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Fisioterapia Aquática
CURITIBA/PR
2022
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SUMÁRIO
Conceitos Fundamentais da FA 6
Método Ai-Chi 23
Watsu 39
3
Apesar do uso terapêutico da água ser uma prática comum antes de Cristo
(BIASOLI,MACHADO, 2006), a FA foi reconhecida como uma especialidade no Brasil em
2014 por meio da Resolução nº443 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional (COFFITO, 2014). Além de definir o que é essa área da Fisioterapia, há ainda
24 competências como requisitos básicos para o exercício da especialidade (FIGURA 1)
(COFFITO, 2014).
A resolução reafirma ainda a atuação do Fisioterapeuta em ambiente aquático em
todos os níveis de atenção à saúde. Na atenção primária (Unidades básicas de sáude,
núcleo de apoio à saúde da família), em serviços especializados em níveis ambulatorial e
hospitalar e na alta complexidade. Vasconcelos et al. (2021) ainda ressalta a atuação do
fisioterapeuta com a Fisioterapia Aquática em todas as fases de vida do indivíduo: crianças,
adolescentes, adultos, idosos, atletas e gestantes
Tendo em vista a ação das propriedades físicas e térmicas da água no corpo imerso
e as repercussões fisiológicas nos tecidos humanos, há condições de saúde que não
poderão se valer de tais efeitos.
Dentre as condições absolutas tem-se: feridas abertas, fístulas cutâneas, úlceras
de decúbito, infecções de olhos ou de ouvidos, infecções urinárias, micoses, insuficiência
respiratória grave, úlceras varicosas, insuficiência cardíaca sem acompanhamento médico,
crises de angina, incontinência urinária ou fecal não controladas, sintomas agudos de
trombose venosa profunda, doença sistêmica e tratamento radioterápico em andamento
1 Fala da Doutoranda Juliana Siega em aula de estágio docente da disciplina de Fisioterapia Aquática 10/02/2022.
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(BIASOLI; MACHADO, 2006; FORNAZARI, 2012). Cechetti et al. (2019) ainda apontam a
hipertensão ou hipotensão não controlada, problemas cardíacos graves e pessoas com o
uso de válvulas intracranianas.
Dentre as condições relativas tem-se: tímpano perfurado, epilepsia, uso de bolsa
de colostomia, disfagia, redução da capacidade vital grave, doenças renais, hemofilia e
medo da água. Para mulheres: período menstrual sem uso de proteção interna (BIASOLI;
MACHADO, 2006; FORNAZARI, 2012).
De acordo com o estado clínico: febril, lesão de pele, tuberculose, debilidade grave,
queimadura, sarna e piolhos (FORNAZARI, 2012). Pode-se ainda ressaltar alguns casos
que vale atenção redobrada: náusea, vertigem, doenças renais, hemofilia, diabetes,
diminuição importante da capacidade vital e deficiência tireóide, além de tratamento
radioterápico recente, devem ser discutidos com o médico (CECHETTI et al. 2019).
Conceitos Fundamentais da FA
Agentes Hidro-cinesioterapêuticos
Ao estudar o meio líquido, é preciso ter em mente o comportamento normal dos
fluidos, bem como seus efeitos no corpo imerso. Esses comportamentos podem ser
divididos de maneira didática em agentes hidrodinâmicos, hidrostáticos e termodinâmicos
(VASCONCELOS et al. 2021).
O agente hidrostático é aquele presente na ausência de movimento. O princípio de
Pascal que define a pressão exercida sobre o corpo imerso é o exemplo (VASCONCELOS
et al. 2021). 2
Já os agentes hidrodinâmicos,são forças exercidas pelos fluidos no corpo imerso
durante o movimento. São exemplos: tensão superficial, viscosidade, fluxo turbulento e
densidade (VASCONCELOS et al. 2021).2
Por fim, ao fato de a água conseguir transferir energia térmica com facilidade, dá-se
o nome de agente termodinâmico. Assim, em piscina aquecida acima da temperatura
corporal média (36-37ºC) o líquido tende a “doar” energia térmica ao corpo imerso, do
