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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo formular uma analise e uma intervenção Psicopedagogica clinica de um aluno cujo
pseudônimo V.m.m, de 6 anos de idade que cursa 1 ano do ensino fundamental e que vem apresentado dificuldades em seu
processo de construção do conhecimento. Enquanto futura psicopedagoga vejo a importância deste trabalho se justifica
pelo necessário aperfeiçoamento do conhecimento adquirido através do estudo do campo. Sabemos que a educação para a
cidadania é uma tentativa de fazer com que haja maior conscientização da sociedade a fim de que ela assuma as
responsabilidades sociais e políticas que ele cabe.
Portanto, como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar- se inicialmente do processo de aprendizagem,
estudando assim as características de aprendizagem humana.

 2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Identificações da instituição
O estagio clinico foi realizado na escola estadual Coronel Antonio Trindade que fica localizado na Rua Giovane toscano de
brito n 380
Situada no município de Aquidauana, Estado do Mato Grosso do Sul. Optei por cumprir a carga horária de estagio exigida
pelo curso que ora estou terminando, tive os primeiros contatos na Instituição Diretora da Escola e também com a equipe
de supervisores. Essa instituição de caráter estadual atende atualmente uma media de 309 alunos. A escola foi fundada em
março de 1950 como escolas municipal, com apenas uma sala de aula, e após vinte e dois anos, em 30 de Agosto de 1972,
passou a ser uma Escola Estadual, com o nome de Escola Estadual Coronel Antônio Trindade, por determinação do então
governador do estado na época de Mato Grosso, hoje mato grosso do sul.
A instituição, que funciona em dois turnos (diurno e vespertino),  conta hoje com um total de 14 funcionários para atender a
demanda de 309 alunos matriculados no Ensino Fundamental. No período da manhã estão matriculados 154 alunos nas
turmas de 1º a 5º ano. E no período das tarde 153 alunos do 1º ao 5º ano. A equipe é composta por 2 merendeiras , 7
funcionários que atuam na secretaria distribuídos em ambos os períodos, 5 auxiliares de limpeza (2 de manhã e 3 a tarde),.
1 diretora, 2 coordenadoras ( uma em cada turno). 14 professores distribuídos em número iguais nos período matutino e
vespertino.
A instituição atende crianças da zona rural, vilas e bairros próximos à escola. A clientela da escola, quase na sua totalidade,
é composta por alunos provenientes de famílias de baixa renda, muitas delas em situações de vulnerabilidade social, são
filhos de trabalhadores rurais, domésticas, pedreiros, diaristas, garis, trabalhadores sem qualificação profissional, etc. Uma
grande parcela das crianças também participam de programas sociais Federais, como Bolsa Escola, Bolsa Família,
Segurança Alimentar, Agente Jovem, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, etc.
A escola atende ainda alunos Portadores de Necessidades Especiais que estão inclusos nas diferentes turmas do ensino
fundamental. Entre os alunos matriculados encontram-se algumas crianças indígenas originárias das aldeias existentes no
município deAquidauana. 
Quanto à estrutura física a instituição está instalada em um prédio de construção muito antiga, onde durante décadas não
passou por grandes reformas nem ampliações. Devido à necessidade de espaço físico, em 2011 o Estado locou uma
residência em frente à escola para poder funcionar duas salas de aula porem uma sala inadequada, muito pequena o espaço
mede 18m para abrigar 23 alunos, a professora tem dificuldade para se locomover a falta de espaço, e evidente e v.m.m
senta no fundo às vezes não do tempo de atende lo. O prédio antigo possui quatro salas de aula, sala de direção, sala de
coordenação, almoxarifado, sala de tecnologia, dispensa cozinha, seis banheiros para atender os alunos e dois para os
professores e administradores, pátio coberto, quadra esportiva e áreas livres, não possui biblioteca.
                                                                                                                            
2.1 DADOS DO AVALIANDO
Nome: V.M.M.
Data de Nascimento: 08.08.2005
Sexo: Masculino
Filiação: Pai: J.M
Mãe: R.M.P.
Serie: 1º ano Ensino Fundamental.

2.2 REGISTROS DA QUEIXA


V.M. M vem apresentando dificuldade em seu processo de construção de conhecimento. A mãe relatou que V.M. M, só
começou a falar com 5 anos de idade fez tratamento com vários medico e chegou ate ouvir, que V.M.M seria um deficiente
auditivo, mas para sua surpresa com 5 anos ele começou a falar já no ensino aprendizagem ele  é muito dispersivo.
A professora me disse que V. não consegue acompanhar os amigos. Seu material nunca este completo todos os dias esquece
os materiais não cuidando nem zelo, não copia direito do quadro é um menino esperto, mas não consegue ficar quieto um
minuto.

