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MODELO DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA A PARTIR DO LAUDO

Este modelo servirá para exemplificar a avaliação psicopedagógica que deverá ser feita a partir do
laudo de uma criança ou jovem, posterior às entrevistas, observações e intervenções realizadas. Ressaltamos
que a avaliação psicopedagógica não irá sobrepor o laudo existente. Ela apenas servirá para avaliar avanços
ou modificações ocorridas na aprendizagem e indicar novos encaminhamentos, quando necessário.
A avaliação psicopedagógica deve seguir o seguinte roteiro:

1. Iniciar a descrição com um parecer elaborado após a entrevista com o professor.


2. Seguir com a inclusão de um parecer elaborado por meio da entrevista com os pais.
3. Pontuar as suas impressões referentes à criança ou jovem, observadas no contexto escolar (grupo).
4. Incluir suas pontuações decorrentes da intervenção individual.
5. Fazer o fechamento da avaliação apresentando suas conclusões e encaminhamentos, se for
necessário. Opte sempre por termos positivos e evite negativismos ou termos que dizem o que ela
não tem ou não apresenta. Por exemplo, ao invés de escrever: “A criança não escreve o nome
completo”, escreva: “A criança escreve o seu primeiro nome”. Evite toda forma de julgamento de
valor. Lembre-se de que as palavras têm grande peso na formação da criança.

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA BASEADA EM LAUDO DE NEUROPEDIATRA


Incluir apenas a profissão e não o nome do profissional. Alterar conforme o profissional que realizou o laudo.

LAUDO
Antes de apresentar a avaliação psicopedagógica, incluir o laudo digitalizado, omitindo o nome do médico e o número
de registro. Incluir um nome fictício para a criança ou jovem.
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
Para essa avaliação, foram utilizados e adaptados os roteiros referentes aos transtornos psicomotores e
dificuldades na linguagem oral e escrita matemática.

Julia Tereza dos Santos demonstrou avanços em seu desenvolvimento. Anteriormente,


mantinha comportamento inadequado, com baixa tolerância à frustração e com tendência a
querer que sua vontade prevalecesse em diferentes situações de sala de aula. Atualmente, está
mais colaborativa, permitindo interações com outros colegas e professores.
Essas informações foram elaboradas após entrevista com a professora.

A família sempre esteve presente, apoiando as decisões da professora no manejo da


classe e salientando à menina bons comportamentos por meio de conversa e reforço positivo.
Esse trabalho entre a professora e a família permite a construção do espaço da criança no grupo,
reafirmando-se como pessoa. A família investe tempo intercalado entre a mãe e o pai no dia a
dia da criança quanto ao acompanhamento das atividades escolares e lazer. A família também
investe em aulas de balé mantidas por políticas públicas locais. Julia também frequenta a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em dois dias da semana no período oposto
ao horário escolar.
Essas informações foram elaboradas após entrevista com os pais.

A aluna investe em relações com poucas crianças e em alguns momentos se torna ríspida
com eles, demonstra não gostar que outras crianças deem abraços ou a toquem com amizade.
Prefere estar sempre ao lado da professora de apoio. Demonstra respeito por algumas pessoas
e em muitas situações respeita as pessoas com interesses futuros. Demonstra ansiedade quando
precisa esperar muito tempo para fazer alguma coisa do seu interesse e por vezes fica agitada.
Em algumas situações não aceita a opinião alheia. A aluna reconhece seus materiais e localiza-
os dentro da bolsa. Com o caderno de pauta, tenta localizar o ponto certo para fazer o registro
do dia. Alimenta-se sozinha. Traz lanche de casa, mas nem sempre come. Tem controle de
esfíncteres, mas necessita de acompanhamento para o uso adequado do banheiro. Gosta de
passear no playgraund e balançar-se. Gosta de explorar os ambientes da escola. Reconhece
locais habituais como: banheiro, bebedouro, cozinha, biblioteca, sala da diretora, secretaria e
parque. Tem curiosidade por conhecer novos ambientes.
Essas informações foram elaboradas após observações no contexto escolar.

Julia conta fatos do dia a dia com certa dificuldade, por haver certo grau de
comprometimento da fala. Todavia, busca manter uma conversa. Gosta de cantar e fazer gestos
de expressão enquanto canta. Ouve histórias com atenção e dependendo do interesse expressa
algum entendimento quanto ao enredo. Reconhece e diz o nome das figuras da história. Pede
ajuda quando precisa.
No desenho, Julia faz a figura humana iniciando com um círculo e completando com
pernas, braços e os olhos. Quando questionada, complementa com a boca e o nariz o rosto no
desenho. Pinta de forma contínua e desmedida. Troca as cores enquanto pinta. Reconhece cores
principais. Na escrita, compreende o espaço da linha, esforça-se para registrar o seu primeiro
nome. Algumas vezes ultrapassa o espaço destinado à escrita (linha). Demonstra dificuldades no
traçado das letras. Quando está sem acompanhamento, segue fazendo pseudoletras na folha
de atividade. Costuma fazer seus trabalhos com rapidez e, em muitos momentos após terminar
o seu trabalho, dobra todo o papel até que fique pequeno. Não gosta de ficar muito tempo
fazendo a mesma atividade.
Quanto ao processo de alfabetização, demonstra estar no nível pré-silábico quando está
sem acompanhamento, mas transita entre o nível silábico com valor sonoro quando é
pronunciada a palavra com ênfase nos fonemas ao seu lado. Reconhece todas as vogais e grande
número das consoantes.
A aluna reconhece e fala os números até dez aleatoriamente, e conta-os
sequencialmente. Têm dificuldades em escrevê-los e agrupar quantidades específicas.
Diferencia o grande do pequeno, o primeiro e o último, o maior e o menor, em cima e embaixo,
formas geométricas. Diferencia masculino e feminino. Observa semelhanças, diferenças e
detalhes em certas imagens. O manejo e compreensão do calendário é feito mediante auxílio.
Reconhece os números até dez no calendário. Apresenta certa dificuldade quanto ao
entendimento do ontem e do amanhã em seus relatos.
Essas informações foram elaboradas após intervenção individual.

As dificuldades de Julia estão concentradas nos traçados das letras e números, na


pronúncia das palavras, no agrupamento de quantidades e na aceitação de opiniões alheias ou
situações que divergem daquelas de seu interesse. Necessita de incentivo à iniciativa e atenção
focada no trabalho com mais tempo e dedicação enquanto os desenvolve. O traçado das letras
pode ser estimulado através de atividades de aumento e diminuição dessas, por exemplo,
escrevendo e desenhando em papéis de diferentes tamanhos e formatos. As dificuldades no
traçado das letras e números podem ser superadas por meio de situações de aprendizagem que
incentivem a motricidade fina e criam uma atmosfera lúdica, como, por exemplo, escrever com
palito, escrever na areia, pintar com guache, aquarela, lápis-de-cor, giz de cera e hidrocores em
papéis de diferentes tamanhos, incentivando assim a compreensão dos limites de espaço.
Sugere-se que em relação à fala haja acompanhamento fonoaudiólogico, visto que poderá
interferir no processo de alfabetização quanto à consciência fonológica
A avaliação mencionada acima refere-se ao parecer elaborado por observação e
intervenção psicopedagógica individual e coletiva, entrevista entre pais e professor e laudo
médico.
Essa conclusão foi elaborada após análise de todas as informações do laudo.

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(Nome Completo)
Psicopedagogo(a) Clínico(a) e Institucional
em formação pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

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