in
loco)
 Cálculo do nível de iluminação natural em três pontos internos usando o método DCRL – pon-
tos médios dos terços próximo à abertura, terço médio, e terço mais afastado da abertura.
Avaliar a condição de iluminação no solstício de inverno, 9:00 ou 15:00 em função da condição
mais desfavorável para a orientação do ambiente. Avaliar criticamente os níveis encontrados
em função das medições realizadas, da percepção visual do ambiente e das necessidades es-
tabelecidas pela NBR 5413.
6. Confecção da maquete
a. Deverá ser confeccionada uma maquete em escala 1:20, 1:15 ou 1:10 (dependendo das dimen-
sões do ambiente) do ambiente. A maquete deverá ser totalmente vedada externamente com fita
isolante preta para evitar vazamentos de luz. As paredes, teto e piso devem ser construídos em
material completamente opaco à entrada de luz, de forma a evitar distorções no ensaio. O tampo
deve ser removível.
b. Todas as aberturas devem ser representadas, sendo que as internas, como portas, deverão apre-
sentar a possibilidade de serem fechadas.
c. A maquete deverá apresentar, numa das superfícies cegas, uma abertura circular de 6 cm de diâ-
metro para permitir a entrada da lente da máquina fotográfica. Esta abertura também deve poder
ser fechada.
d. Para dar a escala humana à foto, a maquete deverá constar de uma foto de uma pessoa na face
oposta à da abertura para a lente da câmera, além de conter o mobiliário, assim como reproduzir o
mais realistamente possível as cores das superfícies internas.
e. A maquete deverá possuir ainda o norte marcado na face superior esterna.
Descrição dos ensaios
9. Ensaio de iluminação
a. Para este ensaio, é necessário que a maquete esteja completamente vedada, incluindo as portas
e aberturas que não recebam iluminação do exterior. A única abertura existente deve ser a feita
para a entrada da lente.
b. O ensaio de iluminação é feito ao ar livre e depende da condição de céu o dia de ensaio, que de-
ve ser explicitada na apresentação do trabalho. Deve-se buscar fazer o ensaio sob céu claro, sem
nuvens ou céu encoberto uniforme, sem a presença de “buracos” em que seja possível ver o céu
azul. Com a ajuda do relógio de sol, será feita a simulação da posição do sol às 9, 12 e 15 horas,

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nos equinócios e solstícios de verão e inverno.


c. Estando a maquete posicionada no horário e dia especificado, é tirada a foto do interior da maque-
te. Serão utilizadas 9 poses para este primeiro ensaio. Cada uma destas posições deve ser foto-
grafada em branco e preto, para melhor visualização dos contrastes.
d. Com este ensaio, é possível simular a iluminação em um determinado ambiente ao longo do ano.
Deve-se analisar criticamente o resultado obtido, levando em conta efeitos de insolação direta.
Influência das reflexões de obstruções externas, distribuição da luz, quantidade de luz (luxímetro)
10 Ensaio de ventilação
a. Este ensaio é feito com a mesma maquete do anterior, porém, ela deve ter seu teto removido, e
coberto por um vidro tranparente. Todas as portas e janelas devem estar abertas e o orifício de 6
cm de diâmetro deve estar fechado.
b. O equipamento utilizado nesse ensaio é o túnel de vento. Ao contrário do primeiro ensaio de venti-
lação, feito com fitinhas de papel, este utiliza bolinhas de isopor que simulam a movimentação de
ar dentro do ambiente.
c. Para esse ensaio, serão feitas duas fotos, uma para a primeira direção dominante do vento e outra
para a segunda dominante.
d. Outra opção para a realização deste ensaio é fazer maquete resistente à água para ensaio na me-
sa d’água.

Análise
a. Tendo em mãos, as fotos e anotações feitas durante o ensaio, deve-se fazer um estudo da geo-
metria de insolação do ambiente e verificação se há incidência de sol direto sobre os planos de
trabalho. Verificar se há possibilidade de ventilação cruzada e se esta percorre o ambiente homo-
geneamente.
b. Análise crítica da qualidade da iluminação natural no ambiente, verificando as condições de clare-
za da informação visual, adequação da distribuição da luz no ambiente, ocorrência ou não de for-
tes contrastes, áreas sombrias ou de ofuscamento; análise da adequação do tipo de acabamento
das superfícies, do mobiliário e da compatibilidade do lay-out de organização das atividades do
ambiente com o sistema de iluminação natural utilizado.
c. Análise dos fatores que influenciam a ventilação natural do ambiente: disposição das aberturas,
dimensão das aberturas de entrada e saída, interferência de obstáculos externos.
Modificações
a. Propor alterações para corrigir os eventuais problemas encontrados na iluminação natural e na
ventilação do ambiente
b. Fazer os ensaios para verficar o acerto ou não das modificações propostas.

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31 EXERCÍCIOS DO MÓDULO DE ILUMINAÇÃO NA-


TURAL

PARTE A:
Questão 1: Qual a diferença entre iluminância e luminância? Em quais unidades se medem estas
grandezas?

Questão 2: O que acontecerá com a iluminância emitida por uma superfície iluminada por uma fonte
conhecida se, diminuindo o ângulo sólido, dividirmos por cinco a área desta superfície?

Questão 3: Quais são as propriedades óticas dos materiais? Descreva-as.

Questão 4: O que deve ser levado em conta na avaliação da qualidade do desempenho de tarefas
visuais? Descreva os quatro itens principais.

Questão 5: Conceitue os 3 atributos pelos quais se descrevem as cores.

Questão 6: Defina:

1) Fluxo radiante:

2) Fluxo luminoso:

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3) Eficiência luminosa:

4) Intensidade luminosa:

5) Iluminância:

6) Luminância:

Questão 7: O que fazer para se aumentar as componente refletidas, interna e extena?

Questão 8: Como o fenômeno da refração altera a incidência de luz de um ambiente? Há como utili-
zar este fenômeno em escala arquitetônica?

Questão 9: Quais as características dos materiais que afetam a quantidade de luz disponível em um
ponto interno a um ambiente?

PARTE B
Questão 10: O que acontecerá com a iluminação de uma superfície que esteja iluminada por uma fon-
te distante de 6,5 m, se aproximarmos a fonte para 1,5 m?

Questão 11: Se uma fonte de intensidade conhecida for localizada perpendicularmente a um plano e
outra fonte de mesma intensidade for localizada a 15 à mesma distância que a primeira,
qual será o nível total de iluminação neste plano?

Questão 12: O que acontecerá com a iluminação de uma superfície que receba luz perpendicularmen-
te de uma fonte distante de 4,5 m, se aproximamos a fonte para 2,8 m?

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Questão 13: Qual será o nível de iluminação de uma superfície iluminada a 300lux por uma fonte de
luz perpendicular a esta, se substituirmos esta fonte por duas fontes de mesma intensida-
de luminosa, mas localizadas a 30º da fonte original?

Questão 14: Assinale (V) Verdadeiro ou (F) Falso às seguintes definições e justifique:

(........) a- A Visão fotópica ocorre na fóvea do olho humano, pois é a região que tem maior concen-
tração de cones.
(........) b- O campo visual central, que corresponde à visão foveal, tem por limite superior a sobrance-
lha e por limites inferiores a face e o nariz.
(........) c- As cores primárias possuem três atributos subjetivos: matiz, saturação ou pureza e croma-
tismo.
(........) d- A eficácia visual humana depende da agudeza visual, da sensibilidade de contraste, da
capacidade visual ou tempo requerido para ver, da idade e das condições físicas da retina.
(........) e- O olho humano ajusta-se automaticamente às iluminâncias, mas leva mais tempo para se
adaptar Quando passa de um local mais escuro para outro mais claro.

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PARTE C
Questão 15: Determine o nível de iluminação no ponto P, na figura abaixo (CETEPS da Escola de Ar-
quitetura, UFMG), verificando se este atende ou não às recomendações da norma para o
dia 22 de junho às 15:00 h. Levar em consideração céu claro com um Ee = 9.000 lux
Dados gerais
orientação da sala = oeste
 teto 0.75 (coeficiente de reflexão do teto, cor marfim)
 paredes 0.50(coeficiente de reflexão da parede interna, cor laranja)
 vidro Considerar vidro simples 3 mm
kc 0.75 (coeficiente de obstrução devido ao caixilho)
km 0.90 (coeficiente de manutenção)

250

20
100
ponto P

150
120

80
CORTE DA SALA
1060

M1

M
M2
PT

750

PLANTA SALA CETEPS

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Questão 16: Determinar o nível de iluminação natural no ponto P, na figura a seguir, verificando se
este atende ou não à recomendação da norma para o dia 22 de dezembro às 10:00 ho-
ras. Anexar desenhos e cálculos do processo de análise. Céu claro.
Dados Gerais:
 obstáculos externos: 0.40 (coeficiente de reflexão da parede do obstáculo)
 teto: 0.75 (coeficiente de reflexão do teto)
 paredes internas: 0.50 (coeficiente de reflexão da parede interna)
 vidro: 0.70 (coeficiente de transmissividade do viro)
k c: 0.75 (coeficiente de obstrução devido ao caixilho)
k m: 0.90 (coeficiente de manutenção)
Orientação da sala = LESTE
Como melhorar este sistema?

PLANTA

CORTE

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Questão 17: Considere o ambiente acima e o seu entorno, que será utilizado para atividades de mar-
cenaria. Decidiu-se que este ambiente receberá iluminação lateral através de uma única
janela. Nestas condições, precisa-se saber:
a) Qual a quantidade de luz obtida pelo sistema, considerando um céu parcialmente nu-
blado, no dia 22 de junho às 9:00 horas?
b) Considerando uma eficiência de 70% para céu encoberto, o nível de luz atende ao
requerido pela atividade segundo a norma NBR 5413?
c) Como se pode melhorar o desempenho de iluminação deste sistema?

DADOS:
 obstáculos externos: 0.40 (coeficiente de reflexão da parede do obstáculo)
 teto: 0.75 (coeficiente de reflexão do teto)
 paredes internas: 0.50 (coeficiente de reflexão da parede interna)
 vidro: 0.08 (coeficiente de reflexão do vidro)
 vidro: 0.70 (coeficiente de transmissividade do viro)
k c: 0.75 (coeficiente de obstrução devido ao caixilho)
k m: 0.90 (coeficiente de manutenção)
Parede = 25cm
200

CORTE
225

PONTO
100

300
75

50
150
100

PONTO
33 º

N
290
500

200

400
PLANTA

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Questão 18: Considere o ambiente abaixo que será usado para fins de desenho. Decidiu-se que esse
ambiente receberá iluminação zenital através de uma cobertura tipo shed. Nestas condi-
ções precisa-se saber:
A) Qual a melhor orientação para as aberturas do shed (cidade de Belo Horizonte)?
B) Qual a área de abertura necessária e sua distribuição na cobertura, de modo a aten-
der os níveis de iluminância requeridos para o tipo de atividade prevista, segundo a
norma NBR 5413?
C) Haverá outro sistema zenital que ofereça melhor eficiência que o shed?

DADOS:
Cor do obstáculo: tijolo aparente  = 0.48
Cores internas paredes azuis  = 0.40
Teto branco  = 0.70
Piso escuro  = 0.10
Considere m = 0.4725 e plano de trabalho a 80 cm de altura.
Considere o céu claro no equinócio às 11:00h.

30°
7.5

1.5
Be
10

Bd

11

10 3
PLANTA
10
a

10 3
CORTE

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Questão 19: Considere o ambiente abaixo que será usado para fins de escritório. Decidiu-se que esse
ambiente receberá iluminação zenital através de uma cobertura tipo shed. Nestas condi-
ções precisa-se saber: qual a área de abertura necessária e sua distribuição na cobertu-
ra, de modo a atender os níveis de iluminância requeridos para o tipo de atividade previs-
ta , segundo a norma NBR 5413?

DADOS:
Dimensões do ambiente: 8,0 x 10,0 metros
Cor do obstáculo: tijolo aparente  = 0.48
Cores internas paredes azuis  = 0.30
Teto branco  = 0.70
Considere m = 0.4725
Considere o céu claro no soltício de verão às 11:00h.
27º

19º
2
1

CORTE N
37º

15º
13º

19º

PLANTA

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32 ANEXOS

32.1 CARTAS SOLARES


Latitude 0º Latitude 4º

Latitude 8º Latitude 12º

Latitude 16º Latitude 20º

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Latitude 24º Latitude 28º

Latitude 32º Diagrama de radiação solar

Transferior auxiliar

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32.2 TABELA DE LATITUDES DE CIDADES BRASILEIRAS

CIDADES LATITUDE
BELO HORIZONTE 19º51’
BELÉM 01º23’
SALVADOR 12º54’
SÃO PAULO 23º37’
RIO DE JANEIRO 22º54’
BRASÍLIA 15º52’
FLORIANÓPOLIS 48º33’
PORTO ALEGRE 51º11’
CURITIBA 25º31’

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MÓDULO DE GEOMETRIA SOLAR

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1 GEOMETRIA DA INSOLAÇÃO E CARTA SOLAR


No projeto de uma edificação é importante considerar a posição relativa do sol através do ano, e
o projetista deve ser capaz de visualizar o efeito de arranjos alternativos antes de tomar uma decisão
(SZOKOLAY: 1980). Para se localizar a posição do sol na abóbada celeste é importante conhecer a sua
altura e seu azimute.