2.3 REGISTROS DESCRITIVOS DOS ENCONTROS.


29 De agosto de 2011
Visita na instituição de ensino Escola Estadual Coronel Antonio Trindade, com a professora e também coordenadora da
escola, afins de levantamento de dados com a professora de V. Deu-se inicio a realização do estagio psicopedagogico clinico,
a coordenadora me mostrou uma sala vazia que fica na extensão da escola, visitei a sala de aula que V. estuda, garanto que
não foi nada agradável, pois a sala de aula fica na extensão sendo uma calamidade de 18 m² para 23 alunos da primeira
serie, eles juntam as carteiras para trabalhar em grupo e só vendo a professora muito calma não conseguindo nem andar
pela sala porque não cabia ninguém direito.
V.m.m senta ao fundo da sala, talvez este possa ser um dos motivos no qual ele não consegue acompanhar.
A escola é uma casa mantida, pelo governo do Estado para atender duas salas, a outra fica na varanda sem divisória a onde
faz muito barulho atrapalhando a concentração dos alunos, o calor é insuportável. A professora faz o melhor que pode
Conforme o combinado V. comparece a Escola Estadual Coronel Antonio Trindade acompanhado pela sua irmã. O mesmo
recebeu esclarecimentos a cerca do trabalho a ser desenvolvido, mostrando-se contente e disposto a colaborar. Já agendei
os encontros subseqüentes.

30 de agosto de 2011
Com intuito de ter melhor conhecimento sobre a história de vida de V., foi realizada a Anamnese com a mãe de V. é
importante incluir estes dados sobre o paciente dentro de sua dinâmica familiar, contemplando toda a sua história de vida
na coleta das informações foram levadas em consideração as etapas de desenvolvimento do aprendente desde a gravidez até
o estagio atual.
Identificação do sujeito
V. é um menino de seis anos de idade que estuda atualmente na Escola Estadual Coronel Antonio Trindade, situada no
bairro Trindade.
V. reside no mesmo bairro onde está situada s sua escola, juntamente com sua mãe R.M. P, 25 anos, e seus avos maternos,
seu pai os deixou logo ao nascer, mora junto a tua irmã I. De 9 anos, S. de 5 anos e G de 9 meses, V. ocupa a posição de 3
filho nesta família.
Iniciou a vida escolar sem maiores problemas de adaptação. Já na aprendizagem está enfrentando dificuldade, com baixo
rendimento escolar, aparentemente faz parte de uma família que não se preocupa e nem sempre estão atentas as questões
educacionais.

Relato descritivo Anamnese


Filiação
Pai: J.M
Idade: 54 anos
Profissão: Campeiro
Escolaridade: 6° ano do ensino fundamental.

Mãe: R.M. P
Idade: 25 anos
Profissão: Domestica
Escolaridade: Não tem escolaridade.

ANTECEDENTES NATAIS:
GESTAÇÃO:
Para realização da Anamnese em nenhum momento da entrevista ela resistiu em responder as perguntas, mostrando
acessível a tornando a conversa bastante agradável.
Em seus relatos, R.M. P deixa claro que apesar da gravidez não ter sido planejado V., foi uma criança muito bem vinda por
toda a família. A gestação ocorreu sem maiores problemas clinico e não sofreu nenhum acidente durante o período em que
esteve grávida de V.
Durante a gestação J.M, não acompanhava a esposa nas consultas médicas. O parto de V. foi normal não demorou muito
para nascer, demorou reagir a todos os estímulos a que foi submetido. Após seu nascimento o seu pai os abandonou no
período neonatal V. dormia muito, sono tranqüilo, não acordava assustado, foi amamentado no seio materno até os oito
meses de idade tinha boa sucção, hoje se alimenta bem.
Em relação ao seu desenvolvimento motor, V. não engatinhou e sentou com oito meses, iniciou seus passos aos onze meses.
A mãe relata que houve certa demora para V. falar necessário acompanhamento médico, foi a vários como não tinha
recursos financeiros, não foi a nenhum especialista, somente os que a rede publica ofereceu, V. foi assistido por um
profissional no período de dez meses, chegando até mencionar que ele não iria falar, para sua surpresa quando ele iria
completar quatro anos começou a falar, suas pronuncia ainda não é nítida.
A mãe relata que não tem muito tempo que perdeu o seu segundo filho, quando nasceu tinha má formação no cérebro,
viveu oito anos, seu ultimo filho G. também tem problema nos pulmões, a família tem muitas dificuldades. R.M. P, fala que
V. toma dois banhos diários, uma vez que os avos moram junto, e também ajuda cuidar.
V. é um menino independente e desenvolve atividades práticas com facilidade, adquiriu controle dos esfíncteres com um
aninho de idade e segundo a mãe foi iniciativa própria, a mãe fala que ele é um menino, melindroso briga com os
coleguinhas facilmente, não divide seus brinquedos com os irmãos, de vez em quando eles se pegam nos tapas, é quando
minha mãe os corrige.

