Você está na página 1de 77

DPE-RS

Técnico Administrativo

Raciocínio Lógico-Matemático
Raciocínio Lógico-Matemático
Proposições, valor-verdade, negação, conjunção, disjunção, proposições compostas...................1
implicação.........................................................................................................................................4
equivalência. Equivalências lógicas..................................................................................................8
Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos, lugares,
pessoas e/ou eventos fictícios dados. ............................................................................................15
Diagramas lógicos...........................................................................................................................16
tabelas e gráficos. ..........................................................................................................................19
Conjuntos e suas operações...........................................................................................................24
Números naturais, inteiros, racionais, reais e suas operações. Representação na reta. ..............28
Unidades de medida: distância, massa e tempo.............................................................................33
Representação de pontos no plano cartesiano...............................................................................39
Álgebra básica: equações, sistemas e problemas do primeiro e do segundo graus......................40
Porcentagem...................................................................................................................................46
proporcionalidade direta e inversa. ................................................................................................48
Sequências, reconhecimento de padrões, progressões aritmética e geométrica. .........................53
Juros. ..............................................................................................................................................57
Geometria básica: distâncias e ângulos, polígonos, circunferência, perímetro e área.
Semelhança e relações métricas no triângulo retângulo. ..............................................................59
Medidas de comprimento, área, volume. .......................................................................................66
Princípios de contagem e noção de probabilidade.........................................................................66
Exercícios........................................................................................................................................72
Gabarito...........................................................................................................................................76

1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE


Proposições, valor-verdade, negação, conjunção, disjunção, proposições compostas.

Raciocínio lógico é o modo de pensamento que elenca hipóteses, a partir delas, é possível relacionar
resultados, obter conclusões e, por fim, chegar a um resultado final.
Mas nem todo caminho é certeiro, sendo assim, certas estruturas foram organizadas de modo a analisar a
estrutura da lógica, para poder justamente determinar um modo, para que o caminho traçado não seja o errado.
Veremos que há diversas estruturas para isso, que se organizam de maneira matemática.
A estrutura mais importante são as proposições.
Proposição: declaração ou sentença, que pode ser verdadeira ou falsa.
Ex.: Carlos é professor.
As proposições podem assumir dois aspectos, verdadeiro ou falso. No exemplo acima, caso Carlos seja
professor, a proposição é verdadeira. Se fosse ao contrário, ela seria falsa.
Importante notar que a proposição deve afirmar algo, acompanhado de um verbo (é, fez, não notou e etc).
Caso a nossa frase seja “Brasil e Argentina”, nada está sendo afirmado, logo, a frase não é uma proposição.
Há também o caso de certas frases que podem ser ou não proposições, dependendo do contexto. A frase
“N>3” só pode ser classificada como verdadeira ou falsa caso tenhamos algumas informações sobre N, caso
contrário, nada pode ser afirmado. Nestes casos, chamamos estas frases de sentenças abertas, devido ao seu
caráter imperativo.
O processo matemático em volta do raciocínio lógico nos permite deduzir diversas relações entre declarações,
assim, iremos utilizar alguns símbolos e letras de forma a exprimir estes encadeamentos.
As proposições podem ser substituídas por letras minúsculas (p.ex.: a, b, p, q, …)
Seja a proposição p: Carlos é professor
Uma outra proposição q: A moeda do Brasil é o Real
É importante lembrar que nosso intuito aqui é ver se a proposição se classifica como verdadeira ou falsa.
Podemos obter novas proposições relacionando-as entre si. Por exemplo, podemos juntar as proposições p
e q acima obtendo uma única proposição “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”.
Nos próximos exemplos, veremos como relacionar uma ou mais proposições através de conectivos.
Existem cinco conectivos fundamentais, são eles:
^: e (aditivo) conjunção
Posso escrever “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”, posso escrever p ^ q.
v: ou (um ou outro) ou disjunção
p v q: Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real

: “ou” exclusivo (este ou aquele, mas não ambos) ou disjunção exclusiva (repare o ponto acima do conecti-
vo).

p v q: Ou Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real (mas nunca ambos)


¬ ou ~: negação
~p: Carlos não é professor
->: implicação ou condicional (se… então…)
p -> q: Se Carlos é professor, então a moeda do Brasil é o Real
⇔: Se, e somente se (ou bi implicação) (bicondicional)

1
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
p ⇔ q: Carlos é professor se, e somente se, a moeda do Brasil é o Real
Vemos que, mesmo tratando de letras e símbolos, estas estruturas se baseiam totalmente na nossa
linguagem, o que torna mais natural decifrar esta simbologia.
Por fim, a lógica tradicional segue três princípios. Podem parecer princípios tolos, por serem óbvios, mas
pensemos aqui, que estamos estabelecendo as regras do nosso jogo, então é primordial que tudo esteja
extremamente estabelecido.
1 – Princípio da Identidade
p=p
Literalmente, estamos afirmando que uma proposição é igual (ou equivalente) a ela mesma.
2 – Princípio da Não contradição
p=qvp≠q
Estamos estabelecendo que apenas uma coisa pode acontecer às nossas proposições. Ou elas são iguais
ou são diferentes, ou seja, não podemos ter que uma proposição igual e diferente a outra ao mesmo tempo.
3 – Princípio do Terceiro excluído
pv¬p
Por fim, estabelecemos que uma proposição ou é verdadeira ou é falsa, não havendo mais nenhuma opção,
ou seja, excluindo uma nova (como são duas, uma terceira) opção).
DICA: Vimos então as principais estruturas lógicas, como lidamos com elas e quais as regras para jogarmos
este jogo. Então, escreva várias frases, julgue se são proposições ou não e depois tente traduzi-las para a
linguagem simbólica que aprendemos.
LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL)
A lógica proposicional é baseada justamente nas proposições e suas relações. Podemos ter dois tipos de
proposições, simples ou composta.
Em geral, uma proposição simples não utiliza conectivos (e; ou; se; se, e somente se). Enquanto a proposição
composta são duas ou mais proposições (simples) ligadas através destes conectivos.
Mas às vezes uma proposição composta é de difícil análise. “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o
Real”. Se Carlos não for professor e a moeda do Brasil for o real, a proposição composta é verdadeira ou falsa?
Temos uma proposição verdadeira e falsa? Como podemos lidar com isso?
A melhor maneira de analisar estas proposições compostas é através de tabelas-verdades.
A tabela verdade é montada com todas as possibilidades que uma proposição pode assumir e suas
combinações. Se quiséssemos saber sobre uma proposição e sua negativa, teríamos a seguinte tabela verdade:

p ~p
V F
F V

A tabela verdade de uma conjunção (p ^ q) é a seguinte:

p q p^q
V V V
V F F
F V F
F F F

Todas as tabelas verdades são as seguintes:

2
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
p q p^q pvq p -> q p ⇔q p v. q
V V V V V V F
V F F V F F V
F V F V V F V
F F F F V V F

Note que quando tínhamos uma proposição, nossa tabela verdade resultou em uma tabela com 2 linhas e
quando tínhamos duas proposições nossa tabela era composta por 4 linhas.
A fórmula para o número de linhas se dá através de 2^n, onde n é o número de proposições.
Se tivéssemos a seguinte tabela verdade:

p q r p v q -> r

Mesmo sem preenchê-la, podemos afirmar que ela terá 2³ linhas, ou seja, 8 linhas.
Mais um exemplo:

p q p -> q ~p ~q ~q -> ~p
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Note que o resultado de p->q é igual a ~q -> ~p (V-F-F-V). Quando isso acontece, diremos que as proposições
compostas são logicamente equivalentes (iguais).
Outro exemplo de como a tabela verdade pode nos ajudar a resolver certas proposições mais complicadas:
Quero saber os resultados para a proposição composta (p^q) -> pvq. O que vamos fazer primeiro é montar a
tabela verdade para p^q e pvq.

p q p^q pvq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F

Agora que sabemos como nossos elementos se comportam, vamos relacionar com p->q:

p q p->q
V V V
V F F
F V V
F F V

Desta forma, sabemos que a implicação que relaciona V com V resulta em V, e V com F resulta em F, e assim
por diante.
Podemos então agora montar nossa tabela completa com todas estas informações:

3
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
(p^q) ->
p q p^q pvp p->q pvq
V V V V V V
V F F V F V
F V F V V V
F F F F V V

O processo pode parecer trabalhoso, mas a prática faz com que seja rápida a montagem destas tabelas,
chegando rapidamente na análise da questão e com seu resultado prontamente obtido.
Geralmente, não é simples construir uma tabela verdade, algumas relações podem facilitar as análises. Uma
delas são as Leis de Morgan, que negam algumas relações. São elas:
– 1ª lei de Morgan: ¬(p^q) = (¬p) v (¬q)
– 2ª lei de Morgan: ¬(p v q) = (¬p) ^ (¬q)
Vejamos o exemplo para decifrar o que dizem estas leis:
p: Carlos é professor
q: a moeda do Brasil é o Real
Então, através de Morgan, negar p ^ q (Carlos é professor E a moeda do Brasil é o Real,) equivale a dizer,
Carlos não é professor OU a moeda do Brasil não é o real
Da mesma forma, negar p v q (Carlos é professor OU a moeda do Brasil é o Real) equivale a Carlos não é
professor E a moeda do Brasil não é o Real.
Estas leis podem parecer abstratas mas através da prática é possível familiarizar-se com elas, já que são
importantes aliadas para resolver diversas questões.

implicação

UMA PROPOSIÇÃO P(P,Q,R,...) IMPLICA LOGICAMENTE OU APENAS IMPLICA UMA PROPOSI-


ÇÃO Q(P,Q,R,...) SE Q(P,Q,R,...) É VERDADEIRA (V) TODAS AS VEZES QUE P(P,Q,R,...) É VERDADEI-
RA (V), OU SEJA, A PROPOSIÇÃO P IMPLICA A PROPOSIÇÃO Q, QUANDO A CONDICIONAL P →
Q FOR UMA TAUTOLOGIA.

Representamos a implicação com o símbolo “ ”, simbolicamente temos:

P(p,q,r,...) Q(p,q,r,...).

A não ocorrência de VF na tabela verdade de P → Q, ou ainda que o valor lógico da condicional P → Q será
sempre V, ou então que P → Q é uma tautologia.

Observação: Os símbolos “→” e “ ” são completamente distintos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que
é um conectivo. O segundo (“ ”) representa a relação de implicação lógica que pode ou não existir entre duas
proposições.

Exemplo:
A tabela verdade da condicional (p ^ q) → (p ↔ q) será:

4
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
p q p^q p↔q (p ^ q) → (p
↔q
v v v v v
v f f f v
f v f f v
f f f v v

Portanto, (p ^ q) → (p ↔ q) é uma tautologia, por isso (p ^ q) (p ↔q).

Em particular:

- Toda proposição implica uma Tautologia: p p v ~p

p p v ~p
V V
F V

- Somente uma contradição implica uma contradição: p ^ ~p p v ~p → p ^ ~p

p ~p p ^ ~p p v ~p → p ^ ~p
v F F F
F V f f

Propriedades da Implicação Lógica


A implicação lógica goza das propriedades reflexiva e transitiva:

Reflexiva: P(p,q,r,...) P(p,q,r,...)

Uma proposição complexa implica ela mesma.

Transitiva: Se P(p,q,r,...) Q(p,q,r,...) e

Q(p,q,r,...) R(p,q,r,...), então

P(p,q,r,...) R(p,q,r,...)

Se P QeQ R, então P R.

Exemplificação e Regras de Inferência


Inferência é o ato de derivar conclusões lógicas de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras.
Em outras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de proposições verdadeiras já existentes. Ve-
jamos as regras de inferência obtidas da implicação lógica:
1 – A tabela verdade das proposições p ^ q, p v q , p ↔ q é:

5
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
A proposição “p ^ q” é verdadeira (V) somente na 1ª linha, e também nesta linha as proposições “p v q” e “p
→ q” também são. Logo a primeira proposição IMPLICA cada uma das outras duas proposições.
Então:

p^q pvq

p^q p→q

A tabela acima também demonstram as importantes Regras de Inferência:

Adição – p pvqe q pvq

Simplificação – p ^ q p e p^q q

2 – A tabela verdade das proposições p ↔ q, p → q e q

L p q p↔q p→q q→p


1ª V V V V V
2ª V F F F V
3ª F V F V F
4ª F F V V V

A proposição “p ↔ q” é verdadeira (V) na 1ª e 4ª linha e as proposições “p → q” e “q → p” também são ver-


dadeiras. Logo a primeira proposição IMPLICA cada uma das outras duas proposições. Então:

p↔q p→q e p↔q q→p

3 - Dada a proposição: (p v q) ^ ~p sua tabela verdade é:

Esta proposição é verdadeira somente na 3ª linha e nesta linha a proposição “q” também verdadeira, logo
subsiste a IMPLICAÇÃO LÓGICA, denominada Regra do Silogismo disjuntivo.

(p v q) ^ ~p q

É válido também: (p v q) ^ ~q p

6
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
4 – A tabela verdade da proposição (p → q) ^ p é:

A proposição é verdadeira somente na 1ª linha, e nesta linha a proposição “q” também é verdadeira, logo
subsiste a IMPLICAÇÃO LÓGICA, também denominada Regra de Modus ponens.

(p → q) ^ p q

5 – A tabela verdade das proposições (p → q) ^ ~q e ~p é:

A proposição (p → q) ^ ~q é verdadeira somente na 4º linha e nesta a proposição “~p” também é verdadeira,


logo subsiste a IMPLICAÇÃO LÓGICA, denominada de Regra Modus tollens.