Altura solar é a distância angular acima do horizonte. A altura solar é o ângulo entre o centro do sol e o
horizonte, do ponto de vista do observador. É obtido em função da hora do dia, da época do ano e da
latitude e longitude geográfica do local considerado. A variação da altura solar é de 0 a 90, sendo que,
quando o sol encontra-se no zênite, sua altura é igual a 90.

Azimute solar é o ângulo entre o norte geográfico e o círculo vertical que passa pelo centro do sol. O
azimute solar é medido a partir do norte no sentido horário. Assim como a altura solar, o azimute solar
também é função da hora do dia, época do ano e coordenadas geográficas do local considerado.

Fig. 13.1 – Os ângulos de azimute (s) e altura (s) do sol.

O movimento aparente do sol pelo céu se deve à rotação da terra ao redor dele e sobre seu eixo, mas
o aumento e o decréscimo do período de insolação, além da intensidade da radiação e iluminação solar
em um ponto na superfície da Terra, é mais fácil de se obter se retomarmos a noção primitiva de uma
Terra estática e plana e um sol circundante.

A partir da projeção da hemisfera faz-se a construção das trajetórias solares, por meio de uma matriz
data versus hora, na qual qualquer data do ano pode ser localizada. Se o ponto desejado é localizado, o
ângulo azimutal pode ser lido através da determinação de uma linha radial que passe pelo ponto. As li-
nhas curvas indicadas por dias e meses do ano representam as trajetórias solares nas datas mostradas.
Linhas “radiais” a partir do Pólo Norte, indicam as horas (OLGYAY, 1963).

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O sistema de diagramas de trajetória solar mostra a abóbada celeste projetada em um plano do hori-
zonte. No diagrama resultante (ver figura 14.1), a linha do horizonte aparece como um círculo e as traje-
tórias solares como curvas cuja curvatura depende do método de projeção adotado e da latitude local
(OLGYAY, 1963).

Fig. 13.2 – Órbita da Terra em torno do Sol. Adaptado de BARDOU & ARZOUMANIAN (1984).

A órbita aparente do sol em qualquer dia do ano pode ser então representada numa projeção da esfera
unitária que representa a abóbada celeste (LYNES: 1968), como mostra a figura 13.3.

(A) (B)
Fig. 13.3 – Projeção da abóbada celeste local (hemisfera) para a marcação da trajetória
aparente do sol (A), originando, assim, a “carta solar” para aquela latitude (B).

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2 CARTA SOLAR (PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA)


PARA LATITUDE DE 20O SUL (BELO HORIZONTE):
Representa a trajetória aparente do sol durante o ano sobre o plano do horizonte do observador,
para a latitude considerada. Para outras latitudes, ver FROTA & SCHIFFER (1988 ou 1995).

Fig.14.1: Carta solar de Belo Horizonte


Extraído de: FROTA & SCHIFFER (1988)

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3 DIAGRAMA DE RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE


PARA CONDIÇÕES DE NEBULOSIDADE MÉDIA =
5 DÉCIMOS
Estima as condições de radiação solar incidente sobre as superfícies horizontais, perpendicula-
res à direção da radiação incidente e sobres as superfícies verticais em condições de céu parcialmente
encoberto. Deve ser usado sobreposto à carta solar e, no caso das superfícies verticais, conveniente-
mente orientado.

Diagrama de radiação solar incidente para nebulosidade média de 5 décimos.


Extraído de: KOENIGSBERGER et alt ( 1977 ).

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4 TRANSFERIDOR AUXILIAR PARA O TRAÇADO DE


MÁSCARAS DE OBSTRUÇÃO DA ABÓBADA CE-
LESTE:

Indica, segundo FROTA & SCHIFFER (1995), as projeções estereográficas sobre o plano do ho-
rizonte, para um observador situado em uma superfície vertical, dos planos definidos pelos ângulos 
(determinação das retas horizontais paralelas ao plano de horizonte do observador),  (determinação
das retas verticais perpendiculares ao plano de horizonte do observador) e  (determinação das retas
horizontais perpendiculares à superfície vertical).

Figura 16.1- Transferidor auxiliar

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5 CONSTRUÇÃO DAS MÁSCARAS DE OBSTRU-


ÇÃO DA ABÓBADA CELESTE
Placas/barras horizontais infinitas: imagine uma série de barras paralelas horizontais, acima
da linha de horizonte, como visto do ponto de referência no solo (fig. 17.1 – a). Se estas barras forem
projetadas como linhas na abóbada celeste, elas formariam um modelo de uma “meia laranja”, com as
linhas convergindo para os pontos no horizonte, já que as barras são supostas infinitas. Este modelo se
projetaria no plano horizontal como uma série de linhas curvas convergentes (fig. 17.1 – b).

Fig. 17.1 – Projeção das retas horizontais sobre o plano horizontal. Extraído de MOORE: 1991.

Placas/barras verticais infinitas: imagine agora uma série de barras verticais arranjadas num círculo.
Projetando estas barras como linhas sobre a abóbada celeste, a partir do ponto de vista do observador,
teríamos um padrão de retas convergentes sobre o plano horizontal para o centro, como mostra a fig.
17.2.

Fig. 17.2 – Projeção das retas verticais sobre o plano horizontal. Extraído de MOORE: 1991.

Placas finitas: as projeções anteriores ocorreriam se as barras ou placas fossem infinitas, mas,
para as aplicações em construção civil, é necessário trabalhar com a concepção realista de que estas
barras ou placas são finitas. Observe o caso das figs. 17.3 e 17.4, onde uma placa horizontal ou vertical
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estende-se em certo comprimento (finito) de cada lado da janela. Então, a máscara de obstrução deve
ser modificada para mostrar a porção da abóbada celeste “visível” sobre cada lado finito da placa. Cada
final da placa define, portanto, um novo ângulo, chamado ângulo (), a partir do plano horizontal, só que
desta vez não ortogonal ao plano onde está a janela, como (), mas paralelo a ele e que indica que a
placa horizontal tem um comprimento finito, em vez de uma extensão infinita no horizonte.

A B

Fig. 17.2 – A obstrução da abóbada celeste da placa horizontal (A) sobre a janela representada sobre o
transferidor auxiliar de ângulos (B). Extraído de MOORE (1991)

Fig. 17.3 - A obstrução da abóbada celeste da pla-


ca vertical finita sobre a janela representada sobre
o transferidor auxiliar de ângulos. Extraído de MO-
ORE (1991).

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6 DADOS DE RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE PARA


LATITUDE 20O (BH) - CÉU CLARO (N  2,0)

1100
1000
N

900 NW
Radiação Solar (W/m2)

800 W
700
SW
600
S
500
400
SE

300 E
200 NE
100
H
0
05:00 07:00 09:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00

Hora (TSV)

Fig.18.3. Junho (dia médio do mês = 11)

1100
N
1000
900 NW
Radiação Solar (W/m2)

800 W
700
SW
600
S
500
400
SE

300 E
200 NE
100
H
0
5:00 7:00 9:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00

Hora (TSV)

Fig.18.4. Setembro (dia médio do mês = 15)

Dados gerados pelo software RADIN, segundo ASSIS (1990b),


baseado principalmente em DUFFIE & BECKMAN (1980).

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7 RELÓGIO DE SOL PARA OS ENSAIOS SOB CÉU


REAL

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MÓDULO DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

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1 O PROJETO DE ILUMINAÇÃO

O termo “luz” refere-se a energia radiante capaz de excitar a retina humana e criar sensação visual cau-
sada por uma banda relativamente estreita de comprimento de ondas (menor que um oitavo) de radiação
de energia eletromagnética, de cerca de 380 a 780 nm (nanômetro = 10-9m). Livremente, o termo é
também aplicado a radiação de energia em si mesmo. Esta radiação de energia apresenta dupla carac-
terística: consiste em partículas de energia, fótons, mas também tem propriedades de movimento de on-
da. Visualmente há variações individuais na visualização dentro destes limites (SZOKOLAY, 1980; IES,
1993).

“Uma boa iluminação resulta do acertado agenciamento da luz, feito de maneira a proporcionar uma apa-
rência correta do objeto exposto ao nosso olhar, permitindo-nos reconhecê-lo ou identificá-lo. Uma ilumi-
nação deficiente, ao contrário, é aquela que falseia as formas, os contornos e as cores do objeto que
vemos, desfigurando-o ou tornando difícil identificá-lo”. “As aberturas por onde a luz diurna penetra nos
recintos, os focos de luz artificial que completam ou substituem a iluminação natural, e as superfícies
capazes de modificar a distribuição ou a intensidade dos feixes luminosos, todos estes elementos de-
sempenham uma função que não pode ser subestimada no projeto e na execução dos edifícios, qual-
quer que seja a natureza destes” (VIGNEAU, apud PRADO, 1961; PRADO, 1961).

1.1 Características do projeto de iluminação artificial


A quantidade de luz necessária para que um indivíduo desempenhe bem uma tarefa depende de um
número de fatores que incluem: contraste, cor, refletância do alvo, tamanho do objeto, ângulo de visão,
distribuição de luz no ambiente, idade do indivíduo, fatores psicológicos, espectro de cor da fonte de luz,
importância da velocidade e precisão da visualização, localização das luminárias, nível de adaptação do
olho e polarização da luz.

1.1.1 Tipos de Abordagem:


1. Iluminação geral - estratégia usada para fornecer um nível de iluminação razoavelmente uniforme
em todo o ambiente. Ideais para ambiente que podem sofrer mudanças.
2. Iluminação de tarefa - o sistema de iluminação geral é suplementado por iluminação nos postos de
trabalho com luminárias locais.

1.2 Aspectos fisiológicos da iluminação


De acordo com a ELEY Associates (1993), uma iluminação inadequada pode causar problemas como
estresse físico e psicológico, fadiga e redução de produtividade. A seguir cita-se alguns dos problemas
que podem estar relacionados a aspectos de iluminação:
 VDTs (terminais de vídeo) - podem afetar a visão. Deve-se manter uma distância adequada do VDT.
Também deve-se verificar a iluminação no ambiente de forma a evitar reflexões e ofuscamento inde-
sejável.
 Luzes em Ângulos Altos - devem ser evitadas porque causam reflexões indesejáveis em VDTs.

 Iluminação indireta e de forro - recomenda-se que o contraste de luminância (intensidade luminosa


em dada direção por unidade de área) do teto seja menor que 10:1, idealmente não excedendo 4:1 e
2
menor que 850 cd/m em qualquer ângulo.
 Níveis de iluminância - recomenda-se que os níveis de iluminação nos postos de trabalho de VDTs
seja de 200-500 lux, máximo (dados dos EUA).

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 Radiação - a iluminação é um tipo de radiação de campo eletromagnético (EMF), que pode ser preju-
dicial à saúde, mas a distância e a quantidade emitida, fazem com que a quantidade de radiação re-
cebida pelo ser humano pelo sistema de iluminação seja desprezível.
 Fotobiologia - não ha dúvidas de que a luz natural afeta a vida humana. Abaixo citam-se os aspectos
que acredita-se relacionarem a luz e a saúde:

 Espectro total de luz - para pessoas normais expostas a uma quantidade normal de luz natural
diariamente a importância da relação luz natural / luz artificial é mínima.
 Luz, câncer e AIDS - não há indícios de ligação evidentes entre estes fatores atualmente.

 Desordem emocional sazonal - depressão causada pela diminuição da luz natural nos meses
de inverno.
 Flicker (tremular da lâmpada)- pode causar dores de cabeça e tontura.

 Deposição de resíduos tóxicos e perigosos - geralmente a iluminação elétrica é limpa e segura.


A única precaução que se deve tomar é com o despejo de lâmpadas HID e reatores antigo que
contêm PCBs (Bifenil policlorinados), o despejo destes últimos sendo regulado em lei.

 As plantas podem receber esta luz por meio artificial.

2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES


Parte importante da vida de todos nós, o ambiente construído é o meio onde se desenvolvem as ativida-
des produtivas, de lazer e de viver do homem. A arquitetura tem papel fundamental ao longo da vida do
ser humano e da vida útil de um edifício ou de um espaço urbano.

O planejamento arquitetônico irá determinar a forma como a edificação interage com o meio ambiente e
torná-la mais ou menos adaptada às necessidades do ser humano de habitar, trabalhar e descansar.
Este planejamento interfere também na maior ou menor demanda energética da edificação para desem-
penhar esses papéis. Essas interações dependem das considerações feitas pelo arquiteto e do cuidado
que este tiver ao analisar as condições ambientais, locais, físicas, geográficas e comportamentais para o
projeto.
Nos Estados Unidos, estudos indicam que a iluminação representa mais da 1/2 da eletricidade gasta em
2
prédios comerciais, onde um prédio comercial típico usa 36 kWh/m .ano para iluminação e mais 6
2
kWh/m .ano para retirar o calor gerado pela iluminação. Um melhor aproveitamento da luz natural pode
reduzir sensivelmente o dimensionamento e sobrecarga do sistema de iluminação durante o período do
dia, podendo ainda reduzir o dimensionamento dos sistemas de refrigeração artificial para os meses
quentes e a demanda nos horários de pico, no caso do verão em que no fim do dia ainda há luz natural
disponível (ELEY ASSOCIATES, 1993. ROBBINS, 1986).