contrário, tende a receber (VASCONCELOS et al. 2021). 2
2 Fala da Doutoranda Juliana Siega em aula de estágio docente da disciplina de Fisioterapia Aquática 10/02/2022.
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- Densidade Relativa
A densidade é definida como a quantidade de massa ocupada por um corpo
em razão da unidade de volume que sua massa ocupa a determinada temperatura
(PARREIRA. BARATELLA, 2011). De maneira geral, a água é mais densa que a do
corpo humano. Associada a outra propriedade, a densidade auxilia a explicar porque
o corpo humano é capaz de flutuar na água, por exemplo. Em seu livro, Parreira e
Baratella (2011) resumem em tabela a densidade de algumas substâncias.
-
Se compararmos um indivíduo com massa corporal magra
predominante (01) e outro com massa corporal gorda predominante (02) em
8
- Princípio de Pascal
“O princípio de Pascal afirma que a pressão do líquido é exercida
igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso
e em repouso a uma determinada profundidade. Essa pressão
aumenta proporcionalmente à profundidade e à densidade desse
líquido.”
(PARREIRA; BARATELLA, 2011)
- Princípio de Arquimedes
Esse princípio, conhecido como força de empuxo, define que todo corpo,
parcial ou totalmente imerso em um fluido sofre uma força igual ao peso do volume
de líquido deslocado por esse fluido, com sentido contrário à força gravitacional da
Terra (PARREIRA. BARATELLA, 2011). A partir desse conceito,conclui-se que essa
força vertical pode auxiliar a realizar um movimento, se feito na mesma direção, ou
resistir dificultando o movimento, se feito em direção contrária. Quando o corpo
humano flutua, percebe-se a ação do empuxo estabilizando, auxiliando assim a
manter o corpo na superfície da água (IUCKSH et al. 2020).
Resistências
- Viscosidade
De maneira resumida, viscosidade é o atrito entre as moléculas de água. Ela
é diretamente proporcional à velocidade do movimento da água e a área de contato.
Ou seja, quanto maior a área de contato (parte do corpo ou objeto) ou maior a
velocidade do movimento, maior é a resistência. Ou seja, quanto maior for a
viscosidade do líquido, mais resistente o líquido é para fluir (CECHETTI et al. 2019;
IUCKSH et al. 2020).
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- Fluxo Turbulento
Esse efeito acontece quando o corpo (ou objeto) é movimentado de forma
irregular, gerando turbulência do ambiente aquático. Isso gera um fluxo de moléculas
desalinhado e descontínuo.
Nesse fluxo a resistência é diretamente proporcional ao quadrado da
velocidade. Assim, quanto maior for a velocidade, maior é a resistência.
- Fluxo Laminar
Fluxo laminar é o nome dado ao movimento ordenado e contínuo das
moléculas de água, em que o atrito entre as camadas líquidas é pequeno e elas
separam-se logo após a passagem do corpo (ou objeto), mas unem-se em seguida
(FORNAZARI, 2012). No fluxo laminar, a resistência de fricção é diretamente
proporcional à velocidade e por isso o deslocamento em meio líquido é mais fácil
quando em fluxo laminar, comparado ao fluxo turbulento.
- Efeito Metacêntrico
Considerando o corpo/objeto imerso, duas forças atuam de maneira
equivalentes mas opostas sobre o corpo: A força gravitacional de cima para baixo e
a força do empuxo (princípio de arquimedes) de baixo para cima. Quando essas
forças estão atuando no corpo de maneira desiguais, o corpo responde com
movimentos rotacionais para que elas haja o equilíbrio novamente. Para isso, há um
deslocamento do centro gravitacional do corpo. Se em solo, esse centro se encontra
aproximadamente na região da cicatriz umbilical, em água vai depender da posição
do corpo e membros na água.
- Fornazari (2012), descreve não como uma propriedade física da água, mas um
fenômeno decorrente da imersão.
- Temperatura
A água possui calor específico muito alto (1 cal/g Cº), isso quer dizer que
para que se aumente ou diminua a temperatura da água é necessário uma grande
quantidade de energia (CAROMANO; THEMUDO; CANDELORO, 2003). Por outro
lado, é capaz de transferir calor 25 vezes mais rápido que o ar (BECKER, 2009).