(p → q) ^ ~q ~p

Observe que “~p” implica “p → q”, isto é: ~p p→q

Recapitulando as Regras de Inferência aplicadas a Implicação Lógica:

Adição p pvq

q pvq
Simplificação p^q p

p^q q
Silogismo (p v q) ^ ~p q
disjuntivo

(p v q) ^ ~q p
Modus ponens (p → q) ^ p q
Modus tollens (p → q) ^ ~q ~p

Referência
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel – 2002.

7
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
equivalência. Equivalências lógicas.

Diz-se que duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas
lógicas diferentes, apresentam a mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES,
então são EQUIVALENTES.
Exemplo
Dada as proposições “~p → q” e “p v q” verificar se elas são equivalentes.
Vamos montar a tabela verdade para sabermos se elas são equivalentes

Observamos que as proposições compostas “~p → q” e “p q” são equivalentes.

~p → q ≡ p q ou ~p → q p q, onde “≡” e “ ” são os símbolos que representam a equivalência entre pro-


posições.

Equivalências fundamentais (Propriedades Fundamentais): a equivalência lógica entre as proposições goza


das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
1 – Simetria (equivalência por simetria)

a) p ^ q q^p

b) p v q qvp

d) p ↔ q q↔p

8
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
2 - Reflexiva (equivalência por reflexão)

p→p p→p

3 – Transitiva

Se P(p,q,r,...) Q(p,q,r,...) E

Q(p,q,r,...) R(p,q,r,...) ENTÃO

P(p,q,r,...) R(p,q,r,...) .

Equivalências notáveis
1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)

a) p (q r) (p q) (p r)

b) p (q r) (p q) (p r)

9
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
2 - Associação (equivalência pela associativa)

a) p (q r) (p q) (p r)

b) p (q r) (p q) (p r)

3 – Idempotência

a) p (p p)

10
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
b) p (p p)

4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se outra condicional equivalente à primeira, apenas inver-
tendo-se e negando-se as proposições simples que as compõem.

1º caso – (p → q) (~q → ~p)

Exemplo
p → q: Se André é professor, então é pobre.
~q → ~p: Se André não é pobre, então não é professor.

2º caso: (~p → q) (~q → p)

Exemplo
~p → q: Se André não é professor, então é pobre.
~q → p: Se André não é pobre, então é professor.

3º caso: (p → ~q) (q → ~p)

Exemplo
p → ~q: Se André é professor, então não é pobre.

11
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
q → ~p: Se André é pobre, então não é professor.

4 º Caso: (p → q) ~p v q

Exemplo
p → q: Se estudo então passo no concurso.
~p v q: Não estudo ou passo no concurso.
5 - Pela bicondicional

a) (p ↔ q) (p → q) (q → p), por definição

b) (p ↔ q) (~q → ~p) (~p → ~q), aplicando-se a contrapositiva às partes

c) (p ↔ q) (p q) (~p ~q)

12
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
6 - Pela exportação-importação

[(p q) → r] [p → (q → r)]

Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)


Chama-se proposições associadas a p → q as três proposições condicionadas que contêm p e q:
– Proposições recíprocas: p → q: q → p
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:

Note que:

13
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO
EQUIVALENTES.
Exemplos
p → q: Se T é equilátero, então T é isósceles. (V)
q → p: Se T é isósceles, então T é equilátero. (F)
Exemplo
Vamos determinar:
a) A contrapositiva de p → q
b) A contrapositiva da recíproca de p → q
c) A contrapositiva da contrária de p → q
Resolução
a) A contrapositiva de p → q é ~q → ~p

A contrapositiva de ~q → ~p é ~~p → ~~q p→q

b) A recíproca de p → q é q → p
A contrapositiva de q → p é ~p → ~q
c) A contrária de p → q é ~p → ~q
A contrapositiva de ~p → ~q é q → p
Equivalência “NENHUM” e “TODO”

1 – NENHUM A é B TODO A é não B.

Exemplo:

Nenhum médico é tenista Todo médico é não tenista (= Todo médico não é tenista)

2 – TODO A é B NENHUM A é não B.

Exemplo:

Toda música é bela Nenhuma música é não bela (= Nenhuma música é bela)

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.

14
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos,
lugares, pessoas e/ou eventos fictícios dados.

Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos nos referindo ao processo de argumentar, ou seja,
através de argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo assunto.
No entanto, a construção desta argumentação não é necessariamente correta. Veremos alguns casos de
argumentação, e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras falsas.
Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente)
Todo ser humano é mortal
Sócrates é um ser humano
Logo Sócrates é mortal
Inferências: Argumentar através da dedução
Se Carlos for professor, haverá aula
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso contrário, então Carlos não é professor
Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte específica
Roraima fica no Brasil
A moeda do Brasil é o Real
Logo, a moeda de Roraima é o Real
Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma parte específica e chegando ao todo
Todo professor usa jaleco
Todo médico usa jaleco
Então todo professor é médico
Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades universais, contudo, estão estruturadas de
forma a parecerem minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma argumentação verdadeira
de uma falsa. Quando a argumentação resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de sofismo1.
No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse encadeamento se baseia em algumas sutilezas
que nos conduzem a resultados falsos. Por exemplo:
A água do mar é feita de água e sal
A bolacha de água e sal é feita de água e sal
Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito de bolacha)
Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada de forma a parecer verdadeira, principalmente
se vista com pressa.
Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
Quanto mais queijo, mais buraco
Quanto mais buraco, menos queijo
Então quanto mais queijo, menos queijo?

1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC, sendo considerados muitas
vezes falaciosos por essas linhas de pensamento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura foge da lógica tradicional e se obtém uma conclusão
falsa.

15
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Diagramas lógicos

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários problemas. É uma ferramenta para resolver-
mos problemas que envolvam argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento podem ser
formadas por proposições categóricas.
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para conseguir resolver questões que
envolvam os diagramas lógicos.
Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

PREPOSI-
TIPO DIAGRAMAS
ÇÃO

A TODO
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A, então pertence também a


B.

NENHUM
E AéB

Existe pelo menos um elemento que pertence a A, então não perten-


ce a B, e vice-versa.

16
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Existe pelo menos um elemento comum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguintes formas:

ALGUM
I AéB

ALGUM
O
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a atenção está sobre o(s) elemento


(s) de A que não são B (enquanto que, no “Algum A é B”, a atenção
estava sobre os que eram B, ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a diferença entre conjuntos, que
forma o conjunto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO – IADES) Considere as proposi-
ções: “todo cinema é uma casa de cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é casa
de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.

17
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

- Existem teatros que não são cinemas

- Algum teatro é casa de cultura

Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC


Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último diagrama vimos que não é uma verdade,
pois temos que existe pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.

18
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mesmo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, a primeira proposição já nos afirma o
contrário. O diagrama nos afirma isso

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justificativa é observada no diagrama da alter-
nativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Correta, que podemos observar no diagrama
abaixo, uma vez que todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também não é ci-
nema.

tabelas e gráficos.

— Gráficos
Os gráficos são representações que facilitam a análise de dados, os quais costumam ser dispostos em
tabelas quando se realiza pesquisas estatísticas2. Eles trazem muito mais praticidade, principalmente quando
os dados não são discretos, ou seja, quando são números consideravelmente grandes. Além disso, os gráficos
também apresentam de maneira evidente os dados em seu aspecto temporal.
Elementos do Gráfico
Ao construirmos um gráfico em estatística, devemos levar em consideração alguns elementos que são
essenciais para sua melhor compreensão. Um gráfico deve ser simples devido à necessidade de passar
uma informação de maneira mais rápida e coesa, ou seja, em um gráfico estatístico, não deve haver muitas
informações, devemos colocar nele somente o necessário.
As informações em um gráfico devem estar dispostas de maneira clara e verídica para que os resultados
sejam dados de modo coeso com a finalidade da pesquisa.”
Tipos de Gráficos
Em estatística é muito comum a utilização de diagramas para representar dados, diagramas são gráficos
construídos em duas dimensões, isto é, no plano. Existem vários modos de representá-los. A seguir, listamos
alguns.

2 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/graficos.htm

19
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
• Gráfico de Pontos
Também conhecido como Dotplot, é utilizado quando possuímos uma tabela de distribuição de frequência,
sendo ela absoluta ou relativa. O gráfico de pontos tem por objetivo apresentar os dados das tabelas de forma
resumida e que possibilite a análise das distribuições desses dados.
Exemplo: Suponha uma pesquisa, realizada em uma escola de educação infantil, na qual foram coletadas
as idades das crianças. Nessa coleta foi organizado o seguinte rol:
Rol: {1, 1, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6}
Podemos organizar esses dados utilizando um Dotplot.

Observe que a quantidade de pontos corresponde à frequência de cada idade e o somatório de todos os
pontos fornece-nos a quantidade total de dados coletados.
• Gráfico de linha
É utilizado em casos que existe a necessidade de analisar dados ao longo do tempo, esse tipo de gráfico é
muito presente em análises financeiras. O eixo das abscissas (eixo x) representa o tempo, que pode ser dado
em anos, meses, dias, horas etc., enquanto o eixo das ordenadas (eixo y) representa o outro dado em questão.
Uma das vantagens desse tipo de gráfico é a possibilidade de realizar a análise de mais de uma tabela, por
exemplo.
Exemplo: Uma empresa deseja verificar seu faturamento em determinado ano, os dados foram dispostos
em uma tabela.

20
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Veja que nesse tipo de gráfico é possível ter uma melhor noção a respeito do crescimento ou do decrescimento
dos rendimentos da empresa.
• Gráfico de Barras
Tem como objetivo comparar os dados de determinada amostra utilizando retângulos de mesma largura e
altura. Altura essa que deve ser proporcional ao dado envolvido, isto é, quanto maior a frequência do dado,
maior deve ser a altura do retângulo.
Exemplo: Imagine que determinada pesquisa tem por objetivo analisar o percentual de determinada população
que acesse ou tenha: internet, energia elétrica, rede celular, aparelho celular ou tablet. Os resultados dessa
pesquisa podem ser dispostos em um gráfico como este:

• Gráfico de Colunas
Seu estilo é semelhante ao do gráfico de barras, sendo utilizado para a mesma finalidade. O gráfico de
colunas então é usado quando as legendas forem curtas, a fim de não deixar muitos espaços em branco no
gráfico de barra.
Exemplo: Este gráfico está, de forma genérica, quantificando e comparando determinada grandeza ao longo
de alguns anos.

21
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
• Gráfico de Setor
É utilizado para representar dados estatísticos com um círculo dividido em setores, as áreas dos setores
são proporcionais às frequências dos dados, ou seja, quanto maior a frequência, maior a área do setor circular.
Exemplo: Este exemplo, de forma genérica, está apresentando diferentes variáveis com frequências diversas
para determinada grandeza, a qual pode ser, por exemplo, a porcentagem de votação em candidatos em uma
eleição.

• Histograma
O Histograma é uma ferramenta de análise de dados que apresenta diversos retângulos justapostos (barras
verticais)3.
Por esse motivo, ele se assemelha ao gráfico de colunas, entretanto, o histograma não apresenta espaço
entre as barras.

3 https://www.todamateria.com.br/tipos-de-graficos/

22
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
• Infográficos
Os infográficos representam a união de uma imagem com um texto informativo. As imagens podem conter
alguns tipos de gráficos.

— Tabelas
As tabelas são usadas para organizar algumas informações ou dados. Da mesma forma que os gráficos,
elas facilitam o entendimento, por meio de linhas e colunas que separam os dados.

23
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Sendo assim, são usadas para melhor visualização de informações em diversas áreas do conhecimento.
Também são muito frequentes em concursos e vestibulares.

Conjuntos e suas operações.

Um conteúdo matemático comum de ser associado com a temática da lógica é a Teoria de Conjuntos.
Veremos que podemos estabelecer diversas relações entre os temas, enriquecendo ainda mais nosso repertório
de abordagem para as questões. Mas primeiro devemos entender do que se trata um conjunto.
Um conjunto é uma coleção de objetos quaisquer. Podem ou não seguir alguma lógica para se formarem.
Podemos elencar um conjunto através de enumerar seus objetos (um conjunto formado por parafuso, prego
e uma chave de fenda), ou a partir de uma “lei” (conjunto de ferramentas que tenho em casa: chave de fenda,
furadeira, chave inglesa, entre outras). Além disso, cada um desses objetos pertencentes a um conjunto iremos
chamar de elemento. Assim, um conjunto é formado por uma coleção de elementos.
Iremos chamar os conjuntos através de letras maiúsculas (A, B, C, X, Y, Z, …), enquanto que seus elementos
por letras minúsculas (a, b, c, …).

Fonte: autor
Podemos listar que Pedra, Rubi, Esmeralda, Pérola e Diamante pertencem a esse conjunto A, enquanto
Pente, Jeans e Acerola não pertencem.
Simbolicamente, podemos definir o conjunto A enumerando seus elementos da seguinte forma:
A = {Pedra; Rubi; Esmeralda; Diamante; Pérola}.
Podemos ter também subconjuntos, ou seja, um conjunto dentro de outro. Se criássemos um conjunto onde
seus elementos são alimentos amarelos, poderíamos agrupar seus elementos e obter um subconjunto com
frutas amarelas.

