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Relatório Itaú

36. Sim.
37. Informe qual ou quais foram as adaptações ou alterações nas
atividades:
Foi adicionado um projeto de leitura às atividades. Inicialmente, houve uma
sondagem para compreender o nível de leitura das crianças. A partir disso, são
realizadas aulas individuais e oficinas em grupos divididos por faixa etária. Nas
aulas individuais é reforçado especialmente o letramento, enquanto que nas
oficinas em grupo é enfatizado a contação de histórias da literatura clássica,
tais como as fábulas de Esopo e os contos de fada dos irmãos Grimm. Depois
da história ser contada, as crianças menores têm atividades mais lúdicas e
concretas e as crianças maiores têm atividades voltadas para a interpretação
de texto e a escrita. Por causa disso, as crianças têm mais interesse em ler e
leem com mais fluência. Os resultados não se restringem às aulas de leitura,
mas também podem ser percebidos nas aulas do reforço escolar: as crianças
são mais cooperativas, prestam atenção nas aulas durante mais tempo e têm
mais facilidade para realizar as atividades escolares.

43.Quais são ou foram os principais desafios encontrados pela equipe


responsável durante a implementação das atividades propostas? Como
esses desafios foram ou estão sendo superados?

No espaço Maná do Céu, os desafios envolvem adaptar crianças à rotina


escolar e lidar com crianças atípicas. Essas questões são sanadas com
assiduidade, atividades adaptadas e construção de vínculo entre crianças e
professoras. No reforço escolar, os desafios estão relacionados à falta de rotina
de atividades, baixo rendimento escolar e histórico emocional dos alunos. A
equipe multidisciplinar trabalha essas questões por meio de atividades. Em
relação à informática, um dos obstáculos é a falta de acesso a computadores
nos lares das crianças quando estão fora da sala de aula. Buscamos contornar
essa dificuldade com um bom aproveitamento do tempo presente das crianças
através de exercícios prático; resumos; cadernos de anotações e envio de
material para as mães via WhatsApp. Nas intervenções psicopedagógicas, os
desafios estão em lidar com crianças diagnosticadas com transtornos.
Estratégias incluem oficinas, atividades lúdicas e atendimentos personalizados.

44. De todas as ações realizadas até agora, quais são os principais


aprendizados que a equipe responsável pelas atividades teve até agora?
R. Na equipe, percebemos a relevância da frequência e da construção de
vínculos entre crianças e professores para adaptar os alunos à rotina escolar e
lidar com crianças atípicas. Também compreendemos a necessidade de
atividades adaptadas para superar desafios como a falta de rotina de
atividades, baixo rendimento escolar e questões psicológicas das crianças.
Além disso, o trabalho da equipe multidisciplinar proporcionou uma abordagem
mais abrangente e efetiva. Nossa busca por soluções criativas diante da falta
de acesso à computadores fora da sala de aula, por exemplo, utilizando
exercícios práticos nas aulas, resumos, anotações e o envio de material via
WhatsApp para as mães, demonstrou resultados positivos. Acreditamos que
esse Projeto, aliado à abordagem multidisciplinar, deve ser continuado para
promover um ambiente mais inclusivo, atender às necessidades individuais dos
alunos (sejam acolhidos ou da comunidade Chã da Mangabeira) e transformar
suas vidas através da educação.

45. Deixe aqui algum relato ou comentário que achar pertinente.


Durante o período de janeiro a junho, tivemos a oportunidade de vivenciar
experiências significativas no desenvolvimento educacional das crianças por
meio da implementação do projeto. Ao implementar o projeto, observamos
avanços no aprendizado das crianças. Esses são alguns casos que
exemplificam o trabalho realizado até o momento:

Margarida Maria do Amaral

Margarida tem 15 anos e está matriculada no oitavo ano do ensino fundamental


II de uma escola da rede estadual de ensino. Hoje, ela encontra-se totalmente
adaptada: é comunicativa e bastante criativa. O planejamento das suas
atividades é voltado para alfabetização, visto que ela não acompanha a série
no qual está matriculada, devido a tudo que lhe foi negligenciado. Esse atraso
foi o fator principal para ela se recusar a frequentar a escola. Ela apresentava
dificuldades em socializar com as demais pessoas e sua autoestima era bem
baixa. Com a rotina diária de atividades e o acompanhamento multidisciplinar
de psicólogos, neuropediatras e a psicopedagoga da instituição, ela progrediu
em todas as áreas do desenvolvimento. Hoje, ela tem uma frequência escolar
de 100% e encontra-se totalmente adaptada à sala de aula.

