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Instituto de Ciência e Tecnologia Campus

São José dos Campos

PÊNDULO BALÍSTICO

Professora: Drª Thaciana Malaspina

Alunos: Amanda Razaboni

Davi Juliano

Gustavo Ferracioli

Hári Niklaus

Rafaele Guimarães

Turma: NA

Junho de 2019
SUMÁRIO

1 RESUMO ................................................................................................................... 5
2 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 6
2.1 Pêndulo Balístico ............................................................................................... 6
2.1.1 Contexto histórico ....................................................................................... 6
2.2 Energia Potencial Gravitacional ........................................................................ 7
2.3 Energia Cinética ................................................................................................. 8
2.4 Conservação de Energia Mecânica .................................................................. 8
2.5 Momento Linear e Impulso ................................................................................ 9
2.5.1 A segunda lei de Newton em relação ao momento linear ......................... 9
2.6 Comparação entre momento linear e a energia cinética ................................ 10
2.7 Conservação do momento linear..................................................................... 10
2.8 Momento Angular............................................................................................. 12
3 OBJETIVOS ............................................................................................................ 13
4 MATERIAIS ............................................................................................................. 13
4.1 Pêndulo balístico .............................................................................................. 13
4.2 Esfera metálica ................................................................................................ 14
4.3 Régua graduada milímetro (𝛅i = 0,5mm ); ...................................................... 14
4.4 Balança ............................................................................................................ 14
5 PROCEDIMENTO ................................................................................................... 15
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 16
6.1 Cálculo dos ângulos obtidos............................................................................ 16
6.2 Momento linear ................................................................................................ 17
6.3 Determinação da altura máxima (hmáx.) ........................................................... 19
6.4 Cálculo ............................................................................................................. 22
6.4.1 Energia potencial na altura máxima do conjunto pêndulo + projétil após a
colisão 22
6.4.2 Altura máxima do conjunto pêndulo + projétil após a colisão ................. 22
6.4.3 Energia cinética do conjunto pêndulo + projétil imediatamente após a
colisão 22
6.4.4 Momento linear do conjunto pêndulo + projétil imediatamente após a
colisão 23
6.4.5 Momento linear antes da colisão (pêndulo e projétil separados) ............ 23
6.5 Momento Angular............................................................................................. 24
6.6 Momento de Inércia da Esfera ........................................................................ 28
6.7 Momento de Inércia da Haste ......................................................................... 28
7 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 30
8 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 32

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INDÍCE DE TABELAS

Tabela 1 - Ângulos e incertezas ..................................................................................... 16


Tabela 2 - Medidas dos corpos envolvidos ................................................................... 17
Tabela 3 - Valores do ângulo e da distância até o CM .................................................. 24
Tabela 4 - Massa do sistema, gravidade e altura máxima atingida .............................. 25
Tabela 5 - Valor da gravidade e da altura máxima atingida .......................................... 26
Tabela 6 - Valor da massa do sistema e sua velocidade final. ..................................... 26
Tabela 7 - Valor do momento linear do conjunto ........................................................... 27

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INDÍCE DE FIGURAS
Figura 1 - Pêndulo ............................................................................................................ 6
Figura 2 - Pêndulo artesanal (1911) ................................................................................ 7
Figura 3 - Diagrama de corpo livre................................................................................. 10
Figura 4 - Momento angular de um objeto ..................................................................... 12
Figura 5 - Pêndulo Balístico ........................................................................................... 13
Figura 6 - Esfera ............................................................................................................. 14

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1 RESUMO

Nesse relatório será apresentada a utilização do layout de um pêndulo balístico,


dispositivo Físico inventado em 1742 que consiste em um conjunto lançador de projétil
(que nesse caso é uma esfera de metal) e um pêndulo que funciona como um
mecanismo capaz de medir a velocidade dos projéteis lançados contra ele. Isso é
possível já que, ao receber o projétil ejetado do lançador, o pêndulo sofre certo
deslocamento angular em função da colisão inelástica e, a partir da utilização de um
arcabouço teórico chega-se a determinação da velocidade de deslocamento da esfera
lançada (V0).
Além disso, ainda se pode obter mais algumas importantes informações sobre o
sistema, tais como os valores de energia cinética e potencial gravitacional em certo
instante, quantificar a energia transformada e dissipada em outras formas após a colisão
e determinar o momento linear, por exemplo. Vale ressaltar, que o princípio desse
também é despertar o interesse ao aprofundamento científico sobre o tema em questão,
visto que o mesmo teve sua maior aplicação em indústrias de armamentos, onde era
medida a velocidade com que os projéteis lançados atingiam o alvo, ou seja, é de suma
importância para profissionais do ramo de ciência e tecnologia.

