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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

TEMA II | LÓGICA

LÓGICA FORMAL

1. Lê, com atenção, o texto seguinte.

Uma floresta virgem é o produto dos muitos milhões de anos que passaram desde a origem do
nosso planeta. Se for abatida, pode crescer uma nova floresta, mas a continuidade é interrompida.
A rutura nos ciclos de vida natural de plantas e animais significa que a floresta nunca voltará a
ser aquilo que teria sido se não fosse cortada. Os ganhos obtidos com o abate da floresta –
emprego, lucros das empresas, ganhos em exportações e papel e cartão de embalagem mais
baratos – são benefícios de curto prazo. Mesmo que a floresta não seja abatida, mas inundada
para se construir uma barragem hidroelétrica, é provável que os benefícios durem apenas por uma
geração ou duas; após esse período, as novas tecnologias tornarão obsoletos esses métodos de
gerar energia. No entanto, a partir do momento em que a floresta é abatida ou inundada, a ligação
com o passado perde-se para sempre. Trata-se de um custo que será suportado por todas as
gerações que nos sucederem sobre o planeta. É por essa razão que os ambientalistas têm razão
quando falam do meio natural como um «legado mundial». É algo que herdámos dos nossos
antepassados e que temos de preservar para os nossos descendentes, se não os quisermos privar
desse bem.
Peter Singer (2000). Ética prática. Gradiva, pp. 292-293.

1.1. Formula, sob a forma de uma questão, o problema tratado no texto.


1.2. Enuncia a tese defendida pelo autor.
1.3. Sintetiza os argumentos apresentados.

Cenários de resposta
1.1. Sugestão: Temos o dever de preservar o meio natural?
1.2. Devemos preservar o meio natural, pois é algo que herdámos e que devemos manter para que os nossos
descendentes possam usufruir desse bem.
1.3. Se abater a floresta virgem é interromper os ciclos de vida natural; se o abate da floresta ou a sua
inundação para construção de barragens são ganhos de curto prazo, pois tornar-se-ão obsoletos; se depois
de abatida a floresta se perde a continuidade com o passado, o que será um custo para toda a humanidade;
conclui-se que não devemos abater as florestas virgens.

2. No argumento Josué teve três negativas. Logo, Josué não pode passar de ano, está implícita
uma premissa, nomeadamente a que diz:
(A) Nenhum estudante com três negativas pode passar de ano.
(B) Todos os estudantes com negativas reprovam de ano.
(C) Todos os estudantes com duas negativas passam de ano.
(D) Nenhum estudante sem negativas pode passar de ano.

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Cenário de resposta
2. (A).

3. A conclusão do argumento As ostras não são fósseis, pois nenhum fóssil pode ter relações
sexuais e uma ostra pode ter relações sexuais é:
(A) Uma ostra pode ter relações sexuais.
(B) Nenhum fóssil pode ter relações sexuais.
(C) As ostras não são fósseis.
(D) As ostras não podem ter relações sexuais.

Cenário de resposta
3. (C).

4. Considera os seguintes enunciados relativos à distinção entre validade e verdade.


1. A validade é uma propriedade dos enunciados declarativos.
2. O valor de verdade das premissas determina a validade/invalidade de um argumento.
3. Só dos argumentos ou inferências podemos afirmar que são válidos/inválidos.
4. Num argumento válido, a verdade das premissas implica a verdade da conclusão.

Deve afirmar-se que:


(A) 2 é correto; 1, 3 e 4 são incorretos.
(B) 1 e 2 são incorretos; 3 e 4 são corretos.
(C) 1 é incorreto; 2, 3 e 4 são corretos.
(D) 1 e 2 são corretos; 3 e 4 são incorretos.

Cenário de resposta
4. (B).

5. Identifica as premissas e as conclusões dos seguintes argumentos, tornando explícitas


quaisquer premissas suprimidas.
a) O pinheiro é uma planta de folha persistente ou perene, uma vez que mantém a folhagem
durante todo o ano.

b) As tartarugas marinhas são répteis com carapaça. Os répteis com carapaça são ovíparos.
Por conseguinte, as tartarugas marinhas são ovíparas.

c) A Rita não é confiável, pois chega frequentemente atrasada a encontros e apresenta os


trabalhos depois dos prazos estabelecidos.

d) Nenhum judeu ou muçulmano come chouriço ou paio, já que judeus e muçulmanos não
comem alimentos derivados do porco.

e) O Hugo teve menos de 14 no Exame Nacional de biologia e geologia. Por conseguinte, o


Hugo não poderá candidatar-se a cursos de medicina.

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Cenário de resposta
5. a) Premissas: Todas as árvores de folha persistente ou perene mantêm a folhagem durante todo o ano. O
pinheiro mantém a folhagem durante todo o ano. Conclusão: O pinheiro é uma planta de folha persistente ou
perene.
b) Premissas: Todos os répteis com carapaça são ovíparos. As tartarugas marinhas são répteis com carapaça.
Conclusão: As tartarugas marinhas são ovíparas.
c) Premissas: Nenhuma pessoa que chega frequente mente atrasada e apresenta os trabalhos depois dos
prazos estabelecidos é confiável. A Rita é uma pessoa que chega frequentemente atrasada e apresenta os
trabalhos depois dos prazos estabelecidos. Conclusão: A Rita não é confiável.
d) Premissas: Nenhum judeu ou muçulmano come alimentos derivados do porco. Todos os chouriços e paios
são alimentos derivados do porco. Conclusão: Nenhum judeu ou muçulmano come chouriço ou paio.
e) Premissas: Nenhum aluno com menos de 14 no Exame Nacional de biologia e geologia pode candidatar-se
a cursos de medicina. O Hugo teve menos de 14 no Exame Nacional de biologia e geologia. Conclusão: O Hugo
não poderá candidatar-se a cursos de medicina.

6. Considera os seguintes enunciados sobre lógica.


1. A lógica é uma das disciplinas da filosofia e divide-se em lógica formal e informal.
2. A lógica formal estuda as condições que tornam um argumento dedutivo válido.
3. Os lógicos chamam válidas a todas as inferências dedutivas.
4. Num argumento inválido a conclusão segue-se necessariamente das premissas.

Deve afirmar-se que:


(A) 1 e 2 são corretos; 3 e 4 são incorretos.
(B) 1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto.
(C) 3 e 4 são corretos; 1 e 2 são incorretos.
(D) 1, 2 e 4 são corretos; 3 é incorreto.

Cenário de resposta
6. (A).

7. No argumento Todos os dragoeiros são plantas, em virtude de todas as árvores serem plantas
e de os dragoeiros serem árvores, a conclusão é:
(A) Todos os dragoeiros são plantas.
(B) Todas as árvores são plantas.
(C) Todos os dragoeiros são árvores.
(D) Todas as plantas são árvores.

Cenário de resposta
7. (A).

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8. No argumento Até hoje nunca se observou um tubarão sem barbatanas. Por conseguinte, todos
os tubarões têm barbatanas, a conclusão é:
(A) Nunca se observou um tubarão sem barbatanas.
(B) Nenhum tubarão tem barbatanas.
(C) Todos os tubarões têm barbatanas.
(D) Já se observou tubarões com barbatanas.

