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Metodologia do

Ensino da Física
1. Introdução 4
Plano de Aula 6
Passo a Passo de como Montar um Plano de Aula 6
Modelo de Plano de Aula 9

2. Física como Tópico de Ensino 11


A Necessidade das Práticas 12

3. Prática Experimental na Sala de Aula 15


Física nas Escolas Brasileiras 16
A Importância do Ensino Experimental 17
Exposição e Feira de Ciências 17
Planejamento 19

4. Os Processos de Avaliação da Aprendizagem


em Física 22
Novas Maneiras de Avaliar 23

5. Referências Bibliográficas 26

02
03
METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

1. Introdução

Fonte: Gehops1

A Física é uma ciência ancestral.


Ela possui circunscrição nota-
vel, que abarca investigações que se
der a natureza e nutrindo o gos-
to pela ciência. No Brasil o ensi-
no de Física inicia-se no 1° ano
do ensino médio. É a matéria
inicia desde da estrutura molecular que os alunos, em sua maioria,
mais sentem dificuldade e mais
até a ascendência e evolução do uni- detestam. Tal fato ocorre em
verso. Os princípios físicos podem virtude da imagem prévia que
esclarecer uma vasta quantidade de os alunos têm da disciplina an-
tes mesmo de a conhecerem, e
fenômenos que acontecem no coti- essa imagem faz com que eles
diano. O estudo da Física surge para gostem ou não da Física. [...]
auxiliar no conhecimento e compre- (RICARDO & FREIRE, 2007).
ensão sobre a natureza que nos
abraça e o mundo tecnológico que Assim, um dos fatores que
vive em constante modificação. colaboram com a complexidade do
aprendizado e da formação da má
[...] O estudo da física é muito imagem da Física, de acordo com os
importante, pois coloca os alu- professores e alunos, é a complexa
nos frente a situações concretas linguagem matemática que ela em-
e reais, situações essas que os
princípios físicos podem res- prega. Contudo essa visão não se de-
ponder, ajudando a compreen-

1 Retirado em https://geohosp.com

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

ve exclusivamente a essa linguagem pode sentir a matéria, ver quão


arcaica que a física apresenta. grandemente funciona a teoria na
prática.
[...] O Brasil é alvo de críticas
tanto por parte de especialistas [...] No ensino de física, a
da área da Física como também aprendizagem de conceitos é
de estudantes que presenciam o muito importante, mas esses
aprendizado dessa matéria. Se- não devem ser abordados ape-
gundo eles, outros fatores tam- nas como linguagem verbal e/
bém contribuem, tais como o ou linguagem matemática. Esse
grande distanciamento entre o ensino de que estamos tratando
que é lecionado dentro de sala e deve ir muito além, ele deve tra-
o mundo exterior a ela, o dis- tar, por exemplo, de modelos de
tanciamento entre professor e situações físicas, modelos teóri-
aluno e a falta de interdiscipli- cos, manipulação de situações
naridade. Em razão desses mo- físicas e a formulação de ques-
tivos os alunos se sentem deses- tões que permitem centrar a
timulados com o ensino e con- atenção no que se quer apro-
sequente dificuldade no seu fundar ou saber. Dessa manei-
aprendizado. [...] RICARDO & ra, a aprendizagem conceitual
FREIRE, 2007). inclui não somente os conceitos
como também inúmeras com-
O ensino de Física precisa ser petências e variados conheci-
mentos. De forma a trabalhar
feito de modo a mostrar aos educan-
todos esses aspectos, os alunos
dos que essa ciência está coeva em - com o auxílio do professor -
nosso cotidiano, que ela é nossa podem elaborar trabalhos expe-
rimentais para melhor compre-
companheira. Correlacionar as ma- ender os conceitos trabalhados.
térias, trazer experimentos para sala [...] RICARDO & FREIRE,
de aula, despontar como que funcio- 2007).
na no exercício prático faz com que
o educando se motive e tome aspi- Existe uma grandeza de estu-
ração pela matéria estudada. dos sobre muitas definições físicas, e
Ao discorrer sobre a cinemáti- para o estudo delas existe uma
ca, a título de exemplo, pode-se des- abundância de tópicos muito impor-
pontar que os tipos de movimento tantes, que são entre distintos:
analisados têm no cotidiano. Há um  Calor e temperatura;
vasto leque de alternativas que um  Eletricidade;
educador pode empregar mirando a  Energia;
 Força;
fácil compreensão do educando e
 Luz;
um possível gosto pelo contexto
 Movimento;
abordado. A prática é uma das me-
 Som.
lhores alternativas, nela o estudante