Conclui-se que a água retém calor ou frio ao mesmo tempo em que o entrega
facilmente à parte do corpo imersa, permitindo assim um amplo uso terapêutico.
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Biasoli e Machado (2012), apontam ainda o efeito de bem estar e conforto da água
em temperatura terapêutica (33,5-35.5º C).
Sistema Cardiovascular
Sistema Respiratório
Sistema Renal
Sistema Neuronal
Sistema Musculoesquelético
IUCKSCH, D. D. et al. Decoding the aquatic motor behavior: description and reflection on
the functional movement . Acta Scientiarum. Health Sciences, v. 42, n. 1, p. e47129, 27
fev. 2020.
A pontuação vai de 1-5, sendo 1 “não realiza” e 5 “realiza com domínio e menor
gasto energético.
1- Não pode realizar;
2- Faz com suporte total (3 apoios ou mais);
3- Faz mas com suporte parcial (até 2 apoios)
4- Faz sem suporte mas com domínio parcial
5- Faz sem suporte com domínio total (tarefa completamente alcançada
Abaixo estão as descrições de cada comportamento a ser realizado pelo paciente.
Ressalta-se a necessidade de demonstração do exercício para o paciente, quantas vezes
forem necessárias para que haja pleno entendimento do que está sendo requisitado dele.
Ambientação
A1 - Entra na piscina
Comando: orientar a entrada e ver se faz com confiança, com ajuda do terapeuta,
do elevador e etc. Detalhe: vc está buscando avaliar a AMBIENTAÇÃO.
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Fala da Profa.Dra. Vera Lúcia Israel em aula teórica na disciplina de Fisioterapia Aquática do curso
de Fisioterapia da Universidade Federal do Paraná no Centro Hospitalar de Reabilitação Ana
Carolina Moura Chavier no dia 17 de fevereiro de 2022.
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Posição terapeuta: fica atrás ao flutuar e passa para frente durante o giro do
paciente.
D7 - Rotação Sagital
Comando: Maria, que eu disser que pode ir, você irá flutuar de barriga para cima e
inclinar para as laterais. Então com com seu braço direito vai levar a mão em direção ao pé
direito; também com o braço esquerdo vai levar a mão em direção ao pé esquerdo.
Posição terapeuta: permanece atrás da cabeça do paciente.
Cd7 - Corre
Comando: Maria, que eu disser que pode ir, você vai correr! Levanta bem os
joelhos, respira fundo e corre.
Posição terapeuta: fique em uma distância segura mas que dê liberdade para o
nado. Cuidado com a cabeça e membros na borda da piscina.
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Cd 8 - Saltito
Comando: Maria, que eu disser que pode ir, você irá juntar os pés e dar pulinhos
para frente.
Posição terapeuta: fique em uma distância segura mas que dê liberdade para o
nado. Cuidado com a cabeça e membros na borda da piscina.
4Fala da Doutoranda Juliana Siega em aula de estágio docente da disciplina de Fisioterapia Aquática 24/02 /2022
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Método Ai-Chi
Em 1997 Jun Konno criou o Ai Chi ( Ai = amor; Chi = energia) visando utilizá-lo para
aulas de relaxamento em grupo. São adaptações do método Shiatsu, Watsu e Tai Chi
Chuan (FORNAZARI, 2012). Por ser um método, possui princípios gerais a serem seguidos,
porém a partir da primeira publicação de Jun Konno, são permitidas criações e adaptações
de acordo com a realidade clínica de cada indivíduo. O fisioterapeuta que domina as
propriedades físicas da água, saberá como adaptar e utilizar o Ai Chi de maneira correta. 5
Esse método é caracterizado por movimentos de grande amplitude, lentos e
rítmicos, associados ao controle respiratório e integram corpo, mente e energia espiritual. O
foco é ensinar o corpo a livrar-se das amarras. Os movimentos não podem gerar dor. 6
A prática deve acontecer em piscina aquecida a 33º, com repetição de cada
movimento por no mínimo 3 vezes, para cada hemicorpo quando se aplicar, duas vezes por
semana durante 10 minutos. A progressão deve acontecer até uma frequência de três
vezes na semana, por 30 minutos com 12 repetições de cada movimento. As repetições
dos movimentos visam equilibrar o Chi (FORNAZARI, 2012).