Cenário de resposta
8. (C).
9. Nem todas as frases exprimem proposições. Um bom exemplo de proposição é:
(A) Espero que haja engano no número de vítimas do tufão.
(B) O tufão das Filipinas foi uma tragédia para as populações.
(C) Conheces o número de vítimas do tufão das Filipinas?
(D) Tens de ajudar as vítimas de catástrofes naturais.

Cenário de resposta
9. (B).

10. Considera os seguintes enunciados sobre proposições e valor de verdade.


1. Uma frase só exprime uma proposição se possuir valor de verdade.
2. Uma proposição possui valor de verdade se estiver de acordo com a realidade.
3. Uma proposição tem valor de verdade mesmo que não saibamos se é verdadeira.
4. Uma frase interrogativa ou uma promessa possuem valor de verdade.

Deve afirmar-se que:


(A) 1 e 2 são corretos; 3 e 4 são incorretos.
(B) 1 e 3 são corretos; 2 e 4 são incorretos.
(C) 3 e 4 são corretos; 1 e 2 são incorretos.
(D) 1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto.

Cenário de resposta
10. (B).

11. Para sabermos se um argumento é válido ou inválido devemos perguntar:


(A) Premissas e conclusão são todas elas falsas?
(B) As premissas decorrem necessariamente da conclusão?
(C) Premissas e conclusão são todas elas verdadeiras?
(D) A conclusão decorre necessariamente das premissas?

Cenário de resposta
11. (D).

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12. Formaliza as proposições a) a e), considerando o dicionário:


P: Leonardo é italiano.
Q: Robert é inglês.

a) Leonardo não é italiano.

b) Leonardo é italiano enquanto Robert é inglês.

c) Se Leonardo é italiano, Robert não é inglês.

d) Leonardo não é italiano, mas Robert é inglês.

Cenário de resposta
12. a) ¬ P; b) P ∧ Q; c) P → ¬ Q; d) ¬ P ∧ Q

13. Transcreve para linguagem natural as seguintes expressões, considerando a seguinte


interpretação:
P: A proteção da natureza é um dever de todos.
Q: A inteligência humana é sempre usada em benefício da natureza.
R: Os ecologistas têm razão.
S: A extinção de espécies é um facto.

a) P ∧ S

b) ¬ (Q ∧ S)

c) S → Q

d) S → (Q ∧ ¬ R)

e) P ↔ (R ∧ ¬ Q)

f) (Q ∨ S)

g) P ∧ R → (Q ∨ ¬ S)

Cenários de resposta
13. a) A proteção da natureza é um dever de todos e a extinção de espécies é um facto.
b) É falso que a inteligência humana seja sempre usada em benefício da natureza e que a extinção de espécies
seja um facto.
c) Se a extinção de espécies é um facto, então a inteligência humana é sempre usada em benefício da
natureza.
d) Se a extinção de espécies é um facto, então a inteligência humana é sempre usada em benefício da natureza
e os ecologistas não têm razão.
e) A proteção da natureza é um dever de todos se, e somente se, os ecologistas têm razão e a inteligência
humana não é sempre usada em benefício da natureza.
f) A inteligência humana é sempre usada em benefício da natureza ou a extinção de espécies é um facto.

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g) Se a proteção da natureza é um dever de todos e os ecologistas têm razão, então a inteligência humana é
sempre usada em benefício da natureza ou a extinção de espécies não é um facto.

14. Formaliza as seguintes proposições, considerando a seguinte interpretação:


P: Paula está feliz.
Q: Paula pinta um quadro.
R: Rui está feliz.

a) Se Paula está feliz e pinta um quadro, Rui está feliz.

b) Se Paula está feliz, pinta um quadro.

c) Paula e Rui estão felizes, mas Paula não pinta um quadro.

d) Paula está feliz ou pinta um quadro.

e) Rui está feliz se, e só se, Paula está também feliz.

Cenário de resposta
14. a) (P ∧ Q) → R; b) P → Q; c) (P ∧ R) ∧ ¬ Q; d) P ∨ Q; e) R ↔ P

15. Formaliza as proposições a) e b), considerando o dicionário proposto.


P: X é um número primo.
Q: X é um número ímpar.

a) X ser primo é condição suficiente para ser ímpar.


b) X ser ímpar é uma condição necessária para X ser primo.

Cenário de resposta
15. a) P → Q; b) P → Q

16. Seja P a proposição Eu jogo raspadinhas e Q a proposição Eu ganho o jackpot. Expressa em


linguagem natural as fórmulas que se seguem.
a) ¬ P

b) P ∨ Q

c) P ∧ Q

d) P → Q

e) ¬ P → ¬ Q

f) ¬ P ∨ (P ∧ Q)

Cenário de resposta
16. a) Não jogo raspadinhas.
b) Jogo raspadinhas ou ganhei o jackpot.

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c) Jogo raspadinhas e ganho o jackpot.


d) Se jogo raspadinhas, então ganho o jackpot.
e) Se não jogo raspadinhas, então não ganho o jackpot.
f) Não jogo raspadinhas ou então jogo raspadinhas e ganho o jackpot.

17. Pedro, Joaquim e Raquel são três estudantes que irão fazer Exame Nacional de filosofia no
final do 11.º ano. Considera o dicionário:
P: Pedro passa no Exame.
Q: Joaquim passa no Exame.
R: Raquel passa no Exame.

Formaliza as seguintes sentenças:


a) Pedro é o único que passa no Exame.
b) Joaquim é o único que não passa no Exame.
c) Todos passam no Exame.
d) Tanto Pedro como Joaquim passam no Exame se Raquel passar.

Cenários de resposta
17. a) P ∧ (¬ Q ∧ ¬ R)
b) ¬ Q ∧ (P ∧ R)
c) P ∧ Q ∧ R
d) R → (P ∧ Q)

18. Considera o argumento: Se Sócrates estiver disposto a casar com Xantipa, ela casará com
Sócrates. Por outro lado, se Xantipa estiver disposta a casar com Sócrates, Sócrates não estará
disponível para casar com Xantipa. Sócrates não está disposto a casar com Xantipa. Logo, Xantipa
não está disposta a casar com Sócrates.

18.1. Formaliza o argumento, incluindo um dicionário adequado.


18.2. Testa a validade do argumento.

Cenários de resposta
18.1. Dicionário: P: Sócrates casa com Xantipa. Q: Xantipa casa com Sócrates.
Formalização: P → Q; Q → ¬ P; ¬ P ∴ ¬ Q

19. Considera o argumento: Se o Benfica jogar bem, ganhará a Liga dos Campeões. Se o Benfica
não jogar bem, o técnico é responsável pelo fracasso. Se o Benfica jogar bem, os adeptos ficam
contentes. Os adeptos não estão contentes. Logo, o técnico é responsável pelo fracasso.