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

Esses assuntos estabelecem


um ponto de muita seriedade para o
professor, porquanto por meio de
seu conhecimento ele pode centrali-
zar seus ânimos para determinados
aspectos das apreciações que ele vai
trabalhar com seus educandos. Isso
acontece, por exemplo, quando o do- Fonte: http://coe.it
cente de física vai trabalhar teores
relacionados à força e movimento. Note que, por meio de um
O docente deve dirigir os alu- plano de aula, o docente deve fazer
nos para os díspares contextos onde uma reflexão minudenciada sobre o
se justapõe a palavra força, especial- tema, e pode identificar, a título de
mente no contexto da vida diária e exemplo, pontos onde os educandos
na linguagem científica, e também possam exibir dificuldades e como
mostrar as características que estão solucionar contingentes problemas.
anexas à palavra força quando no as-
sunto científico. Através de todo es-
se trabalho de direção mostra-se a Passo a Passo de como Montar
definição do conceito de força, assim um Plano de Aula
como o seu emprego para aprendi-
zagem de outras definições. 1. Reflita sobre o público-alvo

Plano de Aula Antes iniciar o plano de aula, o


docente deve ajuizar sobre seu pú-
O plano de aula é um docu- blico-alvo: os estudantes. Qualquer
mento organizado pelo docente para estratégia seguida para a abordagem
definir o assunto da aula, seu desíg- de um assunto será muito mais dili-
nio, o que justamente será ensinado, gente se direcionada à realidade des-
a metodologia a ser empregada e a ses alunos; o que labora para uma
avaliação a ser empregada para ana- determinada turma pode não labo-
lisar aprendizagem do que foi ensi- rar para outra. Durante essa refle-
nado, dentre outras coisas. Para me- xão, o docente deve meditar uma
lhor compreensão confira um passo contextualização que abarque, por
a passo de como organizar um plano exemplo, questões culturais, econô-
de aula, observe um modelo e con- micas, físicas, sociais, etc.
sulte exemplos de planos prontos.

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

2. Escolha o tema da aula mente relacionado ao tema, por-


quanto é subordinado a ele, e ao de-
Com apoio no plano de ensino, sígnio da aula. Por meio da exposi-
planejamento que submerge em ção e da exploração dos contextos, o
tarefas e desígnios docentes para um professor dirige o aprendizado dos
ano letivo completo, o docente ne- estudantes de forma a atingir os al-
cessita escolher um tema. O tema é o vos que predefiniu em seu planeja-
significado daquilo que será aborda- mento de aula.
do na sala de aula; algo bem especí- Para o tema "As leis de New-
fico dentro de uma matéria, e que ton", por exemplo, o professor pode
será desenrolado detalhadamente determinar como conteúdo em que
em conteúdo. Em uma aula de física, se aplica as leis “constituem a base
por exemplo, "As leis Newton" pode primária para entender os compor-
ser um tema de aula. tamentos estático e dinâmico dos
corpos materiais, em escalas ma-
3. Defina o objetivo a ser al-
croscópica”
cançado

O desígnio é aquilo que o do- 5. Decida a duração da aula


cente deseja que os educandos A duração da exploração de al-
aprendam com a aula. Em uma aula gum tema é de acordo com o discer-
de física cujo tema é "As leis de New- nimento do professor, levando em
ton", por exemplo, o professor pode conta o conteúdo programático que
definir como desígnios: ele precisa seguir. Não é cogente que
 Os alunos precisam saber cada tema seja trabalhado em uma
diferenciar as três leis: 1º, 2º e
única aula. Se assim perceber, o pro-
3º.
 Os alunos precisam estar há- fessor pode, por exemplo, propor
beis a fazer aplicação em exer- duas ou mais aulas para trabalhar o
cícios. determinado conteúdo.
Essa decisão está conexa a fa-
É importante mencionar que tores assim como o planejamento
não tem um limite de desígnios por escolar anual e a retenção do que foi
plano de aula. ensinado. No fato de o docente con-
cluir que uma singular aula não será
4. Defina o conteúdo a ser abor-
satisfatória para que a turma fique
dado
elucidada, ele pode alocar duas ou
O conteúdo é uma parte do três aulas para trabalhar mais um
plano de aula que está espontânea- determinado assunto.

