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❖ As transformações produzem alguns sinais e sintomas que são incômodos e desconfortáveis. Fica
difícil distinguir o que é fisiológico e o que é patológico.
Modificações Cutâneomucosas:
❖ 90% das mulheres apresentam essas alterações.
❖ Ocorre aumento da volemia e diminuição da resistência vascular periférica. Isso causa vasodilatação
periférica, que gera eritema (pode ter algum grau de prurido).
❖ Vasodilatação característica nas palmas (eritema palmar).
❖ Formação de aranhas vasculares.
❖ Compressão pelo útero gravídico → dificuldade de retorno venoso → edema de membros inferiores
e varicosidades (acontecem mais no final da gestação).
❖ O edema acontece na maioria das mulheres, pela dificuldade do retorno venoso e pelo aumento da
retenção hídrica, com diminuição da osmolaridade.
Marcela Bastos, 71C
❖ O aumento do plexo hemorroidário também é visto com
frequência. O aumento da pressão intra-abdominal,
junto com dificuldade de retorno venoso e aumento da
volemia contribuem para o aumento do plexo
hemorroidário.
❖ 40% das gestantes, principalmente no 3° trimestre.
Alterações de Pigmentação:
❖ Aumento do hormônio melanocítico.
❖ Aumento dos melanócitos com aumento da produção e deposição de melanina. Isso é muito piorado
com a exposição ao sol.
❖ Formação de cloasma ou melasma gravídico.
❖ Formação da linha nigra. Hiperpigmentação das aréolas. Essas alterações são mais pronunciadas em
pacientes negras. A exposição solar piora muito os sintomas, por isso é recomendado o uso de
protetores solares e deve-se evitar o sol.
❖ Hiperdistensão da pele, causada pelo crescimento do útero. Isso predispõe à formação de estrias
gravídicas. O abdome é o local mais propício para a formação dessas estrias.
Eritrócitos:
❖ O aumento do volume plasmático se deve à retenção de água e de eletrólitos. Temos diminuição da
osmolaridade plasmática e hemodiluição. Porém, também temos o aumento da produção de
hemácias. Temos hemodiluição, pois o aumento da quantidade de água é maior do que o aumento
da produção de hemácias, mas ambos aumentam. Ocorre aumento de cerca de 450ml de hemácias
no 3º trimestre. Aumento da produção de eritropoetina → aumento da produção de hemácias →
aumento de glóbulos vermelhos circulantes.
❖ Ocorre diminuição de concentração de 2,3-difosfoglicerato nos eritrócitos, o que causa diminuição da
afinidade da hemoglobina materna pelo O2, para facilitar a dissociação de 02 da hemoglobina
materna, o que permite maior transferência de O2 para o feto.
Leucócitos:
❖ A gravidez está associada a um certo grau de supressão imunológica, para poder receber o feto (que
seria em parte um corpo estranho). Parece ter uma redução na função dos linfócitos T help. Ocorre
aumento de leucócitos totais, principalmente de polimorfonucleares e linfócitos CD8.
❖ Durante a gestação: 5.000 a 12.000/mm3.
❖ No parto e puerpério pode subir drasticamente, provavelmente relacionado ao aumento de atividade
suprarrenal: até 25.000/mm3. Momento em que a mulher está mais exposta e o feto já saiu da mulher.
❖ Os neutrófilos aumentam, porém possuem função diminuída.
❖ Ocorre também redução do número de plaquetas, devido à hemodiluição e ao aumento do consumo.
Plaquetopenia fisiológica da gestação.
Marcela Bastos, 71C
Coagulação:
❖ Estado de hipercoagulabilidade na gestação. Ocorre aumento de quase todos os fatores de
coagulação, exceto V e IX.
❖ Aumento dos fatores II, VII, VII, X e XII.
❖ Aumento de fibrinogênio (50%).
❖ Aumento de dímero-D (50%).
❖ Redução da atividade fibrinolítica.
❖ Ocorre estado de hipercoagulabilidade, principalmente para proteger a mulher de hemorragias
durante o parto.
❖ A profilaxia medicamentosa é indicada apenas para gestantes com algum fator de risco adicional.
❖ Porém, a profilaxia com meias compressivas pode ser realizada em gestantes que vão se expor a
alguma situação, como viagem longa.
Coração:
❖ Alteração na posição do coração:
• Deslocamento para esquerda e para cima.
• Deslocamento do ápice para lateral.
• Aumento volumétrico: distensão de câmeras e hipertrofia de miócitos. Isso causa liberação de
peptídeo natriurético.
❖ Alterações no ritmo cardíaco: extra-sístoles, taquicardia paroxística supraventricular.
Alterações eletrocardiográficas:
❖ Ondas T e Q. Segmento ST. Desvio do eixo cardíaco 15 a 20 graus.
❖ A redução da viscosidade sanguínea e o aumento do DC podem causar um sopro sitólico leve, em
90% das gestantes, sem nenhuma repercussão clínica.
❖ 20% das gestantes apresentam sopro diastólico.
❖ 10% das gestantes apresentam sopro contínuo, principalmente devido à hipervascularização das
mamas (? não entendi essa parte kkkk).
Adaptações Respiratórias:
❖ O aumento do útero causa elevação do diafragma.
Logo, essa paciente expande menos o pulmão. O
amolecimento das articulações e dos ligamentos
permite uma ampliação da caixa torácica antero-
posterior, para compensar a redução da expansão
vertical.