OBSERVAÇÕES:
A mãe de V., disse que é muito duro para ela ajudar o filho, pois ela tem que trabalhar para dar o que comer aos outros
filhos. Ao final da sessão, ela disse queria poder fazer mais pelo meu filho, mas não tenho condição faço o que posso.

06 de setembro de 2011
1º SESSÃO EOCA
Com o intuito de estudar as manifestações cognitivas afetivo do conduto de V. que podem estar interferindo em seu
processo de aprendizagem não abro mão de recurso de avaliação diagnostica formulado pelo professor argentino Jorge
Visca intitulado de Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem (EOCA).
No primeiro momento foi explicado a ele o que seria feito, deixei sobre a mesa a caixa de lápis de cor, giz de cera, lápis sem
ponta, apontador, borracha e livro de historinha, tesoura, cola régua, quebra cabeça, jogo da memória.
Esse material foi tudo preparado para você mostrar o que você aprendeu na escola, ele suspirou me olhou e ficou em
silencio por alguns minutos disse a ele me mostre e que lhe ensinarei a fazer e o que você aprendeu na escola, pegou o lápis
sem ponta e logo saltou depois olhou os lápis de cor e pegou o lápis de cor preto e com uma folha sul fite e começou a
desenhar, mas quebrou a ponta ele me perguntou tia o que eu faço sem que eu respondesse , pegou o apontador e apontou o
lápis por várias vezes fez uso da borracha estava bem à-vontade me disse tia você pode me dar essa borracha balançou a
cabeça e ele tornou a perguntar à senhora me da esta borracha para sempre ta, sim eu lhe dou esta borracha, sorriu e
percebi que ficou muito feliz, pegou outra folha e lápis de cor para colorir.
 Observei que estava suspirando e apertava muito o lápis, tinha quatro folhas sul fite fez um desenho em cada folha me
disse já terminei tudo e respondi a ele nos temos um tempo a mais, parou e ficou me olhando pegou o lápis sem ponta
novamente olhou e me disse é lindo com muitas figuras e um pau e os lápis de cor a senhora me da para sempre e mostrava
este e aquele disse que sim no final da conversa falou muito e pegou  o apontador e começou a  apontar olha é um lápis tia,
rabiscava na mesa era um lápis borracha ele acreditava que era tinha na ponta passou  por varias vezes na mesa dizendo o
que é isto ate que apagou os rabiscos da mesa, olha tia é uma borracha, este lápis é para menino tia, o que você acha:
Pegou o livro de historinha e foliou contando a historia, mas sem ler narrou a historia certinho ate os felizes para sempre.
Pronto já acabou posso levar tudo menos a tesoura e a régua eu não quero já o quebra cabeça ele pegou tirou do pacote, mas
não quis guardar. Já no final ele me perguntou você gosta de mandioca frita com carne na panela de pressão só de pensar
tenho água na boca eu falei a ele gosto sim ele então respondeu eu já sei cozinhar tia.
O trecho apresentado acima consiste num resumido relato de comportamento de V. durante a aplicação do EOCA, onde
foram verificados aspectos relativos à  temática a dinâmica ao produto a dimensão afetiva e cognitiva do avaliado.

Entrevista operativa centrada na aprendizagem – EOCA  


Nome: V. M.M.
Data: 08/08/2011
Idade: 6 anos
Horário: 9 h
Observador: Aluna estagiaria do Curso de Especialização em Psicopedagogia clinica e Institucional.
ANOTAÇÕES HIPÓTESES

Temática: respondeu tudo que lhe foi perguntado.


Conteúdo manifesto: demonstra ser capaz de
realizar a tarefa. Necessidade de comprenção.
Conteúdo latente: Corresponder às expectativas do avaliador
a seu respeito.

Dinâmica: hora a sentado, hora em pé, Atitude de quem está muito apreensivo
suando muito tímido, medo talvez. e inseguro.

O medo de arriscar prefere utilizar


Produto: desenho pobre em detalhes,
materiais que já conhece, bem como
embora tenha explorado quase todo o
realizar atividades já feita em outras
material apresentado.
ocasiões.

