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Epistemológicos da
Psicopedagogia
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Bem vindo(a)!
Na Unidade IV, nosso último tópico, você estudante estudará sobre TRABALHO
PSICOPEDAGÓGICO, com enfoque qual é o trabalho do psicopedagogo, bem como
a Psicopedagogia como estratégia de prevenção; ainda os aspectos do trabalho
psicopedagógico na avaliação, diagnóstico e intervenção e por m a
interdisciplinaridade e a Psicopedagogia.
Lembre-se caro (a) estudante, que o texto apresentado não irá esgotar todas as
possibilidades de pensar e reetir acerca das temáticas abordadas ao longo da
disciplina, mas irá iniciar momentos importantes e oportunos para a compreensão
das análise realizadas acerca das temáticas propostas.
Assim, vamos dar início ao nosso trabalho. Tenha uma ótima leitura! Bom estudo e
espero que o material que preparei para você estudante contribua de forma
signicativa para sua formação.
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Introdução
Caro (a) estudante.
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
A Psicopedagogia tem o seu início, na Europa, ainda no século XIX, quando surgiram
as preocupações com os “problemas de aprendizagem”. Não obstante, a Argentina
tem um valor e relevância na difusão do pensamento psicopedagógico,
principalmente na epistemologia convergente, nos quais seus principais
representantes são: Jorge Visca, Alicia Fernandez e Sara Paín.
Silva (2012, p.22) descreve que “[...] ainda nos dias atuais, a primeira atitude dos
educadores e dos familiares de crianças com problemas de aprendizagem é recorrer
ao médico. Logo, essa gura continua tendo uma grande importância nas decisões
das famílias”.
Bossa (2011) acrescenta descrevendo que neste período começa a se congurar uma
nova teoria sobre o entendimento do fracasso escolar. O enfoque passou, então, a ser
a visão sociopolítica, na qual o problema de aprendizagem passa a ser entendido
enquanto problema de ensino.
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Entre os teóricos que inuenciam na evolução da Psicopedagogia no Brasil, além de
Jorge Visca, podemos citar Jean Piaget, Lev Vygotsky, Sigmund Freud e Pichon
Rivière.
Psicanalítica (Freud);
[...] a mente tem uma estrutura tripartite, que ele denomina id, ego e
superego. O id - regido pelo princípio do prazer - tem o papel de
descarregar as funções biológicas. Nesta perspectiva, busca a satisfação
imediata, não tolera a frustração e evita a dor. O ego - regido pelo
princípio da realidade - é o responsável pela estimulação que pode vir
tanto da própria mente quanto do mundo exterior. Ele exerce o papel de
controlador do comportamento do sujeito, bem como protege-o dos
perigos. Já o superego - conduzido por normas sociais e regras - exerce
um papel de vigilante das ações ou pensamentos contrários aos
princípios morais.
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Caro(a) graduando(a), para iniciar a nossa discussão deste tópico, precisamos reetir
sobre a denição da palavra “psicopedagogia”. O Dicionário Michaelis (2019) registra
que, etimologicamente, este é um vocábulo composto do grego
psykhē+o+pedagogia “aplicação de conhecimentos da psicologia às práticas
educativas”.
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Nesse sentido, a psicopedagogia para Weiss (2012, p.6) “[...] busca a melhoria das
relações com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da
própria aprendizagem de alunos e educadores”.
Para tanto, devemos falar sobre a aprendizagem, na concepção de Diaz (2011, p.83), a
aprendizagem é:
[...] um processo mediante o qual o indivíduo adquire informações,
conhecimentos, habilidades, atitudes, valores, para construir de modo
progressivo e interminável suas representações do interno (o que
pertence a ele) e do externo (o que está “fora” dele) numa constante
inter-relação biopsicossocial com seu meio e fundamentalmente, através
da ajuda proporcionada pelos outros.
SAIBA MAIS
Caro(a) estudante como exemplo sobre a interação do interno e do
externo, segundo o autor Díaz (2011), podemos citar a criança que
aprende a ler por ter alcançado determinado nível de desenvolvimento
nervoso ou maturidade (funcionamento interno de tipo biológico),
condição que a faz sensível ao ensino da leitura. Mediado pelo adulto
(condição externa), ela se apropria da leitura (aprendizagem) e, a seguir,
por meio da continuidade, esta aprendizagem inui nas suas causas (no
interno e no externo); deste modo, o aprendizado se converte em base
para a realizar outros aprendizados (conhecimento através da leitura), o
que lhe permite ampliar sua esfera psicológica (funcionamento
psicológico interno), assim como desenvolver funcionalmente seu
cérebro (funcionamento interno biológico); isto porque nossas
capacidades nervosas se desenvolvem na própria atividade em que
participam, o que permite transformar o meio e suas inuências
(estimulações externas) em proveito individual (dele) e social (dos
outros).