24
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Fonte: Autor
Neste caso, dizemos que o conjunto E é um subconjunto do conjunto D.
Dessa forma, dizemos que um conjunto X está contido em outro Y quando todos seus elementos de Y
também são elementos de X, mas o contrário não vale (no nosso exemplo, abacaxi e maracujá fazem parte de
D, mas milho e quindim não fazem parte de E).
Para tudo isso que vimos, há uma simbologia apropriada. Para indicar que um elemento está no conjunto
(que pertence ao conjunto) utilizamos o signo ∈, quando ele não está no conjunto (quando não pertence),
utilizamos o mesmo sinal, mas cortado, ∉.
Pedra ∈ A (o elemento Pedra pertence ao conjunto A)
Jeans ∉ A (o elemento Jeans não pertence ao conjunto A)
Quindim ∉ D
Quindim ∉ E
E além de elementos, podemos fazer o mesmo para conjuntos, através dos símbolos ⊂ (contido), ⊄ (não
contido), ⊃ (contém) e ⊅ (não contém).
D ⊃ E (o conjunto D contém o subconjunto E)
E ⊂ D (o conjunto E está contido em D)
A ⊅ D (o conjunto A não contém o conjunto D)
D ⊄ E (o conjunto D não está contido no conjunto E)
Repare que os símbolos são muito próximos, sempre voltados ao “conjunto principal” que se referem. Mais
uma vez, tanto os símbolos de pertencimento quanto os de contenção fazem alusão a linguagem oral.
Além destes símbolos, temos também outros que, tais quais os conectivos lógicos, se assemelham a certas
estruturas, são eles: união, intersecção e diferença.
União (∪)
É a “soma” entre dois ou mais conjuntos, unindo-os.
G = conjunto dos números pares
F= conjunto dos números menores que 10
G ∪ F = {1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; 14; 16; 18; …}

25
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Fonte: Autor
Representação da união entre conjuntos
Intersecção (∩)
São os elementos comuns entre os conjuntos (há nos dois ao mesmo tempo)
G = conjunto dos números pares
F= conjunto dos números menores que 10
G ∩ F = {2; 4; 6; 8}

Fonte: autor
Representação da intersecção entre conjuntos
Diferença ( — )
São os elementos que um conjunto não tem em comum com outro. Nos nossos exemplos, G — F seria
pensar o que há em G que não há em F?, assim como F — G seria o que há em F que não há em G?
G = conjunto dos números pares
F= conjunto dos números menores que 10
G — F = {10; 12; 14; 16; 18; …}
F — G = {1; 3; 5; 7; 9}
Ou seja, em G — F, tirei os elementos de F de G (tirei os números menores que 10 do conjunto de todos os
números pares, tirando assim os números 2; 4; 6 e 8.

26
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Fonte: autor
À esquerda temos a representação de G-F, enquanto que à direita temos F-G.
Um tipo específico de conjuntos são os conjuntos numéricos, conjuntos os quais seus elementos são
números (conjunto dos números pares, conjunto dos números inteiros).
Os principais conjuntos numéricos são:
Conjunto dos números naturais - números positivos
ℕ = {0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; …)
Conjunto dos números inteiros - números positivos e negativos
ℤ = {...; -3; -2; -1; 0; 1; 2; 3; …}
Conjunto dos números racionais - números que podem ser escritos como uma fração (razão), ou seja,
números com vírgulas, dízimas periódicas, números inteiros.
ℚ = {...; -½; …; -0,25; …; 0; 3; 0,222222222222…; …}
Conjunto dos números irracionais - números que não podem ser escritos como uma fração, ou seja, números
que resultam em dízimas não periódicas.
𝕀 = {...; √ 2; π; 7,135794613…; …}
Conjunto dos números reais - união entre o conjunto dos números racionais e dos números irracionais.
ℝ=𝕀∪ℚ
Interessante notar que estamos aumentando o escopo dos conjuntos numéricos, podendo assim fazer a
seguinte representação por diagrama destes conjuntos todos:

Fonte: Autor
Vimos então o quão prático é a representação de conjuntos através de diagramas, fazendo ficar muito mais
intuitivo as operações e estabelecer relações entre os elementos e os subconjuntos devido ao apelo visual.
Por fim, iremos ver uma equação que nos será muito útil para contar elementos de um conjunto quando
ocorre uma união:
A∪B=A+B-A∩B
Lemos esta expressão como o número de elementos da união entre A e B (A ∪ B) é igual a soma do número
de elemento de A com o número de elementos de B - a intersecção entre A e B (A ∩ B).

27
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Pode parecer complicada esta equação, mas pense assim. Quando somo os elementos de A com os de B,
pode ser que existam elementos repetidos entre estes conjuntos, estes elementos repetidos são justamente a
intersecção. Quando a tiramos, tiramos esta repetição e obtemos então o número exato de elementos da união
entre A e B.

Números naturais, inteiros, racionais, reais e suas operações. Representação na reta.

— Conjuntos Numéricos
O grupo de termos ou elementos que possuem características parecidas, que são similares em sua nature-
za, são chamados de conjuntos. Quando estudamos matemática, se os elementos parecidos ou com as mes-
mas características são números, então dizemos que esses grupos são conjuntos numéricos4.
Em geral, os conjuntos numéricos são representados graficamente ou por extenso – forma mais comum em
se tratando de operações matemáticas. Quando os representamos por extenso, escrevemos os números entre
chaves {}. Caso o conjunto seja infinito, ou seja, tenha incontáveis números, os representamos com reticências
depois de colocar alguns exemplos. Exemplo: N = {0, 1, 2, 3, 4…}.
Existem cinco conjuntos considerados essenciais, pois eles são os mais usados em problemas e questões
no estudo da Matemática. São eles: Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais e Reais.
Conjunto dos Números Naturais (N)
O conjunto dos números naturais é representado pela letra N. Ele reúne os números que usamos para contar
(incluindo o zero) e é infinito. Exemplo:
N = {0, 1, 2, 3, 4…}
Além disso, o conjunto dos números naturais pode ser dividido em subconjuntos:
N* = {1, 2, 3, 4…} ou N* = N – {0}: conjunto dos números naturais não nulos, ou sem o zero.
Np = {0, 2, 4, 6…}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais pares.
Ni = {1, 3, 5, 7..}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais ímpares.
P = {2, 3, 5, 7..}: conjunto dos números naturais primos.
Conjunto dos Números Inteiros (Z)
O conjunto dos números inteiros é representado pela maiúscula Z, e é formado pelos números inteiros ne-
gativos, positivos e o zero. Exemplo: Z = {-4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4…}
O conjunto dos números inteiros também possui alguns subconjuntos:
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não negativos.
Z- = {…-4, -3, -2, -1, 0}: conjunto dos números inteiros não positivos.
Z*+ = {1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não negativos e não nulos, ou seja, sem o zero.
Z*- = {… -4, -3, -2, -1}: conjunto dos números inteiros não positivos e não nulos.
Conjunto dos Números Racionais (Q)
Números racionais são aqueles que podem ser representados em forma de fração. O numerador e o deno-
minador da fração precisam pertencer ao conjunto dos números inteiros e, é claro, o denominador não pode ser
zero, pois não existe divisão por zero.
O conjunto dos números racionais é representado pelo Q. Os números naturais e inteiros são subconjuntos
dos números racionais, pois todos os números naturais e inteiros também podem ser representados por uma
fração. Além destes, números decimais e dízimas periódicas também estão no conjunto de números racionais.
Vejamos um exemplo de um conjunto de números racionais com 4 elementos:

4 https://matematicario.com.br/

28
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Qx = {-4, 1/8, 2, 10/4}
Também temos subconjuntos dos números racionais:
Q* = subconjunto dos números racionais não nulos, formado pelos números racionais sem o zero.
Q+ = subconjunto dos números racionais não negativos, formado pelos números racionais positivos.
Q*+ = subconjunto dos números racionais positivos, formado pelos números racionais positivos e não nulos.
Q- = subconjunto dos números racionais não positivos, formado pelos números racionais negativos e o zero.
Q*- = subconjunto dos números racionais negativos, formado pelos números racionais negativos e não nulos.
Conjunto dos Números Irracionais (I)
O conceito de números irracionais é dependente da definição de números racionais. Assim, pertencem ao
conjunto dos números irracionais os números que não pertencem ao conjunto dos racionais.
Em outras palavras, ou um número é racional ou é irracional. Não há possibilidade de pertencer aos dois
conjuntos ao mesmo tempo. Por isso, o conjunto dos números irracionais é complementar ao conjunto dos nú-
meros racionais dentro do universo dos números reais.
Outra forma de saber quais números formam o conjunto dos números irreais é saber que os números irracio-
nais não podem ser escritos em forma de fração. Isso acontece, por exemplo, com decimais infinitos e raízes
não exatas.
Os decimais infinitos são números que têm infinitas casas decimais e que não são dízimas periódicas. Como
exemplo, temos 0,12345678910111213, π, √3 etc.
Conjunto dos Números Reais (R)
O conjunto dos números reais é representado pelo R e é formado pela junção do conjunto dos números
racionais com o conjunto dos números irracionais. Não esqueça que o conjunto dos racionais é a união dos
conjuntos naturais e inteiros. Podemos dizer que entre dois números reais existem infinitos números.
Entre os conjuntos números reais, temos:
R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.
R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos.
R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos.
R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos.
R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.
— Múltiplos e Divisores
Os conceitos de múltiplos e divisores de um número natural estendem-se para o conjunto dos números in-
teiros5. Quando tratamos do assunto múltiplos e divisores, referimo-nos a conjuntos numéricos que satisfazem
algumas condições. Os múltiplos são encontrados após a multiplicação por números inteiros, e os divisores são
números divisíveis por um certo número.
Devido a isso, encontraremos subconjuntos dos números inteiros, pois os elementos dos conjuntos dos múl-
tiplos e divisores são elementos do conjunto dos números inteiros. Para entender o que são números primos, é
necessário compreender o conceito de divisores.
Múltiplos de um Número
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, o número a é múltiplo de b se, e somente se, existir um nú-
mero inteiro k tal que a = b · k. Desse modo, o conjunto dos múltiplos de a é obtido multiplicando a por todos os
números inteiros, os resultados dessas multiplicações são os múltiplos de a.
Por exemplo, listemos os 12 primeiros múltiplos de 2. Para isso temos que multiplicar o número 2 pelos 12
primeiros números inteiros, assim:
2·1=2
5 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm

29
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
2·2=4
2·3=6
2·4=8
2 · 5 = 10
2 · 6 = 12
2 · 7 = 14
2 · 8 = 16
2 · 9 = 18
2 · 10 = 20
2 · 11 = 22
2 · 12 = 24
Portanto, os múltiplos de 2 são:
M(2) = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24}
Observe que listamos somente os 12 primeiros números, mas poderíamos ter listado quantos fossem neces-
sários, pois a lista de múltiplos é dada pela multiplicação de um número por todos os inteiros. Assim, o conjunto
dos múltiplos é infinito.
Para verificar se um número é ou não múltiplo de outro, devemos encontrar um número inteiro de forma que
a multiplicação entre eles resulte no primeiro número. Veja os exemplos:
– O número 49 é múltiplo de 7, pois existe número inteiro que, multiplicado por 7, resulta em 49.
49 = 7 · 7
– O número 324 é múltiplo de 3, pois existe número inteiro que, multiplicado por 3, resulta em 324.
324 = 3 · 108
– O número 523 não é múltiplo de 2, pois não existe número inteiro que, multiplicado por 2, resulte em 523.
523 = 2 · ?”
• Múltiplos de 4
Como vimos, para determinar os múltiplos do número 4, devemos multiplicar o número 4 por números intei-
ros. Assim:
4·1=4
4·2=8
4 · 3 = 12
4 · 4 = 16
4 · 5 = 20
4 · 6 = 24
4 · 7 = 28
4 · 8 = 32
4 · 9 = 36
4 · 10 = 40
4 · 11 = 44
4 · 12 = 48
...

30
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Portanto, os múltiplos de 4 são:
M(4) = {4, 8, 12, 16, 20. 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, … }
Divisores de um Número
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, vamos dizer que b é divisor de a se o número b for múltiplo
de a, ou seja, a divisão entre b e a é exata (deve deixar resto 0).
Veja alguns exemplos:
– 22 é múltiplo de 2, então, 2 é divisor de 22.
– 63 é múltiplo de 3, logo, 3 é divisor de 63.
– 121 não é múltiplo de 10, assim, 10 não é divisor de 121.
Para listar os divisores de um número, devemos buscar os números que o dividem. Veja:
– Liste os divisores de 2, 3 e 20.
D(2) = {1, 2}
D(3) = {1, 3}
D(20) = {1, 2, 4, 5, 10, 20}
Observe que os números da lista dos divisores sempre são divisíveis pelo número em questão e que o maior
valor que aparece nessa lista é o próprio número, pois nenhum número maior que ele será divisível por ele.
Por exemplo, nos divisores de 30, o maior valor dessa lista é o próprio 30, pois nenhum número maior que
30 será divisível por ele. Assim:
D(30) = {1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30}.
Propriedade dos Múltiplos e Divisores
Essas propriedades estão relacionadas à divisão entre dois inteiros. Observe que quando um inteiro é múl-
tiplo de outro, é também divisível por esse outro número.
Considere o algoritmo da divisão para que possamos melhor compreender as propriedades.
N = d · q + r, em que q e r são números inteiros.
Lembre-se de que:
N: dividendo;
d, divisor;
q: quociente;
r: resto.
– Propriedade 1: A diferença entre o dividendo e o resto (N – r) é múltipla do divisor, ou o número d é divisor
de (N – r).
– Propriedade 2: (N – r + d) é um múltiplo de d, ou seja, o número d é um divisor de (N – r + d).
Veja o exemplo:
Ao realizar a divisão de 525 por 8, obtemos quociente q = 65 e resto r = 5.
Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que as propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5
+ 8) = 528 é divisível por 8 e:
528 = 8 · 66
— Números Primos
Os números primos são aqueles que apresentam apenas dois divisores: um e o próprio número6. Eles fazem
parte do conjunto dos números naturais.

