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CONTEXTO PSICOPEDAGÓGICO

Profº Matheus Wisdom Pedro de Jesus


Mestrando em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC – UNEB)
Especialista em Neuropsicologia com ênfase em Reabilitação Cognitiva
Especialista em Transtorno do Espectro Autista
Especialista em Educação Especial e Inclusiva
Psicopedagogo Clínico e Institucional
Neuropsicopedagogo
Licenciado em Letras com Inglês
Licenciado em Pedagogia

Salvador
2022
O QUE É O CONTEXTO PSICOPEDAGÓGICO?
POR QUE SER UM PSICOPEDAGOGO?

“É preciso criar pessoas que se atrevam a


sair das trilhas aprendidas, com coragem de
explorar novos caminhos, pois a ciência
constitui-se pela ousadia dos que sonham e o
conhecimento é a aventura pelo
desconhecido em busca da terra sonhada"
(Rubem Alves).
O QUE É A PSICOPEDAGOGIA?

Área que estuda e lida com os processos de


aprendizagem e suas dificuldades e que,
numa ação profissional, deve englobar vários
campos do conhecimento, integrando-os e
sistematizando-os (SCOZ, 1992).
CONVERSANDO SOBRE
PSICOPEDAGOGIA
Como surgiu a Psicopedagogia?
PSICOPEDAGOGIA – O PROCESSO HISTÓRICO...
Apesar da influência de ideias dos autores argentinos sobre a psicopedagogia, a
preocupação com o problema de aprendizagem teve origem na Europa no século XIX.

• 1946 – Fundados os primeiros


centros psicopedagógicos.

• Direção médica e pedagógica –


J Boutonier e George Mauco.

• Integração entre Psicologia,


Psicanálise e Pedagogia.
PSICOPEDAGOGIA – O PROCESSO HISTÓRICO...

Quando começa a
No inicio o objeto de
considerar os sintomas
estudo da psicopedagogia
como uma dificuldade do
são os sintomas das
inconsciente do paciente
dificuldades de
seu objeto de estudo passa
aprendizagem:
a ser os processos de
desatenção, lentidão, etc,
aprendizagem.
PSICOPEDAGOGIA – O PROCESSO HISTÓRICO...

A corrente europeia influenciou diretamente a Argentina. A Psicopedagogia


surgiu na Argentina há mais de 30 anos sendo ofertada em Buenos Aires a nível
de graduação com duração de 5 anos.
PSICOPEDAGOGIA – O PROCESSO HISTÓRICO...

Na década de 70 a Psicopedagogia chega ao Brasil, e as dificuldades de


aprendizagem nessa época eram atreladas a uma disfunção neurológica
denominada de Disfunção Cerebral Mínima (DCM) que virou moda nesse
período, servindo para mascarar problemas sociopedagógicos (Id. Ibid., 2000,
p.48 – 19)
PSICOPEDAGOGIA – O PROCESSO HISTÓRICO...
O conceito de DCM permitiu uma aceitação maior da criança
pelo professor e pelos pais, pois sendo portadora de uma
“doença” neurológica não poderia ser responsabilizada pelo
próprio fracasso. No entanto, também serviu para desmotivar
os educadores a investirem na aprendizagem. Já nos
consultórios de atendimento psicopedagógico, reforçou a
explicação organicista de problema de aprendizagem,
enfatizando, mais uma vez, a postura medicalizadora vigente
na época (Scoz, 2004, p.24).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA
(ABPP)
Associação sem fins lucrativos e econômicos, de
caráter técnico, científico e social, com atividade
preponderante no exercício da psicopedagogia.
Fundada em 12 de novembro de 1980, agrega
psicopedagogos brasileiros com a finalidade de
propiciar-lhes o desenvolvimento, a divulgação e
o aprimoramento desta área do conhecimento.
FITA DE MOEBÜS

Fita de Moebüs com 3 voltas. Representa o


olhar do Psicopedagogo. As voltas representam
a aprendizagem do indivíduo. O círculo central
representa o indivíduo em processo para a
aquisição de conhecimento, chegando ao fim
com mudanças perceptíveis (círculo vermelho).
EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE

Quais as suas contribuições para prática

psicopedagógica?
EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE
Escola Genebra -
Psicogenética de
Piaget

Escola Psicanalítica -
Freud

Escola de Psicologia
Social – Enrique
Pichon Rivière

Jorge Visca é considerado um dos principais colaboradores para a


difusão e consolidação da psicopedagogia no Brasil, tendo sido o
criador da Epistemologia Convergente.
PARA REFLETIR...
EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE – O QUE É?