2.1 Eficiência energética em iluminação


O uso da luz natural pode trazer uma relevante contribuição para a diminuição do consumo de energia
elétrica em edificações industriais, comerciais, institucionais e residenciais. Mas a luz natural nem sem-
pre está disponível durante todo o período de trabalho ou para utilização no desenvolvimento de tarefas
visuais, seja por apresentar condições de céu com luminosidade insuficiente para promover uma boa
iluminação interna dos ambientes - dias nublados, chuvosos, atmosfera com alta concentração de polu-
entes que turvam a abóbada celeste - seja por estar presente em apenas parte do dia, não cobrindo os
períodos noturnos e, em alguns casos, os primeiros horários da manhã e do fim de tarde.

Existem ainda tarefas que exigem níveis de iluminação especiais e uniformes para seu desenvolvimento,
por vezes não proporcionados apenas pela utilização de luz natural, exigindo o uso de iluminação com-

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plementar. Há então que se lançar mão de sistemas de iluminação artificial, mas deve-se conceber
estes sistemas de forma integrada e adequada à utilização da luz natural, de forma a complementar os
níveis de iluminação existentes (HOPKINSON, 1975).

2.2 Integração com iluminação natural


De acordo com a ELEY ASSOCIATES (1993) em um sistema de iluminação corretamente projetado, que
incorpore conservação de energia como critério de projeto, a luz elétrica seria desligada ou diminuída
sempre que uma quantidade suficiente de luz natural estiver presente para fornecer iluminação suficiente
para a execução da tarefa ou para fornecer a necessária iluminação de fundo.
Uma outra visão, mais sustentável, pode ainda nos ser dada: o projeto da edificação deve ser feito tendo
a luz natural como fonte principal de iluminação diurna. Neste tipo de projeto só se lançará mão de sis-
temas de iluminação artificial quando houver a necessidade de uso de iluminação complementar
(HOPKINSON et al, 1975). Pode parecer que estas visões sejam iguais, mas a sutil diferença de abor-
dagem pode implicar em diferenças substanciais no projeto dos sistemas de iluminação e quiçá de toda
a edificação. De qualquer forma, devem-se conceber ambos sistemas – natural e artificial - de forma in-
tegrada e adequada.

Muneer (1995, A) coloca ainda que os benefícios para a sociedade do uso da iluminação natural como
um meio de evitar o consumo de energia elétrica, vão além do benefício monetário direto. De acordo
com o autor os benefícios para a sociedade são a soma de benefícios monetários para o consumidor
como um todo: benefícios nacionais pela redução de uso de combustíveis fósseis para a produção de
energia elétrica (na Inglaterra este uso é muito mais intenso que no Brasil); benefícios para os produto-
res de sistemas de controle de iluminação; benefícios psicológicos ao usuário e benefícios conseqüentes
para o empregador que ganha com o aumento de produtividade e por fim, benefícios ambientais

3 EFICÁCIA LUMINOSA
A iluminação natural é ainda uma das mais eficientes formas de iluminação, apesar da evolução havida
na eficiência energética das fontes de luz artificiais. A figura abaixo mostra o aumento da eficácia lumi-
nosa de vários tipos de lâmpadas existentes no mercado. Há lâmpadas que chegam a 180 lm/W enquan-
to a iluminação natural pode chegar a 120 ou 130 lm/W. Estas lâmpadas de alta eficiência, no entanto,
apresentam baixo índice de reprodução de cor, e, portanto, não podem ser utilizadas para todo tipo de
tarefa visual.

Figura – Evolução da eficácia luminosa


das fontes de luz artificiais de 1880 a
2000. Fonte:
http://europa.eu.int/comm/energy_transp
ort/atlas/htmlu/lightdintro2.html

Hoje, nas lâmpadas incandescentes apenas cerca de 10% a 15% da entrada de energia é emitida na
forma de luz; o resto se constitui em energia térmica concentrada no infravermelho. Nas lâmpadas fluo-
rescentes, aproximadamente de 55 a 75% da energia é emitida como luz. E da luz solar aproximada-
mente 50% da energia emitida é luminosa. No caso da luz natural, 55% da energia térmica está dentro
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do espectro visível. Em termos de produção de luz, a eficiência luminosa da luz solar direta é de 110 -
120 lm/W e da luz proveniente da abóbada celeste é de 120 - 130 lm/W, enquanto as lâmpadas fluo-
rescentes comuns fornecem de 60 - 70 lm/W e as incandescentes de 10 - 50 lm/W. Já as lâmpadas
fluorescentes energeticamente eficientes chegam a 100 lm/W e as lâmpadas de alta pressão de
sódio podem chegar a 180 lm/W - sua aplicação no entanto é feita quase exclusivamente para a ilumi-
nação de ruas devido a deficiências na sua reprodução de cor (MEINEL E MEINEL, 1977; ROBBINS,
1986; PEREIRA, 1994). As figuras a seguir mostram a eficácia luminosa média de diversos tipos de
lâmpada.

Figura – Tipos de lâmpadas e suas eficácias luminosas correspondentes. Nota-se a baixa eficácia das
lâmpadas incandescentes, ainda bastante usadas, em grande parte por sua iluminação agradável na
faixa de 2.000 oK de temperatura de cor. Fonte:
http://www.osram.com.br/download/manual/MANUAL.PDF, 2005.

Eficiência Luminosa das Fontes de Luz Artificial


Incandescente
Tungstênio
Halógena
Tipo de Fonte

Luz Mista
Vapor de Mercúrio
Fluorescente Compacta
(5-26W) Fluorescente Compacta
(27-40W)
Fluorescente Normal
Vapor Metálico
Vapor Metálico
Compacta
Vapor Sódio Alta Pressão
Vapor de Sódio Branco

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120

Fonte: IES Lighting Handbook (1982); Manual OSRAM (1971) Lm/W (lâmpada + reator)

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4 LÂMPADAS
Há basicamente três tipos de lâmpadas: incandescentes, de descarga e leds. As lâmpadas incandes-
centes emitem luz por aquecimento do filamento, em geral de tungstênio. Possuem menos eficiência
que as lâmpadas de descarga, mas possuem melhor índice de reprodução de cores, imitando a luz solar.
A luz em uma lâmpada de descarga- como nas fluorescentes, de mercúrio, de sódio e de multivapores
metálicos - é produzida pela passagem da corrente elétrica em um gás ou vapor ionizado, imitando a
descarga elétrica produzida por um relâmpago.
O terceiro tipo abrange os leds, diodos emissores de luz que funcionam por luminescência, imitando os
vagalumes.

4.1 Características das lâmpadas

4.1.1 Potência Nominal


Condiciona o fluxo luminoso e o dimensionamento da instalação do ponto de vista elétrico.

Em geral quanto maior a potência da lâmpada, maior a sua eficiência energética.

4.1.2 Vida Útil


A maioria das lâmpadas apresenta decaimento do fluxo luminoso durante o funcionamento e uma dura-
ção média. Sua vida útil representa o período no qual a lâmpada é considerada econômica

4.1.3 Eficiência Luminosa

Relação entre a potência da lâmpada e o fluxo lumino-


so por ela fornecido.

Lâmpadas de altíssima eficiência geralmente possuem


baixo IRC.

Na figura ao lado vê-se o selo PROCEL de consumo de


energia para lâmpadas. Fonte: www.eletrobras.gov.br

4.1.4 IRC – Índice de Reprodução de Cores


Mede o grau de mudança que a cor de um objeto passa quando iluminado por uma luz, comparado com
a aparência destes objetos quando iluminados por uma luz de referência de mesma temperatura de cor
(ELEY, 41993).

Varia de zero a 100, e, quanto maior esse índice, maior será a fidelidade das cores. As fluorescentes
compactas têm IRC de 85, o que é considerado bom; no entanto, com a evolução tecnológica já é possí-
vel encontrar fluorescentes de última geração com diferentes aparências de cor e IRC de 90 (considera-
do ótimo). Incandescentes dicróicas, PAR, halógenas bipino duplo contato e as incandescentes comuns
têm IRC de 100, considerado excelente.
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4.1.5 Temperatura de Cor Correlata (oK)


Este parâmetro condiciona a tonalidade da luz ou a “aparência da cor” - cores quentes possuem tonali-
dades avermelhadas e cores frias possuem tonalidades azuladas.
A temperatura de cor está ligada à qualidade da energia irradiante e da propriedade da sua fonte gerado-
ra. Mede a cromacidade ou cor da fonte luz e se refere à temperatura de um radiador de corpo negro
que produziria a mesma cor de luz que a da fonte de luz medida.

Fonte:

A luz “quente” de aparência amarela-


da, tem baixa temperatura de cor
o
(não superior a 3.000 K). a luz “fria”
de aparência azul violeta, tem tempe-
o
ratura de cor maior que 6.000 K. A
luz branca emitida pelo sol sob céu
claro ao meio-dia tem temperatura de
o
cor próxima a 6.000 K.

Exemplos:

 Luz de um dia nublado 6.000/7000 ºK

 Luz de um dia com o céu limpo 5.500 º K

 Luz incandescente de halógeneo 3200 ºK

 Luz incandescente doméstica 2000 ºK

4.1.6 Combinando diferentes TCC e IRC


De acordo com a ELEY Associates (1993), existem 3 métodos para se combinar fontes de luz:

1. combinar a temperatura de cor de todas as fontes elétricas que devem ter aproximadamente o
mesmo CCT, na faixa de 3.000 K, ou deve haver uma progressão natural do ambiente de tem-
peratura de cor mais baixas para mais altas cores nos postos de trabalho. As diferenças não
devem exceder a 1.000 K.

2. Combinar os CRI das fontes. Se a definição de cores e as propriedades de temperatura de cor


forem razoavelmente semelhantes, a coloração das superfícies e objetos parecerão similares
se vistas sob diferentes fontes de luz.

3. Conciliar pequenas diferenças entre fontes de luz adjacentes, usando-se luminárias de alta
qualidade, bem acabadas e evitar cuidadosamente que fontes de luz diferentes iluminem par-
tes de uma mesma superfície.

Muitas tecnologias de iluminação oferecem boa definição de cores. A grande variedade de temperatura
de cor e índices de definição, tornam possível se projetar espaços interiores que passam facilmente de
uma fonte de luz para outra. A escolha de temperatura de cor influencia o humor do espaço; a coloração
da luz branca, combinada com o acabamento do interior pode afetar a percepção do conforto térmico.
o
Lâmpadas quentes e cores terrosas podem fazer a temperatura do ar parecer 1 C mais quente do que o
mesmo ambiente com lâmpadas e cores frias.
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Os ambientes comerciais mais comuns são frios (4.100 K) pelo uso direto de lâmpadas fluorescentes
frias e lâmpadas de descarga alta intensidade (HID) de cor fria. Ambientes frios são recomendados para
postos de trabalho ativo com níveis de iluminação acima de 1.000 lux (ex.: laboratórios).

Temperaturas de cores quentes criam ambiente luminosos mais desejáveis para residências, saguões e
outros ambientes hospitaleiros (lâmpadas incandescentes de 3.000 K ou menos).

Temperaturas de cor intermediárias (3.500 K) fornecem ambientes quentes e acolhedores e de boa qua-
lidade. Ambientes ideais para escritórios, escolas, lojas, etc.

4.1.7 Fluxo Luminoso das lâmpadas,  (lm)

O Fluxo luminoso é a radiação total da fonte luminosa entre os limites de compri-


mento de onda da radiação visível (380 a 780 nm). É a quantidade de luz emitida
por uma fonte, medida em lúmens, na tensão nominal de funcionamento.

Figura - Fluxo luminoso (Fonte: Manual OSRAM)

4.1.7.1 Fluxo Luminoso Inicial das lâmpadas mais comuns:

Tipo de lâmpada PN (W) FL (lm) Tipo de lâmpada PN (W) FL (lm)


INCANDESCENTES Fluorescente partida rápida/ ele- 16 1020
Comum e Comercial/ Industrial 40 455 trônica (bulbo T-8) 32 2500
(clara) 60 780 Fluorescente partida rápida/ ele- 28 2700
75 1035 trônica (bulbo T-5)
100 1470 Fluorescente compacta 11 570
150 2430 15 800
200 3325 16 850
300 5205 20 1200
Refletora comum (acetinado) 60 595 26 1800
100 1135 Fluorescente circular 55 830
Halógena de base bilateral (pali- 100 1600 Vapor de mercúrio 80 3500
to) 200 3600 125 6000
300 5400 250 12500
500 10500 400 22000
Halógena (bipino, baixa tensão) 20 320 Mista 160 3000
50 930 250 5500
Halógena (bipino, tensão rede) 25 230 500 12500
60 790 Sódio a alta pressão 50 3400
VAPOR 150 15000
Fluorescente convencional (bul- 15 800 250 27500
bo T-8/T-12) 30 2000 Multivapor metálico 73 520
Fluorescente convencional 20 1060 150 11400
(bulbo T-12) 40 2700 250 19000

PN - Potência nominal da lâmpada (W); FL - Fluxo luminoso inicial (lm)

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4.1.8 Intensidade Luminosa, I (cd/m2)

Se a fonte luminosa irradiasse luz uniformemente em todas as direções, o


Fluxo Luminoso se distribuiria na forma de uma esfera. Como tal não
acontece na realidade, é necessário medir-se o valor dos lumens emitidos
em cada direção. Esta direção é representada por vetores, cujo compri-
mento indica a intensidade luminosa. Intensidade Luminosa é portanto o
fluxo luminoso numa dada direção.