Dimensão afetiva: uma enorme necessidade de


Receber ordens, dizer as atividades a ser Tem um alto grau de dependência,
Desenvolvida. Esperando dizer o que Ansiedade.
deve realizar.
Demonstrou capacidade intelectual
Dimensão cognitiva: boa coordenação motora,
porém, necessita de estímulos diretivos
traços firmes, não tem habilidade para traçar linhas
que indiquem o que deve fazer e como
retas,suspirou antes de começar a tarefa indicando
agir. Não consegue tomar decisões
uma antecipação e planejamento cerca do que iria
sem consentimento ou diga se está
realizar. Descreveu o que desenhou.
certo ou errado.
Observações: V. recebeu as consignas com ansiedade. Demonstrou grande     interesse em corresponder às expectativas e
como mecanismo de defesa, contou
muitas histórias no intuito de chamar a atenção.

RELATO DAS SESSOÊS


2º Sessão 08 de setembro de 2011
Atividade: provas operatória conservação de qualidades seriação
Objetivos: observar o funcionamento cognitivo do aluno de acordo com sua faixa etária. Recursos: massa de modelar, folha
de papel e tinta guache.
OBSERVAÇÃO
Conservação de quantidade iniciou a sessão explicando o que iríamos fazer e v. ficou feliz em saber o que iria usar massa de
modelar coloquei duas caixas de massa sobre a mesa e pedi que escolhesse duas barras, V. então pediu pegue as mesmas
cores que eu (branco e amarelo), pedi que ele fizesse duas bolinhas de tamanhos iguais, e depois que me falasse qual que
tem mais massa. V. apresentou grau de construção operatória em nível 2 ou intermediário: as resposta apresentam
oscilações, instabilidade ou não são completas, chegando ate mesmo a dizer que  as bolinhas tem mais que a salsicha
demonstrou não ter entendidos que a disposição das bolas não interfere na qualidade ao terminar esta atividade, juntou as
bolinhas e as colocou na caixa e guardou.
Em um segundo momento ofereci a v.a atividade lúdica onde foi utilizada um jogo da memória (para criança acima de 3
anos), V. demonstrou excelente  percepção ao montar ,descobrindo as figuras e algumas letras do alfabeto, V. falou muito
que queria lutar karat e que não gostava de estudar ,nesta escola reclamou que a avo , deixava ele trazer os lápis de cor para
a aula.

3º Sessão 12 de setembro de 2011


Atividade: provas de conservação de pequenos objetivos: identificar o processo mental usado pela criança para encontrar
respostas para a atividade proposta.
Recursos: 10 fichas de E.V. A vermelha e 10 fichas de E.V. As azuis.
Observações: iniciei a sessão explicando o que iríamos fazer, ele achou interessante a cor das fichas e foi logo escolhendo
sua cor, cor de sangue né tia, e esta outra cor do céu, falei para ele, vermelho e azul, pegou suas fichas e começou a montar
para ficar igual as minhas que organizei em duas fileiras com todas as fichas, perguntei está igual a minha, ele me olhou e
respondeu sim está, contei a mesma quantidade, sim tem 5 indicou e pedi que ele repensei a situação mudando a posição
das fichas e ele mais uma vez demonstrou não ter percebido a posição das fichas.
5 oscilou entre as respostas conservadoras e não conservadoras, realizando a correspondência um a um, posso dizer,
portanto que nessa prova 5, apresentou condutas intermediarias de nível 2.
2 momento aplicação da técnica projetiva para educativo:
5 foi indagado com que ele aprendeu as coisas na sua casa, ou seja em seu dia a dia, ele respondeu que aprende com o seu
avó e com avô em nem um momento mencionou a escola. Ele desenhou pássaros no lago, peixe e uma égua, dizendo que era
do avô, e que gostava muito de andar de carroça. O nome do desenho era: égua pocotó.

4º Sessão 13 de setembro 2011


Atividade: técnicas projetivas, os 4 momentos de um dia.objetivo: analisar os  vínculos afetivos do aluno, bem como seu
desenvolvimento cognitivo e motor.Recursos: folha de papel, lápis e borracha.
Na acolhida conversamos sobre o dia dele na escola, em casa falou dos avos, o quanto gosta deles. Expliquei a V., o que
iríamos fazer na sessão, e ele achou interessante o desafio de dobrar o papel bem diretinho sem amassar junto com a tia,
que conduziu a sessão pedia a ele eu colocasse no papel fatos que ocorrem no seu dia a dia sem especificações, poderia
colocar qualquer dia. Ele desenhou a seguinte sequencia:
1- Um televisor
2- Um cavalo no gramado perto do chiqueiro
3- Um cavalo do seu avô comendo capim
4- Um cavalo do seu avô preza no chiqueiro, porque já era noite, cujo nome do desenho é meu cavalo.
Chamou-me a atenção o fato de que em nenhum momento ele representou as horas que passa na escola, nem tampouco
algo referente à aprendizagem e mais uma vez seu desenho não tinha detalhes, desenhou apenas os personagens.
2º momento: ofereci a V., uma atividade lúdica onde foi utilizado um quebra cabeça (35 peças, para crianças acima de 3
anos), não demonstrou interesse perante o jogo disse que não gostava, mesmo sendo estimulado se recusou a fazer.sendo
em vista que a sessão estava, no final, pedi a ele que, lesse o livro de historinha para eu ouvir, deu um sorriso e disse não sei
ler tia, então vamos junto vou te ajudar, sem sucesso ele não conhecia ainda todas as letras, faz troca.

