Leituras
o ECHAVE, Delia Tereza; URQUIJO, María Eugenia; GUIBOURG, Ricardo.
Lógica proposición y norma. Buenos Aires: Astrea, 1991. Capítulo III.
o MORTARI, Introdução à Lógica. São Paulo: UNESP, 2001. Capítulos 5 e 6 (até
item 6.4.).
o HALBACH, Volker. The Logic Manual for Introduction to Logic. New York:
Oxford University Press, 2010. Capítulos 2 e 3.
o SUPPES, Patrick. Introduction to Logic. Nova York: Van Nostrand Heinhold,
1957. Capítulo I.
Leituras para discussão em classe
o CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário, Linguagem e Método. São
Paulo: Noeses, 2018. Item 2.8. Capítulo 2, Primeira Parte.
o VILANOVA, Lourival. As Estruturas Lógicas e o Sistema do Direito Positivo.
São Paulo: Noeses, 2008. Capítulos V.
Questões
Quanto à negação como operador monádico, podemos afirmar, sim, ser ele um
conectivo, muito embora (observam Echave, Urquijo e Guibourg) haja alguns autores
que chamam de conectivos apenas os operadores diádicos, pois estes conectam fórmulas
entre si, enquanto o operador da negação monádico só afeta uma fórmula. Echave,
Urquijo e Guibourg consideram que tanto a negação quanto os operadores diádicos
vinculam a fórmula em que aparecem com certa combinação de valores verdade de seus
componentes, razão pela qual esses autores consideram o operador de negação como um
conectivo. O mesmo entendimento é adotado por Branquinho, Murcho e Gomes: “Se
um conectivo precisa apenas de uma frase para, com ela, formar uma frase composta,
1
MILLER, Alexander. Filosofia da Linguagem. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2010, p. 22.
MESTRADO
diremos que se trata de um conectivo monádico. Se um conectivo precisa de duas frases
para, com elas, formar uma frase composta, diremos que se trata de um conectivo
diádico. [...] A negação é um conectivo monádico. Todas os outros que referimos acima
são diádicos.”2
Os casos primeiro e segundo nos parece bastante intuitivos. Se é verdade que comi ovos
no café da manhã e se é verdade que o mundo acabou no meio dia, então p→q será
verdadeiro (verdade implica verdade). De igual modo, se é verdade que comi ovos no
café da manhã e se é falso que o mundo acabou no meio dia, então p→q será falso
(verdade não implica falsidade).
Por outro lado, os casos terceiro e quarto criam certo constrangimento no raciocínio. Se
é falso que comi ovos no café da manhã e se é verdade que o mundo acabou no meio
dia, então p→q será verdadeiro (qualquer coisa implica verdade). Se é falso que comi
ovos no café da manhã e se é falso que o mundo acabou no meio dia, então p→q será
verdadeiro (falsidade implica qualquer coisa). Por não serem intuitivos, esses casos são
conhecidos como paradoxo da condicional. Como é possível (3º caso) que uma
proposição falsa implique uma verdadeira? Como é possível que uma proposição falsa
implique uma falsa?
No mesmo sentido segue a explicação dada por Echave, Urquijo e Guibourg. Esses
autores vão dizer que a fórmula molecular p→q deve ser distinguida das fórmulas
atômicas “p” e “q”. Assim, a condicional não afirma o antecedente, nem o consequente:
“sólo afirma que no es el caso de que el antecedente sea verdadeiro y el consecuente
falso; que si el antecedente es verdadeiro también lo es el consequente; y que, por lo
tanto, si es falso el consequente también lo es el antecedente.” (p. 59).
2
Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos. p. 173
3
GENSLER, Harry j. Introdução à Lógica. São Paulo: Paulus, 2016.
MESTRADO
No mesmo sentido, Granger afirma que a condicional “significa unicamente que duas
proposições estão ligadas de TAL MODO QUE A PRIMIERA NÃO PODE SER
VERDADEIRA SEM QUE A SEGUNDA TAMBÉM SEJA VERDADEIRA. [...] este
fato se manifesta quando se verifica que na definição não foi excluída a situação
<<F,F>>, onde nem a proposição implicante, nem a implicada são verdadeiras.”4
R:
R:
p q r (p→q) (p w q) [r.(p w q)] (p→q) v [r.(p w q)] ⁓{(p→q) v [r.(p w q)]} r↔⁓{(p→q) v [r.(p w q)]}
V V V V F F V F F
V V F V F F V F V
V F V F V V V F F
V F F F V F F V F
F V V V V V V F F
F V F V V F V F V
F F V V F F V F F
F F F V F F V F V
5. Construa a tabela de casos possíveis para cada uma das proposições abaixo,
apontando eventuais ambiguidades pela indicação das fórmulas lógicas
correspondentes.
Dadas as proposições r e s:
r ≡ A norma N’ é válida
s ≡ A norma N’ é eficaz
r s (r . -s)
V V F
V F V
F V F
F F F
c) É falso que a norma N’ é válida e eficaz = Obs.: Temos aqui um problema que
acomete a linguagem ordinária e que dificulta a formalização. Trata-se do
emprego de expressões sem conectivo lógico equivalente, de sorte que sua
formalização fique comprometida. É o caso da expressão “É falso que...”. Não há
um conectivo lógico que traduza essa expressão adequadamente. Diante disso, e
considerando o sentido em que está sendo empregada, proponho a substituição
dessa expressão “É falso que..” por uma simples negação antecedendo a palavra
norma: “Não é a norma N’ válida e eficaz” = -(r . s)
r s -(r . s)
V V F
V F V
F V V
F F V
d) Não é verdade que a norma N’ seja eficaz e válida = Obs.: Temos aqui o mesmo
problema apontado na questão anterior. De igual modo, proponho a substituição dessa
expressão “Não é verdade que..” por uma simples negação antecedendo a palavra
norma: “Não é a norma N’ eficaz e válida” = -(s . r)
r s -(s . r)
V V F
V F V
F V V
F F V
r s (-r v -s)
V V F
V F V
F V V
F F V
r s (s → r)
V V V
V F V
F V F
F F V
h) Se a norma N’ é válida e ineficaz, então ela é válida = (r . -s) → r
r s (r.-s) (r . -s) → r
V V F V
V F V V
F V F V
F F V F
r s (-s → -r)
V V V
V F F
F V V
F F V
r s (s ↔ r)
V V V
V F F
F V F
F F V