Palavras-chave: Pêndulo balístico, velocidade inicial do projétil, conservação de


energia mecânica e colisão inelástica, velocidade do projétil.

5
2 INTRODUÇÃO

2.1 Pêndulo Balístico

2.1.1 Contexto histórico

O pêndulo balístico é um dispositivo usado comumente para determinar o módulo da


velocidade de uma bala de revólver ou espingarda. Ou seja, ele é usado quando se
deseja saber com que rapidez um projétil se desloca no espaço. Basicamente, esse
dispositivo é constituído por um grande bloco ou cubo de madeira de massa M que é
pendurado por fios ou por uma haste rígida de comprimento invariável em um suporte
fixo. Esse suporte, geralmente, traz consigo uma escala angular para determinação da
inclinação adquirida pelo pêndulo após o impacto.
Possui ainda em sua extremidade inferior (no interior da caixa de madeira) um
pequenino imã utilizado no auxílio a condução da esfera metálica desde o instante em
que ela emerge ou é ejetada do canhão até o momento final de seu lançamento para o
interior da estrutura. Ao lado da caixa, há também um disparador em forma de canhão
alinhado com a estrutura fixada na extremidade do pêndulo (figura 1).

Figura 1 - Pêndulo

(Fonte: http://www.sc.ehu.es/sbweb/fisica/dinamica/con_mlineal/balistico/balistico.htm / Autoria Própria)

À esquerda é possível observar uma imagem de múltipla exposição de uma bala


sendo disparada contra o pendulo balístico e à direita está o pêndulo utilizado no
experimento.

É importante dizer que, quando se fazem presentes no layout de construção do


aparelho, os fios que prendem o bloco ou a caixa de areia ser fios inextensíveis, flexíveis
e de massa desprezível.
A criação e idealização desse equipamento se deram em meados do século XVIII,
mais precisamente em 1742, pelas mãos de um engenheiro militar e matemático
britânico chamado Benjamin Robins (1707-1751), que foi um dos fundadores da
Balística, uma ciência que estuda o movimento dos projéteis em geral, mas que se foca
especialmente ao estudo das balas em armas de fogo. Eles foram criados a partir da
ideia de que colisões, em sistemas isolados, acontecem de forma que a quantidade de
movimento não se altera.

6
A respeito de sua precisão, esse tipo de equipamento foi importante durante algumas
grandes guerras que marcaram a humanidade do século XVIII em diante, como pode
ser visto na figura 2, onde é mostrado um exemplar de 1991.

Figura 2 - Pêndulo artesanal (1911)

(Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/pendulo-balistico.htm)

Em função do seu propósito de medir velocidades de projéteis por meio de


colisões perfeitamente inelásticas com um corpo de massa muito maior, sua maior
aplicação e aceitação foram registradas em indústrias do setor bélico (armamentista),
onde era medida a velocidade com que os projéteis lançados ou balas atiradas atingiam
um determinado alvo. Para se determinar essa velocidade, usava e ainda se usa um
arcabouço físico teórico que engloba o entendimento das leis e princípios de
conservação da energia mecânica e do momento linear.
Para realização do experimento e a análise de seus resultados é fundamental alguns
conceitos básicos, como o de energia potencial gravitacional, energia cinética,
conservação da energia mecânica, momento linear e impulso, e momento angular, estes
conceitos estão apresentados logo abaixo na forma discursiva.

2.2 Energia Potencial Gravitacional

Energia Potencial é a energia que pode ser armazenada em um sistema físico e


tem a capacidade de ser transformada em energia cinética. Conforme o corpo perde
energia potencial ganha energia cinética ou vice-e-versa. A Energia Potencial
Gravitacional é a energia que corresponde ao trabalho que a força Peso realiza. É obtido
quando consideramos o deslocamento de um corpo na vertical, tendo como origem o
nível de referência.
A fórmula geral da energia potencial gravitacional está descrita na equação
abaixo:

(1)

7
Na equação 1 tem-se que:

o m - massa da partícula/corpo;
o g - aceleração local da gravidade;
o h - altura da partícula/corpo em relação a um plano horizontal de referência;

2.3 Energia Cinética

A energia cinética é o tipo de energia associada ao movimento. Portanto, se um


corpo possui velocidade, se diz que ele possui energia cinética. Essa energia manifesta-
se em um corpo quando sobre ele atua uma força capaz de realizar trabalho,
fornecendo-lhe energia. Assim sendo, pode-se afirmar que só há energia cinética se o
corpo estiver submetido à ação de uma força capaz de gerar movimento.
A fórmula geral da Energia Cinética é dada na Equação 2, onde se tem “m” como
a massa do corpo/partícula (kg) e “v” velocidade (m/s).