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

6. Selecione os recursos didá- ra orientar o aprendizado do edu-


ticos cando, isto é, nos caminhos que ele
escolherá para administrar a aula.
Os recursos didáticos de fato Essa parte da aula é de basilar
são os materiais de base que ajudam importância, porquanto a estratégia
o docente de modo pedagógico, empregada pelo professor tanto po-
promovendo o desenvolver da aula. de laborar como um grande agente
Tais recursos ainda são empregados motivador assim como desestimular
para motivar os alunos e incentivar totalmente o estudante.
o empenho deles no tema abordado. Em algumas disciplinas, uma
São exemplos de recursos aula expositiva, a título de exemplo,
didáticos: pode trabalhar melhor do que uma
 Apagador; aula conduzida através de exercí-
 Aparelho de DVD; cios, e vice-versa.
 Cartaz; Alguns exemplos de método-
 Computador; logia:
 Filme;  Aplicação de exercícios;
 Jogo;  Aula expositive;
 Mapa;  Estudo de caso;
 Música;  Estudo dirigido;
 Projetor;  Experimento;
 Quadro negro ou branco;  Mapa conceitual;
 Reportagem;  Painel;
 Televisão.  Pesquisa de campo;
 Pesquisa na internet;
Conforme a disciplina, o do-  Solução de problemas.
cente pode sentir a precisão de se-
lecionar recursos mais característi- 8. Escolha como avaliar o apren-
cos. Um professor de física, por dizado dos alunos
exemplo, pode precisar de uma rol-
dana ou de cilindro hidráulico. O termino de uma aula dá-se
com a fase de avaliação, ocasião on-
7. Defina a metodologia a ser de o docente considerará a real
utilizada absorção do conteúdo por parte do
estudante. Essa fase ainda tem como
A metodologia versa nos mé- finalidade avaliar se os alvos prede-
todos selecionados pelo docente pa-

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

finidos pelo docente foram alcan- Modelo de Plano de Aula


çados.
Desigualmente do que muitos Agora que você já relembrou
refletem, a aplicação de uma prova do passo a passo para a preparação
com imputação de nota ao estudante de um plano de aula, consulte a se-
não é o único modo de fazer essa guir alguns modelos que podem ser
validação. De fato, existe diferentes aplicados a díspares níveis escola-
maneiras de realizar tal apreciação. res:
São exemplos de avaliação: <https://escolaeducacao.com.br/pl
 Exercícios de fixação; ano-de-aula-de-educacao-fisica/>
 Participação do aluno em sala <https://www.institutonetclaroemb
de aula; ratel.org.br/educacao/nossas-
 Prova escrita; novidades/noticias/educacao-
 Prova oral; fisica-veja-26-planos-de-aula-para-
 Trabalho de casa; o-ensino-fundamental-e-medio/>
 Trabalho feito em sala de aula.

9. Informe as referências utili-


zadas

Desse modo, o docente deve


lembrar as referências empregadas
como fonte para a preparação de seu
plano de aula. É importante citar
que o termo "referências" não abar-
ca unicamente livros e outros car-
nais impressos.
Em uma era aonde a tecnolo-
gia e as soluções digitais estão cada
vez mais coevas na educação, é na-
tural que o docente consulte conteú-
do online assim como mais-valias no
preparativo de suas aulas. Portanto,
sites, informações e demais conteú-
do online empregados como fonte
ainda podem ser preconizados como
referências.

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

2. Física como Tópico de Ensino

Fonte: RNIB2

A tualmente, a pesquisa em ensi-


no de Ciências tem se preocu-
pado em distinguir o papel da lin-
ciências que entendem a produ-
ção científica como uma ativi-
dade social (Longino, 1990;
Knorr-Cetina, 1999). [...] (Rees-
guagem na educação e na aprendiza- crito por CARVALHO, ANNA,
2018).
gem, demonstrando a importância
das interações discursivas entre do-
Logo, as recentes Reformas
cente e educandos podem ser um
curriculares têm destacado a impor-
caminho através do qual os conhe-
tância das práticas científicas de
cimentos científicos são tratados e
averiguação e de argumentação
compreendidos em sala de aula.
constituam ser vivenciadas pelos
alunos nas situações de ensino e
[...] Essa concepção encontra
amparo não apenas nas pesqui- aprendizagem de ciências (BRASIL,
sas em sala de aula (por exem- 2017).
plo, Lemke, 1997; Sutton, 1997;
Mortimer; Scott, 2002; Carl-
sen, 2006), mas também se [...] Consonante a isso, avalia-
fundamenta em perspectivas ções externas e em larga escala
sociológicas e filosóficas das em todo o mundo (PISA e TIM