Itauana de Brito Marques

Itauana de Brito Marques tem 7 anos e no primeiro momento não havia oferta
de vaga na rede pública de ensino. Por causa disso, Itauana passou a
frequentar as aulas do espaço pedagógico Maná do Céu. A infante
apresentava muita timidez e insegurança. Durante as primeiras semanas, ela
se recusava a participar das atividades. Em conversa com as psicólogas e a
psicopedagoga da instituição, foi traçada uma estratégia para trabalhar sua
socialização, assim como o desenvolvimento da sua coordenação motora fina e
grossa e lateralidade. Posteriormente, ela foi matriculada no primeiro ano do
ensino fundamental na rede estadual de ensino. As aulas do reforço escolar
deram continuidade ao trabalho de socialização, coordenação motora e a
comunicação da criança, utilizando atividades que trabalham a identidade e o
reconhecimento do nome (com o uso da ficha), as vogais e os números de 0 a
20. Itauana se adaptou totalmente ao ambiente escolar e durante os seis
meses obteve avanços significativos. Hoje, ela é uma criança criativa,
comunicativa e socializa bem com outras crianças.

Elifelete Brito Marques

Elifelete Brito Marques, 4 anos, é uma criança alegre e gentil. Ao chegar no


espaço pedagógico, ele demonstrava resistência e tinha dificuldade em se
expressar ao pedir as coisas ou explicar o que estava sentindo, ao ponto que
sua fala era quase nula. Devido ao trabalho realizado no espaço pedagógico, a
criança passou a se expressar melhor.

Marry Victória Adamastor Ferreira da Silva

Marry Victória tem 3 anos e é uma criança doce, gentil, comunicativa e muito
sociável. Ela tem boa convivência com as professoras, as educadoras sociais e
as demais crianças. Desde o ano passado, ela vem se desenvolvendo bem no
espaço pedagógico. Ela reconhece todas as cores, tem desenvolvido boa
coordenação motora fina e grossa, lateralidade e oralidade. Ela reproduz as
histórias que lhe são contadas, assim como o que acontece no seu dia a dia. A
infante tem o desenvolvimento previsto para sua faixa etária.

Maya Hadassa Adamastor Ferreira da Silva

Maya Hadassa, 3 anos, é uma criança carinhosa, gentil, comunicativa e


sociável. Ela está em fase de desenvolvimento da sua coordenação motora fina
e grossa, oralidade e reconhecimento das cores. A infante se expressa com
clareza e tem um bom progresso na coordenação motora fina e grossa,
apresenta algumas dificuldades como memorizar as cores, mas, já é esperado
que isso ocorra em sua faixa etária. Maya demonstra interesse em todas as
atividades e tem um maior interesse em atividades de pintura com tinta guache.

Moisés José da Silva

Moisés Silva, 2 anos, é uma criança carinhosa com graus de timidez que estão
dentro do seu desenvolvimento. Apresenta dificuldades de socialização e fala
que já estão em investigação sobre um possível transtorno, mas esse fator não
o rotula, e ele vem evoluindo positivamente. Quando chegou ao espaço
pedagógico, ela demonstrava resistência e não socializava. Hoje, ele está
habituado ao espaço e vem progredindo gradativamente. Durante o
acompanhamento na escolinha, observamos que a criança demonstra
interesse por atividades sensoriais e de musicalização. Observamos também
uma progressão no seu desenvolvimento motor e da percepção visual. Ele
identifica e reconhece as partes do corpo e as cores primárias.

Relato do Projeto de leitura: Priscyla Kerillyn da Silva Oliveira

Priscyla foi uma das crianças que demonstrou interesse nas aulas de leitura
desde o início do projeto. Apesar disso, ela resistia quando tinha alguma
dificuldade. Ela dizia que não sabia fazer a atividade, queria se levantar para
pegar água ou ir ao banheiro, e se distraía com os objetos ao seu redor. Nos
aspectos mais técnicos, ao escrever o alfabeto, ela misturava letras maiúsculas
e minúsculas. Na leitura, ela juntava letra por letra para formar as sílabas. Por
exemplo, para ler a palavra “sapo”, ela lia: “s” com “a” é “sa”, “p” com “o” é “po”,
“sa” com “po” é “sapo”. A princípio, foi realizado um trabalho para despertar o
interesse da criança na leitura. Ela aprendeu 5 trava-línguas. Na medida em
que ela aprendia os trava-línguas, ela queria repassar o conhecimento para
sua irmã e outras meninas do Lar Maná.

Além disso, ela foi exposta continuamente às sílabas simples e às complexas.


Isso contribuiu para que ela adquirisse mais fluidez na leitura e conseguisse
criar melhor a correspondência entre a palavra e o significado. Numa das aulas
ela leu a palavra “fogão” e disse “Eita! Essa é a primeira vez que leio ‘fogão’!”.
Priscyla também tem demonstrado avanços na escrita. Em exercícios de
ditado, por exemplo, ao ouvir uma palavra que ela não sabia escrever, ela
repetia a palavra em voz alta para si mesma e a transcrevia. Atualmente, ela
tem mais interesse na leitura e já pediu para levar livros para ler no seu quarto.
Os avanços que ela tem realizado até o momento demonstram que sua
vontade de aprender está indo além das aulas de leitura e aos poucos está
tornando-se uma parte mais significativa de sua vida.

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