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Com relação à ação psicopedagógica, teoricamente, ela deve ser pautada pela
prevenção do fracasso escolar e das diculdades que envolvem tanto educandos
como educadores.
Conclusão - Unidade 1
Livro
Filme
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Unidade 2
Aspectos da Formação e
Atuação do Psicopedagogo
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Introdução
Caro (a) estudante.
Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o tema de
nossa segunda unidade.
Boa leitura!
A Formação do
Psicopedagogo
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
“Formação” é um vocábulo abrangente. Nesse contexto caro(a) estudante, a palavra
vai além de crescimento físico. Para tanto, vamos recorrer ao Dicionário Houaiss
(2018, s/p): vocábulo de origem latina formatione que corresponde ao “ato, efeito ou
modo de formar, constituir (algo); criação, construção, constituição”, ao “conjunto de
conhecimentos e habilidades especícos a um determinado campo de atividade
prática ou intelectual” e, ainda, ao “conjunto de cursos concluídos e graus obtidos por
uma pessoa”.
No Brasil, por muitos anos, a formação do psicopedagogo foi propiciada somente por
meio de cursos de pós-graduação em nível de especialização (lato sensu), os quais
foram regulamentados pela Resolução nº. 12, de 6 de outubro de 1983, do então
Conselho Federal de Educação.
Conforme dados extraídos do Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de
Educação Superior - Cadastro e-MEC, em 2019 até o presente momento da
elaboração do material, estavam cadastrados mais de 2.800 cursos de especialização
em Psicopedagogia, ofertados nas modalidades presencial e/ou a distância por
diversas instituições públicas e privadas de norte a sul do Brasil. (BRASIL, 2019a).
graduados em psicopedagogia;
portadores de diploma em psicologia, pedagogia ou licenciatura que cursaram
especialização em psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e 80% da
carga horária dedicada a essa área; e
portadores de diplomas de curso superior que exercem ou já exerceram
atividades prossionais de psicopedagogia, em instituição pública ou privada.
Noffs (2016, p.116) expõe que após a Lei nº. 9394/96, com a prerrogativa de que
poderia se formar prossionais da Educação a nível de pós-graduação, “somada à
informação de que 80% dos alunos que cursava, a Psicopedagogia eram da
Educação”, então “a ABPp frente às demandas da sociedade foi impulsionada a
desencadear formalmente o projeto de lei n.3124/97 sobre a regulamentação do
exercício da atividade psicopedagógica”, pelo então Deputado Federal Barbosa Neto
apoiado na premissa que esta atividade viria reduzir “o fracasso escolar mediante a
revisão do Projeto Educacional Brasileiro com a inserção de um prossional
denominado de psicopedagogo”.
Sob o ponto de vista losóco, seu embasamento deve lhe permitir encontrar as
ideias de homem, de sociedade e educação implícitas em cada teoria
psicopedagógica;
Sua formação sociológica deve facilitar a compreensão do tempo e do espaço
sociocultural e econômico que inuenciam o fenômeno educacional dos
indivíduos pertencentes às classes socioeconômicas mais baixas; O
conhecimento de técnicas e métodos, relativos ao desenvolvimento das
operações lógicas do pensamento e à aquisição das habilidades básicas
psicomotoras e linguísticas é indispensável a este prossional da área
psicopedagógica. Daí a importância de conhecimentos psicolinguísticos,
neurológicos e outros. Deve-se, contudo, frisar que a integração destes
conhecimentos não lhe é dada a priori, mas gração destes conhecimentos não
lhe é dada a priori, mas sim construída através de sua sensibilidade e
experiência. (PORTAL EDUCACIONAL, 2019).
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Ética do Trabalho
Psicopedagógico
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
A palavra ética, etimologicamente, é derivada do grego ethike e pode ser entendida
como o “conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um
indivíduo ou de um grupo social ou de uma sociedade” (MICHAELIS, 2019).
A Ética é a parte da losoa que busca reetir sobre o comportamento humano, tendo
como objeto de estudo “o bem e o mal”; “o certo e o errado”.