2 Retirado em www.rnib.org.uk

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

SS, por exemplo) e também no gar (1986). Baseando-se em


Brasil (SAEB e Prova Brasil, en- uma metodologia de estudos
tre outros) têm buscado, cada antropológicos e etnográficos,
vez mais, encontrar estratégias Latour instalou-se por cerca de
para que as práticas científicas um ano em um laboratório de
sejam avaliadas, reconhecendo neuroendocrinologia. Nesse pe-
que ensinar e aprender ciências ríodo, conviveu cotidianamente
vai para além da memorização com pessoas que realizavam
de fatos e conceitos. Esse fato atividades que, cada uma a seu
revela a intenção exposta em modo, eram-lhe familiares ou
currículos e avaliações de que estranhas. [...] Expressam a
sejam oferecidas oportunida- construção de fatos científicos
des aos estudantes para contato por meio da ideia de inscrição
com elementos conceituais, so- literária. Essas podem ir se
ciais e epistêmicos das ciências alterando ao longo do trabalho,
como objetivos do ensino e da o que não significa que uma ins-
aprendizagem dessas discipli- crição seja substituída por ou-
nas [...] (Duschl, 2008). (Rees- tra; embora isso possa ocorrer,
crito por CARVALHO, ANNA, em muitos casos elas se am-
2018). pliam e são aprimoradas, tor-
nando-se cada vez mais especí-
ficas e especializadas para uma
Desse modo, esse olhar expan-
situação em estudo. Conforme
dido sobre o que os alunos merecem descrevem os autores, o objeti-
estudar sobre ciências nas circuns- vo final dos estudos realizados
no laboratório é a publicação de
tâncias formais de ensino revela a artigos. [...] (Reescrito por
apreensão de que a Física exibida em CARVALHO, ANNA, 2018).
sala de aula contribua para atuação
e informação efetivas das pessoas Ainda nos estudos de Latour e
em uma sociedade científica e tecno- Woolgar (1986) admite colocar em
lógica, generosa em informações, apreciação práticas realizadas na
contudo ainda carente em estilos de construção da noção científico.
construir conhecimentos sobre elas. Também que toda aglomeração pos-
sa ocasionar certo reducionismo, pa-
A Necessidade das Práticas rece-nos admissível resumir as
ações descritas por Latour e Wool-
Basearemos nossas argumen- gar e que derivaram em fatos arqui-
tações na percepção do trabalho tetados pelo grupo do laboratório
científico como prática social (Lon- em estudo.
gino, 1990; Knorr-Cetina, 1999).
[...] As práticas concentram-se
em quatro principais tipos que
[...] Um trabalho relevante que
demonstram: a obtenção de
destaca essa percepção é o estu-
inscrições na constituição e tes-
do realizado por Latour e Wool-

12
METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

te de hipóteses, testes com con- mentos que ajudam a conferir


trole de variáveis, testes com objetividade às novas proposi-
mudança ou manutenção de ções. Para ela, essas normas ba-
procedimentos; o trabalho com seiam-se na existência de: fó-
as inscrições pela organização, runs que representam espaços
classificação e seriação de ins- reconhecidos pela comunidade
crições produzidas ou advindas científica para apresentação de
de contato com outros grupos resultados de pesquisas e para
(seja por meio de revisão literá- crítica e revisão dessas propôs-
ria, seja por participação em de- tas; receptividade à crítica e a
bates de outros grupos); a cons- possibilidade por ela conferida
trução de explicações, transfor- de reflexão sobre o tema em de-
mando inscrições em evidên- bate podendo implicar mudan-
cias, estabelecendo de justifica- ças nos conhecimentos; pa-
tivas ou contraponto para uma drões públicos de análise que
alegação; e o processo de escri- evidenciam a existência de um
ta, que ocorre pela comparação conjunto de conhecimentos
e contraste de inscrições com a estabelecidos que se transfor-
revisão da literatura. [...] (Rees- mam em critérios para a análise
crito por CARVALHO, ANNA, de novas proposições; e cons-
2018). tituição de igualdade moderada
de autoridade intelectual entre
os participantes de uma comu-
Assim, essas práticas despon-
nidade, convencionando que
tam interações sociais e, de acordo são os níveis de conhecimento
como indicam Longino (1990, 2002) de alguém o que impacta em
sua possibilidade de participa-
e Knorr-Cetina (1999), a análise ção e não a posição ou o status
analítica a novas conjecturas defla- social adquiridos por um mem-
gra a inserção de métodos cognitivos bro da comunidade. [...] (Rees-
crito por CARVALHO, ANNA,
na constituição de um conhecimento 2018).
no decorrer e após as atividades que
possibilitam construir tais conjec- Ponderando esses conceitos,
turas. ajuizar sobre o ensino e a aprendiza-
Longino (2002, p.129) chega a gem da Física adverte que devemos
afiançar que “interações discursivas considerar se a realização de práti-
críticas são processos sociais de pro- cas científicas é ofertada aos estu-
dução de conhecimento”. Depois dantes e como elas são praticadas na
uma extensa pesquisa do sobre a sala de aula. Um artefato central que
constituição e disseminação de in- aflora é a seriedade da investigação
formações científicos, Longino (200 e da argumentação no ensino da físi-
2) indicam: ca, visto que essas são práticas es-
senciais nessa área do conheci-
[...] normas sociais do conheci- mento.
mento social, como sendo ele-