Os principais objetivos terapêuticos associados ao método são redução da dor,
estresse, insônia, aumento do consumo de O2 bem como promover o relaxamento. Como
apontam Pereira e Baratela (2011), pode ser utilizado também para promoção de saúde e
qualidade de vida.
Esse método pode ser utilizado em diferentes condições de saúde. Uma revisão de
literatura, por exemplo, identificou melhora na qualidade de vida, funcionalidade, atividades
de vida diária e redução do quadro álgico em pacientes com fibromialgia (SILVA; THOMAZI;
PONZI, 2021).
A postura inicial do Ai Chi é: em ortostatismo, pés separados e alinhados na linha do
quadril, levemente rotacionados para fora, joelhos semifletidos, pelve na posição neutra,
com abdômen em contração, ombros e mento imersos em água, com peso igualmente
distribuído. Em geral, na inspiração associa a supinação do antebraço e a expiração a
pronação do antebraço.
OBS: Para aplicação o terapeuta permanece fora da piscina.
A sequência básica é composta por 12 movimentos descritos abaixo:
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Fala do doutorando Adriano Zanardi da Silva como colaborador da disciplina de Fisioterapia
Aquática 03/03/2022
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Fala do doutorando Adriano Zanardi da Silva como colaborador da disciplina de Fisioterapia
Aquática 03/03/2022
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Extra: Como forma de fixar os movimentos da sequência básica do Ai-Chi, criei uma
atividade na plataforma Educaplay. Utilizei dos desenhos dos movimentos no livro de Harold
Dull “Watsu: exercícios para o corpo na água” (2000) para facilitar a visualização dos
movimentos e associar aos nomes.
Basílio, A.G.M et al. Efeito Da Técnica Ai Chi Em Ambiente Aquático Na Função Pulmonar
E Força Muscular Respiratória De Indivíduos Normais, VIII Encontro Latino Americano de
Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, 2008. Disponível em:
<http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2008/anais/arquivosINIC/INIC1208_01_O.pdf>
Entradas
Instrução dada ao nadador para entradas sentadas: permaneça sentado na borda da
piscina com metade da sua coxa à frente, a cabeça posicionada para frente, mãos para
frente sem segurar na borda. Assoprar e entrar na água (TESE)
Sentado frontal Tem controle de tronco. Terapeuta em pé, com Após o nadador inclinar o
totalmente Sentado, com os um pé na frente do corpo e apoiar nos ombros
dependente joelhos flexionados. outro. Irá apoiar com a do terapeuta, ele irá se
Os antebraços ficam mão espalmada ou na deslocar em direção ao
nos ombros do região da cintura instrutor que o apoia. Ao
terapeuta (sem pega escapular ou pélvica. entrar na água, o nadador
em mãos apenas apoio) permanece em posição de
sela.
Sentado frontal Tem controle de tronco. Terapeuta em pé, com Apoio em cotovelo. O
parcialmente Sentado, com os um pé na frente do paciente se inclina para
dependente: joelhos flexionados. outro. frente e entra em água,
cotovelos e mãos Cotovelos estendidos, Irá apoiar com a mão enquanto o terapeuta dá
ombros levemente espalmada na região um passo para trás para
flexionados. posterior do cotovelo. permitir a entrada o
O apoio pode ser nas paciente.
mãos do paciente a Apoio em mãos: O
depender da paciente se inclina para
independência. frente como se fosse
Apoio não é agarrar. mergulhar. Irá entrar na
Mãos espalmadas. água (primeiro com a
cabeça…) e fará uma
rotação longitudinal
passando de supino para
prono.
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Sentado frontal Sentado virado para um Terapeuta em pé dentro O nadador inclinará o corpo
com rotação lateral lado, com as pernas da piscina de costas em direção a água
com apoio cruzadas (perna para a borda, na lateral associando a rotação do
contrária ao lado que que o nadador está corpo entrando em água de
está virado). Um braço virado de frente. Irá lado e finalizando em
cruza o abdome e o apoiar com com a mão decúbito dorsal. O
outro (mesmo lado da espalmada no cotovelo terapeuta apoia apenas
perna por cima), do paciente. Após a durante a queda do
mantém flexão de entrada, permanecerá paciente para dentro da
ombro e extensão de próximo ao paciente, em piscina.
cotovelo. distância segura para
possível apoio.