❖ Ocorre aumento do volume corrente, com diminuição
da capacidade residual funcional.
❖ Diminuição da reserva expiratória.
❖ Isso causa maior excreção de CO2 e maior inspiração
de O2.
❖ Essas alterações são semelhantes a hiperventilação de
uma pessoa que não está grávida. Isso ocorre, pois há
maior demanda por O2 para o feto e para facilitar o
transporte de CO2 do feto para a mãe.
❖ Aumento de Po2 e redução de Pco2.
Marcela Bastos, 71C
❖ Isso causa uma discreta alcalose no Ph. Para compensar isso, temos uma diminuição do HCO3, com
aumento da excreção renal de HCO3.
❖ Sensação de dispneia, com menor tolerância ao exercício (ao aumento da FR). 60 a 70% dos casos.
❖ Tendência à epistaxe.
❖ Respiração suspirosa.
Alterações Endócrinas:
Placenta:
❖ Funções: trocas gasosas, troca de nutrientes, função imunológica e função endócrina.
❖ Produção de estrogênios, progesterona, HCG, hormônio natriurético placentário, que é muito
importante no metabolismo de carboidratos.
Tireoide:
❖ Aumento de tamanho.
❖ A fração do beta HCG possui semelhança molecular com fração beta do TSH.
❖ A gestante possui metabolismo aumentado.
❖ A vasodilatação periférica que ocorre na gestação também possui função de eliminar calor, para
manter a homeostase do organismo da gestante.
❖ O valor de referência de TSH muda:
• 1º trimestre: <2,5
• 2 e 3º trimestre: <3,5
Pâncreas:
❖ O estrogênio e a progesterona causam hiperplasia das células pancreáticas, fazendo com que exista
uma maior produção de insulina.
❖ Ocorre modificação da resposta periférica à insulina.
❖ Na primeira metade da gestação, temos uma fase mais anabólica:
• A sensibilidade periférica à insulina está normal. Maior utilização periférica de glicose.
• Aumento da lipogênese.
• Redução da glicogenólise.
• Redução da gliconeogênese.
• Aumento da resposta insulínica à glicose (libera mais insulina para uma mesma exposição à
glicose). A tendência é a glicemia diminuir e os ácidos graxos livres e cetonas aumentarem.
• A mulher possui uma tendência à hipoglicemia em jejum. Ela possui menor tolerância ao jejum.
Por isso, o valor de referência para a glicemia em jejum em gestantes é mais baixo (92).
❖ Na segunda metade da gestação (fase catabólica), devido ao aumento dos hormônios
contrainsulínicos, como o lactogênio placentário, temos aumento da resistência periférica materna à
insulina:
• Diminuição da tolerância à glicose.
Marcela Bastos, 71C
• Redução de estoque de glicogênio.
• Aumento da produção hepática de glicose.
• Isso ocorre para ter suprimento constante de nutrientes para o feto, que, nesse momento, tem
maior demanda por nutrientes. Essas modificações fazem com que a mãe tenha mais glicose no
sangue.
❖ É nesse momento que fazemos o teste de tolerância à glicose na mãe, pois é o pico do hormônio
contrainsulínico.
❖ Diminuição do tônus dos esfíncteres de musculatura lisa. Isso causa esvaziamento gástrico lento,
constipação por lentidão do trânsito intestinal, refluxo gastroesofágico por redução do EEI.
❖ Aumento da produção de muco e do tempo de esvaziamento gástrico. Isso piora o refluxo.
❖ Aumento de bilirrubina e de fosfatase alcalina, que podem causar icterícia materna.
❖ O aumento da leptina causa aumento do apetite e da sede. No 1º trimestre, a tendencia é ocorrer
hiporexia, náusea e vômitos, mas com o fim da gestação o corpo se adapta melhor às gonadotrof inas.
❖ Podem ocorrer mudanças nas preferências alimentares.
❖ A sede também pode ser causada com o aumento da liberação de vasopressina para alteração da
osmolaridade.
❖ Vômitos: aumento de gonadotrofinas e de hormônios tireoideanos.
❖ Sialorreia: estímulo neurológico do vago e do trigêmeo.
Marcela Bastos, 71C
Fígado e Vias biliares:
❖ Hipotonia biliar por diminuição da atividade de musculatura lisa → litíase biliar.
❖ Esvaziamento biliar lento e incompleto → volume residual.
❖ Função hepática pouco alterada: discreto aumento de bilirrubinas, globulinas e gama GT.
❖ Aumento da fosfatase alcalina em até 3 vezes.
❖ Redução parcial do transporte intraductal hepático: colestase gravídica e prurido gestacional.
Alterações Urinárias:
❖ Aumento da volemia → redução da resistência vascular periférica → aumento de 50% do RFG e
aumento de 50 a 80% do fluxo plasmático glomerular.
❖ Secreção aumentada de vários componentes séricos.
❖ Aumento da retenção de sódio e de água.
❖ O aumento de volume pode causar dilatação do sistema coletor, principalmente à direita por causa
de uma ação obstrutiva do útero (ele possui uma leve rotação à direita). Essa dilatação retorna ao
normal depois da gestação.
Bexiga:
❖ Redução da capacidade vesical.
❖ Aumento do resíduo urinário.
❖ Polaciúria.
❖ Refluxo vesico-ureteral (diminuição do tônus dos esfíncteres).
❖ Incontinência urinária.