Figura- Intensidade luminosa (Fonte: Manual OSRAM)

4.1.9 Curva de Distribuição Luminosa (CDL)


Se num plano transversal à lâmpada, todos os vetores que dela se originam tiverem suas extremidades
ligadas por um traço, obtém-se a Curva de Distribuição Luminosa (CDL). A CDL é a representação da
intensidade Luminosa em todos os ângulos em que ela é direcionada num plano. Para a uniformização
dos valores das curvas, estas são referidas a 1000 lm. Neste caso é necessário multiplicar-se o valor
encontrado na CDL pelo Fluxo Luminoso da lâmpada em questão e dividir o resultado por 1000.

Figura: Curva de Distribuição de Intensi-


dades Luminosas no plano transversal e
longitudinal de uma lâmpada fluorescen-
te isolada (A) ou associada a um refletor
(B) (Fonte: Catálogo OSRAM, 2004 –
Internet)

4.1.10 Vida Útil


A vida útil de uma lâmpada é dada em horas e é definida pela média aritmética do tempo de duração da
lâmpada. Abaixo gráfico com vida útil (em horas) de algumas lâmpadas (Fonte: LUMICENTER, 2004).

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4.2 Descrição dos tipos básicos de lâmpadas

4.2.1 Incandescente
Primeira lâmpada comercialmente viável, ela funciona quando a corrente elétrica passa
pelo filamento de tungstênio e o aquece, deixando-o em brasa. Emite mais calor do que
luz - na prática, apenas 6% do que consome de energia é transformado em luz visível, e
o restante é transformado em calor. Sua durabilidade é de, no máximo, mil horas pelo
fato de o filamento ir se tornando mais fino devido ao aquecimento, causando a depre-
ciação do fluxo luminoso até o momento em que o filamento se rompe e a lâmpada
queima.

4.2.2 Halógena

Seu funcionamento segue o mesmo princípio da lâmpada incandes-


cente, da qual é considerada uma versão evoluída. A diferença está
no fato de que o gás halogênio no interior do bulbo devolve ao fila-
mento as partículas de tungstênio que se despreendem com o calor.
Com isso, ela ganha estabilidade de fluxo luminoso e um aumento de
durabilidade que pode chegar a 5 mil horas (em geral 2 a 4 mil horas).
Halógena Seu IRC é 100. Halógena com
refletor dicróico

As lâmpadas halógenas possuem luz branca e brilhante, que possibilita realçar as cores e os objetos
com eficiência energética maior do que a das lâmpadas incandescentes comuns. Por serem compactas,
as lâmpadas halógenas são utilizadas nas mais diversas luminárias, desde pequenos spots até wallwa-
shers, oferecendo liberdade para a criação de diversos ambientes (www.osram.com.br, 2006)

4.2.2.1 Operação
São lâmpadas incandescentes mais eficientes pela adição de gás halógeno, iodo ou brometo, que su-
prime a evaporação do filamento de tungstênio por um processo químico regenerativo. Possuem fecha-
mento de vidro especial, geralmente de quartzo, que suporta as altas temperaturas do bulbo. O manejo
destas lâmpadas deve ser cuidadoso, uma vez que o quartzo é altamente sensível a óleos e sujeiras da
mão (ELEY ASSOCIATES, 1993)

Limitações: alguns soquetes e bases são incomuns e devido ao tamanho compacto e altas temperaturas,
são susceptíveis a queimar a menos que sejam de boa qualidade.

4.2.2.2 Tipos de Lâmpadas


 De tungstênio-halógenas de Baixa Voltagem: lâmpadas para projetores e refletores.
 Dicróicas (MR): possuem facetas refletoras de vidro cobertas com um filme dicróico. disponíveis em
várias wattagens e jatos de luz. As versões para arquitetura são de 20-75 W, 12 Volts e se constituem
em lâmpadas de pequeno ângulo de iluminação e alta difusão de raios, que são determinados pela
orientação e tamanho das facetas na face refletora da lâmpada.
 Tipo AR de Baixa Voltagem: alguns projetistas preferirem usar as AR em vez das MR por sua melhor
consistência de característica de cor (quase só existem na Europa).
 PAR-36: proporcionam ótimo controle da difusão de luz.
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4.2.3 Endura
Fluorescente diferenciada que tem uma bobina eletromagnética no lugar do filamento para fazer a indu-
ção do mercúrio. A ausência do filamento assegura vida útil de aproximadamente 60 mil horas. É indica-
da para locais de difícil manutenção, como espaços de pé-direito muito alto.

4.2.4 Vapor de mercúrio de alta pressão

Já foi muito usada na iluminação pública e vem sendo substituída pelas lâmpadas de só-
dio. Seu princípio de funcionamento é exatamente igual ao das fluorescentes.

4.2.5 Sódio
Atualmente usada na iluminação pública, a lâmpada de sódio oferece luz amarela e mo-
nocromática que distorce as cores - seu IRC é de no máximo 30, afirma Silva. Em contra-
partida, oferece grande fluxo luminoso com baixo consumo. Seu funcionamento é pareci-
do com o das fluorescentes, exceto pela presença do sódio no lugar do mercúrio. A parti-
da requer reator específico e ignitor (espécie de starter que eleva a tensão na hora da
partida para 4 500l volts).

4.2.6 Multivapores metálicos


Tipo de lâmpada também conhecida como metálica, contém iodetos metálicos. Seu funcionamento é
similar ao da lâmpada de sódio - requer reator e ignitor para elevar a tensão de partida. Tem grande ilu-
minância, IRC de 90 e é indicada para locais onde é necessário haver iluminação profissional, como
quadras de tênis, grandes eventos, jogos de futebol etc.

Estas lâmpadas podem substituir as lâmpadas incandescentes, tendo ainda outras aplicações. Reque-
rem reatores, são compactas e potentes. Na hora de substituir uma lâmpada metálica por uma de outra
marca, deve-se trocar também o reator e o ignitor, pois eles são incompatíveis.

4.2.6.1 Partida
As lâmpadas de vapor de metal usam um eletrodo de partida embutido para iniciar o arco da corrente. As
menores são ligadas por um pulso de alta voltagem nos eletrodos de operação gerado por um circuito de
partida com um reator.
Existem poucos reatores para lâmpadas HID. Sua vantagem é um gerenciamento mais preciso da wat-
tagem no tubo da lâmpada, proporcionando maior vida e cores mais consistentes, mas não aumenta a
eficiência, com raras exceções.
Não é possível se obter imediatamente o brilho total da lâmpada HID. Estas lâmpadas empregam uma
mistura de gases e metais no tubo-arco e à medida que a potência é aplicada e a tensão e a pressão
aumentam, os vapores de metal entram no tubo e brilham. A partida leva alguns segundos e o aqueci-
mento de 2 a 10 minutos. Em geral a lâmpada deve esfriar de 1 a 15 minutos para ser ligada novamen-
te.
Podem ser usadas para dimming, mas requerem reatores especiais para tal. Sua vida útil varia conside-
ravelmente em relação ao tipo, orientação, aquecimento, tamanho e configuração (de 3.000 a 24.000 ou
mais). No fim da vida mudam a tonalidade de cor.

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4.2.6.2 Eficiência energética


É uma das mais eficientes. As de sódio brancas possuem a menor eficiência com 40 a 50 lumens/watt,
as de vapor de metal com 55 a 110 lumen/watt e as de sódio de alta pressão com 65 a 125 lumen/watt
para lâmpada de 1.000 W.

4.2.7 Fluorescentes
A lâmpada fluorescente é um tubo de vidro com a superfície interna coberta por fósforo
e preenchido com gás argônio e criptônio. Uma pequena quantidade de mercúrio é va-
porizada durante a operação da lâmpada. Os eletrodos (cátodos) são colocados em ca-
da extremidade do tubo e quando uma alta voltagem é aplicada neles, se inicia uma
descarga que gera um arco de corrente elétrica e a corrente resultante ioniza o vapor de
mercúrio no tubo que emite radiação ultravioleta, que atinge e excita a cobertura de fós-
foro fazendo com que ela brilhe e produza luz visível, quando os raios UV atravessam
essa pintura. O tipo de fósforo é que determinado a tem de cor.
Com a evolução das lâmpadas, a pintura é feita hoje com o trifósforo nas três cores básicas (vermelho,
verde e azul), o que resulta em maior fidelidade de reprodução de cores. As lâmpadas fluorescentes re-
querem um reator para regular a corrente que atravessa a lâmpada. Existem 3 tipos de lâmpadas fluo-
rescentes: de pré-aquecimento (não muito comuns); de partida rápida; e de partida instantânea.

A longevidade das lâmpadas fluorescentes é afetada pelo número de vezes que a lâmpada é acesa e
apagada. Com a tecnologia dos Reatores Eletrônicos, RE, a vida útil pode ser preservada mesmo se a
lâmpada for acesa em intervalos menores que 3 horas (este intervalo é o estabelecido para testes de
vida útil de lâmpadas).

4.2.7.1 Novos Produtos (ELEY ASSOCIATES, 1993)

 T8 - 265 mA, mesma ba, e das T12, mas são eletricamente diferentes e precisam de reatores espe-
ciais; temperaturas de cor de 3.000, 3.500 e 4.100 K e boa definição de cor; de 16 a 40 W; e vida de
20.000 horas para 60 Hz. Há pequena diferença entre o preço do sistema lâmpada-reator T12 para o
sistema lâmpada-reator T8. Operando em partida instantânea, tem a vida diminuída em 25%, com
aumento de eficiência de 10%. Podem usar dimerização (dimming).

Aplicação: Em reformas, quando se tem que mudar o reator, as T8 se tornam mais viáveis economi-
camente. Em novas construções, fornecem de 8a 9% mais luz com o uso de 4 a 9% menos watts.
Ótimas para escritórios, lojas, iluminação de tarefa comercial e industrial, podendo ser usadas tam-
bém como luzes de superfície e decorativas.

 T5 de duplo tubo - de 250 a 550 mA, para luminárias menores e mais compactas, com 26 a 56 cm,
temperaturas de cor de 3.000, 3.500 e 4.100 K em versões de 18 a 55 W, alta saída de lumen, A
lâmpada de 55W possui saída de 4.800 lumens ( o que acarretará cuidados especiais no projeto de
luminárias, para se evitar ofuscamento) e vida de 20.000 horas com o uso de RE, podendo fornecer
maior nível de iluminação do que qualquer outro tipo de lâmpada. - Aplicação: limitada a novas cons-
truções porque requerem reatores e soquetes especiais; ideais para locais que requerem altos níveis
de iluminação. Bom desempenho em lustres, pendentes, arandelas e sistemas indiretos.

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4.2.8 Lâmpadas Fluorescentes Compactas


Inventadas no final dos anos 70 e introduzidas no mercado no início dos 80. Atualmente a
produção em larga escala tem aumento as possibilidades de aplicação para esta tecnolo-
gia.

Estas lâmpadas são mais versáteis, possuem excelente definição de cores e temperaturas
de cor de 2.700 a 5.000 K; disponíveis em diversos tamanhos, formas e wattagens. São
de alta eficiência energética, ideais para substituir lâmpadas incandescentes na maioria dos casos,
usando de 1/3 a 1/4 da energia com duração 10 vezes maior. Ex.: uma lâmpada de 13 W (17 W com o
reator) com vida de 10.000 horas pode ter seu nível de iluminação comparado ao de uma lâmpada de
60W de vida de 1.000 horas.
O ótimo desempenho destas lâmpadas se deve ao uso de fósforos rare earth (RE) para melhorar a defi-
nição de cor e para o bom funcionamento das compactas pela alta densidade de potência no pequeno
diâmetro do tubo.

Para que a lâmpada tenha o melhor desempenho possível deve se cuidar para que não trabalhe a tem-
o
peraturas superiores a 50 C, o que pode ocorrer em luminárias fechadas sem circulação de ar. Também
a orientação da lâmpada afeta seu desempenho: na posição horizontal ou virada para cima produz 20%
mais lumens que uma lâmpada de iluminação descendente.

4.2.8.1 Descrição de Tecnologia


Estas lâmpadas, são sistemas que consistem de, um conector e um reator, geralmente com o dispositivo
de partida acoplado à sua própria base. Algumas vezes um soquete de rosca é incorporado ao pacote.
Existem em 3 tipos:
1. Sistema integral: com reator em uma peça única, com adaptador de soquete de rosca e combinação
de lâmpada - permitem fácil substituição das lâmpadas;

2. Sistema modular: com reator, com um adaptador de soquete de rosca, suporte para a lâmpada, e
lâmpada de reposição- permitem fácil substituição das lâmpadas;

3. Sistema dedicado: estes sistemas existem quando um reator e um soquete para lâmpada fluorescen-
te tiverem sido diretamente conectados como parte da luminária. São equipamentos fornecidos jun-
tamente com as luminárias - requer a substituição de toda a unidade integral

4.2.9 LED
Há menos de cinco anos, o LED, Light Emissor Diod (diodo emissor de luz), só
era usado como indicador luminoso de aparelhos como rádio, TV ou computador
ligados. Com a evolução, ele deixou de ser um marcador para se transformar em
emissor de luz visível, e a cada ano os módulos de led estão dobrando seu fluxo
luminoso. Não possui filamentos nem descarga elétrica, trabalha em baixa ten-
são, normalmente 10 ou 24 volts, e consome em média 1 watt, o que proporciona
extrema economia de energia. Sua vida útil é de cerca de 100 mil horas, o que dispensa manutenção, e
ainda tem a vantagem de praticamente não emitir radiações infravermelha e ultravioleta. Oferece a pos-
sibilidade de criar cenas no modo RGB (sigla em inglês para as três cores básicas: vermelho, verde e
azul), comandadas por controle remoto ou computador. É usado em marcação de cinemas, teatros e
substitui as fluorescentes em back-lights e fachadas. (Revista ProjetoDesign, edição Fevereiro de 2004 ).