Sentado frontal Sentado virado para um Terapeuta em pé dentro O nadador fará uma flexão
com rotação lateral lado, com as pernas da piscina de costas cervical e inclinará o corpo
independente cruzadas (perna para a borda, na lateral em direção a água,
contrária ao lado que que o nadador está associando a rotação do
está virado por cima). virado de frente. corpo entrando em água de
Um braço cruza o lado e finalizando flutuação
abdome e o outro em supino.
(mesmo lado da perna
por cima), mantém
flexão de ombro e
extensão de cotovelo.
Saídas
Decúbito dorsal Flutua em supino Terapeutas em pé, com Terpeutas com antebraços
totalmente próximo a borda da um pé na frente do em prono farão o apoio. Ao
dependente piscina. outro. comando do terapeuta 1
3 pessoas apoiam o irão elevar o paciente
antebraço: apoiando-o na borda da
1 - região cervical + piscina. O movimento é
escápulas para cima e para fora.
2 - região lombar e
média coxa
3 - região inferior da
perna
do paciente permanece
apoiada no chão em flexão
de cotovelo e ao comando
do terapeuta irá estender.
O terapeuta puxa o
paciente em rotação para
que ele sente.
Desenvolvido por James McMillan a partir de 1949, na Halliwick School for Girls,
Inglaterra, tem como filosofia central a independência para nadar das pessoas com
deficiência, por meio das habilidades do paciente no meio líquido (FORNAZARI, 2012).
Essa prática terapêutica visa promover o desenvolvimento da autoestima,
autoconhecimento, autovalorização, alívio de tensões, equilíbrio emocional, confiança,
segurança, socialização e interação ao paciente, tendo em vista que deve-se aproveitar os
potenciais de cada indivíduo. Pode ser utilizada em diferentes condições de saúde.
Um exemplo é o uso do conceito como intervenção para pessoas com doença de
Parkinson. Uma pesquisa comparou a fisioterapia aquática terrestres, aquática tradicional e
aquática Halliwick e identificou que em 12 intervenções de 60 minutos o grupo que realizou
atividades do conceito Halliwick teve melhores pontuações na escala de equilíbrio
(TERRENS; SOH; MORGAN, 2020).
Pode-se associar ao conceito Halliwick o conceito de psicomotricidade, tendo em
vista que no meio aquático pode-se aproveitar as potencialidades do indivíduo por meio do
movimento na água e da sua relação com o espaço, com o objeto, com o outro e consigo
mesmo (FERNANDES; FILHO, 2012).
De acordo com Vasconcelos et al. (2021), a metodologia é baseada em quatro
princípios baseados no aprendizado motor. Assim o processo de aprendizagem é
estruturado e tem uma evolução lógica e gradual. O programa de 10 pontos é subdividido
em estágios de desenvolvimento com representação por cores.
No estágio 1, representado pela cor vermelha, busca-se adaptação do meio líquido,
independência na piscina e controle respiratório. Já no estágio 2, representado pela cor
amarela, busca-se o controle das rotações e equilíbrio. E por fim, no estágio 3,
representado pela cor verde, busca-se a habilidade de deslocar-se na água. Serão
trabalhados movimentos de coordenação e que desenvolva a complexidade necessária
para elevar os braços para fora da água.
As atividades podem ser trabalhadas individualmente ou em grupos de participantes
divididos de acordo com as suas habilidades motoras e não de acordo com suas
deficiências.