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

3. Prática Experimental na Sala de Aula

3
Fonte: Curso Integral

P rática Experimental: é a união


da teoria com a prática. A
união de hipóteses físicas com a prá-
monstrações experimentais para
seus estudantes, entretanto, não
possuem essa oportunidade, por-
tica é continuamente uma boa pedi- quanto a verba do colégio é insufi-
da, visto que essa junção promove a ciente e não dá para pagar os custos
compreensão dos argumentos que com atividades experimentais.
são tratados pelo docente dentro da Uma prática experimental
sala de aula. Contudo, embora hoje aponta para o contato físico, a apli-
muitos professores, especialmente cação exercício dos assuntos que são
os de física, não procuram realizar discorridos em sala. No ensino de
atividade experimental, todavia não física o contato com a prática é mui-
são todos. Têm ainda muitos do- to importante, visto que ele permite
centes que sentem a precisão de de- que os educandos meditem melhor

3 Retirado em http://cursointegral.com.br

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

os conceitos e teorias que foram deixar estudantes e até mesmo do-


ajustados no decorrer da aula teó- centes extremamente desmotivados.
rica. Hoje em dia, se realizar uma
pesquisa sobre as disciplinas que as
[...] Por exemplo, medir a resis- pessoas menos gostavam durante a
tividade elétrica pode ser um
bom resultado para o aprendi- escola, possivelmente ira descobrir
zado dos alunos, como também que eram exatamente as que elas
pode aumentar o nível de co-
mais apresentavam dificuldades pa-
nhecimento do aluno, possibili-
tando a ele a melhor visão e ra aprender. Dessa forma, no con-
compreensão dos fenômenos texto da física, tudo nos leva a en-
que acontecem cotidianamente.
tender que a própria metodologia de
Utilizando uma montagem de
um sistema com diferentes fios ensino empregada pode ter coopera-
metálicos de variados compri- do para torná-la uma das grandes
mentos, alimentado por uma
fonte de energia e utilizando
abjetas do boletim escolar. Por fim,
aparelhos específicos, um oh- como não se entusiasmar por algo
mímetro, é possível fazer o es- tão incrível?
tudo da resistividade desses
materiais, bem como fazer o es-
tudo da relação da resistência Física nas Escolas Brasileiras
com o comprimento dos fios
metálicos. [...] (ROCHA FI- Presentemente, poucas esco-
LHO, et al; 2006). las têm laboratórios ou metodolo-
gias que relacionem a disciplina com
De acordo com o pensamento o cotidiano dos alunos, que acabam
educativo, realizar uma experimen- desmotivados e somente “decoram”
tação não é exclusivamente avaliar a tema para garantir a aprovação.
uma teoria científica, vai mais acolá. Tudo isso embaraça não somente o
A experimentação labora como meio aprendizado como ainda a aborda-
para pesquisar e entender as teorias, gem do docente, que não consegue
fixar melhor os aspectos e lembrá- progredir no teor como esperado.
los ao longo de uma prova, por meio
da memorização, além de ajudar na
compreensão dos conhecimentos
sobre algum assunto.
Vamos lembrar que muitas
pessoas torce o nariz só de escutar a
palavra física. Assim, a disciplina
adquiriu fama de “difícil” e habitua
Fonte: https://www.vakinha.com.br/

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

Neste panorama, a necessi- A seguir serão dados alguns


dade de se alterar o estudo da física exemplos de experimentos de físicas
em algum modo mais estimulante e de baixo custo:
criativo é basilar. Uma solução para http://blog.homelab.com.br/5-
isso é empregar o Física experimen- experiencias-de-fisica-simples-
tal, que invade uma abordagem mui- para-fazer-em-sala-de-aula/
to mais adjunta da realidade dos alu-
nos. Exposição e Feira de Ciências