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4.2.10 Fibra óptica


Não é uma fonte luminosa, mas sim um condutor de luz que pode ser comparado a uma
mangueira de água. Depende de uma fonte de luz num dos extremos. É um filamento, de
vidro ou de materiais poliméricos, com capacidade de transmitir luz. Estes filamentos têm
diâmetros variáveis, dependendo da aplicação, indo desde diâmetros ínfimos, da ordem de
micra (mais finos que um fio de cabelo) até vários milímetros. A transmissão da luz pela fibra
segue um mesmo princípio, independentemente do material usado ou da aplicação: é lançado um feixe
de luz em uma extremidade da fibra, e pelas características ópticas do meio (fibra), esse feixe percorre a
fibra através de consecutivas reflexões.

5 REATORES

As lâmpadas de alta descarga, incluindo as fluorescentes, requerem um reator


para operar. O reator fornece uma alta voltagem inicial para iniciar a descarga e,
então, rapidamente limita a corrente da lâmpada para manter a descarga a um
nível seguro. Cada reator é feito para operar otimamente um tipo de lâmpada; se
a lâmpada usada não for a correta, podem ser afetadas suas características de
partida, fornecimento de luz e sua vida útil.

Os reatores possuem grande potencial para conservação de energia. Recente-


mente os reatores melhoraram muito em qualidade e se tornaram viáveis economicamente.
Os antigos reatores eletromagnéticos antigos, grandes e pesados, que funcionam em 60 hertz, vêm
sendo substituídos pelos modelos eletrônicos, que economizam energia e têm menor carga térmica. Os
reatores eletrônicos trabalham em 35 kilohertz, o que evita a intermitência conhecida como cintilação e o
efeito estroboscópico, ambos responsáveis pelo cansaço visual. Os reatores de baixa performance são
os chamados “acendedores (starters)” e servem apenas para acender lâmpadas em ambientes residen-
ciais. Os de alta performance são equipados com filtros que evitam interferências no sistema elétrico e
são indicados para instalações comerciais, hospitais, bancos, escolas etc. Há ainda os reatores eletrô-
nicos dimerizáveis, que permitem a dimerização de fluorescentes - possibilidade inimaginável há ape-
nas dez anos. Seu uso permite a integração da luz natural com a artificial - quando combinado a senso-
res, ele vai aumentando ou diminuindo a intensidade luminosa das lâmpadas conforme a necessidade,
de modo que a luz artificial seja usada apenas como complemento à luz natural. Também possibilita a
criação de diferentes cenários de luz (Fonte: Revista ProjetoDesign, edição Fevereiro de 2004 ).

5.1.1 Tipo de circuito e modo de operação


Existem basicamente 3 tipos de lâmpadas fluorescentes e modos de operação de reator:

 Lâmpadas de pré-aquecimento: os eletrodos são aquecidos antes de se iniciar a descarga -


são lâmpadas de baixa voltagem de 20 W ou menos;

 Lâmpadas de partida rápida: os eletrodos são aquecidos antes e durante a descarga e os rea-
tores possuem 2 espirais secundárias para fornecer baixa voltagem - as lâmpadas ligam sua-
vemente e possuem vida longa;

 Lâmpadas de partida instantânea: os reatores fornecem alta voltagem para os eletrodos não
aquecidos - as lâmpadas não são pré-aquecidas, ligam rápida e possuem menor vida.

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5.1.2 Eficiência energética


Muita da energia usada pelos reatores produz aquecimento, causando desperdício de energia; há 3
meios para se aumentar a eficiência dos reatores :

 reduzir as perdas dos reatores ;

 operar as lâmpadas em alta freqüência;


 reduzir as perdas pelos eletrodos das lâmpadas.

6 LUMINÁRIAS

Trata dos sistemas óticos avançados e materiais refletores eficientes e ilustra como os sistemas luminá-
ria-lâmpada-reator afetam a potência utilizada e a saída de luz. As luminárias devem ser escolhidas es-
pecificamente para tirar a melhor wattagem das fontes de luz que utilizam.
 Componentes das luminárias: lâmpada, soquete, refletor, escudo/difusor, acabamentos e fechamen-
tos.

 Materiais refletores internos: possuem um acabamento espelhado ou especular que permite redireci-
onamento preciso do fluxo luminoso. Alguns dos novos materiais são: alumínio anodizado especular
de refletividade de 85-90%, alumínio anodizado especular composto com um filme dielétrico de refle-
tividade de 88-94% e prata especular de depósito a vácuo, aplicada na frente ou atrás de superfícies
de filme de poliester claro de refletividade de 91-95%.

6.1 Tecnologias em Luminárias

6.1.1 Luminárias para iluminação geral


As luminárias mais usadas são as projetadas para iluminar grandes áreas, geralmente com lâmpadas
fluorescentes usadas no teto ou embutidas e constituem uma iluminação geral simétrica e uniforme. São
elas (ELEY ASSOCIATES, 1993):

 luminárias diretamente abertas: muito eficientes com CU (coeficientes de utilização) altos, mas
podem causar desconforto visual por ofuscamento;
 luminárias abertas de refletor especular: aumentam o coeficiente de utilização (CU);

 sistema de luz direta com protetores: evita visão direta das lâmpadas em ângulos normais de vi-
são;
 luminárias industriais e comerciais com refletores especulares: de alta eficiência e alto CU equipa-
das com “aletas“ par evitar ofuscamento;
 Troffers parabólicos embutidos com “aletas”: possuem baixo brilho, de bom a alto CU, boa eficiên-
cia e bom controle de ofuscamento. Algumas variações são especialmente projetados para não
produzir imagens refletidas nos VDTs.
 Troffers com lentes equipados com refletores especulares: o uso de refletores pode aumentar de
70 a 80% a eficiência do troffer, com maior CU.

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6.1.2 Sistemas de iluminação indireta


São sistemas que irradiam luz para um teto refletor. Possuem baixo CU e necessitam de luz comple-
mentar individual para tarefa.
 Tipo enseada (cove) - instalações cobertas: aumentam a eficácia de fios de luz e eliminam
sombras de soquetes;

 Sistema de luz indireta HID compacta - para peças de mobiliário;

 Sistema de iluminação direta e indireta - combinam a eficiência e alto CU da iluminação direta


e a uniformidade e controle de ofuscamento da iluminação indireta;

 Luminárias arquitetônicas - tem como principal meta o aspecto estético;

 Luminárias embutidas HID de baixa voltagem - ideais para tetos mais baixos e espaços que
exigem alta qualidade CRI com uso de lâmpadas de vapor de metal e de sódio de alta pressão.
Ideais para substituir lâmpadas incandescentes;
 Fluorescentes embutidas - Lâmpadas que possibilitam dimming, usadas com RE (reatores ele-
trônicos). Substituem incandescentes na base de 1W para cada 3 ou 4 W;

 HID direcionais e holofotes de fluorescentes compactas - significativa economia de energia;

 Fluorescentes compactas com rosca para conexões de incandescentes - a substituição de


lâmpadas incandescentes por fluorescentes visa economia de energia. Deve-se tomar cuidado
com a temperatura de operação da lâmpada e da luminária;

 Luzes de tarefa - usam 2 sistemas separados para melhorar a iluminação e economizar ener-
gia;

 Luminárias decorativas - podem ser energeticamente eficientes, com uso de lâmpadas HID de
baixa wattagem e luminárias de parede para fluorescentes compactas;

 Luminárias exteriores com fluorescentes compactas - ideais para iluminação de paisagens;

 Luminárias exteriores com lâmpadas HID de baixa wattagem - substituir qualquer luminária ex-
terior incandescente.

6.2 Dados Fotométricos


Medições de luz irradiada por luminárias devem ser apresentadas em gráficos, tabelas, diagramas e são
usadas em todos os tipos de cálculos e projetos. Os dados de CU e curvas fotométricas fornecidos ge-
ralmente são de boa qualidade. Deve-se levar em conta os Fds tomando cuidando para não se superes-
timá-los.
Os fatores de perda de iluminação podem ser recuperáveis (troca das lâmpadas, limpeza) ou não (per-
das pelo fator do reator e pelo fator térmico de aplicação).

6.3 Nomenclatura

As luminárias são identificadas por números que detalham os materiais usados no refletor e nas aletas, o
tipo de instalação, número de lâmpadas, potência das lâmpadas e uso de recuperador. Abaixo tabelas
com os códigos para esta classificação.

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1 2 3 4 5 6 7
Material Material Código Tipo de Nº de Potência Uso de Recuperador
do Refletor da Aleta Sequencial Instalação Lâmpadas da Lâmpada (Campo Opcional)

(A) alumínio anodizado


Material do Re-
1 fletor (C) chapa de aço com pintura eletrostática
(R) refletor em alumínio repuxado e anodizado
(A) alumínio anodizado especular ou acetinado
Material da Ale-
2 ta (C) chapa de aço com pintura eletrostática
(N) não aletada
Código Se-
3 quencial Usado para indicar as famílias dos produtos
(A) arandela
Tipo de In- (E) embutir
4 stalação (P) pendente
(S) sobrepor
Identifica a quantidade de lâmpadas em cada luminária, normalmente 1, 2 ou
Nº de Lâmpa- 4 lâmpadas,
5 das conforme o modelo. Para diferentes quantidades é necessário um pedido es-
pecial.
Indica a potência de cada uma das lâmpadas.
Lâmpada fluorescente tubular: 14 / 16 / 18 / 20 / 28 / 32 / 36 / 40 / 58 e 110w
Lâmpada fluorescente compacta: 09 / 15 / 18 / 20 / 23 e 26w
Lâmpada fluorescente compacta longa: 36 e 55w
Potência da Lâmpada fluorescente flat: 36w
6 Lâmpada Lâmpada par: 120w
Lâmpada de vapor metálico: 70, 150, 250 e 400w (tubular e elipsoidal)
Lâmpada de vapor de sódio: 150, 250 e 400 (tubular); 70, 150, 250 e 400w
(elipsoidal)
Lâmpada de vapor de mercúrio: 125, 250 e 400 (elipsoidal)
Uso de Recu- Algumas luminárias admitem recuperador de alumínio atrás da lâmpada, po-
perador rém é um item opcional.
7 (Campo Opcio- O símbolo (r), logo após o código comercial, indica que a luminária pode ser
nal) solicitada com o recuperador.
Exemplos

A A 01 E 1 32 R

Luminária com refletor de alumínio, aletas de alumínio, da seqüência 01, de embutir, com 1 lâmpada,
32w de potência por lâmpada, com recuperador de alumínio.
R N 03 S 2 26

Luminária com refletor repuxado de alumínio, não aletada, da sequência 03, de sobrepor, com 2 lâmpa-
das, 26w de potência por lâmpada.
HT 02 S 2 16
Luminária hermética, da sequência 02, de sobrepor, com 2 lâmpadas, 16w de potência por lâmpada.

6.4 Desempenho do Sistema de Luminárias


Os sistemas de luminárias são compostos por luminárias, lâmpadas, Reatores , refletores, lentes e mate-
riais de acabamento.

O interesse no sistema é verificar como a interação lâmpada-luminária-reator trabalha, especialmente


com relação a efeitos térmicos.
 Tabelas de desempenho - fornecem informações mais precisas sobre níveis de iluminância das com-
binações entre lâmpadas e reatores , fornecendo ao projetista o desempenho do sistema total da lu-
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minária. A tabela apresenta o fator de correção de aplicação (produto do fator de térmico pelo fator do
reator, que representa a maior porção do Fd) e serve para se estimar a energia consumida e o rendi-
mento em lumens proporcionado pelo sistema da luminária.

7 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ILUMI-


NAÇÃO ARTIFICIAL

7.1 Métodos existentes:

1. Cálculos pelo Método Lúmen - fornece a iluminância geral no plano de trabalho ou o número de
luminárias para se obter determinado nível de iluminação p/ luz direta e indireta. Dados de entrada:
características físicas do ambiente, refletâncias das superfícies, altura do plano de trabalho, distância
plano de trabalho/ luminárias, coeficiente de utilização (CU) para a luminária, número de lâmpadas
por luminária, descarga inicial das lâmpadas, e fator de perda de luz (Fd). O fator de perda luz pode
ser recuperável ou não. Em geral se assume Fds de 0,65 a 0,85 para sistemas com uso de reatores e
de 0,75 a 0,95 para sistemas de lâmpadas incandescentes.
2. Programas de cálculos por pontos - fornece os níveis de iluminância em planos de trabalho horizon-
tais com desvio padrão, máximas, médias e mínimas; luminâncias de superfícies difusas do ambiente
(candelas/área ou lumen/área), densidade de iluminação e padrão de luz do teto e paredes. Alguns
programas podem calcular o nível de visibilidade da tarefa, qualidade de iluminação e desempenho
visual. Outros podem calcular a probabilidade de conforto visual (VCP). Além dos dados de entrada
acima citados, requer: dados fotométricos da luminária, localização e orientação precisa das luminá-
rias, podendo usar interfaces com sistemas CAD e fazer análise de luz diurna. Saída de dados: tabe-
las e plotagens de curvas isolux ou em tons de cinza. Alguns fornecem perspectivas.
3. Cálculos por pontos graficamente visualizados - apresentam gráficos de resultados em escala de
cinza ou curvas isolux para interior e exterior e fotografias sintéticas tridimensionais de um espaço
com seu sistema de iluminação.
4. Cálculos por ray-Tracing (traçado de raios) - capazes de extrema precisão com uso de fotografia
“sintética” para descrições realistas de iluminação interior e exterior, incluindo luz natural.
5. Há também programas para Cálculos de iluminação Exterior - para estacionamentos, rodovias,
passeios, etc. Dados de entrada: dimensões, localização, altura, inclinação e fotometria da luminá-
rias, fornecimento de luz e LLFs. Calculam pontos onde a iluminação seja crítica e podem levar em
conta o sombreamento e edificações e ter interface CAD.