1) Ajustamento mental
2) Desprendimento
Estágio 2 Controle do equilíbrio
3) Controle da rotação transversal
4) Controle da rotação sagital
5) Controle da rotação longitudinal
6) Controle da rotação combinada
7) Empuxo
8) Equilíbrio/Quietude
9) Deslizamento/Turbulência
Estágio 3 Movimentos
10) Nados básicos
Extra: Como forma de fixar o programa de 10 pontos criei uma atividade em formato de
palavras cruzadas na plataforma online Educaplay. Para ilustrar os movimentos utilizei as
imagens diponíveis em: https://core.ac.uk/download/pdf/268364436.pdf
Para acessar o jogo clique no link:
https://www.educaplay.com/learning-resources/11951547-conceito_halliwick.html
Captura de tela exemplificando o jogo:
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RUOTI, R.G.; MORRIS, D.M.; COLE, A.J. Reabilitação Aquática. Tradução de Nelson
Gomes de Oliveira. Editora manole, 1ª ed., São Paulo, 2000.
TERRENS, A.F.; SOH, S.E.; MORGAN, P. The safety and feasibility of a Halliwick style of
aquatic physiotherapy for falls and balance dysfunction in people with Parkinson's Disease:
A single blind pilot trial. PLoS One. v.15, n.7, 2020
A- Tronco Superior
Posição inicial: Paciente em supino com colar cervical, apoio em l5-s1 e um anel
em torno de cada tornozelo.
Movimento: Paciente fará uma flexão lateral levando a mão ipsilateral na direção do
pé.
Posição do terapeuta: Posicionado entre as pernas abduzidas do paciente e
estabiliza o paciente quando ele se flexiona de maneira ativa.
Comando: flexione para direita, relaxe. Flexione para a esquerda, relaxe.
B- Tronco Inferior
Posição inicial: Paciente em supino com colar cervical, apoio em l5-s1 e um anel
em torno de cada tornozelo. Coloca as mãos apoiadas na região cervical em flexão
de cotovelo e abdução de ombro.
Movimento: Paciente fará uma flexão lateral levando o membro inferior em direção
ao ombro ipsilateral.
Posição do terapeuta: Posicionado atrás da cabeça do paciente com pega de mão
bilateral nos cotovelos. Tocar o paciente no cotovelo para o lado que fará a flexão.
Comando: Traz as pernas para a direita, relaxe. Traz as pernas para a esquerda
relaxe.
Watsu
Esse é um método derivado do zen-shiatsu, como já induz o nome (do inglês: water
+ shiatsu), descrito pela primeira vez por Harold Dull em 1980. Apropriando-se das bases da
medicina oriental, como o conceito de Qi ou Chi, associação corpo-mente, yin-yang, dentre
outros, criou-se movimentos totalmente passivos, inicialmente como o foco no relaxamento,
associados a alongamentos. O terapeuta é denominado doador e o indivíduo receptor,
criando uma ideia de fluxo de energia. Nessa relação de doação, a centralização e conexão
com a respiração é essencial (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).
Harold Dull (2001), enfatiza que, para o método, o doador deve ser e estar com o
receptor, sendo essa relação de confiança e entrega o fundamento do método e não a
realização dos movimentos puramente. Assim, fica claro que o watsu afeta o indivíduo nos
níveis emocional, psicológico, espiritual e físico.
Para o método utiliza-se água aquecida em 35º-37º, tendo em vista a temperatura
corporal, pois é o meio ideal para “soltar o corpo” (DULL, 2001).
O sustento da cabeça deve ser cuidado como em um bebê recém-nascido, na
técnica por vezes é apoiada no encontro do antebraço com o braço, por vezes no ombro e
por vezes com a mão, mas sempre visando o conforto do receptor. A região occipital deve
estar apoiada para impedir que a cabeça caia para trás (DULL, 2001).
Tome o cuidado de manter os ouvidos dentro da água tendo em vista o silêncio e
quietude proporcionados, porém na maioria das vezes mantenha o nariz do receptor para
fora (DULL, 2001).
Esse método pode ser utilizado para o relaxamento, como a proposta inicial, e de
maneira terapêutica em diferentes condições de saúde, por exemplo em distúrbios
musculoesqueléticos como a fibromialgia e neurológicos como a paralisia cerebral
(SCHITTER et al. 2020). Uma pesquisa mostrou melhora de 6 pontos na pontuação global
do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) (sendo a diferença mínima
clinicamente importante de 3 pontos) em pessoas com Doença de Parkinson após 18
intervenções de 30 minutos do fluxo básico de watsu (LOUREIRO et al. 2022).
