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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM

NEUROPSICOPEDAGOGIA CLÍNICA

1. INTRODUÇÃO

Em razão do aumento da incidência de transtornos e deficiências


relacionadas à aprendizagem as questões relacionadas ao diagnóstico dessas
condições têm ganhado uma relevância considerável nos diálogos entre pais,
educadores e especialistas de diversas áreas que lidam com este público
específico. A realização do estágio em questão decorre da crescente atenção dada
a estes desafios.

Diante desse contexto, observa-se um aumento na procura por


profissionais especializados, como neuropsicopedagogos, psicólogos,
fonoaudiólogos, neurologistas e psiquiatras. Destaca-se a importância do
neuropsicopedagogo, que emerge como um profissional de grande destaque
neste cenário, atuando de forma interdisciplinar para abordar as complexidades
destes desafios de aprendizagem.

O estágio supervisionado foi realizado em domicílio, localizado no


bairro Jardim Botânico em Brasília, Distrito Federal. A orientação e supervisão
ficaram sob a responsabilidade da neuropsicopedagoga Angélica Costa Gomides,
graduada em Pedagogia; pós-graduada em Psicopedagogia,
Neuropsicopedagogia, Análise do Comportamento Aplicada (ABA), Gestão e
Coordenação Escolar.

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O estágio foi iniciado em outubro de 2023 e teve o seu
encerramento em janeiro de 2024. No que se refere à carga horária, o estágio se
desenvolveu em 220 horas divididas em 20h de acompanhamento de avaliação,
80h estudo do caso (orientação e produção de relatório), 80h análise de
intervenção (planejamento) e 40h de intervenção neuropsicopedagógica prática
com o aprendiz.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Neuropsicopedagogo desempenha um papel fundamental de


forma interdisciplinar e transdisciplinar, integrando conhecimentos de
neurociência, psicologia e pedagogia para uma compreensão abrangente das
interações entre o cérebro, o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem.

O perfil desse especialista é caracterizado por uma série de


competências e habilidades essenciais para a eficácia de sua atuação, devendo
possuir uma formação sólida, geralmente em Pedagogia, Psicologia,
Fonoaudiologia ou áreas afins. É necessário que o profissional seja um observador
sensível capaz de identificar indicadores de dificuldades de aprendizagem e
comportamentais em crianças, adolescentes e adultos.

Além disso, faz-se necessário ter um conhecimento sólido em


neurociência para analisar os processos cognitivos e de aprendizagem. O
Neuropsicopedagogo também deve estar familiarizado com práticas pedagógicas,
currículos escolares e abordagens de ensino para avaliar como esses fatores
influenciam o processo de aprendizagem.

No processo de avaliação neuropsicopedagógica o foco principal


é compreender as dificuldades de aprendizagem de um indivíduo, identificando
os fatores que as prejudicam. Os objetivos incluem a identificação das causas

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dessas dificuldades, a elaboração de um perfil individual e o desenvolvimento de
planos de intervenção personalizados.

A avaliação neuropsicopedagógica busca determinar se as


dificuldades de aprendizagem estão associadas a fatores neurológicos,
emocionais, sociais, pedagógicos ou uma combinação desses elementos, isso
orienta a definição de disciplinas mais eficazes. A criação de um perfil específico
das habilidades cognitivas, emocionais e comportamentais da pessoa é essencial
para a formulação de estratégias de intervenção personalizadas.

Nesse sentido, é importante o profissional estabelecer um vínculo


afetivo entre os aprendizes e suas famílias, o que gera a relação de confiança. A
capacidade de comunicar-se de maneira clara e eficaz é essencial para relatar
resultados de avaliações e desenvolver estratégias de intervenção. Habilidades de
avaliação, como condução de avaliações abrangentes que envolvam testes
psicométricos, entrevistas, observações e análises de registros acadêmicos, são
necessárias.

Com base nos resultados da avaliação, o neuropsicopedagogo


pode conceber planos de intervenção que abordem as áreas de dificuldade e
promovam a aprendizagem. Essas disciplinas podem incluir adaptações
curriculares, estratégias pedagógicas específicas e apoio emocional. Além disso,
uma parte importante do papel do neuropsicopedagogo envolve fornecer
orientação a pais e educadores sobre como melhor apoiar a criança ou o aluno,
incluindo aconselhamento sobre práticas pedagógicas, estratégias de ensino e
suporte emocional.