19.1. Formaliza o argumento, incluindo um dicionário adequado.

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Cenário de resposta
19.1. Dicionário: P: O Benfica joga bem. Q: O Benfica ganha a Liga dos Campeões. R: O técnico é responsável
pelo fracasso. S: Os adeptos ficam contentes. Formalização: P → Q; ¬ P → R; P → S; ¬ S ∴ R

20. Considera a imagem e respetiva legenda.

Cartaz do World Wild Fund for Nature (WWF), de


2010, inserido na campanha Ajude a WWF a
salvar as espécies em perigo antes que as perca
para sempre. No canto superior esquerdo da
imagem, pode ler-se a proposição: «Se vê um
animal, está a perder alguma coisa».

20.1. Formaliza a proposição que serve de slogan ao cartaz. Apresente dicionário.

20.2. Completa o quadro, de acordo com o exemplo proposto.

Tipo de argumento Exemplo Formalização

Se vê um animal, está a perder alguma


(A) coisa. Vê um animal. Logo, está a (B)

perder alguma coisa.


(D) ¬P→¬Q
(C)
Q∴P
Ou não vê um animal ou está a
escapar-lhe qualquer coisa. Não vê um
(E) (F)
animal. Logo, não lhe está a escapar
nada.
Contraposição (G) (H)

Se não vê um animal, não está a


perder coisa alguma. É verdade que
(I) (J)
está a perder alguma coisa. Então, vê
um animal.

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Cenários de resposta
20.1. Dicionário: P: Vê um animal. Q: Está a perder alguma coisa. Formalização: P → Q
20.2. (A) Modus ponens. (B) P → Q, P ∣═ Q. (C) Modus tollens. (D) Se não vê um animal, não está a perder
nada. Estou a perder alguma coisa. Logo, vejo um animal. (E) Silogismo disjuntivo. (F) ¬ P ∨ Q, ¬ P, ∣═ ¬ Q.
(G) Se vê um animal, está a escapar-lhe qualquer coisa. Logo, se não está a escapar-lhe qualquer coisa, não
vê um animal. (H) P → Q ∣═ ¬ Q → ¬ P. (I) Modus tollens. (J) ¬ P → ¬ Q, Q ∣═ P

21. Traduz para linguagem proposicional os argumentos que se seguem, apontando as falácias
cometidas.
A. Se a lógica não é fácil e nem tão-pouco um passatempo inútil, então requer estudo e
concentração. A lógica requer estudo e concentração. Logo, a lógica não é fácil e nem tão-pouco
um passatempo inútil.

B. Quando comemos bacalhau ou atum contribuímos para a sua extinção. Não comemos
bacalhau ou atum. Logo, não contribuímos para a sua extinção.

C. Se o cachalote é peixe, então não é mamífero. O cachalote não é peixe. Logo, é mamífero.

Cenários de resposta
21. A. Dicionário: P: A lógica é fácil. Q: A lógica é um passatempo útil. R: A lógica requer estudo e
concentração. Formalização: (¬ P ∧ ¬ ¬ Q) → R, R ∴ (¬ P ∧ ¬ ¬ Q). Falácia da afirmação da consequente.
B. Dicionário: P: Comemos bacalhau. Q: Comemos atum. R: Contribuímos para a sua extinção.
Formalização: (P ∨ Q) → R, ¬ (P ∨ Q) ∴ ¬ R. Falácia da negação da antecedente.
C. Dicionário: P: O cachalote é peixe. Q: O cachalote é mamífero. Formalização: P → ¬ Q, ¬ P ∴ Q. Falácia
da negação da antecedente.

22. Considera os seguintes enunciados sobre a negação.


1. A dupla negação de P equivale a P, porque negando a negação de P afirmo P.
2. A proposição A mota está sem combustível é a negação de A mota anda.
3. Se a afirmação A mota não é um carro for falsa, A mota é um carro será verdadeira.
4. Se a proposição A Rita tem irmãos for verdadeira, a sua negação tanto pode ser falsa como
não.

Deve afirmar-se que:


(A) 1 e 2 são corretos; 3 e 4 são incorretos.
(B) 1 e 3 são corretos; 2 e 4 são incorretos.
(C) 2 e 4 são corretos; 1 e 3 são incorretos.
(D) 3 e 4 são corretos; 1 e 2 são incorretos.

Cenário de resposta
22. (B).

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23. Traduz para linguagem proposicional a frase Se alguém assumir a sua homossexualidade no
Irão, será condenado à morte.
(A) P ← Q
(B) P ↔ Q
(C) P → Q
(D) P ∧ Q

Cenário de resposta
23. (C).

24. A proposição Se os cangurus não são originários da Austrália, não faz sentido elegê-los como
símbolo desse país é uma:
(A) Negação.
(B) Disjunção.
(C) Implicação.
(D) Conjunção.

Cenário de resposta
24. (C).

25. Considera a proposição expressa na seguinte frase: Embora a pena de morte seja moralmente
condenável, é uma pena legalizada em alguns países. Admitindo que é falso que a pena de morte

seja legal em alguns países e que desconhecemos o valor de verdade da outra proposição, podemos
saber o valor de verdade da proposição composta?
(A) Sim, é verdadeira, pois trata-se de uma conjunção.
(B) Não é possível saber, pois tanto pode ser falsa como verdadeira.
(C) Sim, é falsa, pois trata-se de uma disjunção.
(D) Sim, é falsa, uma vez que se trata de uma conjunção.

Cenário de resposta
25. (D).

26. Se certas pessoas acreditam na medicina, então acreditam na ciência. Ora, algumas pessoas
acreditam na ciência. Portanto, algumas pessoas acreditam na medicina é um argumento:
(A) Falso.
(B) Válido.
(C) Inválido.
(D) Verdadeiro.

Cenário de resposta
26. (C).

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27. O seguinte argumento é: (P ∧ Q) → R, ¬ R ∴ ¬ (P ∧ Q)


(A) Falso.
(B) Válido.
(C) Inválido.
(D) Verdadeiro.

Cenário de resposta
27. (B).

28. O argumento Ou a Belimunda tem mais de 18 anos ou ainda não vota. A Belimunda ainda não
fez 18 anos. Logo, ela ainda não vota é:
(A) Um silogismo disjuntivo válido.
(B) Um silogismo disjuntivo verdadeiro.
(C) Um silogismo hipotético válido.
(D) Um silogismo hipotético falso.

Cenário de resposta
28. (A).

29. O argumento Se a Belimunda e o Anselmo não acordarem a horas, então não poderão ir ao
teste intermédio. Se não puderem ir ao teste intermédio, então não terão positiva na disciplina.
Portanto, se a Belimunda e o Anselmo não acordarem a horas, não terão positiva na disciplina é:

(A) Um silogismo disjuntivo válido.


(B) Um silogismo disjuntivo verdadeiro.
(C) Um silogismo hipotético válido.
(D) Um silogismo hipotético falso.

Cenário de resposta
29. (C).

30. Considera a proposição É falso que a pena de morte tenha sido abolida em todos os países
europeus.

a) Se a proposição supra for falsa, qual o valor de verdade da proposição A pena de morte foi
abolida em todos os países europeus?

b) Se a proposição dada for verdadeira, qual o valor de verdade da proposição A pena de morte
foi abolida em todos os países europeus?

Cenário de resposta
30. a) Verdadeira. b) Falsa.