(2)

2.4 Conservação de Energia Mecânica

A energia mecânica de um corpo é igual a soma das energias potenciais e


cinéticas dele. Então pela fórmula que está descrita na Equação 3, tem-se:

(3)
7
Qualquer movimento é realizado através de transformação de energia, por
exemplo, uma pedra que é abandonada de um penhasco. Em um primeiro momento,
antes de ser abandonada, a pedra tem energia cinética nula (já que não está em
movimento) e energia potencial total ou máxima. Quando a pedra chegar ao solo, sua
energia cinética será total ou máxima, e a energia potencial nula (já que a altura será
zero). Dizemos que a energia potencial se transformou, ou se converteu, em energia
cinética.

8
2.5 Momento Linear e Impulso

2.5.1 A segunda lei de Newton em relação ao momento linear

Considerando uma partícula com massa constante m, e com 𝞪 =dv/dt, pode-se


escrever a segunda lei de Newton da maneira que está expressa na Equação 4:

(4)

Como a massa da partícula é constante m, pode-se colocar ela dentro dos


parênteses da derivada. Logo, a segunda lei de Newton afirma que a força resultante F
que atua sobre a partícula é igual à derivada em relação ao tempo da grandeza mv, o
produto da massa da partícula pela sua velocidade.

Essa grandeza é chamada de quantidade de movimento ou momento linear da


partícula. Usando para esse vetor o símbolo p, tem-se a Equação 5:

p= mv (5)
(definição de momento linear)

Vale ressaltar que quanto maior a massa m e a velocidade escalar v de uma


partícula, maior o seu módulo de momento linear, e também vale uma observação
importante, o momento linear é uma grandeza vetorial que possui direção e sentido que
coincidem com a direção e sentido do vetor velocidade.
As unidades do módulo do momento linear são unidades de massa vezes
velocidade; no SI, as unidades de momento linear são dadas por kg.m/s.
Compreendendo-se a definição de momento linear, pode-se expressar a
segunda lei de Newton em termos desse conceito através da Equação 6.

(6)
(Segunda Lei de Newton em termos do momento linear)

De acordo com a Equação 6, uma rápida variação do momento linear necessita-


se de uma força grande, enquanto que uma variação lenta do momento linear se
necessita de uma força menor. Esse princípio é usado no projeto de dispositivos de
segurança de automóveis, como o air bag.

9
2.6 Comparação entre momento linear e a energia cinética

O teorema do impulso-momento linear J= p2 -p1 – afirma que as variações do


momento linear de uma partícula são produzidas pelo impulso, que depende do tempo
durante o qual a força resultante atua. Em contraste, o teorema do trabalho-energia
afirma que quando um trabalho é realizado sobre uma partícula ocorre uma variação da
sua energia cinética; o trabalho total depende da distância ao longo da qual a força
resultante atuou.
Logo, o momento linear de uma partícula é igual ao impulso que a acelera do
repouso à sua velocidade atual; o impulso é igual ao módulo da força resultante que
acelerou a partícula multiplicado pelo tempo necessário para essa aceleração.

2.7 Conservação do momento linear

O conceito de momento linear é particularmente importante quando ocorre


interação entre dois ou mais corpos. Considera-se inicialmente um sistema ideal de dois
corpos que interagem entre si, mas não interagem com nenhum outro corpo - por
exemplo, dois astronautas que se tocam enquanto flutuam em uma região sem campo
gravitacional no espaço sideral. Considere os astronautas como partículas. Cada
partícula exerce uma força sobre a outra; de acordo com a terceira lei de Newton, as
duas forças possuem o mesmo módulo e a mesma direção, porém seus sentidos são
contrários. Portanto, os impulsos que atuam sobre essas partículas possuem o mesmo
módulo e a mesma direção, porém seus sentidos são contrários e as variações do
momento linear também são iguais e contrárias.

Figura 3 - Diagrama de corpo livre

(Fonte: http://www.claudio.sartori.nom.br/fisica1_capitulo5.pdf)

Na figura acima pode-se observar dois astronautas empurram-se mutuamente


enquanto estão em uma região do espaço sem campo gravitacional. E logo embaixo o
diagrama de corpo livre dos corpos.

10
Na linguagem cotidiana, exercer uma força significa puxar ou empurrar. Uma
definição melhor é a de que uma força é a interação entre dois corpos ou entre o corpo
e seu ambiente. Serão discutidos dois tipos de forças nesse experimento, que são as
forças internas e a forças externas. Quando ocorre uma interação entre duas partículas
a terceira lei de Newton atua.
Denomina-se força interna a força que uma partícula de um sistema exerce sobre
a outra. Denomina-se força externa a força exercida sobre qualquer parte de um sistema
por um corpo no exterior do sistema.

