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CONCEITOS PSICOPEDAGÓGICOS

A psicopedagogia é um campo de conhecimento e atuação que


TRATA DE PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM considerando a influência da
família, da escola e da sociedade no desenvolvimento do sujeito, tendo
como papel inicial o estudo do PROCESSO DE APRENDIZAGEM,
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO dos seus obstáculos através da
compreensão do indivíduo em suas várias dimensões para ajudá-lo a
reencontrar seu caminho, superar as dificuldades que impeçam seu
desenvolvimento harmônico e que estejam constituindo um bloqueio de
comunicação dele com o meio que o cerca. De acordo com Bossa (2000) o
psicopedagogo também pesquisa as condições para que se produza a
aprendizagem do conteúdo escolar, identificando quais são os obstáculos
e os elementos que facilitam, quando se trata de uma abordagem
preventiva.

A função diagnóstica da avaliação serve como instrumento auxiliar da


aprendizagem e não como instrumento de aprovação ou reprovação.

Luckesi (1999) define avaliação da aprendizagem como um ato amoroso


com sentido que a avaliação por si só deve ser um ato acolhedor e
inclusivo, que integra, diferentemente do julgamento puro e simples, que
não dá oportunidades, distingue apenas, o certo do errado partindo de
padrões predeterminados. Assim, o verdadeiro papel da avaliação visa à
inclusão, não à exclusão.

HISTÓRIA
No século XVIII, não existia conceito de aprendizagem e de dificuldades de
aprendizagem, essas dificuldade eram conhecidas como doenças mentais,
explicadas pela concepção sobrenatural.
Na década de 1970, foi criado o Centro de Estudos Psicopedagogicos em
Buenos Aires, organizando quatro departamentos: docência, assistência,
investigação e publicações e os mesmos desenvolveram distintos graus de
desenvolvimentos de disputamento que mais desenvolveu depois a
assistência, publicações e investigações.
Em tempos primórdios, com nos ressalta (GONÇALVES, 2000, p.2), a
psicopedagogia atuava para resolver problemas na dificuldade de aprendizagem
e no fracasso escolar, nessa virada de século favorece ao educando apropriar-se
de conhecimentos, exigindo uma nova postura na educação, o de que o
ensinante conduza o seu aprendente a uma construção do conhecimento que
envolva uma série de atribuições, permitindo a exploração de suas habilidades o
que vai favorecer um aprimoramento em seu crescimento intelectual e nas suas
aptidões.

Nesse século XXI, o psicopedagogo exerce papel importante para formação


profissional e que alcançados ou projetados. É um profissional pós-graduado,
em multi especialista em aprendizagem humana, tem conhecimento de diversas
áreas que o ajudam a intervir ou para sanar possíveis dificuldades. Segundo
Gonçalves (2000, p.02) o psicopedagogo sempre esta em formação continua,
através de sessões de supervisão e em grupos de tratamento psicopedagógico.

Nos ressaltos de Figueiral, a PSICOPEDAGOGIA está voltada para o


desenvolvimento das funções cognitivas do aluno, ou seja, a PSICOPEDAGOGIA
TEM COMO META desbloquear e canalizar o aluno para o aprendizado, isso só
ocorre quando são detectadas possíveis perturbações no processo de
aprendizagem. É nesse sentido que aos poucos, a INTERVENÇÃO vai tratando de
problemas da aprendizagem, como também tenta eliminar os transtornos
instalados, em um procedimento clínico.

Ensinante-aprendente: termo usado para indicar que todo sujeito exerce


as duas funções simultaneamente.
Diagnóstico Psicopedagógico: trata-se da avaliação da situação e história
individual baseado nos princípios psicopedagógicos, o que difere do
diagnóstico psicológico ou da avaliação educacional.
DIFAJ: termo cunhado por Alicia Fernández para descrever o modelo de
atendimento psicopedagógico implementado pelo E.Psi.B.A. É o acrônimo
para "Diagnóstico Interdisciplinar Familiar de Aprendizagem em uma
Jornada".
Inteligência atrapada: estado de inibição cognitiva caracterizado pelo
esquema mental de defesa ou fuga, desenvolvido pelo próprio sujeito que
impede ou atrapalha a aprendizagem.
Queixa: termo que designa o problema vivenciado pelo sujeito, em geral
criança ou adolescente, na visão dos pais ou de quem apresenta o caso ao
profissional psicopedagogo (Ex: "Ele não consegue ler"; "Ela escreve de
trás para frente"; "Ele troca as letras"; "Ele não sabe nada").
Vínculo: relação mútua entre a criança ou adolescente e o outro (família,
colegas, profissionais etc.).