As prossões também são regidas por normas e regras especícas. Há, por exemplo, a
ética médica, a ética jurídica, a ética do psicopedagogo. Assim, a ética prossional
“abrange todos os setores prossionais da sociedade” e tem como objetivo “interrogar
mais amplamente o papel social da prossão, sua responsabilidade, sua função, e sua
atitude frente a riscos e ao meio” (MICHAELIS, 2019).
Sá (2013) destaca que ter ética prossional e cumprir com todas as atividades e
obrigações estabelecidas à prossão são princípios indispensáveis para manter uma
sociedade organizada, ou seja, é necessário que cada sujeito cumpra com seu papel
na sociedade.
SAIBA MAIS
Leia o artigo “Ética prossional e empresarial” (REIS et al, 2017) para
compreender e conhecer as diferenças existentes entre ética
empresarial e ética prossional. O artigo destaca as virtudes necessárias
ao prossional para o exercício ético e consciente da prossão.
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Agora que já sabemos um pouco mais sobre o que é código de ética prossional,
vamos conhecer um pouco mais sobre o código de ética do prossional de
psicopedagogia.
Agora que já sabemos um pouco mais sobre o que é código de ética prossional,
vamos conhecer um pouco mais sobre o código de ética do prossional de
psicopedagogia.
Princípios da psicopedagogia;
Formação do psicopedagogo;
Exercício das atividades psicopedagógicas;
Responsabilidades;
Instrumentos;
Publicações cientícas;
Publicidade prossional;
Honrários; e
Disposições gerais.
No artigo 16º, indica que cabe ao psicopedagogo cumprir o código, pois conforme
consta no mesmo artigo, em seu parágrafo único:
Parágrafo 1º
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento,
relacionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre
os processos de aprendizagem e as suas diculdades.
Parágrafo 2º
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes
âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o
institucional e o clínico.
Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza métodos,
instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de
aprendizagem, cabíveis na intervenção.
Desta forma, o psicopedagogo pode atuar tanto na área da saúde quanto na área da
educação, desde que em ambas o objeto de estudo seja a aprendizagem e os fatores que
interferem nesse processo.
Artigo 11º
São deveres do psicopedagogo:
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos cientícos e técnicos
que tratem da aprendizagem humana;
b) desenvolver e manter relações prossionais pautadas pelo respeito,
pela atitude crítica e pela cooperação com outros prossionais;
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos
parâmetros da competência psicopedagógica;
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer denição clara do
seu parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de
documento pertinente;
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título
de exemplos e estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação prossional para a harmonia
da classe e a manutenção do conceito público.
Parágrafo 1º
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus
serviços, deverá fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e
os princípios deste Código de Ética.
Parágrafo 2º
Os honorários deverão ser tratados previamente entre o cliente ou seus
responsáveis legais e o prossional, a m de que:
a) representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando
condições socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada e
tempo despendido;
b) assegurem a qualidade dos serviços prestados.
Esse artigo, mais uma vez, rearma que, para exercer a prossão de psicopedagogo, é
necessário ser graduado na área ou ter curso de pós-graduação (lato sensu) em
cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação. E recomenda-se ainda que o
psicopedagogo faça terapia. Determina também que a divulgação dos trabalhos
deve ser elaborada conforme as normas difundidas pela ABPp, assim como os
honorários devem ser combinados previamente a m de que ninguém se sinta lesado.
Um dos pontos denidos no Código de Ética diz respeito ao sigilo prossional, ou seja, o
prossional não deve revelar fatos que comprometam a intimidade dos sujeitos.
Entretanto, ressalta em seu artigo 7º que o psicopedagogo está imposto a respeitar o
sigilo prossional, “protegendo a condencialidade dos dados obtidos em decorrência
do exercício de sua atividade e não revelando fatos que possam comprometer a
intimidade das pessoas, grupos e instituições sob seu atendimento”.
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Neste último tópico caro (a) estudante vamos estudar alguns pontos sobre o
“psicopedagogo e os novos desaos” que precisamos conhecer para nalizar esta
Unidade com sucesso.