“Quando a soma vetorial das forças externas que atuam sobre um sistema é igual a
zero, o momento linear total do sistema permanece constante, e com essa definição é
dada a lei da conservação do momento linear.”

Para um sistema de várias partículas, A, B, C que interagem apenas mediante


forças internas o momento linear total do sistema é dado pela Equação 7.

(7)

Como o momento linear é um vetor, a conservação do momento é aplicada


também para cada componente em separado, como demonstrado abaixo.

Dessa maneira, quando a soma vetorial das forças externas que atuam sobre
um sistema é igual a zero, então os componentes Px, Py, Pz, são todos constantes.

11
2.8 Momento Angular

Uma das principais grandezas da Física é o momento angular, o qual é quando a


quantidade de movimento está associada a um objeto que executa um movimento de
rotação em torno de um ponto fixo, conforme mostra a figura.
Figura 4 - Momento angular de um objeto

(Fonte: https://www.infoescola.com/mecanica/torque-ou-momento-de-uma-forca/)

O momento angular é dado pela fórmula a qual está descrita na Equação 8.

l = prsen𝛉 (8)

A fórmula descrita na Equação 8 está definindo o momento angular, onde o “l” é


o momento angular, o “p” é a quantidade de momento linear do corpo, o “r” a distância
do corpo à origem do referencial (ponto fixo) e sen𝛉 o é o seno do ângulo entre a força
e o braço de alavanca, sendo na maioria das vezes sen90°, que tem o valor de 1.

Existe uma grandeza física chamada de momento de inércia que é dado pela
Equação 9.

l=m.r² (9)

Este movimento pode ser em torno de seu próprio centro de massa, e para casos
como este é importante conhecer o momento de inércia do respectivo corpo. É o caso
de um pião que gira em torno de seu próprio eixo, ou do planeta Terra girando em torno
de seu eixo imaginário.
O momento angular é uma grandeza que se conserva, ou seja, a soma dos
momentos angulares transferidos de um corpo para outro em um sistema fechado é
sempre nula. Ou seja, a quantidade que um corpo transfere a outro é igual à quantidade
recebida pelo outro corpo.

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3 OBJETIVOS

O experimento realizado tem como propósito geral realizar a determinação da


velocidade inicial de um projétil, considerando e não considerando a inércia de rotação
do mecanismo através da utilização de um pêndulo balístico, encontrar suas
particularidades, bem como identificar suas possíveis aplicações no cotidiano.
Já o objetivo específico é conferir e determinar experimentalmente, a partir do
estudo da colisão inelástica entre uma esfera de metal (projétil) e o “braço” de um
pêndulo, a velocidade inicial do projétil, obter a velocidade final do conjunto, calcular a
energia cinética e potencial gravitacional, verificar a conservação do momento linear e
quantificar a energia perdida em outras formas, de modo a confirmar os prognósticos
anunciados pelas leis de conservação da energia mecânica e do momento linear.

4 MATERIAIS

4.1 Pêndulo balístico

Acoplados pelas próprias peças dispostas pelos equipamentos. O


Lançador contém um pino a ser puxado a fim de se transferir energia ao que
quer que se encontre em sua plataforma de lançamento.
𝛅i = 0,5mm

Figura 5 - Pêndulo Balístico

(Fonte: Autoria Própria)

13
4.2 Esfera metálica

Objeto lançado.
Figura 6 - Esfera

(Fonte: Autoria Própria)

4.3 Régua graduada milímetro (𝛅i = 0,5mm );

Utilizada para realizar as medições necessárias.


𝛅i = 0,5mm

4.4 Balança

Utilizada para realizar a pesagem dos objetos.

𝛅i= 0,005g

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5 PROCEDIMENTO

Inicialmente, o pêndulo balístico já estava totalmente montado sobre a bancada


para que o experimento fosse iniciado. Dessa forma, realizou-se a pesagem de todo o
conjunto do pêndulo (bloco de madeira + haste do pendulo + dois pesos de Cobre)
utilizando a balança analítica de precisão, tal medição resultou em um valor de 231,82
gramas. Logo em seguida, pesou-se a esfera de metal, que nesse experimento
desempenha o papel do projétil, para tal pesagem se encontrou uma massa de 23,18
gramas.
Antes de realmente ser iniciada a seção de disparos foi necessário garantir que o
disparador estava devidamente nivelado sobre a bancada, e isso foi feito utilizando um
nível circular.
Apenas depois de garantir esse parâmetro é que os disparos foram iniciados. Para
o primeiro “tiro” fez necessário o correto posicionamento da esfera de metal no tubo do
canhão disparador e o gatilho foi acionado. Observou-se toda a movimentação das
partículas atentamente. Para minimizar os erros optou-se por obter grande quantidade
de tiros para a escolha do grau de deslocamento mais preciso. Foram feitos dez
disparos e os valores dos graus foram coletados e registrados em uma tabela,
juntamente com seu erro propagado em função da precisão do instrumento (arco
graduado do disparador).
Ao final, algumas medições importantes foram feitas com a régua milimetrada para
serem utilizadas posteriormente na seção dos resultados e discussão, principalmente
nos cálculos onde irão ser considerados tanto a esfera quanto o pêndulo como corpos
extensos.