Para (BOSSA 2007, p. 22)


Em relação ao OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA
sugerem que há um certo consenso quanto ao fato de que ela
deva ocupar-se em estudar a aprendizagem humana, porém é
uma ilusão pensar que tal consenso nos conduza, a todos, a um
único caminho. O tema da aprendizagem apresenta tamanha
complexidade que tem a dimensão da própria natureza humana
e caberia outro ensaio para trata-lo.

A psicopedagogia ergue-se para assessorar a intervenção e a


prevenção dos problemas de aprendizagem.
Na atuação clínica o profissional divide-se em dois momentos:
fase da avaliação, diagnóstica e a intervenção, em que na
diagnóstica trabalha com a investigação partindo do momento
da queixa, em que se busca o sentido da problemática do
indivíduo dirigido. Já na segunda fase que é a intervenção, deve
ser sempre lembrado que neste momento não se deve
abandonar o processo de investigação e observação mesmo
tendo como prioridade a intervenção (BOSSA, 2007).
O principal representante do ASSOCIACIONISMO é Edward L.
Thorndike, e sua importância está em ter sido o formulador de
uma primeira teoria de aprendizagem na Psicologia. ... Assim,
para aprender um conteúdo complexo, a pessoa precisaria
primeiro aprender as ideias mais simples, que estariam
associadas àquele conteúdo.
Os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na Europa, em
1946, por J Boutonier e George Mauco, com direção médica e pedagógica.
Estes Centros uniam conhecimentos da área de Psicologia, Psicanálise e
Pedagogia, onde tentavam readaptar crianças com comportamentos
socialmente inadequados na escola ou no lar e atender crianças com
dificuldades de aprendizagem apesar de serem inteligentes (MERY apud
BOSSA, 2000, p. 39).
 
Na literatura francesa – que, como vimos, influencia as idéias sobre
psicopedagogia na Argentina (a qual, por sua vez, influencia a práxis
brasileira) – encontra-se, entre outros, os trabalhos de Janine Mery, a
psicopedagoga francesa que apresenta algumas considerações sobre o
termo psicopedagogia e sobre a origem dessas idéias na Europa, e os
trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro centro médico
psicopedagógico na França,..., onde se percebeu as primeiras tentativas de
articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na solução
dos problemas de comportamento e de aprendizagem (BOSSA, 2000, p.
37)

O que é consigna na educação?


Utilizado dentro do contexto do ensino-aprendizagem, o
termo refere-se a uma forma de fazer pedidos aos
educandos de modo a promover, além da realização de
determinada tarefa, o aprendizado e a reflexão.

Temos o professor argentino Jorge Visca[1] como um dos


maiores contribuintes da difusão psicopedagógica no Brasil. Foi o
criador da Epistemologia Convergente, linha teórica que propõe
um trabalho com a aprendizagem utilizando-se da integração de
três linhas da Psicologia: Escola de Genebra - Psicogenética de
Jean Piaget (já que ninguém pode aprender além do que sua
estrutura cognitiva permite), Escola Psicanalítica - Freud ( já que
dois sujeitos com igual nível cognitivo e distintos investimentos
afetivos em relação a um objeto aprenderão de forma diferente) e
a Escola de Psicologia Social de Enrique Pichon Rivière ( pois se
ocorresse uma paridade do cognitivo e afetivo em dois sujeitos de
distinta cultura, também suas aprendizagens em relação a um
mesmo objeto seriam diferentes, devido as influências que
sofreram por seus meios sócio-culturais) (VISCA, 1991, p. 66).
Visca propõe o trabalho com a aprendizagem utilizando-se de
uma confluência dos achados teóricos da escola de Genebra, em
que o principal objeto de estudo são os níveis de inteligência, com
as teorizações da psicanálise sobre as manifestações emocionais
que representam seu interesse predominante. A esta confluência,
junta, também, as proposições da psicologia social de Pichon
Rivière, mormente porque a aprendizagem escolar, além do lidar
com o cognitivo e com o emocional, lida também com relações
interpessoais vivenciadas em grupos sociais específicos (França
apud Sisto et. al. 2002, p. 101).