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31. Considera a proposição Ainda que goste de filosofia, não aprecio lógica.

a) Transforma a proposição numa conjunção.

b) Se soubermos que a proposição Gosto de filosofia é falsa, o que podemos dizer sobre o valor
de verdade da proposição composta?

c) Se a proposição Não aprecio lógica for verdadeira, será possível determinar o valor de
verdade da conjunção? Porquê?

Cenários de resposta
31. a) Gosto de filosofia e não aprecio lógica.
b) A conjunção será, nesta circunstância, necessariamente falsa.
c) Não, uma vez que desconhecemos o valor de verdade da proposição Gosto de filosofia. É necessário
conhecer o valor de verdade da proposição Gosto de filosofia para se poder determinar se a conjunção é
verdadeira ou falsa. Se Gosto de filosofia for verdadeira, a conjunção será verdadeira, caso contrário será
falsa.

32. Apresenta a negação da proposição É verdade que chove.

Cenário de resposta
32. É falso que seja verdade que chove.

33. Considera as proposições P O livro tem muitas páginas e Q O livro é muito bom. Passa para
linguagem simbólica as proposições seguintes:

a) O livro tem muitas páginas, mas é muito bom.

b) O livro é muito bom, apesar de ter muitas páginas.

c) O livro é muito bom e é falso que o livro tenha muitas páginas.

d) É falso que o livro tenha muitas páginas, mas é certo que é muito bom.

Cenário de resposta
33. a) P ∧ Q; b) Q ∧ P; c) Q ∧ ¬ P; d) ¬ P ∧ Q

34. Considera a proposição Procuram-se gatos ou cães para adoção.

a) Adotando o dicionário P Procuram-se gatos para adoção e Q Procuram-se cães para adoção,
formaliza a proposição complexa.

b) Se soubermos que a proposição P é verdadeira, o que poderemos concluir sobre a proposição


complexa? Porquê?

c) Se a proposição Procuram-se cães para adotar for falsa, será possível determinar o valor de
verdade da disjunção inclusiva? Porquê?

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TEMA II | LÓGICA

Cenários de resposta
34. a) P ∨ Q
b) Podemos concluir que P ∨ Q é necessariamente verdadeira, uma vez que pelo menos uma das frases
disjuntas o é.
c) Não, dado que conhecemos apenas o valor de verdade de Q. Se P for verdadeira, P ∨ Q será igualmente
verdadeira; se P for falsa, P ∨ Q será falsa. Não nos basta, por isso, neste caso, conhecer o valor de verdade
de Q.

35. Considera a proposição A Presidência da República será ocupada nas próximas eleições ou por
um homem ou por uma mulher.

a) Adotando o dicionário P A Presidência da República será ocupada nas próximas eleições por
um homem e Q A Presidência da República será ocupada nas próximas eleições por uma mulher,
formaliza a proposição complexa.

b) Se soubermos que a proposição P é verdadeira, o que podemos concluir sobre o valor de


verdade da proposição composta? Porquê?

c) Se soubermos que nenhuma das proposições é falsa, o que podemos concluir sobre o valor
de verdade da proposição composta?

Cenário de resposta
35. a) P ∨ Q
b) Nada se pode concluir, dado que desconhecemos o valor de verdade de Q. Se P for verdadeira, a disjunção
será falsa; se P for falsa, a disjunção será verdadeira. No caso da disjunção exclusiva, precisamos sempre de
conhecer o valor de verdade de ambas as proposições simples para podermos determinar o valor de verdade
da proposição complexa.
c) Podemos concluir que a proposição composta é, necessariamente, falsa.

36. Considera a afirmação Os brincos serão muitos caros se forem de ouro.


a) Atribui uma letra precisa a cada uma das proposições simples.

b) Escreve a proposição complexa em linguagem simbólica.

c) Que valor de verdade deve ser atribuído a Q → P, sendo ¬ Q falsa e P falsa?

Cenários de resposta
36. a) P: Os brincos são muito caros. Q: Os brincos são de ouro.
b) Q → P (Se os brincos forem de ouro, então serão muito caros).
c) Q → P é falsa.

37. Sejam as proposições P Negligenciamos os trabalhos de casa e Q Sofremos as consequências,


passa para linguagem simbólica as proposições seguintes.

a) Sofreremos as consequências se negligenciarmos os trabalhos de casa.


b) Se não negligenciarmos os trabalhos de casa, então não sofreremos as consequências.

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Cenário de resposta
37. a) P → Q; b) ¬ P → ¬ Q

38. Considera a proposição Recebemos salário se tivermos emprego e vice-versa.

a) Adotando o dicionário P Recebemos salário e Q Temos emprego, escreve em linguagem


simbólica a proposição supra.

b) Que valor ou valores de verdade pode assumir a proposição complexa se for verdade que
recebemos salário?

c) Que valor ou valores de verdade pode assumir a proposição complexa se tanto P como Q
forem falsas?

Cenários de resposta
38. a) P ↔ Q (receberemos salários se e somente se tivermos emprego).
b) Se P (recebemos salários) for verdadeira, P ↔ Q tanto pode ser verdadeira como falsa, dependendo dos
valores de Q.
c) Se tanto P como Q forem falsas, então P ↔ Q será verdadeira.

39. Usa inspetores de circunstâncias para determinar se os seguintes argumentos são ou não
válidos.

a) Se a Júlia é boa aluna a lógica, então conhece as regras da conjunção e conhece as regras
da disjunção. A Júlia não conhece as regras da conjunção nem as regras da disjunção. Logo, a
Júlia não é boa aluna a lógica.

b) Se os animais não humanos sentem dor, então devem ser respeitados e possuir
personalidade jurídica. É certo que os animais não humanos sentem dor. Por conseguinte,
devem ser respeitados, mas não possuir personalidade jurídica.

Cenário de resposta
39. a) Dicionário: P: Júlia é boa aluna a lógica. Q: Júlia conhece as regras da conjunção. R: Júlia conhece as
regras da disjunção. Formalização argumento: P → (Q ∧ R), ¬ Q ∧ ¬ R ∴ ¬ P
Inspetor de circunstâncias:

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A única circunstância em que as premissas são, neste caso, ambas verdadeiras acontece na última linha. Como
nessa circunstância a conclusão é também verdadeira, o argumento é válido, pois não há qualquer
possibilidade de as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
b) Dicionário: P: Os animais não humanos sentem dor. Q: Os animais não humanos devem ser respeitados.
R: Os animais não humanos devem possuir personalidade jurídica. Formalização do argumento: P → Q ∧
R, P ∴ Q ∧ ¬ R
Inspetor de circunstâncias:

A única circunstância em que as premissas são, neste caso, ambas verdadeiras acontece na primeira linha.
Como nessa circunstância a conclusão é falsa, o argumento é inválido, pois prova-se que é possível as
premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.

40. Considerando os argumentos abaixo, seleciona o único que obedece rigorosamente à regra
do modus ponens.

(A) Se defendemos valores democráticos, então não somos a favor da discriminação das
minorias étnicas. Somos a favor da discriminação das minorias étnicas. Portanto, não
defendemos valores democráticos.