15
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Cálculo dos ângulos obtidos

Foi realizado o cálculo da média, variância e desvio padrão dos ângulos obtidos
experimentalmente.

Reunindo os dez valores dos graus de inclinação obtidos experimentalmente foi


montada a tabela 1, que auxiliará no tratamento estatístico dos mesmos.

Tabela 1 - Ângulos e incertezas

Com a tabela 1 em mãos calculou-se a média das amostras, e para a realização


desse cálculo utilizou-se a Equação 10, demonstrada abaixo.

16
A variância e o desvio médio também foram calculadas usando as equações 11
e 12, respectivamente.

O erro amostral é, portanto 𝛔m= 0,02 e, por ser menor que o erro
instrumental =0,5 não é tomado como o erro resultante da medida média dos
ângulos obtidos, sendo o erro tomado o erro instrumental.

6.2 Momento linear

Considerando a premissa de tratar tanto o projétil (esfera de metal) quanto o bloco


de madeira do pêndulo como partículas, foram coletados os dados que se encontram
na tabela 2, logo abaixo.

Tabela 2 - Medidas dos corpos envolvidos

Percebe-se que o raio de rotação do pêndulo é considerado total, desde o


parafuso de rotação da haste até a base inferior dos pesos fixados abaixo do bloco de
madeira. É considerado dessa forma justamente por se tratar de partículas, ou seja,
nesse instante ainda não interessa as dimensões do bloco de madeira. Vale ressaltar
que foi encontrada uma altura de 328mm.

17
Considerando que o tipo de colisão entre a esfera e o bloco de madeira teve
caráter de colisão perfeitamente inelástica e utilizando o conceito de conservação da
quantidade de movimento (equação 13) pode-se iniciar a investigação. Sabe-se que
quantidade de movimento é dada pelo produto da massa pela velocidade do corpo
(equação 14).

Para o momento antes da colisão, ou seja, onde as duas partículas (esfera e


bloco de madeira) estão separados sabe-se que V0B (Velocidade do bloco antes da
colisão) é nula, pois o pêndulo ao qual o bloco está unido se encontra em repouso nesse
instante.
Portanto, tem-se:

Então, utilizando a equação 17 pode-se obter uma expressão para calcular a


velocidade do conjunto depois da colisão (V).

Analisando agora, sob o espectro de energia cinética e potencial gravitacional


após a colisão têm-se as seguintes relações:

Na equação 20 tem-se g como sendo a aceleração da gravidade no planeta


Terra, ou seja, g = 9,81 m.s -2. Nesse caso identificamos o “h” também, que é a altura
máxima que o conjunto subiu após a colisão do projétil.

18
Fazendo as manipulações algébricas convenientes chega-se em:

Igualando a equação 18 com a equação 21 e fazendo as devidas manipulações


matemáticas obtém-se a equação 22, representada logo abaixo.

Como a expressão obtida (equação 22) depende do valor de h torna-se necessário


determiná-lo nesta fase.

6.3 Determinação da altura máxima (hmáx.)

Sabendo que o ângulo deslocado e percorrido pelo pêndulo assim que a esfera o
atingiu foi de aproximadamente 6,7° e que o valor do “braço” (L) do pêndulo para essa
condição é de 328,00 mm, torna-se possível a determinação, através de trigonometria,
do valor de hmáx, como mostrado logo abaixo. Obtém-se assim um triângulo retângulo,
onde o cateto adjacente é L menos hmáx.
Partindo dessa relação obtém-se:

Ou seja, com uma simples articulação chega-se a expressão mostrada na equação


(L), já tendo substituído os valores e dados obtidos no laboratório e apresentado na
tabela 2, tal como o raio de rotação do pêndulo e o ângulo de 6,7°.

E, portanto, é determinado o valor máximo de hmáx.