A Importância do Ensino Expe- Note que as escolas de um mo-


rimental do geral elaboram atividades a se-
rem exercidas com o alvo de realizar
A cada dia mais defendido por o ato de educar o educando. Na prá-
pesquisadores e órgãos educacio- tica, diversas vezes as atividades que
nais, o ensino experimental da física necessitariam estar voltadas para o
é muito importante para um apren- desenvolvimento integral do estu-
dizado mais diligente nas escolas dante, não recebem a verdadeira va-
brasileiras. De acordo com Hodson, lorização.
um dos autores da área, a utilização Assim a Feira de Ciências é um
de experimentos nas aulas desta ma- dos principais acontecimentos que
téria tem como basilares objetivos: estão sendo examinados na educa-
 Desenvolver determinadas ati- ção. De que modo acontece? Seus
tudes científicas, tais como a reais desígnios estão sendo acerta-
consideração com as ideias e dos? O ideal é que o docente, seja da
sugestões de outras pessoas, a
rede pública ou privada, reflita nessa
objetividade e a boa disposição
para não emitir juízos apressa- questão.
dos.
 Ensinar as técnicas de labora-
tório;
 Intensificar a aprendizagem
dos conhecimentos científicos;
 Motivar mediante a estimula-
ção do interesse e da diversão;
 Proporcionar uma ideia sobre
o método científico e desen-
volver habilidades em sua uti-
lização. Fonte:
http://blog.redebatista.edu.br

17
METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

A melhor maneira de aprender ciar a verdadeira valorização que es-


é realizando. Partindo desse princí- se evento merece. Tal acontecimen-
pio, nasce a precisão de registrar o to tem sido praticado com assidui-
aprendizado por meio de “projetos dade nas escolas, uma vez que se tra-
científicos”. As exposições são esti- ta de uma divulgação inteligente.
madas uma das maneiras mais efi- As exposições que são feitas no
cientes de revelação científica, acon- evento, quando vista como interes-
tecendo em maior proeminência nas santes pelos seus espectadores, in-
escolas de ensino médio e ensino in- citam a troca de informações e diver-
fantil por meio da feira de ciências. sas vezes quando visitadas por em-
Determinados pontos devem presários, esses empregam os co-
ser examinados pelo educador no nhecimentos passadas pelos partici-
sentido de criar uma feira de manei- pantes adaptando-as às suas pre-
ra que venha verdadeiramente re- cisões.
sultar no aumento do conhecimento O incentivo ao desenvolvi-
do aluno. Observe: mento da feira de ciências necessita
 Como esse acontecimento po- ser sempre sustentado, é imprescin-
deria se tornar um forte coli- dível deixar claro para os participa-
gado na formação integral dos dores novatos que raramente eles
alunos? serão qualificados em primeiro lu-
 Os afazeres realizados na feira
gar em analogia à ideia defendida e
significaram ser exercidos no
sentido de edificar o conheci- com passar do tempo, tendo mais
mento ou foram realizados tão participações, mais seus conheci-
- somente para cumprir o ca- mentos e experiências irão se acu-
lendário escolar da institui- mular, propiciando cada vez mais o
ção? sucesso escolar.
 Qual a sua analogia com os Sugere-se que, do mesmo mo-
programas escolares? do que educadores conscientizem as
 Qual é o desígnio de vivenciar
escolas precisam pensar como uma
uma feira de ciências ou de in-
formações na escola? feira de conhecimentos ou de ciên-
cias, dando seriedade ao evento des-
Desse modo, a feira de ciências de o começo do ano letivo, uma vez
necessita ser preparada com a fi- que nessa ocasião o que é construído
nalidade de alcançar certos objetivos e reconstruído a proposta pedagógi-
e reiterando nas questões questiona- ca da escola. E além de ser uma
das acima, o educador pode propi- grande oportunidade de se trabalhar