7.2 Determinação de iluminâncias


Um projeto de iluminação envolve a predeterminação da iluminância E em um plano de trabalho de área
S. Sabe-se que a iluminância é proporcional ao fluxo luminoso da fonte, , incidente em determinada
área:

E = / S ou seja,  = E.S

Se soubermos qual é a iluminância desejada em função da tarefa exercida no ambiente, podemos de-
terminar o fluxo luminoso total. A iluminância será selecionada de acordo com as tabelas da ABNT
5413/1982 ou item 7 desta apostila.

7.3 Cálculo do índice do Recinto


As proporções e cores do ambiente determinarão a maneira de distribuição do fluxo nele incidente. Estas
proporções são analisadas através do Ir – índice do recinto, que é um fator que relaciona o comprimento,
D, a largura, L, e a altura de montagem da luminária em relação ao plano de trabalho, H.

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Em função do fabricante este índice do recinto será tabelado para determinadas dimensões do ambiente
ou pode ser calculado pela seguinte fórmula:

Ir = D.L
H. (D+L)

Este índice é usado na determinação do coeficiente ou fator de utilização do compartimento (Fu ou Cu).
As cores do recinto serão expressas através de suas respectivas refletividades.

7.4 Escolha de luminárias e lâmpadas

O próximo passo será selecionar o conjunto de lâmpadas e luminárias a serem utilizados para a ilumina-
ção do ambiente. Esta seleção deve ser feita levando-se em conta as características do ambiente e de
sua utilização, a altura de montagem do sistema de iluminação artificial, a limpeza do local (luminárias
abertas ou fechadas), a periodicidade prevista na troca e manutenção do sistema (acessibilidade ao sis-
tema e facilidade de troca), as características de distribuição de luz requeridas, a adaptabilidade ao local,
as características de construção, a aparência, e o rendimento.

Há que se atentar para a sensibilidade do ambiente ao ofuscamento, geralmente causado pela visão di-
reta da fonte em montagens de baixa altura ou através de reflexões indevidas em superfícies verticais
como telas de computador. Neste caso deve-se usar luminárias com aletas de forma a minimizar a visão
direta ou refletida da fonte.

O uso de lâmpadas de descarga fluorescentes pode levar ao aparecimento de efeito estroboscópico o


que pode ser reduzido pelo uso de luminárias com um número par de lâmpadas equipadas com reatores
duplos e de alto fator de potência.

7.4.1 LÂMPADAS
Existem basicamente dois tipos de lâmpadas, classificadas de acordo com seu acendimento: as lâmpa-
das incandescentes e as lâmpadas de descarga. A luminária deve ser selecionadas em função da lâm-
padas selecionada, uma vez que, em função do seu sistema de acionamento estas lâmpadas necessita-
rão ou não de reatores e starters que podem estar ou não embutidos na própria luminária.

As lâmpadas devem ser selecionadas em função de seu fluxo luminoso, eficiência energética, tempera-
tura de cor, índice de reprodução de cores e do tipo de luminária a ser utilizado. Ver item 7.

7.4.2 LUMINÁRIAS
As luminárias podem ser classificadas em função da direção principal do fluxo luminoso como:

 diretas – o fluxo luminoso é totalmente dirigido ao plano de trabalho (para baixo);

 semi-direta – parte do fluxo luminoso é dirigido para o teto;

 indireta – todo o fluxo luminoso é dirigido para o teto;

 semi-indireta – a maior parte do fluxo luminoso é dirigido para o teto.

Em geral os catálogos trazem informação sobre o percentual de luz emitida para cima e para baixo para
cada tipo de luminária ou esta informação é dada através das curvas fotométricas das mesmas.

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7.4.3 Classificação das luminárias segundo a C.I.E.:

As luminárias para iluminação de interiores são clas-


sificadas em 5 tipos, segundo a distribuição espacial
do fluxo luminoso emitido, acima e abaixo do plano
horizontal que passa por seu centro.

Adaptado de Moreira (1982)

7.4.4 Espaçamento entre luminárias

O espaçamento e a distribuição das luminárias é o que determina o fator de uniformidade da iluminação


obtida. Em geral os espaçamento máximos entre luminárias varia de 1 a 1,5 sua altura de montagem, em
função da distribuição fotométrica da luminária. Em outros casos o espaçamento máximo pode ser for-
necido por meio de tabelas e será dado como um fator a ser multiplicado pela altura de montagem da
luminária (distância entre o centro da luminária a o piso).

Em geral, adota-se que o espaçamento entre as luminárias e as paredes deve ser a metade do espaça-
mento adotado entre luminárias.

7.5 Fator de utilização, Fu


O coeficiente de utilização de uma instalação de iluminação artificial nos fornece a relação entre o fluxo
luminoso que incide sobre o plano de trabalho e o fluxo luminosos total fornecido pelo sistema lâmpada
/luminária. Ele depende do tipo de local, do acabamento das luminárias e das cores das paredes teto e
piso. Para uma melhor determinação deste coeficiente, deve-se calcular a refletâncias médias das cavi-
dades do teto, da paredes e do piso através do método das cavidades zonais.

7.6 Fator de Depreciação, Fd


Este fator relaciona o fluxo luminosos produzido por um sistema de lâmpada/ luminária no fim do seu
período de manutenção com o fluxo luminoso produzido pela mesma luminária no seu início de funcio-
namento. Este fator de depreciação dependerá não apenas das características físicas da luminária, mas
também da limpeza do tipo de atividade realizada neste ambiente.

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À medida que o tempo passa, lâmpadas e refletores (e a própria envolvente) vão ficando sujas por ação
das poeiras, da umidade, etc.; complementarmente, as próprias lâmpadas vão sofrendo um processo de
depreciação mecânica, que se traduz por uma diminuição do seu fluxo luminoso.

Qualquer destas situações tem como conseqüência uma redução apreciável da eficiência dos sistemas
de iluminação, ao longo do tempo, que fica patente pela análise do gráfico seguinte (utilização média de
3 000 h/ano):

- Depreciação mecânica

- Depreciação por sujidade

- Depreciação total

Como se vê, o efeito conjunto da depreciação me-


cânica do equipamento, com a depreciação que
resulta da sujidade, pode levar a uma redução da
ordem dos 50%, do fluxo luminoso inicial, manten-
do-se inalteráveis os consumos de energia do sis-
tema.

Figura: Depreciação do Fluxo luminoso (Fonte: http://www.aeportugal.pt/)

8 MÉTODOS DOS LUMENS

O fluxo necessário para iluminar um compartimento é calculado então em função da iluminância requeri-
da para o ambiente, E, da área deste ambiente, S, do coeficiente de utilização do sistema lâmpada lu-
minária, Cu, e do fator de depreciação do fluxo, Fd.

T = (S. E) / (Cu . Fd)

O número de luminárias é então obtido pela razão do fluxo total,  T, e aquele emitido por cada luminária
 L.
n= T/L

9 MÉTODO DAS CAVIDADES ZONAIS

Este método difere do método dos lumens pela execução de um método mais preciso para a determina-
ção das refletâncias médias das superfícies do ambiente que é dividido em 3 cavidades a saber: CT, a
cavidade do teto, CR, a cavidade do recinto e CC a cavidade do chão. Estas cavidades correspondem
respectivamente à área das paredes e teto superiores ao plano de montagem das luminárias, à área de
paredes entre a luminária e o plano de trabalho, e a área de paredes e piso inferior ao plano de trabalho.
(Fonte: iluminação e fotometria – iluminância de interiores.)

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O cálculo do índice cada uma destas cavidades, IC, é feito da seguinte forma:

IC = [5h (L+D)] / (L.D)

Onde h, é a altura de cada uma das cavidades.

No caso de recintos com forma irregular o IC pode ser calculado por:

IC = 2,5 x perímetro da cavidade x altura da cavidade / área da base da cavidade

A seguir determinam-se as refletâncias das cavidades. A refletância da cavidade do teto, CT, é deter-
minada pela combinação das refletâncias do teto e das paredes. Para luminárias embutidas ou monta-
das à superfície do teto, a CT é a própria refletividade do teto.

A refletância média de cada cavidade, C, é determinada a partir das tabelas apresentadas a seguir.
No caso de tetos não horizontais como é o caso de muitos galpões industriais a CT pode ser calcula-
das através da fórmula a seguir:

CT = ( teto . Aa) / (As – teto.As + teto. Aa)

onde Aa é a projeção horizontal do teto e As é a área da superfície do teto.

A refletância da cavidade do chão será obtida pela combinação das refletividades do chão e das pare-
des.

Após feitos os cálculos procede-se como no método dos lumens, calculando-se o fator de depreciação
de acordo com as tabelas a seguir.

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Fator de depreciação da luminária com a poeira. Local: ML – muito limpo; L, limpo; M, médio; S, sujo;
MS, muito sujo.

Categorias:
I – luminárias abertas na parte inferior e superior (lâmpadas nuas);
II – luminárias abertas por baixo ou com colméias, sendo mais de 15% do seu fluxo luminoso emitido
para cima, através de aberturas;
III – luminárias abertas por baixo ou com colméia, com menos de 15% de seu fluxo luminoso emitido pa-
ra cima através de aberturas;
IV – luminárias abertas ou com colméias por baixo e sem aberturas superiores;
V – luminárias com fechamento inferior por lentes ou difusores e sem aberturas superiores;
VI – luminárias de iluminação totalmente direta ou totalmente indireta.

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10 Tabela de Coeficientes de Reflexão () de


materiais e cores:

Materiais  (%) Cores  (%)


alumínio polido 60-70 escuras 15-30
aço inox 55-65 médias 30-50
asfalto sem poeira 07 claras 50-70
cal 85-88 brancos 85-95
cerâmica vermelha 30 branco-gelo 79
concreto aparente 55 pérolas 72-84
cromo 60-65 marfim 71-84
esmaltes 60-90 casca de ovo 81
espelhos 80-90 cremes 60-76
gesso (branco) 90-95 amarelos 60-70
grama escura 06 laranja 50
granito 40 rosas 35-60
granolite 17 vermelhos 17-35
livros em estantes 10-20 azuis 10-50
mármore branco 45 verdes 12-60
madeira clara 13 ocres 44-60
madeira escura 07-13 marrons 07-32
terra 07-20 violetas 05-40
tijolo 13-48 cinzas 25-50
tecido escuro 02 pretos 04-08
troncos de árvores 03-05
vegetação de porte médio 25

Fontes: Cintra do Prado, L. (1961) e Moreira (1982).

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11 Tabela de Refletância Efetiva da Cavidade de Teto ou de Chão para Várias Combinações de


Refletâncias*

Extraído de: IES (1984)

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12 Tabela de Refletância Efetiva da Cavidade de Teto ou de Chão para Várias Combinações de


Refletâncias (continuação)

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13 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas

Extraído de: IES (1984)

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14 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

Extraído de: IES (1984)

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15 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

16

Extraído de: IES (1984)

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17 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

Extraído de: IES (1984)

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18 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

Extraído de: IES (1984)

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18 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

Extraído de: IES (1984)

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19 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

Extraído de: IES (1984)

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20 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

Extraído de: IES (1984)

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21 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

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22 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

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23 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

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24 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

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25 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

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26 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

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29 Tabela de Coeficientes de Utilização (u) para Luminárias Típicas (continuação)

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30 Fatores de Correção dos Valores de u para Refletância Efetiva da Cavidade de Teto ou de


Chão diferente de 20%

Extraído de: IES (1984)

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31 Recomendações de Projeto para P.S.A.L.I.*

A técnica de iluminação artificial suplementar permanente em interiores foi desenvolvida pelo Building
Research Station, Inglaterra, tendo por objetivos a melhoria do conforto visual, principalmente em edifí-
cios comerciais e institucionais, onde é necessária a suplementação da luz natural por razões tanto qua-
litativas (aparência visual local) quanto quantitativas e a redução dos custos do uso da iluminação artifi-
cial durante o dia. Para a integração entre luz natural e artificial recomenda-se (Egan, 1983):
 Preserve a qualidade visual da iluminação natural do ambiente, evitando mudanças perturba-
doras do nível de iluminação que causem dificuldade de adaptação visual, redução da produtivi-
dade e, portanto, perdas econômicas que podem exceder a economia de energia;

 Admita luz natural a partir de 2 ou mais lados do ambiente para evitar grandes contrastes en-
tre a luz natural e as superfícies adjacentes. O lado oposto a aberturas unilaterais é percebido
como “mais escuro” por causa da adaptação à luz. Evite aberturas em cantos agudos que pos-
sam criar regiões de alto brilho e ofuscamento. Use a luz elétrica em baixos níveis para iluminar
as superfícies adjacentes, reduzindo o brilho aparente e ofuscamento da janela;

 Para controlar o ofuscamento, use fatores de sombra nas aberturas, sejam elas laterais ou
zenitais. A luminância das janelas normalmente não deve exceder os 1.028 cd/m2 em escritó-
rios e salas de aula;
 Complemente a luz natural com a luz elétrica, nos locais onde os níveis de luz natural não
são suficientes;
 Use superfícies de paredes e teto de alta refletância, porém difusoras. Para aumentar a efici-
ência da luz refletida, use superfícies inclinadas, “light-shelves” e na base externa da edificação,
pisos ou acabamentos sobre o solo de cores claras;
 Use no ambiente cores neutras para evitar distorções na interpretação das cores quando luz
elétrica é usada com a natural. Evite superfícies de cores escuras adjacentes a janelas, pois po-
de-se criar condições de alto contraste;
 Em edifícios não-residenciais o controle da luz elétrica deve ser automático para haver uma
economia significativa de energia. A seleção do tipo de controle depende do tamanho do ambi-
ente, do tipo de lâmpadas e reatores usados, do tipo de instalação, do nível de luz natural e sua
estratégia de uso no ambiente. Muitos tipos de controles foram feitos especificamente para cer-
tos tipos de lâmpadas: o projetista deve estar consciente desta necessidade de compatibilização.
O custo é determinante na seleção do sistema de controle, mas é preciso comparar os custos
iniciais de instalação aos de operação e manutenção para orientar a melhor escolha para uma
dada aplicação.

