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UNIDADE DE ENSINO SERRA DOURADA

CURSO DE PSICOLOGIA

FACULDADE SERRA DOURADA DE ALTAMIRA

ABNAILDES SILVA KOCH


DÉBORA DE PAULA MARTINS
ENIZETE DE MATOS RODRIGUES
FRANKSLANE SILVA SOUSA
SABRINA FÚLVIA SANTANA VELASCO
SILVIA ANDRÉIA VERAS DE CASTRO ZELMA
ARAÚJO LIMA

TOC TOC - UM OLHAR SOB A PERSPECTIVA DA TERAPIA COGNITIVA


COMPORTAMENTAL

Trabalho como requisito avaliativo da experiência aplicada


em abordagens psicológicas, referente a atividade de
conexão.

Docente: Jackelliny Cruz

ALTAMIRA-PA
2023
1. DESCRIÇÃO DO FILME

O objetivo central do filme TOC TOC consiste em uma apresentação


socioeducativa, ofertada pelo diretor espanhol, Vicente Villanueva, com uma
abordagem ligada ao humor, sobre os transtornos obssessivo-compulsivos.
Em cada interpretação, o elenco demonstra as causas (sintomas) de uma forma
real, de um transtorno existente, valorizando quanto é importante conhecer a
doença, para que ela não possa ser banalizada.
Lançado em 2005, como uma peça teatral, posteriormente, devido ao grande
sucesso, foi levada ao público em 2017, através das grandes telas, apresentando 6
pacientes, cada qual com um transtorno diferente, que buscam tratamento
psicoterapêutico, em uma clínica, com um renomado psicólogo, onde se envolvem
em uma verdadeira confusão, visto que todos estão marcados para o mesmo horário,
e o profissional responsável, não aparece. Tem o Frederico, com a síndrome de
Tourette; a Blanca, personagem na qual discorremos com maior profundidade na
apresentação do presente trabalho, com pânico de micróbios, conhecido por
misofobia ou germofobia; o Emilio, com o transtorno obsessivo por calcular,
(também chamado de aritnomania) além de acumulador; Ana Maria, com o
transtorno de conferir uma ação, benzer-se o tempo todo e possuir pensamentos
obscuros; Otto, com obsessão por organização e simetria, tendo pavor por listras e,
por fim, a Lili, que repete palavras (ecolalia) como também, frases.
No decorrer da trama, todos resolvem aguardar o profissional, e, de um modo
natural, os pacientes passam a apresentar o seu tipo de TOC, e a proposta de
enfrentamento surge, de forma expositiva, provocando neles a vontade de ajudar o
outro, numa busca de controle ou melhora significativa dos transtornos. No
envolvimento, através do processo de empatia, de engajamento com o problema do
outro, eles percebem que não apresentavam os sintomas, e que a técnica apresentou
resultados. Por fim, o profissional sempre esteve presente na terapia, que estava
sendo aplicada no grupo de forma expositiva, se passando por um dos pacientes ali
envolvidos.
O autor do filme, de forma inteligente e engraçada, traz à tona problemas sérios,
sem acarretar nenhum desconforto a quem o assiste, mostrando claramente muitas
dificuldades pelas quais passam os que possuem determinados transtornos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA TERAPIA COGNITIVA
COMPORTAMENTAL

Desde o seu nascimento, o indivíduo vive em contínuo construto, como ser social;
mesmo interagindo com o ambiente, possui a sua subjetividade. Esse construto o
expõe a padrões culturais e familiares que tem impacto na vida profissional, social e
pessoal, sendo que esses padrões podem ter resultados positivos ou negativos, na
vida do indivíduo.
A psicologia, como ciência que estuda e analisa os processos comportamentais
dos indivíduos, vem ao logo da sua história confirmar a eficácia de tratamentos de
diversas patologias, através de pesquisas, utilizando-se de diferentes abordagens
psicoterápicas, cada uma com seus objetivos, fundamentação teórica e métodos.
A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), abordagem utilizada no decorrer
deste trabalho, tem como base teórica a teoria de Aaron Beck, que de acordo com
de com Judith S. Beck (BECK, 2022), surgiu em 1960, trazendo aspectos
cognitivos para o processo terapêutico, sendo que as pesquisas desta abordagem
tiveram seu início em berço psicanalítico, pelo psiquiatra e psicanalista Aaron Beck
que, com o intuito de validar os conceitos psicanalíticos da depressão, que fez
estudos utilizando a técnica de associação livre com seus clientes deprimidos,
usando como métrica os sonhos dos seus pacientes psiquiátricos, sem depressão.
O resultado desse estudo o surpreendeu, constatando no final das sessões,
manifestações resultantes de pensamentos dos seus clientes, onde se verificou que
todos eles tinham pensamentos “automáticos” negativos, que estavam ligados às
suas emoções; após ajudar seus clientes a identificar, avaliar e responder os
pensamentos irrealistas e mal adaptativos, constatou-se melhora rápida no quadro
depressivo de seus clientes. Aaron Beck é considerado hoje, o pai da Terapia
Cognitiva Comportamental, abordagem esta que teve eficácia, inicialmente, em
tratamentos de depressão, ansiedade e transtornos como TOC, bipolaridade, de
personalidade, abuso de substâncias e outros.
Segundo (BECK, 2022), a TCC, tem como base a “cognição”, que pode ser
adaptativa ou mal- adaptativa e ocorrem em três níveis:
• Pensamentos automáticos: Se apresentam através de palavras ou imagens.
• Crenças intermediárias: Originam-se por meio de significados atribuídos a partir
das experiências, desde o nascimento.
• Crenças nucleares: São ideias rígidas, a forma em que o indivíduo percebe a si,
aos outros e ao mundo, formando a tríade cognitiva.
É uma abordagem voltada para o presente, estruturada e de curta duração, que tem
como princípio de tratamento, a conceitualização ou compreensão do paciente e não
suposições do terapeuta e tem como modelo teórico; pensamento, emoção e
comportamento. Os pensamentos podem ser: disfuncional, realista ou adaptativa.
De acordo com a abordagem TCC, segundo as teorias de Beck a modificação
dos pensamentos e das crenças do indivíduo, após ser modificada, resulta em
mudanças de comportamento, promovendo neles bem-estar.