Frente ao cenário do século XXI, a autora Masini (2006, p. 257) informa que é
indispensável a Psicopedagogia caracterizar-se como a área que:
• Estuda as relações envolvidas em situações do aprender, para nelas
resgatar o que emerge da vida de crianças, jovens e adultos - de suas
impressões, sentimentos, dúvidas valores, elaborações;
• Cuida para não perder o que sucede, ao buscar os signicados de
situações do aprender para os que dela participam e assim contribuir
para que cada um amplie e aprofunde seus próprios signicados;
• Esforça se para não enfeitar nem mascarar os encontros e desencontros
do sujeito consigo mesmo, com o outro e com o próprio contexto social,
dissimulando fealdades e tornando inexpressivas as situações.
Outro desao que as autoras Tostes; Bellan; Gurnhak; Silva (2016) é da prossão que
ainda não é obrigatória nas escolas, já é um desao. E quando o psicopedagogo
consegue trabalhar em uma escola, deste momento começam os desaos e processos
escolares.
SAIBA MAIS
Caro (a) estudante, embora o psicopedagogo possua atividades e
funções especícas, esse prossional não atua de modo isolado. A
complexidade do ser exige uma visão multiprossional para investigação,
pesquisa e tratamento das diculdades de aprendizagem
(psicopedagogo, neurologista, psicólogo, pedagogo, psicomotricista
etc.). (BOSSA, 2011; BASTOS, 2015).
Agora caro (a) estudante que já conhecemos sobre o perl prossional do
psicopedagogo e as suas principais funções, seguiremos estudando sobre as
habilidades e competências. Sabemos que o mercado de trabalho necessita de um
conjunto de conhecimentos e aptidões de cada área prossional para
desenvolvimento produtivo. Nesse sentido, a terceira pergunta é: Quais são as
habilidades e competências requeridas do psicopedagogo? Avaliemos o quadro a
seguir.
Quadro - Habilidades e Competências do Psicopedagogo
a) planejar, intervir e avaliar o processo de aprendizagem, nos variados
contextos, mediante a utilização de instrumentos e técnicas próprios
da Psicopedagogia;
Nesse contexto, Santos (2012, p. 2) apresenta sobre o psicopedagogo não basta ter o
conhecimento e o domínio teórico, “[...] já que seu exercício é metateórico e supõe,
por parte do prossional, uma percepção renadamente seletiva e crítica. Mais ainda, a
capacidade de juntar e processar saberes, na medida de cada caso, para dar conta de
cada um. [...]”. A partir das considerações do autor, entendemos que o trabalho do
psicopedagogo necessita, além das habilidades e competências, um sentimento
transformador e o desejo de uma intervenção social.
Na concepção de Fogali (1988, citada por BOSSA, 2011, p. 87) a psicopedagogia pode
contribuir trabalhando vários aspectos, na natureza da instituição, sendo eles:
Conclusão - Unidade 2
Espera-se que este tópico tenha contribuído para sua formação pessoal e prossional.
FICA A DICA
Livro
Docência: uma construção ético-prossional
Web
Unidade 3
Objeto de Estudo da
Psicopedagogia
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Introdução
Caro (a) estudante.
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Caro (a) estudante o que são diculdades de aprendizagem? Neste ponto, é necessário
denir o conceito de diculdade de aprendizagem, também denominado por alguns
estudiosos como: distúrbio, transtorno, problema de aprendizagem, ou ainda fracasso
escolar.
Mas será que todos esses termos são adequados? O que signica cada um deles? Há
diferenças entre essas expressões ou são sinônimas?
Para Smith e Strick (2012, p. 15) o termo diculdades de aprendizagem “[...] refere-se
não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar
qualquer área do desempenho acadêmico”. Ainda as autoras expõem que as crianças
com diculdades de aprendizagem não conseguem se adaptar à rigidez na sala de
aula. “Para progredirem, tais estudantes devem ser encorajados a trabalhar à sua
própria maneira. Se forem colocados com um professor inexível em relação a tarefas
e testes, ou que use materiais e métodos inapropriados às suas necessidades, eles
serão reprovados”. (SMITH; STRICK, 2012, p.36)
Distúrbio de Aprendizado (DA), segundo os autores Neves e Batigália (2011) tem sido
considerado problema especíco da leitura, escrita e de raciocínio matemático,
identicado em geral nos primeiros anos escolares. “Persiste durante toda a vida, uma
vez que é incurável, embora possa ser atenuado, a depender do tipo de transtorno”.
(NEVES; BATIGÁLIA, 2011, p. 78). Associa-se a atraso no desenvolvimento da fala e da
linguagem, a confusões têmporo-espaciais, de esquema corporal e de lateralidade ou
a alterações do funcionamento cerebral normal.
