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Então com poucos meses de nascida tive como cuidadora minhas irmãs com idade de 5/8 anos.
Desde então, elas ficavam responsável por atender as minhas necessidades de higiene e
alimentação. Pouco tempo depois meus pais se divorciaram e minha mãe continuava os longos
períodos fora de casa.
Então na fase iniciais da minha infância ou a maior parte dela ficamos sem
relacionamento e sem vida afetiva com nossa mãe ex: não me lembro de um abraço recebido da
parte dela, ficávamos sozinhos e sem proteção, não tínhamos acolhimento ou o simples
cuidado de nossa mãe ao preparar uma comida, sempre comíamos sobras do restaurante que
ela trabalhava ou o alimento que era preparado por minhas irmãs mais velhas. O tempo
dedicado aos filhos não existia. Lembro-me que durante o dia ela tinha direito de ir em casa para
tomar banho e retornar ao trabalho nesse período ela descansava 30 minutos, então tínhamos
que ficarmos quietinhos e não fazer barulho para não incomoda-la, era como eu fizesse de conta
que eu não existisse para não atrapalhar o descanso dela ficando sem atenção e sem ser notada
por ela.
Esses aspectos de minha criação me fez ser uma pessoa desconectada de minha mãe e
de mim mesma e de Deus. Sem sua supervisão de perto e nos momentos em que estava
presente era sempre violenta, abusiva fisicamente quanto as disciplinas físicas e verbalmente
usava palavras que machucaram profundamente minha alma criando feridas.
Essa desconexão /rejeição da minha mãe foi muito dolorido nesses primeiros anos de
vida onde aconteceu a formação de minha personalidade. Na vida adulta sentia um profundo
senso de não pertencimento, desamparo, solidão. Qualquer situação (gatilho) onde eu
percebesse que fosse ser rejeitada e não aceita já me machucava muito, causando uma
profunda dor, inconscientemente os sentimento de rejeição, não aceitação e desamparo
surgiam. Devido as minhas necessidades não terem sido supridas por meus pais. Cresci com um
sentimento de que não tinha valor e não merecia nada de bom. A imagem que eu tinha sobre
mim mesmo era como se eu fosse defeituosa, feia, não desejável.
Vivia perdida não sabia qual era a minha identidade, mas em meu entendimento para
ser amada eu tinha que sempre esta fazendo algo para as pessoas e para Deus. Já era Cristã,
pregava para as pessoas dizia que Deus as amava e de uma forma surpreendente elas criam e
recebia Jesus. Embora acreditasse que para outras pessoas fosse verdade para mim Deus não
me amava, não conseguia confiar Nele e constantemente o culpava e Tinha raiva Dele porque
ele permitiu meu nascimento. O amor Dele era demais para que eu pudesse compreender e
aceitar naquele momento, não tinha sentindo nada parecido para que pudesse imaginar a forma
que Ele me amava e me aceitava tão necessitada, fraca e pecadora que eu era.
O mais surpreendente é que Deus não desistiu de mim e de me dá amor. Ele esta
disposto para suprir as minhas necessidades e se relacionar comigo mesmo conhecendo quem
realmente sou me dando tanto amor, Ele é o amor! No aguas vivas entendi que a forma que ela
cuidava da gente foi a forma que ela também foi cuidada por meus avós, por isso entendi que
ela não aprendeu a ser mãe da forma que Deus planejou. Comecei então a dá nomes para as
minhas feridas e identificar as minhas necessidades. Nesse Processo Deus, também tem me
ensinado a colocar na cruz a minha dor. Outro aspecto importante em minha jornada é que
Deus tem usados pessoas para me ajudar no processo de cura. Ele tem me dado mães
espirituais. É uma jornada longa, ainda passo por situações, momentos e existem circunstancias
que me fazem lembrar e querer acreditar nas mentiras e na vida que vivi antes. Porém de uma
forma que eu não sei explicar Ele não desiste de mim.