6 https://www.todamateria.com.br/o-que-sao-numeros-primos/

31
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Por exemplo, 2 é um número primo, pois só é divisível por um e ele mesmo.
Quando um número apresenta mais de dois divisores eles são chamados de números compostos e podem
ser escritos como um produto de números primos.
Por exemplo, 6 não é um número primo, é um número composto, já que tem mais de dois divisores (1, 2 e
3) e é escrito como produto de dois números primos 2 x 3 = 6.
Algumas considerações sobre os números primos:
– O número 1 não é um número primo, pois só é divisível por ele mesmo;
– O número 2 é o menor número primo e, também, o único que é par;
– O número 5 é o único número primo terminado em 5;
– Os demais números primos são ímpares e terminam com os algarismos 1, 3, 7 e 9.
Uma maneira de reconhecer um número primo é realizando divisões com o número investigado. Para facili-
tar o processo, veja alguns critérios de divisibilidade:
– Divisibilidade por 2: todo número cujo algarismo da unidade é par é divisível por 2;
– Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 se a soma dos seus algarismos é um número divisível por
3;
– Divisibilidade por 5: um número será divisível por 5 quando o algarismo da unidade for igual a 0 ou 5.
Se o número não for divisível por 2, 3 e 5 continuamos as divisões com os próximos números primos meno-
res que o número até que:
– Se for uma divisão exata (resto igual a zero) então o número não é primo.
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o quociente for menor que o divisor, então o nú-
mero é primo.
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o quociente for igual ao divisor, então o número é
primo.
Exemplo: verificar se o número 113 é primo.
Sobre o número 113, temos:
– Não apresenta o último algarismo par e, por isso, não é divisível por 2;
– A soma dos seus algarismos (1+1+3 = 5) não é um número divisível por 3;
– Não termina em 0 ou 5, portanto não é divisível por 5.
Como vimos, 113 não é divisível por 2, 3 e 5. Agora, resta saber se é divisível pelos números primos menores
que ele utilizando a operação de divisão.
Divisão pelo número primo 7:

Divisão pelo número primo 11:

32
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Observe que chegamos a uma divisão não exata cujo quociente é menor que o divisor. Isso comprova que
o número 113 é primo.

Unidades de medida: distância, massa e tempo.

As unidades de medida são modelos estabelecidos para medir diferentes grandezas, tais como comprimento,
capacidade, massa, tempo e volume7.
O Sistema Internacional de Unidades (SI) define a unidade padrão de cada grandeza. Baseado no sistema
métrico decimal, o SI surgiu da necessidade de uniformizar as unidades que são utilizadas na maior parte dos
países.
— Medidas de Comprimento
Existem várias medidas de comprimento, como por exemplo a jarda, a polegada e o pé.
No SI a unidade padrão de comprimento é o metro (m). Atualmente ele é definido como o comprimento da
distância percorrida pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de um segundo.
Assim, são múltiplos do metro: quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam)8.
Enquanto são submúltiplos do metro: decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).
Os múltiplos do metro são as grandes distâncias. Eles são chamados de múltiplos porque resultam de uma
multiplicação que tem como referência o metro.
Os submúltiplos, ao contrário, como pequenas distâncias, resultam de uma divisão que tem igualmente como
referência o metro. Eles aparecem do lado direito na tabela acima, cujo centro é a nossa medida base - o metro.

— Medidas de Capacidade
As medidas de capacidade representam as unidades usadas para definir o volume no interior de um
recipiente9. A principal unidade de medida da capacidade é o litro (L).
O litro representa a capacidade de um cubo de aresta igual a 1 dm. Como o volume de um cubo é igual a
medida da aresta elevada ao cubo, temos então a seguinte relação:
1 L = 1 dm³
Mudança de Unidades
O litro é a unidade fundamental de capacidade. Entretanto, também é usado o quilolitro(kL), hectolitro(hL) e
decalitro que são seus múltiplos e o decilitro, centilitro e o mililitro que são os submúltiplos.
Como o sistema padrão de capacidade é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são
feitas multiplicando-se ou dividindo-se por 10.
Para transformar de uma unidade de capacidade para outra, podemos utilizar a tabela abaixo:

7 https://www.todamateria.com.br/unidades-de-medida/
8 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-comprimento/
9 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-capacidade/

33
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Exemplo: fazendo as seguintes transformações:
a) 30 mL em L
Observando a tabela acima, identificamos que para transformar de ml para L devemos dividir o número três
vezes por 10, que é o mesmo que dividir por 1000. Assim, temos:
30 : 1000 = 0,03 L
Note que dividir por 1000 é o mesmo que “andar” com a vírgula três casa diminuindo o número.
b) 5 daL em dL
Seguindo o mesmo raciocínio anterior, identificamos que para converter de decalitro para decilitro devemos
multiplicar duas vezes por 10, ou seja, multiplicar por 100.
5 . 100 = 500 dL
c) 400 cL em L
Para passar de centilitro para litro, vamos dividir o número duas vezes por 10, isto é, dividir por 100:
400 : 100 = 4 L
Medida de Volume
As medidas de volume representam o espaço ocupado por um corpo. Desta forma, podemos muitas vezes
conhecer a capacidade de um determinado corpo conhecendo seu volume.
A unidade de medida padrão de volume é o metro cúbico (m³), sendo ainda utilizados seus múltiplos (km³,
hm³ e dam³) e submúltiplos (dm³, cm³ e mm³).
Em algumas situações é necessário transformar a unidade de medida de volume para uma unidade de
medida de capacidade ou vice-versa. Nestes casos, podemos utilizar as seguintes relações:
1 m³ = 1 000 L
1 dm³ = 1 L
1 cm³ = 1 mL
Exemplo: Um tanque tem a forma de um paralelepípedo retângulo com as seguintes dimensões: 1,80 m de
comprimento, 0,90 m de largura e 0,50 m de altura. A capacidade desse tanque, em litros, é:
A) 0,81
B) 810
C) 3,2
D) 3200
Para começar, vamos calcular o volume do tanque, e para isso, devemos multiplicar suas dimensões:
V = 1,80 . 0,90 . 0,50 = 0,81 m³
Para transformar o valor encontrado em litros, podemos fazer a seguinte regra de três:

34
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Assim, x = 0,81 . 1000 = 810 L.
Portanto, a resposta correta é a alternativa b.
Medidas de Massa
No Sistema Internacional de unidades a medida de massa é o quilograma (kg)10. Um cilindro de platina e
irídio é usado como o padrão universal do quilograma.
As unidades de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg),
centigrama (cg) e miligrama (mg).
São ainda exemplos de medidas de massa a arroba, a libra, a onça e a tonelada. Sendo 1 tonelada equivalente
a 1000 kg.
• Unidades de medida de massa
As unidades do sistema métrico decimal de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag),
grama (g), decigrama (dg), centigrama (cg), miligrama (mg).
Utilizando o grama como base, os múltiplos e submúltiplos das unidades de massa estão na tabela a seguir.

Além das unidades apresentadas existem outras como a tonelada, que é um múltiplo do grama, sendo que
1 tonelada equivale a 1 000 000 g ou 1 000 kg. Essa unidade é muito usada para indicar grandes massas.
A arroba é uma unidade de medida usada no Brasil, para determinar a massa dos rebanhos bovinos, suínos
e de outros produtos. Uma arroba equivale a 15 kg.
O quilate é uma unidade de massa, quando se refere a pedras preciosas. Neste caso 1 quilate vale 0,2 g.
— Conversão de unidades
Como o sistema padrão de medida de massa é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos
são feitas multiplicando-se ou dividindo-se por 1011.
Para transformar as unidades de massa, podemos utilizar a tabela abaixo:

Exemplos:
a) Quantas gramas tem 1 kg?
10 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
11 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/

35
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Para converter quilograma em grama basta consultar o quadro acima. Observe que é necessário multiplicar
por 10 três vezes.
1 kg → g
1 kg x 10 x 10 x 10 = 1 x 1000 = 1.000 g
b) Quantos quilogramas tem em 3.000 g?
Para transformar grama em quilograma, vemos na tabela que devemos dividir o valor dado por 1.000. Isto é o
mesmo que dividir por 10, depois novamente por 10 e mais uma vez por 10.
3.000 g → kg
3.000 g : 10 : 10 : 10 = 3.000 : 1.000 = 3 kg
c) Transformando 350 g em mg.
Para transformar de grama para miligrama devemos multiplicar o valor dado por 1.000 (10 x 10 x 10).
350 g → mg
350 x 10 x 10 x 10 = 350 x 1000 = 350.000 mg
— Medidas de Tempo
Existem diversas unidades de medida de tempo, por exemplo a hora, o dia, o mês, o ano, o século. No sistema
internacional de medidas a unidades de tempo é o segundo (s)12.
Horas, Minutos e Segundos
Muitas vezes necessitamos transformar uma informação que está, por exemplo, em minuto para segundos, ou
em segundos para hora.
Para tal, devemos sempre lembrar que 1 hora tem 60 minutos e que 1 minuto equivale a 60 segundos. Desta
forma, 1 hora corresponde a 3.600 segundos.
Assim, para mudar de hora para minuto devemos multiplicar por 60. Por exemplo, 3 horas equivalem a 180
minutos (3 . 60 = 180).
O diagrama abaixo apresenta a operação que devemos fazer para passar de uma unidade para outra.

Em algumas áreas é necessário usar medidas com precisão maior que o segundo. Neste caso, usamos seus
submúltiplos.
Assim, podemos indicar o tempo decorrido de um evento em décimos, centésimos ou milésimos de segundos.
Por exemplo, nas competições de natação o tempo de um atleta é medido com precisão de centésimos de
segundo.
Instrumentos de Medidas
Para medir o tempo utilizamos relógios que são dispositivos que medem eventos que acontecem em intervalos
regulares.
Os primeiros instrumentos usados para a medida do tempo foram os relógios de Sol, que utilizavam a sombra
projetada de um objeto para indicar as horas.

12 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-tempo/

36
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Foram ainda utilizados relógios que empregavam escoamento de líquidos, areia, queima de fluidos e dispositivos
mecânicos como os pêndulos para indicar intervalos de tempo.
Outras Unidades de Medidas de Tempo
O intervalo de tempo de uma rotação completa da terra equivale a 24h, que representa 1 dia.
O mês é o intervalo de tempo correspondente a determinado número de dias. Os meses de abril, junho, setembro,
novembro têm 30 dias.
Já os meses de janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro possuem 31 dias. O mês de fevereiro
normalmente têm 28 dias. Contudo, de 4 em 4 anos ele têm 29 dias.
O ano é o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol. Normalmente, 1 ano corresponde
a 365 dias, no entanto, de 4 em 4 anos o ano têm 366 dias (ano bissexto).
Na tabela abaixo relacionamos algumas dessas unidades:

Tabela de Conversão de Medidas


O mesmo método pode ser utilizado para calcular várias grandezas.
Primeiro, vamos desenhar uma tabela e colocar no seu centro as unidades de medidas bases das grandezas
que queremos converter, por exemplo:
Capacidade: litro (l)
Comprimento: metro (m)
Massa: grama (g)
Volume: metro cúbico (m3)
Tudo o que estiver do lado direito da medida base são chamados submúltiplos. Os prefixos deci, centi e mili
correspondem respectivamente à décima, centésima e milésima parte da unidade fundamental.
Do lado esquerdo estão os múltiplos. Os prefixos deca, hecto e quilo correspondem respectivamente a dez,
cem e mil vezes a unidade fundamental.

37
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Exemplos:
a) Quantos mililitros correspondem 35 litros?
Para fazer a transformação pedida, vamos escrever o número na tabela das medidas de capacidade.
Lembrando que a medida pode ser escrita como 35,0 litros. A virgula e o algarismo que está antes dela devem
ficar na casa da unidade de medida dada, que neste caso é o litro.

Depois completamos as demais caixas com zeros até chegar na unidade pedida. A vírgula ficará sempre
atrás dos algarismos que estiver na caixa da unidade pedida, que neste caso é o ml.

Assim 35 litros correspondem a 35000 ml.


b) Transformando 700 gramas em quilogramas.
Lembrando que podemos escrever 700,0 g. Colocamos a vírgula e o 0 antes dela na unidade dada, neste
caso g e os demais algarismos nas casas anteriores.

Depois completamos com zeros até chegar na casa da unidade pedida, que neste caso é o quilograma. A
vírgula passa então para atrás do algarismo que está na casa do quilograma.

Então 700 g corresponde a 0,7 kg.

38
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Representação de pontos no plano cartesiano.

A geometria analítica utiliza coordenadas e funções do plano cartesiano para solucionar perguntas
matemáticas. É a área da matemática que relaciona a álgebra com a geometria. A álgebra utiliza variáveis para
representar os números e u utiliza fórmulas matemáticas.
Conhecer essa frente da matemática também é importante para resolver questões de Física. Por exemplo, o
cálculo da área em um plano cartesiano pode informar o deslocamento (ΔS) se o eixo x e o eixo y informarem
a velocidade e o tempo.
O primeiro passo para estudar essa matéria é aprender o conceito de ponto e reta.
- Um ponto determina uma posição no espaço.
- Uma reta é um conjunto de pontos.
- Um plano é um conjunto infinito com duas dimensões.
Entender a relação entre ponto, reta e plano é importante para resolver questões com coordenadas no plano
cartesiano, mas também para responder perguntas sobre a definição de ponto, reta e plano, e a posição relativa
entre retas, reta e plano e planos.
Para representar um ponto (A, por exemplo) em um plano cartesiano, primeiro você deve indicar a posição
no eixo x (horizontal) e depois no eixo y (vertical). Assim, segue as coordenadas seguem o modelo A (xa,ya).
— Equação Fundamental da Reta
A equação fundamental da reta que passa pelo ponto P (x0, y0) e tem coeficiente angular m é:
y – y0 = m . (x – x0)
Equação Reduzida e Equação Geral da Reta
• Equação reduzida: y = mx + q e m = tgα.
• Equação geral: ax + by + c = 0.

— Distância entre Dois Pontos


O ponto médio M do segmento de extremos A(xA, yA) e B(xB, yB) é dado por:

A distância d entre os pontos A(xA, yA) e B(xB, yB) é dada por:

39
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Álgebra básica: equações, sistemas e problemas do primeiro e do segundo graus.