Após a implementação das estratégias de intervenção, o


neuropsicopedagogo continua monitorando o progresso do indivíduo, fazendo
ajustes conforme necessário. Portanto, o neuropsicopedagogo é indispensável na

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identificação e no apoio a indivíduos com dificuldades de aprendizagem,
colaborando de forma multidisciplinar para promover o desenvolvimento
cognitivo e a inclusão educacional.

O processo de avaliação neuropsicopedagógica é uma etapa


central nesse processo, permitindo uma compreensão específica das necessidades
de cada indivíduo e orientando as intervenções envolvidas.

3. PRODUÇÃO TEXTUAL DA ANAMNESE

L. H. F. N., nascido em 29/11/2017, é uma criança do sexo


masculino, estuda em escola da rede privada de ensino de Brasília/DF. Vive com
seus pais, é filho único do casal. Seu pai é aposentado, tem 58 anos, e sua mãe
tem 35 anos, é pensionista e secretária parlamentar. Vale mencionar que os pais
não têm nenhum parentesco entre si e são divorciados, porém moram na mesma
casa.

O aprendiz chegou ao consultório com a sintomatologia de ser


uma criança com muitas dificuldades na leitura e escrita, déficit de atenção e
problemas na fala, não reconhecendo as letras isoladamente (apenas as do seu
nome).

Atualmente, o aprendiz é acompanhado por: neuropediatra,


fonoaudióloga e terapeuta ocupacional. A mãe relata que a agenda dele é
composta dos compromissos com terapeutas, faz natação e participa de
pequenos grupos terapêuticos visando a socialização.

No início do acompanhamento neuropsicopedagógico foi


realizada anamnese apenas com a mãe, pois, o pai não quis participar. Quanto à
história de vida da criança, foi relatado que a gravidez não foi planejada e que

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não era esperada, tendo em vista que a mãe estava em processo de luto pela
morte de seu ex-marido. A gravidez foi tranquila e sem intercorrências.

O bebê nasceu sem nenhuma complicação de saúde. O parto


foi cesáreo e sem intercorrências. A mãe relata que até os dias de hoje a criança é
muito saudável, nunca teve nenhuma doença grave, só fez uma cirurgia de
adenoide no nariz em razão de dificuldade de respiração e quadro de rinite
alérgica.

A genitora relatou que a criança teve amamentação materna e que


o desmame ocorreu por volta de 5 anos de idade, pois, em razão do forte vínculo
de afeto a mãe cedia aos pedidos do filho para continuar mamando. Vale ressaltar
que a criança apresenta seletividade alimentar, come apenas: macarrão puro, ovo,
arroz, feijão, batata, chocolate, bolo de aniversário e suco de uva.

Engatinhou com 7 meses e andou com 1 ano e 1 mês de


idade. Aos dois anos de idade foi inserido no ambiente escolar, porém os pais
optaram por não permanecer com o processo em razão de o aprendiz se mostrar
muito nervoso, agressivo e desesperado com a separação da mãe.

Os genitores decidiram procurar ajuda após esse episódio escolar,


pois, acreditavam que o filho não estava dentro dos padrões “normais” para uma
criança da idade. Além disso, apresentava atraso de fala severo até os 4 anos. A
mãe ainda relatou que desde pequeno a criança tinha comportamentos
impulsivos e se chateava bastante quando se frustrava por qualquer motivo.

Cabe mencionar que L. H. retornou à escola com 4 anos e sua


fase de adaptação foi tranquila. A genitora relata que houve problemas
relacionados a socialização, uma vez que o aprendiz apresentava

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comportamentos impulsivos e agressivos com os amigos. No entusiasmo das
brincadeiras deferia socos e chutes nos amigos.

L. H. gosta de estudar e brincar com coisas específicas como


“lego”, carrinhos e animais. Porém, tem muitas dificuldades de aprendizagem, é
muito disperso e tem Transtorno da Linguagem diagnosticado por neuropediatra.
Ele é destro, ainda não faz sozinho suas atividades escolares e iniciou o reforço
escolar com uma profissional especializada na área.