(B) Se não defendemos valores democráticos, então somos a favor da discriminação de


minorias étnicas. É certo que não defendemos valores democráticos. Sendo assim, somos a
favor da discriminação de minorias étnicas.

(C) Defendemos valores democráticos ou não somos a favor da discriminação das minorias
étnicas. Defendemos valores democráticos. Portanto, somos a favor da discriminação das
minorias étnicas.

(D) Se defendemos valores democráticos, então não somos a favor da discriminação das
minorias étnicas. Não somos a favor da discriminação das minorias étnicas. Logo, defendemos
valores democráticos.

Cenário de resposta
40. (B).

15
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

41. Considerando as premissas abaixo, escreve a conclusão dos argumentos, usando uma das
formas válidas de inferência. Em cada um dos casos, indica a regra utilizada.

a) Se eu mantiver a cabeça fria, não falharei este conjunto de exercícios. É certo que mantenho
a cabeça fria.

b) Não é possível ouvir música sem sentir emoção. Neste momento, a verdade é que não sinto
qualquer emoção.

c) Para ser galo, basta ter crista. Eu não sou certamente um galo.

d) Se é açoriano, não é natural do Porto Santo.

e) Ou falho este exercício ou é verdade que a lógica é uma disciplina fácil. Não falho de forma
alguma este exercício.

f) Se chove, o caracol sai.

g) Se o preço da gasolina subir, as pessoas tenderão a usar menos o automóvel. Se as pessoas


usarem menos o automóvel, os níveis de dióxido de carbono na atmosfera diminuem.

Cenários de resposta
41. a) Logo, não falharei este conjunto de exercícios (regra do modus ponens).
b) Logo, não oiço música (regra do modus tollens).
c) Logo, não tenho crista (regra do modus tollens).
d) Logo, se é natural do Porto Santo, não é açoriano (regra da contraposição).
e) Logo, a lógica é uma disciplina fácil (regra do silogismo disjuntivo).
f) Logo, se não chove, o caracol não sai (regra da contraposição).
g) Logo, se o preço da gasolina subir, diminuem os níveis de dióxido de carbono na atmosfera (regra do
silogismo hipotético).

42. Os argumentos que se seguem são válidos? Justifica a tua resposta.

a) Ninguém pode estudar e simultaneamente estar a conversar nas redes sociais. O Pedro
conversa nas redes sociais. Logo, não estuda.

b) Para tirar positiva no teste, bastaria ter estudado pelo menos uma tarde. Ora, tirei positiva
no teste. Portanto, estudei pelo menos uma tarde.

c) Ninguém pode estudar e simultaneamente estar a conversar nas redes sociais. É certo que
a Marta não está a conversar nas redes sociais. Portanto, estuda.

d) Para tirar positiva no teste, bastaria ter estudado pelo menos uma tarde. Tirei negativa no
teste. Logo, é certo que não estudei sequer uma tarde.

Cenários de resposta
42. a) O argumento é válido, uma vez que obedece à forma válida do modus ponens. Dicionário: P: Pedro
estuda. Q: Pedro conversa nas redes sociais. Formalização: Q → ¬ P, Q ∣═ ¬ P

16
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

b) O argumento não é válido: falácia da afirmação da consequente. Dicionário: P: Eu tiro positiva no teste.
Q: Eu estudo pelo menos uma tarde. Formalização: Q → ¬ P, P ∴ Q
c) O argumento não é válido: falácia da negação da antecedente. Dicionário: P: Marta estuda. Q: Marta
conversa nas redes sociais. Formalização: Q → ¬ P, ¬ Q ∴ P
d) O argumento é válido, uma vez que obedece à forma do modus tollens. Dicionário: P: Eu tiro positiva no
teste. Q: Eu estudo pelo menos uma tarde. Formalização: Q → P, ¬ P ∣═ ¬ Q

43. Considera os seguintes enunciados relativos à validade e à verdade.


1. A validade é uma propriedade exclusiva dos argumentos.
2. As premissas e a conclusão de um argumento são válidas ou inválidas.
3. Dizemos que um argumento é verdadeiro se a sua conclusão o for.
4. A validade é uma propriedade exclusiva das proposições.

(A) 1 e 2 são incorretos; 3 e 4 são corretos.


(B) 1 é correto; 2, 3 e 4 são incorretos.
(C) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos.
(D) 1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto.

Cenário de resposta
43. (B).

44. Considera os seguintes enunciados relativos à validade e à verdade.


1. A verdade é propriedade comum às proposições e aos argumentos.
2. Os raciocínios, quando correspondem à realidade, são verdadeiros.
3. As inferências cujo conteúdo não corresponde à realidade são falsas.
4. A verdade é uma propriedade exclusiva das proposições.

(A) 1, 2 e 3 são incorretos; 4 é correto.


(B) 4 é incorreto; 1, 2 e 3 são corretos.
(C) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos.
(D) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos.

Cenário de resposta
44. (A).

45. Um argumento dedutivamente válido não pode ter:


(A) Premissas e conclusão verdadeiras.
(B) Premissas e conclusão falsas.
(C) Premissas verdadeiras e conclusão falsa.
(D) Premissas falsas e conclusão verdadeira.

Cenário de resposta
45. (C).

17
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

46. Num argumento dedutivamente válido:


(A) As premissas tornam altamente provável a conclusão.
(B) A conclusão apoia logicamente o conjunto de premissas.
(C) As premissas seguem-se necessariamente da conclusão.
(D) A conclusão segue-se necessariamente das premissas.

Cenário de resposta
46. (D).

47. O argumento Se é um elefante, não é um carneiro. É certo que não é carneiro. Portanto, é
um elefante é:
(A) Válido (modus ponens).
(B) Válido (modus tollens).
(C) Inválido (falácia da afirmação da consequente).
(D) Inválido (falácia da negação da antecedente).

Cenário de resposta
47. (C).

48. O argumento É sarampo ou é papeira. Não é sarampo. Logo, é papeira obedece a uma forma
válida conhecida como:
(A) Contraposição.
(B) Silogismo disjuntivo.
(C) Silogismo hipotético.
(D) Lei de De Morgan.

Cenário de resposta
48. (B).

49. Testa a validade dos seguintes argumentos, aplicando a regra do inspetor de circunstâncias
ou outra considerada adequada.

a) Ou Descartes é racionalista ou Descartes é empirista. Se Descartes é empirista, não é


racionalista. Descartes é racionalista. Logo, Descartes não é empirista.

b) Se David Hume tiver razão, o ceticismo é verdadeiro. Se o ceticismo for verdadeiro, é


contraditório. David Hume não tem razão. Logo, o ceticismo é falso.

Cenários de resposta
49. a) Dicionário: P: Descartes é racionalista. Q: Descartes é empirista.
Formalização: P ∨ Q, Q → ¬ P, P ∴ ¬ Q

18
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

Inspetor de circunstâncias:

O argumento é válido, uma vez que na única circunstância em que todas as premissas são verdadeiras (linha
2) a conclusão também o é. Não há, pois, qualquer possibilidade de as premissas serem verdadeiras e a
conclusão falsa.
b) Dicionário: P: David Hume tem razão Q: O ceticismo é verdadeiro. R: O ceticismo é contraditório.
Formalização: P → Q, Q → R, ¬ P, ∴ ¬ Q
Inspetor de circunstâncias:

Existem três circunstâncias em que as premissas são todas verdadeiras (linhas 5, 7 e 8). Dado que em duas
delas (linhas 5 e 7) a conclusão é falsa, o argumento é inválido, pois prova-se que é possível as premissas
serem verdadeiras e a conclusão falsa.