— Equação do 1° Grau
Na Matemática, a equação é uma igualdade que envolve uma ou mais incógnitas13. Quem determina o “grau”
dessa equação é o expoente dessa incógnita, ou seja, se o expoente for 1, temos a equação do 1º grau. Se o
expoente for 2, a equação será do 2º grau; se o expoente for 3, a equação será de 3º grau. Exemplos:
4x + 2 = 16 (equação do 1º grau)
x² + 2x + 4 = 0 (equação do 2º grau)
x³ + 2x² + 5x – 2 = 0 (equação do 3º grau)
A equação do 1º grau é apresentada da seguinte forma:

É importante dizer que a e b representam qualquer número real e a é diferente de zero (a 0). A incógnita x
pode ser representada por qualquer letra, contudo, usualmente, utilizamos x ou y como valor a ser encontrado
para o resultado da equação. O primeiro membro da equação são os números do lado esquerdo da igualdade,
e o segundo membro, o que estão do lado direito da igualdade.
Como resolver uma equação do primeiro grau
Para resolvermos uma equação do primeiro grau, devemos achar o valor da incógnita (que vamos chamar
de x) e, para que isso seja possível, é só isolar o valor do x na igualdade, ou seja, o x deve ficar sozinho em
um dos membros da equação.
O próximo passo é analisar qual operação está sendo feita no mesmo membro em que se encontra x e
“jogar” para o outro lado da igualdade fazendo a operação oposta e isolando x.
1° exemplo:

Nesse caso, o número que aparece do mesmo lado de x é o 4 e ele está somando. Para isolar a incógnita,
ele vai para o outro lado da igualdade fazendo a operação inversa (subtração):

2° exemplo:

O número que está do mesmo lado de x é o 12 e ele está subtraindo. Nesse exemplo, ele vai para o outro
lado da igualdade com a operação inversa, que é a soma:

13 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacao-primeiro-grau.htm#:~:text=Na%20Matem%C3%A1tica%2C%20a%20equa%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9,e-
qua%C3%A7%C3%A3o%20ser%C3%A1%20de%203%C2%BA%20grau.

40
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
3° exemplo:

Vamos analisar os números que estão no mesmo lado da incógnita, o 4 e o 2. O número 2 está somando
e vai para o outro lado da igualdade subtraindo e o número 4, que está multiplicando, passa para o outro lado
dividindo.

4° exemplo:
Esse exemplo envolve números negativos e, antes de passar o número para o outro lado, devemos sempre
deixar o lado da incógnita positivo, por isso vamos multiplicar toda a equação por -1.

Passando o número 3, que está multiplicando x, para o outro lado, teremos:

— Propriedade Fundamental das Equações


A propriedade fundamental das equações é também chamada de regra da balança. Não é muito utilizada
no Brasil, mas tem a vantagem de ser uma única regra. A ideia é que tudo que for feito no primeiro membro
da equação deve também ser feito no segundo membro com o objetivo de isolar a incógnita para se obter o
resultado. Veja a demonstração nesse exemplo:

Começaremos com a eliminação do número 12. Como ele está somando, vamos subtrair o número 12 nos
dois membros da equação:

41
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Para finalizar, o número 3 que está multiplicando a incógnita será dividido por 3 nos dois membros da
equação:

EQUAÇÃO DO 2° GRAU
Toda equação que puder ser escrita na forma ax2 + bx + c = 0 será chamada equação do segundo grau14.
O único detalhe é que a, b e c devem ser números reais, e a não pode ser igual a zero em hipótese alguma.
Uma equação é uma expressão que relaciona números conhecidos (chamados coeficientes) a números
desconhecidos (chamados incógnitas), por meio de uma igualdade. Resolver uma equação é usar as
propriedades dessa igualdade para descobrir o valor numérico desses números desconhecidos. Como eles
são representados pela letra x, podemos dizer que resolver uma equação é encontrar os valores que x pode
assumir, fazendo com que a igualdade seja verdadeira.
— Como resolver equações do 2º grau?
Conhecemos como soluções ou raízes da equação ax² + bx + c = 0 os valores de x que fazem com que essa
equação seja verdadeira15. Uma equação do 2º grau pode ter no máximo dois números reais que sejam raízes
dela. Para resolver equações do 2º grau completas, existem dois métodos mais comuns:
- Fórmula de Bhaskara;
- Soma e produto.
O primeiro método é bastante mecânico, o que faz com que muitos o prefiram. Já para utilizar o segundo, é
necessário o conhecimento de múltiplos e divisores. Além disso, quando as soluções da equação são números
quebrados, soma e produto não é uma alternativa boa.
— Fórmula de Bhaskara
1) Determinar os coeficientes da equação
Os coeficientes de uma equação são todos os números que não são a incógnita dessa equação, sejam
eles conhecidos ou não. Para isso, é mais fácil comparar a equação dada com a forma geral das equações do
segundo grau, que é: ax2 + bx + c = 0. Observe que o coeficiente “a” multiplica x2, o coeficiente “b” multiplica
x, e o coeficiente “c” é constante.
Por exemplo, na seguinte equação:
x² + 3x + 9 = 0
O coeficiente a = 1, o coeficiente b = 3 e o coeficiente c = 9.
Na equação:
– x² + x = 0
O coeficiente a = – 1, o coeficiente b = 1 e o coeficiente c = 0.
2) Encontrar o discriminante
O discriminante de uma equação do segundo grau é representado pela letra grega Δ e pode ser encontrado
pela seguinte fórmula:
Δ = b² – 4·a·c

14 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacoes-segundo-grau.htm#:~:text=Toda%20equa%C3%A7%C3%A3o%20que%20puder%20ser,a%20zero%20em%20
hip%C3%B3tese%20alguma.
15 https://www.preparaenem.com/matematica/equacao-do-2-grau.htm

42
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Nessa fórmula, a, b e c são os coeficientes da equação do segundo grau. Na equação: 4x² – 4x – 24 = 0, por
exemplo, os coeficientes são: a = 4, b = – 4 e c = – 24. Substituindo esses números na fórmula do discriminante,
teremos:
Δ = b² – 4 · a · c
Δ= (– 4)² – 4 · 4 · (– 24)
Δ = 16 – 16 · (– 24)
Δ = 16 + 384
Δ = 400
— Quantidade de soluções de uma equação
As equações do segundo grau podem ter até duas soluções reais16. Por meio do discriminante, é possível
descobrir quantas soluções a equação terá. Muitas vezes, o exercício solicita isso em vez de perguntar quais
as soluções de uma equação. Então, nesse caso, não é necessário resolvê-la, mas apenas fazer o seguinte:
Se Δ < 0, a equação não possui soluções reais.
Se Δ = 0, a equação possui apenas uma solução real.
Se Δ > 0, a equação possui duas soluções reais.
Isso acontece porque, na fórmula de Bhaskara, calcularemos a raiz de Δ. Se o discriminante é negativo, é
impossível calcular essas raízes.
3) Encontrar as soluções da equação
Para encontrar as soluções de uma equação do segundo grau usando fórmula de Bhaskara, basta substituir
coeficientes e discriminante na seguinte expressão:

Observe a presença de um sinal ± na fórmula de Bhaskara. Esse sinal indica que deveremos fazer um
cálculo para √Δ positivo e outro para √Δ negativo. Ainda no exemplo 4x2 – 4x – 24 = 0, substituiremos seus
coeficientes e seu discriminante na fórmula de Bhaskara:

Então, as soluções dessa equação são 3 e – 2, e seu conjunto de solução é: S = {3, – 2}.
16 https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/discriminante-uma-equacao-segundo-grau.htm

43
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
— Soma e Produto
Nesse método é importante conhecer os divisores de um número. Ele se torna interessante quando as
raízes da equação são números inteiros, porém, quando são um número decimal, esse método fica bastante
complicado.
A soma e o produto é uma relação entre as raízes x1 e x2 da equação do segundo grau, logo devemos buscar
quais são os possíveis valores para as raízes que satisfazem a seguinte relação:

Exemplo: Encontre as soluções para a equação x² – 5x + 6 = 0.


1º passo: encontrar a, b e c.
a=1
b = -5
c=6
2º passo: substituir os valores de a, b e c na fórmula.

3º passo: encontrar o valor de x1 e x2 analisando a equação.


Nesse caso, estamos procurando dois números cujo produto seja igual a 6 e a soma seja igual a 5.
Os números cuja multiplicação é igual a 6 são:
I. 6 x 1 = 6
II. 3 x 2 =6
III. (-6) x (-1) = 6
IV. (-3) x (-2) = 6
Dos possíveis resultados, vamos buscar aquele em que a soma seja igual a 5. Note que somente a II possui
soma igual a 5, logo as raízes da equação são x1 = 3 e x2 = 2.
— Equação do 2º Grau Incompleta
Equação do 2º grau é incompleta quando ela possui b e/ou c iguais a zero4. Existem três tipos dessas
equações, cada um com um método mais adequado para sua resolução.
Uma equação do 2º grau é conhecida como incompleta quando um dos seus coeficientes, b ou c, é igual a
zero. Existem três casos possíveis de equações incompletas, que são:
- Equações que possuem b = 0, ou seja, ax² + c = 0;
- Equações que possuem c = 0, ou seja, ax² + bx = 0;
- Equações em que b = 0 e c = 0, então a equação será ax² = 0.

44
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Em cada caso, é possível utilizar métodos diferentes para encontrar o conjunto de soluções da equação. Por
mais que seja possível resolvê-la utilizando a fórmula de Bhaskara, os métodos específicos de cada equação
incompleta acabam sendo menos trabalhosos. A diferença entre a equação completa e a equação incompleta
é que naquela todos os coeficientes são diferentes de 0, já nesta pelo menos um dos seus coeficientes é zero.
Como Resolver Equações do 2º Grau Incompletas
Para encontrar as soluções de uma equação do 2º grau, é bastante comum a utilização da fórmula de
Bhaskara, porém existem métodos específicos para cada um dos casos de equações incompletas, a seguir
veremos cada um deles.
Quando c = 0
Quando o c = 0, a equação do 2º grau é incompleta e é uma equação do tipo ax² + bx = 0. Para encontrar seu
conjunto de soluções, colocamos a variável x em evidência, reescrevendo essa equação como uma equação
produto. Vejamos um exemplo a seguir.
Exemplo: Encontre as soluções da equação 2x² + 5x = 0.
1º passo: colocar x em evidência.
Reescrevendo a equação colocando x em evidência, temos que:
2x² + 5x = 0
x · (2x + 5) = 0
2º passo: separar a equação produto em dois casos.
Para que a multiplicação entre dois números seja igual a zero, um deles tem que ser igual a zero, no caso,
temos que:
x · (2x + 5) = 0
x = 0 ou 2x + 5 = 0
3º passo: encontrar as soluções.
Já encontramos a primeira solução, x = 0, agora falta encontrar o valor de x que faz com que 2x + 5 seja
igual a zero, então, temos que:
2x + 5 = 0
2x = -5
x = -5/2
Então encontramos as duas soluções da equação, x = 0 ou x = -5/2.
Quando b = 0
Quando b = 0, encontramos uma equação incompleta do tipo ax² + c = 0. Nesse caso, vamos isolar a variável
x até encontrar as possíveis soluções da equação. Vejamos um exemplo:
Exemplo: Encontre as soluções da equação 3x² – 12 = 0.
Para encontrar as soluções, vamos isolar a variável.
3x² – 12 = 0
3x² = 12
x² = 12 : 3
x² = 4
Ao extrair a raiz no segundo membro, é importante lembrar que existem sempre dois números e que, ao
elevarmos ao quadrado, encontramos como solução o número 4 e, por isso, colocamos o símbolo de ±.
x = ±√4
x = ±2

45
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Então as soluções possíveis são x = 2 e x = -2.
Quando b = 0 e c = 0
Quando tanto o coeficiente b quanto o coeficiente c são iguais a zero, a equação será do tipo ax² = 0 e terá
sempre como única solução x = 0. Vejamos um exemplo a seguir.
Exemplo:
3x² = 0
x² = 0 : 3
x² = 0
x = ±√0
x = ±0
x=0

Porcentagem

A porcentagem representa uma razão cujo denominador é 100, ou seja, .

O termo por cento é abreviado usando o símbolo %, que significa dividir por 100 e, por isso, essa razão
também é chamada de razão centesimal ou percentual17.
Saber calcular porcentagem é importante para resolver problemas matemáticos, principalmente na
matemática financeira para calcular descontos, juros, lucro, e assim por diante.
— Calculando Porcentagem de um Valor
Para saber o percentual de um valor basta multiplicar a razão centesimal correspondente à porcentagem
pela quantidade total.
Exemplo: para descobrir quanto é 20% de 200, realizamos a seguinte operação:

Generalizando, podemos criar uma fórmula para conta de porcentagem:

Se preferir, você pode fazer o cálculo de porcentagem da seguinte forma:


1º passo: multiplicar o percentual pelo valor.
20 x 200 = 4.000
2º passo: dividir o resultado anterior por 100.

17 https://www.todamateria.com.br/calcular-porcentagem/

46
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Calculando Porcentagem de Forma Rápida
Alguns cálculos podem levar muito tempo na hora de fazer uma prova. Pensando nisso, trouxemos dois
métodos que te ajudarão a fazer porcentagem de maneira mais rápida.
Método 1: Calcular porcentagem utilizando o 1%
Você também tem como calcular porcentagem rapidamente utilizando o correspondente a 1% do valor.
Vamos continuar usando o exemplo do 20% de 200 para aprender essa técnica.
1º passo: dividir o valor por 100 e encontrar o resultado que representa 1%.

2º passo: multiplicar o valor que representa 1% pela porcentagem que se quer descobrir.
2 x 20 = 40
Chegamos mais uma vez à conclusão que 20% de 200 é 40.
Método 2: Calcular porcentagem utilizando frações equivalentes
As frações equivalentes representam a mesma porção do todo e podem ser encontradas dividindo o
numerador e o denominador da fração pelo mesmo número natural.