A genitora relata que ele é muito agitado, resistente a


obedecer e só o faz quando é oferecido algo em troca. É carinhoso e adora
programas de desenho, chega a passar mais de 2 horas por dia assistindo
televisão ou celular.

4. INFORME NEUROPSICOPEDAGÓGICO

I. Identificação:
Nome: L. H. F. N.
Data de nascimento: 29/11/2017
Idade: 6 anos
Filiação: E. N. F. e M. B. N.
Naturalidade: Brasília – DF
Escolaridade: Educação Infantil

II. Encaminhamento:
Neuropediatra

III. Motivos da consulta segundo a anamnese com o genitor:


a. Baixo rendimento escolar;

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b. Déficit de atenção (dificuldade em executar as atividades escolares que
exigem atenção e concentração);
c. Dificuldades de assimilação, armazenamento e evocação dos conteúdos
escolares;
d. Dificuldades de linguagem oral e escrita
e. Atraso significativo na fala.
IV. Instrumentos utilizados na avaliação neuropsicopedagógica:
a. Anamnese com a genitora;
b. Aplicação de instrumentos pedagógicos e neuropsicopedagógicos
compatíveis com a idade e a evolução da aprendizagem da criança.

V. Considerações gerais da avaliação neuropsicopedagógica:

Durante o processo avaliativo mostrou-se resistente às


atividades de leitura e escrita, atividades de folha, desenho e dispersão em realizar
as atividades propostas, optando apenas por atividades mais lúdicas e
brincadeiras de seu interesse. A avaliação neuropsicopedagógica foi realizada em
10 sessões.

VI. Síntese:

Mediante análise dos instrumentos avaliativos, o aprendente


apresentou a seguinte performance:

Motricidade Fina: o aprendiz apresenta interesse em realizar garatujas livres e


pintura de imagens de carros e caminhões; faz preensão com três dedos para
pega de lápis, pincel e objetos pequenos. Atualmente, esse interesse diminuiu
significativamente, presando apenas por brincadeiras que o interessam; faz o
manuseio da tesoura com facilidade e autonomia, fazendo corretamente o
movimento de abrir e fechar para cortar massinha de modelar, papelão e papel;

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mostra facilidade em abrir e fechar a tampa das canetinhas, caso sinta dificuldade
sempre pede ajuda; habilidades como rasgar papel, amassar e fazer colagens de
forma independente não necessitam de suporte para iniciar, mas ao desenvolver
da atividade apresenta dificuldade em focar e finalizar.

Raciocínio Lógico: O aprendiz consegue montar quebra-cabeças com duas ou


até 4 peças; identifica e segue instruções a partir de uma atividade apresentada,
como organizar e montar uma sequência simples mantendo os numerais em
sequência de 0 a 10. Com os numerais de 11 a 20 apresenta dificuldade em
ordená-los em sequência de antes e depois; identifica todas as cores e formas
geométricas, em momentos diferentes da avaliação realiza encaixe de forma
independente.

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Atenção, concentração e memória: Nas atividades de atenção concentrada, que
corresponde a manter o foco atencional em uma atividade ou estímulo por um
tempo prolongado, o aprendiz apresenta desempenho baixo, mostrando
dificuldade para iniciar e finalizar; em testes de atenção seletiva, a qual se refere a
manter um estímulo específico ignorando distratores ao seu redor, apresenta
dificuldade em manter o foco (caso ouça algum barulho externo ou aconteça algo
no ambiente, não consegue manter a atenção) em atividades como: pareamento,
contagem, identificação de letras, montagem de quebra-cabeça e jogo da
memória; em atenção compartilhada, que requer a capacidade de manter o foco
em mais de um estímulo destacando-se dos demais detratores, o paciente
apresenta um desempenho mediano em atividades de escrita, jogos e leitura; tem
boa memória visual relacionadas a imagens e letras. Apresenta dificuldade de
manter o conteúdo já adquirido anteriormente.

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Linguagem: No início dos atendimentos o aprendiz apresentava interesse por
livros, folear e contar a história de forma independente. Após esse período, o
aprendiz perdeu o interesse em histórias e leituras, criando certa resistência a esse
tipo de demanda; em atividades que requerem leitura, escrita, reconhecimento e
repetição, apresenta dificuldade na realização.