*
P.S.A.L.I.: Permanent Supplementary Artificial Lighting of Interiors
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32 Prática de projeto de iluminação eficiente


De acordo com a ELEY ASSOCIATES (1993) a iluminação ambiente em um edifício comercial pode ser
apenas 33% da iluminação nos postos de trabalho. Um prédio comercial que requer de 300 a 700 lux
para as tarefas visuais poderia ser iluminado em 50% do espaço com 200 a 300 lux.

Há 2 métodos de projeto para se economizar energia elétrica:


 Usar análise de iluminação ponto a ponto para assegurar a iluminação apropriada no posto e no am-
biente.

 Projetar o sistema de iluminação ambiente ou geral usando projeto convencional e, então, fornecer
nível de iluminação necessária a dar boa iluminação (empiricamente) quantitativamente e qualitativa-
mente.

Os dados sobre desempenho devem ser revistos periodicamente. Mudanças não previstas de reatores,
nível de iluminância ou lâmpada são podem alterar a eficiência em 20 a 25%.

33 Sistemas de Controle

Objetivam a economia de energia e de custos de operação, na coordenação entre a quantidade de ilu-


minação artificial necessária para suplementar a luz natural. Existem basicamente 2 tipos de controles,
que podem ser manuais ou automáticos: interrupção do sistema suplementar (“switching”) e regulação
com amortecimento suave da luz (“dimming”).

Os controles de manutenção de luz natural e artificial podem reduzir o consumo de energia elétrica
através de dispositivos de controle de iluminação e projeto adequado de aberturas.
A luz natural pode ser capaz de fornecer parte ou toda a iluminação necessária para o desempenho de
tarefas visuais em prédios comerciais. Mas para tal o sistema de energia elétrica deve ser controlado,
reduzindo a iluminação elétrica nas horas em que a luz natural é mais abundante e vice-versa. O uso de
luz natural também pode contribuir para diminuir o pico de demanda de carga. No entanto, o custo
adicional de sistemas de controle deve ser considerado cuidadosamente.
Os controles de luz natural se relacionam bem às estratégias de manutenção de lumens, que se baseia
em um sistema de iluminação fotoeletricamente ligado que limita a potência de energia quando as lâm-
padas e luminárias são novas. O foto-sensor detecta a diminuição do nível de eficiência da luz elétrica e
o sistema de controle fornece automaticamente o nível de iluminação adequado.

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o mais comum é o uso de fotocélula no ambiente interno ca-


paz de registrar 2 níveis de luz para comandar apagar ou acen-
der as luzes. Temporizadores podem prevenir o desconforto
gerado pelo apaga-acende luzes com céu parcialmente enco-
berto. Outro tipo de controle usa sensor externo ao edifício,
com registro de 1 só nivel de luz.

reduzem a luz elétrica com o aumento da luz natural. Um sis-


tema “ideal” só fornece a luz elétrica requerida e não consome
energia quando há suficiente luz natural. Até o presente ainda
não é possível fazer isso, pois alguma energia é sempre neces-
sária na operação dos controles. A regulação para lâmpadas
incandescentes usando “dimmers” é a que mais se aproxima
da regulação “ideal”.

estão disponíveis 2 tipos básicos de controles, de modelos


variados: (a) instalação simples: controlam 1 ou 2 reatores
apenas, usando um sensor de fibra-ótica que transfere o sinal
para uma caixa de controle; (b) instalações múltiplas: regula-
ção simultânea de grande número de luminárias. Um único
sensor e uma caixa de controle são usados e, portanto, deve-se
assegurar que as áreas sob regulação recebem o mesmo nível
de luz natural.

há um tipo de controle para instalações convencionais onde o


regulador abaixa o nível de luz elétrica até 25% e quando a luz
natural atinge o nível requerido, apaga o sistema suplementar.
Quando as luzes são acesas de novo, lâmpadas e reatores con-
vencionais devem ser acionados totalmente, e só depois regu-
lados. Nem todas as fluorescentes podem ser reguladas, espe-
cialmente as economizadoras de energia.

são semelhantes ao anterior, exceto que podem fazer uma re-


gulação de 100%. Até o presente, só disponível para in-
stalações múltiplas.

Adaptado de: Lam (1986) e Moore (1991)

33.1 Integração da iluminação Elétrica


O sistema de iluminação artificial deve ser colocado em zonas para simular a disponibilidade de luz natu-
ral, integrando os padrões de distribuição espacial da luz natural e da artificial. Luminárias próximas às
janelas devem ser controladas separadamente das mais distantes. Luminárias e outros equipamentos
devem ser compatíveis com o sistema de controle de luz natural (ELEY ASSOCIATES, 1993).

33.1.1 Acompanhamento da luz natural:


Estratégia de automaticamente se aumentar ou diminuir os níveis de iluminação elétrica por dimming ou
desligamento.
Componentes de Controle: podem ser integrados em um componente único e se compõem de:
 Fotocélula ou foto-sensor - mede o nível de iluminação dentro do ambiente e gera um sinal elétrico na
proporção da iluminação que nele incide. A sensibilidade da célula varia com sua geometria e seu
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suporte. O foto-sensor deve ser corrigido em relação à cor para que responda à distribuição espectral
de luz da mesma maneira que o olho humano.
 Controlador: incorpora um algoritmo para processar o sinal do foto-sensor convertendo-o em um co-
mando para a unidade de dimming.
 Unidade de dimming: varia a saída de luz elétrica alternando a quantidade de potência para as lâm-
padas.

33.1.2 Algoritmos de Controle:

 Controle integral em circuito fechado: o foto-sensor é localizado de forma a detectar tanto a luz natu-
ral quanto a luz elétrica, de forma que a saída do foto-sensor seja mantida ao nível estabelecido.
Quando há um aumento na iluminação devido a luz natural, o controlador reduz o nível de iluminação
elétrica para restabelecer o sinal do foto-sensor. O ponto de calibração é determinado para fornecer
luminância desejável no período noturno (calibração noturna).
 Controle: o foto-sensor é localizado para detectar apenas a luz natural e é insensível à luz elétrica. O
algoritmo geralmente estabelece uma relação linear entre o sinal detectado e o nível de dimming. Du-
rante a calibração, o usuário pode determinado arbitrariamente a relação entre as variáveis. Quando
o estímulo de luz natural excede zero, a luz elétrica diminui de acordo com uma reta inclinada.

33.1.3 Resposta e Colocação Espacial do Fotosensor:


para um sistema de circuito fechado, o foto-sensor montado no teto deve possuir um maior campo de
visão (para que não seja altamente sensível a pequenas mudanças na iluminância) e ser bloqueado de
uma visão direta da janela. Com um sistema de circuito aberto proporcional, um foto-sensor sem prote-
ção deve ser colocado. Em um local onde haja somente uma área de trabalho, o foto-sensor deve ser
colocado acima da tarefa. Se há várias áreas de trabalho, o foto-sensor deve ser colocado acima da que
recebe uma quantidade representativa de luz natural.

33.1.4 Equipamentos de dimming:


o dimming é mais barato para controlar muitas lâmpadas do que para poucas. Os sistemas incluem:
 auto-relays: formas mais simples de dimming, geralmente aplicados em larga escala com uma unida-
de de controle para um ramo de circuitos. São altamente restritivos: só permitem dimming de 100 a
75%. não são muito eficiência para luz natural.
 Dimmers baseados em ramos de circuitos: fazem o dimming de até 50% de circuitos inteiros e não
requerem troca dos reatores. Podem afetar a vida útil da lâmpada.
 Controladores dinâmicos: para lâmpadas individuais ou pares. Não requerem reatores especiais e
possuem dimming de até 30%.
 Reator de dimming de rosca: para lâmpadas individuais ou pares. Dependendo do tipo de lâmpada e
circuito podem fornecer dimming de até 8%. Outros sistemas para eficiência energética podem che-
gar a 20%. Podem aumentar o barulho dos reatores.
 RE de dimming: lâmpadas individuais ou em grupos de 2, 3 ou 4. Possuem dimming de até 10%.
Obs.: a maioria das fontes de luz se torna menos eficaz quando usam dimming pela necessidade de su-
prir potência total de aquecimento para o eletrodo mesmo quando a luz tem sua saída de luz diminuída.

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33.1.5 Equipamentos de Alternação:


Os alternadores fotosensores podem ser usados para apagar as luzes em zonas periféricas à luz natural
e podem ser ajustados por zonas em relação à intensidade de iluminação natural a que devem ser liga-
dos/apagados os sistemas. Alguns permitem o ajuste por um temporizador que evita a entrada do siste-
ma em ciclo. Podem economizar até 50% da energia em novas construções onde a IN seja abundante e
onde a fiação possa ser feita corretamente. Os foto-alternadores são uma forma barata de se aumentar o
nível de iluminação quando se utiliza luz natural, tendo vantagem sobre os dimmers por não consumirem
energia alguma quando desligados. No entanto alguns ocupantes reagem negativamente ao acen-
der/apagar das lâmpadas durante o dia, especialmente quando é freqüente.

33.1.6 Conservação de Energia:


o nível de conservação de energia é altamente dependente das aplicações específicas. Estudos avaliam
que se pode atingir economia de 30 a 40% de energia entre 6:00 e 18:00 horas, durante o verão poden-
do chegar a 50%.

33.2 Sensores de Ocupação


Os sensores de ocupação exploram detectores de movimento infravermelhos e infra-sônicos para desli-
gar automaticamente as lâmpadas em áreas desocupadas. São dispositivos de alternação que respon-
dem à presença ou ausência de pessoas no campo de visão do sensor. O sistema é composto por um
sensor de movimento, de uma unidade de controle eletrônico, e um interruptor controlável. O detector
sente o movimento e manda sinais para a unidade controladora que então processa o sinal e abre ou
fecha o interruptor (ELEY ASSOCIATES, 1993).
A tecnologia básica dos sensores de ocupação é derivada de sistemas de segurança que foram sofisti-
cados para responder tanto à presença quanto a ausência de pessoas.

33.2.1 Sistemas Passivos de Infravermelho (PIR):


reagem à energia de calor infravermelho emitida pelas pessoas; são passivos e só detectam a radiação
(não emitem radiação). São maximamente sensíveis a objetos que emitam comprimentos de onda de
aproximadamente 10 m. São dispositivos de linha de visão restrita: não podem ver cantos ou através de
divisórias ou obstruções. Empregam um transdutor piroelétrico para detectar radiação infravermelha em
um sinal de voltagem. Uma lente multifacetada cerca o transdutor e foca a energia calorífica no detector.
A lente enxerga a área como uma série de estreitos raios ou cones (não enxerga a área como uma uni-
dade contínua). Quando o ocupante move o braço ou a mão de um cone a outro, um sinal positivo é ge-
rado e mandado ao controlador. A sensibilidade do sensor decresce com a distância (a maioria é sensí-
vel a uma distância de 3,5 m para movimento de mãos e 12m para movimento de corpo todo). O cone de
visão pode ser controlado, permitindo uma variedade de padrões de sensibilidade: quanto mais estreito o
cone, maior seu alcance. Unidades para áreas abertas possuem um cone de visão de 90 a 180 graus e
2
cobrem áreas de 27 a 55 m , com sensibilidade linear de 12 m.

33.2.2 Sensores Ultra-sônicos:


Ativam um cristal de quartzo que emite ondas ultra-sônicas através do espaço. A unidade percebe a fre-
qüências das ondas refletidas. Operam a 25, 30 e 40 Hz. Por esta razão, são mais sensíveis ao movi-
mento (sensível a uma distância de 7,5m para movimento de mãos, braço e torço a 9 m, e 12m para mo-
vimento de corpo todo). São mais caros, mas fornecem maior cobertura do que os PIR; no entanto, sen-
sibilidades maiores significam que são mais susceptíveis a falsas detecções devido a movimentos no
2
espaço. Estão disponíveis sensores que cobrem áreas de 25 a 180 m . Há também detectores para es-
paços menores com corredores, que conseguem detectar uma pessoa a 30 m.