As autoras José e Coelho (2009) corroboram com Paín (1989) sobre o problema de
aprendizagem acrescentando que ca difícil para o professor de sala diferenciar um
problema de aprendizagem de um distúrbio, cando para um especialista na área de
diferenciar uma da outra.
[...] algo que não funciona, que impede a aprendizagem, que se mantém
e se repete como sintoma, pode ser fruto de um mau encontro, um
encontro traumático com as demandas irrespondíveis da educação,
encarnadas por seus representantes, chamados de os “Outros”: família,
escola e Estado.
Caro (a) estudante, como vimos existem algumas nomenclaturas para nomear as
diculdades de aprendizagem, mas o mais importante não são os nomes dados ao
problema, e sim a necessidade de se investigar clinicamente as causas: é necessário
realizar um diagnóstico multidisciplinar com prossionais como psicopedagogos,
psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, entre outros.
Devemos lidar com a situação de forma responsável e assertiva, pois as diculdades
de aprendizagem podem, muitas vezes, não estar relacionadas com fatores
patológicos, neurológicos, psicológicos, neurolinguísticos ou psicopedagógicos, mas
sim com outras questões: familiares, culturais e econômicas.
Dislexia
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Caro(a) estudante vamos iniciar este tópico analisando a origem da palavra
DISLEXIA. A origem do grego dis - diculdade e lexia - linguagem, entende-se que a
dislexia seja uma diculdade na aquisição de linguagem.
Levando-se em conta que léxico signica, entre outras denições, conjunto total das
palavras usadas em uma língua/idioma (MICHAELIS, 2019), o termo disléxico deve
denir o indivíduo desprovido de capacidade na aquisição desse conjunto de palavras.
Esta seria a essência da denição de dislexia, mas, evidentemente, o distúrbio é bem
mais complexo e necessita de muitas outras denições para que seja considerado
realmente denido, segundo Olivier (2011).
Portanto, caro (a) estudante, a idade que mais facilita o diagnóstico da dislexia é a
idade escolar, bem como outros distúrbios de aprendizagem. É durante a
alfabetização que se pode detectar com mais certeza a dislexia cuja principal
característica está na ausência ou grande diculdade em aprender a ler e/ou escrever.
Porém, Olivier (2013) nos chama a atenção para um fato importante, é preciso estar
atento, pois não se trata apenas de diculdade em aprender as letras, mas a diculdade
em identicá-las. “Dependendo da gravidade do caso, o cérebro de um disléxico não
consegue identicar nenhuma letra, parecem apenas sinais sem nexo algum”.
(OLIVIER, 2013, p. 49).
Dentro destes tipos de dislexia que Olivier (2013, p. 52) apresenta, “existem variações
que parecem tornar cada caso em um caso e cada disléxico em único. Portanto, não
dá mais para admitir generalizações”.
Segundo a autora Olivier (2011, p. 61-62) podemos resumir os sintomas de acordo com
sua intensidade para melhor denir e detectar cada tipo de dislexia, sendo eles:
ATENÇÃO! Neste ponto, não se trata de trocar o “p” por “b” e outros absurdos
amplamente divulgados como características de dislexia. Deve-se vericar se o
indivíduo não consegue identicar qualquer que seja a letra, se confunde letras em
geral, se para ele todas as letras parecem a mesma coisa, ou seja, um sinal sem
sentido algum.
Disgraa e Disortograa
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Neste tópico caro(a) estudante vamos sequência em identicar alguns dos “dis”, neste
momento sendo eles: disgraa e disortograa.
Já vimos o signicado de “Dis”, agora vamos para Graa, que vem do grego
graphos/graphein é denida pelo dicionário Michaelis (2019) como “técnica do uso da
linguagem como comunicação escrita”, porém, analisando a fundo, pode-se vericar
que é mais ampla, para Olivier (2011, p.57) “podendo ser denida como habilidade na
utilização de sinais (símbolos, marcas, desenhos) para exprimir as ideias humanas”.
Leal; Nogueira (2012, p.76) expõe que as principais causas do transtorno funcional
especíco da aprendizagem a disgraa, são: “[...] a sequencialização, que implica na
falha perceptual, acarretando diculdades no processamento sequencial da
informação recebida e na sua forma de organização, e o processamento”.