Brincar funcional com objetos e brinquedos: Foram disponibilizados ao


aprendiz jogos de encaixe e lego para realizar comandos simples, assim como

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outros objetos para verificar sua compreensão e continuidade da atividade;
compreende funções como abrir e fechar, pegar, guardar, embaixo e em cima. O
aprendiz geralmente gosta de dizer como a brincadeira acontecerá e caso não
aconteça como deseja se frustra; apresenta necessidade de previsibilidade na
brincadeira para se sentir confortável e gosta de brincar sempre com carrinhos,
animais e de ser o “Batman”.

Noção corporal: Reconhece, nomeia as partes do corpo e as distingue. Faz


imitação de forma coordenada e tem boa noção espacial.

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Reconhecimento do alfabeto e consciência fonológica: o aprendiz reconhece
todas as letras do alfabeto, assim como a sequência a partir de letras em caixa
alta. Ainda apresenta dificuldade no reconhecimento da letra cursiva, porém
reconhece a escrita de algum objeto pela representação gráfica; entende a
consciência fonêmica das consoantes e vogais, mas ainda confunde sons
similares. Nas atividades acadêmicas que exigem maior tempo de atenção e
execução, realiza com o auxílio de dica verbal ou visual para fazer o traçado das
letras. Encontra-se na fase pré-esquemática, representando o corpo humano,
identifica a família e desenha paisagens. Consegue identificar seu nome em caixa
alta e cursiva.

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VII. Conclusão:

A partir dos resultados obtidos na observação e nos


instrumentos avaliativos em diversas áreas do desenvolvimento, podemos
destacar uma série de observações relevantes. O aprendiz enfrenta dificuldades
principalmente para manter o foco e concluir tarefas mais elaboradas, como
escrita e leitura, no qual estímulos externos afetam a sua atenção.

No aspecto do raciocínio lógico, o aprendiz demonstra habilidades


notáveis ao montar quebra-cabeças e seguir instruções para organizar sequências
numéricas até 10. No entanto, apresenta desafios ao lidar com numerais de 11 a
20, evidenciando uma dificuldade específica em ordená-los antes e depois. Sua
capacidade de identificar padrões (pareamento), formas geométricas e realizar
encaixes independentes é positiva.

Na linguagem, houve uma mudança no interesse do aprendiz em


relação a histórias e leituras, manifestando uma resistência a essas atividades. Ele

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também demonstra dificuldades na realização de tarefas que envolvem leitura,
escrita, reconhecimento e reprodução.

Ao brincar de forma independente, o aprendiz mostra habilidades


funcionais quando se envolve em atividades com objetos e brinquedos, mas,
diante de sua necessidade de previsibilidade, há evidente frustração quando as
coisas não ocorrem conforme planejado. Sua preferência por brincadeiras
específicas, como carrinhos e animais, destaca sua busca por familiaridade e
controle.

Na noção corporal, apresenta um bom entendimento das partes


do corpo e suas funções, revelando-se competente em reconhecê-las e nomeá-
las.

Quanto ao reconhecimento do alfabeto e consciência fonológica,


demonstra conhecimento sólido das letras do alfabeto, com ênfase nas letras em
caixa alta. Ainda enfrenta desafios com a escrita cursiva e a distinção de sons
fonêmicos similares.

Em resumo, uma avaliação detalhada revela tanto as habilidades


notáveis quanto as áreas solicitadas do aprendiz, fornecendo uma base sólida
para orientar estratégias psicopedagógicas e terapêuticas personalizadas,
buscando otimizar seu potencial de aprendizado e desenvolvimento.

A colaboração contínua e integrada entre a escola, a equipe


terapêutica e os pais serão essenciais para oferecer um ambiente de apoio e
compreensão para o progresso contínuo do aprendente.

Vale ressaltar que o diagnóstico neuropsicopedagógico clínico


apontou que o aprendente apresenta duas hipóteses sugestivas, tais como:

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transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) (CID F90.8) e o
Transtorno da Linguagem (CID F80).

