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ELETIVA DE RACIOCÍNIO LÓGICO – __ª SÉRIE ___

FOLHA 03
CÁLCULO
PROPOSICIONAL

1. Proposições Simples.
Em linhas gerais, uma proposição simples (ou enunciado, ou sentença), é uma declaração que exprime um
pensamento com sentido completo. São exemplos de proposições simples:

A Lua é um satélite da Terra. Eu estudo lógica.


Sócrates é um homem. Todos os homens são mortais.

Em geral, as proposições simples são constituídas por um sujeito, um verbo, e seus complementos.
Proposições como “se não chover, vou à praia”, ou “vou aprender a dirigir e comprar um carro” são
chamadas proposições compostas.

Além das proposições, a Lógica dispõe de uma função, chamada “valor lógico” (representada por VL), que
associa a cada proposição simples um de dois valores lógicos, chamados “verdadeiro” (representado por V) ou
falso (representado por F). Geralmente, o valor lógico V ou F é associado à proposição, em consonância com o
significado da proposição no mundo real, embora isso não seja essencial.

Com esse sentido podemos dizer que as proposições:


A Lua é o satélite da Terra. Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.
são verdadeiras, isto é, assumem o valor lógico V, e que as proposições:
Dante escreveu Os Lusíadas. O Brasil é uma monarquia.
são claramente falsas, e, portanto, assumem o valor lógico F.

O objetivo da Lógica, no entanto, não é verificar se as proposições são verdadeiras ou falsas; ao invés disso, a
Lógica se encarrega de examinar o relacionamento entre as proposições, em decorrência dos seus valores
lógicos. Ou seja, a Lógica não se interessa pelo significado das proposições, mas apenas por sua forma; no que
concerne à Lógica, uma proposição como “A Lua é o satélite da Terra” pode ser tratada como “a proposição p”,
não sendo necessário nenhuma referência a conhecimentos de astronomia.

De acordo com os Princípios da Lógica, podemos afirmar que:

• Toda proposição é necessariamente verdadeira ou falsa, não existindo outra possibilidade.


• Nenhuma proposição pode ser verdadeira e falsa simultaneamente.
• Toda proposição verdadeira é sempre verdadeira, não podendo ser ora verdadeira ora falsa.
• Em linguagem simbólica, costumamos representar as proposições simples pelas letras p, q, r, s, t, etc.

p - A Lua é o satélite da Terra. q - Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.


r - Dante escreveu Os Lusíadas. s - O Brasil é uma monarquia.
podemos escrever: VL [ p ] = V VL [ q ] = V VL [ r ] = F VL [ s ] = F

2. Proposições Compostas. Conectivos.


As proposições compostas são obtidas combinando proposições simples através de certos termos chamados
conectivos. A Lógica dispõe de cinco conectivos: “e”, “ou”, “não”, “se – então”, e “se e somente se”. Utilizando
esses conectivos podemos construir as seguintes proposições compostas:

João é magro e José é alto. Mário foi ao cinema, João foi ao teatro e Marcelo ficou em casa.
Maria foi à praia ou ao mercado. Se João estudar, será aprovado.
João será aprovado se e somente se estudar.
Em Lógica Simbólica, a ação de combinar proposições é Operação Conectivo Símbolo
chamada “operação”, e os conectivos são chamados Conjunção e ∧
“operadores”, e são representados por símbolos específicos;
Disjunção ou ∨
apresentamos abaixo as cinco operações lógicas, com seus
Negação Não ~
respectivos conectivos e símbolos:

Tabela de conjunção Tabela de disjunção


p q p∧q p q p∨q
V V V V V V
V F F V F V
F V F F V V
F F F F F F
Disjunção
Às vezes, a língua portuguesa encerra alguma ambiguidade no uso do conectivo “ou”; a utilização de “ou” entre
dois fatos indica que um deles é verdadeiro, mas pode não deixar claro se ambos o são; Por exemplo, na frase:
“Maria foi à praia ou ao mercado”, parece que apenas um dos fatos é verdadeiro, pois é difícil alguém ir à praia
e ao mercado simultaneamente; no entanto, se não houver exigência se simultaneidade, pode ocorrer que Maria
tenha ido à praia e depois ao mercado, e ambos os fatos são verdadeiros.

O outro exemplo: “Mário foi ao cinema ou Marcelo ficou em casa”, é ainda pior, pois não há nenhuma indicação
se apenas um ou os dois fatos ocorreram. Como na Lógica não são permitidas ambiguidades, foi necessário
definir dois conectivos para o termo “ou”: o “ou inclusivo”, onde se permite que um dos fatos ou ambos
ocorram, e o “ou exclusivo” onde um e apenas um dos fatos ocorrem. Em que condições a expressão: “Maria
foi à praia ou ao mercado” é verdadeira?

No conceito inclusivo do conectivo “ou” basta que Maria tenha ido pelo menos um dos lugares; ou seja, para
que uma disjunção inclusiva seja verdadeira, basta que uma das parcelas (ou ambas) o seja; unicamente se
ambas as parcelas forem falsas, a disjunção inclusiva o será.

Negação
Se p é uma proposição, a expressão p é chamada negação de p. Claramente, a negação inverte o valor verdade
de uma expressão; se p for verdadeira, p é falsa, enquanto que se p for falsa, p é verdadeira. A tabela da operação
de negação é muito simples, e é apresentada abaixo, onde p é uma proposição qualquer. Então, se a expressão
“Maria foi ao cinema” é representada por p, expressões como “Maria não foi ao
Tabela de negação
cinema” ou “É falso que Maria tenha ido ao cinema” ficam representadas por ~p.
p ~p
1. Se A é verdadeira e B verdadeira, que valor você atribuiria a A ∧ B? V F
2. Se A é verdadeira e B falsa, que valor você atribuiria a A ∧ B? F V
3. Se A é falsa e B verdadeira, que valor você atribuiria a A ∧ B?
4. Se ambas A e B são falsas, que valor você atribuiria a A ∧ B?
5. Considere a seguinte afirmação: Marta é paulista.
A negação lógica dessa sentença é:
a) Marta não é mineira. b) Marta é mineira. c) Marta não é paulista. d) Marta não é brasileira.
6. A negação da sentença x < 6 corresponde a:
a) x = 6 b) x > 6 c) x ≥ 6 d) x ≤ 6 e) x ≠ 6

7. Considere as proposições: “nenhum político é corrupto” e “alguns cearenses são corruptos”. Assim, pode-se
afirmar, corretamente, que:
a) Alguns cearenses não são b) Alguns cearenses são políticos. d) Alguns políticos são cearenses.
políticos. c) Nenhum político é cearense. e) Nenhum cearense é político

8. Considere a proposição “João estuda e trabalha, ou seu pai é rico”. Como seu pai não é rico, então:
a) João não estuda e não trabalha. b) João estuda e não trabalha. c) João não estuda e trabalha.
d) João estuda e trabalha. e) João é rico.

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