Veja como encontrar a fração equivalente de .

Se a fração equivalente de é , então para calcular 20% de um valor basta dividi-lo por 5. Veja como
fazer:

— Calcular porcentagem de aumentos e descontos


Aumentos e descontos percentuais podem ser calculados utilizando o fator de multiplicação ou fator
multiplicativo.

Essa fórmula é diferente para acréscimo e decréscimo no preço de um produto, ou seja, o resultado será
fatores diferentes.
Fator multiplicativo para aumento em um valor
Quando um produto recebe um aumento, o fator de multiplicação é dado por uma soma.
Fator de multiplicação = 1 + i.
Exemplo: Foi feito um aumento de 25% em uma mercadoria que custava R$ 100. O valor final da mercadoria
pode ser calculado da seguinte forma:

47
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
1º passo: encontrar a taxa de variação.

2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.


Fator de multiplicação = 1 + 0,25.
Fator de multiplicação = 1,25.
3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.
100 x 1,25 = 125 reais.
Um acréscimo de 25% fará com que o valor final da mercadoria seja R$ 125.
Fator multiplicativo para desconto em um valor
Para calcular um desconto de um produto, a fórmula do fator multiplicativo envolve uma subtração.
Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Exemplo: Ao aplicar um desconto de 25% em uma mercadoria que custa R$ 100, qual o valor final da
mercadoria?
1º passo: encontrar a taxa de variação.

2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.


Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Fator de multiplicação = 0,75.
3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.
100 x 0,75 = 75 reais.

proporcionalidade direta e inversa.

Quando realizamos uma divisão diretamente proporcional estamos dividindo um número de maneira propor-
cional a uma sequência de outros números. A divisão pode ser de diferentes tipos, vejamos:
Divisão Diretamente Proporcional
• Divisão em duas partes diretamente proporcionais: para decompor um número M em duas partes A e B
diretamente proporcionais a p e q, montamos um sistema com duas equações e duas incógnitas, de modo que
a soma das partes seja A + B = M:

O valor de K é que proporciona a solução pois: A = K.p e B = K.q


• Divisão em várias partes diretamente proporcionais: para decompor um número M em partes x1, x2, ...,
xn diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema com n equações e n incógnitas, sendo
as somas x1 + x2 + ... + xn= M e p1 + p2 + ... + pn = P:

48
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Divisão Inversamente Proporcional
• Divisão em duas partes inversamente proporcionais: para decompor um número M em duas partes A
e B inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este número M em duas partes A e B diretamente
proporcionais a 1/p e 1/q, que são, respectivamente, os inversos de p e q. Assim basta montar o sistema com
duas equações e duas incógnitas tal que A + B = M:

O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B = K/q.


• Divisão em várias partes inversamente proporcionais: para decompor um número M em n partes x1,
x2, ..., xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número M em n partes x1, x2, ..., xn
diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, assume
que x1 + x2 + ... + xn= M:

Divisão em partes direta e inversamente proporcionais


• Divisão em duas partes direta e inversamente proporcionais: para decompor um número M em duas
partes A e B diretamente proporcionais a, c e d e inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este
número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a c/q e d/q, basta montar um sistema com duas
equações e duas incógnitas de forma que A + B = M

O valor de K proporciona a solução pois: A = K.c/p e B = K.d/q.


• Divisão em n partes direta e inversamente proporcionais: para decompor um número M em n partes x1,
x2, ..., xn diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente proporcionais a q1, q2, ..., qn, basta decompor
este número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcionais a p1/q1, p2/q2, ..., pn/qn.
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas exige que x1 + x2 + ... + xn = M:

Exemplos:
(PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – IMA) Uma herança de R$ 750.000,00 deve ser
repartida entre três herdeiros, em partes proporcionais a suas idades que são de 5, 8 e 12 anos. O mais velho
receberá o valor de:
(A) R$ 420.000,00

49
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
(B) R$ 250.000,00
(C) R$ 360.000,00
(D) R$ 400.000,00
(E) R$ 350.000,00
Resolução:
5x + 8x + 12x = 750.000
25x = 750.000
x = 30.000
O mais velho receberá: 12⋅30000=360000
Resposta: C
(TRF 3ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC) Quatro funcionários dividirão, em partes diretamente proporcio-
nais aos anos dedicados para a empresa, um bônus de R$36.000,00. Sabe-se que dentre esses quatro funcio-
nários um deles já possui 2 anos trabalhados, outro possui 7 anos trabalhados, outro possui 6 anos trabalhados
e o outro terá direito, nessa divisão, à quantia de R$6.000,00. Dessa maneira, o número de anos dedicados
para a empresa, desse último funcionário citado, é igual a
(A) 5.
(B) 7.
(C) 2.
(D) 3.
(E) 4.
Resolução:
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
15x = 30000
x = 2000
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se dedicou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
Resposta: D
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC) Uma prefeitura destinou a quantia
de 54 milhões de reais para a construção de três escolas de educação infantil. A área a ser construída em cada
escola é, respectivamente, 1.500 m², 1.200 m² e 900 m² e a quantia destinada à cada escola é diretamente
proporcional a área a ser construída.
Sendo assim, a quantia destinada à construção da escola com 1.500 m² é, em reais, igual a
(A) 22,5 milhões.
(B) 13,5 milhões.
(C) 15 milhões.
(D) 27 milhões.
(E) 21,75 milhões.
Resolução:
Chamemos de x, y e z as quantias destinadas às áreas de 1.500 m2, 1.200 m2 e 900 m2, respectivamente.
Sendo as quantias diretamente proporcionais às áreas, teremos:

50
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Ou ainda, simplificando os denominadores:

(Apenas dividi cada denominador por 300).

Agora vamos escrever as incógnitas y e z em função de x:

Ainda, sabemos que:

Substituindo pelas expressões de y e z:

Resposta: A
(SABESP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC) Uma empresa quer doar a três funcionários um bônus de
R$ 45.750,00. Será feita uma divisão proporcional ao tempo de serviço de cada um deles. Sr. Fortes trabalhou
durante 12 anos e 8 meses. Sra. Lourdes trabalhou durante 9 anos e 7 meses e Srta. Matilde trabalhou durante
3 anos e 2 meses. O valor, em reais, que a Srta. Matilde recebeu a menos que o Sr. Fortes é
(A) 17.100,00.
(B) 5.700,00.
(C) 22.800,00.
(D) 17.250,00.
(E) 15.000,00.
Resolução:
* Fortes: 12 anos e 8 meses = 12.12 + 8 = 144 + 8 = 152 meses
* Lourdes: 9 anos e 7 meses = 9.12 + 7 = 108 + 7 = 115 meses
* Matilde: 3 anos e 2 meses = 3.12 + 2 = 36 + 2 = 38 meses
* TOTAL: 152 + 115 + 38 = 305 meses
* Vamos chamar a quantidade que cada um vai receber de F, L e M.

51
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Agora, vamos calcular o valor que M e F receberam:

M = 38 . 150 = R$ 5 700,00

F = 152 . 150 = R$ 22 800,00


Por fim, a diferença é: 22 800 – 5700 = R$ 17 100,00
Resposta: A
(SESP/MT – PERITO OFICIAL CRIMINAL - ENGENHARIA CIVIL/ENGENHARIA ELÉTRICA/FÍSICA/MA-
TEMÁTICA – FUNCAB/2014) Maria, Júlia e Carla dividirão R$ 72.000,00 em partes inversamente proporcio-
nais às suas idades. Sabendo que Maria tem 8 anos, Júlia,12 e Carla, 24, determine quanto receberá quem
ficar com a maior parte da divisão.
(A) R$ 36.000,00
(B) R$ 60.000,00
(C) R$ 48.000,00
(D) R$ 24.000,00
(E) R$ 30.000,00
Resolução:

A maior parte ficará para a mais nova (grandeza inversamente proporcional).


Assim:

8.M = 288 000


M = 288 000 / 8
M = R$ 36 000,00
M + J + C = 72000
Resposta: A

52
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Sequências, reconhecimento de padrões, progressões aritmética e geométrica.

— Sequência Numérica
Na matemática, a sequência numérica ou sucessão numérica corresponde a uma função dentro de um
agrupamento de números.
De tal modo, os elementos agrupados numa sequência numérica seguem uma sucessão, ou seja, uma
ordem no conjunto18.
— Classificação
As sequências numéricas podem ser finitas ou infinitas, por exemplo:
SF = (2, 4, 6, ..., 8).
SI = (2,4,6,8...).
Note que quando as sequências são infinitas, elas são indicadas pelas reticências no final. Além disso, vale
lembrar que os elementos da sequência são indicados pela letra a. Por exemplo:
1° elemento: a1 = 2.
4° elemento: a4 = 8.
O último termo da sequência é chamado de enésimo, sendo representado por an. Nesse caso, o an da
sequência finita acima seria o elemento 8.
Assim, podemos representá-la da seguinte maneira:
SF = (a1, a2, a3,...,an).
SI = (a1, a2, a3, an...).
— Lei de Formação
A Lei de Formação ou Termo Geral é utilizada para calcular qualquer termo de uma sequência, expressa
pela expressão:
an = 2n² - 1
— Lei de Recorrência
A Lei da Recorrência permite calcular qualquer termo de uma sequência numérica a partir de elementos
antecessores:
an = an-1, an-2,...a1
— Progressão Aritmética (PA)
Uma progressão aritmética é uma sequência formada por termos que se diferenciam um do outro por um
valor constante, que recebe o nome de razão, calculado por19:
r = a2 – a1
Onde:
r é a razão da PA;
a2 é o segundo termo;
a1 é o primeiro termo.
Sendo assim, os termos de uma progressão aritmética podem ser escritos da seguinte forma:

18 https://www.todamateria.com.br/sequencia-numerica/
19 https://www.todamateria.com.br/pa-e-pg/

53
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Note que em uma PA de n termos a fórmula do termo geral (an) da sequência é:
an = a1 + (n – 1) . r
Alguns casos particulares são: uma PA de 3 termos é representada por (x - r, x, x + r) e uma PA de 5 termos
tem seus componentes representados por (x - 2r, x - r, x, x + r, x + 2r).
Tipos de PA
De acordo com o valor da razão, as progressões aritméticas são classificadas em 3 tipos:
1. Constante: quando a razão for igual a zero e os termos da PA são iguais.
Exemplo: PA = (2, 2, 2, 2, 2, ...), onde r = 0
2. Crescente: quando a razão for maior que zero e um termo a partir do segundo é maior que o anterior;
Exemplo: PA = (2, 4, 6, 8, 10, ...), onde r = 2
3. Decrescente: quando a razão for menor que zero e um termo a partir do segundo é menor que o anterior.
Exemplo: PA = (4, 2, 0, - 2, - 4, ...), onde r = - 2
As progressões aritméticas ainda podem ser classificadas em finitas, quando possuem um determinado
número de termos, e infinitas, ou seja, com infinitos termos.
Soma dos Termos de uma PA
A soma dos termos de uma progressão aritmética é calculada pela fórmula:

Onde, n é o número de termos da sequência, a1 é o primeiro termo e an é o enésimo termo. A fórmula é útil
para resolver questões em que são dados o primeiro e o último termo.
Quando um problema apresentar o primeiro termo e a razão da PA, você pode utilizar a fórmula:

Essas duas fórmulas são utilizadas para somar os termos de uma PA finita.
Termo médio da PA
Para determinar o termo médio ou central de uma PA com um número ímpar de termos calculamos a média
aritmética com o primeiro e último termo (a1 e an):

Já o termo médio entre três números consecutivos de uma PA corresponde à média aritmética do antecessor
e do sucessor.
Exemplo: Dada a PA (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14) vamos determinar a razão, o termo médio e a soma dos termos.
1. Razão da PA

2. Termo médio

54
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
3. Soma dos termos

— Progressão Geométrica (PG)


Uma progressão geométrica é formada quando uma sequência tem um fator multiplicador resultado da
divisão de dois termos consecutivos, chamada de razão comum, que é calculada por:

Onde,
q é a razão da PG;
a2 é o segundo termo;
a1 é o primeiro termo.
Uma progressão geométrica de n termos pode ser representada da seguinte forma:

Sendo a1 o primeiro termo, o termo geral da PG é calculado por a1.q(n-1).


Tipos de PG
De acordo com o valor da razão (q), podemos classificar as Progressões Geométricas em 4 tipos:
1. Crescente: com a razão q > 1 e termos positivos ou, 0 < q < 1 e termos negativos;
Exemplos:
PG: (3, 9, 27, 81, ...), onde q = 3.
PG: (-90, -30, -15, -5, ...), onde q = 1/3.
2. Decrescente: com a razão q > 1 e termos negativos ou, 0 < q < 1 e os termos positivos;
Exemplo:
PG: (-3, -9, -27, -81, ...), onde q = 3.
PG: (90, 30, 15, 5, ...), onde q = 1/3.
3. Oscilante: a razão é negativa (q < 0) e os termos são números negativos e positivos;
Exemplo: PG: (3, -6, 12, -24, 48, -96, …), onde q = - 2.
4. Constante: a razão é sempre igual a 1 e os termos possuem o mesmo valor.
Exemplo: PG: (3, 3, 3, 3, 3, 3, 3, ...), onde q = 1.

55
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Soma dos Termos de uma PG
A soma dos termos de uma progressão geométrica é calculada pela fórmula:

Sendo a1 o primeiro termo, q a razão comum e n o número de termos.


Se a razão da PG for menor que 1, então utilizaremos a fórmula a seguir para determinar a soma dos termos.