2- Parede
Oriente-o para que encontre uma posição confortável apoiando as costas na parede
e com as pernas afastadas para ter uma base ampla. Assim, instrua-o a perceber o
sustento que a parede dá e avise que a próxima vez que ele sentir isso será a finalização da
sessão. Em seguida, peça para que ele estenda os braços e com o apoio em suas mãos o
conduza para um passo à frente e instrua para que ele perceba o sustento que a água
proporciona.
3- Dança da Respiração
O doador ficará de frente ao lado direito do paciente e irá passar o seu braço
esquerdo por cima do braço direito, preparando para apoiar a cabeça do receptor. Com o
dorso do antebraço direito, irá apoiar no ponto de equilíbrio (entre o sacro e as pernas) e
assim irá levantar o receptor até a superfície da água. O braço direito do receptor fica atrás
das costas do doador.
Nesse momento o doador observa os sinais de inspiração e expiração do receptor e
sincroniza sua respiração, permitindo que a água levante o paciente na inspiração e que o
corpo abaixe na expiração.
Observar a entrega do receptor, se seus membros estão relaxados. Caso não esteja,
deslize o braço direito até o joelho e levantá-los suavemente incentivando a flexão. Se não
funcionar, peça para que o parceiro dobre levemente os joelhos (DULL, 2001).
4- Balanço da Respiração
Na posição de apoio do movimento anterior, durante a inspiração jogar o peso do
corpo para o pé da cabeça (pé do terapeuta do mesmo lado da cabeça) e durante a
expiração jogar o peso do corpo para o pé do pé (pé do terapeuta do mesmo lado do pé do
receptor) abaixando a mão direita e deixando o quadril do receptor afundar.
5- Quietude
Diminuímos a amplitude do balanço e lentamente vamos parando. Isso para que o
nosso receptor se recupere do movimento.
6- Ninar
Vamos jogar o peso do corpo para o pé da cabeça e escorregar os antebraços para
a fossa poplítea. Em uma segunda inspiração vamos passar o apoio occipital para a mão
em seta, tracionar a cervical para o teto com a mão apontada para cima. Receptor ficará em
posição sentado e doador fica com as mãos espalmadas em seus joelhos
7- Sanfona
Aqui será feita a flexão do quadril, levando os joelhos um pouco mais perto do peito,
sem tirar as pernas da água, permitindo que o quadril afunde mais a cada expiração. Abra
os braços confortavelmente e perceba a inspiração do receptor. Associado a isso tem-se a
descarga de peso para o pé da cabeça e para o pé do pé.
8- Sanfona Rotativa
O abrir e fechar continua como uma sanfona. Na ida para o pé da cabeça, na
inspiração doador fecha o receptor e rotaciona para o pé da cabeça. Na ida para o pé do pé
na expiração, o doador abre o receptor e rotaciona na direção do pé do pé.
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13- Pêndulo
O doador solta o punho na água e volta a segurar os joelhos do receptor.
Posiciona-se com um pé à frente do outro e então conduz o corpo do receptor para frente
saindo de seus braços e volta para trás.
O doador agradece o espaço para vivência e se posiciona ao lado do receptor e este terá o
tempo que julgar necessário para abrir os olhos e voltar ao estado normal.
Extra: Como forma de fixar os padrões de movimento criei uma atividade em formato de
Quizz na plataforma online Educaplay.
Para acessar o jogo clique no link:
https://www.educaplay.com/learning-resources/11953059-watsu.html
DULL, H. Watsu – Exercícios para o corpo na água. 1ªed. Summus Editorial, 2001.
LOUREIRO, A.D.C. et al. WATSU therapy for individuals with Parkinson’s disease to
improve quality of sleep and quality of life: A randomized controlled study. Complementary
Therapies in Clinical Practice. v. 46, 2022. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S174438812100222X?via%3Dihub Acesso
em: 19/04/2022.
RUOTI, R.G.; MORRIS, D.M.; COLE, A.J. Reabilitação Aquática. Tradução de Nelson
Gomes de Oliveira. Editora Manole, 1ª ed., São Paulo, 2000.