5º Sessão 15 de setembro de 2011


Prova: de conservação de comprimento
Objetivo: avaliar a noção de conservação de comprimento.
Recursos: 1 corrente de 10 cm e 1 de 15 cm.
Esta atividade foi bem aceita por Valter. Você conhece esse material, sim bastante e a cor você sabe que cor, é cor de sangue
e cor de gema, ta vermelha e amarela. Para esta prova foi mostrado uma posição inicial dos cordões e questionado sobre
qual era o mais comprido dos dois.
Em seguida os cordões foram modificados em duas outras posições. Na prova de conservação de comprimento observei que
a conduta de V. oscilou significativamente suas respostas mudando os critérios de reconhecimento, o que demonstra seu
período de transição, característica do nível 2.
2° momento Família educativa
Solicitei a V. que desenhasse uma família qual quer. Ele desenhou a sua própria família com a avó o avô a outra avó e sua
mãe.
Quando questionei se aquela era sua família, V. voltou a desenhar, mas duas figuras humanas dois irmãos, Toninho e
Samuca, a figura dos avôs foram as primeiras da fila, todos do lado de frente ao processo, pedi a V. que desenhasse a família
que gostaria de ter, ele disse que não queria.
Uma característica dos seus desenhos até o momento é a ausência de detalhes, as figuras não tem boca, não tem pés, não
tem cabelo e sempre são pequenos o fato de não ter contato com o pai, em nenhum momento falou sobre ele. Nome do
desenho karatê.

6º Sessão 19 de setembro de 2011


Atividade: Nível pedagógico
Objetivo: Avaliar o nível pedagógico do aluno e seu fundamento cognitivo para desenvolver as atividades propostas, bem
sua emoções ao realizá-las.
Recursos: Folha de papel, lápis, borracha, lápis de cor, apontador.
Iniciei a sessão com a entrevista do realismo nominal, onde percebi que V. consegue identificar os sons iniciais das palavras
sem dificuldade, porem demonstra desconhecer os sons parecidos no meio e no final das palavras. Reconhece e nomeia
apenas as vogais do seu nome. Não reconhece as demais como pertencentes ao seu nome e nem sabe nomea-las, coloca no
papel algumas vogais, porem não soube junta-las para ler.
Diante dessa situação, optei pelo ditado topológico.
Material usado: 1(uma) folha de sulfite branco, 1 (uma) caixa de lápis de cor, pedi para V. divida a folha com um traço preto
no meio, pegou o lápis preto e assim fez, falei de um lado você vai fazer um circulo vermelho grande, fez mas não o fechou ,
agora faça um coração amarelo, se recusou a usar o lápis amarelo, e me disse de coração é cor de sangue, agora fora do
circulo vermelho faça sete traços azuis, fez mais que sete, do outro lado do traço preto, quero uma casa grande e uma casa
pequena, fez as duas mas sem porta, sem janela, e tudo de uma só cor, pedi que desenhasse um sol alaranjado acima da
casa grande, foi feito, abaixo da casa pequena, coloque uma grama verde V. desenhou a grama e a egua que era para ela
pastar,quero que você desenhe longe da casa pequena uma arvore.
Quanto à classificação do estagio de escrita, V. encontra se na fase pré silábica, escrita diferenciada com valor sonoro inicial,
porem apresenta alguns erros de escrita universal.

3 DEVOLUTIVA AOS PAIS E AO ALUNO.


O embasamento para a realização dessa devolutiva foi à observação e as anotações realizadas durante o período destinado
as sessões de atendimento psicopedagogico, conclui que v. e uma criança bastante feliz, e que esta compatível com o nível
de desenvolvimento para sua faixa etária pré operatória (6 anos).em relação a leitura e a escrita encontra  se no nível pré
silábico escrita diferenciada cm o valor socorro inicial,nas atividades realizadas,ele fez registros diferentes entre palavras
modificando a quantidade e a posição e  fazendo variação nos caracteres, pode conhecer ou não os sons de algumas letras
ou de todos elas.
Para a reconstrução de suas hipóteses quanto escrita e leitura, recomendo a exploração dos conhecimentos já atingidos por
V.M.M. com elogios, parabéns por suas realizações e incentivo para tentar fazer de formas diferentes. O emprego do lúdico
nessa etapa da vida e de grande utilidade, pois as crianças nessa faixa etária fazem associações, entre o imaginário e o real,
então jogo de adivinhações, alfabeto móvel, recorte musica dramatizações, fantoches, entre outras atividades, farão com
que se divertindo ele possa aprender e que tal aprendizagem seja de fato significativa, porque dessa maneira ele próprio
construa o seu conhecimento.