50. Lê o texto seguinte.

Os filósofos são entusiastas dos argumentos válidos. Procuram e conseguem que concordemos
com algumas pequenas premissas inocentes, oferecendo depois o que pretendem ser argumentos
válidos que têm todo o tipo de conclusões surpreendentes e grandiosas. Nas Meditações, Descartes
começa por uma premissa inócua – penso – e conclui: Deus existe. Claro que temos tendência
para pensar que ele se apoiou implicitamente em mais algumas premissas que foram suprimidas,
com as quais podemos discordar, ou que cometeu um erro no seu argumento. Mas se as premissas
fossem verdadeiras e o raciocínio válido, a sua conclusão de que Deus existe seria verdadeira. E
se nós aceitássemos as suas premissas e o seu argumento, estaríamos obrigados a aceitar a sua
conclusão.
William H. Newton-Smith (2005). Lógica. Um curso introdutório. Gradiva, p. 16.

50.1. Distingue, a partir do texto, validade de verdade.

Cenário de resposta
50.1. Enquanto a validade diz apenas respeito à estrutura ou forma lógica dos argumentos, a verdade é uma
propriedade exclusivamente relacionada com o conteúdo das proposições.

51. Estabelece a devida correspondência entre os conceitos e as afirmações.

19
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

CONCEITOS AFIRMAÇÕES

A. É um processo de inferência.

B. É uma relação entre conceitos.

1. Tese C. Só dele se pode dizer que é válido ou inválido.

2. Conceito D. Só dele/a se pode dizer que é verdadeiro ou falso.

3. Juízo E. É a expressão verbal do conceito.

4. Raciocínio F. É uma clarificação sistemática e uma exposição


racional.
5. Termo
G. É sustentada por argumentos.
6. Proposição
H. A sua validade decorre da conclusão ser dedutível
7. Argumento
das suas premissas.
8. Filosofia
I. Frase declarativa que expressa literalmente o
pensamento.

J. Representação mental abstrata e geral que se


aplica a um conjunto de seres.

Cenário de resposta
51. 1 → G; 2 → J; 3 → B e D; 4 → A e C; 5 → E; 6 → D e I; 7 → C e H; 8 → F.

52. Dos argumentos seguintes, identifica os que são válidos.

A. Se chove, a estrada fica perigosa. A estrada está perigosa. Logo, choveu.

B. Todos os símios são mamíferos. Os chimpanzés são símios. Logo, os chimpanzés são
mamíferos.

C. Os metais são bons condutores de eletricidade. O ferro é um metal. Consequentemente, o


ferro não é bom condutor de eletricidade.

D. Os dados dos sentidos enganam-nos. A experiência sensível tem por base os dados dos
sentidos. Logo, a experiência sensível é enganadora.

E. Todos os advogados ganham muito dinheiro. O João ganha muito dinheiro. Logo, o João é
advogado.

Cenário de resposta
52. B; D.

20
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

LÓGICA INFORMAL

1. Considera a imagem e respetiva legenda.

Cartaz da UNICEF (2007) inserido


no projeto One Drop of Water. No
canto inferior direito da imagem
pode ler- -se: «A água não potável
mata mais crianças do que a
guerra».

1.1. Formula, a partir da imagem, um argumento por analogia.

1.2. Constrói, a partir da imagem, um argumento dedutivo.

1.3. Elabora, a partir da imagem, um argumento indutivo (previsão).

Cenários de resposta
1.1. A água não potável é como uma arma. As armas são letais e matam milhares de crianças todos os anos.
Do mesmo modo, a água não potável mata milhares de crianças todos os anos.
1.2. Se a UNICEF tiver razão, a água não potável provoca mais mortes do que a guerra. A UNICEF tem razão.
Logo, a água não potável provoca mais mortes do que a guerra.
1.3. Todos os anos morrem milhares de crianças vítimas do consumo de água não potável. A próxima criança
que morrer, morrerá por não ter acesso a água potável.

2. Considera os seguintes argumentos e nomeia o argumento informal utilizado.

A. As galinhas observadas até ao momento atual têm penas e põem ovos. Logo, todas as galinhas
têm penas e põem ovos.

B. Todas as formigas que vi até ao momento saírem do formigueiro carregavam pedaços de folhas.
Portanto, a próxima formiga que observar a sair do formigueiro carregará um pedaço de folha.

21
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

C. O cometa Halley é um cometa brilhante que tem retornado às regiões interiores do Sistema
Solar a cada 76 anos. A última vez que o cometa Halley foi visto foi em 1985. Por conseguinte, o
cometa Halley voltará a ser visto em 2061.

D. Da última vez que consultei a wikipédia, uma famosa enciclopédia em linha, fui conduzido ao
erro por uma informação falsa que li. É certo, assim sendo, que não podemos confiar em nenhum
artigo que lemos na wikipédia.

E. O cérebro armazena e processa informação assemelhando-se, neste e noutros aspetos, por


exemplo, na necessidade de energia, a um computador. Os computadores são máquinas. Logo, o
cérebro é uma máquina.

F. De acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, existem por todo o mundo pelo menos
250 milhões de crianças em idade escolar que não sabem ler, escrever ou contar. Dois terços
delas são mulheres. Logo, é verdade que há pelo menos 250 milhões de crianças em idade escolar
que não sabem ler, escrever ou contar e que dois terços delas são mulheres.

Cenários de resposta
2. A. Indução (generalização); B. Indução (previsão); C. Indução (previsão); D. Indução (generalização); E.
Argumento por analogia; F. Argumento de autoridade.

3. Considera a imagem e respetiva legenda.

Neste cartaz, da
Sociedade Internacional
para os Direitos
Humanos (IGFM, em
alemão), pode ler-se:
«As mulheres oprimidas
são facilmente
esquecidas».

3.1. Que tipo de argumento é destacado por esta campanha? Justifica.

3.2. A estratégia utilizada parece-te eficaz? Fundamenta.

22
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

Cenários de resposta
3.1. Trata-se de um argumento por analogia, pois compara-se o esquecimento a que são votadas as mulheres
oprimidas com o esquecimento a que é votado o lixo. O argumento implícito pode ser resumido nos seguintes
termos: As mulheres oprimidas são semelhantes a sacos de lixo. Os sacos de lixo são facilmente ignorados.
Do mesmo modo, as mulheres oprimidas são facilmente esquecidas.
3.2. Sim, na medida em que a imagem, só por si, interpela a nossa consciência enquanto cidadãos defensores
dos direitos fundamentais de todos os seres humanos. A analogia com o lixo (o objeto dispensável,
abandonado, ignorado) tende a produzir no auditório sentimentos de repugnância face à situação das mulheres
oprimidas.