19
Esse dado representa a altura máxima alcançada pelo conjunto (projétil +
pêndulo) após a colisão. Ou seja, parte da energia cinética do projétil foi convertida em
energia potencial e essa energia foi capaz de elevar uma massa de 255 g à 2,24 mm de
altura, tomando como base a posição anterior onde as partículas ainda não tinham
sofrido a colisão.
De certa forma esse valor pequeno faz sentido, visto que o ângulo de inclinação
(6,7°) não foi tão grande e, além disso, a massa do projétil é muito pequena em relação
à massa do pêndulo (cerca de dez vezes menor), sendo assim, sabe-se que esse
arranjo sob colisão perfeitamente inelástica perde uma considerável quantidade de
energia cinética pela ação das forças dissipativas. Porém, ainda iremos quantificar essa
perda mais adiante, mas agora, já se torna possível calcular a velocidade inicial do
projétil V0p e a velocidade do conjunto após a colisão V.

Substituindo o valor da altura máxima encontrada em (24) na equação (22)


encontra-se, facilmente, com que velocidade a esfera de metal estava se deslocando
antes de atingir o pêndulo.

Portanto, o projétil atingiu o pendulo à uma velocidade de 2,3062 metros por


segundo. É uma velocidade relativamente alta para a esfera, e representa a velocidade
de ejeção da bolinha pelo mecanismo ejetor de projéteis.

Agora, após a colisão é natural observar uma diminuição dessa velocidade e isso
será verificado a partir da substituição do valor de V0p na equação (18).

Esse dado representa a velocidade de deslocamento do conjunto (projétil +


pêndulo) imediatamente após a colisão. Tal valor é mais de onze vezes menor do que
a velocidade inicial da esfera. Toda essa redução mais uma vez é coerente, uma vez
que a diferença de proporção das massas é muito grande entre as partículas que se
colidem e a atuação das forças dissipativas se fazem valer, convertendo energia cinética
em barulho, micro- deformações ou calor.
Para quantificar essa perda deve-se calcular a energia cinética antes e depois
da colisão para uma análise mais crítica, e isso será feito agora.

20
Aplicando a fórmula para calcular a energia cinética de um sistema antes da
colisão tem-se:

Instante antes de colisão inelástica:

Como o pêndulo se encontra em repouso antes da colisão e, portanto, o bloco está


imóvel (V0B = 0).

Isso significa que a energia cinética do sistema antes da colisão, garantida


apenas pela contribuição da energia cinética do projétil, era de 6,2.10 -2 Joules.

Instante imediatamente após a colisão inelástica e hmáx.

Depois da colisão inelástica passa-se a trabalhar com o conceito de conservação


da energia mecânica onde há contribuições tanto da energia cinética do conjunto quanto
de sua energia potencial gravitacional, tal como visto na equação (25).

Porém, nesse instante Vf é nulo, já que representa a inversão do


movimento, onde V (velocidade do conjunto) se torna zero, pois atingiu a altura máxima.

21
Sendo assim, tem-se que:

Ou seja, pode-se concluir que cerca de 91% da energia cinética foi dissipada sob
outras formas já citadas, e apenas 9% foi convertida em energia potencial gravitacional.
Isso também explica o baixo valor de h máx encontrado. Apenas esses 9% da energia
inicial do sistema foram capazes de elevar o conjunto à uma altura de 2,24 mm.
Essa significativa perda de 91% é totalmente coerente já que colisão é inelástica
(gera ruído, aquece) e a proporção de massas entre as partículas que se colidem é
muito diferente, sendo a massa do projétil cerca de dez vezes menor do que a do
pêndulo.

6.4 Cálculo

6.4.1 Energia potencial na altura máxima do conjunto pêndulo + projétil após a


colisão

Um pouco mais acima esse valor foi calculado, já que na equação R a energia
mecânica na altura máxima de 2,24 mm é justamente igual (ou seja, só depende de
m*g*h) a energia potencial gravitacional. Portanto, sabendo que a soma das massas
das partículas que estão unidas resulta em 255g, que a aceleração da gravidade é tida
como 9,81 m.s-2 e que a altura máxima alcançada foi de 0,00224m, tem-se o valor de:

6.4.2 Altura máxima do conjunto pêndulo + projétil após a colisão

Um pouco mais acima esse valor foi calculado utilizando-se de um ângulo e um


“braço”. Lançando mão da equação L encontrou-se então, hmáx= 2,24mm.