28 de setembro de 2011
DEVOLUTIVA A INSTITUIÇÃO.
Com o objetivo de apresentar os resultados da avaliação Psicopedagogia realizadas durante o período destinado as sessões
de atendimento para com V.M.M. foi observação e anotação, durante os atendimentos, para melhor entender, sobre o
relacionamento de questões de cunho afetivo, social e intelectual, verifiquei no transcorrer da analise que v. e uma criança
bastante feliz, efetivamente pertencem a sua família, pois em todas as atividades proposta, sempre se referiu a família e os
animais com muito carinho e apreço, V.M. M, e saudável, esta de acordo com o desenvolvimento para sua faixa etária, onde
as crianças utilizam o imaginário, ou seja, o lúdico para o desenvolvimento.
Assim como a aprendizagem, o corpo também esta em desenvolvimento e precisa de atividades, ate como meio de canalizar
a energia típica da idade, sugiro para as atividades escolares um reforço pedagógico jogos de adivinhações, alfabeto móvel,
recortes, musica, dramatizações, fantoches, atividades repetitivas (copia ditado, escrever no quadro). Mas um espaço onde
o lúdico predomine e que de forma diferenciada ele possa realizar atividades que venham a desenvolver os seus
conhecimentos e fazer como ele possa adquirir outras, participando efetivamente dessa construção.
Para o desenvolvimento físico, bem como disciplina e canalização de energia, sugiro o trabalho multidisciplinar na
realização das atividades, tendo em vista que as atividades requerem um nível elevado, atividades físicas, natação, judô,
karat, futebol musica, a fim de melhorar a concentração, tranqüilidade disciplina para sua eficaz realização. Em centros
públicos como pólo esportivo existe atendimento gratuito para a população.

4 PARECER PSICOPEDAGÓGICO.
V é uma criança de seis anos de idade que frequenta o primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública
estadual e que vem enfrentando dificuldades em seu processo de ensino-aprendizagem.
            Do ponto de vista intelectual apresenta uma estrutura cognitiva correspondente ao nível de transição do pensamento
operatório concreto para o operatório formal, o que está adequado para sua idade, seis anos, pois nesta idade é comum que
haja prevalência do estágio de inteligência formal com maior utilização do raciocínio hipotético dedutivo.
            Do ponto de vista afetivo demonstra condições inadequadas de relacionamento: apresenta uma submissão excessiva
a figuras de autoridades bem como uma ligação de dependência com a mãe (relação simbiótica). Reage sempre com timidez
a presença de outras pessoas. Demonstram grande necessidade de aceitação/aprovação buscando sempre corresponder as
expectativas. Tal comportamento provoca em V. um alto grau de ansiedade frente às exigências as quais é submetida. Os
sintomas de ansiedade que apresenta (sudorese, taquicardia, agitação psicomotora) atrapalham o seu raciocínio.
Observou-se um vínculo negativo com o processo de aprendizagem, o que interfere no seu desempenho escolar.

Do ponto de vista funcional sua motricidade global é boa, movimenta-se bem, apresenta bom equilíbrio, tem
predominância de lateralidade esquerda, apresenta boa motricidade fina. Quanto à orientação espacial V. apresentou um
desempenho abaixo do esperado. Tal dificuldade possivelmente ocorreu devido a não exploração do ambiente por v. que
apresenta características de personalidade introvertida. A orientação temporal foi à área em que V. apresentou maior
dificuldade. Possui noção de velocidade (lento/rápido) e de distância (perto/longe). Não sabe ordenar dias da semana e os
meses do ano. Não conhece as estações do ano e não mencionou corretamente nenhuma data comemorativa (não soube
responder quando é Natal e Ano Novo). Dados revelaram dificuldades de orientação alopsíquica, ou seja, dificuldades em
fornecer informações referentes ao tempo e ao espaço. Demonstrou preservada capacidade autopsíquica, informando dados
de sua identificação pessoal, revelando saber quem é, como se chama, que idade tem qual sua nacionalidade.