A Psicopedagogia na ótica da Epistemologia Convergente nasceu do desejo de


compreender o processo de aprendizagem por meio de dois olhares necessários:
o que olha para a subjetividade (Psicanálise) e aquele que olha para a
construção de estruturas para conhecer (Psicogenética). Além disso, essa
construção sofreu influência do que Pichon - Rivière chamou de “interciência”
e, em alguns registros, de “epistemologia convergente”.
EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE – O QUE É?

A síntese atual destas indagações pode apontar para a postulação de uma


epistemologia convergente, segundo a qual as ciências do homem referem-se a
um objeto único: “o ser humano em situação”, suscetível a uma abordagem
pluridimensional (PICHON – RIVIÉRE citado por VISCA, 1993, p. 10).
O QUE MUDA COM A EPISTEMOLOGIA
CONVERGENTE?
Anteriormente, Psicopedagogia significava o conhecimento e o estudo do
sujeito individual, enquanto Educação significava conhecimento da
comunidade, sociedade. Eu acredito que, naquele momento, por motivos
manifestos e latentes, fez-se uma divisão, porque conhecer verdadeiramente
como o sujeito aprende é um conceito revolucionário, no sentido de aceitar o
sujeito como ele é, fazer com que esse sujeito aprenda, de verdade, não fazendo
de conta. Isso significa uma modificação, no sistema e na educação, muito
grande (VISCA, 1991, p.14).
CONSIDERAÇÕES ACERCA DA
PSICOPEDAGOGIA

Quais as possibilidades de atuação do

Psicopedagogo?
PARA VISCA...

...quando se fala de psicopedagogia clínica, se


está fazendo referência a um método com o
qual se tenta conduzir à aprendizagem e não a
uma corrente teórica ou escola. Em
concordância com o método clínico podem-se
utilizar diferentes enfoques teóricos. O que eu
preconizo é o da epistemologia convergente
(VISCA, 1987, p. 16).
O QUE É A AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
PSICOPEDAGÓGICA?

✔ Identificação dos principais fatores


responsáveis pela dificuldade da criança;

✔ O levantamento do repertório infantil


relativo as habilidades acadêmicas e
cognitivas relevantes para a dificuldade de
aprendizagem apresentada.
ETAPAS DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
1ª Sessão: Entrevista contratual 7ª Sessão: Provas Pedagógicas

2ª Sessão: E.O.C.A 8ª Sessão: Provas Pedagógicas

3ª Sessão: Provas Operatórias 9ª Sessão: Anamnese com os pais ou responsáveis

4ª Sessão: Provas Operatórias 10ª Sessão: Devolutiva / Informe Psicopedagógico

5ª Sessão: Técnicas Projetivas

6º Sessão: Técnicas Projetivas


CAIXA PIAGETIANA – O QUE É? PARA QUE SERVE?
REFERÊNCIAS

BARBOSA, L. S. A história da psicopedagogia contou também com Visca. In: Psicopedagogia e


Aprendizagem. Coletânea de reflexões. Curitiba, 2002.

BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1994.

________, Fracasso escolar: Um olhar Psicopedagógico. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.

GARAUDY, D. Dançar a vida. 4ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

LE BOUCH, J. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até 5 anos. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1982.
REFERÊNCIAS
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Porto Alegre: Artmed, 2010.

OLIVEIRA, M. K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. 3º ed.


São Paulo: Scipione, 1995.

PAÍN, S. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas,
1986.

ROHDE, L.A. P.; BENCZIK, E. B. P. Transtorno de Déficit de Atenção/ hiperatividade: o que é?


Como ajudar? Porto Alegre: Artmed, 1999.

SAMPAIO, S. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico clínico. Rio de Janeiro: Wak, 2009.
REFERÊNCIAS
SAMPAIO, S.; FREITAS, I. B. de.(Org.) Transtornos e Dificuldades de Aprendizagem: Entendendo
Melhor os Alunos com Necessidades Educativas Especiais. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011

SCOZ, B. Psicopedagogia: Contextualização, Formação e atuação Profissional. Porto Alegre: Artes Médicas,
1992.

VERCELLI, L. C. A. O trabalho do psicopedagogo institucional. Disponível em: <


http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/17281/10050>. Acesso em 01
out 18.

VISCA, J. Clínica Psicopedagógica: Epistemologia Convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: Uma visão diagnóstica. 2ª edição. Porto Alegre: Artes Médicas,
1994.

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