Com base nos dados apresentados acima, o acompanhamento


neuropsicopedagógico salienta que há uma disfunção, causando prejuízos na
aprendizagem como todo. Para fechar o diagnóstico, recomendo a avaliação e o
acompanhamento de outros profissionais por se tratar de um quadro que requer
um tratamento multidisciplinar.

VIII. Encaminhamento:

Com o objetivo de criar um vínculo emocional com o


processo de aprendizado, visando alcançar um desempenho e rendimento
acadêmico mais adequado à sua faixa etária, sugerimos que o estudante receba
os seguintes suportes:

 Terapia neuropsicopedagógica;
 Terapia neuropsicológica ou psicológica;
 Orientação familiar e escolar;
 Acompanhamento pedagógico;
 Prática de esportes;
 Terapia Nutricional;
 Técnicas pedagógicas (escola): utilizar métodos educacionais que
possibilitem a reformulação das formas de aprendizagem por meio de uma
abordagem pedagógica que leve em conta a singularidade do indivíduo no
contexto grupal, valorizando seu conhecimento prévio.

Isso deve ser realizado por meio de um planejamento flexível, estabelecendo


objetivos claros e adotando estratégias metodológicas criativas e desafiadoras.
Essas abordagens devem ser capazes de integrar os diversos estilos de

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aprendizagem, seja visual ou auditivo, e incorporar atividades de escrita e
leitura. O objetivo é possibilitar a construção da aprendizagem de forma lúdica
e eficaz.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência vivida durante acompanhamento avaliativo clínico


foi enriquecedora. A hipótese diagnóstica e os resultados obtidos na pesquisa
mostraram que as dificuldades apresentadas pelo aprendiz vão além das
determinadas pelos terapeutas, envolvem pequenos detalhes como o tempo
excessivo de tela, falta de sensibilidade dos pais para entender e abraçar o
processo terapêutico do filho, ausência de empatia da escola em reunir novas
abordagens e flexibilizar o planejamento, entre outros fatores intra e
extraescolares.

Cabe aos pais viabilizarem o tratamento adequado e se dedicarem


ao processo juntamente com o filho, o estimulando e incentivando. No caso
citado, houve muita transferência de responsabilidade para os terapeutas, uma
vez que os pais não foram parceiros nesse processo.

Apesar desse fator, o aprendiz evoluiu muito bem às sessões e


alcançou vários pontos positivos como: desenvolvimento da consciência
fonológica através do Método das Boquinhas e PROALFA, reconhecimento do
alfabeto quase completo, diminuição da impulsividade durante as sessões,
melhora considerável da fala e dicção, desempenho no desenho dentro dos
limites, aliteração de palavras com figuras, reconhecimento de padrões, melhora
na desorganização, sequenciação e na escrita independente.

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Em suma, estes resultados evidenciam a eficácia das intervenções
terapêuticas, mesmo em meio aos desafios advindos da falta de envolvimento
total por parte dos pais.

O aprendiz demonstrou uma habilidade notável para superar


obstáculos, destacando a relevância da colaboração entre terapeutas, pais e
escola no sentido de fomentar um desenvolvimento abrangente e duradouro.

Brasília/DF, ______ de ___________________ de 20______.

________________________________________
Angélica Costa Gomides
Neuropsicopedagoga

________________________________________
Fernanda Cristine Rabelo Soares
Estagiária

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REFERÊNCIAS

CAETANO, Cíntia. Relatório de Avaliação Neuropsicopedagógica – RAN: da


anamnese à devoutiva. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2021.

CONSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociências e Educação: como o cérebro


aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5 / [American


Psychiatric Association; Tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento... et al.]; Revisão
Técnica: Aristides Volpato Cordioli [et al.]. 5° Edição – Porto Alegre: Artmed, 2014.

DRESH, Fernanda. Teoria e prática da Neuropsicopedagogia. Edição 1. Curitiba –


IESDE Brasil, 2018.

FERREIRA, Simone apud SILVA, Fabio José Antônio da. O trabalho do


neuropsicopedagogo: atuação, ética e importância demonstradas através de um
relato de experiência. Revista: Scientia Generalis. Volume 2. N 2, Página: 14-22.
Joinvile - Santa Catarina, 2021. Disponível em:
http://scientiageneralis.com.br/index.php/SG/article/view/164/12 . Acesso em:
Dezembro, 2023.

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