Disortograa deriva dos conceitos “dis” que já trabalhamos no início do tópico 3.2 +
“orto” (correto) + “graa” (escrita). Esta patologia pode ainda ser conhecida segundo o
DSM-V (2014) como perturbação da expressão escrita, ou seja, é uma perturbação
especíca de aprendizagem, de origem neurobiológica que afeta as capacidades da
expressão escrita, em particular a precisão ortográca, a organização, estruturação e
composição de textos escritos, a construção frásica é pobre e por norma curta e
observa-se ainda a presença de muitos erros ortográcos.
José e Coelho (2009), evidenciam os principais tipos de erro que a criança com
disortograa costuma apresentar, sendo eles:
Uso de palavras com um mesmo som para várias letras: casa/caza, azar/asar,
exame/ezame (som o z).
Além dessas trocas podem surgir diculdades em recordar a sequência dos sons das
palavras, que são elaboradas mentalmente. Surgem então: omissões, como:
caxa/caixa; adições, como: árvovore/árvore; inversões, como: picoca/pipoca;
fragmentações, como: en contraram/encontraram; a parecer/aparecer; junções, como:
Umdia o menino/Um dia o menino; contaminação, na palavra, de uma letra por outra
próxima, como: brincadeira/brindadeira.
A palavra Discalculia vem dos conceitos “dis” que já trabalhamos anteriormente que
é “diculdade” e a palavra “calculia” que do latim “calculare: contar”.
De acordo com Campos (2014, p.6) a Discalculia pode ser dividida em três classes,
sendo elas:
1ª Natural: a criança ainda não foi exposta a todo o processo de contagem, logo não
adquire conhecimentos sucientes para compreender o raciocínio matemático;
REFLITA
“É hoje incontestável a armação de que o órgão privilegiado da
aprendizagem é o cérebro. Dadas as relações inevitáveis entre o cérebro
e o comportamento e entre o cérebro e a aprendizagem, da mesma
forma essa relação se verica quando se abordam as diculdades de
aprendizagem (DA)”. (FONSECA, 1995, p. 148).
TDAH e TEA
AUTORIA
Fabiane Fantacholi Guimarães
Caro (a) estudante para este último tópico de nossa unidade, vamos abordar os
seguintes assuntos: Transtorno de Décit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e o
Transtorno do Espectro Autista (TEA).
As crianças com TDAH demonstram níveis de atenção inapropriados para a idade, são
impulsivas e geralmente superativas, apresentam diculdades para seguir regras e
normas. Podem apresentar também problemas de conduta, agressividade, pobre
baixo rendimento escolar ou problemas e aprendizagem e diculdades sociais,
especialmente relacionados com os amigos e conitos na família. Essas crianças
apresentam também baixa tolerância à frustração, dicilmente aceitam um “não”. E,
em geral, têm uma percepção negativa de si mesmos, em razão das repetidas
frustrações vividas. A autoestima dessas crianças, geralmente é baixa. (BECZIK, 2010).
Ainda sobre o transtorno, deve-se analisar também que, apesar de a maioria dos
indivíduos apresentar um conjunto de sintomas e características de desatenção,
hiperatividade, impulsividade, existem algumas predominâncias e variações que os
classicam em subtipos, segundo Olivier (2011, p 80-81) são:
Segundo Schmdit (2014) o autismo foi considerado desde o início uma psicose, mais
especicamente uma forma de manifestação bastante precoce da esquizofrenia, cuja
etiologia era eminentemente de origem psicológica e relacional.
1 - Olhos expressivos. Parece não enxergar ou não conseguir fazer nenhum contato
com o meio exterior por meio dos olhos.
2 - Age como surdo, parece não ouvir nada e pode gritar inesperadamente.
3 - Não aprende a falar, chega aos cinco ou seis anos sem conseguir nunca
expressar-se verbalmente ou, então, pode começar a desenvolver a linguagem falada,
mas há uma interrupção desse processo sem nenhum motivo aparente, e a
linguagem adquirida parece apagada irreversivelmente.
4 - Age de forma alienada ou desatenta, parece não ver nem sentir nada e age sem
demonstrar interesse pelo que acontece à sua volta, com ele mesmo ou com os
outros.
10 - Parece insensível à dor e pode até ferir-se de forma intencional e até constante.
ACESSAR
Conclusão - Unidade 3
Acredito que esta unidade serviu de apoio para complementar sua formação,
com questões de cunho teórico essenciais para a prática psicopedagógica.
FICA A DICA
Livro
Livro
Filme