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

com multidisciplinariedade com di- de realizar o evento. Os alunos


não querem ficar apenas atrás
ferentes disciplinas.
de maquetes repetindo trechos
de livros, por isso é importante
Planejamento tentar unir a ciência e a tecno-
logia com os interesses mais co-
muns entre eles. O primeiro
Uma grande prerrogativa des- passo para a realização de uma
se tipo de acontecimento é poder feira de ciências de sucesso é
despertar o interesse dos alu-
unir o ensino teórico ao expositivo,
nos para que todos queiram
suscitando melhor absorção dos participar. Com isso, o ideal é
conceitos e entendimento de meto- que a feira seja programada pa-
ra o segundo semestre ou o final
dologias, com os alunos aprendendo
do ano, assim os professores se
na prática como trabalha toda a teo- encarregam de passar todo o
ria que foi advinda em sala. Ativi- conteúdo para que os alunos
possam elaborar as metodolo-
dades como essa despertam a curio-
gias necessárias e realizar visi-
sidade e suscitam o engajamento das tas técnicas, exercícios e traba-
educando, que ainda acabam apren- lhos como forma de treino para
as exposições. [...] (ROCHA FI-
dendo valores como colaboração, LHO, et al; 2006).
organização, autonomia e trabalho
em equipe. Assim, com uma média de
quatro meses de antecedência, é ad-
missível acontecer todos os detalhes
de estrutura quão intensamente: da-
ta, local, período, número de apre-
sentações, divulgação, comissão de
recepção, obtenção de materiais, en-
tre outros.
Desse modo, a feira de ciências
necessita ir além de apresentações
simpáticas e temas diferentes. É im-
Fonte: portante motivar uma meta a ser ad-
http://teoremadebrigmam.blogspot. quirida, seja convidar mais pessoas
com/ do que a do último ano, seja avaliar
os conhecimentos dos alunos ou
[...] As feiras de ciências têm agregar a comunidade à escola. Con-
mudado bastante. Com os pas-
sar dos anos, as instituições fo- seguir a meta é representar todo o
ram se adaptando à moderni- esforço e dedicação que foram pos-
dade e à tecnologia, e os profes-
sores têm de inovar nas formas

19
METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

tos nos afazeres e na realização de cias pode ser muito vitorioso e re-
modo geral. sultar em benfeitorias tanto para a
Logo, é a hora de deliberar co- instituição como para os próprios
mo será cada conferência e o papel educandos. Testar o conhecimento
de cada um dos participantes de ca- contraído com a prática promove o
da grupo. Lembre-se de que os mo- aprendizado e o deixa mais atrativo,
delos antigos permaneceram para deixando o educando mais partici-
trás e apenas enfeitar não funciona! pativo em qualquer acontecimento
O basilar é que cada um tenha estu- que a escola possa realizar.
dado sobre o tema definido e com-
preenda sobre o que irá propor-
cionar.

Fonte:
https://brasilescola.uol.com.br/

Quanto mais acompadrados e


preparados os educandos estiverem,
mais fluida será a conferência, o que
os admitirá está mais seguro na hora
de discorrerem para o público, faci-
litando ainda a compreensão de
quem está auxiliando. Se o educan-
do domina o tema do qual estará
apresentando, não terá dificuldades
em tirar algumas eventuais dúvidas
que possam nascer dos visitantes.
Se existir foco, matéria e enga-
jamento, cunhar uma feira de ciên-

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

4. Os Processos de Avaliação da Aprendizagem em


Física

Fonte: IPS4

O conjunto de referências que


banca a avaliação um procedi-
mento indispensável para definir
[...] Essas questões nos indicam
que o desafio não está somente
em desenvolver metodologias
de avaliação para a educação
prioridades e afiançar a qualidade básica e para o ensino médio
em particular, mas como se po-
do ensino, leva a União a organizar dem tornar coerentes objetivos
um sistema de avaliação apropriado e metodologias. Afinal de con-
para diagnosticar e indicar precisões tas, a avaliação do desempenho
do aluno contribui para a po-
de controle e correções de direções lítica educacional constituindo-
na política educacional ordenada se em um componente da ava-
pelo MEC, em colaboração com os liação dos sistemas de ensino. A
avaliação de desempenho dos
Estados e Municípios.