3. CASO CLÍNICO (De que forma a teoria escolhida verifica os


fenômenos do filme e explica o que é o ser humano?).

Zelma e Debora
Segundo a Teoria Cognitivo comportamental de Airon Back, o ser humano ao
interpretar os acontecimentos em sua volta internaliza pensamentos geradores de
crenças e emoções disfuncionais ou não, modificando o comportamento. No caso de
Blanca o trabalho em laboratório levou ela a ver e ouvir situações de contaminações
patológicas fatores que foram internalizados e alteraram suas percepções desenvolvendo
pensamentos obsessivos-compulsivos devido ao medo da morte, desencadeando o
(TOC) de forma intensa, causando incapacidade laboral, social além de comprometer o
desempenho profissional, afetando também as relações afetivas e familiares devido a
mudanças de comportamentos na sua rotina.

Segundo o DSM-5 as características dos transtornos obsessivos compulsivos são:


pensamentos e imagens persistentes de forma perturbadora e compulsiva e traz como
comorbidade a ansiedade, ocasionando prejuízos na rotina de uma pessoa.
De forma involuntária as obsessões surgem como pensamentos intrusivos,
repetitivos e persistentes, ocasionada pelo medo de contaminação, da morte e imagens
que podem vir de maneira aterrorizantes ou cenas violentas, essas compulsões geram
obsessões produzindo comportamentos em respostas ao medo. Nesse sentido os rituais
externos ou internos aparecem com o intuito de neutralizar as ações obsessivas.
O TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) é claramente exemplificado no
filme, através dos vários personagens e suas peculiaridades, trazendo a problemática
pelas quais o indivíduo passa e precisa enfrentar para aprender a se adequar no universo
complicado dos outros e de si mesmo.

3.1- HISTÓRIA CLÍNICA (descrição do cliente/paciente deve-se incluir o conteúdo


referente a abordagem, sendo embasamento teórico)

Blanca Ruiz Perez, 35 anos, solteira, auxiliar de laboratório, realizou triagem


prévia online, com apresentação de relatos clínicos anteriores, com diagnóstico CID-42
(obsessões ou compulsões recorrentes) tendo como queixa principal o medo de
contaminação por fungos, bactérias, vírus, micróbios, ácaros, além de somatizar tudo
aquilo que ouve e vê, apresentando também uma fixação pela cor branca.
Durante a terapia, com técnica de exposição, indiretamente conduzida pelo
profissional, observou-se sua obsessão por evitar ambientes públicos, utensílios de uso
coletivo, assim como, o uso exacerbado de materiais de limpeza e produtos de higiene
pessoal.
Blanca sente-se constantemente isolada, pois, devido a sua obsessão, evita contato
pessoal bem como ambientes de socialização e, pelo fato de demandar muito tempo em
sua rotina de limpeza, não consegue tempo para viver a sua própria vida, vivendo sem
conseguir manter relações familiares.
Com a técnica da terapia de exposição, praticada pelo grupo ali reunido, pode-se
observar que nos momentos de pensamentos de empatia com a modulação de hiper foco
direcionada ao outro, conseguiu-se transpor a barreira do comportamento “em si”,
reduzindo a pressão sobre o ponto principal do problema pessoal dela e Blanca sequer
percebeu que tocou outra pessoa durante a interação, apresentando resultado positivo
para sua melhora, além de ser utilizado como reforço positivo para o desempenho dos
demais membros do grupo.

2.ANÁLISE COMPREENSIVA (considerando a evolução do paciente)


Sabrina
REFERÊNCIAS

BECK, Judith S et al. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 3.ed.


Porto Alegre: Artes Medicas, 2022. Pgs.02-36. ISBN: 9788582710081.

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico]: DSM-5 /


[American Psychiatric Association; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento … et al.];
revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli … [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre: Artmed, 2014.
Toc Toc. Direção de Vicente Villanueva. Produção de Mercedes Gamero, Gonzalo
SalazarSimpson, Mikel Lejarza Ortiz. Intérpretes: Paco León, Alexandra Jiménez, Rossy
de
Palma, Oscar Martínez, Nuria Herrero, Adrián Lastra, Inma Cuevas, Ana Rujas. Roteiro:
Vicente Villanueva, Laurent Baf e. Espanha: Lazona Films, 2017. (90 min.), son., color.
Dublado.

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