Essas fórmulas são utilizadas para uma PG finita. Caso a soma pedida seja de uma PG infinita com 0 < q <
1, a fórmula utilizada é:

Termo Médio da PG
Para determinar o termo médio ou central de uma PG com um número ímpar de termos calculamos a média
geométrica com o primeiro e último termo (a1 e an):

Exemplo: Dada a PG (1, 3, 9, 27 e 81) vamos determinar a razão, o termo médio e a soma dos termos.
1. Razão da PG

2. Termo médio

3. Soma dos termos

56
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Juros.

Os juros simples e compostos são cálculos efetuados com o objetivo de corrigir os valores envolvidos nas
transações financeiras, isto é, a correção que se faz ao emprestar ou aplicar uma determinada quantia durante
um período de tempo20.
O valor pago ou resgatado dependerá da taxa cobrada pela operação e do período que o dinheiro ficará
emprestado ou aplicado. Quanto maior a taxa e o tempo, maior será este valor.
— Diferença entre Juros Simples e Compostos
Nos juros simples a correção é aplicada a cada período e considera apenas o valor inicial. Nos juros
compostos a correção é feita em cima de valores já corrigidos.
Por isso, os juros compostos também são chamados de juros sobre juros, ou seja, o valor é corrigido sobre
um valor que já foi corrigido.
Sendo assim, para períodos maiores de aplicação ou empréstimo a correção por juros compostos fará com
que o valor final a ser recebido ou pago seja maior que o valor obtido com juros simples.

A maioria das operações financeiras utiliza a correção pelo sistema de juros compostos. Os juros simples se
restringem as operações de curto período.
— Fórmula de Juros Simples
Os juros simples são calculados aplicando a seguinte fórmula:

20 https://www.todamateria.com.br/juros-simples-e-compostos/

57
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Sendo:
J: juros.
C: valor inicial da transação, chamado em matemática financeira de capital.
i: taxa de juros (valor normalmente expresso em porcentagem).
t: período da transação.
Podemos ainda calcular o valor total que será resgatado (no caso de uma aplicação) ou o valor a ser quitado
(no caso de um empréstimo) ao final de um período predeterminado.
Esse valor, chamado de montante, é igual a soma do capital com os juros, ou seja:

Podemos substituir o valor de J, na fórmula acima e encontrar a seguinte expressão para o montante:

A fórmula que encontramos é uma função afim, desta forma, o valor do montante cresce linearmente em
função do tempo.
Exemplo: Se o capital de R$ 1 000,00 rende mensalmente R$ 25,00, qual é a taxa anual de juros no sistema
de juros simples?
Solução: Primeiro, vamos identificar cada grandeza indicada no problema.
C = R$ 1 000,00
J = R$ 25,00
t = 1 mês
i=?
Agora que fizemos a identificação de todas as grandezas, podemos substituir na fórmula dos juros:

Entretanto, observe que essa taxa é mensal, pois usamos o período de 1 mês. Para encontrar a taxa anual
precisamos multiplicar esse valor por 12, assim temos:
i = 2,5.12= 30% ao ano
— Fórmula de Juros Compostos
O montante capitalizado a juros compostos é encontrado aplicando a seguinte fórmula:

Sendo:
M: montante.
C: capital.
i: taxa de juros.

58
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
t: período de tempo.
Diferente dos juros simples, neste tipo de capitalização, a fórmula para o cálculo do montante envolve uma
variação exponencial. Daí se explica que o valor final aumente consideravelmente para períodos maiores.
Exemplo: Calcule o montante produzido por R$ 2 000,00 aplicado à taxa de 4% ao trimestre, após um ano,
no sistema de juros compostos.
Solução: Identificando as informações dadas, temos:
C = 2 000
i = 4% ou 0,04 ao trimestre
t = 1 ano = 4 trimestres
M=?
Substituindo esses valores na fórmula de juros compostos, temos:

Observação: o resultado será tão melhor aproximado quanto o número de casas decimais utilizadas na
potência.
Portanto, ao final de um ano o montante será igual a
R$ 2 339,71.

Geometria básica: distâncias e ângulos, polígonos, circunferência, perímetro e área.


Semelhança e relações métricas no triângulo retângulo.

A geometria é uma área da matemática que estuda as formas geométricas desde comprimento, área e volu-
me21. O vocábulo geometria corresponde a união dos termos “geo” (terra) e “metron” (medir), ou seja, a “medida
de terra”.A GEOMETRIA É DIVIDIDA EM TRÊS CATEGORIAS:
- Geometria Analítica;
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
Assim, a geometria analítica, também chamada de geometria cartesiana, une conceitos de álgebra e
geometria através dos sistemas de coordenadas. Os conceitos mais utilizados são o ponto e a reta.
Enquanto a geometria plana ou euclidiana reúne os estudos sobre as figuras planas, ou seja, as que não
apresentam volume, a geometria espacial estuda as figuras geométricas que possuem volume e mais de uma
dimensão.
— Geometria Plana
É a área da matemática que estuda as formas que não possuem volume. Triângulos, quadriláteros, retângulos,
circunferências são alguns exemplos de figuras de geometria plana (polígonos)22.
Para geometria plana, é importante saber calcular a área, o perímetro e o(s) lado(s) de uma figura a partir
das relações entre os ângulos e as outras medidas da forma geométrica.
Algumas fórmulas de geometria plana:

21 https://www.todamateria.com.br/matematica/geometria/#:~:text=A%20geometria%20%C3%A9%20uma%20%C3%A1rea,Geometria%20Anal%C3%ADtica
22 https://bityli.com/BMvcWO

59
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
— Teorema de Pitágoras
Uma das fórmulas mais importantes para esta frente matemática é o Teorema de Pitágoras.
Em um triângulo retângulo (com um ângulo de 90º), a soma dos quadrados dos catetos (os “lados” que
formam o ângulo reto) é igual ao quadrado da hipotenusa (a aresta maior da figura).
Teorema de Pitágoras: a² + b² = c²
— Lei dos Senos
Lembre-se que o Teorema de Pitágoras é válido apenas para triângulos retângulos. A lei dos senos e lei dos
cossenos existe para facilitar os cálculos para todos os tipos de triângulos.
Veja a fórmula abaixo. Onde a, b e c são lados do triângulo.
Para qualquer triângulo ABC inscrito em uma circunferência de centro O e raio R, temos que:

— Lei dos Cossenos


A lei dos cossenos pode ser utilizada para qualquer tipo de triângulo, mesmo que ele não tenha um ângulo
de 90º. Basta conhecer o cosseno de um dos ângulos e o valor de dois lados (arestas) do triângulo.
Veja a fórmula abaixo. Onde a, b e c são lados do triângulo.
Para qualquer triângulo ABC, temos que:

60
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
— Relações Métricas do Triângulo Retângulo
As relações trigonométricas no triângulo retângulo são fórmulas simplificadas. Elas podem facilitar a resolução
das questões em que o Teorema de Pitágoras é aplicável.
Para um triângulo retângulo, sua altura relativa à hipotenusa e as projeções ortogonais dos catetos, temos
o seguinte:
- Onde a é hipotenusa;
- b e c são catetos;
- m e n são projeções ortogonais;
- h é altura.

— Teorema de Tales
O Teorema de Tales é uma propriedade para retas paralelas.

Se as retas CC’, BB’ e AA’ são paralelas, então:

61
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
— Fórmulas Básicas de Geometria Plana
Polígonos
O perímetro é a soma de todos os lados da figura, ou seja, o comprimento do polígono.
Onde A é a área da figura, veja as principais fórmulas:

Fórmulas da Circunferência

Conversão para radiano, comprimento e área do círculo:


Conversão de unidades: π rad corresponde a 180°.
Comprimento de uma circunferência: C = 2 · π · R.
Área de uma circunferência: A = π · R²

62
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
— Geometria Espacial
É a frente matemática que estuda a geometria no espaço. Ou seja, é o estudo das formas que possuem três
dimensões: comprimento, largura e altura.
Apenas as figuras de geometria espacial têm volume.
Uma das primeiras figuras geométricas que você estuda em geometria espacial é o prisma. Ele é uma
figura formada por retângulos, e duas bases. Outros exemplos de figuras de geometria espacial são cubos,
paralelepípedos, pirâmides, cones, cilindros e esferas. Veja a aula de Geometria espacial sobre prisma e esfera.
— Fórmulas de Geometria Espacial
Fórmula do Poliedro: Relação de Euler
Para saber a quantidade de vértices e arestas de uma figura espacial, utilize a Relação de Euler:
Onde V é o número de vértices, F é a quantidade de faces e A é a quantidade de arestas, temos:
V+F=A+2
Fórmulas da Esfera

Fórmulas do Cone
Onde r é o raio da base, g é a geratriz e H é a altura.
Área lateral do cone: Š = π · R . g
Área da base do cone: A = π · R²
Área da superfície total do cone: S = Š + A
Volume do cone: V = 1/3 . A . H

63
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Fórmulas do cilindro

Área da base de um cilindro: Ab = π · r².


Área da superfície lateral de um cilindro: Al = 2 · π · r · h.
Volume de um cilindro: V = Ab · h = π · r² · h.
Secção meridiana: corte feito na “vertical”; a área desse corte será 2r · h.
Fórmulas do Prisma
O prisma é um sólido formado por laterais retangulares e duas bases. Na imagem a seguir, o prisma tem
base retangular, sendo um paralelepípedo. O cubo é um paralelepípedo e um prisma.

Diagonal de um paralelepípedo: .

Área total de um paralelepípedo:

Volume de um paralelepípedo: .

Prismas retos são sólidos cujas faces laterais são formadas por retângulos.
Volume de um prisma:

64
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Fórmulas da Pirâmide Regular

Para uma pirâmide regular reta, temos:


Área da Base (AB): área do polígono que serve de base para a pirâmide.
Área Lateral (AL): soma das áreas das faces laterais, todas triangulares.
Área Total (AT): soma das áreas de todas as faces: AT = AB + AL.

Volume (V): V = . AB . h.

E sendo a (apótema da base), h (altura), g (apótema da pirâmide), r (raio da base), b (aresta da base) e t
(aresta lateral), temos pela aplicação de Pitágoras nos triângulos retângulos.
h² + r² = t²
h² + a² = g²

Fórmulas do Tetraedro Regular


Para o tetraedro regular de aresta medindo a, temos:

Altura da face =

Altura do tetraedro =

65
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Área da face: AF =

Medidas de comprimento, área, volume.

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.

Princípios de contagem e noção de probabilidade.

A análise combinatória ou combinatória é a parte da Matemática que estuda métodos e técnicas que permitem
resolver problemas relacionados com contagem23.
Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz análise das possibilidades e das combinações
possíveis entre um conjunto de elementos.
— Princípio Fundamental da Contagem
O princípio fundamental da contagem, também chamado de princípio multiplicativo, postula que:
“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e independentes, de tal modo que as possibilidades
da primeira etapa é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total de possibilidades de o
evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y)”.
Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica-se o número de opções entre as escolhas que
lhe são apresentadas.
Exemplo: Uma lanchonete vende uma promoção de lanche a um preço único. No lanche, estão incluídos um
sanduíche, uma bebida e uma sobremesa. São oferecidas três opções de sanduíches: hambúrguer especial,
sanduíche vegetariano e cachorro-quente completo. Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco
de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções: cupcake de cereja, cupcake de chocolate,
cupcake de morango e cupcake de baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de quantas maneiras
um cliente pode escolher o seu lanche?
Solução: Podemos começar a resolução do problema apresentado, construindo uma árvore de possibilidades,
conforme ilustrado abaixo:

Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar quantos tipos diferentes de lanches podemos
escolher. Assim, identificamos que existem 24 combinações possíveis.
Podemos ainda resolver o problema usando o princípio multiplicativo. Para saber quais as diferentes
possibilidades de lanches, basta multiplicar o número de opções de sanduíches, bebidas e sobremesa.
23 https://www.todamateria.com.br/analise-combinatoria/

66
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Total de possibilidades: 3.2.4 = 24.
Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher na promoção.
— Tipos de Combinatória
O princípio fundamental da contagem pode ser usado em grande parte dos problemas relacionados com
contagem. Entretanto, em algumas situações seu uso torna a resolução muito trabalhosa.
Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver problemas com determinadas características.
Basicamente há três tipos de agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.
Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo, precisamos definir uma ferramenta muito
utilizada em problemas de contagem, que é o fatorial.
O fatorial de um número natural é definido como o produto deste número por todos os seus antecessores.
Utilizamos o símbolo ! para indicar o fatorial de um número.
Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.
Exemplo:
0! = 1.
1! = 1.
3! = 3.2.1 = 6.
7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5.040.
10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3.628.800.
Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme cresce o número. Então, frequentemente usamos
simplificações para efetuar os cálculos de análise combinatória.
— Arranjos
Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos mesmos.
Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo: Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e um
vice-representante de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o representante e o segundo
mais votado o vice-representante.
Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a ordem
é importante, visto que altera o resultado.

Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.


— Permutações
As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do agrupamento é igual ao
número de elementos disponíveis.
Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é igual ao número de
agrupamentos. Desta maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 na permutação.
Assim a permutação é expressa pela fórmula:

67
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Exemplo: Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em
um banco com 6 lugares.
Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é igual ao número de pessoas,
iremos usar a permutação:

Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas se sentarem neste banco.
— Combinações
As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são
caracterizadas pela natureza dos mesmos.
Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte
expressão:

Exemplo: A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma comissão
organizadora de um evento, dentre as 10 pessoas que se candidataram.
De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?
Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é relevante. Isso quer
dizer que escolher Maria, João e José é equivalente a escolher João, José e Maria.