4. O argumento As coisas tendem naturalmente a envelhecer. Logo, os objetos envelhecem é


uma falácia geralmente conhecida como:
(A) Bola de neve.
(B) Apelo à ignorância.
(C) Falso dilema.
(D) Petição de princípio.

Cenário de resposta
4. (D).

5. O argumento Se cometermos excessos na alimentação uma vez, seremos conduzidos a cometer


excessos na alimentação uma e outra vez, até que acabaremos por cometer excessos na
alimentação sempre que nos alimentarmos e, nesse momento, deixaremos de ter controlo sobre
aquilo que comemos. Portanto, se cometermos excessos na alimentação uma vez, acabaremos
por deixar de ter controlo sobre aquilo que comemos é uma falácia conhecida pela designação de:

(A) Bola de neve.


(B) Apelo à ignorância.
(C) Falso dilema.
(D) Petição de princípio.

Cenário de resposta
5. (A).

6. Considera os seguintes enunciados sobre argumentos informais.


1. Até hoje, nunca tive uma dor de dentes. Logo, jamais saberei o que é uma dor de dentes.
2. Pessoas insistentes são como melgas. As melgas irritam. As pessoas insistentes irritam.
3. Nunca se viu uma zebra sem listas. A próxima zebra observada não terá listas.
4. Biólogos da Universidade de Arthus, na Dinamarca, afirmam que as aranhas têm
personalidade própria. Logo, é verdade que as aranhas têm personalidade.

23
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

Deve afirmar-se que:


(A) 1 Generalização; 2 Analogia; 3 Autoridade; 4 Previsão.
(B) 1 Autoridade; 2 Analogia; 3 Previsão; 4 Generalização.
(C) 1 Previsão; 2 Generalização; 3 Analogia; 4 Autoridade.
(D) 1 Generalização; 2 Analogia; 3 Previsão; 4 Autoridade.

Cenário de resposta
6. (D).

7. Ou temos no governo o partido XPTO ou, caso contrário, o país mergulhará no caos é uma
falácia conhecida como:

(A) Petição de princípio.


(B) Apelo à ignorância.
(C) Post hoc, propter hoc.
(D) Falso dilema.

Cenário de resposta
7. (D).

8. No argumento Se começares a escrever, escreverás cada vez melhor. Poderás escrever e


publicar textos da tua autoria e, quem sabe, ser inclusivamente nomeado para o prémio Nobel
da literatura. Logo, se começares a escrever, poderás inclusivamente ser nomeado para o
prémio Nobel da literatura incorre-se na falácia:

(A) Da derrapagem.
(B) Do espantalho.
(C) Do apelo à ignorância.
(D) Do ataque à pessoa.

Cenário de resposta
8. (A).

9. 2500 especialistas reunidos em Praga, em 2006, determinaram que são oito e não nove,
como se considerava até então, os planetas do sistema solar. Sendo assim, o sistema solar
conta apenas com oito planetas é um argumento:

(A) Indutivo (generalização).


(B) Indutivo (previsão).
(C) Por analogia.
(D) De autoridade.

24
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

Cenário de resposta
9. (D).

10. A Joana tem febre, arrepios de frio e espirra muito. O médico disse-lhe que tinha gripe. O
João tem os mesmos sintomas da Joana. Então, o João também tem gripe é um argumento:

(A) De autoridade.
(B) Indutivo (generalização).
(C) Por analogia.
(D) Indutivo (previsão)

Cenário de resposta
10. (C).

11. Considera as seguintes falácias informais.


1. Matar não é moralmente correto. Logo, o homicídio é eticamente condenável.
2. Não há provas de que os não humanos tenham consciência. Então, não a têm.
3. Ou 1 + 1 = 11 ou 1 + 1 = 1. É certo que 1 + 1 não é 11. Logo é 1 + 1 é 1.
4. Não lhe deem crédito. Não sabe o que diz. É um bêbado e um mentiroso.

Deve afirmar-se que:

(A) 1 Apelo à ignorância; 2 Derrapagem; 3 Falso Dilema; 4 Boneco de palha.


(B) 1 Petição de princípio; 2 Apelo à ignorância; 3 Falso Dilema; 4 Ad hominem.
(C) 1 Apelo à ignorância; 2 Petição de princípio; 3 Falso Dilema; 4 Ad hominem.
(D) 1 Petição de princípio; 2 Falso dilema; 3 Apelo à ignorância; 4 Derrapagem.

Cenário de resposta
11. (B).

12. O argumento Uma vez que o universo existe e não pode ter sido criado a partir do nada,
teve de ser criado por uma força inteligente é um exemplo de falácia. Trata-se de:

(A) Apelo à ignorância.


(B) Falso dilema.
(C) Boneco de palha.
(D) Ad hominem.

Cenário de resposta
12. (B).

25
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

13. Lê o seguinte exemplo de falácia.

Por exemplo, numa discussão sobre os méritos e deméritos dos jardins zoológicos, alguém pode
argumentar que desempenhar um papel importante na conservação das espécies. Um opositor
dos jardins zoológicos pode representar erroneamente este aspeto, tratando-o como equivalente
à perspetiva de só as espécies ameaçadas devem ser mantidas nestes espaços. Um modo de o
fazer seria sugerir que a perspetiva do defensor dos jardins zoológicos era absurda porque
implicaria que deveríamos libertar os animais de jardins zoológicos que não pertencem a espécie
ameaçadas.
Nigel Warburton (2012). Pensar de A a Z. Bizâncio, p. 120.

13.1. Identifica a falácia a que o texto alude. Justifica a sua resposta.

Cenário de resposta
13.1. Falácia do espantalho ou boneco de palha. O opositor dos jardins zoológicos apresenta as ideias do
defensor numa versão deficiente ou distorcida, transformando-as num alvo fácil a abater.

14. Um argumento diz-se indutivamente forte quando:

(A) É impossível as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.


(B) A conclusão extrapola ou amplia o conteúdo das premissas.
(C) As premissas extrapolam ou ampliam o conteúdo da conclusão.
(D) A verdade das premissas torna muito provável a verdade da conclusão.

Cenário de resposta
14. (D).

15. Lê o texto seguinte.

Quando os ativistas dos direitos dos animais argumentam que nos devíamos preocupar mais com
o bem-estar dos animais, os seus argumentos normalmente apoiam-se numa analogia implícita
entre as capacidades dos humanos e dos animais para sentir dor. Sabemos que os seres humanos
sentem dor e que, nas suas formas extremas, é uma coisa terrível que a quase todo o custo
procuramos evitar: é por isso que a tortura pode ser tão eficaz. Os mamíferos são muito parecidos
com os seres humanos em diversas coisas. São geneticamente muito próximos de nós e têm
respostas fisiológicas semelhantes quando sofrem danos físicos. Como nós, procuram evitar ser
feridos e em determinadas circunstâncias fazem ruídos que pensamos poder reconhecer como
indicadores de dor, porque são semelhantes aos ruídos que fazemos quando a temos. Assim,
parece razoável concluir com base na analogia entre seres humanos e mamíferos que os
mamíferos são capazes de sentir determinados géneros de dor.