33.2.3 Sensores de Teto:


o
1 tipo de sensores usados para iluminação, sendo os mais populares. Podem ser usados para peque-
nas e grandes áreas e possuem poucas limitações. Sensores múltiplos podem ser conectados para co-
brir uma área maior que um único sensor.

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Sensores de Caixa de Parede:


Para pequenos escritórios, onde o custo dos Sensores de teto fica muito alto. A caixa é fixada a 42 pole-
gadas acima do chão e mobílias e divisórias limitam seu campo de visão. Podem ser PIR ou ultra-
2 2
sônicos. são sensíveis a movimentos de mão em 27 m e a movimentos maiores em 70 m . Campo de
visão de 120 a 180 graus. Temporizador ajustável de 30s a 15 min.
Características Comuns - podem operar em 3 modos básicos:
 Sempre desligado - ignora o sensor mesmo com presença de pessoas (auditório de audiovisual);
 automático;
 De ligação manual e desligamento automático.
Especificações de vem incluir: sensibilidade de calibração, atraso programável de tempo, indicador de
funcionamento, alarme audível.
Outros dispositivos:
 Timer de prazo - permitem que o usuário se movimente 5 a 10 segundos para reativar as luzes no
modo de ligação manual e desligamento automático;
 Função de falha - os sensores mantém as luzes acesas se o dispositivo falhar;
 Marcas de mascaramento - ajuste do campo de cobertura do sensor.

33.2.4 Diretrizes de Aplicação


O critério para espaços geralmente ocupados é a quantidade de tempo que o espaço fica desocupado.
Em espaços onde o padrão de ocupação é previsível, um sistema temporizador pode ser mais eficiência;
ainda assim sensores de ocupação ajudam a economizar energia fora do período normal de trabalho.
Ambientes de ocupação intermitente são ótimos para aplicação de sensores de ocupação.
É importante que falhas no sistema de ocupação não apaguem as luzes. É seguro se deixar algumas
lâmpadas sem controle ou se instalar iluminação de emergência para que as pessoas não fiquem preju-
dicadas.
São apropriados para controlar lâmpadas incandescentes e fluorescentes de partida rápida. A medida
verdadeira da viabilidade de um sistema de sensores de ocupação é o seu custo e a economia de ener-
gia que ele proporciona. Valores típicos para conservação de energia são de 35 a 45%.

33.3 Sistemas de Temporizadores


Variam de simples sistemas temporizadores a sofisticados sistemas de gerenciamento de energia e po-
dem reduzir significativamente as horas de operação dos sistemas de iluminação.
São projetados para reduzir o gasto de energia, gerenciando o ligamento e desligamento dos sistemas
de iluminação. Desligam as luzes quando o edifício esteja vazio ou ocupado por trabalhadores que não
requerem iluminação total (limpeza, por ex.). Para controlar as horas de desligamento, estes sistemas
requerem interruptores, alternadores de baixa voltagem ou telefones para que o usuário possa reacender
o sistema.

33.3.1 Componentes:

 Processador central - unidade que controla vários grupos de lâmpadas independentemente;


 Relays - interruptores controlados eletricamente;
 Interruptores ativados pelo usuário;
 Fiação de controle que liga os componentes do sistema.

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33.3.2 Métodos de Acendimento (overrides)


São controladores que ocupantes trabalhando fora do expediente normal possam usar para acender as
lâmpadas. São interruptores de baixa voltagem, localizados próximos às lâmpadas que controlam. A me-
lhor forma para conservação de energia é fazer com que o sistema apenas apague as luzes e os overri-
des sejam acesos pelos usuários; desta forma as luzes não serão acesas a menos que necessário.

33.3.3 Diretrizes de Aplicação

 São efetivos se os padrões de ocupação forem relativamente previsíveis, havendo períodos em


que as luzes possam ser apagadas sem afetar a produtividade ou segurança.

 Ideais para escritórios e fábricas.

 Sistemas híbridos de sensores de ocupação e temporizadores podem ser a escolha ótima para
muitas aplicações.

 Os ocupantes devem ser avisados antes que as luzes apaguem.

 Alguns sistemas permitem que tarefas como limpeza e segurança sejam realizados com um
menor nível de iluminação, apagando apenas alguns das lâmpadas.

 Os usuários devem saber manipular o sistema para que este funcione mais eficazmente. O sis-
tema deve poder ser reprogramado com a mudança de necessidades de maneira simples, evi-
tando chamar-se um técnico apenas para isto.

33.3.4 Economia de Energia


É afetada pela maneira como o sistema era operado antes dos controles serem instalados e de que for-
ma os temporizadores são programados. É difícil se prever a economia resultante destes sistemas, mas
foram relatadas economias de 10 a 35%.

33.3.5 Diretrizes de Especificação


Os sistemas devem ser capazes de programar esquemas separados para dias da semana e fins de se-
mana, ser equipados com um interruptor para feriados e com backup para falta de luz.
Os overrides devem ser acessíveis aos ocupantes, permitir que as lâmpadas fiquem acesas por pelo
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menos 2 horas quando acessado, controlar áreas inferiores a 45 m , ser colocados na mesma área que
controlam.

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34 Análise Econômica de Projetos de Ilumina-


ção Artificial:

CUSTOS SISTEMA SISTEMA


COMUM MAIS EFI-
CIENTE
Tipo de lâmpadas a comparar
Número de lâmpadas (1)
Potência de cada lâmpada + Perda do reator [W] (2)
Preço por lâmpada (3)
Vida média [horas] (4)
Tempo de uso mensal [horas] = horas/dia x dias/mês (5)
Custo do kWh [Reais] para a classe de consumo (6)
Custo do consumo mensal de energia elétrica = (7)
[(1)x(2)x(5)x(6)]/1000
Custo mensal da reposição das lâmpadas = [(1)x(5)x(3)]/(4) (8)
Custo mensal total = (7) + (8) (9)
(A) Pela diferença entre os dois sistemas obtenha a economia
mensal

Custo de Investimentos:
Total do Investimento:
Custo das lâmpadas = (1) x (3)
Custo dos reatores = (1) x (preço por reator)
Custo das luminárias = [(1) / (no. lâmpadas por luminária)] x (custo por
luminária)
Custo de outros acessórios
Custo do projeto
Custo da instalação
Custo Total do Investimento:
(B) Pela diferença entre os custos dos dois sistemas obtenha o custo a mais
de um com relação ao outro
(C) Tempo de Retorno do Investimento: (B) / (A) = (no. de meses)

Adaptado de: ABILUX (1992)

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35 Campos de atuação para projetistas de


iluminação
Os especialistas em projetos de iluminação devem ser acionados no caso da existência de (ELEY AS-
SOCIATES, 1993):

- tarefas visuais exigentes;

- potencial de aproveitamento de luz natural;


- potencial efetivo de conservação de energia e alta eficiência;
- projetos de alta qualidade e retrofits;

- projeto de longa vida útil;


- necessita-se de análises comparativas;

- o projeto possui metas estéticas ou sistemas complexos;

- deve-se usar vários meios de iluminação e ou combinação de sistemas;

- necessitar-se de assistência para produtos específicos;

- análises de custo-benefício.

Nos EUA, para tornar efetivo o uso das novas tecnologias desenvolvidas na área, foram formadas a AL-
PAC - Advanced Lighting Professinal Advisory Comission, a IESNA - Iluminating Engeneering Society of
North America e os grupos de gerenciamento de demanda (DSM), que visam a implementação de di-
versos programas e diretrizes como:

 Programas de educação para construtores, projetistas, educadores e pesquisadores.

 Formação de profissionais especializados na área de iluminação: consultores particulares, re-


presentantes, profissionais ligados à conservação de energia, gerenciadores de iluminação.

 Criação das ESCO’s (Energy Service Companies) - companhias de serviço de energia que for-
necem projetos de serviço de retrofit.
No Brasil existem várias ESCO´s em atuação. Ano entanto as ESCOs no Brasil ainda enfrentam um sé-
rio problema de acesso a linhas convencionais de financiamento existentes no mercado financeiro. Basi-
camente, a única fonte segura existente e que movimenta 80% do mercado de eficiência energética são
os recursos oriundos de uma obrigação legal que conduz todas as distribuidoras de energia elétrica do
país a investirem 0,5% da sua receita operacional líquida na implantação de projetos que objetivam o
uso mais eficiente de energia no consumidor – lei 9.991/2000. (http://www.canalenergia.com.br/ – entre-
vista de 08/09/2005).

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36 Roteiro Básico de Trabalho para Análise de


Conforto Luminoso-Visual de uma Edificação:

36.1 Análise das Condições do Recinto Urbano:


Levantamento do entorno da edificação em estudo, indicando:
 As alturas dos edifícios existentes ou a estimativa da altura máxima permitida pela legislação lo-
cal de uso e ocupação do solo, no caso de haver lotes vagos;

 As cores e tipos de acabamento dos materiais do entorno visíveis a partir do ambiente em estu-
do;

 As instalações de iluminação artificial externa e/ou pública, com o tipo de luminária e de lâmpa-
das utilizadas.
 Levantamento das exigências de iluminação natural e artificial existentes na legislação municipal
local, nas normas técnicas brasileiras e nas normas das concessionárias elétricas do estado.

 Levantamento dos dados climáticos de insolação e nebulosidade médias mensais (normais de


pelo menos 5 anos) para identificação do tipo de céu característico de cada estação do ano (ou
pelo menos verão e inverno); levantamento das coordenadas geográficas locais de latitude, lon-
gitude e meridiano-padrão para a geração dos dados de iluminância exterior sobre os planos ho-
rizontal e vertical (pelo menos N, L, S e O) para os tipos de céu identificados.

 Análise crítica das condições locais reais de acesso à luz natural em função dos tipos de céu e
dos obstáculos do entorno.

 Análise crítica da eficácia da legislação local na garantia do acesso aos níveis requeridos de ilu-
minação natural para as funções que a edificação em estudo deve cumprir.

 Análise crítica do desempenho da iluminação artificial instalada, quanto às exigências do confor-


to luminoso-visual e economia de energia.

36.2 Análise do Desempenho Luminoso-Visual da Edificação:


 Levantamento das atividades desenvolvidas no ambiente em estudo e de seu lay-out de organi-
zação.
 Levantamento das cores e tipos de acabamento das superfícies internas e do mobiliário do am-
biente em estudo.

Identificação das exigências de conforto luminoso-visual requeridas pelas atividades desenvolvidas no


ambiente (quadro de referência para a análise posterior).

Avaliação das condições de iluminação natural:

 Estudo da geometria de insolação do ambiente e verificação se há incidência de sol direto sobre


os planos de trabalho;

 Determinação dos níveis de luz natural nos pontos do ambiente escolhidos para análise, através
de medições ou de cálculo estimativo;

 Determinação da distribuição da luz natural no ambiente, através da representação das curvas


isolux;

Análise crítica da qualidade da iluminação natural no ambiente, verificando as condições de clareza da


informação visual, adequação da distribuição da luz no ambiente, ocorrência ou não de fortes contrastes,
áreas sombrias ou de ofuscamento; análise da adequação do tipo de acabamento das superfícies, do
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mobiliário e da compatibilidade do lay-out de organização das atividades do ambiente com o sistema de


iluminação natural utilizado;

Análise crítica da quantidade de luz natural no ambiente de acordo com as normas técnicas e a legisla-
ção municipal porventura existente.
Avaliação das condições de iluminação artificial:

 Levantamento do tipo de luminária e lâmpadas utilizadas no ambiente (fabricante, nome da lumi-


nária e da lâmpada, curva fotométrica da luminária; fluxo, potência nominal e temperatura de cor
das lâmpadas);

 Levantamento, junto aos usuários e/ou com o projetista, do perfil de funcionamento do sistema
de iluminação artificial e das condições de manutenção;

 Levantamento do lay-out de distribuição das luminárias no ambiente e de seu estado de conser-


vação;

 Levantamento do tipo de controle elétrico do sistema de iluminação artificial;


 Medição ou cálculo estimativo dos níveis de luz artificial do ambiente;

 Análise crítica das condições de conforto luminoso-visual pela adequação dos níveis de ilumi-
namento às exigências humanas, do espaçamento das luminárias às exigências de uniformidade
sobre o plano de trabalho, ausência de ofuscamento, de áreas sombrias e de fortes contrastes
entre as superfícies;

 Análise crítica quanto à otimização do sistema utilizado no aspecto da economia de energia.

 Avaliação das condições de integração entre a luz natural e artificial

 Verificação da compatibilidade entre as temperaturas de cor das duas fontes de luz;

 Estimativa da distância a partir da qual é necessário o uso de luz artificial suplementar perma-
nente; verificação da compatibilidade do lay-out de distribuição das luminárias;

 Verificação da integração ou não do tipo de controle elétrico da iluminação artificial ao sistema


de iluminação natural.
 Conclusões gerais e propostas para a melhoria das condições de conforto luminoso-visual e
economia de energia.

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37 Referências Bibliográficas:

ALUCCI, M. P. Conforto Térmico, Conforto Luminoso e Conservação de Energia Elétrica: proce-


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apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP], São Paulo, 1992.
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