Observe que para simplificar os cálculos, transformamos o fatorial de 10 em produto, mas conservamos o
fatorial de 7, pois, desta forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do denominador.
Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.
— Probabilidade e Análise Combinatória
A Probabilidade permite analisar ou calcular as chances de obter determinado resultado diante de um
experimento aleatório. São exemplos as chances de um número sair em um lançamento de dados ou a
possibilidade de ganhar na loteria.
A partir disso, a probabilidade é determinada pela razão entre o número de eventos possíveis e número de
eventos favoráveis, sendo apresentada pela seguinte expressão:

Sendo:
P (A): probabilidade de ocorrer um evento A.
n (A): número de resultados favoráveis.
n (Ω): número total de resultados possíveis.
Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis, muitas vezes necessitamos recorrer as fórmulas
estudadas em análise combinatória.

68
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Exemplo: Qual a probabilidade de um apostador ganhar o prêmio máximo da Mega-Sena, fazendo uma
aposta mínima, ou seja, apostar exatamente nos seis números sorteados?
Solução: Como vimos, a probabilidade é calculada pela razão entre os casos favoráveis e os casos possíveis.
Nesta situação, temos apenas um caso favorável, ou seja, apostar exatamente nos seis números sorteados.
Já o número de casos possíveis é calculado levando em consideração que serão sorteados, ao acaso, 6
números, não importando a ordem, de um total de 60 números.
Para fazer esse cálculo, usaremos a fórmula de combinação, conforme indicado abaixo:

Assim, existem 50 063 860 modos distintos de sair o resultado. A probabilidade de acertarmos então será
calculada como:

— Probabilidade
A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda experimentos ou fenômenos aleatórios e
através dela é possível analisar as chances de um determinado evento ocorrer24.
Quando calculamos a probabilidade, estamos associando um grau de confiança na ocorrência dos resultados
possíveis de experimentos, cujos resultados não podem ser determinados antecipadamente. Probabilidade é a
medida da chance de algo acontecer.
Desta forma, o cálculo da probabilidade associa a ocorrência de um resultado a um valor que varia de 0 a 1
e, quanto mais próximo de 1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua ocorrência.
Por exemplo, podemos calcular a probabilidade de uma pessoa comprar um bilhete da loteria premiado ou
conhecer as chances de um casal ter 5 filhos, todos meninos.
— Experimento Aleatório
Um experimento aleatório é aquele que não é possível conhecer qual resultado será encontrado antes de
realizá-lo.
Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas condições, podem dar resultados diferentes e
essa inconstância é atribuída ao acaso.
Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não viciado (dado que apresenta uma distribuição
homogênea de massa) para o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza qual das 6 faces estará
voltada para cima.
— Fórmula da Probabilidade
Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de um evento são igualmente prováveis.
Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer um determinado resultado através da divisão
entre o número de eventos favoráveis e o número total de resultados possíveis:

Sendo:
P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
24 https://www.todamateria.com.br/probabilidade/

69
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam (evento A).
n(Ω): número total de casos possíveis.
O resultado calculado também é conhecido como probabilidade teórica.
Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem, basta multiplicar o resultado por 100.
Exemplo: Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade de sair um número menor que 3?
Solução: Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma chance de caírem voltadas para cima.
Vamos então, aplicar a fórmula da probabilidade.
Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1, 2, 3, 4, 5, 6) e que o evento “sair um número
menor que 3” tem 2 possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos:

Para responder na forma de uma porcentagem, basta multiplicar por 100.

Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é de 33%.


— Ponto Amostral
Ponto amostral é cada resultado possível gerado por um experimento aleatório.
Exemplo: Seja o experimento aleatório lançar uma moeda e verificar a face voltada para cima, temos os
pontos amostrais cara e coroa. Cada resultado é um ponto amostral.
— Espaço Amostral
Representado pela letra Ω(ômega), o espaço amostral corresponde ao conjunto de todos os pontos amostrais,
ou, resultados possíveis obtidos a partir de um experimento aleatório.
Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho, o espaço amostral corresponde às 52 cartas que
compõem este baralho.
Da mesma forma, o espaço amostral ao lançar uma vez um dado, são as seis faces que o compõem:
Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
A quantidade de elementos em um conjunto chama-se cardinalidade, expressa pela letra n seguida do
símbolo do conjunto entre parênteses.
Assim, a cardinalidade do espaço amostral do experimento lançar um dado é n(Ω) = 6.
— Espaço Amostral Equiprovável
Equiprovável significa mesma probabilidade. Em um espaço amostral equiprovável, cada ponto amostral
possui a mesma probabilidade de ocorrência.
Exemplo: Em uma urna com 4 esferas de cores: amarela, azul, preta e branca, ao sortear uma ao acaso,
quais as probabilidades de ocorrência de cada uma ser sorteada?
Sendo experimento honesto, todas as cores possuem a mesma chance de serem sorteadas.
— Tipos de Eventos
Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um experimento aleatório.

70
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Evento certo
O conjunto do evento é igual ao espaço amostral.
Exemplo: Em uma delegação feminina de atletas, uma ser sorteada ao acaso e ser mulher.
Evento Impossível
O conjunto do evento é vazio.
Exemplo: Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas.
O evento “tirar uma bola vermelha” é um evento certo, pois todas as bolas da caixa são desta cor. Já o
evento “tirar um número maior que 30”, é impossível, visto que o maior número na caixa é 20.
Evento Complementar
Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral, sendo um evento complementar ao outro.
Exemplo: No experimento lançar uma moeda, o espaço amostral é Ω = {cara, coroa}.
Seja o evento A sair cara, A = {cara}, o evento B sair coroa é complementar ao evento A, pois, B={coroa}.
Juntos formam o próprio espaço amostral.
Evento Mutuamente Exclusivo
Os conjuntos dos eventos não possuem elementos em comum. A intersecção entre os dois conjuntos é
vazia.
Exemplo: Seja o experimento lançar um dado, os seguintes eventos são mutuamente exclusivos
A: ocorrer um número menor que 5, A = {1, 2, 3, 4}.
B: ocorrer um número maior que 5, A = {6}.
— Probabilidade Condicional
A probabilidade condicional relaciona as probabilidades entre eventos de um espaço amostral equiprovável.
Nestas circunstâncias, a ocorrência do evento A, depende ou, está condicionada a ocorrência do evento B.
A probabilidade do evento A dado o evento B é definida por:

Onde o evento B não pode ser vazio.


Exemplo de caso de probabilidade condicional: Em um encontro de colaboradores de uma empresa que
atua na França e no Brasil, um sorteio será realizado e um dos colaboradores receberá um prêmio. Há apenas
colaboradores franceses e brasileiros, homens e mulheres.
Como evento de probabilidade condicional, podemos associar a probabilidade de sortear uma mulher (evento
A) dado que seja francesa (evento B).
Neste caso, queremos saber a probabilidade de ocorrer A (ser mulher), apenas se for francesa (evento B).

71
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Exercícios

1. PREFEITURA DE MINISTRO ANDREAZZA/RO - AGENTE ADMINISTRATIVO - IBADE/2020


Em uma determinada loja de departamentos, o fogão custava R$ 400,00. Após negociação o vendedor
aplicou um desconto de R$ 25,00. O valor percentual de desconto foi de:
(A) 5,57%
(B) 8,75%
(C) 12,15%
(D) 6,25%
(E) 6,05%
2. ALEPI - CONSULTOR LEGISLATIVO - COPESE - UFPI/2020
Marina comprou 30% de uma torta de frango e 80% de um bolo em uma padaria. Após Marina deixar a
padaria, Pedro comprou o que sobrou da torta de frango por 14 reais e o que sobrou do bolo por 6 reais, o valor
que Marina pagou em reais é:
(A) 28
(B) 30
(C) 32
(D) 34
(E) 36
3. PREFEITURA DE PIRACICABA/SP - PROFESSOR - VUNESP/2020
Do número total de candidatos inscritos em um processo seletivo, apenas 30 não compareceram para a
realização da prova. Se o número de candidatos que fizeram a prova representa 88% do total de inscritos, então
o número de candidatos que realizaram essa prova é
(A) 320.
(B) 300.
(C) 250.
(D) 220.
(E) 200.
4. PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PROFESSOR - IBADE/2020
A cidade de Vila Velha é separada da capital, Vitória, pela Baía de Vitória, mas unidas por pontes. A maior
delas é a monumental, Terceira Ponte, com 3,33 km de extensão, um cartão postal das duas cidades.
O comprimento da ponte, em metros, corresponde a:
(A) 0,333
(B) 33,3
(C) 333
(D) 3.330
(E) 33.300
5. CREFONO - 1ª REGIÃO - AGENTE FISCAL - QUADRIX/2020
Com base nessa situação hipotética, julgue o item.

72
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Supondo-se que um cachorro de pequeno porte precise de 600 mL de água por dia para se manter hidratado
e que 1 g de água ocupe o volume de 1 cm³, é correto afirmar que a quantidade de água necessária para um
cachorro de pequeno porte se manter hidratado é superior a meio quilo.
( ) CERTO
( ) ERRADO
6. PREFEITURA DE JAGUARIÚNA/SP - DENTISTA - VUNESP/2021
O gráfico representa a distribuição da quantidade de pessoas que responderam “sim” a quatro perguntas
apresentadas em uma pesquisa.

Sabendo que o ângulo central do setor que representa a pergunta 4 mede 135º, é correto afirmar que o
número de pessoas que respondeu a essa pergunta foi:
(A) 70.
(B) 75.
(C) 80.
(D) 85.
(E) 90.
7. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS - VUNESP/2020
Uma faculdade realizará a Semana da Educação. Veja no gráfico as inscrições que foram realizadas para
cada modalidade oferecida na Semana da Educação.

As modalidades que tiveram menos e mais inscrições, respectivamente, foram


(A) Sarau e Palestra.
(B) Sarau e Apresentações de trabalho.
(C) Oficinas e Palestra.
(D) Oficinas e Minicursos.
(E) Minicursos e Apresentações de trabalho.

73
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
8. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS - VUNESP/2020
No município de Linda Flor há cinco escolas de Ensino Fundamental. Veja na tabela a seguir a quantidade
de alunos matriculados em cada etapa do Ensino Fundamental nessas escolas.

De acordo com a tabela, a escola de Ensino Fundamental do município de Linda Flor que possui a maior
quantidade de alunos matriculados é:
(A) Carlos Silva.
(B) Dulce da Costa.
(C) Mário Gomes.
(D) Nilce Modesto.
(E) Osvaldo Bastos.
9.CÂMARA DE IPIRANGA DO NORTE/MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - OBJETIVA/2022
Sabendo-se que uma urna contém 10 bolas coloridas, de modo que 5 são azuis, 3 vermelhas e 2 verdes,
qual a probabilidade de, ao retirar 2 bolas dessa caixa, sem reposição entre as retiradas, elas serem uma
vermelha e uma azul?
(A) 1/3
(B) 1/4
(C) 1/5
(D) 1/6
10. IBGE – 2022- Sabendo que o valor lógico da proposição simples p: “Carlos acompanhou o trabalho da
equipe” é verdadeira e que o valor lógico da proposição simples q: “O recenseador visitou todos os locais” é
falso, então é correto afirmar que o valor lógico da proposição composta:
(A) p disjunção q é falso
(B) p conjunção q é falso
(C) p condicional q é verdade
(D) p bicondicional q é verdade
(E) p disjunção exclusiva q é falso
11. PC – BA- “O acidente foi investigado e o autor foi encontrado”. De acordo com a lógica proposicional, a
negação da frase é descrita como:
(A) “o acidente não foi investigado e o autor não foi encontrado”
(B) “o acidente não foi investigado ou o autor não foi encontrado”
(C) “o acidente não foi investigado e o autor foi encontrado”
(D) “o acidente foi investigado e o autor não foi encontrado”
(E) “o acidente não foi investigado ou o autor foi encontrado”

74
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
12. CRF – GO 2022- Julgue o item:
A frase “Dois mil mais vinte mais dois” não é uma proposição.
( ) CERTO
( ) ERRADO
13. IBGE – 2022 De acordo com a proposição lógica a frase “Se o coordenador realizou a previsão orçamen-
tária, então o trabalho foi realizado com sucesso” é equivalente a frase:
(A) Se o coordenador não realizou a previsão orçamentária, então o trabalho não foi realizado com su-
cesso.
(B) O coordenador realizou a previsão orçamentária e o trabalho foi realizado com sucesso.
(C) O coordenador realizou a previsão orçamentária ou o trabalho foi realizado com sucesso.
(D) Se o trabalho não foi realizado com sucesso, então o coordenador não realizou a previsão orçamen-
tária.
(E) Se o trabalho foi realizado com sucesso, então o coordenador realizou a previsão orçamentária.
14. Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária para a ocorrência de C e condição suficiente para
a ocorrência de D. Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condição necessária e suficiente para a ocorrên-
cia de A Assim quando C ocorre,
(A) D ocorre e B não ocorre
(B) D não ocorre ou A não ocorre
(C) B e A ocorrem
(D) Nem B nem D ocorrem
(E) B não ocorre ou A não ocorre
15. PREFEITURA DE TAUBATÉ/SP - ESCRITURÁRIO - VUNESP/2022
Um mestre de obras precisa de um pedaço de madeira cortada em formato de triângulo retângulo, com o
maior lado medindo 37 cm, e o menor lado medindo 12 cm. O perímetro desse pedaço de madeira triangular
deve ser de:
(A) 81 cm.
(B) 82 cm.
(C) 83 cm.
(D) 84 cm.
(E) 85 cm.
16. 2. PREFEITURA DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON/PR - ARQUITETO - INSTITUTO UNIFIL/2021
Considerando a equação do segundo grau {2x2 – 9x + 7 = 0}, assinale a alternativa que representa o
resultado do produto das raízes desta equação.
(A) 5,0
(B) 4,6
(C) 4,4
(D) 3,5

75
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE
Gabarito

1 D
2 B
3 D
4 D
5 CERTO
6 E
7 D
8 B
9 A
10 B
11 B
12 CERTO
13 D
14 C
15 D
16 D

76
1777769 E-book gerado especialmente para TIAGO ADEMIR JESKE

Você também pode gostar