4 Retirado em http://www.ipsnews.net

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

alunos do ensino médio é uma [...] Adoção de livros didáticos e


das estratégias para a avaliação possibilidade de acesso a eles e
dos sistemas, com o objetivo de a outras fontes impressas de co-
definir prioridades por parte da nhecimento, pelos alunos;
União e dos Estados, que pos- Características da organização
sam ser necessárias para a defi- curricular e do trabalho peda-
nição ou redirecionamento dos gógico; valorização dos profes-
rumos da política educacional. sores, considerando a qualida-
[...] (SANTOS, 2007). de da formação inicial, as opor-
tunidades de formação conti-
nuada, o estímulo à participa-
Dessa forma, particularmente
ção no projeto pedagógico da
em relação às delegações da União, a escola, os princípios norteado-
avaliação recomenda as necessida- res da carreira e as condições de
trabalho;
des de base técnica e financeira aos Condições de infra-estrutura e
entes federativos. Com isso, deter- de equipamentos de apoio di-
minados pressupostos são imperati- dático (laboratórios, bibliote-
cas, etc.);
vos, assim como uma avaliação que Condições do ambiente escolar
admita correção de rumos e se rea- em termos físicos (localização,
lize no decorrer do processo forma- sonoridade, iluminação, venti-
lação) e sócio-políticos (gestão
tivo e não exclusivamente ao final. democrática, valorização dos
Desse modo, acastelamos que exa- trabalhadores, auto-estima dos
mes de ensino médio se realizem a alunos, envolvimento da comu-
nidade, etc.). [...] (SANTOS,
cada ano, de maneira que tanto os 2007).
sistemas de ensino assim como os
alunos possam entender o desenvol- Novas Maneiras de Avaliar
vimento da aprendizagem e adotar
medidas necessárias para a recupe- Presentemente os conceitos
ração, quando for o fato. educacionais estão lavrados na ela-
Assim, como parte de uma boração de novos processos de ensi-
avaliação sistêmica, conforme parâ- no e didática criadoras que visam
metros a serem acentuados, os re- melhorar as qualidades do processo
sultados desses exames precisam ensino-aprendizado.
possibilitar fazer projeções sobre as Atualmente os profissionais
propriedades do ensino, a serem empregam múltiplos mecanismos
apuradas mediante análise dos fato- capazes de examinar o aprendizado
res que, de acordo com os estudos, de determinada disciplina. A diver-
são decisivos para a melhoria da sificação na ocasião da avaliação tem
aprendizagem. Dentre esses se abar- o desígnio de promover o avanço do
cam, por exemplo: educando de maneira fragmentada e

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

objetiva. Observe determinadas Ainda note que de acordo com


ferramentas adequadas de avaliar os Monteiro (2013):
educandos referentes ao Ensino
Fundamental e Médio: [...] O ensino da Matemática
teve uma crescente em relação
 Autoavaliação; aos índices de aprovação, devi-
 Conselho de classe; do às novas práticas avaliativas
 Debates; adotadas. A divisão dos conteú-
 Observação; dos matemáticos dentro do
próprio bimestre e a realização
 Prova dissertativa; de atividades de fixação com
 Provas objetivas; conteúdo direcionados contri-
 Relatório individual; buiu para a melhor assimilação
 Seminário; dos conteúdos por parte dos
alunos. Os exercícios que anti-
 Trabalho em grupo. gamente eram mecânicos, hoje
são contextualizados e interdis-
Os organizadores de conteúdo ciplinaridades, relacionando a
Matemática com situações coti-
e de disciplina, ao lado dos profes-
dianas, mostrando suas aplica-
sores, precisam situar um projeto, bilidades e a verdadeira impor-
dando solenidade à forma de ava- tância para o desenvolvimento
da sociedade. [...]
liação que será abraçada no decorrer
do ano, porquanto todos os profes-
Logo, esse exemplo de avalia-
sores precisam seguir a mesma linha
ção não retira a autonomia do do-
na oportunidade de avaliar.
cente, ela exclusivamente cria uma
circunstância de flexibilidade na
[...] Algumas instituições utili-
zam o sistema de avaliação con- hora de avaliar particularmente o
tínua, seguido de avaliações ob- aluno, procurando de modo mais
jetivas e dissertativas. As ava-
versátil a consolidação da pontuação
liações objetivas são caracteri-
zadas por perguntas e respos- responsável pelo avanço do aluno.
tas, onde o aluno deve marcar
apenas uma opção, já as disser-
tativas exigem a capacidade da
escrita relacionada ao tema
proposto. Quanto à avaliação
contínua, consiste numa distri-
buição de pontos baseados em
pequenos trabalhos, assiduida-
de das tarefas de casa, apresen-
tações na forma de seminários,
disciplina entre outras. [...]
(SANTOS, 2007).

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METODOLOGIA DO ENSINO DA FÍSICA

5. Referências Bibliográficas
RICARDO, Elio C.; FREIRE, Janaína CA.
A concepção dos alunos sobre a física do
ensino médio: um estudo exploratório. Re-
vista Brasileira de Ensino de Física, 2007,
29.2: 251-266.

CARVALHO, ANNA; SASSERON, Lucia


Helena. Ensino e aprendizagem de Física
no Ensino Médio e a formação de profes-
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43-55.

ROCHA FILHO, JB da; SALAMI, M. A.;


COSTA, SSC da. Usos da grafite no desen-
volvimento de experimentos para ensino
de física. PUCRS, Porto Alegre, 2006.

MONTEIRO, Maria do Rosário Contente.


Práticas Avaliativas da capacidade de
argumentação Matemática de alunos do
ensino secundário: Um estudo com profes-
sores de Matemática A. 2013.

SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. Edu-


cação científica na perspectiva de letra-
mento como prática social: funções, prin-
cípios e desafios. Revista brasileira de edu-
cação, 2007, 12.36: 474-492.

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