6.4.3 Energia cinética do conjunto pêndulo + projétil imediatamente após a


colisão

Sabendo que a soma das massas das partículas que estão unidas resulta em
255g, que a velocidade do conjunto imediatamente após a colisão (V) foi calculada e
determinada como sendo igual à 0,2096m/s pode-se calcular a energia cinética
imediatamente após a colisão dessa forma:

22
6.4.4 Momento linear do conjunto pêndulo + projétil imediatamente após a
colisão

Utilizando a definição de momento linear, o valor da soma das massas das


partículas que estão unidas no instante imediatamente posterior a colisão inelástica de
255g e a velocidade do conjunto de V = 0,2096m/s também nesse instante, calcula-se:

6.4.5 Momento linear antes da colisão (pêndulo e projétil separados)

Utilizando as massas da esfera de 23,18 gramas e do pêndulo 231,82 gramas


separadas, e suas respectivas velocidade de V 0p = 2,3062 m/s e V0B = 0,0 m/s, tem-
se:

Portanto, como previsto pelo arcabouço teórico de Física, o momento linear se


conservou. O que faz todo sentido em se tratando de uma colisão perfeitamente
inelástica.

23
6.5 Momento Angular

Considerando tanto o pêndulo balístico quanto a esfera de metal como corpos


extensos, pode-se encontrar primeiramente a altura máxima (h) atingida pelo projétil e
pelo pêndulo. A mesma pode ser encontrada através da Equação 26, onde usou-se
relações trigonométricas.

𝜶= cos𝛉 l (26)

Onde na equação temos o “𝜶”, o qual é o valor do ângulo máximo de


deslocamento do sistema (projétil + pêndulo), “ l” corresponde ao valor da distância até
o centro de massa.
Encontrando-se o valor de “𝜶 ”, tem-se que “l”, ou seja, a altura máxima é dada
pela Equação 27.
h= l (1-cos 𝛉) (27)

Agora, aplicando os valores que foram obtidos experimentalmente, ou seja, o


valor do ângulo e da distância até o centro de massa (centro geométrico dos corpos).
Tendo todos os dados necessários, pode-se encontrar o valor da altura máxima que o
projétil e o pêndulo, ou seja, o conjunto atingiu.

Foi utilizado o tamanho do “braço” L como sendo 297 mm justamente por


desconsiderar metade da dimensão do bloco de madeira, que tinha 62 mm de altura, ou
seja, seu centro de massa estava a 31 mm, já que o mesmo era um quadrado, portanto
fez-se 328 mm menos esses 31 mm para se considerar o centro geométrico do corpo.
Essa foi uma das partes mais importantes do experimento, já que toda a análise gira em
torno dessa premissa de tratar, nessa seção, o pêndulo e a esfera como corpos
extensos.

Tabela 3 - Valores do ângulo e da distância até o CM

24
Obteve-se então que a altura máxima obtida, considerando o sistema como um
corpo extenso é de 0,00202m ou aproximadamente 2,00mm.

Como se têm o valor da altura máxima obtida pelo projétil, pode-se calcular a
energia potencial gravitacional, a qual é dada pela Equação 1, e os valores que serão
utilizados para este cálculo estão dispostos na tabela 4.

Tabela 4 - Massa do sistema, gravidade e altura máxima atingida

Obteve-se então que a energia potencial gravitacional do sistema é de 5,04 * 10-


3
J.
Como se sabe, ocorre uma colisão totalmente inelástica, a qual a energia cinética
total do sistema depois da colisão é menor do que antes da colisão, ou seja, uma colisão
inelástica é toda aquela que há perda de energia cinética e também nesse experimento
ocorre a transformação de energia cinética em energia potencial, além de outras
dissipativas. Para que possa ser calculada a energia cinética, deve-se primeiramente
encontrar a velocidade final do sistema após a colisão, para isso iguala-se a energia
cinética com a energia potencial gravitacional, como representado na Equação 28.

Através da Equação 28 obtém-se a Equação 29, a qual está descrita abaixo.

25
Assim, através da Equação 29 obtém-se o valor da velocidade final do sistema,
aplicam-se na Equação 29 os valores que estão dispostos na Tabela 5.

Tabela 5 - Valor da gravidade e da altura máxima atingida

Obteve-se então a velocidade final do sistema, a qual é de 0,199 m/s.

Tendo a velocidade final do sistema pode-se encontrar a energia cinética após


a colisão, utilizando a fórmula da energia cinética que está descrita na Equação 2 e
aplicando os valores que estão descritos na tabela 6 encontra-se a energia do
movimento.

Tabela 6 - Valor da massa do sistema e sua velocidade final.

Comparando-se a Energia Cinética com a Potencial Gravitacional percebe-se


uma perda mínima, isto é, não houve uma conservação total de energia, pois tiveram
várias dissipações de energia, como por exemplo, do som gerado, deformação sofrida
ou pequeno calor irradiado.

26
Outro cálculo pertinente para se realizar neste experimento fora a do momento
angular do conjunto (pêndulo + projétil) imediatamente após a colisão, o qual está
descrito pela Equação 8, aplicando-se os valores que estão dispostos na Tabela 7,
encontra-se o momento angular do conjunto após a colisão.