            Do ponto de vista pedagógico sabe reconhecer e diferenciar letras, números e sinais de pontuação. Não tem domínio
da orientação convencional da leitura, não lê repete as historia, ou seja, decorou em uma entonação que demonstra
nervosismo e ansiedade. Quanto à interpretação de tamanho e forma faz sempre referencia a coisa, ao objeto e não a escrita
da palavra. Situa-se na fase alfabética de nível de escritas alfabéticas. Em matemática é capaz de traçar e reconhecer
números bem não sabe realizar operações simples com êxito. Apresenta dificuldade no entendimento do enunciado da
pergunta.
            Finalizando, as dificuldades de aprendizagem de V. são decorrentes da falta de atenção e concentração para as
atividades a serem desenvolvidas.

5 INFORME PSICOPEDAGÓGICO.
V.m.m, nascida no dia 8 (oito) de agosto do ano de 2005, atualmente com 6anos de idade, aluno do 1º ano do Ensino
Fundamental da Escola Estadual coronel Antonio trindade, Aquidauana - MS foi indicada para avaliação psicopedagógica
pela coordenação da escola. O interesse pela realização de um trabalho psicopedagógico surgiu devido à queixa de que V.
vem apresentando dificuldades no processo de ensino aprendizagem.
A avaliação psicopedagógica se deu no período de 29/07/2011 a 29/09/2011, com a realização de sete sessões com duração
média de 60 minutos às 2h cada totalizando 15 horas de análise diagnóstica. Na consecução do diagnóstico foram realizadas
sessões que se fundamentaram da seguinte forma: Anamnese com a mãe; aplicação da EOCA; aplicação de provas
Piagetianas para avaliação do desenvolvimento cognitivo; aplicação de provas projetivas para avaliação da área emocional;
aplicação de testes de desempenho sensório-motor para avaliação da área funcional; aplicação de testes para avaliar as
habilidades acadêmicas; e entrevista devolutiva a avaliada, seus responsáveis e a instituição onde foi realizado o estágio.
 Ao integrar os resultados obtidos durante todo o processo de investigação psicopedagógica conclui-se que V. traz um
histórico de vida marcado por:
No campo afetivo social apresentou indícios de uma forte dependência psicoafetiva, com debilidade do vínculo materno
marcado por uma forte simbiose. Construções empobrecidas a cerca do seu conhecimento de mundo, sempre foi muito
superprotegida pelos pais em função do problema, que se manifestou aos 2 anos de idade. Baixa auto estima produzida pelo
recorrente fracasso escolar. Necessidade de aprovação/aceitação não conseguindo tomar decisões sem que alguém a diga
que está certa ou errada.
No campo Funcional verificou-se que V. possui excelente desenvolvimento motor com boa coordenação global. Sua
orientação espacial é prejudicada por sua timidez, porem não o impede de olhar, observar, investigar o que está ao seu
redor. Sente-se inseguro em ambientes novos. A orientação temporal foi à área em que V. apresentou maior dificuldade,
principalmente referente a dados de orientação alopsíquica.

Na área cognitiva apresenta uma estrutura de conhecimento correspondente ao nível de transição do pensamento
operatório concreto para o operatório formal, o que não está adequado para sua idade. Apresenta lentidão de raciocínio e
elaboração mental empobrecida. V. apresenta uma modalidade de aprendizagem em desequilíbrio quanto aos movimentos
de assimilação e acomodação que são sintomatizados na hiperacomodação.
No campo pedagógico verificou-se um vínculo negativo com o processo de aprendizagem e com a professora. Quanto à
avaliação dos níveis pedagógicos de escrita leitura e calculo encontra-se na fase pré alfabética de nível de escritas
alfabéticas.  Não tem capacidade de antecipar uma representação silábica demonstrando uma elaboração de hipóteses
silábicas.  Não Tem domínio da orientação convencional da leitura, respeitando a orientação espacial da direita para
esquerda e de cima para baixo. Seu vocabulário é reduzido, não sabe lê corretamente a palavra, mas por vezes não identifica
seu significado. Sua sintaxe oral é deficiente no que se refere à concordância verbal e nominal. Tem dificuldades na
memorização de frases, dígitos e relatos. Realiza cálculos simples com êxito, mas apresenta dificuldades na compreensão e
interpretação das perguntas.
Em suma a hipótese diagnóstica evidencia que v. apresenta diagnóstico de dificuldade de aprendizagem decorrente de uma
situação patológica (disritmia) vinculada e agravada por fatores afetivos e sociais.
  O processo de intervenção psicopedagógica deve considerar as características individuais de V. respeitando seu ritmo e
suas peculiaridades condizentes ao seu desenvolvimento cognitivo, emocional, lingüístico, psicomotor e social.
Portanto, quanto às recomendações necessárias ao desenvolvimento desta criança considera-se um processo de Intervenção
Psicopedagógica com inclusão de jogos terapêuticos, técnicas projetivas psicopedagógicas que viabilizem a ressignificação
das modalidades de aprendizagem e oportunizem uma aproximação e criação de vínculos afetivos com os elementos da
aprendizagem. Busca de superação do modelo de aprendizagem limitado ao princípio de acomodação cognitiva que se
encontra descontextualizado da realidade do aluno e pautado no estímulo à dependência e nos recursos básicos da
memorização. 