Nigel Warburton (2012). Pensar de A a Z. Bizâncio, p. 71.

15.1. Identifica as premissas e a conclusão do argumento dos ativistas dos direitos dos animais.

26
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

Cenário de resposta
15.1. Premissas: Os não humanos, especialmente os mamíferos, são como os humanos em muitos aspetos,
nomeadamente na capacidade de sentir e evitar a dor. É errado infligir dor e sofrimento a um ser humano.
Conclusão: É errado infligir dor e sofrimento a um não humano, especialmente se for mamífero.

16. Lê o texto seguinte.

Por exemplo, se um político defende que baixar o limite de velocidade em áreas densamente
povoadas reduziria acidentes envolvendo crianças e um jornalista o ataca com base no facto de
ele ter sido multado em diversas ocasiões por conduzir sob o efeito do álcool e por excesso de
velocidade, este último estaria a fazer um ataque pessoal. O jornalista desviou a atenção do
argumento em causa para a alegada hipocrisia da pessoa que apresentou o argumento. Contudo,
é evidente que os hipócritas podem apresentar excelentes argumentos: muitos fazem-no.

Nigel Warburton (2012). Pensar de A a Z. Bizâncio, p. 79.

16.1. Que tipo de ataque pessoal foi usado pelo jornalista? Justifica.

16.2. Por que razão o argumento apresentado pelo jornalista é falacioso?

Cenários de resposta
16.1. O jornalista recorreu a uma forma de falácia ad hominem conhecida como tu quoque. Acusa o político
em causa de hipocrisia, de não praticar aquilo que propõe (condução segura e a baixa velocidade).
16.2. O jornalista não ataca o que é dito, mas quem o diz, o político. Acontece que a questão de o político ser
ou não um condutor responsável é irrelevante para a questão de saber se baixar o limite de velocidade em
áreas densamente povoadas reduz ou não os acidentes.

17. Nomeia o tipo de argumento utilizado em cada um dos pontos.

A. Desde que se observa que, ano após ano, milhares de pinguins-imperador percorrem cerca
de 100 km pelos gelos inóspitos da Antártida rumo ao local de reprodução. Isto significa que no
próximo ano milhares de pinguins-imperador migrarão para se reproduzirem.

B. Desde que Portugal é uma república que todos os seus presidentes, desde Manuel de Arriaga
até à atualidade, são homens. Logo, nunca existirá em Portugal uma mulher Presidente da
República.

C. Segundo um estudo realizado em 2010 por cientistas sociais e especialistas em tráfego


automóvel para o Departamento de Transportes de Nova Iorque, as mulheres são melhores
condutoras do que os homens. Logo, é verdade que as mulheres são melhores condutoras do
que os homens.

27
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

Cenário de resposta
17. A. Previsão (indução). B. Generalização (indução). C. Argumento de autoridade.

18. Considera a imagem e respetiva legenda.

Cartaz de uma campanha


antitabágica, elaborado
pela Chi & Partners para
a Lung Cancer
Foundation, 2007.

18.1. Aponte o tipo de argumento utilizado na campanha supra.

18.2. Escreve o argumento implícito na imagem.

Cenários de resposta
18.1. Analogia.
18.2. Os cigarros são como armas. As armas matam inocentes. Logo, os cigarros matam inocentes.

19. Identifica as falácias abaixo cometidas.


a) O meu médico afirma com frequência que fumar faz mal e que eu devia deixar de fumar.
Acontece que ele próprio fuma. Assim sendo, é falso que fumar faça mal ou que eu deva deixar
de fumar.

b) Ou aceitamos produzir energia nuclear ou não seremos capazes de reduzir as emissões de


gases com efeito estufa resultantes da utilização de combustíveis fósseis. Não aceitamos
produzir energia nuclear. Logo, não seremos capazes de reduzir as emissões de gases com
efeito de estufa resultantes da utilização de combustíveis fósseis.

Cenário de resposta
19. a) Falácia contra a pessoa (hipocrisia ou tu quoque); b) Falso dilema.

28
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

20. Estabelece, justificadamente, se o argumento que se segue é forte ou fraco.

As ilhas de São Miguel, Santa Maria, Terceira, Graciosa, São Jorge, Faial, Pico, Flores e Corvo são
ilhas de origem vulcânica localizadas no nordeste do oceano Atlântico. Logo, todas as ilhas dos
Açores são ilhas de origem vulcânica localizadas no nordeste do oceano Atlântico.

Cenário de resposta
20. Trata-se de uma generalização forte, uma vez que cada uma das ilhas dos Açores está representada nas
premissas.

21. Considera o excerto que se segue.

O agir tem de ser, tal como é comumente aceite, estabelecido de acordo com um sentido
orientador [prático]. (…) as formas de tratamento de um assunto são tantas quanto a matéria a
que se aplicam o admitir. Nada do que diz respeito à prática de ações ou à obtenção do que é
vantajoso tem algo de estável, tal como o não tem o que concerne ao estado de saúde.

Aristóteles (2015). Ética a Nicómaco. Quetzal, p. 49.

21.1. Que tipo de argumento não dedutivo está presente no excerto? Justifica a tua resposta.

Cenário de resposta
21.1. É um argumento por analogia. Aristóteles está a comparar instabilidade da orientação para agir com a
instabilidade típica do estado de saúde. As formas de tratamento de ambas, ação e saúde, são múltiplas.

22. Lê o excerto que se segue.

Uma das dificuldades que as crianças têm na aprendizagem acerca do mundo é lidarem com as
ambiguidades da linguagem. Têm tendência para levar as coisas bastante à letra, pois ainda não
aprenderam a usar o contexto para interpretar as ambiguidades. Não desenvolveram ainda a
tolerância (ou a compreensão) em relação às diferentes nuances.

Eugenia Cheng (2020). A arte da lógica num mundo ilógico.


Como dar sentido a um mundo que não o tem. Temas e Debates, p. 35.

22.1. Quando se discute a igualdade de direitos entre mulheres e homens, é muito comum surgir,
a determinada altura, o argumento de que se as mulheres querem ser como os homens, então
devem fazer exatamente os mesmos trabalhos que os homens. Geralmente, o exemplo usado é o
da construção civil como sendo uma profissão onde não se encontram mulheres. Que tipo de
argumento é este? Justifica a tua resposta.

29
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
TEMA II | LÓGICA

Cenário de resposta
22.1. Este argumento é uma falácia do espantalho ou do boneco de palha, o que significa que é um mau
argumento. Quando se discute a igualdade de direitos entre mulheres e homens, muitas vezes o argumento
inicial é deturpado como se se estivesse a discutir uma igualdade a nível das características físicas dos dois
sexos, quando de facto não é isso que está a ser discutido. Discute-se se as mulheres têm direito aos mesmos
direitos do que os homens, independentemente do sexo. Essa tentativa de alterar a linha de argumentação
prende-se com o facto de, em termos físicos, muitos homens terem um conjunto das características
morfológicas e fisiológicas que lhes conferem mais força do que a uma boa parte das mulheres. Com este
expediente, julga-se ser mais fácil justificar que as mulheres não devem ter os mesmos direitos do que os
homens à luz da lei.

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