Tabela 7 - Valor do momento linear do conjunto

Obteve-se através do cálculo acima que o valor do momento angular após a


colisão fora de 0,014m2/s. Como o momento linear obtido antes e após a colisão foram
iguais, sem a alteração no valor da distância do projétil à origem do referencial (r), os
valores obtidos para o momento angular antes e depois da colisão foram iguais.

Por fim, o cálculo do momento de inércia em relação ao eixo de rotação do


pêndulo será dado pelo momento de inércia da esfera e da barra, e utiliza- se o teorema
dos eixos paralelos para encontrar este momento. As relações estão dispostas abaixo,
nas equações 30, 31, juntamente com o cálculo do momento de inércia em relação ao
centro de massa de cada componente, expressado pela Equação 32. Vale ressalvar
que os momentos de inercia para cada tipo de objeto é um, então as formulas que serão
ilustradas são tabeladas.

27
6.6 Momento de Inércia da Esfera

Aplicando os valores da massa da esfera (m 2), do seu respectivo raio (r),


obtemos o seu momento de inércia, como está demonstrado no seguinte cálculo:

6.7 Momento de Inércia da Haste

Aplicando os valores da massa da haste (m 1) e o seu comprimento (L), obtém-


se seu momento de inércia.

Pelo teorema dos eixos paralelos, o qual está descrito na Equação 32, momento
de inércia em relação ao eixo de rotação será:

28
Onde d1 é a distância do centro de massa da haste para o eixo de rotação e d2
é a distância do centro de massa da esfera para o eixo de rotação. Substituindo os
valores temos o momento de inércia do conjunto, como demostrado abaixo.

Observa-se que o momento de inércia do sistema foi de 2,04 kg.m. Vale ressaltar
que quando se considera o corpo como um corpo extenso tem vários fatores que se
deve levado em consideração, como os cálculos acima mostraram, deve-se considerar
a altura máxima atingida pelo projetil, sua velocidade final e inicial, comparar a energia
cinética com a energia potencial gravitacional, momento angular e o momento de inércia
o qual foi aplicado o teorema dos eixos paralelos.

29
7 CONCLUSÃO

Com esse experimento no qual diversos disparos foram realizados utilizando um


pêndulo balístico, e onde foi realizado a análise e os cálculos sob dois aspectos
diferentes (primeiramente, considerando o pêndulo e o projétil como partículas e
posteriormente os tratando como corpos extensos) foi possível destacar e obter
reflexões importantes.
A primeira delas se encontra quando são feitas as colisões considerando o pêndulo
e o projétil como partículas. Em tal tratamento ignoram-se as dimensões desses objetos,
e ambos passam a ser vistos com características puntiformes. Resumidamente, foram
obtidos os seguintes dados para essa configuração teórica.

Antes da colisão

Imediatamente após a colisão

A lei de conservação do momento linear realmente foi verificada e condizente


com o arcabouço teórico, já que para esse caso deveria ser respeitada.

Na altura máxima

Pode-se concluir que cerca de 91% da energia cinética foi dissipada sob outras
formas já citadas, e apenas 9% foi convertida em energia potencial gravitacional. Isso
também explica o baixo valor de encontrado. Apenas esses 9% da energia inicial do
sistema foram capazes de elevar o conjunto à uma altura de 2,24 mm.

30
Agora, para a segunda análise, o pêndulo e o projétil são considerados como
corpos extensos. Em tal tratamento consideram-se as suas dimensões, e ambos
passam a ser vistos com características materiais.
Resumidamente, foram obtidos os seguintes dados para essa configuração
teórica.

Feito a reunião desses valores pode-se destacar que nos dois pontos de vista
praticamente coincidiram-se os valores para a energia potencial. O que também foi
válido para a determinação da altura máxima, com um erro extremamente pequeno de
0,22 mm.
Por fim, fica evidente que a quantificação e determinação dos valores da energia
mecânica, velocidade, altura máxima, energia cinética, e outras grandezas relevantes
para esse sistema podem ser calculados sob mais de um ponto de vista ou aspecto.

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8 REFERÊNCIAS

o TIPLER, Paul A; Física para cientistas e engenheiros - Vol.1, 6ª ed., Livros


Técnicos e Científicos.

o BIANCHI, Isabel e FILHO, Jose de Pinho Alves – Pêndulo balístico –


Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Florianópolis – Vol. 2.

o SÓ FISICA. MECANICA - ENERGIA Disponível em:


<http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/energia3.php>.
Acesso em: 17 junho 2019.

o HALLIDAY, RESNICK, WALKER – Fundamentos da Física – Vol. 1, 8a Edição,


LTC, 2009.

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