A Psicopedagogia representa uma pratica interdisciplinar. A


interdisciplinaridade surgiu da necessidade de criar lacos/dialogos
entre as disciplinas, em meados do seculo XX. Pesquisadores,
como Jean Piaget, Edgar Morin, Eric Jantsch dentre outros,
comecaram a romper com as fronteiras entre as disciplinas. E,
sobretudo, com a visao classica do mundo, onde o conhecimento
era excessivamente compartimentalizado. A interdisciplinaridade
lida com a transferencia de metodos de uma disciplina para outra. E
muito importante que voce compreenda o conceito de
interdisciplinaridade para transitar bem pelo modulo de
Psicopedagogia.

NA CONTEMPORANEIDADE
• A Psicopedagogia pauta-se, em três
fundamentações teóricas, na psicanálise, no
associacionismo e no construtivismo.
• Na Psicanálise é necessária a criação do vinculo
para que ocorra a aprendizagem.
• No Associacionismo, prevalece o elemento
externo sobre o cognitivo.
• No construtivismo as relações sociais mostram-se
essenciais para o desenvolvimento, pois elas
orientam o sujeito na construção do conhecimento
• A psicanálise tem um viés baseado na emoção,
para essa área do conhecimento só vai haver
aprendizagem se houver afetividade, para a
criação do vinculo.
• Para que aconteça a aprendizagem é
importante que se estabeleçam vínculos
afetivos, pois eles possibilitam o
desenvolvimento

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E ESCRITA


transtorno de aprendizagem se revela através de
conjunto de sinais sintomatológico que ocasiona uma
série de problemas no aprender da criança. Assim o
transtorno de aprendizagem se figura em uma
incapacidade específica na leitura escrita, matemática
entre outros pontos. Apresenta-se com resultados
significativamente abaixo do esperado quanto a nível
esperado de desenvolvimento escolaridade e capacidade
intelectual (PORTO, 2011).

Apesar do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH não


ser um transtorno da aprendizagem, e sim, um transtorno neurobiológico,
em que afeta diretamente no comportamento, além de desequilibrar os
mecanismos de atenção e memória, ele acaba contribuindo diretamente
de forma negativa no processo de aprendizagem e possivelmente na
leitura e escrita (FREITAS, 2011).
INSTRUMENTO DE
AVALIAÇÃO DO
REPERTÓRIO BÁSICO
PARA A
ALFABETIZAÇÃO

Verificar o conhecimento do atendente nas seguintes áreas: esquema


corporal, lateralidade, posição, direção, espaço, tamanho, quantidade,
forma, discriminação visual, discriminação auditiva, verbalização de
palavras, análise/síntese e coordenação motora. ( De 4 à 7 anos )

Avaliar a competência de
leitura silenciosa de palavras
isoladas.
Avaliação da compreensão
Leitora de Textos Expositivos.

Este material tem como objetivo principal auxiliar os


psicopedagogos e fonoaudiólogos na avaliação da compreensão
leitora dos pacientes a eles encaminhados.

CONFIAS – Consciência Fonológica


Instrumento de Avaliação Sequencial
Descrição: É um instrumento que tem
como objetivo avaliar a consciência
fonológica de forma abrangente e
seqüencial. A utilização deste instrumento
possibilita a investigação das capacidades
fonológicas, considerando a relação com a
hipótese da escrita (Ferreiro e Teberosky,
1991).

PROLEC – Provas de Avaliação dos Processos


de Leitura
É o teste mais utilizado por fonoaudiólogos, psicólogos e
professores em países de língua hispânica, na avaliação de
crianças disléxicas e, é igualmente empregado nas investigações
científicas sobre dificuldades de aprendizagem como demonstram
as numerosas vezes em que aparece citado nas publicações sobre
esse tema.

TDE – Teste de Desempenho Escolar


O TDE é um instrumento que busca oferecer de forma
objetiva uma avaliação das capacidades fundamentais para
o desempenho escolar, mais especificamente da escrita,
aritmética e leitura. Indica de uma maneira abrangente,
quais as áreas da aprendizagem escolar que estão
preservadas ou prejudicadas no examinando. A faixa etária
abrange a avaliação de escolares de 1ª a 6ª séries do
Ensino Fundamental, ainda que possa ser utilizado com
algumas reservas, para a 7ª e 8ª séries.

Avaliação psicomotora à luz da psicologia e da


psicopedagogia
Um manual prático para o diagnóstico e
tratamento das dificuldades psicomotoras e de
aprendizagem. A autora sugere um plano de
orientação terapêutica com base no perfil
psicomotor da criança.

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