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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

NEUCIMAR FRANCISO DA SILVA


RA: B761FC-1

ENCONTRO MARCADO COM A LOUCURA

Resenha crítica apresentada em cumprimento


à disciplina de Psicopatologia Geral do curso
de Psicologia sob a supervisão da professora
Maria Cristina.

Campus Sorocaba – São Paulo


2016
ENCONTRO MARCADO COM A LOUCURA

COCIUFFO, Tania. Encontro marcado com a loucura: ensinando e aprendendo


psicopatologia. 2ª ed. Editora LUC, 2007.

Tania Cociuffo é Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia


Universidade Católica de Campinas (2001). Atualmente é professora adjunta da
Universidade Paulista e professora da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Aprendizagem e
Desempenho Acadêmicos, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino,
aprendizado, psicanálise, psicopatologia, loucura, contemporaneidade, pânico,
psicofarmacologia, adolescência, leucemia, vida e morte.
A autora propõe um olhar não cristalizado sobre o tema da loucura. De
modo didático apresenta uma linha histórica sobre a concepção da loucura e
seus diversos teóricos. Na Grécia Antiga a loucura foi atribuída à ação dos
deuses (Homero 700 a.c.). Ésquilo (525-456 a.c.), Sófocles (496-406 a.c.),
Erípedes (485-407 a.c.): A loucura era produto dos conflitos passionais do
homem, das paixões, onde se localiza a sede entre o desejo e a regra social
(semelhança com a psicanálise).
Tania segue essa linha do tempo até chegar século XVIII quando Pinel
priorizou os aspectos comportamentais da loucura advogando que a histeria era
decorrente das afecções psíquicas, mas especificamente uma neurose. A autora
tem a preocupação em mostrar a evolução do pensamento científico sobre a
loucura quando esta ganha olhar organicista que acreditava que a histeria era
uma doença cerebral, de natureza fisiológica ou de substrato hereditário.
Tania ressalta a importância e o papel da Psicanalise apresentando um
outro olhar sobre o sujeito, entendendo-o a partir de sua subjetividade. A
psicanálise ofereceu entendimento dos sintomas psíquicos provindos de sua
história de vida e recordações reprimida. A pessoa que apresenta algum tipo de
patologia psíquica é segundo a autora, alguém que precisa ser orientado sobre
si e a realidade que o cerca.
A autora traz um relato sobre uma professora, um trabalho com alunos
em um hospital psiquiátrico buscando desconstruir qualquer imagem
estereotipada ao nos encontrarmos com o paciente e desse modo eliminar os
tabus, pré-conceitos, e adquirindo um maior entendimento dos alunos e dos seus
leitores sobre o que realmente se sabe sobre a loucura.
O preconceito ainda, está muito presente na vida de todos, no nosso
cotidiano, em nossa cultura. A nossa sociedade ainda se caracteriza por manter
esse distanciamento do assunto, o evitar entrar em contato.
O livro nos incita a produzir um olhar humanizado sobre os pacientes que
sofrem psiquicamente, salientando que uma simples escuta, atentar-se aos
gestos, aos sorrisos, a comunicação não verbal e a verbal também e o pensar,
que emerge dessa vivência pode fazer um significado e importância enorme para
o outro. E se lembrar que todo ser humano sofre, que todo ser humano precisa
desse olhar, dessa atenção e de acolhimento dentro da sua própria
subjetividade.
A leitura é extremamente necessário se desejamos entender o
comportamento de pacientes com quadros psíquicos patológicos. Com uma
abordagem didática e linguagem acessível, Tania consegue prender a atenção
do leitor ao mesmo tempo que que constrói o conhecimento prático na
compreensão da loucura. Recomenda-se a leitura a todos os estudantes de
psicologia e profissionais que trabalham com pacientes que sofrem
psiquicamente.

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