6  PROPOSTA DE INTERVENÇAÕ.
O aluno com dificuldade de aprendizagem exige um atendimento variado que inclui: aulas particulares, aconselhamento
profissional especial, desenvolvimento de habilidades básicas, assistência para organizar e desenvolver habilidades de
estudo adequadas e/ou atendimento psicopedagógico. Portanto, para melhoria no desempenho escolar de V. algumas
recomendações são elencadas:
 Busca de aproximação física com a professora, colocando V. sentada bem próxima a esta durante as aulas, a fim de que os
vínculos afetivos com os elementos da aprendizagem possam ser melhorados. Realização de dinâmicas de grupo em sala de
aula que visem maior aproximação de V. com os demais alunos da sala. Realização de trabalhos em dupla ou grupos.
 Incentivo a participação de V. as atividades esportivas da escola. Apresenta excelente coordenação motora.
Estabelecimento de um horário e um local apropriado para estudo em casa.
As atividades escolares de casa devem ser realizadas diariamente e se necessário com acompanhamento a fim de melhorar o
rendimento escolar.  Participação de V. no reforço escolar. Oferecer a V. livros, revistas, gibis, de assuntos que lhe
interessam, para diminuir o tempo que fica assistindo televisão. Fazer uma leitura compartilhada em casa e na escola.
Envolver V. nas atividades de práticas sociais que exijam habilidades acadêmicas como, por exemplo: lista de compras,
escreverem bilhete para mãe ou professora, leitura de um papel de água ou luz, realizar pagamento de faturas, etc.
 Criar atividades contextualizadas de escrita e leitura com a utilização de textos variados para que a construção das
hipóteses lingüísticas possa ser elaborada com segurança. Uso de recursos didáticos atraentes que despertem o desejo de
aprender. Trabalhar sua independência e autonomia possibilitando seu deslocamento para a escola. 

7  CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Sentindo na pele o papel desempenhado pelo psicopedagogo clinico pude perceber o quanto é valioso fazer o bem ao nosso
próximo, intervir na vida de criança com dificuldades de aprendizagem, estimulando as a superar suas limitações e
trazendo de volta sua auto-estima, sua alegria é uma das recompensas que o dinheiro não paga. Portanto, é necessário que o
psicopedagogo tenha um olhar abrangente sobre as causas das dificuldades de aprendizagem para que venha compreender
mais profundamente como ocorre este processo de aprender utilizando-se de uma abordagem mais ampla na qual não se
toma apenas um aspecto da pessoa, mas sua integralidade. A esta idéia Piaget (1978 apud BALESTRA, 2007, p. 47) atesta o
fato de que a afetividade e a inteligência são indissociáveis e constituem os dois aspectos de toda conduta humana Espero
que como professora e psicopedagogo e pela cobrança da inclusão deste profissional no sistema educacional publico de
nossa cidade. Sendo a alfabetização célula mãe que norteia toda trajetória do aprendizado e do saber socialmente elaborado
e acumulado pela humanidade, é necessário que saia do discurso de programa vultoso e se transforme em prioridade no
contexto. Não cabe ao psicopedagogo julgamentos precoce e equivocados e tão menos divisões de atitudes baseadas nos
conceito de certo errado, mas sim, um olhar dirigido a um sujeito, que é único, peculiar e tem sua própria história e,
portanto suas atitudes ou falta delas são reflexo dessa constituição, mesmo inserido em um cenário social. É necessário, por
fim, considerar o sujeito como um corpo; esse que é dotado de conhecimento, de afetos e emoções, de um organismo, de
inteligência e de cultura.

REFERÊNCIAS

BALESTRA, Maria Marta. A psicopedagogia em Piaget: uma ponte para a educação da liberdade. Curitiba: Ibpex, 2007. 

CHAMAT, L.S.J. Técnicas de Diagnóstico Psicopedagógico: O diagnóstico Clínico na Abordagem Interacionista. São Paulo:
Vetor,2004.

LOPES, Shiderlene Vieira. O processo de avaliação e intervenção em psicopedagogia. Curitiba: Ibpex, 2008.

VISCA, Jorge. Técnicas projetivas Psicopedagógica e pautas gráficas para a sua interpretação Buenos Aires. Visca e Visca,
2008.

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